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[1] Platão, Protágoras, tradução de Eleazar Magalhães Teixeira, Fortaleza: Edições UFC, 1986.
Gíria própria dos adeptos e que significa o momento em que a pessoa resolve que dedicará a sua
vida, na totalidade, à Obra.
[3] Perdoem-me os homens, mas lamento profundamente as pessoas que não quiseram, ou não
tiveram a chance de carregar um filho na barriga e viver um parto. Algumas pessoas poderiam
descrever o parto apenas como “dor e sangue” mas a verdade é que não existe maravilha maior do
que ver a face do filho amado e sentir o que se sente. É indescritível o orgulho, a maravilha, a
felicidade. É reviver o momento primordial da Criação, é o momento em que sentimos que
realizamos uma parte da obra da Deus, pois criamos vida.
[4] Também aqui o segredo faz os seus estragos. Quando uma pessoa muito conhecida ou muito
importante sai, e não é possível ocultar a sua ausência, pode acontecer de ser divulgada uma
mentira, do tipo “foi transferido” ou “está atendendo em outro lugar”. Assim, um membro comum
que, em um esforço hercúleo, consiga se desligar do Opus Dei, tem negado o direito de saber que
existem outros de já seguiram o caminho. Fica-lhe a impressão de que ele está só, é o único
apóstata nesse universo. Sua companheira é a amargura de saber que amizades de anos eram falsas,
pois poucos têm coragem de ampará-lo.
[5] O que chamo aqui de “modelo pedagógico” é um modelo que, partindo de premissas que
podem ser político-ideológicas, religiosas, etc., sempre apresentadas como verdades absolutas e
irrefutáveis, é aplicado na educação que visa a criar o “homem novo”, perfeitamente adaptado ao
sistema proposto. É como se fosse um “molde” que fabrica pessoas exatamente iguais umas às
outras, programadas para pensar e agir de acordo com aquilo que nelas é incutido. É bastante
comum encontrá-lo em ideologias totalitárias.
[6] A hýbris talvez seja o único pecado que os gregos antigos reconheciam. É a conjugação da
hýbris (soberba) e da hamartía (erro de julgamento) do herói que possibilitam o final desastroso nas
tragédias gregas.
[7] Parece que logo, logo o Opus Dei terá um novo santo. O que aconteceu com nossos bons e
velhos santos tradicionais que, durante séculos, deram conta das necessidades e dos problemas dos
católicos comuns? Por outro lado, não desejo discutir aqui a infalibilidade do Papa, pois acredito
que ele mesmo já discutiu isso, ao pedir perdão pelos erros passados da Igreja. E isso é mais um
sinal do pecado de soberba do Opus Dei: o Papa pode admitir que a Igreja errou, mas o Opus Dei
considera que não erra.
[8] Não me causou qualquer tipo de admiração o fato dos autores terem relatado que em
determinado colégio ligado, pelo menos ideologicamente, ao Opus Dei, haja membros da extinta
TFP. O parentesco entre as duas organizações parece estar patente: ambas abusam
psicologicamente de seus membros, odeiam a instituição da família, têm pavor do feminino,
recrutam crianças e têm uma visão medieval da vida religiosa.
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