Você está na página 1de 27

IMIGRANTES

EM PORTUGAL

Escola Secundária José Saramago

Curso: Línguas Elaborado por: Bianca Silva, Nº2


e Humanidades Carina Rodrigues, Nº3
Daniel Araújo, Nº4
Disciplina de
Sociologia 12ºLH4

Professora:
Ana Ribeiro
Imigrantes em Portugal

Índice
1. Introdução……...………………………………………………...
………………2
2. Integração dos imigrantes na sociedade portuguesa……...
…………….……..3
2.1 O que é a
Discriminação…………………………………………………..…….3
3. Discriminação é uma atitude e/ou um comportamento
com raízes culturais....4
3.1 Cultura
…………………………………………………………………………..4
3.2
Valores…………………………………………………………………………..
4
3.3 Diversidade
cultural………………………………………………………….….5
3.4 Etnocentrismo cultural…………………………………………...
……,………….5
3.5 O que é Preconceito?………………..
…………………………………………..6
3.6 O que é o Racismo?…………...…………………………..……...
………….6 e 7
3.7 O que é o Racismo Reverso?………………………..…………...
………………7
3.8 O que é a Xenofobia?………………...…………………...
…………………….7
3.9 Representações sociais…………………………………..
………………………8
4. Discussão do conceito de “raça”, de raiz biológica, do
conceito de “etnia”, de raiz cultural……………...
…………………………………….…………………9
4.1 O que é a Raça? ……………………………………..
…………………………9
4.2 O que é a Etnia? ……………………………………………….
……………….9

Página 1
Imigrantes em Portugal

4.3 Qual é a diferença entre Raça e Etnia?


…………………………………. 9 e 10
5. Migrações, identidades e etnicidade…………………………….
…………….11
5.1 As
Migrações……………………………………………………………...……11
5.2
Causas…………………………………………………………………………
11
5.3 As Integrações dos
imigrantes……………………………………………11 e 12
5.4 A Diversidade étnica das sociedades
atuais…………………………………..13
5.5 A Diversidade étnica da sociedade portuguesa……..,…..…
13, 14, 15, 16 e 17
5.6 A Integração da população imigrante na economia
portuguesa e os seus perfis
sociodemográficos…………………………...…………...……….….……
17 e 18
6. A Integração dos imigrantes em Portugal: Questões e
hipóteses…...…….…19
7. Planificação do trabalho para o 3.º
Período…………………………….……19
8. Conclusão………...…………………………………………………….
………20
9. Bibliografia…………………………………………………………..
…………21

Introdução

Página 2
Imigrantes em Portugal

Neste trabalho iremos abordar o seguinte tema: “Integração dos


imigrantes na sociedade portuguesa”. Dividimos o trabalho em sete
partes para que o trabalho fosse bem explicado nas suas respetivas
áreas e simplificasse assim o maior entendimento possível. Na
primeira parte do trabalho falaremos da integração dos imigrantes
na sociedade portuguesa, e responderemos à pergunta “o que é a
discriminação?”. Na segunda parte iremos esclarecer sobre
“Discriminação é uma atitude e/ou um comportamento com raízes
naturais” respondendo questões sobre o que é cultura e os seus
tipos (espirituais e materiais), os valores e as suas variações, como
no tempo e no espaço. Falaremos também sobre a diversidade
cultural e o etnocentrismo cultural.

Ainda na segunda parte responderemos perguntas como “o que é


preconceito?” (e as suas formas que incluem: machismo, homofobia
e discriminação religiosa), “o que é racismo? (e as suas clássicas
formas que incluem: discriminação racial, racismo institucional e
racismo nos direitos civis), “o que é racismo reverso?”, “o que é
xenofobia?”, e por fim explicaremos sobre as representações sociais.

Na terceira parte abordaremos a “Discussão do conceito de ‘raça’, de


raiz biológica, do conceito de ‘etnia’, de raiz cultural” respondendo a
várias questões: “o que é raça?”, “o que é etnia?” e por último a
questão “qual a diferença entre raça e etnia?” (Optámos por usar
uma tabela como uma via de resposta para melhor entendimento).

Na quarta parte especificaremos o que são “migrações, identidades


e etnicidade” onde falamos sobre as migrações (utilizamos diversos
gráficos como forma de esclarecimento para um melhor
entendimento), as suas causas e a integração dos imigrantes
juntamente com as suas diferentes estratégias como a integração,
assimilação, secreção, exclusão e individualização. Falaremos
também sobre a diversidade étnica das sociedades atuais e a
diversidade étnica da sociedade portuguesa.

A quinta parte corresponde à “A integração da população imigrante


na economia portuguesa e o seu perfil sociodemográfico.” Onde
optámos por utilizar gráficos para uma melhor explicação.

Na sexta parte que corresponde “A integração dos imigrantes em


Portugal: Questões e hipóteses” deixámos algumas questões de

Página 3
Imigrantes em Portugal

modo a serem respondidas durante a segunda parte do trabalho


(entrevistas). E por fim a sétima parte falaremos sobre a
planificação do trabalho para o terceiro período.

Por fim, apresentaremos também uma pequena conclusão acerca do


trabalho.

Integração dos
imigrantes na
sociedade portuguesa
A grande maioria dos imigrantes, normalmente, não se integra muito
bem nas outras sociedades, como é o caso da sociedade portuguesa.
É bastante frequente, que estes sintam diversas dificuldades na sua
integração (tal como iremos ver, mais especificamente, nas
migrações), e os preconceitos (racismo, xenofobia) e a discriminação
de que são alvo.

O que é a Discriminação?
A discriminação consiste numa ação ou omissão que dispense um
tratamento diferenciado (inferiorizado) a uma pessoa ou grupo de
pessoas, em razão da sua pertença a uma determinada raça, cor,
sexo, nacionalidade, origem étnica, orientação sexual, identidade de
género, ou outro fator.

Esta assenta em preconceitos de vários tipos como étnica (racismo),


de nacionalidade (xenofobia), de género (machismo, homofobia),
etc.

Como exemplo de discriminação, temos o depoimento da brasileira,


Bianca Souza, em que nos conta, que houve várias vezes, em que a
mesma foi colocada de parte, pela turma de origem portuguesa, por
ser brasileira.

Página 4
Imigrantes em Portugal

Apesar de, em Portugal, a constituição proibir a discriminação


dos cidadãos portugueses, estrangeiros e apátridas,
residentes em Portugal (artigos 13.º e 15.º), a mesma continua a
ser praticada.

Discriminação é uma
atitude e/ou um
comportamento com
raízes culturais
Cultura
A cultura é um conjunto de elementos que caracterizam uma
sociedade. Todas as sociedades vivem uma cultura que lhes é própria
e que deriva dos seus diferentes hábitos, valores e modos de vida.
Sendo assim, podemos observar que a cultura é abrange dois tipos
de elementos:
 Espirituais, onde
se incluem as
crenças, os
hábitos, as ideias,
os valores, as
normas, os
costumes e a
língua;
 Materiais, que
dizem respeito às
condições de vida
e de que fazem
parte a

Página 5
Imigrantes em Portugal

alimentação, o vestuário, a habituação, os instrumentos de


trabalho, os meios de locomoção.
Assim, a cultura engloba um conjunto de diversos elementos que
caracterizam diferentes modos de vida e que são criados e
transmitidos pelos indivíduos nas suas relações com o meio social
que os rodeia.
De entre os elementos espirituais da cultura destacam-se os
valores.

Valores
A cultura influencia o que os indivíduos valorizam no grupo ou na
sociedade em que vivem. Na sociedade portuguesa, aquilo que
dizemos ser bonito ou feio, mau ou bom, são ideias que nos são
socialmente transmitidas.
Desta forma, observamos que os valores não são universais,
pois variam:
 No tempo: Por exemplo, antigamente, o conceito de beleza
feminina estava associado à imagem de um corpo redondo (o
ditado popular afirmava que “gordura era formosura”), e
atualmente valoriza-se a magreza;
 No espaço: Por exemplo, nas sociedades orientais, a idade é
valorizada, pois é sinal de sabedoria, enquanto nas sociedades
ocidentais se persegue o ideal da “eterna juventude”.
Apesar disto, os valores não são uniformemente aceites, quer isto
dizer, que os indivíduos constroem a sua própria identidade pessoal,
mantendo uma certa liberdade e individualidade na adoção de
valores. Por isso, é possível dizer-se que nos dias de hoje, as
sociedades enfrentam uma crise de valores, que se vai refletir em
conformidade com as normas sociais e na diversidade de
comportamentos quebrando a noção social.

Diversidade cultural
Devido à heterogeneidade de formas de comportamento e de
modos de vida, podemos constatar uma enorme variedade de
padrões de cultura, ou seja, uma grande diversidade cultural. O

Página 6
Imigrantes em Portugal

aumento da diversificação cultural deveu-se ao desenvolvimento de


transportes e comunicações que facilitou a deslocação e fixação dos
indivíduos de outras culturas.

Etnocentrismo cultural
Existe uma pluralidade de padrões culturais que variam no
tempo e no espaço. Deste modo, muitas vezes, os padrões podem
parecer-nos estranhos, devido ao multiculturalismo das
sociedades.
Ao entramos em contacto direto com outras culturas, podem, muitas
vezes, produzir-se choques culturais, quando os valores das outras
culturas são muito diferentes dos nossos padrões culturais. Estes
choques resultam do facto de termos tendência para julgar os
padrões das outras culturas com base nos da nossa, levando-nos a
não aceitar ou a aceitar dificilmente esses padrões diferentes dos
nossos. Por exemplo, a existência de monogamia das sociedades
ocidentais pode levar à rejeição de outros tipos de outros tipos de
comportamento poligâmico característico de outras culturas, como a
muçulmana
Por fim, podemos dizer que o etnocentrismo cultural consiste
precisamente em julgar negativamente as outras culturas tomando
como padrão os nossos modelos culturais. Quando assumem esta
condutas, os indivíduos estão a sobrevalorizar a sua cultura,
considerando inferior a dos outros.
Nas sociedades atuais, onde a diversidade cultural é muito grande, o
etnocentrismo cultural tem dado origem a fenómenos exacerbados
de rejeição social, como o racismo (forma de preconceito e
segregação cultural baseada em diferenças raciais ou étnicas) e a
xenofobia (aversão e discriminação em estrangeiros).

O que é o Preconceito?

Página 7
Imigrantes em Portugal

O termo preconceito refere-se a uma opinião preconcebida ou


sentimento formado sobre uma pessoa ou um grupo, sem que haja
experiências ou factos relevantes para comprová-lo.
O termo é usado geralmente de forma negativa, onde os membros
pertencentes a um grupo são vistos como inferiores.
Geralmente, ocorre com características que algum grupo considera
incomum ou indesejável em outra pessoa ou grupo. Isso acontece
quando se critica aspetos como etnia, género, nacionalidade, estado
social, orientação sexual ou afiliação religiosa de alguém.
Além do racismo, as principais formas de preconceito
incluem:
Machismo: a crença de que as mulheres são menos capazes do que
os homens;
Homofobia: antipatia, desprezo, preconceito, aversão ou ódio à
homossexualidade ou pessoas identificadas ou percebidas como
lésbicas, gays, bissexuais ou transgéneros (LGBT);
Discriminação religiosa: valorização ou menosprezo de uma
pessoa ou grupo por causa de suas crenças.

O que é o Racismo?
O racismo parte da ideia de que a espécie humana seria dividida
por raças, daí o nome.
No entanto, as diferenças físicas e genéticas que os seres humanos
apresentam não são suficientes para caracterizar uma raça. O ADN
de uma pessoa branca e uma pessoa negra, por exemplo, varia
menos de 0,1%. Então, o racismo é a ideia de que indivíduos de uma
certa etnia possuem características, habilidades ou qualidades
específicas desta etnia. Portanto, seriam uma "raça" superior,
enquanto outras, inferiores.
Ele pode assumir a forma de ações, práticas, crenças sociais ou
sistemas políticos que consideram que diferentes "raças" devem ser
classificadas como superiores ou inferiores. O racismo também pode
julgar que pessoas de etnias distintas devem ser tratadas de forma
diferente.

Página 8
Imigrantes em Portugal

As formas clássicas de racismo incluem:


Discriminação racial: separação de pessoas através de uma
divisão social;
Racismo institucional: discriminação racial por parte de grandes
organizações com o poder de influenciar a vida dos indivíduos, como
governos, corporações, religiões e instituições educacionais;
Racismo nos direitos civis: incluem a disparidade histórica,
económica ou social causada pelo racismo passado, afetando a
geração atual, e em atitudes racistas e ações inconscientes dos
membros da população em geral.

O que é o Racismo reverso?


Racismo reverso é um termo usado para descrever atos de
discriminação e preconceito perpetrados por minorias raciais ou
grupos étnicos historicamente oprimidos contra indivíduos
pertencentes à maioria racial ou grupos étnicos historicamente
dominantes. Em outras palavras, trata-se de discriminação reversa
baseada em critérios raciais. É um racismo "ao contrário", onde as
minorias são racistas em relação às maiorias.
O uso do termo é controverso. Os conservadores acusam a ação
afirmativa de ser um exemplo de racismo reverso oficialmente
sancionado, descrevendo-o como "tratamento preferencial,
discriminando em favor de membros de grupos sub-representados,
que foram tratados injustamente no passado, contra pessoas
inocentes". Do outro lado do espectro político, os grupos
preocupados com a justiça social e os interesses das minorias
étnicas negam a própria possibilidade de que possa existir.

O que é a Xenofobia?
Xenofobia é o medo, aversão ou a profunda antipatia em relação
aos estrangeiros, a desconfiança em relação a pessoas que vêm de
fora do seu país com uma cultura, hábito, raça ou religião diferente.
A xenofobia compartilha diversas características com o racismo
podendo-se manifestar de várias formas, envolvendo as relações e

Página 9
Imigrantes em Portugal

perceções do endogrupo em relação ao exogrupo, incluindo o medo


de perda de identidade, suspeição acerca de suas atividades,
agressão e desejo de eliminar a sua presença para assegurar uma
suposta pureza.
A xenofobia pode ter como alvo não apenas pessoas de outros
países, mas de outras culturas, subculturas, sistemas de crenças ou
características físicas. O medo do desconhecido pode ser mascarado
no indivíduo como aversão ou ódio, gerando preconceitos.

Representações sociais
Entende-se por Representação Social os conhecimentos, crenças,
e ideias que a sociedade adquire através da interação social e
através das quais se constrói uma realidade comum dentro de cada
conjunto social.
É através da Representação Social que o indivíduo se identifica
com o seu grupo social, que adquire uma formação sociocultural que
lhe facilitará a comunicação dentro do meio em que se insere,
funcionando como elo de ligação entre os indivíduos e o mundo.
É também a forma de identificação de um grupo.
As representações sociais são, assim, construções simbólicas
que, uma vez interiorizadas pelos indivíduos através do processo de
socialização, se vão constituir como instrumentos que lhes permitem
dar significado à informação que lhes chega da realidade social,
contribuindo desta forma para orientar as suas práticas sociais.
Os símbolos revestem-se de significações diferentes consoante o
grupo ou a sociedade, pois traduzem a adesão de uma
comunidade aos valores e às representações que as
especificam (por exemplo, o símbolo de luto na sociedade
portuguesa, a cor preta, não é o mesmo em todas as sociedades).
Deste modo, os diversos agentes de socialização (família, meios
de comunicação social, escola, etc.) desempenham um papel
fundamental, na medida em que transmitem e inculcam nos
indivíduos as representações sociais e os valores e símbolos
que lhes estão associados.

Página 10
Imigrantes em Portugal

Os membros de um grupo que não cumprem estes padrões,


inculcados através do processo de socialização, poderão vir a ser
socialmente inferiores pelo grupo, sendo muitas vezes, objeto de
condenação social. Quer isto dizer que quem não cumpres os
padrões dominantes do grupo ou da sociedade a que pertence pode,
num determinado momento, ser estigmatizado.
Os grupos sociais configuram, assim, as suas próprias
configurações sociais, as quais são influenciadas pelas configurações
culturais dominantes na sociedade em que se inserem.
Neste sentido, pode falar-se de uma pluralidade de
representações sociais, umas próprias dos grupos sociais e outras
que são comuns a uma determinada sociedade ou mesmo a várias
sociedades.

Discussão do conceito de
“raça”, de raiz biológica, do
conceito de “etnia”, de raiz
cultural
O que é a Raça?
A raça é uma categoria de seres vivos com características em
comum, ou seja, são da mesma espécie. No entanto, é popularmente
utilizada a palavra “raça” para referir grupos étnicos distintos, como
brancos, negros e asiáticos e até mesmo povos de religiões e cultura
própria.
Porém, tendo em consideração a genética dos seres humanos e o
consenso científico de que só existe a raça humana, é incorreto
afirmar que uma pessoa branca e uma negra, por exemplo, seriam

Página 11
Imigrantes em Portugal

de raças diferentes. Isto porque fatores genéticos quase não diferem


entre um indivíduo e outro.

O que é a Etnia?
A palavra etnia vem do grego ethnos, que deriva da palavra ethos,
que significa costume. Ou seja, representa uma população que
possui uma origem em comum, as mesmas tradições, língua, cultura,
religião. Neste sentido, as pessoas que compõem um grupo
sociologicamente homogéneo.
Assim sendo, a palavra etnia não é considerada um sinónimo de
raça, uma vez que esta última seria definida por diferenças
genéticas.

Qual a diferença entre Raça e Etnia?


A diferença entre raça e etnia é que “etnia” determina as
características de um grupo pelos seus aspetos socioculturais. Já
a “raça” seria definida por critérios físicos ou biológicos para
diferenciar os indivíduos.
Neste sentido, a raça referir-se-ia às características físicas de
uma pessoa, como estrutura óssea, cor da pele, do cabelo ou dos
olhos. Enquanto isso, a etnia refere-se a fatores sociais e
culturais, como tradições e linguagem.
Apesar de o termo raça ser utilizado no senso comum, é incorreto
afirmar que a espécie humana possui diferentes raças. Isto porque o
ADN entre pessoas com diferentes características físicas varia em
menos de 0,1%. Para a Ciência, isto não justifica a criação de
subespécies ou subcategorias de seres humanos.
Raça Etnia
Fator Biológico Sociológico
Definição O termo raça refere-se à Um grupo étnico é um grupo
divisão de seres vivos em cujos membros se identificam
grupos de acordo com as com base nos seus aspetos
suas características físicas. culturais, como os seus
Apesar do uso popular se costumes ou as suas tradições
referir a seres humanos, é artísticas.

Página 12
Imigrantes em Portugal

incorreto afirmar que


existem diferentes raças
humanas.
Divisão A raça seria definida por A etnia diz respeito aos traços
meio das características culturais ou à história
biológicas ou genéticas em compartilhada entre um
comum, mas é aplicado a determinado grupo. Alguns
animais, como cães e grupos étnicos também
gatos. compartilham traços
linguísticos ou religiosos.

Genealogi Apesar de diferenças A etnia é definida em termos


a fenotípicas (na aparência de genealogia, costumes e
física), a genética entre um tradições compartilhadas, seja
ser humano e outro difere real ou afirmada.
em apenas 0,1%.

Fatores As raças seriam A distinção de grupos étnicos é


de distinguidas pelas feita pelas características
distinção características fenotípicas, sociais e culturais de um
como cor da pele, do determinado grupo. Estas
cabelo e dos olhos. Mas há características podem variar
contradição, pois o termo entre períodos de tempo.
também é utilizado,
erradamente, muitas vezes
para distinguir diferenças
culturais.
Classifica Existe apenas a raça Há vários tipos de etnia. Alguns
ção humana. exemplos são brancos, negros,
indígenas (que são
classificados também em
etnias menores), etc.
Exemplo Até que uma raça A Maria cresceu em Portugal.
alienígena superior seja Portanto, ela é de etnia
encontrada, a raça humana portuguesa.
apresenta a maior
inteligência no Universo
todo.

Página 13
Imigrantes em Portugal

Migrações, identidades e
etnicidade
As Migrações
As migrações são deslocações, temporárias ou permanentes, da
população entre dois espaços geográfico. Essas deslocações podem
ocorrer:
 Dentro do mesmo país;
 Entre países diferentes, neste caso designando-se por
emigração, o movimento de saída de população e por
imigração, o movimento de entrada.
O processo migratório também tem vindo a ser acelerado pelo
contexto da globalização que caracteriza as sociedades atuais, pois a
rápida circulação de informação e a institucionalização de redes de
tráfico e de transporte de migrantes facilitam a deslocação das
populações.

Causas
As causas das migrações são muito variadas, mas as mais comuns
são as de natureza económica, ou seja:
 Procura de trabalho;
 Melhores condições de vida.

A Integração dos migrantes


As migrações têm consequências quer nas sociedades de origem
quer nas de destino dos migrantes.
Nas sociedades de origem, as principais consequências são o
envelhecimento da população, dado que, geralmente, os emigrantes
são população jovem e em idade ativa.

Página 14
Imigrantes em Portugal

Relativamente aos países de acolhimento, o principal problema


que se coloca é o da integração dos imigrantes. Essa integração
pode ser analisada a dois níveis:
 Inserção no mercado de trabalho;
 Integração cultural.

A nível do mercado de trabalho, os imigrantes, geralmente,


ocupam os postos de trabalho menos qualificados e mais
precários, em termos de contrato, ou mesmo do setor informal
(atividades não regulamentadas pelo Estado), situação que os torna
mais vulneráveis ao desemprego.
Para os imigrantes que não estão legalizados, esta situação é
ainda mais grave, pois não cumprem os seus deveres de cidadania,
isto é, não pagam impostos e não lhes estão garantidos os direitos
económicos e sociais, dado que não estão inseridos no mercado de
trabalho legal formal.
Quanto à integração cultural, as dificuldades também são
grandes. O desconhecimento da língua funciona, desde logo,
como uma barreira à integração.
A vivência numa sociedade com uma cultura diferente coloca
ao imigrante, problemas de identidade que resultam da
tensão permanente entre:
 A conservação das especificidades da sua cultura de origem
(língua, religião, hábitos, tradições, etc.);
 O processo de aculturação a que inevitavelmente está sujeito,
se quer integrar-se e usufruir das vantagens que daí podem
advir.

Entre estas duas dualidades, as estratégias de integração do


imigrante podem assumir os graus extremos de assimilação ou de
marginalização.
 Assimilação: O imigrante adota a cultura dominante da
sociedade de acolhimento, afastando-se da sua cultura de
origem.

Página 15
Imigrantes em Portugal

 Marginalização: o imigrante não se integra na sociedade de


acolhimento e também se afastada sua identidade cultural de
origem.
A sociedade de acolhimento também pode desenvolver atitudes
diferenciadas em relação aos imigrantes, expressas de acordo com
Jorge Vala (2004) em diferentes estratégias:
 Integração - Respeito pela identidade dos imigrantes e
aceitação de que estes adotem os valores nucleares da
comunidade de acolhimento;
 Assimilação – Negação das diferenças de identidade da
minoria e desejo de que esta absorva os valores da maioria;
 Segregação – Recua a identificação da minoria com os valores
da maioria, tolerando a identidade da minoria;
 Exclusão – Rejeição simultânea da identidade da minoria e da
sua possibilidade de adaptação aos valores da maioria;
 Individualização – Ver como desejável que cada pessoa seja
considerada como uma entidade particular, autónoma e não
definida em função da sua pertença a um grupo minoritário.

A Diversidade étnica das sociedades atuais


Os movimentos migratórios têm contribuído para o aparecimento,
nas sociedades de acolhimento, de grupos, geralmente minoritários
que se diferenciam pelas suas características culturais, raciais,
religiosas, linguistas, etc. – minorias étnicas.
Muitas vezes, as minorias étnicas apresentam características
culturais bastaste diferentes das da sociedade de acolhimento,
assumindo os seus membros essa diferença e sendo vistos pelos da
mesma forma. Neste caso, pode falar-se na existência de
etnicidade.
A etnicidade designa os modos de vida e as práticas culturais
que distinguem os membros de um grupo dos restantes. A
etnicidade é uma característica dos grupos de imigrantes, quando
estes grupos mantêm as suas identidades culturais e formas de
ação coletivas próprias. A etnicidade torna-se, assim, uma fonte
de identidade para alguns grupos de imigrantes, estando na base
de algumas situações de conflito que atravessam as sociedades
atuais.

Página 16
Imigrantes em Portugal

Também se poderá referir que estes grupos e imigrantes constituem


subculturas, na medida em que são segmentos da população cujos
traços culturais são distintos dos da sociedade envolvente.

A diversidade étnica da sociedade


portuguesa
Na década de 60 do século XX, apenas residiam em Portugal 29428
estrangeiros, principalmente de nacionalidade espanhola e
brasileira.
Após o 25 de abril de 1974, o processo de descolonização
aumentou os fluxos imigratórios dos novos países africanos
lusófonos em direção a Portugal, o que fez com que a maioria da
população imigrante passasse a ser constituída maioritariamente por
cidadãos das ex-colónias portuguesas.
Na década de 80, o ritmo de crescimento da população estrangeira
abrandou, passando a predominar os cidadãos brasileiros, mas
mantendo-se um elevado fluxo de imigrantes originários de Cabo
Verde.
Durante a década de 90, o fluxo imigratório tornou a acelerar,
constatando-se, um novo fenómeno, o da entrada de imigrantes
nacionais de países com os quais Portugal não tinha mantido “laços
económicos ou históricos privilegiados”, como, por exemplo, os
países do Leste e do Centro da Europa.
Entre 1999 e 2000, os fluxos imigratórios dispararam,
essencialmente, os de nacionais dos países do Leste europeu. O
facto de Portugal integrar a União Europeia e o espaço
Schengen poderá ter tido influência neste aumento do fluxo
migratório. Mas esse crescimento também se deveu às motivações
económicas (diferenças de salários e de nível de vida), a existência
de redes fortemente organizadas na Europa de Leste em angariação
de emigrantes (máfias) e a promulgação do Decreto nº4 de 2001,
que permitia a regularização dos imigrantes, desde que tivessem um
contrato de trabalho.
A partir de 2003, o ritmo de crescimento do número de cidadãos
estrangeiros diminuiu.

Página 17
Imigrantes em Portugal

140000

120000

100000

80000

60000

40000

20000

0
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2018

Cabo Verde Angola Brasil


China Reino Unido Roménia

contração da economia portuguesa a partir de 2008/2009 leva a


uma diminuição da população estrangeira em Portugal a partir de
2010. Essa diminuição também resultou da aquisição da
nacionalidade portuguesa.
Por países, em 2013, manteve-se a estrutura das nacionalidades
mais representativas: o Brasil era o país com a maior comunidade
residente em Portugal, seguido de Cabo Verde e da Ucrânia. O
grande decrescimento dos imigrantes brasileiros pode ser explicado
pela aquisição da nacionalidade portuguesa, pela alteração dos
fluxos migratórios e pelo impacto da atual crise económica no
mercado laboral.
O Relatório do Serviço de Estrangeiros e Fonteiras também
destaca o facto de em 2013, a China ter passado a ser a sexta
nacionalidade mais relevante, com crescimento de 6,8% suplantado
a Guiné-Bissau que cresceu 0,5%. Das nacionalidades mais
representativas, a chinesa e a guineense (Bissau) foram as únicas
que registaram um aumento do número de residentes.

População estrangeira com estatuto


legal de residente em Portugal: total e

Página 18
Queixas de discriminação racial e étnica
Imigrantes em Portugal

179
Origem das denúncias

119

22%
Vítimas84
42%
Organizações/Associações
60 Terceiros
52 50
45
36%

2004 2005 2006 2014 2015 2016 2017

O grande

crescimento migratório, principalmente, por parte da população


brasileira, resulta no aumento das queixas por discriminação.

No relatório de 2017 verifica-se ainda que quem fez as denúncias


foram sobretudo as vítimas (36%), seguidas das
organizações/associações (31%) e de terceiros/testemunhas
(19%).

Página 19
Principais profissões da
Imigrantes em Portugal
população de nacionalidade
estrangeira (2011)
Situações de discriminação
Trabalhadores cuidados pessoais na saúde1.9
Inte
rnet
Cabeleireiros, estéticistas e similares 2.5
ou
Ser
viç Red
Motoristas de veículos pesados e de autocarros 2.6
es
os Tra
Trabalhadores não qualificados da construçãopúb Soc
bal
2.9
Tra
Noiais
licohoCo
nsp
NaCon
Trabalhadores não qualificados da indústria e 18
17
sVizi
orte 3
mér
nostact
%%
so cio
nha
Empregados de bar e mesa Me 3.531
púb
nça
co
dia
lico
ou %
Cozinheiro
11m 5.2
s
naas
Trabalhadores qualificados da construção
%
ou
Vid 7
forç
aJunt
as
Vendedores em lojas as
soci
de 8.8
Comércio alde
seg
Trabalhadores de limpeza emInternet
casas particulares,
ou Redeshotéis…
Sociaisfreg
priv 15.2
ura
Trabalho ues
ada
nça
0 2 4 6 8 10 12 14 16
ia
9%
Serviços públicos e nos Media 8%e
Aut
Na Vizinhança ou na Vida social privada
arq
No Contacto com as forças uiade segurança
Transportes públicos ou Juntas
s de freguesia e Autarquias
6%
A maioria das situações de discriminação reportadas deu-se no
comércio (20%), na Internet ou nas redes sociais (12%), no
trabalho (11%), em serviços públicos e nos media (7% cada), na
vizinhança ou na vida social privada (6%), no contacto com as
forças de segurança (5%), ou nos transportes públicos e juntas
de freguesia ou autarquias (4% em cada).

Na sociedade portuguesa, existe, assim, uma grande diversidade


étnica e cultural, mais evidente em algumas zonas, mas
estendendo-se a todo o país.
Com efeito, mais de metade da população estrangeira residente em
Portugal está concentrada na região de Lisboa (51,6%). Esta
elevada concentração de imigrantes na Área Metropolitana de
Lisboa resulta em grande parte das primeiras vagas de imigração
africana.
As vagas imigratórias mais recentes apresentam padrões de maior
dispersão geográfica no território português, nomeadamente, a
imigração de Leste, que se espalhou por todo o país.
Esta diversidade étnica e cultural manifesta-se de várias formas.
Por exemplo, nas zonas urbanas, podemos encontrar

Página 20
Imigrantes em Portugal

estabelecimentos de
População estrangeira comércio étnico onde
residente em Portugal, por se vendem produtos
região (2011) alimentares e
especiarias tradicionais
100%
dos países de origem dos
80%
60%
imigrantes, observar
40% uma grande variedade
20% de formas de
0% vestuário, experimentar
Norte Centro Lisboa Alentejo comidas tradicionais de
Algarve RAA RAM diferentes regiões do
mundo, ouvir falar nas ruas, novas línguas que desconhecemos e
uma grande variedade da música e podemos, ainda, ver outras
formas de expressão artística e cultural.
Neste sentido, esta diversidade pode ser considerada um fator
enriquecedor pelo facto de estar associada a novas formas de
encarar a realidade e a novos elementos culturais, como no caso da
música, da gastronomia, ou mesmo da maneira de vestir.
Esse multiculturalismo também é visível nas escolas portuguesas,
pois a maior parte delas é frequentada por alunos estrangeiros, ou
seja, atualmente, na escola, coexistem grupos culturalmente
heterogéneos.

A integração da população imigrante


na economia portuguesa e os seus
perfis sociodemográficos
A população estrangeira com residência em Portugal
apresenta as características de uma mão de obra pouco
qualificada, apesar de um grupo de imigrantes, mais reduzido,
desenvolver atividades socialmente valorizadas (como médicos,
dentistas, cuidados de saúde, marketing, design e outras).
A integração de algumas nacionalidades, nomeadamente os
imigrantes oriundos do PALOP, é, em larga medida, efetuada na
economia subterrânea, ou seja, no setor informal – atividades
não regulamentadas pelo Estado, predominantemente nos

Página 21
P opulação entr e os 1 5 e os 6 4
an os de nacionalidade Imigrantes em Portugal
estrangeir a e por tuguesa, por setores da
nív el de escolar idade construção civil e
completo, 2 0 1 1 obras públicas.
População portuguesa População estrangeira

30
0

O IEN, na
Revista de
Estudos
Demográficos,
Nº 53 de 2014,
apresenta a seguinte caracterização sociodemográfica da
população imigrante em Portugal:

 Os estrangeiros residentes em Portugal eram maioritariamente


mulheres.
 A idade média da população estrangeira era de 34,2 anos.
 O estado civil solteiro (53%) predominava na população
estrangeira.
 Verificava-se uma maior informalidade nas uniões conjugais
desse grupo populacional relativamente à população
portuguesa.
 Os níveis da escolaridade da população em idade ativa dos (15
aos 64 anos), recenseada em 2011, eram, de modo geral, mais
elevados na população de nacionalidade estrangeira
comparativamente com a população portuguesa.
 Mais de 60% da população estrangeira era economicamente
ativa.
 O trabalho constituía a sua principal fonte de rendimento, e
trabalhador de limpeza era a sua principal informação.
Restauração, construção e comércio a retalho eram as
atividades económicas que empregavam mais estrangeiros.
 A religião católica foi a mais assumida pelos estrangeiros
residentes.

Página 22
Imigrantes em Portugal

A integração dos
imigrantes em Portugal:
Questões e hipóteses
 Como tem sido a integração na sociedade portuguesa, na
perspetiva dos imigrantes?
 A nacionalidade estabelece diferenças?
 Os imigrantes sentem-se discriminados? Em que aspetos?
 Há diferenças entre homens e mulheres? A escolaridade dos
imigrantes faz diferença?
Hipótese: Os brasileiros integram-se melhor, devido à língua.

Planificação do trabalho
para o 3.º Período
O nosso grupo irá fazer um inquérito por questionário aos imigrantes
de diversas nacionalidades, com uma faixa etária a partir dos 15
anos, de ambos os géneros, com o objetivo de adquirir informação
acerca se os entrevistados já sofreram ou sofrem algum tipo de
discriminação étnica.
O inquérito irá trazer informações sobre como está a situação em
Portugal em relação à discriminação étnica aos imigrantes.

Página 23
Imigrantes em Portugal

Conclusão
Neste trabalho abordamos o assunto “Integração dos imigrantes na
sociedade portuguesa” onde respondemos às questões que nos
foram colocadas e respondemos assim a todas as dúvidas
recorrentes ao tema. Concluímos assim, que apesar da constituição
portuguesa proibir a descriminação no país a mesma continua a ser
praticada pois é um comportamento que está enraizado na
sociedade portuguesa, com origem cultural (tanto espiritual, quanto
material). A descriminação étnica é apenas um do tipo de
discriminação. Cumprimos todos os objetivos do trabalho, pois
esclarecemos as perguntas que tínhamos no início do mesmo.
Este trabalho foi importante para o aperfeiçoamento do nosso
entendimento sobre a discriminação étnica, visto que existem outros
tipos de discriminação. Utilizámos a internet como ferramenta de
pesquisa e também o manual da disciplina, recorremos a uma breve
entrevista de uma integrante do grupo que é brasileira e reside em
território nacional português. A mesma contou-nos alguns dos casos
de discriminação étnica que já sofreu por ser brasileira, o que acabou
por permitir ainda mais a compreensão sobre este tema.

Página 24
Imigrantes em Portugal

Bibliografia
https://www.acm.gov.pt/pt/-/o-que-e-discriminacao-racial-
https://queconceito.com.br/discriminacao-direta-e-indireta
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/1991/Discriminacao-
social-racial-e-de-genero-no-Brasil
https://www.publico.pt/2018/08/23/sociedade/noticia/queixas-de-
racismo-e-xenofobia-batem-recordes-em-portugal---1841723
https://pt.wikipedia.org/wiki/Racismo_reverso
https://apav.pt/uavmd/index.php/pt/intervencao/discriminacao
https://www.igac.gov.pt/documents/20178/358682/Constitui
%C3%A7%C3%A3o+da+Rep
%C3%BAblica+Portuguesa.pdf/75cbb3ef-b379-43a3-af8c-
78ff82b1868f
https://www.pordata.pt/DB/Portugal/Ambiente+de+Consulta/Tabela
Manual de Sociologia de 12º ano – Ana Bela Andrade e Rosa Moinhos

Página 25
Imigrantes em Portugal

Página 26

Você também pode gostar