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CONFIABILIDADE
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Fabrício de Carvalho Oliveira
RESUMO
Este artigo tem como objetivo apresentar o desenvolvimento de um programa
formal de lubrificação que proporcione melhoria na confiabilidade e na redução
de custos operacionais. Na implantação deste programa, em relação as técnicas
e metodologias utilizadas, considerou-se vários elementos chave para alcançar
os resultados desejados dentro de uma planta, seja ela industrial ou comercial.
Os fatores a serem considerados, relacionados à lubrificação, podem ser
descritos de acordo com as etapas do ciclo de vida do lubrificante. Estes incluem,
entre outros: relatório detalhado das práticas de lubrificação, propostas de
melhorias e especificações técnicas, procedimentos detalhados de cada tarefa,
treinamento e capacitação, folders específicos de boas práticas, projeto
detalhado de melhorias a serem realizadas, método preditivo para
monitoramento e seleção dos testes e análises ideais, descontaminação dos
fluidos, investigação da causa raiz de problemas sistêmicos, projetos de
melhorias na área de armazenamento, ajustes para uma lubrificação assertiva
(lubrificação automática), plano detalhado de lubrificação com imputação para
um software especifico, identificação dos pontos de lubrificação e amostragem
do óleo, bem como uma revalidação dos sistemas de filtragem.
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(1)
Engenheiro Mecânico com certificação internacional MLT I. Atua na área de consultoria em
lubrificação baseado em confiabilidade, identificando oportunidades de melhorias dentro de
vários setores industriais. Funcionário da empresa Comau do Brasil Ind. e Com Ltda.
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1. INTRODUÇÃO
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“A disseminação do conhecimento de lubrificação através do “DDS” é o melhor caminho para mudança
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2.7. Método preditivo através da análise de óleo
Os lubrificantes utilizados nos equipamentos são indicadores do estado geral de
funcionamento das máquinas, e alguns problemas podem ser detectados
através da análise do lubrificante (contaminação, desgaste etc). Um programa
bem estruturado pode analisar com precisão as necessidades da lubrificação,
com recomendações e limites técnicos que ajudam a aumentar a confiabilidade
operacional, bem como prevenir possíveis falhas que possam impactar o
processo. Combinando os testes mais adequados para cada aplicação
específica, o monitoramento realizado nos equipamentos, ao longo do tempo,
permite que os gestores antecipem eventuais problemas que possam causar
paradas inesperadas das máquinas. Tal serviço é de extrema importância dentro
de uma planta, visto que o intuito é promover o uso econômico dos lubrificantes,
otimizar o tempo entre cada troca, além de corrigir eventuais defeitos ou desvios
na operação dos equipamentos.
2.8. Seleção dos testes de análise de óleo para cada equipamento com
identificação dos pontos de amostragem
Um programa de análise de óleo baseado em condição é uma das melhores
estratégicas no campo da manutenção. Entretanto ter uma amostragem do óleo
adequada, é fundamental, para que o monitoramento seja eficaz. Diante do
exposto, desenhar a localização ideal para extrair amostras nos equipamentos
maximizará a densidade de dados obtidos em cada análise, como: critérios de
limpeza (NAS, ISO, SAE), depleção dos aditivos e a presença de partículas de
desgaste geradas pelas máquinas. Em conjunto, todos esses levantamentos,
procedimentos e dispositivos de amostragem devem ser considerados. Tais
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dados são estruturados e fornecidos para o sucesso das práticas na execução
das análises.
Um programa bem elaborado e eficiente incorpora também a prática de rotular
os pontos de amostragem com etiquetas. Esses “tags” devem exibir as
informações necessárias para que o técnico em lubrificação possa amostrar de
maneira correta. Tais detalhes devem incluir nível de limpeza alvo, ID da
máquina, do lubrificante e etc.
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“A descontaminação e filtragem do óleo em uso com análise da contagem de partículas de acordo com
padrões NAS, ISO E SAE, se faz necessário para diminuir as falhas causadas pela contaminação”
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Figura 11 – Análise de Causa Raíz
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2.12. Vantagens da lubrificação automática
Falhas em rolamentos são uma das principais causas de inatividade dos
equipamentos no ambiente industrial, onde, na maioria das vezes, estas falhas
são resultantes da lubrificação inadequada. Cenários como este incluem
contaminação por partículas, umidade, bem como quantidades inadequadas
aplicada ao rolamento e/ou sobrecarga. Realizar estas tarefas manualmente
pode ser um desafio devido ao grande número de pontos existente em uma
indústria. De modo a ter uma lubrificação precisa e de qualidade a ser entregue
24 horas por dia, se faz necessário em alguns casos adequar os pontos com um
lubrificador automático, oferecendo um controle mais preciso da quantidade do
lubrificante em relação às técnicas tradicionais manuais. Os benefícios incluem
menos tempo de inatividade, redução de horas laborais necessárias a tarefa de
lubrificação, bem como maior segurança do mecânico lubrificador.
“55% das falhas de rolamentos podem ser evitadas com lubrificador automático”
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2.13. Plano de Lubrificação
O primeiro passo para a criação de um bom plano de lubrificação é uma auditoria
minuciosa nos equipamentos, manuais, desenhos, de modo a identificar as boas
práticas existentes e as oportunidades de melhoria. Nesta fase, consulta-se
arquivos fornecidos pela equipe de engenharia da unidade, confrontando as
especificações com a realidade na área e colhendo todas as informações dos
lubrificantes utilizados. No levantamento também são anotadas as
características gerais das máquinas, além de dados específicos como: tipo de
rolamento, rotação para operação, temperatura e posição de trabalho, ambiente
e etc. Para casos de inexistência de informação nos equipamentos ou mesmo,
no respectivo “data book”, são definidos pela equipe de engenharia o tipo de
lubrificante, quantidade e períodos de lubrificação. Soluções especializadas
como esta, trazem um aumento da eficiência de operação, bem como evitam
paradas inesperadas dos equipamentos.
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Figura 15 – Carta de Lubrificação e Código de Identificação do Produto
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2.16. Gestão de Filtros
Ao selecionar se um elemento filtrante para um equipamento, é importante
primeiro ter em mente algumas questões básicas como: onde o filtro será
utilizado (respiro, pressão, retorno), qual o nível de limpeza (NAS, ISO, SAE)
necessário para o equipamento, bem como que tipo de óleo que será filtrado
(viscosidade, propriedades físico químicas) etc. Outra questão relevante ao
selecionar o filtro é o material que ele é composto. Isto não só tem um efeito
sobre a longetividade do elemento, mas também sobre a capacidade de retenção
de partículas. Destaca-se dois tipos comuns como o celulósico e sintético.
Assim como os lubrificantes, os filtros têm uma expectativa de vida útil. Os
engenheiros devem estar cientes de que existem certas condições do fluido que
podem influenciar o desempenho do elemento. Contudo, o que mais se vê na
área são filtros utilizados em máquinas e veículos que não possuem “vacuômetro”
para alertar os técnicos sobre a hora de realizar a troca. Ter a consciência que
os filtros selecionados e monitorados de maneira correta podem prolongar a vida
útil do óleo e das máquinas é essencial para alcançar um bom programa de
confiabilidade.
3. PROJETOS DESENVOLVIDOS
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As adaptações da sala de lubrificação, confecção dos dispositivos idealizados
(adaptador) e a compra de filtros recomendados são algumas das modificações
que a unidade da Transpetro (TECAM) vem realizando em sua planta. Melhorias
como esta, irão impactar significativamente no MTBF dos ativos. Um programa
como este, inclui ações proativas, que avalie o equipamento de forma sistêmica
e que selecione os dispositivos e filtros de maneira assertiva para o controle de
contaminação.
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PROPOSTA DE MELHORIAS MELHORIAS SENDO IMPLANTADAS
4. CONCLUSÃO
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5. REFERÊNCIAS
https://www.fluidlife.com/2016/01/29/can-you-delegate-lubrication-reliability/
https://www.aec.es/c/document_library/get_file?p_l_id=1199250&folderId=1255
197&name=DLFE-12718.pdf
http://applitechgnosis.com/wp-
content/uploads/2012/02/Techgnosis_Art%C3%ADculo-RCT.pdf
https://www.terotecnic.com/mantenimiento-predictivo/tribologia.html
https://www.machinerylubrication.com/Read/30164/reliability-lubrication-
program
http://www.uesystems.com/news/the-100-failure-modes-of-lubrication-and-
lubrication-programs-pt-1
Ronald P. Carreteiro; Pedro Nelson A. Belmiro - Lubrificantes & Lubrificação
Industrial
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