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Universidade Estadual do Ceará

Centro de Humanidades – Campus Fátima


Curso de Letras – Português e suas Respectivas Literaturas
Fundamentos de Literatura Latina
Profa. Ms Letícia Freitas
Aluno: Saulo de Araújo Lemos

Lucius Anneus Seneca: vida e obra

“A desventura é grave para aqueles a quem chega inesperadamente;


facilmente a suporta quem sempre a espera”
(Consolação a minha mãe Hélvia)
1. Vida
Lucius Annaeus Seneca nasceu em Córdoba, Espanha, em torno de quatro anos
antes da era cristã. Filho de Anneus Seneca, conhecido como “Sêneca, o velho” e que
teve certa celebridade como retórico. Educado em Roma, Sêneca estudou retórica e
filosofia, atuando na vida pública como advogado, senador e questor.
Em conflito com o imperador Calígula, é poupado porque se acreditava que
morreria logo, ao passo que o seu opositor é que teria esse destino em breve. Entretanto
em 41. d.C. é exilado na Córsega, acusado de adultério com a sobrinha do imperador
Cláudio César Germânico. Após dez anos de privação material, a nova esposa do
imperador Cláudio, Agripina, traz Sêneca de volta a Roma para educar seu filho Nero.
Quando este se torna imperador, Sêneca atua por longo tempo como seu principal
conselheiro. A tirania crescente de Nero afeta o prestígio de Sêneca, que acaba por ser
condenado ao suicídio por aquele em 65 d.C.

2. Obra
Sêneca é autor de cartas e ensaios filosóficos (Cartas morais, Sobre a clemência,
Da brevidade da vida, Sobre a tranquilidade da alma, Questões naturais etc.) além de
nove tragédias (Medeia, As troianas, Fedra, As fenícias, A loucura de Hércules,
Hércules no Eta, Édipo, Tiestes e Agamêmnon) e uma sátira menipeia chamada
Apolocoquintose do divino Cláudio.
De um modo geral, a obra de Sêneca é marcada pelo estoicismo, doutrina
filosófica grega que propunha uma “razão universal” pré-determinada e lógica, o
controle absoluto das paixões e uma teoria do conhecimento por enunciados com
sujeitos e atributos. Entretanto, o estoicismo de Sêneca privilegiou sobretudo a questão
ética de uma moral da resignação, não isenta de contornos religiosos. Suas tragédias são
consideradas mais propícias à leitura que à encenação (falta de movimentação, ausência
de clímax) e intelectualizadas demais para os gostos popularescos (que privilegiam os
mimos e os espetáculos circenses) da época em que as escreveu.

“[Como falando a si mesma] Se tu procuras, ó mísera, até onde deve chegar o ódio,
pode medi-lo sobre o amor” (trecho de Medeia).

Referências Bibliográficas
CARDOSO, Zélia de Almeida. A literatura latina. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes,
2003 (Coleção biblioteca universal).
________. Estudos sobre as tragédias de Sêneca. São Paulo: Alameda, 2005.
OLIVEIRA, Luizir. Sêneca, uma vida dedicada à filosofia. São Paulo: Paulus, 2010
(Ensaios filosóficos).
SÊNECA, Lúcio Aneu. Consolação a minha mãe Hélvia; Da tranquilidade da Alma;
Medeia; Apolocoquintose do divino Cláudio. In: EPICURO et al. Antologia de textos
et al. São Paulo: Abril Cultural, 1985 (Os pensadores).

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