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CAOERNOS OE TRADUÇÃO '-+

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número 2, 1997 -- lssN 1414-8315 Z


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Departamento de Filosofia
Universidade de São Paulo

Editor Responsável
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Comissão Editorial
Martin Heidegger
Roberto Bolzani, Moacyr Novacs, Caetanoi)lastimo.
Luiz FernandoFranklin de Matos, Pablo Mariconda e Maroto Suzuki

O conceitode tempo
Endereço para Correspondência:
Departamentode Filosofia -- USP
Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 Der Begriff der Zeit
05508-900 -- São Paulo -- SP-- Brasil
Tel.:(O11) 818-3761 -- Fax:(O11) 211-243]
E-mail: ãlosofo@org.usp.br
A questão da técnica
CADEKNOS OE TKAntiÇÃo e uma publicação do DEPARTAMENTO DE Fii.OSOpiA da l.JSP
Die Fraga nach der Technik
Universidade de São Paulo
Reitor: Flávio Fava de Moraes
Vice-Reitora: Myriam Krasilchik

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências llumanas


Diretor: Jcão Baptista Borgas Pereira
Vice-Diretor: Francês Henrik Aubert

Departamento de Filosofia
Chefe: Ricardo Ribeiro Terra
Vice-Chefe: Franklin Leopoldo e Salva
Coordenador do Programa de Pós-Graduação JoséCardosEstevão

Produção: Departamento de Filosofia -- USP Traduçãoe apresentação


de MarcoAurélio Werle
Editoração eietrânica: Guilherme Rodrigues Neto
Tirageill: 800 exemplares
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l
CADERNOS OE TRADUÇÃO, n. 2, OF/USP, 1997

Sumário

5
Apresentação.

Der Begriff der Zeit


O cowcei,tode temPO

Die Frage nach der Technik. .40


.41
A questão üa, técm,icü,.............
CIADERNOSOE TRAOUÇÃO, n. 2, DF/USP, 1997

Apresentação

A presente edição bilingue de O co crZzlo


dr z:e7mpo
(1924) e .d g#rf-
z:ãoda zécmíca(1953) se destina à lembrança do 70e aniversário da publi-
caçãode Ser r z:ez#PO(1927). Os dois textos marcam momentos distintos
do caminho de pensamento de Martin Hleidegger.
O co#rrizlod zlezmpo,
uma conferência para a Sociedadede Teólogos
de Marburgo, se situa no âmbito da analítica existencial de Set" e z:rampa,
portanto, no âmbito do primeiro H.eidegger,em que se trata da coloca-
çãoda questãodo ser a partir do sentido (existencial)do ser.Apesardas
diferenças em relação a Sere zlezmPO,
principalmente no que diz respeito a
uma deâlnição mais clara da questão do ser, uma vez que o tema é o ser
do tempo a partir do serdo serhumano,podemosafirmar que estacon
gerênciajá constitui uma versãocondensadado tratado de 1927. As prin-
cipais estruturas existenciais do ser do -Dair{» já se encontram nela deli-
neadas.Este texto fornece uma bela amostra de como. em meadosdos
anos 20, H.eidegger se encontrava numa intensa elaboração de sua ques-
tão üilosóüicafundamental.
.4 g#es&ão da z:éc /ca, por sua vez, pertence à última fase do pensa-
mento de Heidegger, quando a questão do ser se encontra sob o signo
da "clareira do ser", ou seja, se propõe como tentativa de pensaro ser a
partir de seu caráter de ocultamento na linguagem e na história da
metafísica, no campo da tensão entre ocultamento e desocultamento. O
problema da técnica, neste caso, "não é nada de técnico", não constitui
um fenómeno isolado do mundo contemporâneo, mas lança raízes no
próprio modo de colho se deu inicialmente nos gregos a experiência de
ser e de colmo depois esta experiência se desenvolveu na tradição ociden-
tal de pensamento. A técnica é tanto o "perigo" quanto a "salvação", nas
palavras de Hõlderlin citadas por Heidegger, pois é preciso pensa-la a
partir de sua proveniência essencialenquanto "produzir" em sentido am-
plo, em seu parentesco com a "poiesis" (7toí'Rate).
H.EIDEGGER,M. . o co/zce/'fO (7e feJ71PO. CAOERNOS OE TRADUÇÃO, n. 2, OF/USP, 1997

Der Begriff der Zeit O conceito de tempo*

Martin Heidegger Martin Heidegger


Vortrag vor der Marburger Theologenschaft Conferência pronunciada para a
Juli 1924 Sociedade de Teólogos de Marburgo
Julho de 1924

Die folgenden Überlegungen handeln von der Zeit. As reflexões que se seguem tratam do tempo
Was ist die Zeit? O que é o tempo?

Wenn die Zeit ihren Sinn 6indet in der Ewigkeit, dann muB sie von daher Se o tempo encontrar seu sentido na eternidade, então deve ser compre-
verstanden werden. Damit sind Ausgang und Weg dieser Nachforschung endido a partir dela. Com isso ficam determinados o ponto de partida e o ca-
vorgezeichnet:von der Ewigkeit zur Zeit. DieseFragestellungist in Ordnung minho desta pesquisa:da eternidade para o tempo. Este questionamento está
unter der Voraussetzung,dais wir über den vorgenannten Ausgang verfilgen, em ordem pressuposto que dispomos do ponto de partida enunciado e que, por-
also die Ewigkeit kennen und hinreichend verstehen. Sollte die Ewigkeit etwas tanto, conhecemos a eternidade e a compreendemos suficientemente. Se a eter-
anderes sem als das leere Immersein, das ãeí, sollte Gott die Ewigkeit sem, dann nidade for algo diferente do vazio sempreser </hme ifi»>, o àeí, se a eterni-
müígtedie zuerst nahegelegteArt der Zeitbetrachtung se tange in einer dade for Deus, então o modo inicial da observaçãosobre o tempo deverá
Verlegenheit bleiben, als sie nicht von Gott weiB, nicht versteht die Nachfrage permanecer por longo tempo numa oporia, porque não sabe nada de Deus, não

A tradução segueo texto alemão l)fr Begefa r zela (Vortrag vor der Marburger
Thcologenschaft,Juli 1924), Hartmut Tietjen (org.), Tübingen, Max Niemeyer,
1989. No posfácio que acompanhaa edição alemã, o organizador informa quc esta-
beleceu o texto da conferência a partir dc duas transcrições de ;\utores desconhecidos
e quc o m;\nuscrito de Heideggct foi perdido (N T.)
8 HEIDEGGER, M. O conde/fo de re/zlpo. (:ADERNOS DE TRAOUÇÀO, ,n. 2, DF/USP 1997 9

nach ihm. Wenn der Zugang zu Gota der Glaube ist und das Sich-einlassen init compreende o questionamento <Nac&l/}agr> por Deus. Se o l\cessoa Deus é a
der Ewigkeit nichts anderesals diesel Glaube, dana wird die Philosophie die crençae se o envolver-se <Sic#-ei /aisr»> com a eternidade nada mais é do que
Ewigkeit nie haben und diese sonach nie als mõgliche Hinsicht ftir die esta crença, então a filosofia nunca possuirá a eternidade e esta nunca poderá
Diskussion der Zeit in methodischen Gebrauch genominen werden kõnnen. ser toldada metodicamente como possível indicação para a discussão sobre o
Diese Verlegenheit ist ftir die Philosophie nie zu beheben. So ist denn der tempo. Esta oporia a filosofia nunca poderá solucionar. Por conseguinte, o teó
Theologeder rechteSachkennerder Zeit; und wenn die Erinnerung nicht trügt, logo é o especialistaadequadono tempo; e se a lembrançanão é enganosa,a
hat es die Theologie mehrfach mit der Zeit zu tun. teologia tem mesmo de se ocupar com o tempo.
Erszf i handelt die Theologie vom menschlichenDasein als Sem vor Gott, Emp imeiro Zwga , a teologia se ocupa com o ser humano <mfnic#/ic#es
von seinemzeitlichen Sem in seinemVerhãltniszur Ewigkeit. Gota selbst Daiêi > enquanto ser <Sri#> perante Deus, ocupa-se com seu ser temporal
braucht keine Theologie, seine Existenz ist nicht durch den Glauben begründet. em sua relação com a eternidade. Deus mesmo não necessitade teologia, sua
ZwfiFeKS
solader christliche Glaube an ihm selbst Bezughaben auf etwas, existência não está fundamentada na crença.
dasin der Zeit geschah,- wie man hórt zu einer Zeit, von der gesagtwird: Sie /
.Emsêgwrzdo Zwgar,a fé cristã deve/êiií'si'h'esrn(i(]lçt/uma relação com algo /
war die Zeit, "da die Zeit er6ülletwar..."(1) / que acontec(Í;tiótempo, - como ouvimos sobre um tempo, do qual é dito: ele
Der Philosoph glaubt nicht. Fragt der Philosoph nacoder Zeit, dann ist era o tempo. "quando o tempo foi completado..."(i)
er entschlossen,dir Zeíf awi der Zeiz:z pe ifebeK bzw. aus dein ãeí, was se O filósofo não crê. Se o filósofo questiona o tempo, ele estádecidido a
aussieht wie Ewigkeit, was sich aber herausstellt als ein bloBes Derivat des ca mPree d r o fe/#Paapor i da Z:ezmPO
relacionado ao ãeí, o que parece ser a eter-
Zeitlichseins . nidade, mas se mostra como um ]-neroderivado do ser temporal.

Die folgende Behandlung ist nicht theologisch. Theologisch - und es O tratam-nento que se seguenão é de tipo teológico. Se é teológico e
bleibt Ihnen unbenommen, sie se zu verstehen kann die Behandlung der Zeit permanece-lhes livre toma-lo assim- o tratamento do tempo s(5pode ter sentido
nur den Sinn haben, die Frage nach der Ewigkeit schwieriger zu inachen, sie in quando torna o questionamento pela eternidade mais complexo, quando o pre
der rechten Weisevorzubereiten und eigentlich zu stellen. Die Abhandlung ist para de modo adequado e o coloca autenticamente. O modo de tratar também
aber auch nicht philosophisch, sofern sie nicht beansprucht, eine allgemein não é filosófico, na medida em que não reivindica fornecer uma determinação
gültige systematische Bestimmung der Zeit herzugeben, welche Bestimmung sistemática do tempo válida universalmente, cuja determinação devessevoltar-
zurückfragen müBte hinter die Zeit in den Zusammenhang der anderen se para o que está atrás do tempo, ein associação com as outras categorias.
Kategorien hinein. As reflexões que se seguem pertencem talvez a uma .gié!!ia...êz:élzlg.
Die nachfolgenden überlegungen gehõren vielleicht in eine Wo?'wZise»- <Wo?lissoic#aP>, cuja tarefa engloba em si o seguinte: iniciar pesquisassobre
sc#ólP,deren Geschãft folgendes in sich begreift: Nachforschungen darüber o que poderia finalmente significar isso que diz a filosofia, a ciência e o discur-
anzustellen,was mit dem, was Philosophie und Wissenschaft,was auslegende so explicativo do ser-aí <Dafei > sobre si mesmo e sobre o mundo. Seesclare
Rededes Daseinsvon ihm selbst und der Welt sagt, aln Ende geineint sem cermos algo sobre o que é um relógio, tornar-se-á vivo o tipo de apreensãoque
kónnte. Wenn wir uns darüber ins Klare setzen,was eine Uhr ist, wird damit existe na física e, com isso, o modo de como o tempo ganha a oportunidade de
die in der Physik lebende Erfassungsartlebendig und damit die Weise, in der se mostrar. Esta ciência prévia, no seio da qual esta observação se move, vive
die Zeit Gelegenheit bekoinmt, sich zu zeigen. Diese Vorwissenschaft, innerhalb do pressuposto talvez teimoso de que a filosofia e a ciência se ]-nuvempor meio

1. Gal. 4, 4; vgl. Mk. 1,15; vgl. ferncr Eph. 1, 9f. 1. Gal. 4, 4; Mc. 1, 15; compararainda Ef. 1, 9 s
l

10 HEIDEGGER, M. O c0/7ceJfo de fe/71po. CADERNOS DE TRADUÇÃO, n. 2, DF/USP 1997 11

deren sich diese Betraclatung bewegt, lebt aus der vielleicht eigenwilligen de conceitos. Sul\ possibilidade subsiste na medida em que cada pesquisador es-
Voraussetzung,daí! Pllilosoplaie und Wissenschaftsich im Begriffe bewegen. clarecepara si o que compreende e o que não compreende. Ela dá informações
Ihre Móglichkeit bestehtdarin, dali jeder Forschersich darüber aufklãrt, was er quando uma pesquisa está de acordo com as coisas ou se se nutre de uin saber
versteht und was er nicltt versteht. Sie gibt Auskunft, wann eine Forscllung bei palavroso tradicional e desgastado.Tais questionamentos são como uin serviço
ihrer Sacheist oder sich náhrt aus einein überlieferten und abgegrinenen de polícia para o cortejo das ciências, uma tarefa, na verdade, inferior, mas às
Wortwissen darüber. Solche Nachforschungen sind gleichsain der Polizeidienst vezesurgente, como alguns consideram. Sua relação com a filosofia é somente
beim Aufzuge der Wissenschaften,ein zwar untergeordnetesaber zuweilen a de alguém que acompanha para, às vezes, fazer uma batida na casados anti-
dringliches Geschãft,wie einige ineinen. Ihr Verhãltnis zur Philosophie ist nur gos, par' ver colho estesrealmente procederam. A reflexão que se segue tem
das des Mit[aufens, uin zuwei]en ]:]aussuchung bei den A]ten zu ha]ten, wie sie ein comum com a filoso6la apenaso fato de não ser teologia
eseigentlich gemacht haben.Mit der Philosophie hat die folgende Uberlegung
nur se viel geinein, daí! sie nicht Tlaeologie ist. Em primeiro lugar, uma indicação prévia sobre o tempo que vem ao en-
contro na cotidianidade <.4//rí@Zic&&eizr>
, sobre o tempo natural e sobre o tem-
Zunãchst einen vorlãufigen Hlinweis auf die begegnende Zeit in der po do mundo. O interessesobre o que é o tempo foi na atualidade novamente
Alltãglichkeitt, auf die Natur- und Weltzeit. Das Interessedafür, was die Zeit despertadopelo desenvolvimento da pesquisa física em sua reflexão sobre os
sei, ist in der Gegenwart neu geweckt durch die Entwicklung der physikalischen princípios relativos à apreensãoe determinaçãoque aqui se devecompletar: re
Forschung in ihrer Besinnung auf die Grundprinzipien der hier zu vollziehenden lativos à medição da natureza num sistema relacional espaço-temporal. O esta-
Erfassung und Bestiminung: der Messung der Natur in einem raum-zeitlichen do atual destapesquisaestá fixado na teoria da relatividade de Einstein. Alguns
Bezugssystem. Der jetzige Stand dieser Forschung ist fixiert in der Einsteinschen enunciadossobre ela: o espaçoeln si não é nada; não há espaçoabsoluto. O
Relativitãtstheorie.Einige Sãtzedaraus:Der Raum ist an sich nichts; es gibt esp'ço somente existe por meio dos corpos e das energias que se mantém nele
keinen absoluten Raum. Er existiert nur durch die in ihm enthaltenen Kõrper (Um antigo enunciadode Aristóteles:) Também o tempo não é nada. O tempo
und Energien. (Ein alter Aristotelischer Satz:) Auch die Zeit ist nichts. Sie subsiste somente por causa dos acontecimentos que nele se desenrolam. Não há
besteht nur infolge der sich in ihr abspielenden Ereignisse. Es gibt keine um tempo absoluto, também não há uma simultaneidade absoluta(2) - Fácil
absolute Zeit, auch keine absolute Gleichzeitigkeit.(2) Man übersieht leicht mente passadespercebido nessa teoria de aspecto destrutivo o elemento positi-
über dela Destruktiven disser Theorie das Positive, daí! sie gerade die Invarianz vo dela: que ela justamente demonstra a invariância das equaçõesque descre-
der Gleichungen,die die Naturvorgãngebeschreiben,
gegenüberbeliebigen vem eventos da natureza perante transformações quaisquer.
Transformationen nachweist C) tempo é aquilo por onde se desenrolam os acontecimentos.(3) Assim
Die Zeit ist das,worin sich Ereignisseabspielen.(3)So wird dieselschon Aristóteles já entendia o tempo, relacionando-o ao modo fundamental de ser
von Aristotelesgesehenim Zusammenhang mit der Grundart desSeinsdes do ser da natureza:da mudança,do mesclarde lugar, do mover-se:ê7tetoõv oü

2 Zuspitzendc ZusanlmcnfassungHeideggers. Vgl. dazu AJbcrt Einstcin, Die Gtundlagc 2. Resumo concentrado dc Hcidcggcr. Cf. para isso Albert Einstcin. O/w?zda/ e fa da
der allgcmeincn Relativitâtstheorie. Annalen der Physik 49, Leipzig 1916. Vgl. auch rforía da e/af/pidadrgera/. Anais de Física, 49, Lcipzig, 1916. Cf. ainda: Sabren [ro-
Über dic spezielle und allgemeine Relativitâtstheorie. 7. Aufl., Braunschweig: Vicweg ria d%#:É98.Idadr&ê%lbiEespec#ica
f.gera/. 7a cd. Braunschwcig: Vicwcg, 1920, p. 90
1920. S. 90ff. und 95ff. Vgl. ferner: Vivi' Vorlesungcnüber Relativitâtsthcorie. \

c s a©mêÜbém : .Ezzarropre/eJ;ãeí
íaZ'refeo ia da 7'e/aripidade. Bi-aunschweig:Vieweg,
P
Braunscllweig: Vicweg 1922. S. 2.
3 Vgl. Aristoreles,PhysikiV Kap. 11, 219aff. 3. Comparar Aristótclcs, Fúlca IXCcap. 11, 219a ss.

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12 HIEIDEGGER, MI. o co/zce/'fO (/e /eJ71PO. CADERNOSOETRAOUÇÀO,n. 2, DF/USP 1997 13

Naturseins: der Verãnderung, des Platzwechsels,der Fortbewegung: énei otiv KÍvTlatÇ,


ãvá'K l Ítç Ktvfla Óç t etvat CEÜçÓv.(4)
"Dado que o tempo não é mo
oÓ KtvíjatÇ, ãváyK l Ç KlvÚa d)ç l etvctt aüzóv.(4) Da sie nicht selbst Bewegung vimento, deve ter alguma coisa a ver com o movimento". O tempo primeira-
ist, muí! sie irgendwiemit der Bewegungzu tun haben.Die Zeit begegnet tnente vem ao encontro no ente que se modifica; a mudança está no tempo.
zunãchstim verânderlich Seienden;Verãnderungist in der Zeit. Als was ist Zeit Como o tempo é encontrávelnestemodo de encontro, a saber,no por onde
in dieser Begegnisart, nãmlich als das Worin des Verãnderlichen, vorâindlich? < Teorm> do que se modifica?Dá-seo tempo aqui enquantoo que eleé mes-
Gibt sie sich vier als sie selbst in dem, was sie ist? Kann Cine Explikation der mo? Pode uma explicaçãodo tempo, que aqui se inicia, ter a garantia de que o
Zeit, die hier ansetzt,die Gewãhrhaben,dali damit die Zeit gleichsamdie tempo permite que os fcnâmenos fundamentais possam acontecer, os quais o
fundamentalen Phãnomene hergibt, die sie in dem eigenen Sem bestiminen? determinam em seu ser autêntico? Ou na busca dos fundamentos dos 6enâme
Oder wird man beim Aufsuchen der Grande der Phánomeneaufetwas anderes nos seremosremetidos a algo diferente?
verwiesen? Para o físico, o tempo vem ao encontro colmo sendo o quê? A apreensão
Als was begegnetdie Zeit für den Physiker?Das bestimmendeErfassen que determina o tempo tem o caráter da mensuração.A inensuraçãomede o
der Zeit hat den Cllarakter der Messung. Messung gibt an das Wielange und quanto tempo <WZ /anye> e o quando <Wanm>, ela mede o de-quando-até
das Wann, das Von-wann-bis-wann. Eine Uhr zeigt die Zeit. Eine Uhr ist ein quando <WoK-wamm-&is-wam#> . Um relógio indica o tempo. Uln relógio é um
physikalischesSystem,auf dela sich die gleiche zeitliche Zustandsfolgestãndig sistema físico, junto ao qual os sucessivosestados temporais idênticos constan-
wiederholt unter der Voraussetzung, dais dieses physikalische Systeln nicht der temente são retomados sob o pressuposto de que este sistema físico não está
Verãnderung durch ãuBere Einwirkung unterliegt. Die Wiederholung ist submetido à mudança atravésde influência externa. A retomada é cíclica. Cada
zyklisch. Jede Periode hat die gleiche Zeitdauer. Die Uhr gibt eine sich stãndig período tem duração temporal idêntica. O rel(5gio fornece uma duração idênti-
wiederholende gleiclle Dauer, auf die man iminer zurückgreifen kann. Die ca que constantemente se repete, a qual sempre é possível recorrer. A distribui-
Aufteilung dieser Dauerstrecke ist beliebig. Die Uhr iniíit die Zeit, sofern die çãodestesespaçosde duraçãoé indiferente. O relógio mede o tei-npojna medi-
Erstreckung der Dauer eines Geschellens auf gleiche Zustandsfolgen der Uhr da em que a extensãoda duração de uin acontecimento é comparadapor
verglichen und von da in ihrein Soviel zahlenmãíiig bestimmt wird. idênticas seqüências de estados do relógio e, a partir disso, determinada numa
Waserfahrenwir von der Ullr iiber die Zeit? Die Zeit ist etwas,in dem ricamente em sua quantidade.
beliebig ein Jetztpunkt fixiert werden kann, se dali immer von zwei O que experimentamosdo tempo por meio do relógio? O tempo é algo
verschiedenen Zeitpunkten der eine früher, der andere spãter ist. Darei ist kein no qual indiferentementepode ser fixado um ponto de agora </erzrp##&f>, de
Jetztpunkt der Zeit vor dein anderen ausgezeichnet.Er ist alsJetzt das mõgliche modo que em dois pontos de agora diferentes uin é anterior e o outro é poste
Früher einesSpâter, als Spãter das Spãter eines Früher. Diese Zeit ist durch- dor. Neste sentido, nenhum ponto de agora do tempo é privilegiado perante o
gãngig gleichartig, homogen. Nur sofern die Zeit als homogene konstituiert ist, outro. Ele é, enquanto agora, o possível mais cedo de uin mais tarde e, enquan-
ist sie ineílbar.Die Zeit ist se ein Abrollen, dessenStadienin der Beziehung to o mais tarde, o mais tarde de um mais cedo. Este tempo é completamente
des Früher und Spâter zueinander stehen. Jedes Früher und Spãter ist homogêneo <g/êicba zÜ>, homogêneo <#omoyeK>(*). O tempo é passível de
bestilnlnbar auseinein Jetzt, welchesaber selbstbeliebig ist. Geht man init der ser medido somente quando é constituído homogeneal-Rente.O tempo é, as-
Uhr auf ein Geschehenzu, se macht die Uhr ein Gescllellen ausdrücklich, mehr sim, uin desenrolar,cujas fasesestão numa relação mútua do l-naistarde com o

4.1.c., 219a 9s

A opção pelo termo alemão.g/eicbarfÜ c a repetição talvcz se destinem a reforçar a


4. a.a. O., 219a 9f. indifcrcnciação prcsenre no fenâmcno do tempo medido (N. T.)
l

14 HnoEGGER, M. O conde//o de feJ77po. CADERNOS DE TRADUÇÃO, n. 2, DF/USP 1997 15

hinsichtlicll seines Ablaufens im Jetzt als hinsichtlicll des Wieviel seiner Dauer. anaiscedo. Cada mais cedo e mais tarde é determinável a partir de um agora
Die priinãre Bestil-nmung, die die Uhr jeweils leistet, ist nicho die Angabe des que, no entanto, é indiferente. Se avaliamos um acontecimento por meio de uin
Wielange,desWieviel der gegenwãrtigflieíleilden Zeit, sonderndie jeweilige relógio, ele o torna uin acontecimento expressomuito mais em referência ao
Fixierung des Jetzt. Wenn ich die Uhr herausziehe,se ist daserste, was ich sage: seudecursono agorado que ein referênciaao quanto <W2ep/eZ>de suadura-
Jetzt ist es neun Uhr; 30 Minuten seitdem das geschah. In drei Stunden ist es ção.A determinaçãoprimária que o relógio toda vez alcançanão é a indicação
zwólf." do quanto tempo <W2r/ange> nem do quanto <M2rpíê/> do tempo que passa
Die Zeit jetzt, da ich auf die Uhr sebe:Wasist diesesJetzt?Jetzt, da ich presentemente, mas o fixar toda vez um agora. Se tiro o relógio de meu bolso,
estue; jetzt, da etwa hier das Licht ausgeht.Wasist dasJetzt?Verfüge ich über a primeira coisa que digo é: '%.gerasão nove horas; 30 minutos depois de algo
dasJetzt?Bin ich das Jetzt?lst feder Andere das Jetzt?Dann wãre die Zeit ja ter ocorrido. Daqui a três horas será meio-dia."
ich selbst,und jeder Andere wãre die Zeit. Und in unseremMiteinander wãren O tempo agora,quando olho para o relógio: O que é esteagora?Agora
wir die Zeit -- keiner und jeder. Bin ich das Jetzt, oder nur der, der es saga?Mit quando o faço; agora, quando aqui a luz se apaga. O que é o agora?Disponho
oder ohne ausdrückliche Uhr? Jetzt, abends, inorgens, dieseNacht, heute: l:vier do agora?Sou eu o agora?Cada uma das outras pessoasé o agora?Então o
stoíSenwir auf eine Uhr, die sich das inenschlicheDasein von jeher zugelegt tempo seria eu ]nesino, e todo outro ser seria o tempo. E em nosso ser comum
hat, die natürliche Uhr desWechselsvon Tag und Nacht. <.Mizrei a drr> seríamos o tempo -- ninguém e cada um. Sou eu o agora ou
Welche Bewandtnis hat es damit, daB inenschliches Dasein sich eine Uhr somente aquele que diz o agora? Com ou sem um relógio capaz de expressar
angeschafft hat schon vor allen Taschen- und Sonnenuhren? Verâijge ich über algo? Agora, de tarde, amanhã,estanoite, hoje: Aqui deparaino-noscom um
dasSem der Zeit und meine ich im Jetzt inich mit? Bin ich selbst dasJetzt und relógio que o ser-aíhumano desde muito tempo arranjou, o relógio natural da
mein Daseindie Zeit? Oder ist es ain Endedie Zeit selbst,die sich in uns die alternância entre o dia e a noite.
Uhr anschafft? Augustinus hat im XI. Buch seiner "Confessiones" die Frage bis O que estáein jogo no fato de o ser-aí humano ter arranjado um relógio
hierher getrieben, ob der Geist selbst die Zeit sei. Und Augustinus hat die Frage antes de possuir relógios de bolso e relógios solares?Disponho eu do ser do
vier stehengelassen."ln te, animemeus,teinporainetior; noli miai obstrepere: tempo e me considero a mim junto ao agora? Sou eu mesmo o agora e o meu
quod est; noli tibi obstrepereturbis affectionuln tuarum. In te, inquam, teinpora ser-aío tempo? Ou, enfim, é o tempo mesmo que em nós arranja o relógio?
inetior; affectionemquemres praetereuntes in te faciunt, et cum illae prae' Santo Agostinho levou a questão até este ponto no livro XI de suas Can$íiãeí,
terierint tnanet, ipsam menor praesentem,non easquae praeterierunt ut fieret: ao questionar se o espírito mesmo é o tempo. E Santo Agostinho deixou a
ipsaminetior, cum tempora menor."(5) in Paraphrase: "ln dir, hein Geist, questão por aqui: "ln te, anime meus, tempora inetior; noli mihi obstrepere:
messeich die Zeiten; dich messeich, se icll die Zeit messe.Koinme unir nicht quod est; noli tibi obstrepere turbis affectionum tuarum. In te, inquam, tempora
init der Frage in die (quere: Wie denn das?Verleite inich nicho dazu, von dir menor; affectionein quem res praetereuntes in te faciunt, et cum illae praeterie
wegzusehendurch eine falsche Frage. Koinl-ne dir selbst nicht in den Weg durch rmt manet, ipsain menor praesentem,non easquaepraeterierunt ut fieret: ipsaln
die Verwirrung dessen,was dica selbstangeheilmag. In dir, sagaich immer inetior, cum tempora menor."(5) Numa paráfrase: "Eln ti, meu espírito, meço
wieder, messeich die Zeit; die vorübergehend begegnendenDinge bringen dicll os tempos; a ti meço, tão logo meço o tempo. Não ine venha ao encontro com
in eineBefindlichkeit, die bleibt, wãhrendiene verschwinden.Die BeHlndlichkeit a pergunta: Mas como? Não ine faça desviar os olhos de ti com uma falsa

5 Augustinus, Confcssioncs. Liber XI, cap. 27, resp. 36. Sancti Aurelii Augustini opera 5. Augustinus, Ca tHesiío/}ei.Livro XI, cap. 27, resp.36. Sanctio Aurclli Augustini opera
omnia, post Lovaniensium theologorum rcccnsioncm. Editio novíssima, cmcndata ct omnia, post Lovaniensium theologorum rccensioncm. Editio novíssima,emcndata
auctior, accurante Migne. Parisiis 1841. Tomus 1, p. 823 sq. ct auctior, accurantcMigne. Parisiis 1841. tomo 1, p.823 s

H
16 HEloEGGER,
M. O conde/fo de re/npo. CAOERNOS OE TRAOUÇÃO, n. 2, DF/USP 1997 17

messeich in dem gegenwãrtigen Dasein, nicht die Dinge, welche vorübergehen, questão. Não vá tu mesmo por teu caminho com a confusão disso que pode
dali sie erst entstünde. Mein Mica-befinden selbst, ich wiederhole es, messeich, interessar a ti mesmo. Ein ti, digo sempre novamente, meço o tempo; as coisas
wenn ich die Zeit messe." que vem ao encontro e passamlevam-te a uma disposição <BEWmd/iró&f/zr> que
permanece,enquanto elas somem. A disposição meço no ser-aí presente, não as
Die Frage nach dem, was die Zeit sei, hat unsere Betrachtung auf das coisas, que passam para que ela possa primeiramente nascer. O meu encontrar-
Dasein verwiesen, wenn mit Dasein gemeint ist das Seiende in seinem Sem, das / me .<jflçhbe$#dem>próprio, eu repito, meço quando meço o tempo."
wir als menschliches Lebeil kennen; dieses Seiende in der /ewe /Ü&eizrseines
Seins,das Seiende,das wir feder selbst sind, das jeder von uns in der A questãoacercado que é o tempo levou nossaobservaçãoparao ser-aí,
Grundaussage trifft: lch bin. Die Aussage "lch bin" ist die eigentliche Aussage se por ser-aí se entende o ente em seu ser que conllecemos colho vida humana;
vom Sem vom Charakter des Daseins des Menschen. Dieses Seiende ist in der este ente em seu ier c;ada ez '::/ewfZZÜ/zeif>de seu ser, o ente que cada um de
Jeweiligkeit als meiniges. nós mesmos é, que atinge a cada um de nós no enunciado fundamental: eu sou
Aber bedurfte es dieser uinstândlichen Uberlegung, um auf das Dasein O enunciado "eu sou" é o autêntico enunciado do ser do caráter do ser-aído
zu stoíien? Genügte nicho der Hlinweis, dali die Akte des BewuBtseins, die l[oinein. Este ente estáno ser cada vez enquanto algo que é ]Beu <i# drr
seelischenVorgãnge, in der Zeit sind, auch dann, wenn dieseAkte sich auf etwas JeweilÜkeit ül$ nlein Ües>
richten, was selbst nicho durcll die Zeit bestimmt ist? Es ist ein Umweg. Aber Mas era necessáriatoda esta reflexão complicada para chegar ao ser-aí?
der Frage nach der Zeit liegt daran, eine solche Antwort zu gewinnen, daí! aus Não seria suãciente a indicação de que os fitos da consciência, os acontecimen-
ihr die verschiedenen Weisen des Zeitlichseins verstãndlich werden; und daran, tos da alma, estão no tempo também quando estesfitos sevoltam para algo que
einen móglichen Zusaininenhang dessen,was in der Zeit ist, init dem, was die sequer é determinado pelo tempo? Trata-se de um rodeio. Mas na pergunta pelo
eigentliche Zeitlichkeit ist, von allem Anfang an sichtbar werden zu lassen. tempo reside a possibilidade de alcançaruma tal resposta, para que baseadonela
Die Naturzeit als lãngst bekannte und besprochenehat bislang den Boden os distintos modos de ser temporal sejam compreensíveis; e a possibilidade de
6iir die Explikation der Zeit abgegeben.Sollte dasJ-nenschliche
Sem in eineln que possadesdea origem se tornar visível uma possível conexão entre o que
ausgezeichneten Sinne in der Zeit sem, se daB an ihm, was die Zeit ist, ablesbar está no tempo e o que é a autêntica temporalidade.
werden kann. se inuí! dieses Dasein charakterisiert werden in den Grund- O tempo natural enquanto algo já há muito tempo conhecido e discutido
bestiminungen seinesSeins.Es miiíite dana geradesem, dali Zeitlichsein recht até o momento abandonou o terreno para a explicação do tetnpo. Supondo que
verstanden die fundamentale Aussage des Daseins hinsichtlich seines Seins sei. o ser lluinano esteja de modo privilegiado no tempo, de modo que a partir dele
Ater auch se bedarf es einer vorgãngigen Anzeige einiger Grundstrukturen des possa ser deduzido o que é o tempo, este ser-aí então deverá ser caracterizado
Daseins selbst. segundo as deterJninações fundamentais de seu ser. Então deveria o ser tempo-
ral entendido adequadamenteser o enunciado fundamental do ser-aíein fere
1. Das Dasein ist das Seiende, das charakterisiert wird als /K-der-WÊZz:-fe/». rência a seu ser. Mas, mesmo assim, há a necessidadede uma indicação prévia
Das menschlicheLeben ist nicht irgendein Subjekt, das irgendein Kunststück sobre algumas estruturas fundamentais do ser-aí mesmo.
machen inuB. uin in die Welt zu kommen. Dasein als In-der-Welt-sem l-neint: in
der Weise in der Welt sem, daí! diesel Sem besagt: lnit der Welt umgehen; bei 1 . 0 ser-aí é o ente caracterizado como sfr-ma-mundo <.ín-drr-l@z/z:ieim>
ihr verweilen in einer Weise des Verriclltens, des Bewerkstelligens. des A vida humana não é qualquer sujeito que necessitafazer uma magia para po-
der entrar no mundo. Ser-aíenquanto ser-no-mundo sigiliâica: estar de tal modo
no mundo que esteser designe:lidar com o inundo, perJr)anecer nelenum modo
18 HnoKacEK, M. O conce]/o de feJnpo. CADERNOS DE TRADUÇÃO, n. 2, DF/USP 1997 19

Erledigens, aber auch der Betraclltung, des Befragens,des betrachtenden, de fazer algo, de realizar, de efetuar, mas também de contemplar, de questionar
vergleichenden Bestii-ninens.Das In-der-Welt-sem ist charakterisiert alsBeforgen. e de determinar por observaçãoe comparação.O ser-no-mundo estácaracteri-
2. Das Dasein als dieses In-der.Welt-saiu ist in fins dainit -Miar-eina7zder- zado como cuidar <.Besorgen>
sein, init Anderen sem: init Anderen dieselbe Welt dallaben, einander begegnen, 2. O ser-aí enquanto este ser-no-mundo é assim numa unidade ser-c08z-
miteinander sem in der Weise des Für-einander-seins.Aber diesel Dasein ist oi-owfl,os<.zt4iZ:-rima
dêr-sriK>, estar com outros: ter com os outros o ]nesino
zugleicll Vorhandensein âiir Andere, nãmlich auch se, wie ein Stein da ist, der mundo, encontrar-secoJ-nos outros, estar com os outros no modo do ser-pard-
keine Welt da hat und besorgt. os-outros <.Für-ei a der-sfi»> . Mas este ser-aí é ao mesmo tempo ser disposto
3. Miteinander in der Welt sem, als Miteinander sie haben, hat Cine < WorÉamde seí#> para os outros, a saber, também colmo uma pedra que está aí,
ausgezeicllnete Seinsbestiininung. Die Grundweise des Daseins der Welt, das que não possui uin inundo e não cuida de uin mundo
sie initeinander Dahaben, ist das SPrrc&e. Sprechei-tist voll gesehen: sich 3. Estarcom os outros no inundo, tê-lo com os outros apresentauma
aussprechendesmizt einem Anderen zZZ,rretwas Sprecllen. Im Sprechen spielt privilegiada determinação de ser. O modo fundamental do ser-aí no mundo.
sich vorwiegend das In-der-Welt-sem des Menschenab. Das wuíStescllon aquilo que os seres-aípossuem aí conjuntamente,..É.Q..@Ígr.5$Prec&ã5 Falar,
Aristoteles. In dein, wie das Dasein in seiner Welt über die Weise des Umgangs Ü
N
'visto de modo completo, é:.Jl11:pressando-se rom um outro falar soórralgo <iic&
init seiner Welt spricllt, ist mitgegeben eine Sr/&szraasZeg&#gdei l)aiei#í. Es sagt az/JÍPec#e drs m f r/ rz7z..4#dere/zzZZ'er
eM'ar SPrecórm>. No falar se desenrola
aus, als was das Dasein jeweilig sicll selbst versteht, als was es sich nimmt. lin com maior pesoo ser-no-mundodo homem. Disso já sabia Aristóteles.No
Miteinandersprechen,in dein, was inan se laerumspriclat,
liegt jeweils die modo colho o ser-aíno seu mundo fala sobre o modo de lidar com o seu Inundo
Selbstauslegungder Gegenwart, die in dieseln Gesprãch sich aufl)ãlt. está dada uma aaz:a exp/icafão da ier-aí <SeZ&fz:a s/egz/my deJ -DafeiKS> Isto
4. Das Dasein ist ein Seiendes, das sich bestiinmt als "lch bin". Für das designa colmo o ser-aí toda vez se compreende a si mesmo, como ele se vê. Na
Dasein ist die /eH'eiZig&ríz: des "lch bin" konstitutiv. Dasein ist also ebenso conversa com os outros, naquilo que se conversa pelos cantos, reside sempre a au
pril-nãr, wie es In-der-Welt-sem ist, auch mfi» Dasein. Es ist Je eÜenei d aZs to-explicação <Sr/&rtaz/í/ gwmy> do presente, que se mantém nesta conversa.
eÜe eilrwei/Ües. Soll diesel Seiende in seinein Seinscllarakter bestimmt werden, 4. O ser-aí é um ente que se detennina como uln "eu sou". Parao ser-aí é
se ist von der Jeweiligkeit als der je meinigen nicht zu abstrahieren. Mea res constitutivo o srr radlt1112..$.&yrí/@&eizr>
do "eu soull. Do mesmo modo, o ser-
agitur. Alle Grundclaaraktere inüssen sich se in der Jeweiligkeit als der Jr aí é tainbéi-n primariamente, enquanto ser-no-inundo, 7 ê &ser-aí. Ele é sf/more
mrí gr zusaminenfinden. próprio e eTlquünto próprio cada vez eLe <je e+genesund üls ei.genesjexPeilÜes> . Se
5. Sofern das Dasein ein Seiendes ist, das ida bin, und zugleich bestimmt esteente deve ser determinado ein seu caráter de ser, então não pode haver abs-
ist alsMit-einander-sem,bin ich mein Dasein zumeistund durcllschnittlicll nicht tração do ser cada vez enquanto sempre meu. -Alfa reí ayZfwr. Todos os caracteres
selbst, sondern die Anderen; icll bin init den Anderen und die Anderen mit den fundamentais devem, assim, encontrar-se no .!ÊLçgÊl3..ylZI enquantc!..g4gg..gge..É
Anderen ebenso. Keiner ist in der Alltãglicllkeit er selbst. Was er ist und wie er slWPven cw <3emgntgew>
ist, dasist nieinand: keiner und doca alle miteinander.Alle sind nicht sie selbst. 5. Na medida ein que o ser-aí é um ente que eu sou, e imediatamente é
Dieser Niemand, von dein wir selbst in der.AZZz:agZicó&eif gelebt werden, ist das determinado como ser-com-os-outros, geralmente e ein média não sou eu mes-
' Man sagt, man hõrt, íman ist dafijr, ímanbesorgt. In der Hartnãckigkeit lbo meu ser aí, luas sim os outros; estou com os outros e os outros igualmente
der Herrscllaft diesesMan liegen die Mõglichkeiten meines Daseins, und aus com os outros. Ninguétn na cotidianidadeé ele mesmo.O que e colmoele é,
dieser Einebnung heraus ist das "lcll bin" móglicll. Ein Seiendes, das die isto não é ninguém: Todos que
Mõglichkeit des"lch bin" ist, ist alssolcheszuineistein Seiendes,das27zam ist. não são eles mesmos. Este ninguém, do qual na í;of/díamidadr <,A//fag/ic#/zf/f>
nodos nós vivei-nos,é o "ie" <./lllggZ: Diz-se, ouve-se. é se a favor, cuida-se de
algo. Na tenacidade do império deste se <,Maz?> residem as possibilidades de
l

20 HEiDEccEK, M. O conceJfo de /eJnpo. CAOERNOSDE TRAOUÇÃO, n. 2, OF/USP 1997 21

6. Das se charakterisierte Seiende ist ein solches, dein es in seinein meu ser-aí e, saindo desta nivelação, o "eu sou" é possível. Um ente que é a
alltâglichen und jeweiligen In-der-Welt-semaafsei Seman/eomzwz:.Wie in allem possibilidade do "eu sou" é enquanto tal geralmente uin ente que ie é
Sprechenüber die Welt ein Sichl\usspreclxen des Daseinsüber sich selbst liegt, 6. O ente assim caracterizado é tal que, em seu ser-no-mundo cotidiano
se ist a/ZeJ óesorgemde Ulmyfbe/ ein .Beiorgen des SeÍms des -Daseins. Das, womit ich e que Ihe pertence a cada vez, !!?porra-/óe o ieu sfr <aafseíH SeZ» a#êlZWWzrZ
uingehe,woinit ich mich beschãftige,woran micla meia Beruf kettet, bin ich Assim como no falar sobre o mundo reside uin auto-expressar-sedo ser-aí so-
gewissennaíienselbst und darin spielt sicll hein Dasein ab. .Die Solvezlm daf bre si inesino, do mesmo modo z:ado mam tear gz/e c ida de <a/Z i &eiargemde
Dafri &az:.7fwf /f dai Sei im dif Sorve.geiz:r//r, wie es in der herrschenden UlmBeben > é utm cl&iliçlrr do sev tia scv-ü{ <Besov.meTI des Seios des Düscins> Com o
Auslegung des Daseins bekannt und verstanden ist. que lido, com o que me ocupo, a que se prende minha promissãosou de certo
7. In der DurchschnittlichkeitdesalltãglichenDaseinsliegt keine modo eu mesmo e nisso se desenrolao meu ser-aí..ApreaczzPafão
<Sorg > Pe/a
Reflexion auf das lch und das Selbst, und doca llat sicll das Dasein selbst. .Es ser-aí bradapezlíí eszraZ,eZecez
z a prfocaPaJ;ãoPr/a iel", tal como isso é conhecido e
Zre$def sida bei sich selbst. Es trifft sich da selbst an, wol-nit es gemeinlain cotnpreendido na explicação imperante do ser-aí.
umaeht. 7. Na medianidade <.D%rsc# ZffZZc&êeiz:>do ser-aí cotidiano não há uma
8. Das Dasein ist als Seiendesnicho zu beweisen,nicho einmal auf- reflexão sobre o eu e sobre o próprio e, mesmo assim, o ser-aí tem-se a si mes
zuweisen. Der priinãre Bezug zulu Dasein ist nicht die Betrachtung, sondern mo. Ele íe f co f a '$êgÊg4gÊ3.Junto a si ineslno. Ele se encontra <f #t a/z> a
das "es íei#". Das Sich-erfahren wie das Uber-sich-sprechen, die Selbstausle- si mesmo junto com o que lida coinumente.
gung, ist nur Cinebestiinmte ausgezeichnete Weise,in der dasDasein sicll selbst 8. O ser-aí enquanto ente não se deixa comprovar, Hein sequer se mostra
jeweils hat. Durcllschnittlich ist die AuslegungdesDaseinsvon der Alltãglichkeit ç!!!B!?Sn,:na1.2.>=g@'::.S=Zi23.
beherrscht, von dem, was man se über das Dasein und das menschliche Leben O experimentar-se a si mesmo, tanto quanto o falar sobre si mesmo, a auto-
überlieferter Weiseineint, vom Man, von der Tradition. explicação,é somenteum detenninado modo privilegiado no qual o ser-aícada
vez se possui. Em média, a explicação do ser-aí é dominada pela cotidianidade,
In der Anzeige dieser Seinscharaktereist elles enter die Voraussetzung vem daquilo que se pensade modo tradicional sobre o ser-aíe a vida humana,
gestellt, diesesSeiende sei an ihm selbst ftir eine es auf sem Sem a s/egede vem do impessoal <-Maná e da tradição
Forschung zugãnglich. lst diese Voraussetzung riclatig oder kann sie wankend
gemacllt werden? in der Tat. Ater nicht aus der Berufung darauf, daí! psycho- Na indicação destes caracteresde ser tudo foi estabelecido sob o pressu
logische Betrachtung des Daseins ins Dunkle fiihrt, komint diese Schwierigkeit. posto de que esteente é acessívelnele ]nesmo para uma pesquisaexpZic;azr/Pavol-
Eine weit ernsthaftere Schwierigkeit als die, daB menschliches Erkennen tada para o seu ser. Este pressuposto é certo ou somente pode ser colocado de
begrenzt ist, soll sichtbar gemacht werden, se zwar, daB wir gerade in dem modo titubeante? De fato. Mas esta dificuldade não surge porque a observação
Nicht-ausweichenvor der Verlegenheituns in die Mõgliclxkeit bringen, das psicológica do ser-aí conduz a uma escuridão. Uma dificuldade muito mais sé
Düsein in dev EtBentlicblzeit seinesSeioszu etgre\ten. ria do que esta, de que o conhecimento humano é limitado, deve ser aclarada, e
D\e Etâentticbkeit des Dnseins \s\ das , was seltxe iiaFerste SciwsmõBlichkeit certamente para que, não escaÊ);\ndoda oporia, possamos trazer-nos a possibili-
awi77zacbz:.
Durch diese ãuíierste Móglicllkeit des Daseins ist das Dasein priinãr dade de apreender o rer-a/ za az/Fe Zicidadr <-EÜemZ Zicblzfíf> de sfzl sr7'
bestimmt. Die Eigentliclakeit als ãuíierste Mógliclakeit des Seins des Daseins ist A az/irem
íridadedairr-a/ é o que constitui a maisextremapaiiiói/ídadrde
die Seinsbestimlnung,in der alle vorgenamatenCharakteredassind, was sie sfr usei s/ og/icÃ/zeir>
do ser-aí.Por meio destaextremapossibilidadedo ser
sind. Die Verlegenlaeit der Daseinserfassung gründet nicht in der Begrenztlaeit, aí, o ser-aíé determinado de modo primário. A autenticidade enqul\nto possi-
Unsicllerlleit und Unvollkoininenlleit desErkenntnisvermógens,sondernin dem bilidade extremade ser do ser-aí é a detenninação de ser <Sfi sóeif7z #g>
na qual todos os caracteres acinaacitados são o que são. A oporia da apreensão
22 HnDEGGER,
M. O conce]/o de /e/npo. (:AOERNOS DE TRAOUÇÃO, n. 2, DF/USP 1997 23

Seienden selbst, das erkannt werden soll: in einer Grundinóglicllkeit seines do ser-aínão se funda na limitação, incerteza e incoinpletude da faculd;\de de
Seins conhecimento, mas no ente mesmo que deve ser conhecido: numa possibilida-
Untar arderem wurde die Bestimmung genannt: Das Dasein ist in der de fundamental de seu ser
Jeweiligkeit; sofern es ist, was es sem kann, ist es je das meinige. Die Entre outras coisas, foi citada a determinação: O ser-aí está no ser cada
Bestiminung ist an diesel Sem eine durclagãngige,konstitutive. Wer sie vez; na medida em que é o que pode ser, o ser-aí sempre é algo que é meu. A
durchstreicht, hat an seinemTllelna dasverloren, wovon er spricht. detenninação é neste ser algo que o perpassa e que o constitui. Quem risca esta
Wie aber soíl dieses Seiende in seinem Sem erkannt werden, bevor es zu determinação perdeu Junto ao scu tema exatalnente aquilo sobre o que está falando.
seinemEnde gekol-nmenist? Bin iclt docll mit ineinein Dasein immer noclx Mas como deve ser conllcxido este ente em seu ser, antes de ele cllegar a
unterwegs. Es ist immer nocll etwas, was noch nicht zuende ist. AJn Ende, wenn um término? Pois com o meu ser eu ainda estou a caminho. Sempre é algo que
es soweit ist, ist es geradenicht mehr. Vor diesel Ende ist es nie eigentlich, ainda não terminou. No final, quando o ser-aífinalmente chegou a um nim, ele
was es sem kann; und ist es das, dana ist es nicht mehr. na verdade, já não é mais. Antes deste nim, o ser-aí nunca é autenticamente o
Vermagdas Dasein der Anderen Dasein im eigentlicllen Sinne nicho zu que pode ser; e se ele o é, já não é mais.
ersetzen?Die Auskunft auf dasDaseinAnderer,die init unir warenund die zu O ser-aí, ein sentido autêntico, não é capaz de substituir outro ser-aí?A
Ende gekoinlnen sind, ist eine sclllecllte Auskunft. Einl-nal ist es nicht mehr. Sem infonnação sobre o ser-aí dos outros que estavam comigo e que chegaram ao
Ende wãre ja das Nichos. Darum vennag das Dasein der Anderen nicht Dasein fim é uma péssima informação. O ser-aí de repe!!!ç..Jl&Q.E..Dois: Q seu fi41Ldç
im eigentliclaen Sinne zu ersetzen, wenn anders die Jeweiligkeit als meilaige certo seria o nada. Por isso, o ser-aí dos outros não pode, em sentido autêntico,
festgehalten werden soll. Das Dasein des Anderen llabe ich nie in der ursprün substituir o ser-aí, caso o ser cada vez </eweiZÜéeizr>,enquanto o ser meu, deva
glichen Weise, der einzig angemessenen Art des Hlabens von Dasein: den ser assegurado.O ser-aídos outros nunca possuode modo originário, segundo
Anderen &i# icll nie. o único modo adequado de possuir do ser-aí: o outro, eu nunca io &
Je weniger ímanEile hat, sich von disser Verlegenl)eit unvermerkt Quanto menos pressa houver em passar desapercebidamente por esta
fortzuschleichen, je lánger inan dabei aushãlt, uin se deutlicher wird sichtbar: apoia, quanto mais tempo nos mantennos nela, tão mais claro será: nisso que
in dem, was ain Dasein diese Schwierigkeit bereitet, zeigt es sich in seiner para o ser-aí prepara esta dificuldade ele se mostra na mais extrema possibilida
âuBerstenMóglichkeit. Das Ende ineinesDaseins,hein Tod, ist nicht etwas, de. é algo junto a que se completa um con-
wobei ein Ablaufszusalninenhang einmal abschnappt, sondern Cine Mõglichkeit, junto de transcursos, idas uma possibilidade, da qual o ser-aí sabe duma ou dou
uJ-ndie das Dasein se oder se weiB: die ãuBersteMõglicllkeit seiner selbst, die tra maneira: a extremapossibilidade de si ]-nesino,que ele pode apreender
es ergreifen, als bevorstehend aneignen kann. Das Dasein llat in sich selbst die quando pode assimila-la antecipadamente. O ser-aí tem ein si mesmo a possibi-
Mõglichkeit, sich mit seineinTod zusaininenzufindenals der ãuílersten lidade de se encontrar com a sua morte enquanto a extrema possibilidade dele
Mõglichkeit seiner selbst. Diese ãuíierste Seinsmóglichkeit ist vom Charakter mesmo. Esta extrema possibilidade possui o caráter antecipatório na consciên-
desBevorstelxensin Gewiílheit, und dieseGewiílheit ist ihrerseits charakterisiert cia <GrwZi# if>, e esta consciência é, por seu lado, caracterizada por tneio de
durch eine vóllige Unbestimmtheit. Die Selbstauslegung des Daseins, die fede uma completa indeterminação. A auto-explicação do ser-aí, que em termos de
andereAussagcan Gewií111eitund Eigentliclakeit überragt, ist die Auslegung auf consciência e autenticidade ultrapassa todo e qualquer enunciado, é a explica-
se\nen'tod, dte unbcstilnmte Gewi#heil; de eigenstelt Mtiglicbkeit desZu-Emde-seios. çõ.ode sua xnotte. a consciênciaindeterminada da possibilidadelwnisp óP iü de es
Was soll das 6ür unsere Frade, was die Zeit sei, und besonders 6ijr die tar-no- $m <Zu-Ente-seiws>
nãchsteFrage, was das Dasein in der Zeit sei? Das Dasein, iininer in der O que isso tem em comum com o nosso questionamento sobre o que é o
Jeweiligkeit desjemeinigen, weiíi uin seinenTod, und das auchdann, wenn es tempo e especialmente com a próxima questão, sobre o que é o ser-aí no tem-
po? O ser-aí, sempre estando em seu ser cada vez e em seu ser, sabe sobre sua
24 HnoEGGER,
M. O c0/7ce/ío de feJnpo. CADERNOS DE TRADUÇÃO, n. 2, I)F/USP 1997 25

nichts von ilun wissen will. Was ist dieses: je de# eÜe e» Zod õaóen?,EJisr eiK tnorte e isto também quando não quer saber nada dela. O que é isso: ff #Pr
Vorlüufend,esDüseins21 seinem Vorbeinls einer in Gewilibeit t nd õtliãer possuir ü própria Tzorte?E wln nntecil)nT < Morlaufcn> do ser-aí em relação ü sewpas-
Unbestiml»tbeit bcporstebctldewãtt$e sten Mõgticblzeit seiner selbst. Düsein aXs sar < Vorbei> enquanto wmü possibilidade actrema, de si mesmo que se antecipa nü
inenschlichesLeben isr primar .May/if#sei#, das Sem der Mõglicllkeit des co iríé r/a e wma co #PZ a i dezermi afãs. Sfr-a/ enquanto vida humana épri-
gewissenund dabei unbestiminten Vorbei. mar ame z:epaderfrr, o ser da possibilidade do passarapreendido pela consciên
Das Sem der Mõglichkeit ist darei iminer die Mõglicl)keit se, daB sie um cia e que é ao inesino tempo indeterminado.
den Tod weiíi, zumeist in dem Sinn: ich weiíSscllon, ater ich denkenicllt daran. O ser da possibilidadeé, junto a isso, semprea possibilidadede saber
Um den Tod weií! ich zumeist in der Art des zuriickweichendenWissens. Als acercada morte, geralmente no sentido: eu já sei, mas não penso nisso. Sobre a
Daseinsauslegung hat es dieses Wissen gleich bei der band, diese Móglichkeit morte eu geralmente sei no sentido de um saber que recua. Enquanto explica-
seines Seins zu verstellen. Das Dasein l)at selbst die Mõglichkeit, seinem Tod ção do ser-aí possuo este saber sempre à mão, para disfarçar esta possibilidade
auszuweichen. de meu ser. O ser-aítem mesmo a possibilidade de fugir de sua morte.
Diesel Vorbei, als zu welchem ich vorlaufe, rr)achein diesem meinein Este passar <Wor&ei>, ao qual me antecipo, possibilita, neste meu anteci-
Vorlaufen zu ibid eine Entdeckung: es ist das Vorbei von ziz Als diesesVorbei par, uma descoberta: trata-se do me% oassar. Enquanto este passar,.Êle revela o
deckt es mein Dasein auf als einmal nicht melar da; einmal bin ich niclat inehr meu ser-aí como de reoente não estendo mais aí: de repente não estou mais aí
da bei delaund den Sacllen,bei den und den Menscllen, bei diesenEitelkeiten, presente junto a estas ou aquelas coisas, junto a estes ou aqueles homens, junto
diesel Winkelzügen und dieser Gescllwâtzigkeit. Das Vorbei jagt alle a estasvaidades, a estessofismas e a estasverbosidades. O passar desnuda tudo
H.eimlichkeiten und Betriebsamkeiten auseinander,das Vorbei nimmt elles mit o que é familiar e todas as atividades, .g..1311311g
sich in das Nicllts. Das Vorbei ist keine Begebenheit,kein Vorfall in meinein gçn!!g.4a.ggya: O passarnão é um acontecimento, não é um incidente em meu
Dasein. Es ist ja fria Woróei,nicht ein Wasan ihm, das sich ereignet, das ihin ser-aí. Pois o passaré o irw paSSare não algo <Wai> que nele acontece e que
zustóBt und das es ãndert. DiesesVorbei ist kein Was, sondern ein Wie, und Ihe aplica uin golpe a ponto de modi6icá-lo. Este passarnão é uin o que < Was>
zwar das eigentliclle Wie ineines Daseins. DiesesVorbei, zu dem ich als dein mas um como < Mle> e, na verdade, o autêntico como de meu ser-aí. Este pas-
ineinigen vorlaufen kann, ist kein Was, sondern das Wie ineines Daseins sar, ao qual posso me antecipar enquanto algo que é meu, não é um o que, mas
schlechthin o como de meu ser-aí pura e simplesmente
Sobemdas Vorlaufen zu dem Vorbei diesesim Wie der Jeweiligkeit Na medidaein que o anteciparao passarapreendeesteno como de seu
festhãlt. wird dasDasein selbst siclatbarin seinein Wie. Das Vorlaufen zu dem cada vez ser, o ser-aí torna-se propriamente transparente em seu colmo. O ante
Vorbei ist das Anlaufen des Daseins gegen reine ãuílerste Mõglicllkeit; und cipar-se ao que passaé o pâr-se em marcha <.A#Zai4#r#>do ser-aí contra a sua
sofern dieses 'Hnlaufen gegen" ernst ist, wird es in diesem Laufen zurück extrema possibilidade; e na medida em que este "iniciar a marcha contra" é sé
geworfen in das Nocll-dasein seiner selbst. Es ist das Zurückkoininen des rio, o ser-aí, neste caminhar, é jogado de volta no ainda estar-aí <Nac#-cair/#>
Daseinsauf seineAlltãglicllkeit, die es noch ist, se zwar, dl\íSdas Vorbei als dele mesmo. E o voltar do ser-aí para a sua cotidianidade que ele ainda é, de tal
eigentliches Wie auch die Alltãglichkeit in illrem Wie aufdeckt, in illrer modo que certamente o passarenquanto autêntico como < W2e> também des
Gesclaãftigkeitund ihrem Betrieb in das Wie zurücknimmt. Alles Was und cobre a cotidianidade em seu colmo, toma-a de volta no como em suas ocupa-
Sorgenund Plâneinachenbringt es in das Wie zurück. ções e empreendimentos. Tudo o que se refere ao o que <Was> e todas as pre-
Diesel Vorbei-von als das Wie bringt das Dasein unnachsichtig in reine ocupaçõese planos o passartraz de volta para o como
einzige Mógliclakeit seiner selbst, lãígt es sicll ganz allein auf sicll selbst stellen. Estepassarde <Hor&ei-Pomo,
enquantoo corno <mZe>, traz involunta
Diesel Vorbei vennag, das Dasein inmitten der Hlerrlichkeit seiner Alltâglicllkeit riainente o ser-aí para a sua única possibilidade que é dele mesmo, deixa o ser
in die Unlleiinliclakeit zu stellen. Der Vorlauf ist, sofern er die ãuíSerste aí totalmente entregue a si mesmo. Este passar faz com que o ser-aí, enquanto
/).{/l- a.,~
26 HnoEGGER, M. O c0/7ce/fo de /eJnpo. CAOERNOS DE TRAOUÇÃO, n. 2, OF/USP, 1997 27

Móglichkeit des Daseins ihm vorhãlt, der Grundvollzug der Daseinsauslegung. estáno próprio centro da glória de suacotidianidade,fique na não-fainiliarida
Der Vorlauf reiBt die Grundhinsicht an sich, enter die das Dasein sich stellt. Er de <Z-/H&eim//c#éeif>. O antecipar, na medida em que oferecea extremapossi-
zeigt zugleich: die Grundkategorie diesesSeienden ist das Wie. bilidade ao ser-aí,é a execuçãofundamental da explicação do ser-aí.O anteci-
Vielleicht ist es kein Zufall, daB Kant dasGrundprinzip seinerEthik se par abarca a visada fundamental sob a qual o ser-aí se estabelece.Ele mostra ao
bestiinmte, daB wir sagen,es sei formal. Er wuíite vielleicht aus einer
Vertrautheit lnit dem Dasein selbst, daí! es das Wie ist. Erst den heutigen Talvez não seja um acaso Kant determinar o princípio de sua ética de tal
Propheten blieb es vorbehalten, das Dasein se zu organisieren, daB das Wie modo que a designamoscomo sendoformal. Talvezele soubesse,a partir de
verdeckt wird. um parentesco com o ser-aí mesmo, que se tratava do como. Somente para os
Das Dasein ist eigentlich bei ihm selbst, es ist wahrhaft existent, wenn es profetasde hoje permanecereservadaa tarefa de organizar o ser-aíde tal modo
sich in diesem Vorlaufen hãlt. Z)ienesWor/aztHriszP
nichts anderes als dif eÜe» /ic&e que o como dique encoberto.
z/md einzÜe ZwÉa ll$í def eÜene» Daifi#í. lin Vorlaufen lfr das Dasein seine O ser-aí está autenticamente junto a ele mesmo, é autenticamente exis
Zukunft, se zwar, dais es in diesem Zukünftigsein auf seine Vergangenheit und tente quando se mantém neste antecipar. .Erzrfa fecípar /fada mai; / do g#f o au-
Gegenwart zurückkomlnt. Das Dasein, begriffen in seiner ãuíSersten têntico e sinãalaT..Íà+tlvo <Zukun$> do próprio ser-ü{. No atxtec\pat. o set-a{ é o
Seinsmõglichkeit, Zfr dZeZrjzrJfZ&ir,nicht i# der Zeit. Das se charakterisierte seÇIfuturo, de tal modo que neste ser futuro <Z#&wlz@sein>ele volta para o
Zukünftigsein ist als das eigentliche Wie des Zeitlichseins die Seinsart des seü passado e seu presente. O ser-aí, apreendido em sua extrema possibilidade
Daseins, in der und aus der es sich seine Zeit gibt. Im Vorlaufen inich haltend de ser, / o p óPríafe/mPO,não está motempo. O ser futuro assim caracterizado,
bei meinemVorbei habeich Zeit. elles Gerede,das,worin es sich hãlt, alle enquanto o autêntico como do ser temporal <ZrilZ/r&s /#i>, é o modo de ser
Unrast, alle Geschâftigkeit, aller Lãrm und alles Gerente bricht zusaminen. do ser-aí no qual e a partir do qual ele se dá o seu tempo- Eu tenho tempo quan-
Keine Zeit haben heiílt, die Zeit in die schlechte Gegenwart des Alltags werfen. do no antecipar me mantenho em meu passar.Todo palavreadono qual o ser-aí
Zukünftigsein giba Zeit, bildet die Gegenwartausund lãBt die Vergangenheit semantém, toda correria, toda ocupação,todo barulho e toda agitaçãodesmo
im Wie ihres Gelebtseins wiederholen. ronam.Não ter tempo significa lançar o tempo no péssimopresentedo dia-a-
Auf die Zeit gesehen besagt das: das Grz/mdpóãnomem de7' Zeizf iszf die dia. .$!Lfuturo dá çe!!!Eg:fblmg g presentee permite que o passadosetareto-
ZwÉ#nl#. Um das zu sehen und nicht als interessantes Paradox zu verkaufen, muB mado no como de seu ser vivido <Ge/r&fse/ s>

dasjeweilige Dasein sich in seinemVorlaufeil halten. Dabei ofFenbartsich: der Visto a partir do tempo isto significa! o./2Eégzg@2.jwKdamf
laZdoz>rmpa
/
ursprüngliche Uingang mit der Zeit ist kein Messen. Das Zurückkommen im .e.811eZitPara perceber isso e não para simplesmente divulga.lo como um para
Vorlau6en ist ja selbst das Wie des Besorgens, in dem ich gerade verweile. Diesel doxo interessante, deve o ser-aí, que é cada vez, manter-se em seu antecipar
Zurückkommen kann nie das werden, was man langweilig nennt, was sich Nisto revela-se:o originário lidar com o tempo não é um medir. O voltar atrás
verbraucht, was abgenutzt wird. Die Jeweiligkeit ist dadurch ausgezeichnet,da8 <Zwrüfééommem> no anteciparé propriamenteo como do cuidar, na medida
sie aus dem Vorlaufeia in die eigentliche Zeit alceZeit jeweilig für sich hat. Die em que eu exatamenteme demoro. Este voltar atrás nunca pode ser o que se
Zeit wird nie lang, weil sie ursprünglich keine Longe hat. Das Vorlaufen-zu fàllt designa como sendo o que é cansativo, o que se deixa consurrlir e o que já está
in sich zusammen, wenn es verstanden wird als Frade nach dem Wann und Wie gasto. O ser cada vez é caracterizado pelo fato de que no antecipar ao autêntico
longe-noch des Vorbei, weil Anfragen an das Vorbei im Sinne des Wie-lange- tempo ele dispõe cada vez de todo tempo para si. O tempo nunca será longo,
noch und Wann gar nicht beim Vorbei sind in der charakterisierten Mõglichkeit; porque onginanalnente o tempo não tem extensão.O antecipar na direção de
sie klammern sich geradean das Noch-nicho-vorbei, sie beschãftigen sich mit <Hor/aztár#-z%>desmorona por si se for compreendido colmo pergunta pelo
dem, was mir mõglicherweisenocll bleibt. Diesel Fragenergreift niclxt die quando <Wam#> e pelo quanto tempo ainda <mze-Zamge-Kac#> do que pas
Unbestimmtlteit der Gewiíiheit des Vorbei, sondern will gerade die sou, porque as interpelaçõesao passar,no sentido do quanto tempo ainda e do
28 HnoEGGER,M. O conde/fo de feznpo. CADERNOS OE TRAOUÇÀO, n. 2, DF/USP 1997 29

unbestimmte Zeit bestiminen. Das Fragenist ein Loskominen-wollen vom quando, não estão de modo algum no passarsegundo a possibilidade caracteri-
Vorbei in dem, was es ist: unbestimmt und als unbestimmt gewiíi. Solches zada; estas interpelações se agarram exatamente no não-ter-passado-ainda
Fragen ist se wenig ein Vorlaufen zum Vorbei, daB es gerade die <Naí;#-Hic#f-poróei>, elas se ocupam caiu o que para mim possivelmente ainda
charakteristischeFlucht vor dem Vorbei organisiert. fica. Este questionamento não apreendea indetenninação da consciênciado pas-
Das Vorlaufen ergreift das Vorbei als eigentlicheMõglichkeit jedes sar, idas pretende exatamente determinar o tempo indetenninado. Tal questio-
Augenblicks, als das jetzt Gewisse. Das Zukünftigsein als Mõglichkeit des namento é um querer-livrar-se do passar naquilo que ele é: indetenninado e,
Daseins als jeweiligen giba Zeit, weil es die Zeit selbst iíf. So wird zugleich enquanto indetenninado, consciente. Tal questionamento é tampouco uin ante
sichtbar, dais die Frade nach dem Wieviel der Zeit, Wielange und Wann, sofern cipar ein relação ao passar,tanto que justamente organiza a fuga característica
die Zukünftigkeit eigentlich die Zeit ist, daB diese Frage der Zeit unangemessen perante o passar.
bleiben muíi. Nur wenn ich sage: die Zeit zu berechnenhat die Zeit eigentlich O antecipar apreende o passarenquanto a autêntica possibilidade de cada
keine Zeit, se ist dies eine angemessene Aussage. instante, enquanto a consciência do agora. O ser futuro, enquanto possibilida-
Doca haben wir das l)asein, das selbst die Zeit sem soll, kennengelernt de do ser-aí como alguém que é cada vez, dá tempo, porque ele mesmo / o tem
als init der Zeit rechnend, ja sogar sie messend mit der Uhr. Das Dasein ist da po Assim, logo torna-se visível que a questão pelo quanto < MZepieZ>do tem-
mit der Uhr, wenn auch nur der nãchst alltãglichen von Tag und Nacht. Das po\ pelo quanto tempo <mZeZamge>
e pelo quando <Wa#/z>, na medidaein
Dasein rechnet und fraga naco dein Wieviel der Zeit, ist daher nie bei der Zeit qué a futuridade <Z%êzZz#@éei > é autenticamente o tempo, que esta questão
in der Eigentlichkeit. So fragend nach dem Wann und Wieviel verliert das pelo tempo deve permanecer inadequada. Somente quando digo: ao calcular o
Dasein seine Zeit. Was ist mit diesem Fragen als dem die Zeit verlierenden? tempo, o tempo propriamente não tem tempo, tenho uin enunciado adequado.
Wohin kommt die Zeit? Gerade das Dasein, das mit der Zeit rechnet, mit der Mesmo assim, aprendemosa conhecer o ser-aí, que propriamente deve
Uhr in der Hand lebt, diesesmit der Zeit rechnendeDasein sagt stândig: ich ser o tempo, calculando o tempo e, inclusive, medindo-o com o relógio. O ser
cabe keine Zeit. Verrât es damit nicht sich selbst in dem, was es mit der Zeit aí está aí com o relógio, mesmo que geralmente esteja aí apenasno cotidiano,
inacht, sofern es ja selbst die Zeit ist? Die Zeit verlieren und sich dazu die Uhr dia e noite. .O ser-aí calcula e pergunta pelo auanto do ççlDpo, não está. portan
anschaffenl Bricht hier nicht die Unheimlichkeit des Daseins auf? Questionando pelo quando e pelo
Die Frage nach dein Wann des unbestimmten Vorbei und iiberhaupt nach quanto tempo, o ser-aíperde o seu tempo. O que está em jogo nesta questão
dem Wieviel der Zeit ist die Fragenachdein, was mir noch bleibt, noch bleibt que se refere à perda de tempo? Para onde se vai o tempo? Exatalnente o ser-aí
als Gegenwart. Die Zeit in das Wieviel bringen besagt: sie als Jetzt der que calcula o tempo, que vive com o relógio na hão, este ser-aíque calcula o
Gegenwart nehmen. Nach dem Wieviel der Zeit fragen heiíit, in dem Besorgen tempo fala constantemente: eu não tenho tempo. Será que ele não se revela a si
eines gegenwãrtigen Was aufgehen. Das Dasein flieht vor dem Wie und hãngt inesino com o que faz com o tempo, na medida ein que é ele mesmo o tempo?
sich an das jeweilige gegenwãrtige Was. Das Dasein ist das, was es besorgt; das Perdero tempo e, assim,adquirir um relógios Não emerge aqui a falta de fami-
Dasein ist seine Gegenwart. Alles, was in der Welt begegnet, begegnet ihin als liaridade do ser-aí?

A questão pelo quando do indeterminado passar e, em geral, pelo quan-


to do tempo é a questão pelo que ainda fica para mim, pelo que ainda Ricacomo
presente. Conduzir o tempo para o quanto significa: totná-lo enqu;\nto um ago-
ra da presença.Questionar o quanto do tempo signiRlcaemergir na ocupação
<-Briargen> de uin o que <Was> presentificado. O ser-aí escapa do colmo e se
entrega ao o que cada vez presentificado. O ser-aí é o que ele ocupa; o ser-aí é a
suapresença.Tudo o que vem ao encontro no mundo, vem-llle ao encontro
30 HEloEGGER,
M. O conde/ío de fe/?2po. CAI)ERNOS DE TRADUÇÃO, n. 2, DF/USP 1997 31

im Jetzt sich aufhaltend; se begegnet ilun die Zeit selbst, die je das Dasein ist, como o que se mantém no agora; l\ssimo tempo propriamente Ihe vem ao en
aber ist als Gegenwart. congro, tempo qtle é sempre o ser-aí, mas enquanto uin presente <Gege#warzr>
Das Besorgenals Aufgelaenin der Gegenwart ist gleichwohl als Sorge bei O ocupar'se <Beiargen > enquanto emergir na presença está, não obstante
einein Noch-nicho, das erst in der Sorge darum erledigt werden soll. Das Dasein enquantopreocupação<Sargf/z>, junto a um ainda não <Noc#-»Zc#r>que
ist auch in der Gegenwart seines Besorgensdie volle Zeit, se zwar, daí! es die deve, por isso, apenasser realizado na preocupação. O ser-aítambém na pre
Zukunft nicht los wird. Die Zukunft ist jetzt das,worin die Sorge hãngt, nicht sençade seu ocupar-secom algo é o tempo pleno, tanto que não consegueli-
das eigentliche Zukünftigsein des Vorbei, sondern die Zukunft, die sicll die vrar-sedo futuro. O futuro, ao qual se prende a preocupação,não é agora o
Gegenwart selbst als die ihrige ausbildet, weil das Vorbei als die eigentliche autênticoser futuro do passar,idaso futuro que a presençafonna parasi mes-
Zukunft nie gegenwãrtig werden kann. Wãre sie das, se wãre sie das Nichts. ma enquanto algo que é seu, porque o passarenquanto o autêntico futuro nun-
Die Zukünftigkeit, in der die Sorgohãngt,ist solchevon Gnadender ca pode ser presente. Se ele o fosse, então seria o nada. A futuridade
Gegenwart. Und das Dasein, als im Jetzt der gegenwãrtigenWelt aufgehend, <Zwéü/z#Ü&eir>, à qual se prerlde a preocupação, é tal graças à presença.E o
will es se wenig wahrhaben, daí! es sich von der eigentlichen Zukünftigkeit ser-aí, que emerge no agora do l-nundo presente, quer tampouco admitir que se
6ortgeschlichen hat, dais es sagt, es hãtte die Zukunft ergriffen in der Sorge um afastou da autêntica futuridade e diz que agarrou o futuro ein vista da preocu-
die Menschheitsentwicklung und Kultur etc. pÉjçãopelo desenvolvimentohumano, pela cultura etc
[)as Daseina]s besorgendeGegenwarthâlt sich bei dein auf. was es O ser-aí, enquanto presençaocupante, mantém-se junto àquilo que cuida
besorgt. Es wird überdrüssig im Was,überdrüssig, den Tag auszuHiillen.Dein <Z'esorgzr>. Ele fica enfastiado junto ao o que, enfastiado por ter de preencher o
Dasein als Gegenwart-sem, das nie Zeit hat, diesein Dasein wird die Zeit dia. Para o ser-aí col-no ser presente que nunca tem tempo, para este ser-aí o
plõtzlich lance.Die Zeit wird leer,weil dasDaseindie Zeit in der Fragenach tempo repentinamente se torna algo longo. O tempo se torna vazio porque o
dein Wieviel im vorllinein lang gemacht hat, wãhrend das stãndige ser-aí,ao questiona-lo por meio do quanto, de antemão o tornou longo, en-
Zurückkoininen im Vorlaufen auf das Vorbei nie langweilig wird. Das Dasein quanto que o constante voltar atrás, no antecipar ao passar,não se torna nunca
inóchte, dali stãndig Neues in die eigene Gegenwart begegnet. In der cansativo. O ser-aí pretende que constantemente coisas novas venham ao en
Alltãglichkeit begegnetdasWeltgeschehenin die Zeit, in die Gegenwart.Der contro na própria preselaça.Na cotidianidade o acontecimento do inundo vem
Alltag lebt lnit der Uhr, das besagt: das Besorgenkommt ohne Ende auf das ao encontro no tempo, na presença.
Jetzt zurück; es sagt: jetzt, von jetzt bis dann, zum nãcl)sten Jetzt.
Dasein, bestimmt als Miteinandersein, besagtzugleich: geführt semvon
der herrschenden Auslegung, die das Dasein von sich selbst gibt; von dein, was Ser-aí, detenninado enquanto ser-com-o-outro, designa ao mesmo tem-
mammeint, von der Mode, von den Strõmungen,von dein, was los ist: die po: ser conduzido pela explicação dominante que o ser-aí dá de si mesmo, a
Stról-nung, die keiner ist, das, was Mode ist: nieinand. Das Dasein ist in der partir do que íe pensa,a partir da moda, das tendêlacias,a partir do que está
Alltãglichkeit nicho das Sem, das ic# bin, vielmehr ist die Alltâglichkeit des acontecendo no inonlento: a tendência que não é tendência, isto que é a moda:
Daseins dasjenige Sem, das zwa#ist. Und deinnacll ist das Dasein die Zeit, in ninguétn. g.!S!-aí na cotidianidade não é o ser que eu sou: a cotidianidade do
der 27zaz initein;ulder ist: die "Man"-Zeit. Die Ular, die 279anllat, jede Ular zeigt E por isso o ser-aí é o tempo, no qual ie
die Zeit des Miteinander-in-der.Welt-seins . estácom os outros: o tempo do "se". O relógio que sf possui, cadarelógio, in-
Wir treffen in der Geschichtsforschung relevante, aber noch ganz dica o tempo do estar-com-o-outro-no-mundo <.44i rinamdrr-im-der-TW?Zr-Jfí#>
ungeklârte Phânomene wie das der Generationen, des Generations Encontramos na pesquisa historiogránlca fenâmeJlos relevantes, idas ain-
zusammenhangs, die mit diesel Phãnoineilenzusaminenhãngen.
Die Uhr zeigt da totalmente não esclarecidos, colmo o fenómeno das gerações e o da conexão
uns das Jetzt, ater keine Uhr zeigt je die Zukunft und hat je Vergangenlaeit entre as geraçi)es,que estão associadosa estes fenómenos. O relógio indica o
32 HnoEGGER,M. O conde//o de fe/22po. (:ADERNOS DE TRADUÇÃO, n. 2, DF/USP 1997 33

gezeigt. Alles Zeitmessen besagt: die Zeit in das Wieviel bringen. Wenn ich mit agora, mas nenhum relógio jamais indicou o futuro ou o passado. Toda medi-
der Uhr das zukünftige EintrefFen eines Ereignisses bestilnme, dana meine ich ção de tempo designa: trazer o tempo para o quanto. Se com o relógio deter
nicht die Zukunft, sondern bestiinine das Wielange meines jetzt Wartens bis zu mano o acontecer futuro de um evento, então não penso no futuro, mas deter
dein besagtenJetzt. Die Zeit, die eine Uhr zugãnglich macht, ist als gegen- hino o quanto tempo de meu esperar agora até aquele agora antecipado. O
wãrtige gesehen.Wenn versucht wird, an der Naturzeit abzunehmen,was die tempo que um relógio torna acessívelé visto colmo presente.Se tentarmos to-
Zeit sei, dann ist dasv6v das»éTpovfür Vergangenheitund Zukunft. Dana ist mar o tempo a partir do tempo da natureza, então o v6v é o Fé'tpovpara o pas-
die Zeit schon als Gegenwart ausgelegt, Vergangenheit ist interpretiert als sado e para o futuro. Então o tempo Já é explicado como presente, o passadoé
Nicho-mehr-Gegenwart,Zukunft als unbestimmte Noch-nicht-Gegenwart: interpretado como não sendo mais presente <Nic&zr-me#r-Gege#wa2'r> e o fu-
Vergangenheit ist unwiederbringlich, Zukunft unbestimmt. turo é interpretado como um indetenninado ainda não presente <Nac#-»ic#r-
Daher spricht die Alltãglichkeit von sich als das, in das hinein die Natur Gegrmwarf>: o passadonão é retornável, o futuro é indeterminado.
stãndig begegnet.Die Geschehnissesind in der Zeit, dasheiBt nicht: sie haben Por isso, a cotidianidade fala de si como sendo o lugar onde a natureza
Zeit, sondern vorkommendund daseiendbegegnensie als durch eine constantemente vem ao encontro. Os acontecimentos são no tempo, isso não
Gegenwart hindurchlaufend. Diese Gegenwartszeit wird expliziert als Ablaufs significa: eles possuem tempo, mas significa que vem ao encontro aparecendo e
fulge, die stãndig durch das Jetzt rollt; ein Nacheinander, von dem gesagt wird: estando aí enquanto passampor um presente. Este tempo do presente é expli-
der Richtungssinn ist ein einziger und nicht uinkehrbar. Alles Geschehenderollt citado enquanto uma seqüênciade transcursos,que constantementetranscorre
aus endloser Zukunft in die unwiederbringliche Vergangenheit. no agora; uma sequência da qual se diz: a direção é única e não retornável. Todo
An dieser Auslegung ist ein Doppeltes charakteristisch: 1. die Nicht acontecimento se desenrola de um futuro sem 6im para um passado que não é
Umkehrbarkeit, 2. die }:loinogenisierung auf Jetztpunkte. mais retornável.
Die Nic#zr-t/m&ebr&a &eifbegreift in sich, was dieseExplikation noch von Nesta explicação dois pontos são característicos: 1. a irreversibilidade
der eigentlichen Zeit erhaschenkann. Das bleibt übrig von der Zukünftigkeit <Nic#f-t7mée# óa ée/zr>, 2. a homogeneização segundo pontos de agora.
als Grundphãnoinen der Zeit als Dasein. Diese Betrachtung sieht von der A irrepfzTZ&i/idadecompreende ein si aquilo que esta explicação ainda con-
Zukunft weg in die Gegenwart,und aus dieser lãuft die Betrachtungder segueagarrar do autêntico tempo- E isto que sobra da futuridade como rena
fliehendenZeit in die Vergangenheit
ilach. Die Bestimmungder Zeit in ihrer medo fundamental do tempo enquanto ser-aí.Esta observaçãoolha do futuro
Nicht-Umkehrbarkeit grülldet darin, dais die Zeit vorher uingekehrt wurde. para o presente e deste vai atrás do tempo que decorre no passado. A determi-
Die .fÍamayemisáerwmg ist CineAngleichung der Zeit an den Rauin, an naçãodo tempo ein suairreversibilidadese funda no fato de o tempo ter sido
schlecllthinnige Prãsenz; die Tendenz, alle Zeit in eine Gegenwart aus sich antes transformado.
fortzudrãngen. Sie wird vóllig mathematisiert, zu der Koordinate t neben den A &omoyemeizafáoé uma identificaçãodo tempo ao espaço,uln presente
Raumkoordinaten x, y, z. Sie ist nicht umkehrbar. Das ist das einzige, worin <P ãrrmz> pura e simplesmente;a tendênciade impulsionar todo o tempo a
sich die Zeit noch zu Worte meldet, worin sie einer endgültigen Mathe- partir de si num presente. O tempo é completamente matematizado pela coor
inatisierung widersteht. Vorller und Nachlaersind nicht notwendig Früher und denada t junto às coordenadas espaciais x, y] z. Ele não é reversível. Esta é a
Spâter,nicht Weisender Zeitlichkeit. In der Zalllenreilaezurr\ Beispiel ist die 3 única afirmação na qual o tempo ainda se anuncia em palavras, ein que se opõe
vor der 4. die 8 nacoder 7. Die 3 ist deshalbaber nicht früher als die 4. Die a uma completa matematização. O antes e o depois não são necessariamente
Zahlen sind nichofriiher oder spãter,weil sie überhaupt nicllt in der Zeit sind. mais cedo e mais tarde, não são modos de temporalidade. Na seqüência numé-
Früher und Spâter sind ein ganz bestiinintes Vorller und Naclllaer. lst einmal rica, por exemplo,o 3 antecedeo 4, o 8 é depoisdo 7. 0 3 não é, no entanto,
mais cedo do que o 4. Os números não são algo mais cedo ou algo mais tardio,
porque eles,na verdade, nem estão no tempo. Mais cedo e mais tarde são ul-n
34 HnoEGGER, M. O conde/fo de feJ77po. CIAOERNOS
OE TRAOUÇÃO, n. 2, DF/USP, 1997 35

die Zeit als Uhrzeit denlniert, se ist es hoffnungslos, je zu ihrem ursprünglichen antes e uin depois bem determinados. Se o tempo é definido como tempo do
Sinn zu gelangen. relógio, então fica mesmo perdida a esperançade tentar chegar ao seusentido
DaB aber die Zeit zunãchst und zumeist se defiinert wird, liegt im Dasein onginano
selbst. Die Jeweiligkeit ist konstitutiv. Das Dasein ist das meinige in seiner Mas o fato de o tempo em primeiro lugar e quasesempreser definido
Eigentlichkeit nur als mõgliches.Das Daseinist zumeistda in der Alltãglichkeit, assim reside no próprio ser-aí. O ser cada vez </ewei/Ü&fií-> é constitutivo.~0
welche selbst aber als die bestii-nmte Zeitlichkeit, die vor der Zukünftigkeit ser-aí é o ser dele em sua autenticidade somente enquanto ser possível. O ser-aí
flüchtig ist, nur verstandenwerden kann, wenn sie mit der eigentlichen Zeit des na maioria dasvezesestáaí na cotidianidade, cuja cotidianidade mesma,no en
Zukünftigseins desVorbei konfrontiert wird. WasdasDasein von der Zeit sagt, tanto, somente pode ser compreendida como a temporalidade determinada -
spricht es von der Alltãglichkeit her. Das Dasein als in seiner Gegenwart que diante da futuridade é algo que escapa quando é confrontada com o au-
hãngend sagt: die Vergangenheit ist das Vorbei, sie ist unwiederbringlich. Das têntico tempo do ser futuro do passar.O que o ser-aídiz acercado tempo, diz a
ist die Vergangenheitder Gegenwart des Alltags, der in der Gegenwart seiner partir da cotidianidade.O ser-aípresoà suacotidianidadediz: o passadoé o
Betriebsamkeitensich aufhãlt. Darem sieht das Dasein als se bestimmte que passou, ele não é retornável. Isto é o passadodo presente do dia-a-dia, que
Gegenwart das Vergangene nicht. se mantém no presentede seusempreendimentos.Por isso, o ser-aí,assim de-
Die Betrachtung der Geschichte, die in der Gegenwart aufwáchst, sieht terminado pelo presente,não enxergao passado.
in ihr nur unwiederbringliche Betriebsamkeit: das,was los war. Die Betrachtung A consideraçãoda história, que no presentecresce,somente vê nela em-
dessen,was los war, ist unerschõpflich.Sie verliert sich im Stoff. Weil diese preendimentos não retornáveis: isto que já foi. A consideraçãode algo que já
Geschichte und Zeitlichkeit der Gegenwart gar nicho an die Vergangenheit foi é inesgotável. Ela se perde na matéria. Pelo fato de esta história e tempora-
herankoinmt, hat sie nur eine andere Gegenwart. Vergangenheit bleibt se longe lidade do presente não alcançar de modo algum o passado, ela possui um outro
einer Gegenwart verschlossen, als diese, das Dasein, nicht selbst geschichtlich presente. O passadopermanecerátrancado para um presente até o momento em
ist. Das Dasein ist aber geschichtlich ain ihm selbst, sofern es seineMõglichkeit que o ser-aí mesmo for histórico. Mas o ser-aí é em si mesmo histórico na me
ist. Im Zukünftigsein ist das Dasein seine Vergangenheit; es kommt darauf dadaein que é a sua possibilidade. No ser futuro, o ser-aí é o seu passado; ele
zurück im Wie. Die WeisedesZurückkommensist unter anderemdasGewissen. volta a este no como. O modo do voltar atrás é, entre outras coisas, a consciên-
Nur das Wie ist wiederholbar. Vergangenheit - als eigentliche Geschichtlichkeit cia <GewisrrK>. Soi-nenteo colmo pode ser retomado. Passado experimenta-
erfahren -- ist alles andere denn das Vorbei. Sie ist etwas, worauf ich immer do colmoautênticahistoricidade -- é tudo menos o passar.Ele é algo parao qual
wieder zurückkommen kann. sempre posso retornar
Die heutige Generation ineint, sie sei bei der Geschichte, sie sei sogar A geraçãode hoje achaque estájunto à história, acha inclusive que está
überlastet mit Geschichte. Sie jammert über den H.istorismus - lucus a non abarrotadade história. Ela se queixa do historicisino <HZslo ismai> - Jwrwsa
lucendo. Es wird etwas Geschichte genannt, was gar nicht Geschichte ist. Weil o / crendo.Denomina-sealgo como sendo história, masque, na verdade,nem
alles in Geschichte aufgehe, müsse l-nan, se sagt die Gegenwart, wieder zum é história. Porque tudo emerge na história, deveríamos, assim fala o presente,
t)bergeschichtlichen kominen. Nicho genug, daB das heutige Dasein sich in die voltar ao supra-histórico < Z-/&erZ sc#ícB /ic#e > . Já não é suficiente o ser-aí de

gegenwãrtigePseudogeschichte verloren hat, esinuB auchden letzten Rest ihrer hoje se perder na presentepseudo-história, ele necessitaainda utilizar o resto
Zeitlichkeit (d. i. des Daseins) dazu benutzen, uin sich ganz aus der Zeit, dela de sua temporalidade (isto é, de ser-aí) para se furtar totalmente ao tempo, ao
Dasein, fortzustehlen. Und auf diesemphantastischenWegezur Ubergeschich- ser-aí?E neste fantástico caminho para a supra-temporalidade deve a intuição
tlichkeit soll die Weltanschauunggefundenwerden. (Das ist die Unheimlichkeit, de mundo <lW?/z:asc#a#wny>ser encontrada (esta é a não familiaridade que
die die Zeit der Gegenwart ausinacht.) constitui o tempo do presente) l
36 HEloEGGER,
M. O conde/fo de feJnpo. CAOERNOS DE TRAOUÇÀO, n. 2, DF/USP 1997 37

Die gemeine Daseinsauslegung droht init der Gefahr des Relativismus. A explicaçãocomum do ser-aíameaçacom o relativismo. A angústiadi-
Aber die Angst vor dem Relativismus ist die Angst vor dem Dasein. ante do relativismo, porém, é a angústia diante do ser-aí. O passado, enquanto
Vergangenheit als eigentliche Geschichte ist wiederholbar im Wie. Die autêntica história, é retomável no colmo. -d poiii&//idade de acesso
à birz:a'riaj##-
Zagüngsmõglichkeit zwr Geschicbtegrünüct in der MÕ.glicbkeit, nüch der es cine dcç-sellü possibilidade de t+m presentepoder eülmente compreende -se comosendo algo
Ge.genwürtjeweils verstebt, zwkünftig zu sem. Düs ist de erste Sütz aller jafwro. Eífr é op imeiro e zciadade fada óer e é Z:íca.Ele diz algo sobre o ser
.f7erme#eaf/é.Er sagt etwas über das Sem des Daseins, das die Geschichtlichkeit do ser-aí, que é a historicidade ]nesma. A âiloso6ia nunca saberá o que é a histó-
selbst ist. Philosophie wird nie dahinterkommen, was Geschichte ist, solange ria enquantocontinuar a classifica-lacomo um objeto de observação.O serre
sie Geschichte als Betrachtungsgegenstand der Methode zergliedert. Das Rãtsel do da llistória residena questãode sabero que significa serllistórico <wasrs
der Geschichte liegt in dem, was es heiílt, geschichtlich zu ifi». bei$t, geschicbtlich zu sem>

Zusammenfassend ist zu sagen: Zeit ist Dasein. Dasein ist meine Eln resumo, podemos dizer: tempo é ser-aí. Ser-aí é o meu cada vez ser,
Jeweiligkeit, und sie kann die Jeweiligkeit im Zukünftigen sem im Vorlaufen e este, o meu cada vez ser, pode ser no futuro no antecipar ao passar conscien
zum gewissen aber unbestimmten Vorbei. Das Dasein ist iminer in einer Weise te, mas indeterminado. O ser-aí sempre está num modo de seu possível ser tem-
seinesmõglichen Zeitlichseins. Das Dasein ist die Zeit, die Zeit ist zeitlich. Das poral. O ser-aíé o tempo, o tempo é temporal. O ser-aí não é o tetnpo, mas a
Daseinist nicht die Zeit, sonderndie Zeitlichkeit. Die Grundaussage:die Zriz- temporalidade. O enunciado fundamental: o zempo/ fe/#PoraZ,é, por isso, a au
lízrzeifZicó,ist daher die eigentlichste Bestimmung - und sie ist keine Tautologie, têntica detenninação e ele não é uma tautologia, porque o ser da temporali-
weil das Sem der Zeitlichkeit ungleiche Wirklichkeit bedeutet. Das Dasein ist dade significa uma realidade desigual. O ser-aí é o seu passar,é a sua possibili-
sem Vorbei, ist seineMõglichkeit im Vorlaufen zu diesemVorbei. In diesein dade no antecipar a estepassar.Neste antecipar sou eu o tempo autenticamente,
Vorlaufen bin ich die Zeit eigentlich, habeich Zeit. Sofern die Zeit je meinige tenho tempo- Na medida em que o tempo sempre é meu, existem muitos tem
ist, gibt es viele Zeiten. l)ie Zeit ist sinnlos; Zeit ist zeitlich. pos- O tempo é destituído de sentido; tempo é temporal
Wird die Zeit se als Dasein verstanden, dana klãrt sich erst recht auf. was Se o tempo é assim compreendido enquanto ser-aí, então apenas se escla
die überlieferte Aussagevon der Zeit meint, wenn sie sagt: die Zeit ist das rechte rece o que significa o tradicional enunciado sobre o tempo, quando se diz: o
principium individuationis. Das versteht íman zumeist als nicht umkehrbare tempo é o adequadopri#c@i m imdipidl a omZ;.Compreende-se isso geralmente
Sukzession,als Gegenwartszeitund Naturzeit. Inwiefern ater ist die Zeit als colmo uma sucessãoirreversível, colmo tempo do presente e tempo natural. Mas
eigentliche das Individuationsprinzip, d. h. das, von wo aus das Dasein in der em que medida o tempo, enquanto algo autêntico, é o princípio da individuação,
Jeweiligkeit ist? Im Zukünftigsein des Vorlaufens wird das Dasein, das im isto é, a partir de onde o ser-aí está no ser cada vez? No ser futuro do antecipar,
Durchschnittlichen ist, es selbst; im Vorlaufen wird es sichtbar als die einzige o ser-aí que está na inedianidade é ele mesmo; no antecipar, o ser-aí torna-se
Diesmaligkeit seines einzigen Schicksals in der Mõglicllkeit seines einzigen visível enquanto o único ser que é desta vez <DieimaZÜérif> el-nseu único des-
Vorbei. Diese Individuation hat das Eigentümliche, dali sie es nicho zu einer tino <Sc#/caia/> na possibilidadede seu único passar.Esta individuação tem a
Individuation koinmen lãBt im Sinne der phantastischenHlerausbildung von peculiaridadede não deixar o ser-aíchegar a uma individuação, no sentido da
Ausnahmeexistenzen;sie schlãgt elles Sich-heraus-nehmennieder. Sie indivi- fonnação fantástica de existênciassingulares; todo querer destacarse <Sifó
duiert se, daRsie alle gleicll lnacht. Im Zusaininenseinmit dela Todo wird jeder óerazls-mróz@em> ela joga por terra. Ela individualiza no sentido de tornar todos
in das Wie gebracht, das feder gleichmãílig sem kann; in eine Móglichkeit, idênticos. Junto à morte toda pessoaé trazida para o colho, que todas podem
bezüglich der keiner ausgezeichnet ist; in das Wie, in dem elles Was zerstãubt. ser igualmente; é trazida para uma possibilidade segundo a qual ninguém se dis
tingue; é trazida para o como <WZe>, quando todo o que <Was> vira pó.

H
38 HEloEGGER, M. O conoeJro de re/27po. CAOERNOS OE TRAOUÇÀO, n. 2, OF/USP, }997 39

Zum SchluB Cine Probe auf die Gescllichtlichkeit und die Móglichkeit, Por 6im,uma amostrada historicidadee da possibilidadede retomada
zu wiederholen. Aristoteles pflegte oft in seinen Schriften einzuschãrfen,das Aristóteles costumava ein seus escritos acentuar fortemente que o importante é
Wichtigste sei die recite ltalõeía, die ursprüngliche Sicherheit in einer Sache, a nctlõeía adequada, a originária segurança num assunto, que cresce a partir de
erwachsenaus einer Vertrautheit mit der Sacheselbst, die Sicherheit des uma familiaridade com a questão mesma, a segurança no adequado lidar com a
angetnessenen Ul-ngehens mit der Sache. Ul-n dein Seinscharakter dessen, was questão. Para corresponder ao caráter de ser do que aqui é tel-na, devemos falar
vier Thema ist, zu entsprecllen, iniissen wir von der Zeit zeitlich reden. Wir temporalmente sobre o tempo- Queremos retomar temporalmente a questão
wollen die Frage,was die Zeit sei, zeitlich wiederholen.Die Zeit ist dasWie. sobre o tempo- O tempo é o colmo. Se perguntamos pelo que é o tempo, então
Wenn nachgefragtwird, was die Zeit sei, dann darf man sich nicht voreilig an não devemos agarrar-nos precipitadamente a uma resposta isto ou aquilo éo
eineAntwort hãngen(dasund dasist die Zeit), die imtner ein Wasbesagt. tempo -- que sempre designa um o que.
Sehenwir nicht auf die Antwort, sondern wiederholen wir die Frage. Was Não ollleinos para a resposta, mas retomemos a pergunta. O que aconte-
geschahmit der Frage?Sie hat sich gewandelt. Was ist die Zeit? wurde zur ceu com a pergunta? Ela transformou-se. O que é o tempo? Transfonnou-se ein:
Frade: Wer ist die Zeit? Nãher: sind wir selbst die Zeit? Oder noch nãher: bin quem é o tempo? Mais precisamente:somos nós mesmos o tempo? Ou mais
ich meine Zeit? Damit komme ich ihr am nãchsten,und wen]] ich die Frage precisamenteainda: sou eu o meu tempo? Com isso me aproximo ao máximo
recht verstehe, dann ist init illr alles ernst geworden. Also ist solchesFragen die dele, e se compreendo adequadamente a questão, então tudo o que está envol-
angemessenste Zugangs- und Uingangsart mit der Zeit als mit der je meinigen. vido com ela se tornou algo sério. Portanto, tal pergunta é o mais adequado
Dana wãre Dasein Fraglichsein. modo de acessoe modo de lidar com o tempo colho com o que é sempremeu.
Então o estar-aí <Z)atei > será ser questionador <Fray//criei >

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