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e imagens desse domingo.
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esportes
Editor: Itamar Ciríaco / itamar@tribunadonorte.com.br
DISTÂNCIA
PREOCUPANTE
A
profissão de jogador de
futebol transforma mi-
lhares de atletas em ver-
dadeiros “cacheiros viajantes”.
A grande maioria dos jogadores,
em quase todos os clubes bra-
sileiros, não nasceu no Estado
onde atua. No Rio Grande do
Norte não seria diferente. E, em
tempos de pandemia de corona-
vírus tem sido complicado pa-
ra eles, acompanhar, à distân-
cia, a situação de seus familia-
res e amigos.
Gabriel Silva, um jovem que
está em busca de uma maior pro-
jeção dentro do futebol e que
atualmente defende o Globo, no
Campeonato Estadual, está vi-
vendo esse clima de expectativa.
O noticiário sobre a propagação
da Covid-19 e o índice de letali-
dade no mundo, bem como o
anúncio das primeiras mortes
no Brasil, fez crescer o nível de
preocupação do jogador e sem-
pre que possível busca saber no-
tícia dos familiares.
“É uma situação muito deli-
cada. Ficamos muito preocupa-
dos com nossas famílias e com
o país também, então buscamos
informações com os nossos fa-
miliares toda hora, mantendo o
contato e orientando eles a co-
mo se prevenir da melhor forma.
Esse contato tranquiliza um
pouco. Além disso, claro, esta-
mos sempre em oração por to-
do país para que essa situação
passe o mais rápido possível”,
afirmou.
O receio também atinge os
atletas mais rodados, como é o
caso de César Sampaio, do Amé-
rica. Ele destaca que não tem co-
mo deixar de acompanhar o no-
ticiário e ver o risco que a socie-
dade vem enfrentando com es-
se “inimigo” invisível. Longe de
uma boa parte da família, a ora-
ção tem sido o remédio para con-
fortar o coração, pedindo pro-
teção a todos e que tudo acabe
bem.
“Fico preocupado demais so-
bre esse vírus, ainda mais quan-
do estando longe da minha fa-
mília. É um, problema mundial
e temos todos que nos prevenir
da melhor maneira possível, não
podemos arriscar. O mais im-
portante agora é cuidarmos da
nossa higiene e seguirmos as
orientações das autoridades e
dos representantes dos gover-
nos e nos mantermos bem infor-
mados. Mas se Deus quiser tudo
passará logo”, frisou.
Outro companheiro de clu-
be, o zagueiro Edimar, que já
atuou inclusive na China, apon-
tada como o foco inicial da pro-
liferação do corona vírus e que
só depois de muito empenho
das autoridades e da população
de um modo geral, conseguiu
controlar a propagação do ví-
rus no país, também falou so-
bre essa grande tensão a qual
humanidade se encontra ex-
posta hoje.
“Tenho vários amigos atuan-
do no futebol até mesmo na Chi-
na, mas as notícias que chegam
de lá são animadoras pelo fato
de a situação já ter sido regula-
rizada, no Japão também tenho
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Natal • Rio Grande do Norte • Domingo, 22 de março de 2020
O zagueiro Vinicius Leandro foi um dos que defendeu a parada
Atacante João Paulo é potiguar e está atuando no Cazaquistão
muitos amigos e as medidas de
combate a proliferação estão sen-
do seguidas e a situação continua
sob controle. Na Malásia também
a situação está sob controle. Pa-
rentes lá eu não tenho, apenas es-
ses amigos que devido a situa-
ção fez a gente se preocupar, e-
les estão parados, mas tudo está
sob controle. Se tudo saiu bem
por lá, por aqui devemos manter
a fé em Deus, que tudo ficará bem
também. Tenho certeza de que
tudo vai passar e acabar bem em
nome de Jesus”, afirmou o za-
gueiro.
HOJE NA TV
17 horas - Central Fox; Fox Sports
17h30 - Faixa Especial; SporTV
18 horas - Expediente Futebol; Fox
Sports
LUCIANO MARCOS
CLUB MEDIA
O jogador americano disse
que, particularmente, quando os
campeonatos ainda não haviam
sido interrompidos, conseguia
manter a concentração, mas lem-
brando que a ameaça local ainda
era bem menor.
“Particularmente quando a
gente está em campo, acaba se
concentrando na partida e esque-
cendo um pouco dos problemas
externos. De minha parte, com
esse caso do corona não foi dife-
rente, pois quando entro em cam-
po procuro ter concentração to-
tal no trabalho que eu e minha
HÁ 100 ANOS O FUTEBOL
POTIGUAR TAMBÉM
FOI PARALISADO • PÁGINA 2
O volante do América, César Sampaio se apóia nas orações
O zagueiro Edimar já atuou na China, onde o vírus teve origem
equipe temos de desenvolver. Se
eu estou me sentindo bem e ne-
nhum companheiro tem o pro-
blema creio que não atrapalha a
concentração”, ressaltou Edimar.
O zagueiro Vinícius Leandro,
do ABC falou primeiro sobre a
preocupação com os colegas de
trabalho. “Não dá para entrar
concentrado apenas no jogo, ali
dentro sabendo da facilidade
com que o vírus se propaga, pas-
sa a envolver diversos aspectos
relativos à saúde de cada um atle-
ta. A preocupação com os profis-
sionais deve estar em primeiro
Longe de suas famílias,
jogadores de futebol
lamentam a situação de
pandemia e falam
sobre o drama
de saber as notícias e
não estarem perto
para ajudarem as
pessoas que gostam
CANINDÉ PEREIRA
DIEGO SIMONETTI
lugar sempre, já que temos vá-
rias pessoas trabalhando em tor-
no de uma partida de futebol e
que, de uma forma ou de outra,
estão colocando a saúde em ris-
co. Logo não dá para pensar ape-
nas no jogo, nós estamos lá, nos
precavendo contra o vírus, mas
não sabemos se outros estão fa-
zendo a mesma coisa e lá nos
abraçamos, nos damos as mãos
e podemos estar nos contami-
nando sem saber”, disse Vinícius
Leandro.
Como também já teve a opor-
tunidade de rodar bem como jo-
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Acompanhe as principais
notícias do esporte no Brasil e
no mundo deste domingo.
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gador de futebol, o zagueiro abe-
cedista disse que possui vários
colegas atuando fora do Brasil,
mas até aqui não soube de pro-
blemas mais sérios com nenhum
deles.
“Tenho bastante amigos
atuando fora do país, Albânia e
Portugal, por exemplo, eles es-
tão vivendo a situação com bas-
tante cautela, por saberem que
a situação na Europa é delicada
em relação a essa pandemia. Es-
tão todos lá dentro de casa, cum-
prindo quarentena, com bastan-
te medo. Todos se mostraram
muito cautelosos com toda essa
situação e cumprindo à risca a
determinação das autoridades
de saúde”, salientou Vinícius
Leandro.
Vinícius que vinha sendo
uma voz contrária a continuida-
de dos jogos, aplaudiu a decisão
das autoridades locais e dos clu-
bes de suspenderem as ativida-
des durante esse período de mo-
bilização para conter o contágio
da COVID-19.
“A gente tem de colocar a saú-
de sempre em primeiro lugar, se-
ja do público, atletas ou das pes-
soas que trabalham nas partidas
em suas mais variadas funções.
Uma medida assim deve ser
aplaudida sempre, pois como dis-
se a saúde sempre estará em pri-
meiro lugar. Não sabemos quem
vai estar infectado num jogo mes-
mo com os portões fechados e
agradecemos essa medida. Ain-
da por cima, não tem graça se jo-
gar futebol sem torcida, seria o
mesmo que um cantor realizas-
se um show sem ninguém para
ver”, elogiou Vinícius Leandro.
Fora do Brasil
O atacante João Paulo, ex-
ABC vive uma situação contrá-
ria. O jogador está atuando no
Cazaquistão e a família dele es-
tá, neste momento, em Natal e,
devido aos riscos com a viagem,
ele prefere que a esposa e os dois
filhos permaneçam no Rio Gran-
de do Norte.
“Os amigos e familiares estão
sempre perguntando como está
a situação aqui, mas estou sem-
pre tranquilizando eles. Por aqui
está tudo bem. O ruim é ficar lon-
ge da esposa e dos filhos, mai pa-
ra a segurança deles é melhor es-
perar e não fazer está viagem tão
longa agora”, explicou.
De acordo com João Paulo, a
situação está sob controle no Ca-
zaquistão, apesar do campeona-
to local ter sido suspenso e os trei-
nos terem parado por uma sema-
na. “Jogamos no domingo pas-
sando fora de casa já com portões
fechados e assim que acabou o jo-
go já sabíamos que a Liga estava
suspensa até dia 16 de abril. Te-
mos agora uma semana de folga
e voltaremos a treinar normal-
mente. A situação aqui está mui-
to tranquila, graças a Deus. Até
agora foram confirmadas cinco
ou seis pessoas com vírus, e isso
na capital que fica distante de on-
de vivo. Aqui em Shymkent está
tudo normal, com restaurantes,
supermercados, cafés e shopping
funcionando normalmente”,
concluiu.