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DEPENDÊNCIA EMOCIONAL

Baseado em tradução não oficial da apostila dos Emocionais Anônimos

PRIMEIRO PASSO

Admitimos que éramos impotentes perante nossas emoções – que


tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas

IMPOTENTES

A palavra “Impotente” nos traz uma sensação incômoda porque ela é muito
associada a não conseguir ter uma ereção, ou manter uma boa relação sexual,
e com isso rejeitamos a princípio o primeiro passo. Provavelmente você não
saiba o que consiste ser impotente perante suas emoções, e com isso se
revolte, ou se amedronte com o termo. Observe abaixo se você se reconhece
nas situações:

 Você já se sentiu incapaz de sentir ou parar de sentir algumas


emoções?
 Você já se sentiu que era incapaz de sentir ou parar de sentir algumas
emoções?.
 Você já se sentiu desamparado e, talvez, desesperado.
 Você já se sentiu como se não estivesse bem consigo mesmo por mais
que tentasse?
 Você já tentou fazer terapia mas desistiu porque o “terapeuta não estava
te entendendo” ou porque não aceitava o que ele dizia?
 Você já tentou mudar usando apenas a sua força de vontade, mas não
conseguiu?.
 Você procurou ser auto suficiente, mas por mais que quisesse;
precisava de outras pessoas?
 Você já se sentiu impotente perante seus sentimentos, positivos e
negativos?
 Você já teve raiva de alguém e tentou se livrar dessa raiva usando a
lógica e a razão?
 Você já sentiu culpa a respeito de algo e tentou livrar-se dela
justificando-a?
 Você já se sentiu sozinho mesmo com muitas pessoas em sua vida?
 Você já sentiu medo quando a razão dizia que não havia nada a temer?
 Você sempre diz ou pensa, "Por que tudo acontece comigo?"

Se a resposta for sim a algumas dessas perguntas, reflita sinceramente


e aceite ser impotente perante suas emoções. Isso não significa que você seja
uma má pessoa, ou que seja incapaz, ou irresponsável. O seu comportamento
está sendo regido pelas suas emoções e não da forma como você gostaria que
fosse. Ao aceitar ser um Dependente Emocional, você poderá fazer diferente e
conseguir um resultado diferente. Ao aceitar a sua limitação poderá
compreender que não precisa ser perfeito para a outra pessoa.

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DEPENDÊNCIA EMOCIONAL
Baseado em tradução não oficial da apostila dos Emocionais Anônimos
PERDER O DOMÍNIO

Você consegue se enxergar nas questões abaixo?

 Você já se viu tentando se controlar e acabou mais descontrolado?


 Você já apontou alguma(s) pessoa(s) ao seu redor como sendo
responsáveis pelo descontrole de sua vida?
 Você já tentou controlar essa(s) pessoa(s) e percebeu que sua vida ficou
ainda mais incontrolável?
 Você já se sentiu mal porque a pessoa(s) que o(a) cercam não querem te
ajudar, ou fazer aquilo que você acha melhor que ela(s) façam?
 Você já se sentiu humilhado e melindrado por algum comentário que os
outros te fazem?
 Você já se pegou não iniciando uma conversa, porque tem a certeza de que
o seu interlocutor não gostaria de falar com você?
 Você já sentiu que tem tantos problemas na vida que não sabe nem por
onde começar?
 Você já se sentiu incompreendido, diferente e sozinho?
 Você já sentiu:
 Solidão  Medo de rejeição  Inadequação
 Vergonha  Medo de errar  Autorrejeição
 Insegurança  Medo de se enquadrar  Egocentrismo
 Baixa autoestima  Medo de ser diferente  Auto negação

Tudo aquilo que você retém emocionalmente, ou azeda, ou empedra,


podendo assim se transformar em uma doença psicossomática. Aquela doença
que os médicos costumam não encontrar uma causa física manda você
descansar, relaxar, tirar umas férias, dizendo que é stress. Hostilidade contra
um membro de sua família, rancor ou ressentimento por acontecimentos do
passado também estão na lista de causas emocionais que podem gerar
doenças psicossomáticas.
Você tem ou já teve:
 Dores no estômago  Úlcera estomacal  Arritmia cardíaca
 Dor de cabeça  Hipertensão  Alergias na pele
 Dores nas costas  Dores nos músculos  Problemas nas juntas

Ao não conseguir fazer algo de modo que considere que seja perfeito,
você se considera um fracassado? O perfeccionismo compulsivo pode ser
outro sintoma de Dependência Emocional. Podemos agir sem nos cobrarmos
excessivamente, podemos agir de modo passivo. Podemos relaxar e aceitar o
que os outros fazem ou dizem sem reagir negativamente criando uma
tempestade dentro de nós. Porém, não temos coragem de nos posicionar e
agimos de forma agressiva nas áreas que sentimos ter mais habilidade
(controle). Podemos aceitar passivamente, sem reagir diante de um colega ou
com nosso chefe e descontar a nossa ira, pela frustração, em nossos
familiares.

Podemos adotar a postura de rejeição a tudo e a todos com quem não


concordamos, criticando de forma ácida as ideias de nossos colegas , e o nosso

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ambiente acaba se transformando num campo de batalha emocional. Podemos
reclamar que tudo e todos estão nos sabotando, ou querendo nos tirar daquilo
que melhor fazemos, criando um sentimento ruim de insatisfação permanente.

Essa falta de controle, de fazer com que as pessoas nos “obedeçam”


que geralmente dizemos que são as “nossas sugestões” podem nos trazer o
sentimento de impotência, consequentemente temos crises de ansiedade,
depressão evoluindo para pânico por estar em constante situação nervosa.

Isso nos causa a preocupação em demasia, problemas para dormir,


irritação, mal estar crônico que eventualmente nos causará situações nervosas
que acabam por afastar as pessoas ao nosso redor. Esse isolamento não
compreendido nos traz a sensação de conspiração, que nos leva a acreditar
que qualquer dos nossos colegas podem estar falando mal de nós, com isso
reagimos, muitas vezes, de modo raivoso, com explosões de temperamento
maltratando pessoas que amamos.

Esse comportamento destrutivo e neurótico pode evoluir fazendo com


que nos tornemos mais destrutivos, violentos, ter comportamentos homicidas
ou suicidas. Esses comportamentos nos levam a compreender que somos
impotentes perante nossas emoções, e que nossa vida estava fora de nosso
controle, pelo excessivo controle que queríamos exercer e não conseguimos.

O hábito constante nos garante “a certeza” de que conseguimos fazer


uma leitura correta das expressões de nossos colegas, que são “confirmadas”
pelas suas atitudes, que nada mais são que a reação ao nosso comportamento
agressivo, crítico ou ácido das nossas defesas apaixonadas. Julgamos os
outros como forma de nos sentirmos melhores e de nos fazer melhores perante
a todos. Assumimos tarefas além do nosso gosto e depois reclamamos que
“está tudo em nossas costas” e reagimos destacando nossa auto piedade,
ressentimo-nos da “folga de nossos colegas”, temos raiva de não conseguir
ficar livre dessas tarefas que nós mesmos nos encarregamos, temos inveja do
estado de alegria das outras pessoas, sentimos ganância de conseguir viajar
como nossos colegas mais incapazes que nós, somos intolerantes com as
“falhas e omissões deles”, somos egocêntricos!

A causa dessas nossas insatisfações geralmente está no outro, nunca


admitimos que a causa somos nós mesmos. Racionalizamos que “só pode ser
isso....”, como forma de justificar melhor nossos atos. Podemos também usar
como instrumentos de fuga, substâncias que controlam nossas insatisfações,
tornando-nos compulsivos no consumo de remédios, álcool, comida, jogos de
azar, sexo compulsivo, compras (dívidas), trabalho, ou qualquer outro
comportamento compulsivo como nos dedicarmos na necessidade de resolver
todos os problemas dos que nos cercam, ler e conhecer todos os assuntos do
interesse das pessoas que convivem conosco. Comportamentos que adotamos
para melhor lidar com nossa dor.

Chega um momento que essa fuga não funciona mais, não nos satisfaz,
não se pode enganar a si mesmo por tanto tempo! Uma ajuda importante é
esse roteiro que está sendo organizado baseado em uma tradução não oficial

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DEPENDÊNCIA EMOCIONAL
Baseado em tradução não oficial da apostila dos Emocionais Anônimos
do roteiro dos Emocionais Anônimos. Os 12 passos como uma solução
imediata pode nos trazer a sanidade que necessitamos para centralizar nosso
foco para nossos comportamentos.

Cada pessoa vai perceber a sua Dependência Emocional de forma


diferente. Muitos acreditam que não tem mais jeito. Não acreditam mais em
terapia por terem se deparado com terapeutas despreparados para lidar com a
sua doença emocional. Não acreditam mais na religião, pois frequentaram e
não conseguiram se controlar, muito pelo contrário, encontraram um ambiente
propicio a continuarem seus hábitos de controle. Outros já se medicaram,
passaram por profissionais da saúde mental que experimentou diversas drogas
sem sucesso. Outras pessoas procuram os Emocionais Anônimos para ainda
exercerem suas manias, no intuito de “ajudar as outras pessoas”, ainda se
colocando distante do seu próprio problema. Compreender que nossas vidas
continuarão incontroláveis se não fizermos nada para retomar o controle delas
é imprescindível.

ADMITINDO

Não é fácil de admitir que não somos capazes de controlar nossas


próprias vidas. Nosso orgulho não nos permite, nosso egocentrismo nos isola
dos outros, nossa auto piedade nos coloca para baixo, nossos ressentimentos
trazem lembranças dolorosas de pessoas que nos machucaram, nos
ignoraram, não nos deram o nosso devido valor, não reconheceram nossos
esforços. Frases de efeito comumente saem de nossas bocas: Se ele não
fosse assim... se o meu cônjuge não agisse dessa maneira.... Se os meus
filhos me amassem... Se meus pais tivessem me dado atenção na minha
infância... Se meu chefe não fosse tão duro... Se meus vizinhos não fossem tão
chatos e fofoqueiros... Se minha casa fosse.... se meu caro fosse.... Se o
tempo estivesse.... ou qualquer outra desculpa que você possa dar.... Eu não
estaria assim....

Através da prática do primeiro passo aprendemos que devemos aceitar


nossas emoções como elas são, sem precisar se esconder através de um
personagem que acreditamos que as pessoas esperam de nós. Ao
aprendermos a aceitar nossas emoções, nossa auto estima melhora pois
reconhecemos nossas limitações e nos tornamos aptos a reassumir o controle
de nossas próprias vidas. Nossa consciência pode decidir e deixamos de nos
deixar levar pelas emoções, permitindo assim que elas nos controlem e
passemos a culpar os outros pelos nossos fracassos. Retomamos o controle
de nossas vidas, sem se importar com o que e quem possam ter nos
influenciado.

O Primeiro Passo é uma decisão de humildade e honestidade consigo


mesmo, pois admitimos que somos humanos, que somos limitados e isso nos
dá a liberdade de não escondermos mais quem somos atrás de uma máscara e
um comportamento que não é o nosso, e com isso aceitar a realidade de nossa
situação. Esse é um Primeiro passo de Esperança.

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