DE UM ESPANADOR DE TRISTEZAS
(2.a edição)
Autor: Ondjaki
Capa: António Jorge Gonçalves
© Editorial Caminho — 2009
Tiragem: 1000 exemplares
ISBN 9789722123792
www.editorial-caminho.pt
tinha aprendido que era muito importante
criar desobjectos.
certa tarde, envolto em tristezas, quis recu-
sar o cinzento. não munido de nenhum
artefacto alegre, inventei um espanador de
tristezas.
era de difícil manejo – mas funcionava.
ondjaki
julho/2002
Índice
o início .............................................................................................. 13
a garça e as tardes ............................................................................ 14
carochinha e o sol domesticado...................................................... 15
corpo ................................................................................................ 16
fio de tarde........................................................................................ 17
certo personagem ............................................................................ 18
apalpar manhãs ................................................................................ 19
um lugar............................................................................................ 20
na casa do macedo .......................................................................... 22
manipular a grande ardósia ............................................................ 24
adeus ................................................................................................ 25
sem trémulos barulhares, a chuva .................................................. 26
em carta para isabel ........................................................................ 28
uma borboleta em sondela .............................................................. 29
fogo [ondalu] .................................................................................... 30
pescador de águas limpas................................................................ 31
lembranças da casa da tia anita ...................................................... 32
só ...................................................................................................... 33
intimidar o poema a ser raiz............................................................ 34
olhar o cosmos ................................................................................ 35
de adélias e prados .......................................................................... 36
a borboleta no úcua ........................................................................ 38
à noite ser [materiais para...] ............................................................ 39
confissões.......................................................................................... 40
noite caluanda .................................................................................. 41
escrevo a palavra luanda ................................................................ 42
na catin-ton ...................................................................................... 43
sita .................................................................................................... 45
pétalas .............................................................................................. 47
gazela ................................................................................................ 48
meu haisikoti .................................................................................... 49
meu haisikoti II ................................................................................ 50
a mulher ............................................................................................ 51
9
infâncias ............................................................................................ 52
na foz do rio kwanza ...................................................................... 53
penúltima vivência II ........................................................................ 54
pequeno espanador de tristezas [a derradeira confissão?] ............ 56
10
A NOITE SERES
O INÍCIO [1/7/02]
13
A GARÇA E AS TARDES [3/7/02]
eu ganhei o hábito
de gaguejar tardes.
14
CAROCHINHA E O SOL DOMESTICADO [4/7/02]
15
CORPO [22/7/02]
16
FIO DE TARDE [17/7/02]
[para o raduan]
17
CERTO PERSONAGEM [20/7/02]
[para borges]
18
APALPAR MANHÃS [24/7/02]
19
UM LUGAR [29/7/02]
20
– chão apropriado para repousar os dedos
e esperar uma formiga passar;
esperar a mordidela também
sabendo-me vivo
em corpo de sangue.
21
NA CASA DO MACEDO [7/8/02]
22
o camarada macedo ainda agora me disse:
«esse lagarto faz parte da família.»
[o camarada macedo também deve fazer parte da família
do lagarto.]
23
MANIPULAR A GRANDE ARDÓSIA [9/8/02]
24