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25 de Abril de 2018
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Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
Resumo
O presente estudo tem como objetivo realizar a produção de bioetanol através dos
processos de pré-tratamento, hidrólise e fermentação da borra de café e, avaliar o efeito de
três diferentes reagentes no pré-tratamento da mesma, nomeadamente o ácido sulfúrico,
ácido acético e água, relativamente à quantidade de glucose disponível para a fermentação
após a aplicação destes reagentes no pré-tratamento. A borra de café foi caracterizada quanto
à humidade (63,2 %), teor de cinzas (1,59 %), outros grupos obtiveram valores de matéria
gorda (12,62 %), celulose bruta (20,72 %) e proteínas (24,80 %) para grãos com humidade ≈
8%. O rendimento de etanol obtido utilizando como reagente no pré-tratamento o ácido
sulfúrico, ácido acético e água foi de 7,55 %, 4,77 % e 3,90 % (m etanol/m café moído),
respetivamente.
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Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
Índice
Lista de Figuras ................................................................................................................ iii
Nomenclatura.................................................................................................................... v
1. Introdução ..................................................................................................................... 1
3. Planeamento ................................................................................................................. 9
5. Conclusões ................................................................................................................. 15
6. Sugestões ................................................................................................................... 15
Referências ..................................................................................................................... 16
Anexo A........................................................................................................................... 17
Anexo B........................................................................................................................... 20
ii
Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
Lista de Figuras
Lista de Tabelas
Tabela A.1. Valores das massas medidas para a determinação do teor de cinzas da borra de
café ........................................................................................................................................... 25
Tabela A.2. Valores das massas medidas para a determinação da humidade da borra de
café ........................................................................................................................................... 25
Tabela A.4. Valores do °Brix para os ácidos utilizados no pré-tratamento da borra de café
Tabela A.5. Leituras do °Brix realizadas à 21,5 °C antes da fermentação (D0) e as suas
Tabela A.6. Leituras do °Brix realizadas à 23,7 °C durante a fermentação (D4) e as suas
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Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
Tabela A.7. Leituras do °Brix realizadas à 21,8 °C após a fermentação (D7) e as suas
Tabela A.8. Leituras do índice de refração (I.R.) do etanol obtido por destilação, fração
iv
Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
Nomenclatura
Introdução v
Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
1. Introdução
1.1. Biocombustíveis
Biocombustível é o combustível líquido ou gasoso produzido a partir de biomassa, a
qual vem a ser a fração biodegradável de produtos e resíduos provenientes da agricultura,
tanto de origem vegetal como animal, da silvicultura, assim como a fração biodegradável dos
resíduos industriais e urbanos (EEA - European Environment Agency, 2016).
Os biocombustíveis podem ser divididos em três grupos, consoante as matérias primas
das quais são obtidos. Denomina-se por biocombustível de primeira geração, o
biocombustível que é produzido a partir da fermentação de hidratos de carbono sólidos
nomeadamente, amido de milho, açúcar de beterraba ou de cana, óleos vegetais e sementes.
Os biocombustíveis de segunda geração são produzidos a partir de biomassa lenhocelulósica,
como os resíduos de madeira e os restos orgânicos dos resíduos urbanos, este por ser obtido
tanto através da queima direta, como também pela fermentação. Os combustíveis de terceira
geração são obtidos através de novas tecnologias que utilizam algas (Gomes, 2016).
Neste trabalho, é abordado a produção de apenas um biocombustível, de segunda
geração, produzido a partir da borra de café, o bioetanol.
Introdução 1
Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
1.3. Bioetanol
O bioetanol surge a partir do interesse dos países em criar alternativas que conduzam
à substituição da gasolina por biocombustíveis, assim como pela preocupação em reduzir a
emissão dos gases de efeito estufa provenientes da produção de combustíveis fósseis, como
a gasolina (Gomes, 2016).
Comparativamente à gasolina, o bioetanol possui um índice de octano superior e um
maior calor de vaporização, o que leva a uma maior taxa de compressão e um menor tempo
de queima, sendo assim mais eficiente quando utilizado em motores de combustão interna
Introdução 2
Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
(Balat, 2008). O etanol, por ser um combustível oxigenado, além de ser um fator que também
contribui para a eficiência da combustão, gera uma diminuição da emissão de partículas para
a atmosfera e consequentemente uma redução dos gases de efeito estufa (Demirbas, 2009).
O bioetanol produzido através da fermentação de produtos compostos por açúcares
simples (cana-de-açúcar, beterraba, sorgo, soro de leite e melaço) e por amido (milho, trigo,
tubérculos) são denominados de bioetanol de primeira geração. Estes produtos são
pertencentes à cadeia alimentar, cuja escala industrial, pode conferir impactos na
biodiversidade, aumento da desflorestação, competição com a alimentação humana e
consequente aumento do preço dos produtos alimentares (IEA – International Energy Agency,
2008).
Portanto, o uso de biomassa lenhocelulósica (madeira, palha, resíduos agrícolas) para
a produção de bioetanol através da fermentação, denominados de bioetanol de segunda
geração, pode ser uma alternativa sustentável para suprir os impactos negativos supracitados.
1.4.1 Pré-tratamento
Este consiste em quebrar a estrutura da lenhina, material que envolve os materiais
lenhocelulósicos, agindo como uma barreira natural. A quebra da lenhina reduz a
cristalinidade da celulose, aumentando a área superficial e acessibilidade das enzimas na
hidrólise realizada posteriormente.
Os pré-tratamentos podem ser físicos, químicos, biológicos e físico-químicos. Neste
estudo, foi realizado o pré-tratamento ácido, com dois ácidos diferentes e água, de forma a
comparar as suas funcionalidades ao longo da produção do bioetanol. A aplicação do pré-
tratamento com ácido diluído origina a solubilização dos açúcares da hemicelulose, separando
a biomassa numa fração líquida, na qual as pentoses estão contidas, da fração sólida
composta por lenhina e celulose (Mussatto, 2010).
1.4.2. Hidrólise
A hidrólise da biomassa lenhocelulósica tem como objetivo quebrar as cadeias da
celulose e hemicelulose para originar açúcares mais simples, de maneira a serem
fermentados posteriormente, ela pode ser realizada pela via química ou enzimática.
Neste estudo, foi realizada a hidrólise enzimática. O uso de enzimas na hidrólise
enzimática acelera certas reações químicas, através da diminuição da energia de ativação.
Introdução 3
Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
1.4.3. Fermentação
A fermentação é um processo bioquímico no qual microrganismos consomem
açúcares e os metaboliza a etanol e CO2 . Os açúcares são primeiramente convertidos em
piruvato, que sofre uma descarboxilação reduzindo o acetaldeído a etanol.
Açúcares como glucose, xilose, manose, galactose, arabinose, entre outros, são
originados a partir da biomassa lenhocelulósica através da hidrólise realizada previamente,
desta forma, é necessário escolher microrganismos que fermentem estes açúcares de forma
eficiente (Gomes, 2016).
Neste estudo, o microrganismo utilizado para a fermentação da borra de café
hidrolisada foi a Sacchromyces cerevisiae.
A temperatura ótima para a fermentação destes açúcares utilizando este
microrganismo encontra-se na faixa de 26 a 35 ºC. Temperaturas abaixo desta gama
promovem uma fermentação mais lenta e, temperaturas acima deste intervalo, além de se
aumentar a suscetibilidade de toxicidade da levedura ao etanol favorecendo o risco de
contaminação, promove-se também a evaporação do etanol (Furlan, 2009).
Observa-se também que fermentações realizadas em meio ácido, decorrendo em
uma gama de pH de 4 a 5, proporcionam melhor rendimento em etanol, uma vez que se
retarda o crescimento das leveduras e se restringem contaminações (Furlan, 2009).
2. Descrição Experimental
Reagentes:
- Borra de café
Material:
- Cadinho de porcelana
- Estufa à 105 ºC
- Balança analítica
Procedimento:
- Colocou-se o cadinho seco na balança analítica e registou-se a sua massa
- Colocou-se 1 g de borra de café no cadinho e registou-se a massa
- Colocou-se o cadinho com borra de café na estufa a 105 ºC
- Mediu-se regularmente a massa do cadinho com borra de café após duas horas em estufa,
e voltou-se a colocar na estufa, até atingir massa constante
- Registou-se a massa final
O teor de humidade é calculado a partir da Equação 1:
Descrição Experimental 6
Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
mi −mf
Humidade (%) = × 100 (Equação 1)
mi −mv
Em que:
mv – massa do cadinho vazio (g)
mi – massa do cadinho + amostra inicial (g)
mf – massa do cadinho + amostra final (g)
Reagentes:
- Borra de café
Material:
- Cadinho de porcelana
- Mufla
- Balança analítica
- Exsicador
Procedimento:
- Colocou-se o cadinho de porcelana na mufla à 550 ºC e posterior arrefecimento no exsicador.
- Após a sua calcinação, pesou-se o cadinho de porcelana.
- Colocou-se cerca de 5 g de amostra seca de borra de café no cadinho.
- Calcinou-se mufla durante 2 horas à 550 ºC
- Retirou-se o cadinho da mufla e colocou-se no exsicador. Deixou-se a arrefecer durante 30
minutos.
- Pesou-se o cadinho com a amostra na balança analítica.
mf −mv
Teor de cinzas (%) = mi −mv
× 100 (Equação 2)
Descrição Experimental 6
Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
Em que:
mv – massa do cadinho vazio (g)
mi – massa do cadinho + amostra inicial (g)
mf – massa do cadinho + amostra final (g)
2.2. Pré-tratamento
Com o objetivo de quebrar os polímeros da lenhina, de modo a aumentar a
acessibilidade das enzimas para a realização da hidrólise e obtenção de açúcares, foi
realizado um pré-tratamento ácido da borra de café. Para avaliar o rendimento da produção
de açúcares com uso de pré-tratamento foram realizados também ensaios com uso de água
em vez de ácido. O pré-tratamento foi realizado de acordo com o procedimento a seguir
descrito.
Reagentes:
- Borra de café
- Água desionizada (H2O)
- Ácido acético (CH3COOH) 5 % (v/v)
- Ácido sulfúrico (H2SO4) 5 % (v/v)
Material:
- Matrazes
- Banho termostático
Procedimento:
- Pesou-se cerca de 10 g de borra de café para 9 matrazes (3 para hidrólise com H2SO4, 3
para hidrólise com CH3COOH e 3 com H2O).
- Adicionou-se 200 mL da respetiva solução para cada matraz.
- Agitaram-se as misturas e taparam-se os matrazes.
- Colocaram-se os 9 matrazes num banho termostático a 85 ºC. durante 4 dias.
Para que a as enzimas atuem de modo mais eficiente, o pH das soluções após pré-tratamento
foi ajustado para o valor de 5 (pH ótimo para as enzimas utilizadas). Foram adicionados em
cada ensaio 1 mL de complexo enzimático Accelerase® e colocou-se num banho termostático.
Descrição Experimental 6
Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
Reagentes:
- Hidróxido de sódio (NaOH)
- Accelerase®
- Soluções de borra de café após pré-tratamento
Material:
- Frascos de vidro
- Medidor de pH
- Agitador magnético
- Banho termostático
- Filtrador a vácuo
- Matrazes
Procedimento:
- Transferiram-se as soluções de cada matraz para frascos de vidro respetivos.
- Ajustou-se o pH de cada ensaio para um valor próximo de 5, adicionando NaOH e lendo
simultaneamente no medidor de pH, num agitador magnético.
- Após ajuste de pH e estabilização da temperatura, foram adicionados 0,5 mL de Accelerase®
em cada ensaio, com posterior agitação.
- Colocou-se cada ensaio num banho termostatizado a uma temperatura de 50 ºC durante 3
dias.
- Após a hidrólise, foi realizada filtração a vácuo para cada ensaio, sendo cada filtrado
colocado em respetivos matrazes.
- Colocaram-se as amostras no frigorífico após a filtração.
Descrição Experimental 6
Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
para os 20 ºC, uma vez que a temperatura variou entre leituras. Recorrendo à curva de
calibração representada na Figura 1, foi realizado o cálculo da concentração de celulose.
Figura 1. Curva de calibração da concentração de açúcares totais em °Brix em função da glucose com
leituras corrigidas para 20 ºC (Gomes, 2016).
Reagentes:
- Soluções de borra de café após pré-tratamento e hidrólise enzimática.
- Álcool etílico comercial
Material:
- Refratómetro de Abbe
- Algodão
- Pipeta de Pasteur
Procedimento:
- Retiraram-se as amostras do frigorífico, sendo de seguida agitadas para homogeneização.
- Ligou-se o refratómetro e anotou-se a temperatura antes da realização de medições.
- Limpou-se a superfície dos prismas com etanol e algodão e esperou-se até evaporar.
- Usando uma pipeta de Pasteur colocou-se uma gota de amostra sobre a superfície do prisma
do refratómetro.
- Ao observar através da ocular, focou-se de forma a tornar a imagem nítida e ajustou-se a
linha que separa as zonas clara e escura com as cruzes do ecrã.
- Leu-se o índice de refração de cada ensaio em °Brix. Corrigiram-se as leituras à acidez e
para temperatura de 20 ºC.
- Colocaram-se as amostras no frigorífico de novo após as leituras.
Descrição Experimental 6
Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
2.5. Fermentação
Depois das leituras dos índices de refração das soluções após hidrólise para
quantificação de açúcar, seguiu-se a fase de fermentação dos açúcares para etanol. Foram
adicionados aproximadamente 2,5 g de fermento de padeiro (Saccharomyces cerevisiae) em
cada ensaio, ficando a fermentar durante 1 semana em banho termostático à 37 ºC.
Ao longo da fermentação foram realizadas medições do índice de refração das soluções
para monitorizar a esperada diminuição do teor de açúcares devido a conversão em etanol.
A fermentação foi realizada de acordo com o procedimento seguinte, sendo que as
medições dos índices de refração em °Brix foram feitas de maneira semelhante à descrita
anteriormente para a quantificação de açúcares após hidrólise.
Reagentes:
- Fermento de padeiro (Saccharomyces cerevisiae)
- Soluções de borra de café após pré-tratamento e hidrólise enzimática
- Álcool etílico comercial
Materiais:
- Balança digital
- Vidro de relógio
- Espátula
- Banho termostático a 37 ºC
- Refratómetro de Abbe
- Algodão
- Pipeta de Pasteur
Procedimento:
- Retiraram-se os matrazes com as soluções em estudo do frigorífico
- Colocou-se um vidro de relógio na balança digital e tarou-se, sendo pesados
aproximadamente 2,5 g de fermento de padeiro usando uma espátula.
- Transferiu-se a massa pesada de fermento de padeiro para a solução de borra após
tratamento e hidrólise enzimática e repetiu-se para as restantes.
- Após agitação para homogeneização, os matrazes com levedura foram colocados a
fermentar em banho termostático a 37 ºC durante 1 semana.
Descrição Experimental 6
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Usando os valores da massa de etanol destilado para cada solução e de fração mássica
das soluções de etanol foram obtidas as massas finais de etanol, sendo possível determinar
o rendimento.
O procedimento para a quantificação de etanol foi realizado como se encontra a seguir
descrito:
Reagentes:
- Soluções de borra de café após fermentação
Descrição Experimental 6
Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
Material:
- Rotavapor
- Balões de fundo redondo
- Matrazes com tampa de rosca
- Balança analítica
- Refratómetro de Abbe
- Algodão
- Pipeta de Pasteur
Procedimento:
- Retiraram-se os matrazes com as soluções após fermentação do frigorífico.
- Transferiram-se as soluções para balões de fundo redondo, onde foram colocados a destilar
no rotavapor a 60 ºC e 175 hPa.
- Enquanto decorria a destilação foram medidas as massas dos matrazes com tampa de rosca
numa balança analítica.
- Transferiu-se a solução de etanol destilado para o respetivo matraz com tampa de rosca e
mediu-se a massa total numa balança analítica.
- Após todas as soluções terem sido destiladas foram medidos os índices de refração de todas
as soluções de etanol num refratómetro de Abbe.
- Através da curva de calibração de índice de refração vs fração mássica de etanol foram
determinadas as frações mássicas de etanol em cada solução de etanol obtida após
destilação.
- Usando os valores das massas de etanol destilado e a respetiva fração mássica foi
determinado a massa final de etanol, e calculado o rendimento comparativamente a massa
inicial de borra de café utilizada.
Descrição Experimental 6
Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
3. Planeamento
O planeamento do trabalho experimental foi dividido por etapas, cujas atividades foram
definidas semanalmente, como indicado abaixo.
1ª semana:
• Realizou-se as caracterizações da borra de café, nomeadamente o teor de
humidade e o teor de cinzas.
• Preparou-se as soluções dos reagentes utilizados no pré-tratamento da borra de
2ª semana:
• Definiu-se as condições do pré-tratamento e deu-se início ao mesmo.
3ª semana:
• Definiu-se as condições da hidrólise e deu-se início a mesma.
4ª semana:
• Filtrou-se as amostras hidrolisadas e realizou-se as leituras do °Brix de cada
de serem fermentadas.
5ª semana:
• Definiu-se as condições da fermentação e deu-se início a mesma.
Descrição Experimental 6
Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
6ª semana:
• Deu-se fim à fermentação e realizou-se as leituras do °Brix.
7ª e 8ª semana:
• Realizou-se a separação do etanol das amostras fermentadas utilizando um
evaporador rotativo.
• Realizou-se a leitura do índice de refração das amostras de etanol evaporado
para quantificá-lo e avaliar o rendimento.
Descrição Experimental 6
Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
4. Resultados e Discussão
Tabela 2 – Caracterização da borra de café em termos de teor de humidade, teor de cinzas, teor de matéria gorda, teor de
celulose bruta e teor de proteínas.
Humidade Teor de cinzas** Matéria gorda* Celulose bruta* Proteínas*
63,2 % 1,59 % 12,62 % 20,72 % 25,25 %
*Caracterizações feitas por outros grupos utilizando borra de café com teor de humidade de ≈8%.
**% em base seca
Visto que neste trabalho o teor de humidade foi determinado usando borra de café
retirada diretamente do saco após recolha na loja, sem ficar a secar ao ar e à temperatura
ambiente antes de se realizar a caracterização, foi obtido um valor muito superior de humidade
(63,2 %) que os restantes grupos (≈ 8 %). Comparando com a literatura, verifica-se que a
humidade varia entre uma diversa gama de valores ( entre 8,10 e 63,00%), sendo dependente
das condições em que se encontra a borra de café antes da medição do teor de humidade
(Gomes, 2016). Deste modo, o valor obtido de 63,2 % é aceitável.
Um método mais apropriado para caracterização da borra de café, seria fazer a
caracterização da borra seca (0% teor de humidade), sendo que desse modo seria mais fácil
fazer a comparação quantitativa dos diferentes parâmetros, pois os seus teores (em %) estão
dependentes do teor de humidade.
Descrição Experimental 6
Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
As leituras em °Brix das amostras hão de ser corrigidas à acidez e à temperatura (20
°C). Com isso, as leituras em °Brix para os ácidos (CH3COOH e H2SO4) estão apresentados
em anexo na Tabela A.4.
Quanto às amostras, as leituras em °Brix para D0, D4 e D7 e as suas respetivas
correções, estão apresentados em anexo na Tabela A.5, A.6 e A.7, respetivamente.
A Tabela 3 apresenta os valores de massa de açúcares antes, durante e após a
fermentação e o rendimento de açúcar obtido.
Tabela 3 – Massa média de açúcar no licor obtido usando os 3 reagentes testados no pré-tratamento, antes da fermentação
(D0), após 4 dias de fermentação (D4) e no final da fermentação (D7), através do método de refratometria e rendimento mássico
em açúcar.
Foram obtidos valores negativos para a massa de açúcar das amostras pré-tratadas
com ácido após serem feitas as correções relativamente ao ácido e à temperatura. Isto
aconteceu possivelmente devido a um erro de medição do pH das amostras na etapa de ajuste
do pH (ver 2.2). No caso de um ajuste de pH impreciso, pode ser possível que a levedura não
realize a fermentação em condições ótimas.
Nas amostras sem ácido no pré-tratamento pode ser observado um decréscimo na
massa de açúcar. As amostras pré-tratadas, apesar de não serem quantitativamente viáveis,
mostram também um decréscimo geral na massa de açúcar. Isto sugere que na duração dos
7 dias a maior parte do açúcar foi convertido em etanol e biomassa.
Apesar do método de quantificação dos açúcares não parecer adequado, com
resultados mais confiáveis seria possível determinar a eficiência da conversão dos açúcares
em etanol através da divisão da massa de etanol obtida pelo açúcar consumido.
Descrição Experimental 6
Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
*Valor desprezado para o cálculo do rendimento por não estar em conformidade com os restantes (rendimento sem
desprezar = 6,03 %)
Descrição Experimental 6
Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
Descrição Experimental 6
Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
5. Conclusões
O objetivo deste trabalho foi fazer a comparação entre pré-tratamentos ácidos diferentes
para a hidrólise enzimática e fermentação subsequente dos açúcares de borra de café, para
produção de etanol. Adicionalmente, a borra de café foi caracterizada em termos de
humidade, teor de cinzas, proteína, matéria gorda e celulose bruta. As amostras foram pré-
tratadas com H2SO4 5 % (v/v) e CH3COOH 5 % (v/v). Outras amostras foram preparadas
usando água como base para comparação.
Na caracterização foram obtidos valores de humidade de 63,2 %, teor de cinzas de 1,59
% em base seca, matéria gorda 12,62 %, celulose bruta 20,72 % e proteína 25,25 %. Os
dados de matéria gorda, celulose bruta e proteína foram fornecidos por outros grupos que
realizaram este trabalho ao mesmo tempo e resultaram de borras de café com humidade de
≈ 8 %. O maior rendimento de etanol foi obtido nas amostras pré-tratadas com H2SO4
resultando num rendimento médio de 7,55 % (m etanol/m café moído). As amostras tratadas
com CH3COOH resultaram num rendimento médio de 4,77 % (m etanol/m café moído) e as
amostras com H2O num rendimento médio de 3,90 % (m etanol/m café moído). Esta
quantidade de etanol é provavelmente demasiado baixa para ser economicamente viável e
uma investigação mais aprofundada em relação aos parâmetros como tempo e temperatura,
seleção da enzima e tempo de fermentação pode vir a ser necessária.
6. Sugestões
O grupo tem 3 principais sugestões para futuras realizações deste trabalho. A primeira
sugestão é fazer a caracterização dos grãos de café secos (0 % teor de humidade), de modo
a facilitar a comparação quantitativa entre os diferentes parâmetros (celulose bruta, matéria
gorda, proteínas, etc.) entre diferentes grupos.
A segunda sugestão é fazer a caracterização em função do tamanho das partículas de
borra de café, visto que possivelmente este é um fator que afeta a eficiência do pré-tratamento
devido à variação da área de contacto.
Finalmente, o grupo sugere a realização da quantificação de açúcares utilizando outro
método, como por exemplo, DNS, visto que as soluções em análise são matrizes complexas,
com possíveis interferentes no método de refratometria. No caso do método de DNS, isso não
se verificaria, e, apesar do maior tempo de análise, seria mais preciso.
Referências 15
Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
Referências
Referências 16
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Anexo A
Tabela A.1. Valores das massas medidas para a determinação do teor de cinzas da borra de café.
𝒎𝒗 (g) 𝒎𝒊 (g) 𝒎𝒇 (g) 𝒎𝒊−𝒎𝒗 (g) 𝒎𝒇− 𝒎𝒗 (g) T.C. (%) T.C. médio (%)
1 78,3403 79,3628 78,3542 1,0225 0,0139 1,36
2 45,1299 46,1654 45,1474 1,0355 0,0175 1,69 1,59
3 58,8458 59,8518 58,8630 1,0060 0,0172 1,71
Tabela A.2. Valores das massas medidas para a determinação da humidade da borra de café.
𝒎𝒗 (g) 𝒎𝒊 (g) 𝒎𝒇 (g) 𝒎𝒊−𝒎𝒗 (g) 𝒎𝒇 − 𝒎𝒗 (g) H (%) H médio (%)
1 56,4336 64,3580 59,3123 7,9244 2,8787 63,7
63,2
2 49,8376 55,3078 51,8821 5,4702 2,0445 62,6
Tabela A.3. Massa de borra de café utilizada no pré-tratamento e respetivo volume da amostra após ajustamento do pH.
Ácido à 5 % (v/v) Ensaio mborra (g) pH ajustado V (mL)
1 10,01 5,01 333
2 10,11 5,01 400
CH3COOH
3 10,15 5,02 296
1 10,31 5,05 484
2 10,04 4,99 349
H2SO4
3 10,01 5,03 355
1 9,89 4,98 372
2 10,22 4,95 291
H2O
3 10,01 5,05 248
Tabela A.4. Valores do °Brix para os ácidos utilizados no pré-tratamento da borra de café para efeitos de correção do °Brix das
amostras.
Ácido °Brix
𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂𝐻 5,5
𝐻2 𝑆𝑂4 10
Tabela A.5. Leituras do °Brix realizadas à 21,5 °C antes da fermentação (D0) e as suas correções feitas à acidez e à temperatura
de 20 °C.
Fator de
Corrigido à T ºC e
Reagente Ensaio °Brix Corrigido à acidez correção
acidez
à T ºC
1 4,5 -1 +0,116 -0,884
𝑪𝑯𝟑 𝑪𝑶𝑶𝑯 2 3,7 -1,8 +0,1048 -1,6952
3 4,5 -1 +0,116 -0,884
1 6,50 -3,5 +0,091 -3,409
𝑯𝟐 𝑺𝑶𝟒 2 7,60 -2,4 +0,1064 -2,2936
3 7,75 -2,25 +0,1085 -2,1415
1 1,50 1,5 +0,073 1,573
𝑯𝟐 𝒐 2 1,75 1,75 +0,0735 1,8235
3 1,50 1,5 +0,073 1,573
Anexo B 17
Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
Tabela A.6. Leituras do °Brix realizadas à 23,7 °C durante a fermentação (D4) e as suas correções feitas à acidez e à temperatura
de 20 °C.
Fator de
Corrigido à T ºC e
Reagente Ensaio °Brix Corrigido à acidez correção
acidez
à T ºC
1 4,1 -1,4 +0,2332 -1,1668
𝑪𝑯𝟑 𝑪𝑶𝑶𝑯 2 3,4 -2,1 +0,2248 -1,8752
3 4,6 -0,9 +0,2392 -0,6608
1 6,25 -3,75 +0,22 -3,53
𝑯𝟐 𝑺𝑶𝟒 2 7,9 -2,1 +0,2674 -1,8326
3 7,5 -2,5 +0,265 -2,235
1 0,75 0,75 +0,259 1,009
𝑯𝟐 𝒐 2 1 1 +0,262 1,262
3 1,4 1,4 +0,2668 1,6668
Tabela A.7. Leituras do °Brix realizadas à 21,8 °C após a fermentação (D7) e as suas correções feitas à acidez e à temperatura
de 20 °C.
Fator de
Corrigido à T ºC e
Reagente Ensaio °Brix Corrigido à acidez correção
acidez
à T ºC
1 3,75 -1,75 +0,1055 -1,6445
𝑪𝑯𝟑 𝑪𝑶𝑶𝑯 2 4 -1,5 +0,109 -1,391
3 4,35 -1,15 +0,1139 -1,0361
1 6,25 -3,75 +0,0875 -3,6625
𝑯𝟐 𝑺𝑶𝟒 2 7,25 -2,75 +0,1015 -2,6485
3 5,5 -4,5 +0,077 -4,423
1 0,9 0,9 +0,0718 0,9718
𝑯𝟐 𝒐 2 1,25 1,25 +0,0725 1,3225
3 1,1 1,1 +0,0722 1,1722
Anexo B 18
Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
Tabela A.8. Leituras do índice de refração (I.R.) do etanol obtido por destilação, fração mássica obtida através da
curva de calibração, massa de etanol calculada e massa de borra de café.
Massa
𝒎𝒔𝒐𝒍𝒖çã𝒐 (g) Fração
Reagente Ensaio I.R. 𝒎𝒆𝒕𝒂𝒏𝒐𝒍 (g) Borra de
etanol (m/m)
Café (g)
1 24,29 1,3350 0,0200 0,4868 10,01
𝑪𝑯𝟑 𝑪𝑶𝑶𝑯 2 30,10 1,3347 0,0150 0,4515 10,11
3 33,81 1,3347 0,0150 0,5072 10,15
1 58,39 1,3347 0,0150 0,8759 10,31
𝑯𝟐 𝑺𝑶𝟒 2 12,80 1,3352 0,0233 0,2987 10,04
3 33,11 1,3350 0,0200 0,6622 10,01
1 33,90 1,3345 0,0117 0,3955 9,89
𝑯𝟐 𝒐 2 47,75 1,3345 0,0116 0,5571 10,22
3 19,35 1,3345 0,0116 0,2257 10,01
Anexo B 19
Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
Anexo B
(0,07− 0,06)×(1,5− 0)
➢ 𝐹= 5−0
+ 0,06
➢ 𝐹 = 0,063
O valor do fator de correção à temperatura é adicionado ao valor de °Brix:
➢ °𝐵𝑟𝑖𝑥𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑜 à 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 = 1,5 + 0,063 = 1,563
Anexo B 20
Produção de Bioetanol a partir das Borras de Café através dos Processos de Hidrólise e Fermentação
Figura B.3.1. Correção de leituras ºBrix em função de temperaturas de banho superiores a 20 ºC.
Anexo B.4. – Exemplo de cálculo para a fração mássica do etanol e massa de etanol (ensaio
1 de H2O).
𝐼𝑅 − 1,3338 1,3345 − 1,3338
𝐼𝑅 = 0,0006𝑥 + 1,3338 ⇔ 𝑥 = ⇔𝑥= = 0,012
0,0006 0,0006
𝑚𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙 = 𝑥 ∙ 𝑚𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 = 0,0117 ∙ 33,90 = 0,3955 𝑔
Anexo B 21