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Mestrando em Direito Privado pela PUC Minas. Especialista em Direito Penal pela UGF. Advogado.
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Doutor e Mestre pela PUC Minas. Professor da PUC Minas e Newton Paiva.
Advogado.
1 Principais Fatos Históricos da Idade Média
chamada de Idade Medieval, pode ser dividida em dois períodos: alta idade média (476
a 1.100) e baixa idade média (1.100 a 1.453). Teve início com a queda do Império
Império Romano foi fragmentado entre tribos. A economia européia foi muito
afetando diretamente a economia. Ainda nesse cenário houve grande expansão da Igreja
tornando-se cada vez mais forte e influente. E os feudos, por serem economicamente
contrário dos imperadores romanos, que foram grandes legisladores. Apesar disso,
ocorreram codificações desse direito germânico, como, por exemplo, a Lex Salica, o
escritas em latim).
Romano, ocorrida no século XII. Haviam três escolas de estudo específico do Direito
Romano.
poder central, eis que os poderes eram exercidos dentro de cada feudo, individualmente.
Inclusive, o poder judiciário foi desmembrado nas mãos dos senhores feudais, numa
Além disso, dentro de cada feudo era possível perceber o domínio cultural
do clero, fruto da vasta expansão da Igreja Católica. Até mesmo a justiça era feita
latina, adotada pela Igreja, passou a ser adotada em grande parte pelo povo germânico.
Assim, o senhor feudal era o dono da terra e do servo, era detentor do poder militar,
que era protegido pelo senhor feudal. Inclusive o feudo era unidade autônoma, no
época. Com isso, o feudalismo entra em crise e passa a ocorrer uma transição para o
capitalismo.
3 Fontes do Direito
O direito nessa época era fundado basicamente nos costumes. Esse direito
não se preocupava com leis e, nem mesmo, com documentos escritos. As populações
qual “o indivíduo vive segundo as regras jurídicas de seu povo, raça, tribo ou nação, não
império.
Em se tratando de rompimento com as fontes clássicas e fundamento nos
costumes germânicos, surge o chamado direito romano vulgar. Isso eis que os germanos
cultural, tais como escrita, música, teatro, escolas, poesia, etc.” (FIUZA: 2007, p. 64).
costumeiro e não haviam escritos jurídicos específicos. Inclusive a maioria dos casos
eram resolvidos de forma “justa” por meio da chamada vontade divina. Os preceitos dos
admitida somente quando não conflitante com os decretos dos concílios ou dos Papas e,
sobretudo, com o direito divino (ius divinum) – conjunto de regras jurídicas extraídas
das sagradas escrituras, Antigo e Novo Testamento, bem como dos doutores da Igreja,
tais como Santo Ambrósio, São Jerônimo, Santo Agostinho e São Gregório de
papa, que era superior até mesmo com relação aos reis bárbaros, era o único que
4 O Direito Germânico
detrimento do indivíduo e, por esse motivo, tinha conceito muito restrito sobre
propriedade.
Tendo em vista o caráter consuetudinário do direito, os reis germânicos, ao
contrário dos imperadores romanos, pouco legislavam. E, além disso, quando o faziam,
modificá-lo, mas antes a de fixar o velho Direito tribal. Isto se deve à visão que tinham
do Direito: realidade eterna, que poderia ser interpretada e elucidada, mas não alterada
(costumeiro e essencialmente oral), era essencialmente privado, eis que não tinham
Edito do rei Rothari dos lombardos e os Estatutos dos reis anglo-saxões (que foram as
únicas que não foram escritas em latim). Nessas compilações percebe-se a influência do
eis que era baseado em desafios físicos e, até mesmo, na influência social.
5 O Direito Feudal
Fiúza,
fundiárias. Duraram quatro séculos, sem qualquer legislação escrita significativa, nem
romano ou dos direitos nacionais germânicos. Suas características gerais são, todavia
de direito feudal, além de normas de direito processual e penal. Elas eram editadas pelos
jurídica. Não tinham muita aplicação prática, porque não existiam leis aplicáveis a todo
um reino.
Até mesmo o direito da Igreja Romana não tinha muita autoridade, em face
uma questão particular ou regulamentar uma questão de detalhe. Pode-se mencionar que
28).
entre senhor feudal e servos, temos retratadas noções importantes de boa-fé, lealdade e
fidelidade. Por isso, temos como características a presença da valorização das relações
pessoais e da propriedade fundiária. Além disso, temos a ausência do Estado, eis que o
econômico.
6 O Direito Canônico
nesse direito eis que ele tinha grande influência da moral. Por isso, vários conflitos eram
resolvidos por acordos, sendo que cada parte renunciava um pouco para transacionarem
reciprocamente.
Além disso, os julgamentos, em uma busca pela perfeição, não tomavam por
base apenas os fatos e suas conseqüências. Havia uma atenção para a personalidade do
eles, estava a Didascália dos Apóstolos, que continha os princípios fundamentais para a
Também pode ser considerado como fonte o Decreto de Graciano eis que foi feita uma
reunião e interpretação de vários textos. Além desses, é válido também mencionar que
O lavor legislativo prossegue com os papas posteriores: aos cinco livros das
Decretais (iudez, iudicium, clericus, connubia, crimen) acrescentam-se o
sexto, de Bonifácio VIII, 1298; as Clementinas, de Clemente V, 1314; as
extravagantes, de João XXII, 1319, as extravagantes comuns, 1325. Estas
compilações constituíram, mais tarde (século XVI), o corpo de Direito
Canônico, Corpus Iuris Canonici, adicionando-se, ainda, as Instituições, de
Paulo Lancelotto, obra didática que complementa o texto. (AZEVEDO: 2007,
p. 114).
marginalização e exclusão das pessoas que não fazem parte da religião católica. Para
fortes e,
por serem os sujeitos que materializam o saber divino na terra, a Igreja e o
direito canônico têm o condão de proceder a demarcação do lugar ideal onde
reside a Palavra que deve governar não esse ou aquele aglomerado, mas
realmente todo o gênero humano. O direito canônico permitirá, nesse sentido,
o exercício jurídico do império católico por meio de rigorosa lógica,
dogmática, que implicará a existência de uma monarquia sacerdotal
onipotente na jurisdição (no dizer o que é o direito): o Papa será o pontifície
católico e imperador romano ao mesmo tempo. (WOLKMER: 2005, p. 184).
sistema jurídico que acompanhasse tal evolução. Havia uma busca por um ambiente
seguro e estável para que as trocas comerciais se realizassem de forma produtiva. Além
disso, seria importante ter um sistema unificado, para garantir um mercado que não
tivesse fronteira.
constitucionais dos Estados feudais, eis que o sistema romano, além de abordar o direito
nobreza. Assim,
sobre o surgimento da classe dos juristas profissionais na Europa. Isso foi originado por
um processo de racionalização e busca cada vez maior por uma técnica jurídica
era formado pela combinação entre o Direito Romano (ressurgido na fase Medieval) e o
com base no Ius Commune, em muito influencia a prática jurídica” (FIUZA: 2007, p.
68).
8 O Papel das Universidades
maior homogeneidade no pensamento dos juristas que elas formavam. Isso, inclusive,
contribuiu para a recepção do direito romano, tido como uma valiosa herança jurídica
necessidades de seu tempo. Nesse sentido, deram grande contribuição para que o Ius
“humanistas que cunharam duas expressões importantes: Idade Média e Corpus Iuris
Por fim, pode-se ainda citar a respeito de mais uma, a chamada escola do
jurídico com trabalho dos comentadores.” (WOLKMER: 2005, p. 162). Para esse autor,
essa remodelação não se realizou nos mesmos moldes da que ocorreu através dos
consiliadores do séc. XIV, “pois os preceitos clássicos eram adequados de acordo com
diversos avanços com relação ao conhecimento jurídico, sob diversos aspectos, sejam
9 Conclusão
O artigo teve por objetivo estudar o Direito na Idade Média. Apesar de ser
Medieval contribuiu muito para o atual Direito, tendo aparecido vários institutos nesse
Por fim, analisa a importância das universidades e suas diversas escolas com
Referências Bibliográficas
AZEVEDO, Luiz Carlos de. Introdução à história do direito. 2. ed. rev., São Paulo:
FIUZA, César. Direito civil: curso completo. 10. ed., Belo Horizonte: Del Rey, 2007.
IDADE média. Wikipédia. Disponível em:
SILVEIRA, Maísa Cristina Dante da. Direito feudal: o que é isso? 2004.
2008.
VAN CAENEGEM, R.C. Uma introdução histórica ao direito privado. São Paulo: