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DESENVOLVIMENTO MINEIRO - HISTÓRICO

Introdução

A mineração juntamente com a agricultura é considerada a primeira empreitada do homem.


Ambas, certamente, ocupam juntas a indústria primária básica da civilização. Outra forma de
expressar a fundamental importância da mineração em ambas, antiga e moderna cultura é
lembrar que a natureza é uma fonte limitada de recursos naturais ou caminha para gerar novas
riquezas.

Desde os tempos pré-históricos, a mineração tem sido essencial para a existência do homem.
Devemos entender aqui, como mineração a extração de toda substância mineral ocorrida
naturalmente, na forma de sólido líquido e gás, da Terra, para propósitos utilitários. Por
utilitários, podemos entender as necessidades humanas essenciais e anseios que são
unicamente encontrados nos minerais através da história.

Tabela 1.1 - Uso dos minerais pelo homem

Necessidades ou Usos Propósitos Época


ferramentas e utensílios alimentação e proteção Pré - História
Armas caça, defesa e proteção Pré - História
Ornamentos e decoração jóias, cosméticos, tintas Antiguidade
Moedas monetário Moderna
Estruturas proteção, transporte Moderna
Energia calor, eletricidade Média
Máquinas indústria Moderna
fusão nuclear energia, guerra Moderna

Muitas das idades culturais do homem estão associadas com os minerais e seus derivados.
Elas incluem a idade da Pedra (4000 AC), Bronze (4000 1500 AC), idade do Ferro (1500 AC
a 1780 DC), Idade do Aço (1780 a 1945) e era Nuclear (desde 1945). Não é coincidência que
muitos marcos da história da humanidade, viagem de Marco Polo à China, Vasco da Gama à
África e Índia, descoberta do Novo Mundo por Colombo, corrida do ouro para a Califórnia,
África do Sul, Austrália, Canadá, Entradas e Bandeiras no Brasil, Alasca, foram executadas
graças à procura e valor dos minerais. Pode-se também observar que os minerais mais
precisamente a mineração estão associados com a ascendência de grandes civilizações. Como
exemplo, temos a expansão do Império Romano até a Espanha e Inglaterra, a conquista das
Americas pelos espanhóis e portugueses, a colonização da África e parte da Ásia e mais
recentemente os cartéis do petróleo.

Desenvolvimento Tecnológico da Mineração

Para entender a moderna prática da indústria mineral é interessante traçar a evolução da


tecnologia mineral, que tem um paralelo com a evolução e desenvolvimento da civilização.
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Pode-se afirmar que a mineração iniciou-se no paleolítico a 450.000 anos atrás . De fato, não
existiam dados substantivos que comprovem, mas algumas seixos tem sido encontrados com
os fósseis de homens da antiga idade da pedra. Eles eram extraídos e trabalhados para as mais
diversas necessidades como utensílios de caça e armas. Já no início da idade da pedra o
homem começa a lavrar corpos subterrâneos em aberturas sistemáticas. mineradores
subterrâneos empregavam métodos rústicos de controle em ventilação, iluminação e quebra
de rocha. Minas subterrâneas atingiram profundidades de 250 metros nos tempos Egípcios.
Minerais metálicos sempre atraíram a atenção do homem desde a pré - história. Inicialmente
os metais foram usados na sua forma nativa, provavelmente obtidos pela lavagem de
cascalhos dos rios em depósitos de pláceres. Com o advento das idades do Bronze e do Ferro,
o homem descobriu a fusão, levando-o a reduzir minérios a metal nativo ou formar ligas.

O primeiro fato tecnológico notável, que mudou mineração, foi a descoberta do modo de
quebrar a rocha, através de fendas ou falhas no maciço rochoso e depois como as ferramentas
feitas de ossos, madeira e da própria pedra não eram suficientes para quebra da rocha, surgiu
a Técnica da fratura a rocha por aquecimento, seguido de um imediato resfriamento. Nenhum
outro avanço tecnológico foi de tal importância, até o uso da pólvora no século 17

Devido a rudeza e periculosidade dos trabalhos, escravos e prisioneiros eram frequentemente


empregados nos trabalhos mineiros. Os egípcios foram os primeiro a descrever atividade de
mineração. Entretanto, o sucesso maior é creditado aos romanos. Usando sua famosa
habilidade de colonização, os romanos estabeleceram a industria de mineração que se
desenvolveu e prosperou através do império.

Um notável desenvolvimento político em 1185 ampliou a mineração e o status dos mineiros


quando o bispo de Trend autorizou a mineração em seus domínios. O grande impacto gerado
pela necessidade do uso dos minerais, entretanto, foi registrado pela revolução industrial.
Juntamente com acrescente demanda por minerais, ocorreu um espetacular incremento na
tecnologia de mineração, especialmente em conceitos científicos e mecanização, que tem
continuado até os dias atuais. Estas teorias, vieram a formar a coluna vertebral da metodologia
com a qual nos, subsequentemente, lidaremos.

Não é possível precisar cronológicamente todos os desenvolvimento tecnológicos da


mineração, mas alguns dos mais marcantes, que tiveram impacto na indústria ou na
civilização de um modo geral, são numerados na tabela 1.2. Elas culminam no lançamento da
moderna mineração, para o começo do século 20, com o advento da mecanização, produção
em massa, computação e questões ambientais.
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Tabela 1.2 - Desenvolvimento Cronológico da Mineração

Data Evento
450.000 AC início da mineração - Paleolítico - ferramentas de pedra
40.000 trabalhos subterrâneos - mina de hematita - Swaziland, África
30.000 potes de argila queimados, usados na Checoslováquia
18.000 possível uso do ouro e cobre na forma nativa
5.000 marcas de fogo usado pelos egípcios para quebra de rocha
4.000 uso de metais fabricados - Idade do Bronze
3.400 Primeiras anotações sobre a mineração, Egípcios no Sinai
3.000 provável 1ª fundição de cobre com carvão pelos chineses.
início do uso de instrumentos de ferro pelos egípcios
2.000 conhecimento de artefatos de ouro, Peru
1.000 aço usado pelos gregos
100 DC crescimento da indústria mineral no Império Romano
122 carvão usado pelos romanos
1185 autorização do Bispo de Trend para minerar em seus domínios
1524 primeira referência a mineração no Novo Mundo, Cuba
1550 Primeiro uso de bomba de poço, Checoslováquia
1556 primeira publicação técnica, De Re Metallica, na Alemanha por
Georgius Agrícola
1627 primeiro explosivo usado em minas da Europa, Hungria
( possível primeiro uso na China )
1700 Descoberta de ouro nas Minas Gerais - Ouro Preto, Sabará, Mariana pelos
bandeirantes
1716 primeira Escola de Minas, Checoslováquia
1780 início da Revolução Industrial,
1800 Corrida do Ouro na Califórnia
1815 Humphrey Davy inventa lâmpada de segurança na Inglaterra
1867 invenção da Dinamite, por Nobel
1903 era da mecanização e produção em massa

Estágios na vida da mina

A sequência das atividades envolvidas numa mineração moderna é frequentemente


comparado aos estágios da vida de uma mina. Estes são quatro: prospecção, exploração,
desenvolvimento e lavra. Prospecção e exploração, para a mineração atual são ligadas e
algumas vezes combinadas. Geólogos e engenheiros de minas dividem responsabilidades para
com esses dois estágios. Do mesmo modo, desenvolvimento e exploração são intimamente
relacionados, sendo usualmente considerados constituir a mineração propriamente dita e são a
principal ocupação do engenheiro de minas.
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Tabela 1.3 - Estágios na vida de uma mina

estágio / nome procedimento duração custo / custo


projeto (anos) unitário (US$)
Prospecção a- prospecção por métodos 1 - 3 1 - 5 milhões ou 2 -
diretos: físicos, geológicos anos 50 cent./t
b- fotografias aéreas, mapas,
geofísica satélites e subterrânea,
análise etc.
Exploração definição do valor e extensão do 2 - 5 0,5 - 10 milhões ou
minério 10 cent. - $1/t
a- amostragem
b- reserva e teor
c- avaliação do depósito
tomada de decisão
Desenvolvimento preparação para lavra 2-5 10 a 250 milhões
ou 25 cent. - $5/t
a- aquisição dos direitos de lavra
b- EIA e estudos tecnológicos
c- abertura de acessos, sistemas
de transporte
d- localização da usina de
tratamento, pilhas de estéril,
barragens de rejeito etc.
Lavra produção 10 - 30 5 - 50 milhões/ a ou
1,8 - $90/t
a- método de lavra - fatores
b- métodos de lavra - tipos
Fechamento da trabalhos de recuperação da área ???? ??????????????????
mina degradada, uso futuro da área,
revegetação

DESENVOLVIMENTO MINEIRO

Define-se como trabalho de abertura de uma jazida, para as atividades de lavra. Desta forma
o acesso a jazida precisa ser obtido pelo descapeamento, ou seja, retirada o solo ou rocha de
cobertura, para expor o minério próximo da superfície para a lavra a céu aberto, ou pela
escavação de aberturas da superfície para a profundidade em depósitos profundos para serem
lavrados por métodos subterrâneos.

Em ambos os casos, certos trabalhos de desenvolvimento preliminares, tais como aquisição de


direitos minerários e financiamento, provisão de estradas de acesso e outros transportes,
fontes de energia, manuseio do minério, instalações de tratamento, depósito de estéril (eis) e
barragens de rejeitos etc., precisam preceder, ou caminhar paralelamente à lavra. O
descapeamento, tem um ciclo de operações para desmonte e manuseio do estéril, idêntico ao
empregado nas operações de lavra propriamente dito. Considerações econômicas determinam
a relação estéril / minério.
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O desenvolvimento para lavra subterrânea é geralmente mais complexo e caro. Requer um


cuidadoso planejamento e projeto dos acessos, segurança e estabilidade. A abertura principal
para a superfície é, geralmente, através de shafts, que podem ser de seção circular ou
retangular, verticais ou inclinados, e de tamanho suficiente para permitir a passagem de
homens e equipamentos e minério. Em terrenos acidentados, aberturas horizontais
denominadas áditos ou túneis, podem ser usados para atingir o corpo do minério.

Pela definição, a etapa de desenvolvimento antecede à lavra, entretanto, esta divisão não é
cronológicamente definida, sendo o desenvolvimento realmente concluído somente quando a
jazida é exaurida ou fechada. As razões pelas quais desenvolvimento e lavra caminham em
sequência mas sobrepondo-se, são de natureza administrativa e tecnológica. (1) O
investimento para desenvolvimento é muito grande para ser realizado por inteiro, de uma só
vez, sem retorno financeiro e (2) é impossível desenvolver completamente uma mina, sem
executar a lavra em determinados pontos. Da mesma forma como a pesquisa continua durante
a lavra, o desenvolvimento ocorre concomitantemente com esta. A tese de um limitado
desenvolvimento, a despeito da lavra, é amplamente defendida na mineração. Há um
argumento contrário, que advoga a favor do máximo desenvolvimento antes da primeira
produção, visto que para uma eficiente produção uma jazida requer que todos os acessos e
instalações superficiais estejam preparadas antes que algum minério seja produzido. Muitos
equívocos em projetos mineiros remontam da pressa e avareza na lavra de uma jazida. Desta
forma, uma regra do desenvolvimento é que uma satisfatória locação de capital de trabalho
seja designada para este propósito, de modo a permitir que um máximo de desenvolvimento
antes do início da lavra. Em termos de engenharia é o mesmo que dizer que uma ótima taxa de
desenvolvimento - lavra para maximizar o lucro total, precisa ser determinado para cada novo
projeto mineiro. Outra regra estabelece que o desenvolvimento deve ser executado para
acessar a máxima quantidade de minério, para um mínimo de desenvolvimento de aberturas.
Uma exceção à regra ocorre em minas lavradas pelo método de câmaras e pilares, comumente
usadas para carvão e não metálicos, onde o desenvolvimento de aberturas, assemelha-se às
aberturas para lavra, porém com um custo maior.

Desenvolvimento - Conceitos Gerais

Do ponto de vista físico da abertura de uma mina, o principal propósito do desenvolvimento é


prover acesso à jazida, permitindo a entrada de mineiros, equipamentos, suplementos, energia,
ventilação e saída de minério e estéril produzido. Antes do início da fase de lavra, o
desenvolvimento é limitado, tanto quanto possível, à construção de aberturas primárias ou
principais. Na lavra a céu aberto, o acesso ao minério coberto pelo estéril ou solo de
superfície, é obtido pelo decapeamento. Em minas subterrâneas, aberturas de pequeno
tamanho são feitas a partir da superfície para interceptar o corpo de minério e eventualmente
conectá-los com grandes aberturas de lavra. Outras atividades relacionadas ao
desenvolvimento são trabalhos preparatórios, estruturas, pessoal e serviços que suportam a
lavra e, usualmente, as funções de processamento.

Fatores Influenciantes no Desenvolvimento Mineiro

Após a fase de exploração, uma série de fatores vêem influenciar no desenvolvimento de uma
mina, sendo organizados em três categorias.
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Localização

Minerações são abertas onde existe uma jazida, e nem sempre isso é um ítem vantajoso.
Poucos, por exemplo, estão idealmente localizados do ponto de vista econômico, outros com
relação a fontes de insumos ou mercado. Desta forma, a geografia exerce uma forte influência
na abertura de uma mina. Entre os efeitos da localização temos:

1 - Facilidade de transporte do produto para o mercado consumidor e insumos para a mina;


2 - Disponibilidade de mão de obra qualificada e serviços de suporte (moradia, educação,
lazer, saúde etc.);
3 - impactos operacionais e psicológicos das condições climáticas;
Reconhecendo que estes fatores são nativos, um adequado gerenciamento deve compensar as
Desvantagens da localização, como por exemplo de fornecimento de benefícios e vantagens
aos funcionários etc.

Fatores Geológicos e Naturais

A natureza e os processos geológicos combinam para governar o aspecto chave de um


desenvolvimento mineiro, especialmente com relação a abertura de acessos e locação de
instalações de superfície. Vários fatores são apresentados aqui, entre eles:

1) topografia e tipo de solo;


2) relação espacial - tamanho, forma, atitude etc. da jazida, incluindo profundidade;
3) considerações geológicas ( mineralogia, petrografia, estrutura, gênese, gradiente de
temperatura, presença de água etc.)
4) propriedades mecânicas das rochas (resistência, elasticidade, plasticidade, dureza,
abrasividade etc.);
propriedades química e metalúrgica do minério.

Estes fatores exercem também uma forte influência na seleção do método de lavra

Fatores Sociais - Econômicos - Políticos e Ambientais

Fortemente relacionados a fatores externos, estes fatores exercem grande influência no


desenvolvimento e operação da mina. São, de certo modo, difíceis de quantificar, entre eles:

1) características demográficas e ocupacionais da população local (força de trabalho);


2) mercado ( determina a escala de produção, continuidade da operação etc.);
3) estabilidade política;
4) legislação ambiental;
5) outras restrições governamentais aplicadas à indústria mineral

Sequência de Desenvolvimento

 Adoção do plano de aproveitamento econômico como documento, sujeito à modificação


com o progresso do desenvolvimento;
 Confirmação do método e plano geral de lavra,
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 Financiamento, baseado nos custos estimados do plano de aproveitamento econômico;


 Aquisição da terra e dos direitos minerários, quando necessário;
 Elaboração dos Estudos de Impactos Ambientais (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental
(RIMA);
 Obtenção da licença dos orgãos ambiental e mineral;
 Provisão dos acessos de superfície, transporte, comunicação e energia;
 Planejamento e construção da usina, incluindo todas as instalações de apoio técnico e
administrativo;
 Planejamento e construção do depósito de estéril e barragem de rejeitos;
 Seleção dos equipamentos para desenvolvimento e lavra;
 Construção dos acessos e aberturas principais para o minério;
 Recrutamento e seleção da força de trabalho
 Fechamento da mina

Escolha entre Lavra a Céu Aberto e Lavra Subterrânea

Uma série de fatores devem ser considerados na escolha entre os métodos a céu aberto e
métodos subterrâneos. A seguir são descritos alguns destes fatores:

Produção

Diferentes métodos de lavra são usados para diferentes bens minerais. Por exemplo, ferro,
cobre, fosfato, manganês, bauxitas etc, são, principalmente, lavrados por métodos a céu
aberto, enquanto que ouro, níquel, zinco, etc., são, frequentemente, lavrados por métodos
subterrâneos. A tabela II apresenta o nº de minas nos países capitalistas que produzem mais
que 150.000 t/ano de minério (excluído carvão). A tabela II cobre cerca de 90% das minas em
produção no mundo que aumentaram de 1900 x106 t/a para 2500 x 106 t/ano durante o
período de 1968 a 1977.

A tabela II mostra que o acréscimo na produção das minas não é devido a um acréscimo no nº
de minas, mas sim devido a acréscimo no tamanho da minas. O nº de grandes minas
aumentou, enquanto que durante o mesmo período o número de minas de tamanho médio e
pequeno permaneceu constante ou declinou um pouco. Existem duas razões para o aumento
das minas a céu aberto. A primeira é que uma grande parte do aumento de produção vem de
novas minas especialmente de países desenvolvidos, onde há um aumento na taxa de
produção das minas a céu aberto. A segunda razão é que os métodos a céu aberto são
considerados mais vantajosos que os subterrâneos em termos de recuperação, controle de teor,
economicidade, flexibilidade, segurança e ambiente de trabalho.

Desenvolvimento da Produtividade

O rápido desenvolvimento tecnológico durante as últimas décadas resultou num considerável


acréscimo da produtividade. Esta produtividade é maior em grandes minas que em pequenas
minas e muito maior em minas a céu aberto que em minas subterrâneas. Numa mina a céu
aberto existem menos restrições na introdução de grandes equipamentos com alta capacidade,
enquanto que em algumas minas subterrâneas é limitado devido a trabalhos em locais estreitos
ou de pouca espessura (veios).
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Custos de Desenvolvimento

Normalmente os custos para lavra a céu aberto são muito menores que os custos para lavra
subterrânea. A exata relação da quantidade de estéril que precisa ser removida no método a
céu aberto, do método de lavra subterrânea a ser empregado, etc.

A alta produtividade dos equipamentos a céu aberto implicam em baixos custos. O maior nº
de minas a céu aberto e a maior quantidade de minério extraído, possibilitam a fabricação de
um maior nº de equipamentos, reduzindo os custos de produção. Também o mercado para
equipamentos de lavra a céu aberto é grande, visto que estes equipamentos, em geral, podem
ser usados para outros propósitos, como por exemplo, abertura de estradas, construção de
hidroelétricas, etc. Um exemplo, apesar que em ordem inversa, foi a compra dos caminhões
de 120 t utilizados na construção de Itaípu, pela Fosfértil.

Por certo os custos de lavra são diferentes em diferentes minas, dependendo do método de
lavra, tipo de minério, etc. Na tabela III há uma comparação hipotética de uma mina a céu
aberto com uma produção anual de 6,5 milhões de t/ano de minério e aproximadamente a
mesma quantidade de estéril, e uma mina subterrânea com 2 milhões de t/ano de minério e
método de lavra por câmara e pilares. Pode-se observar que pela tabela III, que os custos
subterrâneos são maiores que os custos a céu aberto. Os baixos custos dos métodos a céu
aberto possibilitam a lavra de partes do minério que não seriam apropriados para a lavra
subterrânea e um menor teor de corte que os praticados por métodos subterrâneos.

Apesar da taxa de desenvolvimento da produtividade ter sido satisfatória para métodos


subterrâneos, considera-se geralmente que os custos de lavra aumentam mais rapidamente nos
métodos subterrâneos que nos a céu aberto. Existem duas razões para isto. Primeiro, é
possível aumentar a produção, mais em minas a céu aberto que em minas subterrâneas e o
equipamento necessário em minas subterrâneas para um aumento de produção é mais caro em
termos de capacidade unitária que um correspondente equipamento de lavra a céu aberto.

Riscos de Acidentes

Um importante fator diz respeito ao risco de ao risco de acidentes em mineração. Para o


mineiro, a frequência de acidentes por hora trabalhada é de grande importância. a figura
abaixo mostra a frequência de acidentes por 100.000 h trabalhadas em minas a céu aberto e
subterrânea na Suécia. Pela figura as minas a céu aberto são mais apropriadas, ou seja,
apresentam um menor nº de acidentes. Entretanto, para uma empresa de mineração como um
todo, a frequência de acidentes por tonelada de minério produzido é de maior interesse. Deste
ponto de vista os métodos subterrâneos são menos favoráveis. Em adição os acidentes em
minas subterrâneas tendem a ser mais sérios que os a céu aberto.

Demanda de Energia

A energia nas minas é necessária nas etapas de furação desmonte, carregamento, britagem
primária, transporte de material para a superfície, ventilação e bombeamento. Algumas vezes
(especialmente em minas subterrâneas e em algumas minas a céu aberto em cava profunda) o
minério é no interior de modo a reduzir custos de transporte. A tabela IV, resume o consumo
de energia elétrica e óleo combustível nas minas.
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Problemas Ambientais

Em minas a céu aberto, tanto homens quanto equipamentos são diretamente afetadas pelas
variações climáticas. Em minas subterrâneas existem problemas de ventilação, explosão,
queima de combustíveis, poeira, emissão de rádio, umidade, e uma rejeição humana geral por
trabalhos subterrâneos. A demanda para um aumento do ambiente subterrâneo é crescente.
A lavra a céu aberto, entretanto, afeta consideravelmente o ambiente vizinho. O estéril e os
rejeitos gerados devem ser locados em algum lugar. Para um engenheiro de minas uma cava,
um depósito de estéril etc., podem ser muito bonito, mas o mesmo não é para as pessoas de
um modo geral. Discussões sobre o ambiente afetam principalmente novas minas e são mais
intensas e restritivas em áreas onde a população não é utilizada nas atividades de lavra, ou
seja, não depende economicamente da mineração.

Zonas de Segurança

Em minerações próximas a centros urbanos, por exemplo existem delimitações de uma zona
de segurança, principalmente devido ao potencial de perigo da detonações. Minas
subterrâneas, a despeito da subsidência, apresentam neste caso maiores vantagens que as
minas a céu aberto.

Perdas de Minério

As perdas de minério em minas subterrâneas são geralmente maiores que em minas a céu
aberto. Em minas a céu aberto é possível recuperar 90 a 95% do minério, sendo o resto, em
geral, transportado para o depósito de estéril. As perdas de minério em lavra subterrânea
dependem do método utilizado e dos custos associados com a recuperação do minério
adicional. Métodos de corte e enchimento (cut-and-fill) frequentemente possibilitam pouca
perda de minério, enquanto que câmaras e pilares, frequentemente implicam em 40% de perda
de minério.

Fatores Psicológicos

Muito frequentemente decisões e desenvolvimento tecnológicos são controlados por fatores


subjetivos. Minerações a céu aberto dão uma impressão de ordem , flexibilidade e
produtividade. Isto em geral, é mais difícil de se ver em atividades subterrâneas. Neste ponto
a lavra a céu aberto é mais favorável. É comum encontrarmos uma quantidade de atitudes
negativas em termos de lavra subterrânea.

Principais Vantagens e Desvantagens da Lavra a Céu Aberto e Subterrânea

Custo de Lavra - Exceto em casos raros, os custos relativos são significativamente mais
baixos na lavra a céu aberto.

Taxa de Produção - todos os métodos de lavra a céu aberto (exceto pedreiras), a taxa de
produção é de moderada a alta. Em minas subterrâneas de baixa a moderada (exceto para
caving e métodos sem suporte).

Produtividade - Métodos a céu aberto são mais produtivos que os subterrâneos.


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Investimento de Capital - Geralmente grandes para lavra a céu aberto, porém maiores para
lavra subterrânea. Equipamentos de superfície são geralmente mais caros, entretanto o
desenvolvimento subterrâneos é mais caro.

Taxa de Desenvolvimento - Mais rápida para lavra a céu aberto.

Profundidade - limitada para lavra a céu aberto, limitada para métodos subterrâneos sem
suporte, ilimitada para com suporte.

Seletividade - Geralmente baixa para lavra a céu aberto, variável para subterrânea.

Recuperação - Geralmente alta para lavra a céu aberto, variável para subterrânea.

Diluição - Geralmente menor para subterrânea, exceto para caving

Flexibilidade - subterrânea tende a oferecer mais flexibilidade que a céu aberto, embora a
lavra a céu aberto possa ser mais adaptável a mudanças.

Estabilidade das Aberturas - Geralmente maior para céu aberto; mais difíceis de obter e
manter em lavra subterrânea.

Riscos Ambientais - Substancialmente maiores para lavra a céu aberto.

Disposição de Estéril - Pode ser um problema maior para lavra a céu aberto que para
subterrânea.

Saúde e Segurança - Amplamente superior para lavra a céu aberto.

PLANEJAMENTO E DESIGN DO PIT (CAVA)

Uma das mais difíceis tarefas no desenvolvimento de uma mina a céu aberto é o design ou
projeto do pit final. Em geral existem três grupos de fatores envolvidos (Soderberg and
Rausch, 1968; Atkinson, 1983).

1. Fatores geológicos e naturais: condições geológicas, tipos de minérios, condições


hidrológicas, topografia e características metalúrgicas do minério;
2. Fatores econômicos: teor do minério, reserva de minério, relação estéril/minério, teor de
corte, custos operacionais, custo do investimento (taxas de juros), lucro desejado, taxa de
produção e condições do mercado;
3. Fatores tecnológicos: Equipamentos, talude do pit, altura do banco, grade da estrada,
limites de propriedade, limites do pit.

ABERTURA DE ACESSOS - LAVRA A CÉU ABERTO

Introdução

A mineração a céu aberto requer, no mínimo, uma via ou mais, dependendo da configuração
do corpo, para lavrar o depósito até a profundidade do pit final. Em geral, existem três

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