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Assessoria & Consultoria Jurídica

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DO JUIZADO


ESPECIAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE GUANAMBI - BAHIA.

AGNALDO PEREIRA PRIMO, brasileiro, casado, pedreiro (desempregado),


portador da cédula de identidade RG nº 09.047.159-81, SPP/BA, inscrito no CPF/MF sob o nº
948.749.645-91, não possui endereço eletrônico, residente e domiciliado na Rua Minas Gerais, nº
734, bairro Alto caiçara, Guanambi – BA, CEP: 46.430-000 ,por seu procurador in fine assinado,
com endereço profissional constante no rodapé, onde receberão as notificações de estilo, com
fundamento no artigo 203, inciso V da Constituição Federal c/c o artigo 20, § 2º da Lei 8742/93
(LOAS), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA PARA CONCESSÃO DE BENEFÍCIO ASSISTENCIAL


– BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA/LOAS
com pedido de tutela provisória de urgência

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, Autarquia


Federal, Pessoa Jurídica de Direito Público Interno, situada na Rua Inês Yara Teixeira Cotrim, nº
344, Centro, Guanambi-BA, CEP 46.430-000, pelas razões de fato e de direito que passa a expor.

I – PRIMEIRAMENTE – DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA:

Requer seja deferido, primeiramente, o benefício da assistência judiciária gratuita,


com base no artigo 4° da Lei 1.060/50 c/c o artigo 5°, inciso LXXIV, da Constituição Federal, visto
que o Autor não está em condições de arcar com as custas processuais, sem prejuízo do próprio
sustento e de sua família, conforme se verifica facilmente de sua documentação, da qual se extrai
que o Requerente é desempregado e deficiente físico.

É cediço que em sede de Juizados Especiais Federais, não há custas em primeira


instancia, mas o rogo se faz plausível, tendo em vista uma possível interposição de recurso por
parte Demandante.

Assim, conforme estabelecido pela norma prevista no parágrafo 1°, do artigo 4° da


Lei 1.060/50, presume-se pobre, até prova em contrário, quem afirmar tal condição, nos termos da
Lei.

II - BREVIÁRIO FÁTICO:

De proemio, insta avivar, que o Autor é possuidor de parcos recursos, não tem
condições de trabalhar, é acometido do CID 10 S 82.0- S82 - Fratura da perna, incluindo
tornozelo e CID 10 S 72- Fratura do fêmur, tem 47 (quarenta e sete) anos de idade, sobrevive

Av. Santos Dumont, 363, sala 103, Bairro Aeroporto Velho, Guanambi- BA, CEP 46.430-000
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por causa da ajuda de familiares, não teve a oportunidade de frequentar escola ou
estabelecimento de ensino superior ou fundamental.

Ademais, quase nunca conseguiu emprego registrado, por essa razão conta só
com algumas contribuições sociais de quando ainda conseguia trabalhar esporadicamente
fazendo bicos, não conseguindo receber o benefício de auxílio doença ou aposentadoria por
invalidez.

Cumpre ainda asseverar, na tentativa de exercer o mister de pedreiro, o Autor,


ante suas incapacidades físicas, desenvolveu um problema grave para conseguir trabalhar com
terceiros, não tendo condições físicas de exercer qualquer atividade laborativa.

Nesse liame, o Autor requereu junto ao INSS no dia 27/08/2018 o benefício


assistencial, por comtemplar os requisitos necessários para o recebimento do benefício. Está
enfermo e desempregado e não possui nenhum rendimento mensal.

Ocorre que, o benefício pleiteado foi negado após realização de perícia médica
efetuada pela Autarquia Previdenciária, pelo motivo descrito na Certidão de Indeferimento que
“NÃO ATENDER ÁS EXIGÊNCIAS DA DEFICIÊNCIA PARA ACESSO AO BPC-LOAS”. Absurdo,
já que o Requerente tem esses graves problemas físicos, desenvolvendo incapacidade para
o labor

Pois bem, entendeu a mencionada Autarquia Federal que o Requerente não faria
jus ao BPC, tendo em vista que a Perícia Médica supostamente concluiu que não foram
preenchidos os critérios de deficiência.

Data venia, mas falta a decisão do INSS amparo fático. Os documentos juntados
com a presente peça atestam de forma cabal que a deficiência apresentada pelo Requerente o
impossibilita para o trabalho.

III - DOS REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DO AMPARO ASSISTENCIAL AO PORTADOR


DE DEFICIÊNCIA:

O Requerente é acometido de grave deficiência, qual seja: CID 10 S 82.0- S82 -


Fratura da perna, incluindo tornozelo e CID 10 S 72- Fratura do fêmur, problema este que
causa impedimentos de longo prazo de natureza física, os quais, em interação com diversas
barreiras, impedem sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas; a
deficiência do Requerente o incapacita permanentemente para exercer atividade laboral, conforme
farta documentação em anexo.

O Autor está desempregado devido as suas enfermidades, e deste modo não


consegue exercer atividade laboral que garanta sua subsistência. Atualmente reside uma casa

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simples, repise-se, vivendo da ajuda de alguns vizinhos, fato esse que capacita o Requerente para
receber o benefício, os quais enquadram todos como beneficiários especiais da previdência.

Dessa forma, resta evidente que o Requerente faz jus e necessita da concessão
do Amparo Assistencial ao Portador de Deficiência Física, uma vez que, possui deficiência que o
torna incapaz para a vida e para o trabalho, assim como não possui condições de prover seu
próprio sustento e de sua família, visto a impossibilidade de trabalhar, e por não possuir nenhum
parente que possa prover sua subsistência.

Importante destacar que indeferimento do benefício por parte do INSS em


nada tem haver com a renda, sendo fato incontroverso a situação de miserabilidade do
Demandante.

Nesse sentido, a Turma Regional de Uniformização da 4ª Região já pacificou o


entendimento de que  fatores de ordem pessoal do requerente, como baixíssimo nível de
instrução, que evidentemente impeça uma absorção da pessoa pelo mercado de trabalho podem
ensejar, segundo as peculiaridades do caso concreto, a concessão do Benefício Assistencial.

Também foi assentado o posicionamento no sentido de que “o critério objetivo


estabelecido pela Lei nº 8.742/93 (artigo 20, §3º) não exclui outros elementos de prova para
aferição da condição sócio-econômica do requerente e sua família ” (TRU4, PU
2007.70.54.000779-9, Rel. Juíza Federal Flavia da Silva Xavier, DJ 21.01.2009).

A Turma Regional de Uniformização da 4ª Região, já pacificou entendimento


nesse sentido:
PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO REGIONAL. BENEFÍCIO ASSITENCIAL. LOAS.
REQUISITO OBJETIVO DE DA RENDA PER CAPITA IGUAL INFERIOR A 1/4 DO
SALÁRIO MÍNIMO. FLEXIBILIZAÇÃO. NECESSIDADE DE ANÁLISE DAS
CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO CONCRETO PARA A SUA AFERIÇÃO. REAFIRMAÇÃO
DA JURISPRUDÊNCIA UNIFORMIZADA.
1. De acordo com a jurisprudência uniformizada pela Turma Regional de Uniformização da
4ª Região, o critério objetivo estabelecido no artigo 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93, não exclui
outros elementos de prova para aferição da condição sócio-econômica do requerente de
benefício assistencial e de sua família, que devem ser sopesadas pelo julgador quando da
análise do preenchimento do aludido requisito.
2. Pedido de uniformização conhecido e provido.
INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO JEF Nº 5000377-36.2012.404.7106, Relator Joane
Unfer Calderaro, D.E. 07/12/2012

Destarte, resta evidente que o Requerente faz jus e necessita da concessão do


Amparo Assistencial ao Idoso Portador de deficiência, uma vez que, não consegue laborar devido
as problemas de saúde que te acomete, assim como não possui condições de prover seu próprio
sustento, e por não possuir nenhum parente que possa prover sua subsistência

IV - DOS DOCUMENTOS JUNTADOS:


Dos documentos que atestam a incapacidade para o trabalho:

Os relatórios médicos acostado atestam, para os devidos fins, que o Requerente


é portador deficiência, senão vejamos nos laudos e exames médicos em anexo:

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Assim, diante das conclusões exposta no relatório médico apresentado, resta
patente a inconsistência da perícia médica realizada pelo INSS e, consequentemente, a falta de
amparo fático do indeferimento administrativo do pedido do benefício previdenciário formulado
pelo Autor.

Infelizmente, o que se tem observado é que a autarquia Requerida vem, sem


nenhum respaldo fático, denegando a concessão de todo e qualquer benefício. Na verdade, existe
uma grande pressão por parte do Governo Federal em razão do problema causado pelo déficit
previdenciário.

Nega-se um direito social previsto na Constituição Federal apenas para não


aumentar a dívida do Governo. Esquecem de todo o sofrimento da camada mais pobre da
população. Ignoram as regras e condições estabelecidas em Lei.

Assim, não logrando êxito junto ao INSS, o Requerente viu-se obrigado a invocar
seus direitos perante esse MM Juizado, o que o faz com a presente ação.

V – DO DIREITO:

Nesse norte, para a obtenção do direito ao Amparo Assistencial ao Idoso e o


Deficiente é necessária a comprovação de 2 requisitos, dispostos no artigo 203, V, da Constituição
Federal, quais sejam:

1. Ser pessoa deficiente ou idosa;


2. Não possuir meios de prover a própria manutenção ou tê-la provida por sua família .

Assim, vejamos o teor do artigo 203, inciso V da Constituição Federal, in verbis:

Art. 203 – CR: A assistência social será prestada a quem dela necessitar,
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
V – a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa PORTADORA DE
DEFICIÊNCIA e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria
manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.(gn)

Conforme extraído do artigo supracitado, o Autor é idoso e deficiente sem meios


de prover a si e sua família, e assim, o benefício de amparo assistencial deve ser deferido, é o que
desde já se requer e é medida que se impõe.

Portanto, a deficiência deve ser compreendida como um impedimento de longo


prazo, não necessariamente definitivo ou permanente (destacando que no caso dos autos o
impedimento é permanente) de natureza biológica que traz restrições biológicas e sociais para o
deficiente. Especificamente para o benefício de prestação continuada da LOAS, a diferença
principal trazida pela alteração legal está no fato de que se deixa de exigir a incapacidade

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permanente para a vida independente e para o trabalho, repisando que a do Requerente é
permanente.

Sintetizando o novo conceito legal, é considerada deficiente a pessoa que tenha


um impedimento de longo prazo (no mínimo 2 anos), que lhe cause incapacidades biológicas
(físicas, intelectuais ou sensoriais) e limitações ao seu desempenho social (barreiras derivadas
dos próprios limites biológicos, seja pelas dificuldades inerentes a eles, seja pela inexistência de
adaptação física à deficiência, que dificultem a interação social) para sua vida independente e
laborativa.

VI - DA ANCIÃ ANTECIPAÇÃO DA TUTELA – NOVEL TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA:

Consoante já anteriormente informado, o INSS negou administrativamente o


benefício ora requerido.

No entanto, os documentos ora juntados, em especial o Relatório Médico e


exames acostados, atestam a deficiência do Requerente. Notoriamente, o demandante é
deficiente físico permanente , além de já ser idoso.

O artigo 300 do Novo Código de Processo Civil, estabelece que o a tutela de


urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.

Pois bem. Os elementos que evidenciam a probabilidade do direito podem ser


vislumbrados pelos Relatórios Médico acostado, como também da documentação oriunda do
INSS que comprova ser incontroverso o estado de miserabilidade do Requerente. Restaria,
portanto, a parte Autora demonstrar o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

Para tanto, basta destacar que a Autor não se encontra trabalhando em virtude da
sua deficiência. Assim, tem encontrado dificuldade até mesmo para comprar os medicamentos
indispensáveis a sua saúde, e é uma verba de natureza alimentar. Logo, a não concessão da
tutela de evidência, além de comprometer o sustento da família, pode causar sérios riscos a sua
saúde.

Deste modo, com fundamento no artigo 300 do Código de Processo Civil, requer
que o Nobre Julgador conceda a tutela de urgência e antecipe os efeitos da sentença,
concedendo a tutela antecipatória, impondo ao Requerido à obrigação de pagar o benefício
de prestação continuada - Concessão De Amparo Ao Deficiente – Loas - ao Requerente.

VIII – DOS PEDIDOS:

Ex vi positis, requer a Vossa Excelência:

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a) Seja concedido ao requerente, o benefício da Justiça Gratuita, nos termos da
Lei nº. 1060/50, eis que o mesmo é pessoa pobre e não possui condições
financeiras de arcar com as despesas processuais e os honorários
advocatícios sem prejuízo do seu próprio sustento;

b) Que seja deferido o pedido de concessão da tutela de urgência, com


fundamento no artigo 300 do CPC, tendo em vista o dano irreparável, impondo
ao Requerido à obrigação de pagar um salário mínimo mensal ao Autor, no
prazo máximo de 30 dias, até o deslinde definitivo da lide;

c) Que caso não seja deferida em sede liminar a tutela provisória de urgência,
pede-se que seja concedida após justificação prévia ou apresentação da
defesa da parte ré, reiterando desde já este requerimento;

d) Seja determinada a citação do INSS, no endereço indicado preambularmente


para contestar querendo a presente ação no prazo legal, sob pena de revelia e
confissão sob a matéria fática;

e) A designação e realização de perícia média para que o Médico Perito da


Justiça emita laudo pericial comprovando a deficiência do Aforante;

f) A não designação de audiência prévia de mediação, nos termos do art. 319,


VII, do CPC/2015;

g) Que seja confirmada a decisão que concedeu os efeitos concessão da tutela


de urgência, julgando totalmente PROCEDENTE a presente ação,
condenando o Instituto Nacional do Seguro Social a conceder ao Autor o
benefício de AMPARO AO DEFICIENTE, observando-se o pagamento das
parcelas vencidas e vincendas, monetariamente corrigidas desde a data do
requerimento administrativo ocorrido no dia 27/08/2018, acrescidas de juros
legais moratórios, incidentes até a data do efetivo pagamento, ou seja, pague
os retroativos devidos desde a data do requerimento administrativo no prazo
de 60 dias, expedindo-se RPV;

h) Informa o Autor, para que sua ação tramite pelo rito especial, abre mão do
valor excedente à 60 (sessenta salários mínimos),

i) Que na hipótese de reconhecimento da procedência do pedido por parte da ré


da presente ação, que haja o julgamento antecipado da lide, nos termos do
artigo 355, I, do CPC/15, e;

j) A condenação da Requerida, no pagamento dos honorários advocatícios no


percentual equivalente a 20% sobre a condenação, conforme prelecionam os
artigos 82 c/c do Código de Processo Civil.

Ad probationem, protesta provar o alegado por todos os meios de provas


admitidas pelo direito e pela moral acatados, notadamente pelo depoimento pessoal de algum
preposto da Requerida ou de seu(ua) Procurador, prova testemunhal, pericial e documental
suplementar, e todas mais que este douto juízo houver por bem determinar para a efetivação da
justiça.

Dá à causa o valor de R$ 18.722,00 (dezoito mil setecentos e vinte e dois reais).


Nestes termos, pede deferimento.

Guanambi-BA, 16 de Março de 2019.

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I, ESP. PEDRO ROCHA RODRIGUES.
Advogado.
OAB-BA 42.723.

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