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Resultados da Interpretação da Lei

Interpretação Declarativa-A interpretação declarativa é aquela em que o


intérprete conclui há uma coincidência precisa entre a lei e o espírito da
lei. Aqui o intérprete constata que não existe divergência entre a letra e
o espírito da lei, o que o legislador escreveu corresponde ao que desejava
transmitir.
Exs. No art.362, 2ͣ parte CC;art. 492/1 CC e 493/1 CC

Interpretação Enunciativa-A interpretação enunciativa é aquela em que o


intérprete deduz da norma interpretada outras normas afins ou
periféricas ou seja, quando o intérprete, por via da racionalização e
dedução jurídica, retira da norma interpretada todas as suas
consequências.
Exs. Artigos que establecam direitos como o do
trabalho,propriedade(artigos 1414º a 1438 do CC)

Interpretação Extensiva- Interpretação extensiva é aquela em que o


intérprete da norma de modo a corrigir a desconformidade existente
entre a letra da lei e o pensamento do legislador, pois entende-se que
este expressou na lei menos do que aquilo que pretendia, não abarcando
todas as suas situações que queria disciplinar.
Exs. Artigo 887º do CC- refere-se a proibição de venda aos filhos e
netos, mas neste caso, podemos estender a proibição de venda a noras e
geros pelo facto de, se este ou aquele comprar, o filho ou neto, ficará
directamente beneficiado pela compra.

Interpretação Restritiva-Na interpretação restritiva o intérprete limita


a norma aparente, por entender que o texto vai além do sentido. Ou seja,
na interpretação restritiva existe igual divergência entre a letra e o
espírito da lei, mas desta vez ao contrário da interpretação extensiva em
que a letra da lei vai muito para além do seu espírito e do pensamento do
legislador, tendo neste caso, o legislador dito mais do que aquilo que
desejava.
Exs. Artigo 1781º a 1785º do CC
Interpretação Ab-Rogante ou Revogatória – concluímos que a letra e o
espírito da Lei se contrariam ( existe uma contradição insanável entre o
sentido literal e o Espírito da Lei ), ou porque a expressão verbal é
absolutamente incorrecta; ou porque se verifica a contrariedade de
normas, assim o interprete concluí que a “ fonte “ não apresenta qualquer
norma jurídica.
Não podemos dizer que existe aqui uma revogação da Lei.
Ao chegar a esta conclusão o interprete está a fazer uma interpretação
revogatória.

Integração das Lacunas da Lei


-Visa colmatar omissões, vazios ou “ buracos “ em domínios que o Dtº
deveria reger. ( Estamos perante uma lacuna );
- Reconhece-se a incompletude do Dtº positivo. Este revela-se incapaz de
resolver uma caso concreto que reclame solução jurídica.
-Fala-se também aqui da existência de Casos Omissos, que são as
situações desprovidas de regulamentação jurídica. ( É o mesmo que Lacuna
da lei )

Integração vs Interpretação Extensiva

-Na interpretação extensiva atende-se a letra da Lei, ao espirito da Lei


( o legislador disse menos do que queria dizer ) – aqui existe norma
( poderá estar é incompleta, daí a interpretação ).
-No Processo de Integração não existe norma jurídica a aplicar, logo aqui
o processo é diferente, passa por outras situações. Porque quando chega à
conclusão de que não existe norma a aplicar ao caso concreto, já
esgotamos o processo de Interpretação. ( prévio )

Como colmatar essas falhas?


(Artigo 10º e 11º do CC)
Recorrendo à Analogia-consiste numa operação mental que deve aplicar
ao caso omisso, a norma reguladora de uma caso análogo, isto é, não existe
uma norma que contemple a situação directamente, mas existe outra
norma que contempla casos semelhantes.

Se não houver uma norma análoga, de acordo com o artigo 10º, nº3, o
interprete deve criar uma norma de uso único na própria situação para
poder resolver o caso.

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