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rafael1983@bol.com.br
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INTRODUÇÃO
Preparei este material visando orientar o pessoal que esta iniciando no mundo da
aviação virtual. Tentei usar uma linguagem pouco técnica e bem coloquial para
facilitar o entendimento daqueles que, muitas vezes, tem interesse na aviação,
mas trabalham em outras áreas totalmente diferentes e não conhecem os termos
usado na maioria dos tutoriais (de excelente qualidade).
Tentei também deixar bem ilustrado para não virar uma sopa de letrinha, mas
aconselho a leitura total deste manual, para um maior compreendimento das
figuras.
Para este tutorial, adotei a aeronave Cessna 182 Skylane com painel full IFR. Por
diversos motivos, entre eles, por ser uma aeronave default que tem em qualquer
Flight Simulator e também por ser um excelente treinador na aviação real.
Voar IFR nada mais é do que voar de um lugar para o outro utilizando
procedimentos, que vão desde a decolagem até o pouso final. Para isso são
utilizadas cartas pré-definidas de saída, rota, pouso e outros.
1. O VÔO BÁSICO
Os Instrumentos
Performance de Motor:
Obs. Estudar detalhadamente cada instrumento de performance não é a intenção deste manual.
Instrumentos Básicos:
10. Giro Direcional. Este instrumento foi criado para facilitar a orientação do
piloto durante o vôo IFR. Ele corresponde à indicação da bússola e deve
ser aferido antes da decolagem. Na aviação real, este instrumento
apresenta uma defasagem durante o vôo, sendo necessário aferi-lo
constantemente.
Check Cruzado
Check Cruzado em “ T ”
O Uso do Radio
2. ADF
Para esclarecer: “Sintonize o NDB no seu radio para obter a marcação no ADF”
Representação gráfica:
QDM´s e QDR´s
Na navegação por ADF, são utilizados os termos QDM e QDR, que são
empregados da linguagem do “Q”, e não existe um significado lógico para
estas letras.
Basicamente, quando tratamos de QDM, estamos nos referindo a estação na
proa da aeronave, e QDR na cauda da aeronave.
Imagine que da antena NDB saem 360 linhas, e cada linha dessa representa
um QDM ou um QDR.
Imagine que no desenho acima, saiam 360 linhas do centro onde esta o NDB.
São 360 QDM´s e 360 QDR´s, um ou outro será definido pela posição da
aeronave. Como vamos ver mais a frente.
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Esta é uma ilustração básica de QDM e QDR, mas existe também uma coisa
chamada marcação relativa. Imagine que durante o vôo, ao passar ao lado de
uma estação, você estará cruzando vários QDM´s (ou QDR´s). É possível
visualizar cada QDM que a aeronave esta cruzando.
Quando estamos com a estação exatamente na proa ou na cauda, o ponteiro o ADF fica nas
marcações 360º e 180º, e valor de QDM ou o QDR é igual à proa atual da aeronave.
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Ficou uma conta bem esquisita, hein? Vamos arrumar, nosso giro vai ate 360º,
então 500º - 360º = 140º
QDM = 140º
A aeronave esta cruzando o QDM 140º!
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Agora esqueça toda essa conta, por que convenhamos que deve existir uma
maneira mais fácil, e de fato existe. Mentalmente transporte o ponteiro ADF
para o giro direcional:
O ponteiro ADF esta em 240, que fica a 15º acima da marca de 45. Basta olhar
no giro e ver qual é a indicação na mesma marca de 45, neste caso é 125.
Pegue estes 125º e some os 15º resultado: QDM 140!
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QDM atual menor que o QDM desejado, abrir 30º menos (para esquerda).
QDM atual maior que o QDM desejado, abrir 30º mais (para direita).
Exemplo:
Se estiver voando no QDM 270 e quiser mudar para o QDM 300, devemos
abrir para a proa 240º e aguardar a relativa 060 do ADF e curvar para a proa
300º, desta maneira, o ponteiro ADF ficará alinhado.
Analise o desenho:
A aeronave esta aproximando pelo QDM 270º, e por algum motivo necessita
aproximar pelo QDM 300º. Ao tomar a proa 240º (30º menor que a atual), a
antena do auxilio ficará para direita da aeronave, logo o ponteiro do ADF cairá
para a direita, neste momento devemos aguardar o ponteiro do ADF cair ate a
marcação relativa que será 060º
Note que se a mudança fosse ao contrario, de 300 para 270, a aeronave deve
abrir para 330. Desta maneira, o ponteiro ADF irá para a esquerda e para
descobrir a relativa, são os mesmos 60º de diferença, mas desta vez tirado de
360, ou seja, a relativa seria 300º.
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Para uma mudança perfeita, é necessário que as curvas sejam padrões, e que
sejam antecipadas enquanto aguarda a marcação relativa, no caso da
“mudança 1”, quando o ponteiro chegar em 055, é aconselhável que se inicie a
curva, para no final, o ponteiro ADF estar bem alinhado. Esta antecipação pode
variar, se o ponteiro ADF estiver caindo muito rápido, significa que o avião esta
muito perto da estação e terá que antecipar ainda mais a curva, por exemplo,
quando chegar em 050, inicie a curva. Não existe formula para calcular essa
antecipação, logo, a pratica leva a perfeição.
QDR desejado menor que o QDR atual, abrir 30º menos (para esquerda) que
o desejado.
QDR desejado maior que o QDR atual, abrir 30º mais (para a direita) que o
desejado.
Exemplo:
Se estiver voando no QDR 270 e por algum motivo ter que mudar para o QDR
300, devemos abrir para a proa 330º e aguardar a relativa 150 do ADF. Após
executar curva para a proa 300º, dessa maneira, o ponteiro ADF estará
alinhado, mas desta vez, apontando para baixo.
Para mudança de QDR, não se faz necessário antecipar a curva. Basta aguardar
o ponteiro ADF chegar exatamente na marcação relativa, e executar a curva para
a proa desejada.
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Mudanças de QDR com ângulos maiores que 90º, são muito simples. A
aeronave abaixo esta voando no QDR 180º e quer sair pelo QDR 300º.
Lembrando que a curva inicial para a proa igual ao do QDR, deve ser sempre pelo
arco menor, a não ser que o controlador ou a carta preveja outra coisa. Ou seja,
quando for voar para a proa 020º, olhe no giro direcional e veja para que lado esta
mais perto.
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Ao realizar mudanças de QDR e QDM, nem sempre o ponteiro ficara cem por
cento alinhado, ou as vezes por atuação do vento, o ponteiro também pode
acabar indo para um lado ou outro.
Para fazer correções de QDM basta voar para cima do ponteiro, ou seja, se o
ponteiro estiver um pouco para a direita, curve para cima do ponteiro, deixando
ele levemente para a esquerda. O ponteiro começará a se deslocar, ai basta
aguardar a relativa para o QDM que você quer.
Interpretação de Cartas
O primeiro passo ao pegar uma carta é fazer um briefing completo, neste caso
vamos fazer a saída “ILDA” de Montes Claros. A maior parte das cartas de
saída tem a finalidade de colocar a aeronave em uma certa aerovia, a saída
ILDA nos colocará na aerovia W8
Na parte superior direita da carta, temos a identificação para que tipo de carta
é essa. A carta de saída tem a identificação SID (Standard Instrument
Departure).
A parte grifada em verde, são todas as saídas que contém nessa carta. Ao
mandar o plano de vôo, o controlador irá indicar qual a saída que você deve
realizar. Para qualquer uma dessas saídas, você utilizará a mesma carta.
Na saída ILDA, decolando da pista 30, após cruzar 2700 pés, inicie uma curva
a esquerda até a proa 176º (regra mudança de QDR), que é 30º a menos que
o QDR desejado. Aguarde a relativa 210 e curve para a proa 206º. Desta
maneira o ponteiro ADF deverá ficar alinhado apontando para baixo. Isto
significa que você está no QDR 206, que foi previsto na carta.
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Obs.
Para mudança de QDR, deve-se fazer a curva pelo menor arco de curva, mas
neste caso, decolando da pista 12, a carta prevê que faça curva a esquerda.
Esta é uma saída bem simples e fácil de executar, mais a frente faremos
saídas mais complexas.
Estarei Disponibilizando este manual em capítulos. Estes são os dois primeiros capítulos, onde
tratamos de Vôo Básico e ADF. Nos Próximos capítulos falaremos sobre VOR e Esperas.
Agradecimentos especiais ao Cmte. Frederico Souto pela paciência em revisar todo este
trabalho.
Contato:
Rafael Araújo
rafael1983@bol.com.br
3. VOR
Representação Gráfica:
ou
Algumas aeronaves possuem um instrumento chamado HSI, a grosso modo, é o VOR e o Giro
direcional tudo integrado numa coisa só, como a figura abaixo:
Radiais
Da mesma maneira que o ADF, no VOR também existem 360 linhas, mas
agora não chamaremos mais de QDM ou QDR, serão simplesmente radias. Ou
seja quando o controlador falar em radial, já sabemos que se trata de um VOR.
No exemplo 2, a aeronave esta aproximando pela radial 270, e sua proa é 090.
É importante não confundir a proa com a radial, muitas vezes o controlador
pode pedir qual a radial que esta mantendo, e como vimos, nem sempre esta é
iagual a proa atual da aeronave.
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O RUMO distingue a trajetória da aeronave. A PROA indica para onde o nariz do avião esta apontando.
Logo, devido a correções de vento, nem sempre a proa será igual ao rumo.
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O Instrumento VOR
Este VOR tem tanto a indicação de radial, quanto de glide para aproximação
ILS. Existem alguns VOR que tem somente a barra vertical.
Quando o CDI está alinhado, existem 5 pontinhos para cada lado. Cada
pontinho desse representa 2. Na imagem acima, os pontos estão em baixo da
barra do glide, mas dá pra ver. O VOR tem uma deflexão de 10 graus para
cada lado. Se o CDI estiver no batente, significa que você esta mais de 10
graus fora da radial. Na imagem, o CDI esta a 1 ponto e meio do centro que
representa 3 graus.
Lembre que as cartas sempre indicam o CURSO, a não ser que venha
claramente especificado a radial como no exemplo anterior, onde tem a
indicação “R141” perto do VOR de Bragança.
IMPORTANTE:
Neste exemplo, o triangulo esta na posição Agora o triangulo esta na posição FROM
TO (ponta para cima), então para identificar (ponta para baixo), mantendo a mesma
a radial, basta olhar na base do triangulo, regra, a radial esta na base do triangulo,
neste caso estamos aproximando da estação neste caso, na parte de cima. Radial 341.
pela radial 184.
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Aproximando:
Sua proa atual é 360, por que estamos aproximando pela radial 180. Para
interceptar a radial 150, abra para a proa 060, como vimos antes.
Quanto mais perto, mais rápido, o ponteiro vai chegar ao centro. Se estiver
muito longe, 20 NM pra mais, é necessário aguardar e calcular mentalmente a
hora de virar, não tem formula para isso, é no olhometro mesmo.
Afastando:
A aeronave se afasta pela radial 270, e a carta diz que deve afastar pela radial
320.
A proa que voaremos para manter a radial 320, é 320, por que quando
estamos afastando RADIAL = CURSO.
Abra para a proa 005 e mantenha até o ponteiro CDI começar a se deslocar,
quando ele chegar mais ou menos na metade do caminho, curve para a proa
320. Porém, isto também varia com a distancia, para interceptar a radial
desejada perfeitamente, fique de olho no CDI, se estiver muito lento aguarde
um pouco mais.
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Da mesma maneira que no caso do ADF, acho difícil que exista alguma
necessidade de executar uma mudança de radial com ângulo maior que 90
graus, aproximando da estação. De qualquer maneira, se caso necessite entre
em contato comigo que explicarei com detalhes. Aqui falaremos somente das
mudanças maiores de 90 graus afastando, pois estas sim, sempre aparecem
nos procedimentos de subida.
Afastando:
Trocando em miúdos:
Interpretação de cartas:
Para este capitulo escolhi a saída MOGI 5 do Campo de Marte. Esta saída não
é muito simples e mistura NDB com VOR, então podemos praticar tanto um
quanto outro.
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Após analizamos todos os lados de curvas, radiais e QDR. Para esta saída,
decolaremos da pista 30.
O primeiro passo é sintonizar o NDB MAE (260). A carta diz, que após a
decolagem, devemos curvar para a esquerda, e interceptar o QDR 112.
Note que esta é uma mudança de QDR maior que 90 graus. Por que
decolando da pista 30, estaremos saindo mais ou menos no QDR 300.
Então decole e após passar 500 pés, vire a esquerda até a proa 112.
(Processo das paralelas, como vimos no capitulo de ADF). Ao passar o través,
abra 30 graus para o lado do ponteiro. Voe na proa 082 e aguarde a marcação
relativa 210 ou 150.
Após interceptar o QDR 112, o próximo passo é realizar uma curva a direita,
onde esta o “X” destacado em verde.
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Para executar esta curva, é necessário trocar a freqüência do NDB para TUCA
(410) e calcular a marcação relativa.
Para calcular essa marcação, basta pegar a diferença entre o QDR desejado
(164) e o QDR atual (112). O resultado será 52. Depois é só somar ou diminuir
52 de 180, dependendo da posição da aeronave em relação a antena.
Mas essa conta toda fica muito difícil, então basta pegar a diferença de um
para o outro que dá 52 e aguardar que a calda do ponteiro ADF chegue em 52
graus e após curve para a proa 164. O ponteiro ADF deverá estar alinhado
com a ponta para baixo, indicando o QDR 164.
Dica:
Mantenha a freqüência de MAE no ADF. Coloque a freqüência do VOR de
BCO (116,00) no NAV2, e sete a radial 251 no instrumento. Dessa maneira,
você saberá quando estará próximo ao ponto de virar. Assim que o CDI
começar a se deslocar, troque a freqüência de MAE para TUCA, ai é só
aguardar a relativa e curvar.
No próximo “X” amarelo, devemos executar uma curva para esquerda para
interceptar a radial 096 de CGO.
Note que neste segundo “X”, a aeronave deve estar obrigatoriamente a 5000
pés.
4. ESPERAS
Este capitulo é muito importante, pois a maioria das pessoas que estão iniciando
no vôo IFR acabam se enrrolando com as esperas.
Mas não é nenhum bicho de sete cabeças, basta aprender a visualizar o espaço e
identificar onde a sua aeronave esta.
Como o nome já diz, este procedimento serve para o controlador colocar uma ou
mais aeronaves em órbita, afim de organizar os tráfegos quem chegam em um
determinado aeroporto, ou terminal.
Sobretudo, é importante saber como iniciar uma espera. Pois a entrada na espera
acaba sendo o inicio de um procedimento correto. Nem sempre é necessário que
se fassa a espera completa, mas é necessário saber como entrar nela, para poder
iniciar o procedimento de pouso.
Tipos de espera:
Padrão – curvas para o lado direito (sentido horário)
Não Padrão – Curvas para o lado esquerdo.(sentido anti-horário)
Esta é uma espera balizada pelo NDB BHZ (520), mas uma espera pode ser
balizada por um VOR ou até mesmo um fixo.
Identificado os setores, agora vamos falar sobre as entradas. Vindo de cada setor
destes, existirá uma entrada diferente. A decisão de qual entrada utilizar, cabe
somente ao piloto da aeronave, o controlador, nunca lhe dirá qual setor você esta
chegando.
1) Após o bloqueio do auxilio, curvar para uma proa igual a perna de afastamento.
2) Estabilizar na proa definida e disparar 1 minuto.
3) Executar a curva para o lado contrário da espera
4) Voar na proa do auxilo e iniciar a órbita ou o procedimento.
Esta deve ser a entrada mais fácil, como o próprio nome sugere.
- A aeronave se aproxima na proa 236, após o bloqueio deverá curvar a direita até
a proa 079 e se ajustar na espera.
- Na entrada direta, caso a aeronave seja autorizada, logo após o bloqueio poderá
iniciar o procedimento.
Considerações
A parte mais difícil é mentalizar a divisão dos setores, mas com o tempo fica mais
fácil. O ideal é preparar esses detalhes com bastante antecedência.
Cada setor tem uma tolerância de 5 graus para cada lado. Lembrando que quem
decide a entrada é o piloto.
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Agradecimentos especiais ao Cmte. Frederico Souto pela paciência em revisar todo este
trabalho.
Contato:
Rafael Araújo
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