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Introdução
Desde os tempos pré-históricos, a mineração tem sido essencial para a existência do homem.
Devemos entender aqui, como mineração a extração de toda substância mineral ocorrida
naturalmente, na forma de sólido líquido e gás, da Terra, para propósitos utilitários. Por
utilitários, podemos entender as necessidades humanas essenciais e anseios que são
unicamente encontrados nos minerais através da história.
Muitas das idades culturais do homem estão associadas com os minerais e seus derivados.
Elas incluem a idade da Pedra (4000 AC), Bronze (4000 1500 AC), idade do Ferro (1500 AC
a 1780 DC), Idade do Aço (1780 a 1945) e era Nuclear (desde 1945). Não é coincidência que
muitos marcos da história da humanidade, viagem de Marco Polo à China, Vasco da Gama à
África e Índia, descoberta do Novo Mundo por Colombo, corrida do ouro para a Califórnia,
África do Sul, Austrália, Canadá, Entradas e Bandeiras no Brasil, Alasca, foram executadas
graças à procura e valor dos minerais. Pode-se também observar que os minerais mais
precisamente a mineração estão associados com a ascendência de grandes civilizações. Como
exemplo, temos a expansão do Império Romano até a Espanha e Inglaterra, a conquista das
Americas pelos espanhóis e portugueses, a colonização da África e parte da Ásia e mais
recentemente os cartéis do petróleo.
Pode-se afirmar que a mineração iniciou-se no paleolítico a 450.000 anos atrás . De fato, não
existiam dados substantivos que comprovem, mas algumas seixos tem sido encontrados com
os fósseis de homens da antiga idade da pedra. Eles eram extraídos e trabalhados para as mais
diversas necessidades como utensílios de caça e armas. Já no início da idade da pedra o
homem começa a lavrar corpos subterrâneos em aberturas sistemáticas. mineradores
subterrâneos empregavam métodos rústicos de controle em ventilação, iluminação e quebra
de rocha. Minas subterrâneas atingiram profundidades de 250 metros nos tempos Egípcios.
Minerais metálicos sempre atraíram a atenção do homem desde a pré - história. Inicialmente
os metais foram usados na sua forma nativa, provavelmente obtidos pela lavagem de
cascalhos dos rios em depósitos de pláceres. Com o advento das idades do Bronze e do Ferro,
o homem descobriu a fusão, levando-o a reduzir minérios a metal nativo ou formar ligas.
O primeiro fato tecnológico notável, que mudou mineração, foi a descoberta do modo de
quebrar a rocha, através de fendas ou falhas no maciço rochoso e depois como as ferramentas
feitas de ossos, madeira e da própria pedra não eram suficientes para quebra da rocha, surgiu
a Técnica da fratura a rocha por aquecimento, seguido de um imediato resfriamento. Nenhum
outro avanço tecnológico foi de tal importância, até o uso da pólvora no século 17
Data Evento
450.000 AC início da mineração - Paleolítico - ferramentas de pedra
40.000 trabalhos subterrâneos - mina de hematita - Swaziland, África
30.000 potes de argila queimados, usados na Checoslováquia
18.000 possível uso do ouro e cobre na forma nativa
5.000 marcas de fogo usado pelos egípcios para quebra de rocha
4.000 uso de metais fabricados - Idade do Bronze
3.400 Primeiras anotações sobre a mineração, Egípcios no Sinai
3.000 provável 1ª fundição de cobre com carvão pelos chineses.
início do uso de instrumentos de ferro pelos egípcios
2.000 conhecimento de artefatos de ouro, Peru
1.000 aço usado pelos gregos
100 DC crescimento da indústria mineral no Império Romano
122 carvão usado pelos romanos
1185 autorização do Bispo de Trend para minerar em seus domínios
1524 primeira referência a mineração no Novo Mundo, Cuba
1550 Primeiro uso de bomba de poço, Checoslováquia
1556 primeira publicação técnica, De Re Metallica, na Alemanha por
Georgius Agrícola
1627 primeiro explosivo usado em minas da Europa, Hungria
( possível primeiro uso na China )
1700 Descoberta de ouro nas Minas Gerais - Ouro Preto, Sabará, Mariana pelos
bandeirantes
1716 primeira Escola de Minas, Checoslováquia
1780 início da Revolução Industrial,
1800 Corrida do Ouro na Califórnia
1815 Humphrey Davy inventa lâmpada de segurança na Inglaterra
1867 invenção da Dinamite, por Nobel
1903 era da mecanização e produção em massa
DESENVOLVIMENTO MINEIRO
Define-se como trabalho de abertura de uma jazida, para as atividades de lavra. Desta forma
o acesso a jazida precisa ser obtido pelo descapeamento, ou seja, retirada o solo ou rocha de
cobertura, para expor o minério próximo da superfície para a lavra a céu aberto, ou pela
escavação de aberturas da superfície para a profundidade em depósitos profundos para serem
lavrados por métodos subterrâneos.
Pela definição, a etapa de desenvolvimento antecede à lavra, entretanto, esta divisão não é
cronológicamente definida, sendo o desenvolvimento realmente concluído somente quando a
jazida é exaurida ou fechada. As razões pelas quais desenvolvimento e lavra caminham em
sequência mas sobrepondo-se, são de natureza administrativa e tecnológica. (1) O
investimento para desenvolvimento é muito grande para ser realizado por inteiro, de uma só
vez, sem retorno financeiro e (2) é impossível desenvolver completamente uma mina, sem
executar a lavra em determinados pontos. Da mesma forma como a pesquisa continua durante
a lavra, o desenvolvimento ocorre concomitantemente com esta. A tese de um limitado
desenvolvimento, a despeito da lavra, é amplamente defendida na mineração. Há um
argumento contrário, que advoga a favor do máximo desenvolvimento antes da primeira
produção, visto que para uma eficiente produção uma jazida requer que todos os acessos e
instalações superficiais estejam preparadas antes que algum minério seja produzido. Muitos
equívocos em projetos mineiros remontam da pressa e avareza na lavra de uma jazida. Desta
forma, uma regra do desenvolvimento é que uma satisfatória locação de capital de trabalho
seja designada para este propósito, de modo a permitir que um máximo de desenvolvimento
antes do início da lavra. Em termos de engenharia é o mesmo que dizer que uma ótima taxa de
desenvolvimento - lavra para maximizar o lucro total, precisa ser determinado para cada novo
projeto mineiro. Outra regra estabelece que o desenvolvimento deve ser executado para
acessar a máxima quantidade de minério, para um mínimo de desenvolvimento de aberturas.
Uma exceção à regra ocorre em minas lavradas pelo método de câmaras e pilares, comumente
usadas para carvão e não metálicos, onde o desenvolvimento de aberturas, assemelha-se às
aberturas para lavra, porém com um custo maior.
Após a fase de exploração, uma série de fatores vêem influenciar no desenvolvimento de uma
mina, sendo organizados em três categorias.
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Localização
Minerações são abertas onde existe uma jazida, e nem sempre isso é um ítem vantajoso.
Poucos, por exemplo, estão idealmente localizados do ponto de vista econômico, outros com
relação a fontes de insumos ou mercado. Desta forma, a geografia exerce uma forte influência
na abertura de uma mina. Entre os efeitos da localização temos:
Estes fatores exercem também uma forte influência na seleção do método de lavra
Sequência de Desenvolvimento
Uma série de fatores devem ser considerados na escolha entre os métodos a céu aberto e
métodos subterrâneos. A seguir são descritos alguns destes fatores:
Produção
Diferentes métodos de lavra são usados para diferentes bens minerais. Por exemplo, ferro,
cobre, fosfato, manganês, bauxitas etc, são, principalmente, lavrados por métodos a céu
aberto, enquanto que ouro, níquel, zinco, etc., são, frequentemente, lavrados por métodos
subterrâneos. A tabela II apresenta o nº de minas nos países capitalistas que produzem mais
que 150.000 t/ano de minério (excluído carvão). A tabela II cobre cerca de 90% das minas em
produção no mundo que aumentaram de 1900 x106 t/a para 2500 x 106 t/ano durante o
período de 1968 a 1977.
A tabela II mostra que o acréscimo na produção das minas não é devido a um acréscimo no nº
de minas, mas sim devido a acréscimo no tamanho da minas. O nº de grandes minas
aumentou, enquanto que durante o mesmo período o número de minas de tamanho médio e
pequeno permaneceu constante ou declinou um pouco. Existem duas razões para o aumento
das minas a céu aberto. A primeira é que uma grande parte do aumento de produção vem de
novas minas especialmente de países desenvolvidos, onde há um aumento na taxa de
produção das minas a céu aberto. A segunda razão é que os métodos a céu aberto são
considerados mais vantajosos que os subterrâneos em termos de recuperação, controle de teor,
economicidade, flexibilidade, segurança e ambiente de trabalho.
Desenvolvimento da Produtividade
Custos de Desenvolvimento
Normalmente os custos para lavra a céu aberto são muito menores que os custos para lavra
subterrânea. A exata relação da quantidade de estéril que precisa ser removida no método a
céu aberto, do método de lavra subterrânea a ser empregado, etc.
A alta produtividade dos equipamentos a céu aberto implicam em baixos custos. O maior nº
de minas a céu aberto e a maior quantidade de minério extraído, possibilitam a fabricação de
um maior nº de equipamentos, reduzindo os custos de produção. Também o mercado para
equipamentos de lavra a céu aberto é grande, visto que estes equipamentos, em geral, podem
ser usados para outros propósitos, como por exemplo, abertura de estradas, construção de
hidroelétricas, etc. Um exemplo, apesar que em ordem inversa, foi a compra dos caminhões
de 120 t utilizados na construção de Itaípu, pela Fosfértil.
Por certo os custos de lavra são diferentes em diferentes minas, dependendo do método de
lavra, tipo de minério, etc. Na tabela III há uma comparação hipotética de uma mina a céu
aberto com uma produção anual de 6,5 milhões de t/ano de minério e aproximadamente a
mesma quantidade de estéril, e uma mina subterrânea com 2 milhões de t/ano de minério e
método de lavra por câmara e pilares. Pode-se observar que pela tabela III, que os custos
subterrâneos são maiores que os custos a céu aberto. Os baixos custos dos métodos a céu
aberto possibilitam a lavra de partes do minério que não seriam apropriados para a lavra
subterrânea e um menor teor de corte que os praticados por métodos subterrâneos.
Riscos de Acidentes
Demanda de Energia
A energia nas minas é necessária nas etapas de furação desmonte, carregamento, britagem
primária, transporte de material para a superfície, ventilação e bombeamento. Algumas vezes
(especialmente em minas subterrâneas e em algumas minas a céu aberto em cava profunda) o
minério é no interior de modo a reduzir custos de transporte. A tabela IV, resume o consumo
de energia elétrica e óleo combustível nas minas.
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Problemas Ambientais
Em minas a céu aberto, tanto homens quanto equipamentos são diretamente afetadas pelas
variações climáticas. Em minas subterrâneas existem problemas de ventilação, explosão,
queima de combustíveis, poeira, emissão de rádio, umidade, e uma rejeição humana geral por
trabalhos subterrâneos. A demanda para um aumento do ambiente subterrâneo é crescente.
A lavra a céu aberto, entretanto, afeta consideravelmente o ambiente vizinho. O estéril e os
rejeitos gerados devem ser locados em algum lugar. Para um engenheiro de minas uma cava,
um depósito de estéril etc., podem ser muito bonito, mas o mesmo não é para as pessoas de
um modo geral. Discussões sobre o ambiente afetam principalmente novas minas e são mais
intensas e restritivas em áreas onde a população não é utilizada nas atividades de lavra, ou
seja, não depende economicamente da mineração.
Zonas de Segurança
Em minerações próximas a centros urbanos, por exemplo existem delimitações de uma zona
de segurança, principalmente devido ao potencial de perigo da detonações. Minas
subterrâneas, a despeito da subsidência, apresentam neste caso maiores vantagens que as
minas a céu aberto.
Perdas de Minério
As perdas de minério em minas subterrâneas são geralmente maiores que em minas a céu
aberto. Em minas a céu aberto é possível recuperar 90 a 95% do minério, sendo o resto, em
geral, transportado para o depósito de estéril. As perdas de minério em lavra subterrânea
dependem do método utilizado e dos custos associados com a recuperação do minério
adicional. Métodos de corte e enchimento (cut-and-fill) frequentemente possibilitam pouca
perda de minério, enquanto que câmaras e pilares, frequentemente implicam em 40% de perda
de minério.
Fatores Psicológicos
Custo de Lavra - Exceto em casos raros, os custos relativos são significativamente mais
baixos na lavra a céu aberto.
Taxa de Produção - todos os métodos de lavra a céu aberto (exceto pedreiras), a taxa de
produção é de moderada a alta. Em minas subterrâneas de baixa a moderada (exceto para
caving e métodos sem suporte).
Investimento de Capital - Geralmente grandes para lavra a céu aberto, porém maiores para
lavra subterrânea. Equipamentos de superfície são geralmente mais caros, entretanto o
desenvolvimento subterrâneos é mais caro.
Profundidade - limitada para lavra a céu aberto, limitada para métodos subterrâneos sem
suporte, ilimitada para com suporte.
Seletividade - Geralmente baixa para lavra a céu aberto, variável para subterrânea.
Recuperação - Geralmente alta para lavra a céu aberto, variável para subterrânea.
Flexibilidade - subterrânea tende a oferecer mais flexibilidade que a céu aberto, embora a
lavra a céu aberto possa ser mais adaptável a mudanças.
Estabilidade das Aberturas - Geralmente maior para céu aberto; mais difíceis de obter e
manter em lavra subterrânea.
Disposição de Estéril - Pode ser um problema maior para lavra a céu aberto que para
subterrânea.
Uma das mais difíceis tarefas no desenvolvimento de uma mina a céu aberto é o design ou
projeto do pit final. Em geral existem três grupos de fatores envolvidos (Soderberg and
Rausch, 1968; Atkinson, 1983).
Introdução
A mineração a céu aberto requer, no mínimo, uma via ou mais, dependendo da configuração
do corpo, para lavrar o depósito até a profundidade do pit final. Em geral, existem três