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IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DA HEMOGLOBINA GLICADA

Anna Beatriz Silva Souza1. Thalyny Ruth Fernandes da Rocha2


1. Aluna de graduação em Biomedicina da Faculdade Santa Emília de Rodat, email:
abeathrizs@gmail.com
2. Aluna de graduação em Biomedicina da Faculdade Santa Emília de Rodat, email:
thalyny01@gmail.com

Palavras-chave: Hemoglobina Glicada, Glicose, Diabetes, HbA1c.

INTRODUÇÃO
Hemoglobina Glicada ou HbA1c é a definição de um grupo de substâncias
formadas a partir de reações envolvendo a hemoglobina A e a glicose, de forma lenta e
irreversível (SUMITA, ANDRIOLO, 2008). A permeabilidade das hemácias à glicose
faz com que a hemoglobina seja exposta as mesmas concentrações da glicose plasmática
que se acumulam na forma de hemoglobina glicada dentro das hemácias. A
hemoglobina glicada (HbA1C) tem se firmado como ferramenta útil na auxílio de
diagnósticos de várias dislipidemias como o Diabetes Mellitus (DM) (BEM, KUNDE,
2006) Este exame torna-se importante, pois mostram os níveis de glicemia média
pregressa dos últimos quatro meses, ajudando em um diagnóstico real e fidedigno.
Este resumo expandido se justifica pela importância do conhecimento do
exame de hemoglobina glicada que é um importante aliado no diagnóstico de uma das
doenças que mais acomete pessoas, o diabetes mellitus. Diante do exposto temos como
questionamento: Como a hemoglobina glicada auxilia no diagnóstico de dislipidemias?
Onde a hipótese é que a Hb1Ac tem grande papel nesse diagnóstico pela capacidade de
mostrar o perfil glicêmico do paciente em até quatro meses.
O objetivo deste estudo é informar a população sobre a molécula e o exame
de Hb1Ac, sendo mais uma ferramenta no combate das dislipidemias que através de um
diagnóstico prévio garante ao seu portador uma maior chance de qualidade de vida.

METODOLOGIA
Para este resumo expandido foi uilizadas plataformas digitais como: Scientific Eletronic
Library on Line (Scielo), Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em
Ciências da Saúde (Bireme) e Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

RESULTADOS E DISCUSSÃO
A hemoglobina glicada é usada como definição de um grupo de substâncias formadas
de uma reação entre a hemoglobina A (HbA) e um açúcar. Divide-se em várias frações
tendo como a mais importante a fração A1c, que possui um resíduo de glicose ligado ao
grupo amino terminal de uma ou das duas cadeias beta da HbA. O termo hemoglobina
glicada foi definido por esta ser uma reação não-enzimática denominada glicação, o que
junto a nomenclatura química, exclui o uso do termo hemoglobina glicosilada
(SUMITA, ANDRIOLO, 2008).

A primeira fase da reação é reversível e cria um composto denominado pré-


A1C ou base de SCHIFF, já a segunda fase que é a irreversível cria um composto
estável chamado A1C, a permeabilidade da hemácia é alta à molécula de glicose
deixando a hemoglobina presente exposta à mesma concentração de glicose plasmática,
desta forma a glicação ocorrerá em maior ou menor grau de acordo com o nível de
glicemia. Com a permanência da hemoglobina no interior da hemácia a sua
concentração dependerá em um momento, da taxa glicêmica média e da meia-vida das
hemácias (BEM, KUNDE 2006).

A quantidade de glicose ligada à hemoglobina é determinada como


diretamente proporcional à concentração média de glicose no sangue. O propósito dos
exames de Hb1Ac é nos dar uma avaliação do controle glicêmico médio de 60 a 120
dias, dado que o tempo de vida médio de um eritrócito é de 120 dias (SBD, 2015, 2016).

A quantificação da HbA1c está disponível em vários métodos diferentes,


podendo ser divididos em dois grandes blocos de acordo com o princípio utilizado na
separação da fração glicada da não-glicada (KOBOLD, 1997).

Os métodos utilizados atualmente para dosagens de A1C se baseiam em


alguns fundamentos, sendo eles: Diferença de carga iônica e Cromatografia de afinidade
(SBD et.al., 2017). O que ocorre na cromatografia por troca iônica é que a hemoglobina
não-glicada se apresenta com carga positiva o que se ajusta com o pH do meio da reação
se comparado à hemoglobina glicada que se apresenta com carga negativa o que
favorece uma maior interação com a coluna catiônica. (HALWACHS-BAUMANN, et
al. 1997).

A denominada de cromatografia de afinidade utiliza derivados do ácido


borônico, como o m-aminofenilborônico ácido que são imobilizados em uma resina,
este ácido reage com um composto que se denomina cis dióis, que como a glicose
apresente duas hidroxilas no mesmo lado, a separação das frações glicada e não-glicada
se dá pela porção açúcar, a hemoglobina não glicada (HbA 0) é diluída pelo fluxo de um
tampão, enquanto a glicada fica contida na coluna (MALLIA, et al., 1981; BEM,
KUNDE, 2006).

Os principais interferentes na quantificação da Hb1Ac são patologias que


alterem a vida útil das hemácias, como por exemplos patologias que cursam com
anemias hemolíticas ou pacientes em estado hemorrágico, como também, patologias que
aumentam a vida útil da mesma, como as anemias carenciais (SACKS, et al., 2002).

Os testes de HbA1c tem frequência recomendada de pelo menos duas vezes


ao ano em pacientes diabéticos e a cada três meses em pacientes que passarem por
alterações no seu tratamento ou não estejam alcançando os objetivos com a terapêutica
atual. (SBD, 2016).

Com isto conclui-se que a hemoglobina glicada é um exame de grande


relevância no mundo das análises, pois é de suma importância no auxílio do diagnóstico
do diabetes mellitus que é considerado uma das grandes epidemias mundiais do século
XXI e problema de saúde pública, tanto nos países desenvolvidos como em
desenvolvimento. É de muita importância a informação sobre este assunto para que a
população tenha cada vez mais consciência do perigo iminente desse distúrbio não só no
Brasil, como, no mundo todo e para que profissionais tenham mais atenção na escolha
de suas técnicas para que assim se garanta um diagnóstico fidedigno que ajudo o
paciente a ter a uma maior qualidade de vida.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BEM, Andreza Fabro de; KUNDE, Juliana. A importância da determinação da hemoglobina glicada no
monitoramento das complicações crônicas do diabetes mellitus. J. Bras. Patol. Med. Lab.,  Rio de
Janeiro ,  v. 42, n. 3, p. 185-191,  Junho  2006 .   Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1676-24442006000300007&lng=en&nrm=iso>. Acesso em  11  Outubro 2019.

HALWACHS-BAUMANN, G. et al. Comparative evaluation of three assay systems for automated
determination of hemoglobin A1c. Clin Chem, v. 43, p. 511-7, 1997.  Disponível em:
<http://clinchem.aaccjnls.org/content/43/3/511.short>. Acesso em: 10 de Outubro de 2019
KOBOLD, U. et al. Candidate reference methods for hemoglobin A1c based on peptide mapping. Clin
Chem, v. 43, p. 1944-51, 1997. Disponível em: <http://clinchem.aaccjnls.org/content/43/10/1944.short .
Acesso em 11 de outubro de 2019

MALLIA, A. et al. Preparation na use of s boronic acid affinity support for separation and quantitation of
glycosylated hemoglobins. Analytical Letters, v. 14, p. 649-61, 1981. Disponível em:
<https://doi.org/10.1080/00032718108055476>. Acesso em 11 de outubro de 2019

SACKS, D. B. et al. Guidelines and recomendations for laboratopry analysis in the diagnosis and
management of diabetes mellitus. Clin Chem, v. 48, p. 436-72, 2002. Disponível em:
<http://clinchem.aaccjnls.org/content/48/3/436.short>. Acesso em 11 de outubro de 2019)

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Atualização sobre hemoglogina (A1C) para avaliação do


controle glicêmico e para o dignóstico do diabetes: aspectos clínicos e laboratoriais. Posicionamento
Oficial SBD, SBPC-ML, SBEM e FENAD 2017/2018. São Paulo, agosto de 2017. Disponível
em: <http://www.diabetes.org.br/publico/images/banners/posicionamento-3-2.pdf>. Acesso em: 11 de
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, Diretrizes da sociedade brasileira de diabetes 2015-1026.


São Paulo, agosto de 2017. Disponível
em:< http://www.diabetes.org.br/publico/images/banners/posicionamento-3-2.pdf>. Acesso 10 de outubro
de 2019

SUMITA, Nairo Massakazu; ANDRIOLO, Adagmar, Importância da hemoglobina glicada no controle do


diabetes mellitus e na avaliação de risco das complicações crônicas. J. Bras. de Patol Med. Lab., v. 44,
n. 3, 2008. ISSN: 1676-2444. Disponível em: <https://www.redalyc.org/articulo.oa?
id=3935/393541942003>. Acesso em 10 de Outubro de 2019

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