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8. Mercado de Trabalho, Emprego e Desemprego
8.3. Interpretação Estática do Desemprego
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8. Mercado de Trabalho, Emprego e Desemprego
8.3. Interpretação Estática do Desemprego
A análise estática do mercado de trabalho prevê que existe desemprego se o salário
real não se ajustar ao nível do equilíbrio competitivo.
Desemprego Estrutural (U e ) : desemprego que resulta da incapacidade do salário
real, w, se ajustar ao nível salarial do equilíbrio competitivo, w*; ou seja, persistir
w’ > w*.
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o Efeitos dos sindicatos:
- A curva da oferta de trabalho agregada “com sindicatos” tende a estar acima e à
esquerda da curva da oferta (nocional) de mercado ( a existência de sindicatos
tende a traduzir-se na reivindicação de maiores salários para qualquer nível de
oferta de trabalho) e numa maior elasticidade da oferta face ao salário real (
menor sensibilidade do ajustamento salarial à situação conjuntural).
- O salário é determinado com base na oferta de trabalho agregada “com sindicato”
(oferta coletiva de trabalho) e não pela curva da oferta (nocional) de trabalho.
- O nível de salário w’, que se estabelece nas negociações entre sindicatos e
empresas, gera desemprego (Ue = NS─ ND).
- Na ótica das organizações sindicais, este desemprego pode ser visto como
voluntário, ainda que seja involuntário na ótica do trabalhador individual.
A questão macroeconómica chave é que a existência de sindicatos poderá
introduzir rigidez no salário real. (a previsão não é surpreendente: vd. a função
oferta de um monopolista e a de um agente em concorrência perfeita).
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B
w
w* A
Labour demand
Labour
N N Ns
Union-voluntary, individual-involuntary unemployment
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o Grau de centralização das negociações salariais e a questão macroeconómica:
- Negociação nacional (centralização máxima): propícia à internalização dos
problemas de natureza macroeconómica (i.e., inflação e desemprego); pode ser mais
eficiente para resolver problemas estruturais agregados (e.g., em concertação social).
- Negociação no plano da empresa (descentralização máxima): caso exista
concorrência no mercado dos produtos esta modalidade introduz menor rigidez no
plano macro (e.g., acordos de empresa).
- Negociação setorial e/ou regional (centralização intermédia): passível de fomentar
entraves à concorrência nas negociações salariais e, assim, eventualmente facilitar
comportamentos oligopolísticos nos mercados do produto (e.g., acordos coletivos de
trabalho); nessas situações é muito prejudicial à flexibilidade nos ajustamentos
salariais, em duas perspetivas:
- na repercussão diferenciada dos ganhos de produtividade empresa a empresa;
- na inexistência de incentivos à internalização dos problemas agregados.
Centralização/descentralização extremas parecem alternativas mais favoráveis.
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Salário mínimo: limiar determinado por lei para o salário contratado legalmente.
Regulamentação do mercado de trabalho que envolve uma discussão sobre a
escolha entre proteção social e eficiência económica.
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Labour
0 N min N N N s Nmin
s
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8.3. Interpretação Estática do Desemprego
Em resumo:
Rigidez real:
• Entraves à variação do salário real e portanto ao ajustamento entre procura e
oferta de trabalho para o equilíbrio concorrencial do mercado, mesmo a longo
prazo, i.e., em equilíbrio de preços flexíveis;
• Múltiplas causas possíveis, das quais destacámos três:
1. Bloqueios ao nível salarial pelo contrato individual de trabalho (salário
mínimo);
2. Estabelecimento de níveis de salário real com base na oferta de trabalho do
sindicato (insiders-outsiders);
3. Seleção adversa, risco moral, e mecanismos contratuais no sentido de os
minorar (salários de eficiência)
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8.4. Interpretação Dinâmica do Desemprego
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Exemplo:
Portugal,
3º trimestre 2010
[Fonte: INE,
Estatísticas do
emprego,
3º trimestre 2010]
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f
- Dado que: N S E U f
f f
U U E s f
- A taxa de desemprego friccional u
f
(a percentagem do desemprego E U f
1U E 1 s f
f
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8.4. Interpretação Dinâmica do Desemprego
s
- Do que resulta: u
f
s f
O desemprego friccional é tanto maior quanto mais frequente for a separação (s),
e quanto menos frequente for o ingresso ou encontro (f) .
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Equidade:
- grau de proteção social do desemprego;
- grau de proteção social à população fora da força de trabalho (em termos de
idade e condições)
Eficiência:
- numa perspetiva estática, eficiência do mercado de trabalho a equilibrar-se no
nível de máxima utilização da capacidade produtiva (concorrência perfeita).
- numa perspetiva dinâmica, o crescimento da produtividade do trabalho e, logo,
do produto real.
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Em particular, o subsídio de desemprego tende a diminuir a taxa de encontro f e a
aumentar o desemprego friccional.
Alguns dos efeitos nocivos do subsídio de desemprego no mercado de trabalho são:
- menores incentivos à mobilidade dos trabalhadores entre postos de trabalho
- estímulo à permanência no estado de desempregado
- agravamento do desemprego de longa duração (perda de qualificações
pode gerar ciclo vicioso de desemprego ou desistência de oferta de trabalho).
Os sistemas de apoio ao desemprego diferem de país para país quanto à sua
generosidade, em função
- dos critérios de elegibilidade
- do período de duração do apoio ao desempregado,
- do nível de substituição do rendimento do trabalho (montante).
Recentemente a tendência no mundo desenvolvido tem sido de diminuição do apoio
aos desempregados, para repor eficiência com vista à competitividade na era global.
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8.4. Interpretação Dinâmica do Desemprego
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(…)
(…)
Fonte: OECD Economic Surveys; Portugal 2010.
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8.4. Interpretação Dinâmica do Desemprego
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Conclusão
Recorde-se o objetivo essencial deste capítulo: explicar por que razões o desemprego
natural (de equilíbrio de preços flexíveis, de longo prazo, persistente, tendencial)
não é nulo e pode variar (gradualmente) ao longo do tempo.
Desemprego Natural:
“O desemprego natural … é o nível que seria gerado pelo sistema de equações de
equilíbrio geral Walrasiano, na condição de estarem aí incorporadas as
características estruturais atuais dos mercados de trabalho e de bens, incluindo as
imperfeições dos mercados, a variabilidade estocastica nas procuras e ofertas, o
custo de recolher informação sobre as vagas de emprego e as disposições ao
trabalho, o custo da mobilidade, etc. “ (Friedman, 1968, p.8)
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Conclusão
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Conclusão
w1 A1 Aggregate labor
A supply
w
w2 A2
Labour demand
Labour
0 N1 N N2 Ns
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Conclusão
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