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RESUMO
INTRODUÇÃO
Posteriormente, entre 1660 e 1663, pelo arquiteto Frei Manoel do Rosário foi
construída a casa de vivenda do Engenho de Iguassú. Posteriormente entre 1754 e 1757,
Frei Manoel do Espirito Santo decidiu construir uma nova casa grande, desta vez em
forma de mosteiro com pátio e claustro com caracteristicas arquitetônicas de casa rural,
medindo entorno de 38 metros de comprimento. Nos exemplos encontrados daquele
período identificado como ciclo do açúcar, as construções se distribuíam em três blocos, a
casa grande, o engenho e a capela, onde o maior de todos era o engenho construído em
madeira e cobertura feita de vigamentos pesados, com caracteristicas rústicas. Já a casa
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Disciplina: Materiais e Sistemas Construtivos, Prof. Marcos Martinez Silvoso
grande e capela eram construídas com mais esmero, mesmo que com detalhes
construtivos simples. Casa do tipo alpendre, a varanda sempre recebia um cuidado
especial, com ornatos e colunas, com beiral simples e bem-acabado, alegretes, ou
canteiros de flores e bancos de alvenaria. Acredita-se que os claustros franciscanos e as
casas portuguesas tenham sido a inspiração para a construção beneditina, um convento
que abrigava padres em descanso ou afastados do sacerdócio que logo se tornou sede
da grande Fazenda de São Bento, onde se
produzia farinha de mandioca e tijolos,
ladrilhos e telhas. E em 1921 o terreno foi
desapropriado para abrigar uma colônia
agrícola. Em 1957 a Secretaria do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (SPHAN)
tombou a casa e capela da antiga Fazenda
de São Bento abrangendo a área de terrenos
incluídos num raio de 100 metros das
edificações, chamado pelo IPHAN de Conjunto Rural. Em 03 de novembro de 2008,
através da Lei 2224/08 o município de Duque de Caxias instituiu a criação do Museu de
Percurso, também caracterizado como eco museu, com a denominação de Museu Vivo
do São Bento e efetiva o tombamento dos lugares de memória e das edificações
Patrimoniais do Percurso.
METODOLOGIA
RESULTADOS
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Após reunir todo material de pesquisa e ter ido a campo conhecer as atuais
condições do imóvel, pôde-se entender o processo de conservação da construção. A
capela apesar de estar
sendo utilizada,
observou-se que sua
conservação e
manutenção não é um
processo natural. Seus
espaços são simples e
de proporções
pequenas, sendo
distribuída apenas
entre a nave, o altar e
Figura 3- Porta lateral da nave
a sacristia. Com acesso
Fonte: Autora
Figura 4- Vista interna do telhado apenas pela lateral e pela fachada
Fonte: Autora principal. Suas portas, lateral e frontal, foram construída em
madeira maciça de duas folhas, com abertura central. Fixada em montantes de madeira
chumbados em alvenaria de tijolo maciço cerâmico. Com dobradiças de ferro e fecho
central, com almofadas de madeira trabalhadas em relevo. Na porta lateral as almofadas
externas possuem desenho em traçado de baixo e alto relevo em linhas retas e simples,
as almofadas internas são trabalhadas em alto relevo com linhas retas e curvas, formando
um bordado em seus vértices. A porta frontal possui almofadas internas retangulares em
baixo relevo e as almofadas externas também em formato retangulares e alto relevo.
Cada folha possui três almofadas internas e três almofadas externas. Pintura a óleo na
cor azul celeste, emolduradas com frontão em cantaria e sendo a porta lateral em seu
lado externo protegido pelo vão resultante da largura da parede formando um arco em
ângulo aberto. O piso em ladrilho hidráulico originalmente desenhado como um tapete faz
delimitação de espaços com outras tramas de piso, assim como como trechos em
cimentado demarcando as circulações e os espaços onde devem estar os bancos. Existe
um desnível entre o piso do altar e a nave, onde um tapete encobre o piso original do
altar.
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A capela possui um campanário com dois sinos em espaço aberto nas laterais o
que possibilita a ação de intempéries. O
sistema construtivo utilizado na construção da
capela, percebe-se ao analisar alguns
detalhes aparentes da construção.
Comparando com algumas construções da
mesma época e observando detalhes
importantes concluímos que seu sistema
construtivo é autoportante, suas paredes
largas com aproximadamente 45 cm em
tijolos cerâmicos maciços assentados com Figura 5- Vista do campanário
acompanhando o piso. Muita umidade, manchas nas paredes e pisos dentre eles algumas
lacunas e remendos com materiais diferenciados dos originais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
compõem o Complexo da Fazenda de São Bento, situado num espaço composto por
abandono social, cultural e educacional, ele se torna um sobrevivente valente para contar,
ainda que de forma mínima a história deste país. Os sinais de degradação, assim como
de sobrevivência da construção, demonstram exatamente como a sociedade resiste as
condições impostas a ela. Desta forma, apesar de tudo podemos dizer que existe
sentimento de amor entre o espaço a história e seus personagens atuais, que com toda a
dificuldade se relacionam de forma a sobreviverem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BUENO, Beatriz Piccolotto Siqueira. Sistema de produção da arquitetura na cidade colonial brasileira:
mestres de ofício, "riscos" e "traças". Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, v. 20, n. 1, p.
321–361, 2012. doi:10.1590/S0101-47142012000100011.
COSTA, Lúcio. A arquitetura dos jesuítas no Brasil. ARS (São Paulo), v. 8, n. 16, p. 127–195, 2010.
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