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Índice

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................2

2. ÉTICA CRISTÃ DE SANTO AGOSTINHO............................................................3

2.1. BIOGRAFIA DE SANTO AGOSTINHO..........................................................3

2.1.1. Infância........................................................................................................3

2.1.2. Estudo e religião..........................................................................................3

2.1.3. Conversão ao catolicismo............................................................................4

2.1.4. Obras e pensamentos...................................................................................4

2.2. FUNDAMENTOS TEÓRICOS..........................................................................5

2.3. CONTEXTO DE ABORDAGEM DA TEORIA...............................................6

3. CONCLUSÃO...........................................................................................................7

4. REFERÊNCIAS:........................................................................................................8
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1. INTRODUÇÃO
Agostinho foi influenciado pelas principais escolas da filosofia helenística. Em mais de
um momento em sua vida ele foi atraído para o cepticismo da Nova Academia. O
estoicismo também influenciou seu pensamento como os literatos passaram a enfatizar
recentemente.
O presente trabalho visa apresentar os fundamentos teóricos de Santo Agostinho. Nele
esperamos contribuir de certa forma trazendo subsídios aclaradores sobre os princípios
que nortearam o pensamento Agostiniano para que a ética cristã, se tornasse algo de
maior valor para a sociedade humana.
Para a elaboração do mesmo, buscamos algumas ideias em obras físicas bem como nas
virtuais, quew constituíram o nosso suporte bibliográfico.
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2. ÉTICA CRISTA DE SANTO AGOSTINHO

2.1. BIOGRAFIA DE SANTO AGOSTINHO

2.1.1. Infância e juventude.


De acordo com VAHL (2016), Santo Agostinho (354-430) foi um filósofo, escritor,
bispo e importante teólogo cristão do norte da África, durante a dominação romana.
Suas concepções sobre as relações entre a fé e a razão, entre a Igreja e o Estado,
dominaram toda a Idade Média.
Santo Agostinho, conhecido também como Agostinho de Hipona, nasceu em Tagaste,
na cidade da Numídia (hoje Argélia), no norte da África, região dominada pelo Império
Romano, no dia 13 de Novembro de 354. Sua infância e adolescência transcorreram
principalmente em sua cidade natal, em um ambiente limitado por um povoado perdido
entre montanhas. Seu pai era pagão e sua mãe uma cristã devota que exerceu grande
influência sobre a conversão do filho.

2.1.2. Estudo e religião


Santo Agostinho iniciou seus estudos em Tagaste, em seguida, foi para Madaura, onde
iniciou os estudos de retórica. Lia e decorava trechos de poetas e prosadores latinos,
entre eles Virgílio e Terêncio. Estudou música, física, matemática e filosofia. Em 371,
transfere-se para Cartago, a maior cidade do Ocidente latino depois de Roma, um
grande centro do paganismo, onde se deixou cativar pelo esplendor das cerimónias em
honra dos milenares desuses protectores do império.
Em 373, nasce Adeodato, filho de seu romance com uma cartaginense. Dedicou-se ao
estudo das Escrituras, mas logo ficou desiludido diante do estilo simples da Bíblia.
Depois de três anos termina o estudo superior em retórica e eloquência. De volta a sua
cidade natal, abre uma escola particular onde ensina gramática e retórica. Em 374 foi
para Cartago e mais uma vez dedica-se ao ensino da retórica. Em 383 seguiu para Roma
e no ano seguinte é nomeado mestre de eloquência em Milão.
A inquietude era um tema permanente em sua vida. O despertar de seu espírito crítico o
levou a adoptar o “maniqueísmo”, pretendendo seguir a força única da razão. Durante
doze anos foi seguidor de Mani, profeta persa que pregava uma doutrina na qual se
misturavam Evangelho, ocultismo e astrologia. Segundo Mani, o bem e o mal
constituíam princípios opostos e eternos, presentes em todas as coisas. O homem não
era culpado por seus pecados, pois já trazia o mal dentro de si.
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2.1.3. Conversão ao catolicismo


Insatisfeito com as respostas que o maniqueísmo oferecia, Agostinho resolveu
abandonar a doutrina e seu lugar é temporariamente preenchido por um profundo
cepticismo. Em 386 procura Ambrósio, o poderoso bispo do Império, em busca de uma
colocação oficial como professor. Em vez disso, encontra respostas para algumas das
suas dúvidas. Passa a assistir os sermões de Ambrósio, inspirados, sobretudo, no Antigo
Testamento.
Finalmente, a influência de Santo Ambrósio foi decisiva para convertê-lo ao
Cristianismo. Em 387, Agostinho e Adeodato são batizados. No ano seguinte, retorna
definitivamente para Tagaste, onde se dedica à vida monástica, vende a propriedade
deixada pelo pai e distribui o dinheiro entre os pobres. Conserva apenas uma pequena
porção de terra, onde, ao lado dos amigos Alípio e Ovídio, funda o primeiro mosteiro
agostiniano. Em 391, é sagrado sacerdote em Hipona, região provinciana do Império
Romano. Em 396 é sagrado bispo auxiliar de Hipona, onde se tornou um dos pilares da
teologia católica.

2.1.4. Obras e pensamentos


Entre 397 e 398, Agostinho se dedica a escrever “Confissões”, em que narra a juventude
e sua conversão, onde revela os caminhos da fé em meio às angústias do mundo. O livro
é uma autobiografia que também imprime o seu pensamento filosófico. Cria a noção de
espaço interior como campo da verdade essencial do homem “A verdade e Deus devem
ser buscados na alma, e não no mundo exterior”.
Em 413 começa a obra “A Cidade de Deus”, escrita para consolar os cristãos após
Roma ser saqueada pelos bárbaros visigodos, em 410. Na obra, Santo Agostinho
apresenta a defesa do cristianismo e convida seus contemporâneos a compreender o
sentido profundo da história. Já não se trata de um reino de Deus que sucede à vida
terrena. A cidade de Deus e a dos homens coexistem: a primeira, antes simbolizada por
Jerusalém, é agora a comunidade dos cristãos. A cidade dos homens tem poderes
políticos, moral, e existências próprias. “As duas cidades permanecerão lado a lado até o
fim dos tempos, mas depois a divina triunfará, para participar da eternidade”.
Deixou uma obra fundamental para a doutrina da igreja católica, que foi registada em
tratados filosóficos, teológicos, comentários, sermões e cartas. Exerceu grande
influência em várias áreas do conhecimento. Teve papel importante na fixação da
hierarquia na Igreja Católica e fez a síntese entre a filosofia grega e o pensamento
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cristão. Fixou a ideia da vida interior do homem como o palco essencial da construção
da identidade.
Santo Agostinho faleceu em Hipona, África, no dia 28 de agosto de 430. Santo
Agostinho foi canonizado por aclamação popular, e reconhecido como Doutor da Igreja,
em 1292, pelo papa Bonifácio VIII.
Morreu em 28 de agosto de 430, aos setenta e seis anos, durante um ataque dos vândalos
(povo bárbaro germânico) ao norte da África.
Sto. Agostinho é considerado o santo protector dos teólogos, impressores e cervejeiros.

2.2. FUNDAMENTOS TEÓRICOS


De acordo com VAHL (2016), Santo Agostinho analisava a vida levando em
consideração a psicologia e o conhecimento da natureza. Para o bispo, nada era mais
importante do que a fé em Jesus e em Deus. A Bíblia, por exemplo, deveria ser
analisada, levando-se em conta os conhecimentos naturais de cada época, porém, o
conhecimento e as ideias eram de origem divina.
Defendia também a predestinação, conceito teológico que afirma que a vida de todas as
pessoas é traçada anteriormente por Deus.
O pensamento de Agostinho vai além de simplesmente falar sobre a religião ou tentar
sistematizar seus principais “dogmas”, ele entendia o cristianismo como uma Sabedoria
intelectual tão importante quanto ou até mais do que os textos de qualquer pensador
antigo. Para ele a fé cristã deveria ser reflectida, compreendida e assimilada com todo o
esforço que fosse possível à razão humana. Agostinho tinha claramente diante de si a
preocupação de elaborar uma mundividência à luz das categorias pelas quais o
cristianismo compreendia o real, mais ainda, ele entendia este projecto como
perfeitamente assimilável não apenas pelos que já se diziam cristãos, mas por toda uma
humanidade que carecia de um “sentido moral” que lhe restabelecesse a paz. Sob esta
perspectiva que a ética adentra sua reflexão.
Neste horizonte Agostinho compreende que o homem foi criado à imagem e semelhança
de Deus, que só existe enquanto seu ser permanece fundado em Deus. Ser “imagem e
semelhança” significa possuir uma condição ontológica diferenciada na ordem dos
seres, a qual dá ao homem a condição de ser “co-criador” da realidade, isto é, o
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responsável por sustentar, no exercício de sua liberdade, a unidade entre os seres criados
sob certa ordem em sua respectiva dependência ao Ser.

2.3. CONTEXTO DE ABORDAGEM DA TEORIA


Sua teoria encontra-se circunscrita aos problemas de Deus e da alma, visto serem os
mais importantes e os mais imediatos para a solução integral dos problemas da vida.
Segundo VAHL (2016), a abordagem da teoria é concebido pelo autor como um
eudemonismo de cunho teleológico, que se resume na superação desta condição com
vistas à Beatitude. Tal itinerário se dá na medida em que o homem compreende-se como
“ser criado”, ontologicamente dependente de Deus, porém, livre por natureza, capaz de
Deus, mas também de afastar-se Dele e colocar-se em direcção ao nada. Disto decorre
que sua existência converte-se em uma inquietação por Deus e por sua própria origem,
fazendo com que a reflexão filosófica seja vista como uma procura pela compreensão da
própria condição humana que é imagem e semelhança de Deus e pela contemplação da
essência divina que é Trindade, princípio único e ao mesmo tempo múltiplo em que se
funda toda a realidade.
Por outro lado, CAPITANIO (s/d) percebe que Santo Agostinho vive no fim do período
designado como filosofia antiga (dominado pelas correntes helenísticas, cépticas,
estóicas e neoplatónicas) e recebe inegável influência do neoplatonismo, chegando a
reconhecer (nas suas Confissões) que os livros de orientação neoplatónica
desempenharam papel central no seu desenvolvimento enquanto filósofo e religioso,
inclusive em sua conversão ao cristianismo, em 386. Também influenciaram em grande
medida o pensamento do filósofo (no que tange à sua conversão) as Epístolas de Paulo
de Tarso.
De acordo com o mesmo pensamento, antes de decidir-se pela religião cristã, Agostinho
filiava-se à corrente de pensamento maniqueísta (fundada pelo profeta Maniqueu,
crucificado na Pérsia em 277). Neste sentido, transferindo-se para Cartago (actual
Tunísia) em 372 d.C., Agostinho descobre o pensamento de Cícero, de quem tornar-se-
ia discípulo, passando a conhecer as correntes do neoplatonismo, do estoicismo e do
epicurismo.
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3. CONCLUSÃO
Da abordagem feita sobre Santo Agostinho pode-se constatar que ele é construtor de
uma ética, que tem como principio originário e norteador o amor – enquanto máxima
central da fé cristã, para tanto, ele constrói de modo análogo aos neoplatónicos uma
estrutura hierárquica da realidade e do cosmos configurada em torno do ideal da
felicidade.
Santo Agostinho se propôs como modelo de ética para os homens, não por sua
perfeição, mas por sua busca filosófica. Conseguiu como poucos resolver racionalmente
as demandas do cérebro e da alma. Mas nem tudo saiu como Agostinho idealizou. Santo
Agostinho, queria conduzir os homens ao mundo das ideias, mas isto se mostrou
impossível.
Santo Agostinho entrou para a história como pensador, cristão e teólogo. Nele, pode-se
compreender como o cristianismo desenha a compreensão do ser do homem.
Árdua foi, também, a tarefa de teorizar acerca de uma teologia ainda nascitura e
desenvolver um discurso dirigido a uma sociedade complexa, desenvolvida, que muito
herdara da sabedoria e do pensamento grego e, principalmente, milenarmente politeísta.
O mérito de Santo Agostinho consiste em ter-se tornado um verdadeiro estadista
eclesiástico que se empenhou em teologizar para a Igreja Cristã sob uma perspectiva
não meramente existencial ou metafísica.
A ética cristã em Santo Agostinho situa Deus como a fonte, a origem dos mandamentos
éticos universais que devem nortear a vida do homem na Cidade Terrenal. Nesse sentido
afirma Santo Agostinho que “a moralidade de um acto não depende de suas
consequências nem das suas causas, nem da sua natureza, mas somente de que esteja de
acordo com a vontade de Deus."
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4. REFERÊNCIAS:
VAHL, Matheus Jeske. Santo Agostinho: Os Fundamentos Ontológicos do Agir. Brasil;
2016.
CAPITANIO, Caryne Abbade. Ética e moral em santo agostinho: uma análise da
deontologia agostiniana com fulcro em três célebres obras do autor - confissões, livre-
arbítrio e cidade de Deus. Revista Quaestio Iuris, vol.05. brasil

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