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1) O que é Esclarecimento?

Segundo Immanuel Kant, nascido em 22 de abril de 1724, portanto filósofo moderno, o

termo esclarecimento (do alemão Aufklärung) define-se como a saída do homem de sua

maioridade, a qual ele próprio é culpado. Kant dizia que o lema do esclarecimento é Tem

coragem de fazer uso de teu próprio entendimento (sapere aude)!

2) O que é Menoridade?

Para o filósofo, a menoridade é a incapacidade do homem de fazer uso de seu

entendimento sem a direção de outro indivíduo. Kant acreditava que o homem é o próprio

culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na

falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem.

3) Relacionar Criticismo com Preguiça e Covardia.

A princípio, é interessante relatar o que Kant pensava por preguiça e covardia. Estes dois

termos, encontrados num de seus textos intitulado O que é Esclarecimento?, significam as

causas pelas quais uma grande proporção dos homens, já depois que a natureza teria os

libertado de uma estranha direção (naturaliter maiorennes), permanecessem, no entanto de

bom grado, menores durante toda sua vida. Preguiça e covardia explicam também por que é

tão fácil que os outros se constituam em tutores destes homens. Isso se da uma vez que é

mais cômodo ser menor, ou seja, pensar por si mesmo e fazer as próprias opções trazem

consigo um incômodo, uma dificuldade que é mais fácil ser descartada.

Ao relacionarmos o Criticismo (krínein, significa examinar, por à prova; ele que se

apresenta como meio termo entre a temeridade dogmática e o desespero cético, que,

segundo Kant, é intitulado “juízo adulto e viril”, e que perpassa toda a filosofia kantiana),
com a preguiça e a covardia, podemos dizer que ele seria o meio pelo qual o homem se

abriria ao esclarecimento, deixaria de adotar as escolhas e pensamentos provenientes de

outrem (às vezes apresentados como dogmas) e atingiria a sua idade racional adulta, por

assim dizer, na qual seria protagonista do seu processo cognoscitivo e racional.

4) Relacionar Criticismo com Liberdade e Obediência.

Kant acreditava que a LIBERDADE seria aquela que propiciaria ao homem a possibilidade

de dar resposta a uma de suas maiores vocações: a de pensar por si mesmo. Ela é, também,

meio para a gênese do esclarecimento, tanto pessoal quanto da sociedade, sendo que ela

provém do uso da razão. O filósofo chega a destacar alguns profissionais e líderes da

sociedade como aqueles que exclamassem: não raciocineis! e, de modo imperativo,

determinassem algum comportamento ao homem: pagai! crede! Haveria, assim, uma

limitação da liberdade.

Ora, o uso público da razão, enquanto livre, realizaria o esclarecimento entre os homens, e

por meio do criticismo, os mesmos se tornariam mais livres, dado o criticismo como ajuda

para um processo libertador daquilo que é imposto. No que diz respeito à obediência, Kant

fala da mesma como algo necessário, mas que não deve implicar, por exemplo, omissão, ou

seja, que um cidadão, delegado a um determinado cargo, deve expor suas idéias ao público,

mesmo que tais não sejam um consenso geral da instituição da qual o mesmo cidadão é

pertencente. Este cidadão seria um sábio. É claro que o criticismo estaria inteiramente

ligado a este processo de exposição das idéias próprias de um cidadão sábio, dado que se

trata de um auxílio na obtenção de sínteses e conclusões maduras no que diz respeito às

propostas e idéias das instituições.


5) Relacionar Criticismo com Religião e Política.

Ao falar da religião, um dos quesitos que surge durante a reflexão de Kant, é que se uma

sociedade de eclesiásticos não deveria possuir um princípio ou um credo invariável que

fizesse com que uma tutela fosse perpetuada. Ao dar resposta à pergunta que o próprio

filósofo faz, ele ressalta o erro que ocorreria mediante tal ato, já que isso afastaria a

possibilidade de esclarecimento do gênero humano, o que seria nulo e sem validade. Isso

seria até um crime contra a natureza humana, segundo o filósofo. Em relação à política,

Kant acredita que se o homem puder fazer uso público de sua própria razão, ele estaria

contribuindo para com o Estado, que tal atividade não trás consigo perigos. Mas só um

homem esclarecido e sábio poderia dizer ao Estado aquilo que não é licito. Este grau maior

de liberdade civil parece vantajoso para a liberdade de espírito do povo e,

conseqüentemente, produz progresso. Assim, o homem seria tratado com dignidade.

Em qualquer um dos dois temas abordados por Kant nesta questão, há uma profunda

relação com o criticismo, uma vez que só por meio do uso maduro da razão é que se pode

promover esclarecimento em meio à religião e à política. O uso do criticismo promove

abertura, crescimento e novas possibilidades que fariam da religião e da política meios mais

viáveis para o esclarecimento humano.

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