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Sistemas Elétricos de Potência

3. Elementos de Sistemas Elétricos de


Potência

3.2 Transformadores e Representação de Valores


Por Unidade (p.u.)

Professor: Dr. Raphael Augusto de Souza Benedito


E-mail:raphaelbenedito@utfpr.edu.br
disponível em: http://paginapessoal.utfpr.edu.br/raphaelbenedito
Conteúdo

- 3.2.1 Modelo de um Trafo Ideal;

- 3.2.2 Modelo Real de um Trafo Monofásico;

- 3.2.3 Modelo de um Trafo Monofásico com Três


Enrolamentos.
3.2.1 Modelo Ideal de um Trafo
• De modo geral, o transformador é um elemento de Sistemas Elétricos
de Potência capaz de converter um nível de tensão alternada em um
outro nível de tensão, sem alterar a sua freqüência.
• A figura a seguir, mostra um trafo ideal de 2 enrolamentos.

Fig.: Trafo ideal de 2 enrolamentos


• Para um Trafo ideal, a permeabilidade magnética (µ) do núcleo de
ferro é considerada infinita e a resistência dos enrolamentos é nula.
• Com isso, todo fluxo magnético fica confinado no núcleo e, portanto,
enlaça (concatena) todas as espiras de ambos os enrolamentos.
3.2.1 Modelo Ideal de um Trafo
• A partir das hipóteses anteriores e através da Lei de Faraday, temos:
& dφ
V1 = N 1 ⋅
dt

V&2 = N 2 ⋅
dt
onde: N1 é o número de espiras e ϕ é o fluxo magnético confinado.
Como o fluxo magnético é igual, podemos escrever:
V&1 V&2 V&1 N1 V& ⋅ N = V& ⋅ N
= = 1 2 2 1
N1 N 2 V2 N 2
• A relação entre as correntes I1 e I2 pode ser obtida pela Lei de
Àmpere, considerando a corrente total envolvida pelas espiras, ou
Força magneto motriz (Fmm). Assim, para nosso caso:
r r
∫ H ⋅ ds = N ⋅ I&
r r
∫ H ⋅ ds = N1 ⋅ I&1 − N 2 ⋅ I&2
sendo que as Fmms 1 e 2 estão em sentidos opostos.
3.2.1 Modelo Ideal de um Trafo
• Como consideramos permeabilidade magnética infinita, temos:
r r
H ⋅ ds = 0 = N ⋅ I& − N ⋅ I&
∫ 1 1 2 2

e por conseqüência: N 1 ⋅ I&1 = N 2 ⋅ I&2

I&1 N 2
=
I&2 N1

&I = N 2 ⋅ I&
1 2
N1
• Além disso, como desprezamos as perdas, temos que:
S& = S&
1 2

V&1 ⋅ I&1 = V&2 ⋅ I&2

V&1 I&2
=
V&2 I&1
3.2.1 Modelo Ideal de um Trafo
• Considere agora que uma carga Z2 está ligada aos terminais do
secundário do Trafo, e que nosso objetivo seja escrever z2 em função
das variáveis do primário:

2
V&2  N 2  V&1
z2 = =   ⋅
&I &
2  N1  I1
A partir dessa expressão podemos escrever a impedância Z2 vista pelo
primário do Trafo como:
2
V&1  N 1 
z ′2 = =   ⋅ z 2
&I
1  N2 
3.2.2 Modelo Real de um Trafo Monofásico
• A Figura a seguir mostra o modelo real de um Trafo:

Fig.: Trafo real monofásico de 2 enrolamentos

Neste modelo, foi considerado:


- resistência dos enrolamentos (r1 e r2);
- perdas no núcleo de ferro (rf) (por histerese e correntes parasitas);
- reatância de dispersão dos enrolamentos (x1 e x2);
- reatância (ou susceptância) de magnetização xm.
3.2.2 Modelo Real de um Trafo Monofásico
• Através de ensaio em circuito aberto, podemos obter rf e xm, já
que nesta situação o primário torna-se um circuito em alta
impedância (devido ao núcleo).

• Se considerarmos a impedância do secundário, vista pelo


primário, obtemos:

Fig.: Modelo visto pelo primário


onde: N 
2

r ′2 =  1  ⋅ r 2 = a 2 ⋅ r 2
 N2 
2
N 
x ′2 =  1  ⋅ x 2 = a 2 ⋅ x 2
 N2 
3.2.2 Modelo Real de um Trafo Monofásico
• Geralmente, despreza-se a reatância de magnetização quando
existe carga conectada ao secundário do trafo, já que a corrente
de magnetização é desprezível se comparada à da carga. Desse
modo, teremos:
Req = r1 + r ′2
X eq = x1 + x ′2
• Em sistemas elétricos em alta, extra e ultra tensão, costuma-se
também desprezar Req.

Fig.: Modelo simplificado de trafo para SEP


3.2.3 Modelo de um Trafo Monofásico com 3
Enrolamentos
• A figura a seguir mostra um trafo monofásico com 3
enrolamentos:

Fig.: Trafo com três enrolamentos

Através de ensaios de curto-circuitos, temos o modelo


simplificado a ser adotado em Sistemas Elétricos:
Referências Bibliográficas

[1] MONTICELLI, A. J.; GARCIA, A. Introdução a Sistemas de


Energia Elétrica. Editora UNICAMP, 1ª. Edição, Campinas, 2003.

[2] STEVENSON, W. D. Elementos de Análise de Sistemas de


Potência. 2ª ed. Editora MacGraw-Hill do Brasil. São Paulo.1986.

[3] FUCHS, RUBENS DARIO. Transmissão de Energia Elétrica:


linhas aéreas; teoria das linhas em regime permanente. 2ª. Edição;
Editora Livros Técnicos e Científicos, Rio de janeiro, 1979.

[4] ZANETTA Jr., LUIZ CERA. Fundamentos de Sistemas Elétricos


de Potência. 1ª. Edição; Editora Livraria da Física, São Paulo, 2005.

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