SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO

www.arquisp.org.br Ano 68 | Edição 3477 | 13 a 19 de dezembro de 2023 www.osaopaulo.org.br | R$ 3,00

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Cardeal Odilo Pedro Scherer e os neossacerdotes por ele ordenados, no sábado, 9, na Catedral da Sé: Alysson Antunes, Miguel Lisboa, Otoniel Profiro, Rômulo Freire e Yago Barbosa

Sacerdotes para serem no mundo

os servidores de Jesus Cristo
No sábado, 9, na Catedral da Sé, pela im-
posição das mãos do Cardeal Scherer foram
ordenados sacerdotes os diáconos semina-
ristas Miguel Lisboa Aguiar Marcondes, Alys-
son Antunes Carvalho, Rômulo Freire Barroso
e Yago Barbosa Ferreira, além de Otoniel Pro-
firo de Morais, até então diácono permanente, meio dos sacerdotes”. O Cardeal renovou o pe-
viúvo desde 2019. dido de orações e apoio de toda a comunidade
Dom Odilo ressaltou que os padres são orde- cristã aos vocacionados ao sacerdócio e às vo-
nados para serem no mundo os servidores de cacionadas à vida religiosa consagrada. “Uma
Cristo: “Jesus quer continuar a ser o Bom Pastor vocação é um grande dom Deus”, afirmou.
da humanidade e Ele o faz especialmente por Página 7

Reprodução

13 de dezembro Edição 12
de 2023 Use o QRCode
Editorial
O desenvolvimento de
para acessar
o Caderno
Cultural na
Internet, com
mais artigos e

Raïssa e Jacques
links citados.

doutrina e a preservação
da unidade da Igreja
Maritain, a lei natural
Arte: Sergio Ricciuto
Conte

Página 4

e os direitos humanos Encontro com o Pastor

O pensamento de Jacques Maritain formou Um vicariato voltado

gerações de católicos comprometidos para a área da saúde e
com a justiça e o bem-comum, como o cuidado dos enfermos
destaca esta edição do Caderno Fé e Jacques e Raïssa: Página 2
até uma Declaraçãa fé que vai do amor conjugal
Cidadania, a qual recorda, ainda, que ele, o que marcou o m
Instituto Jacque undo Assembleia Arquidiocesana
apoiado por sua esposa, Raïssa, engajou-
s
Maritain do Bra
sil*

-se para a formulação da Declaração

Em 2023, a Declaraçã
Direitos Humanos o Universal dos
pleta 75 anos. É
, da ONU, com- Em um mundo com
poucas referências,
Reformulação da
organização pastoral da
relevante destacar Jacques Maritain o pensamento de
que Jacques Mari apresenta-se com (Presença de Mari
tain desempenhou testemunho vivo o modelo referenci

Universal dos Direitos Humanos.

um papel crucial da força do amor, al, tain – testemunho
na elaboração desse Editora LTr, 2012 s.
documento, ao suger Suas ideias form da verdade e da cora ).
aram geração de gem. Em sua trajetória,
princípio da digni ir a inclusão do

Arquidiocese é apresentada
com a justiça e o católicos comprom Maritain con-
dade da pessoa hu- bem-comum em etidos tou com o papel
fundamental de sua
mana em sua totali
dade. terem contribuído diversos países, além esposa e inseparáve
Para um maio decisivamente para de l comp anheira,
r entendimento Declaração Univ a formulação da Raïssa. A religião
da contribuição ersal dos Direitos papel central em
desempenhou um
de Maritain para e Cidadania é dedi Humanos. Este Cad suas
Página 8
compreensão dos a cado a ele e a sua erno Fé impossível imaginar vidas, sendo
direitos humanos inseparável espo
conforme apresentad , sa, Raïssa. Maritain sem essa a trajetória de
a em Os Direitos união. A conversão
do Homem e a Lei de ambos foi since
Natural, de 1942 ra
tomamos como refer
ência os ensina-
, 1906. Alguns mese e profunda, em
s
mentos do Padre
José Carlos Bran de seus grandes
poeta Raïssa, casados haviaantes, Jacques e
Aleixo, que afirm di
ou o seguinte: “Jac- em particular. Antíg s, de Sófocles, Olympio, 1967), anos, sentiram- menos de dois
ona é a heroína um se tremendamen
ques Maritain cons
idera de suma im- eterna do direito
natural, a que os da Declaração Univ dos alicerces angustiados pelo te
portância, para a Antigos chamavam ersal dos Direi- vazio do agnosticis
fundamentação dos a ‘lei não escrita’, tos Humanos, e mo em que viviam. -
direitos h nom O Homem e o Esta- Ele mesmo na
2 | Encontro com o Pastor | 13 a 19 de dezembro de 2023 | www.osaopaulo.org.br
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Vicariato Episcopal para a

Pastoral da Saúde e dos Enfermos
CARDEAL
ODILO PEDRO
SCHERER
Arcebispo
metropolitano
de São Paulo (2017 a 2023). E não faltam argumen- dignidade. Por isso, ele não deve ser das famílias, paróquias e organiza-
tos teológicos e pastorais para essa de- tratado como mero objeto de cura e ções eclesiais e pastorais. É missão
cisão. Jesus teve sempre uma atenção de cuidados, mas respeitado plena- da Igreja, por meio dos sacerdotes,
especial para com os enfermos e ator- mente na sua condição humana, com diáconos e outros ministros, con-

D
esde o dia 12 de dezem-
bro deste ano, a arqui-
diocese de São Paulo
conta com mais um Vi-
cariato Episcopal ambiental, voltado
especialmente para a área da saúde
e o cuidado dos enfermos. De fato,
esse âmbito de cuidados pastorais é
muito amplo em nossa Arquidioce-
se e requer atenção especial. Trata-se
de atender aos enfermos nos muitos
hospitais, casas para a longa perma-
nência e para os idosos, sem esque-
cer os muitos enfermos e idosos nas
residências.
As outras competências confia-
das ao novo Vicariato são: a promo-
ção de iniciativas pastorais voltadas
para a valorização da vida, da saúde
e da dignidade dos enfermos; a pre-
paração dos agentes pastorais en-
carregadas do serviço religioso aos
enfermos; a organização capilar da
pastoral da saúde e dos enfermos na
Arquidiocese. Evidentemente, o Vi-
cariato não substituirá as competên-
cias e obrigações próprias dos páro-
cos nos ambientes de suas paróquias,
mas contará com a colaboração deles
para o alcance dos seus objetivos.
A criação do novo Vicariato am-
biental foi fortemente apoiada pelo 1º
sínodo arquidiocesano de São Paulo
mentados de todo tipo de males. Por
onde passava, esses recorriam a Ele,
suplicando ajuda e a cura de seus ma-
les (cf. Mc 6,56). Ele não deixava nin-
guém desatendido, mesmo quando
os que pediam a cura eram pagãos. O
próprio nome “Jesus” significa “Deus
salva” ou “Deus cura”. Curar e salvar
fazem parte da mesma ação salvadora
de Deus em favor da humanidade por
meio de Jesus.
Jesus recomendou aos apóstolos
o cuidado dos doentes quando os
enviou em missão para anunciarem
a chegada do Reino de Deus: “Curai
os enfermos” (Mt 10,8). Antes de
se elevar ao céu, recomendou mais
uma vez: “Quando impuserem as
mãos sobre os enfermos, eles ficarão
curados” (Mc 16,18). Nos Atos dos
Apóstolos e nas Cartas Apostólicas,
constatamos que os apóstolos e a co-
munidade cristã primitiva levaram
isso muito a sério e, ao longo dos
séculos, o cuidado dos enfermos foi
sempre uma das principais preocu-
pações pastorais da Igreja.
Em sua mensagem para o Dia
Mundial dos Enfermos, de 11 de
fevereiro de 2017, o Papa Francisco
recordou três questões importantes
para o cuidado dos enfermos: 1. O
doente, seja qual for a sua situação, é
uma pessoa humana, com toda a sua
sensibilidade atenta, compreensão,
paciência, encorajamento e apoio
humano e espiritual. 2. O enfermo
precisa de cuidados médicos para
a cura dos seus males físicos, mas
também de “cura espiritual”, na for-
ma da oração, da assistência religiosa
e do sustento da sua fé. A Palavra de
Deus e os Sacramentos são remédios
espirituais importantes, que não de-
vem ser negligenciados no cuidado
dos doentes. A palavra da fé pode-
rá ajudar o enfermo a comprender
a sua condição como um momento
importante em sua vida e a se apro-
ximar de Deus. 3. Os enfermos são
membros do corpo de Cristo, a Igre-
ja, e podem ajudar muito na realiza-
ção da missão dela, na medida em
que unem seus sofrimentos aos de
Cristo na cruz, oferecendo-os pela
sua própria salvação e pela salvação
da humanidade. Os enfermos po-
dem ser ajudados a não desperdiçar
este momento, tornando-o proveito-
so para si próprios e para os outros.
A saúde e a enfermidade são duas
dimensões da mesma preocupação
pastoral e devem andar juntas, ten-
do em vista a pessoa do enfermo,
em primeiro lugar; por isso, a aten-
ção aos doentes nas casas, hospitais
ou instituições similares deve estar
entre as ações pastorais prioritárias
tinuar a fazer como Jesus fez: ir ao
encontro dos enfermos, onde quer
que se encontrem, ouvir suas histó-
rias e lamentos, compartilhar suas
dores, impor-lhes as mãos, rezar por
eles, levar-lhes a Palavra de Deus e,
também, oferecer-lhes a Eucaristia e
a Unção dos Enfermos, se forem pes-
soas de fé.
Portanto, a pastoral da saúde e dos
enfermos não deverá ser deixada em
segundo plano na Igreja. As estrutu-
ras de saúde são espaços importantes
para a missão evangelizadora, que
precisam ser valorizados (cf. CNBB,
Documento 109, n.196). Se a pastoral
da saúde e dos enfermos estiver au-
sente das paróquias e comunidades,
falta algo importante da missão que
Jesus confiou à Igreja. E não se pode
esquecer que Ele próprio também se
identifica com os enfermos: “Estive
doente e cuidastes de mim”.
O novo Vicariato vai orientar suas
ações por um Regulamento próprio,
já aprovado. E também já foi nome-
ado um Vigário Episcopal, encarre-
gado da animação e coordenação
do Vicariato Episcopal da Pastoral
da Saúde e dos Enfermos, na pessoa
do Cônego João Inácio Mildner. O
Vicariato foi confiado à proteção e à
intercessão especial de Santa Paulina
do Coração Agonizante de Jesus.

SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
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Sacerdos Photos
ADMISSÃO DE CANDIDATOS
ÀS ORDENS SACRAS
Na festa da padroeira do Seminário Arqui-
diocesano Imaculada Conceição, na sex-
ta-feira, 8, o Cardeal Odilo Pedro Scherer,
Arcebispo Metropolitano, presidiu missa
com o rito de admissão de dois semina-
ristas como candidatos às ordens sacras:
Leonardo de Oliveira e Victor Natali,
ambos do 2º ano da etapa da Configura-
ção no Seminário de Teologia Bom Pastor.
(Colaborou: seminarista Bruno Carvalho de Melo)
EDITAL DE CONVOCAÇÃO
Pelo presente edital convoca-se a Sra. Va-
leria Almeida de Jesus (endereço desco-
nhecido) para que compareça de terça à
sexta-feira, das 13h, às 16h, ao Tribunal
Eclesiástico Interdiocesano de São Pau-
lo, sito à Av. Nazaré, 993 – Ipiranga- São
Paulo – SP (telefone 3826-5143), para tratar
de assunto que lhe diz respeito.
São Paulo, 13 de dezembro de 2023.
Mons. Sergio Tani
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Mosteiro de São Bento Luciney Martins/O SÃO PAULO
FESTA DE NOSSA SENHORA DE GUADALUPE
O Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu missa na Catedral da Sé, na
425 ANOS DE FUNDAÇÃO DO MOSTEIRO DE SÃO BENTO tarde da terça-feira, 12, na Festa de Nossa Senhora de Guadalupe,
Na sexta-feira, 8, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropo- Padroeira da América Latina. Na homilia, o Arcebispo Metropolitano
litano, presidiu a missa em ação de graças pelos 425 anos de funda- recordou que Nossa Senhora pediu a Juan Diego, em sua aparição,
ção do Mosteiro de São Bento de São Paulo. Entre os concelebran- que ele se tornasse missionário e seu mensageiro, de maneira que,
tes estavam Dom Emanuel d’Able do Amaral, Abade do Mosteiro de assim, a Virgem colaborou com a obra da evangelização – “é o papel
São Bento de Salvador (BA) e Presidente da Congregação Benedi- de Maria, sempre apontando para Jesus” – e que está sempre presen-
tina do Brasil; Dom Luiz Pedro Soares, Abade do Mosteiro de São te na Igreja e em sua obra evangelizadora, e caminha com os cristãos
Bento de Olinda (PE); e o Frei Evaldo Xavier, Comissário Pontifício do e no meio de todos os povos. A notícia completa pode ser lida em
Mosteiro em São Paulo. (Com informações do Mosteiro de São Bento) https://osaopaulo.org.br/sao-paulo. (por Redação)
Eva Nascimento
NOVENA NA
COMUNIDADE SANTA LUZIA
No sábado, 9, na Comunidade Santa
Luzia, no Jardim Paulistano, pertencen-
te à Paróquia Santa Teresinha do Menino
Jesus, na Região Brasilândia, Dom Odilo
Pedro Scherer, Arcebispo Metropolita-
no, presidiu a missa do 6º dia da novena
preparatória da festa da padroeira, cujo
tema é “Com Santa Luzia, testemunhar a
paz e a luz de Cristo”. Concelebrou o Pa-
dre Álvaro Moreira Gonçalves, Adminis-
trador Paroquial.
(Colaborou: Eva Nascimento,
da Pascom paroquial)
Reprodução Reprodução
4 | Ponto de Vista | 13 a 19 de dezembro de 2023 |
Desenvolvimento da doutrina
N
o editorial da semana pas-
sada, tratávamos da uni-
dade da Igreja e de como
ela vem sendo ameaçada
por dois tipos opostos de erro: de um
lado, o apego distorcido à “Tradição” à
custa do respeito à hierarquia e da co-
munhão eclesiástica; e de outro, a ideia
de que é possível manter a comunhão
eclesiástica desvinculada, ou mesmo
com rupturas com a legítima Tradição
e o Depósito da Fé. Hoje, quiséramos
tratar de um tema conexo e igualmente
importante: a questão do desenvolvi-
mento da doutrina, da adaptação peda-
gógica dos ensinamentos que a Igreja
conserva intactos desde os Apóstolos à
mentalidade e ao contexto do mundo
de hoje.
O tema é atual, pois tem sido invo-
cado para defender posições extrema-
das a respeito da autoridade do Santo
Padre. Há quem caia no erro de dizer,
por exemplo, que o Papa não teria po-
der para fazer qualquer alteração nos
ritos litúrgicos – mas o próprio Concí-
lio de Trento reconhece a possibilidade
de “estabelecer ou mudar o que julgar
Escutar com o coração
LUIZ ANTONIO ARAUJO PIERRE
Saindo da igreja, outro dia, cum-
primentei um senhor que parecia
querer conversar. Perguntei como
estava e ele respondeu com um ‘tudo
bem’, mas foi além e falou um pouco
mais. Prontifiquei-me a ouvi-lo.
O que me chamou a atenção nes-
te simples fato foi que aquele homem
me contou que anos atrás foi ele o pio-
neiro na implantação da Pastoral da
Escuta na Paróquia da qual faz parte
até hoje.
Realmente, é importante o ato
de escutar. Sabemos de inúmeros
casos de pessoas que se salvaram até
mesmo de um suicídio após serem
ouvidas.
Escutar quer dizer “ouvir com
atenção”, com raiz no latim: ‘aus-
cultare’. Ouvir com atenção, es-
tando inteiramente envolvido, no
momento presente, com a pessoa
que fala. Estar consciente de que
escutar é acolher profundamente o
outro para entender, de fato, o que
ele está falando.
Escutar é como colocar-se no lu-
gar do outro, procurar se sentir como
ele está se sentindo e colher qual a real
dimensão do que quer comunicar.
O ato de escutar pode começar
com o acolhimento das pessoas com
As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.
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Editorial
mais conveniente (...), segundo a va-
riedade de situações, tempos e lugares”
(DS 1.728), desde que seja preservada a
substância dos sacramentos.
Aliás, o aggiornamento, a adaptação
da linguagem da Igreja ao mundo mo-
derno, era o grande propósito do Vati-
cano II: em seu discurso de abertura,
São João XXIII dizia que o objetivo do
Concílio era conseguir que o depósito
sagrado da doutrina cristã fosse ensina-
do de forma mais eficaz. Não se trata-
va de ensinar coisas substancialmente
novas (a substância do ‘depositum fidei’
devia se transmitida pura e íntegra, sem
atenuações nem subterfúgios), mas de
adaptar a linguagem para o homem
moderno, alterando a formulação com
que são enunciadas as verdades da fé,
conservando-lhes, contudo, o mesmo
sentido e o mesmo alcance. E nesse sen-
tido, o Vaticano II foi uma graça tre-
menda para a Igreja: quem se decide
a ir direto às fontes e ler em primeira
mão os documentos como a Lumen
gentium, a Dei Verbum ou a Gaudium
et spes só pode ficar admirado de quão
belos e quão católicos eles são.
Opinião
as quais temos contato, seja formal
e previsto, seja ocasional, que pode
ocorrer durante o dia no trabalho, no
transporte ou mesmo em casa.
Muitas vezes, acolher o próximo
pode ser natural e espontâneo, quan-
do se trata de pessoas com as quais
já temos algum relacionamento ou
que temos em certa consideração.
Mas não é tão fácil quando se trata de
desconhecidos, sobretudo se pertece-
rem às minorias ou àquelas pessoas
deixadas de lado pela sociedade em
Também em tema de desenvolvi-
mento de doutrina, portanto, há dois
exageros opostos que precisamos evitar,
para preservarmos a unidade da Igreja.
Por um lado, seria errado negar a possi-
bilidade de qualquer desenvolvimento,
tratando a doutrina católica como um
“bloco monolítico”. Na história da Igre-
ja, vemos que os dogmas de que Jesus
é “consubstancial” (homoousios) ao Pai
ou que Maria é “Mãe de Deus” (Theo-
tókos) foram definidos como fruto de
um processo de amadurecimento ecle-
sial, inspirado pelo Espírito Santo (cf. Jo
16,12-13). Os Apóstolos não utilizavam
esta linguagem: eles ensinavam, sim,
que Jesus era verdadeiro Deus (cf. Jo
10,30; 20,28), e que Jesus era verdadeiro
homem (cf. 1Jo 1,1-3), mas a articula-
ção conceitual desses dogmas ainda
era incompleta. Como explicava Leo
Trese: “Com o passar dos anos, os ho-
mens usarão da inteligência que Deus
lhes deu para examinar, comparar e es-
tudar as verdades reveladas por Cristo.
O depósito da verdade cristã, como um
botão que se abre, irá desdobrando-se
ante a meditação e o exame das gran-
Arte: Sergio Ricciuto Conte
razão de preconceitos de gênero, cor
ou condição social.
Em meio a tantas desavenças,
discussões, polarizações e guerras,
a busca do entendimento, da paz,
da unidade, se torna cada vez mais
urgente.
A experiência que nos passa
Chiara Lubich, fundadora do Movi-
mento dos Focolares, da espirituali-
dade da unidade é que: “... escutar o
outro de maneira sincera e profunda,
sem pressa, para conhecê-lo e valori-
des inteligências de cada geração” (A fé
explicada).
Por outro lado, seria igualmente in-
correto acreditar que a doutrina pode
se desenvolver para qualquer senti-
do, inclusive anulando ou indo contra
aquilo que antes fazia parte do Depósi-
to da Fé. Assim como o próprio Cristo
não veio abolir a Lei, mas levá-la à per-
feição, assim também o legítimo desen-
volvimento visa a apenas a fazer desa-
brochar ou amadurecer o que já estava
contido na Fé dos Apóstolos. Como
dizia São John Henry Newman, os
desenvolvimentos “que apenas contra-
dizem e invertem o curso de doutrina
que foi desenvolvimento antes deles, e
do qual eles brotam, são certamente
corrompidos” (Essay on the Develop-
ment of Christian Doctrine).
Fiquemos, então, com o ensinamen-
to de São Vicente de Lérins, que o Papa
Francisco costuma citar: o dogma cristão
segue algumas leis de progresso, de modo
a ser consolidado pelos anos, dilatado
pelo tempo, e sublimado pelas eras – e, no
entanto, permanece sempre incorrupto e
íntegro, completo e perfeito.
zá-lo na sua diversidade cultural. É o
caminho que leva também o outro a
escutar, e é portanto a base e a premis-
sa para um diálogo fecundo.” (https://
www.focolare.org/pt/2017/04/02/a-
-escuta-que-gera-dialogo).
O Papa Francisco nos convida a
escutar com o ouvido do coração para
estabelecer uma “relação dialogal en-
tre Deus e a humanidade.”
E continua na mensagem do LVI
Dia Mundial das Comunicações So-
ciais, de 2022: “Entre os cinco senti-
dos, parece que Deus privilegia pre-
cisamente o ouvido, talvez por ser
menos invasivo, mais discreto do que
a vista, deixando consequentemente
mais livre o ser humano”.
Na Vigília em preparação para a
Assembleia Geral do Sínodo dos Bis-
pos, em 30 de setembro deste ano, o
Papa Francisco lembrou: “É somente
quando nos calamos para ouvir os
outros que o Espírito Santo é capaz de
‘reunir pontos de vista’. Além disso, o
silêncio “permite o verdadeiro discer-
nimento, por meio da escuta atenta
dos suspiros do Espírito, profundos
demais para as palavras, que ecoam,
muitas vezes escondidos, no interior
do povo de Deus”.
Luiz Antonio Araujo Pierre é membro do
Movimento dos Focolares, professor e advogado;
bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais.
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6 | Viver Bem/Fé e Vida | 13 a 19 de dezembro de 2023 | www.osaopaulo.org.br
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Flexibilidade diante da vida
SIMONE RIBEIRO CABRAL FUZARO
A vida, ao contrário do que tendemos a
imaginar, não é passível de controle. Como
pessoas, temos a necessidade de ordenar.
O caos nos desestrutura, impede uma vida
saudável e, portanto, buscamos a ordem
em suas diferentes dimensões: material,
temporal, hierárquica. Levamos nossa
vida adiante quando estamos assentados
em alguma possibilidade de ordenamento.
No entanto, é extremamente impor-
tante o equilíbrio. Vivemos tempos em que
a polarização se faz extremamente presen-
te nas relações, inclusive nas familiares.
O que se observa com frequência é
uma busca de ordem que tende à rigidez.
Facilmente as pessoas caem na ilusão de
controle e acreditam que, se a ordem que
estabelecem for vivida rigidamente, tudo
acontecerá dentro do previsto. Só que não!
Faz parte da vida o imprevisto, o inusitado,
o surpreendente. Com quanto mais sabe-
doria e flexibilidade enfrentarmos essas si-
tuações, melhores resultados colheremos.
Estudos mostram que famílias que se
apresentam mais flexíveis no enfrenta-
mento de situações cotidianas adversas
formam vínculos mais saudáveis, de-
Comportamento
monstram maior capacidade de criar saí-
das, de permanecer em harmonia, apesar
das circunstâncias.
O segredo, no entanto, não está em
opor a ordem à flexibilidade. Ao contrá-
rio, somente se flexibiliza aquilo que exis-
te; portanto, é de vital importância para
uma estrutura familiar saudável que haja
limites claros e bem estabelecidos, um am-
biente ordenado nas diferentes dimensões,
papéis bem estabelecidos (pais que sejam
orientadores, filhos que se percebam
orientados) e, estabelecidos esses princí-
pios de modo muito claro no relaciona-
mento cotidiano, que haja espaço para o
imprevisto, para o inusitado sem que o
ambiente se desestruture ou as pessoas se-
jam tomadas pelo “pânico”.
O amor dilata, amplia o coração, en-
grandece os vínculos, cria espaços e possi-
bilidades. No entanto, estamos esquecidos
dele, não sabemos mais definir o amor. Em
famílias marcadas pelo amor-próprio, pelo
o ensimesmamento, não há capacidade de
dilatação. A busca desenfreada de conforto
reduz os horizontes e torna em grandes ví-
cios, possibilidades enrijecidas de viver, até
mesmo aqueles que seriam bons hábitos.
A virtude está exatamente no movi-
mento de buscar o bem comum. Há nela
uma retidão de intenção. Na medida em
que cresço em virtudes morais, cresço na
capacidade de servir, de amar e de enfren-
tar, com sabedoria e otimismo, os percal-
ços que se apresentam e, convenhamos,
não são poucos.
Observo em muitas famílias, especial-
mente as mais jovens, uma rigidez de crité-
rios, uma incoerência de saída, afinal, todo
bom hábito, toda ação que visa a ser virtu-
osa, não é compatível com a rigidez; afinal,
a rigidez em si é falta de virtude. Segundo
Aristóteles, “a virtude irá depender de um
julgamento, por força da reta razão para
repudiar os extremos e alcançar o meio
termo” (“As virtudes em Aristóteles”, Sil-
veira, Denis). Essa falta de equilíbrio cer-
tamente se deve à formação decadente que
vem tomando conta da humanidade desde
meados do século passado. Na medida em
que fomos colocando no centro de nossas
ações e condutas o sentimento, valorizando
excessivamente essas percepções sensíveis
e não educando de modo estruturado e de-
terminado o intelecto de nossos jovens, fo-
mos formando pessoas sentimentalistas e,
portanto, pouco preparadas para uma vida
lúcida e verdadeiramente humana. Imatu-
ros, muitos pais não identificam o bem co-
mum e pautam suas ações em critérios ex-
ternos a eles e os enrijecem. Afinal, como
se apropriar de critérios “emprestados” que
ficam incorporados como receitas, um ver-
dadeiro “modo de fazer” e criar sobre eles?
Somente pessoas bem formadas, que
integram seus sentimentos à inteligência e
com isso determinam sua vontade, terão
critérios claros, agirão de modo sensato
e perceberão, nas mais diferentes orien-
tações e opiniões alheias, aquilo que lhes
ajuda e o que não. Aquilo que contribui
com seus objetivos ou não e, assim, pode-
rão ser senhoras de si mesmas e agir com
sabedoria e flexibilidade diante da família
e da vida. Não se tornarão rígidas nem es-
cravas, mas, sim, ponderadas e flexíveis.
A vida, esse presente imerecido que
nos transforma cotidianamente, pode nos
tornar pessoas melhores a cada novo dia,
se estivermos abertos a isso. Pode, tam-
bém, ser um fardo pesado, se não a vi-
vermos com a dignidade e a potência que
como pessoas temos. Não nos apequene-
mos diante da vida.
Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é
fonoaudióloga e educadora. Mantém o site
www.simonefuzaro.com.br. Instagram:@sifuzaro

Espiritualidade Você Pergunta

A espiritualidade do tempo do Advento O católico pode
elemento fundamental para dar fundamente o encontro com Cristo ir a um casamento
DOM CÍCERO
forma concreta e criativa ao ca-
minho do ano litúrgico em seus
sem nos conformarmos progressi-
vamente com a sua existência, es- realizado em outra
ALVES DE FRANÇA
BISPO AUXILIAR
diversos tempos.
O tempo do Advento – este
pecialmente com a sua dinâmica
interior e espiritual, que nos faz ca- profissão de fé?
DA ARQUIDIOCESE o qual vivemos – é marcado por minhar, verdadeiramente, rumo ao
NA REGIÃO BELÉM uma espiritualidade própria que encontro definitivo Nele com o Pai. PADRE CIDO PEREIRA
faz memória da dimensão histó- No Advento, o cristão é fortemente osaopaulo@uol.com.br

rica da salvação: Deus que age na recordado de que deve tomar ple-

O
ano litúrgico é essen-
cialmente a memória
do acontecimento de
Cristo Ressuscitado e
dos outros mistérios que carac-
terizaram sua vida terrena. No
limiar da história, Cristo está no
centro para que a sua presença
seja experimentada pela comu-
nidade que deposita sua fé Nele,
que celebra sua fé Nele por meio
da ação litúrgica e espera que,
com Ele, seja transfigurada. Nesse
sentido, o ano litúrgico sublinha
a necessidade de dar espaço vital
ao Espírito de Cristo, presente na
vida cotidiana de cada cristão.
Ele, enquanto vive com o Pai e
intercede por nós, está simulta-
neamente, de maneira misteriosa,
presente entre nós e exerce o seu
senhorio como princípio de vida
e de redenção, levando a história
da salvação à sua plena realização.
Esta presença misteriosa de Cristo
é percebida na oração da Igreja e
expressada por meio da lingua-
gem litúrgica, que representa um
história, Deus que faz aliança e
age nos acontecimentos para sal-
var. Assim, o Advento é o tempo
litúrgico que recorda a história
como lugar de atuação da salva-
ção de Deus. No Advento, a Igre-
ja reconhece que o Deus de Jesus
Cristo é o Deus que nos enche de
uma alegre esperança pela vin-
da do Emanuel, o Deus conosco,
que quis armar sua tenda ao nosso
lado. Assim, enchemo-nos de uma
feliz esperança, a fim de ser sinal
concreto de libertação integral
do homem que espera vigilante a
vinda do Senhor, e suscita em nós
mudança de vida frente aos praze-
res e bens terrenos, exige sobrie-
dade e renúncia aos excessos e a
tudo aquilo que desvia o cristão, o
qual, de maneira pobre, confia em
Deus e Nele se apoia.
Diante do Cristo que está para
vir e que está presente na comuni-
dade cristã, surgem nos crentes al-
gumas atitudes fundamentais para
que a esperada acolhida do Senhor
seja celebrada com fecundidade
teológica: não é possível viver pro-
na consciência de que a história da
salvação é a encarnação cotidiana
do diálogo entre um Deus trinitá-
rio apaixonado pelo homem e um
homem que se deixa envolver efeti-
vamente da bondade divina.
Portanto, neste tempo litúrgico,
temos a certeza da presença do Res-
suscitado, que no mistério da cele-
bração representa a clara convicção
de que a fidelidade do Pai se revela
novamente no envio do Filho; o Es-
pírito Santo nos renova nesta certeza
por meio do mistério da Igreja. Ba-
seada na presença de Cristo na his-
tória e animada pela sua presença na
vida cotidiana e nos dias de semana,
a assembleia litúrgica na celebração
eucarística torna-se o lugar em que
Deus acompanha a sua Igreja rumo
à sua plena realização escatológica.
O cristão redescobre, assim, a sua
própria vocação: uma cristificação
progressiva como consequência da
fé anunciada, ouvida, acolhida, reza-
da e celebrada. Tudo isso exorta o fiel
a renovar dentro de si as condições
para acolher o Senhor e esperar a Sua
vinda no fim dos tempos.
A leitora, aqui da capital paulista, pede para não
ser identificada. Eis a sua dúvida: “Sou católica e faço
parte do grupo de liturgia de minha paróquia. Minha
sobrinha vai se casar em um centro de umbanda e me
convidou. Eu devo ir?”
Minha irmã, se sua sobrinha é umbandista, tudo
bem. Por respeito à opção dela, creio não ter proble-
ma algum você ir a esta celebração. Afinal, devemos
primar pelo diálogo inter-religioso, devemos ter pro-
fundo respeito pelas convicções religiosas dos outros.
Quando falamos em respeito ao diferente, esse respei-
to deve existir também quando o assunto é religião.
Agora, se sua sobrinha for católica e se recusou a ca-
sar-se na Igreja Católica, penso que você estará sendo
omissa se não lembrá-la de que o sacramento do Matri-
mônio é muito mais do que um casamento, uma cele-
bração em outra religião. O sacramento do Matrimônio
católico é uno, indissolúvel e é voltado à felicidade dos
dois, à procriação e à educação na fé dos filhos.
Entretanto, veja se você não vai escandalizar al-
guém que vir você em um centro de umbanda. Pense
também que, fazendo parte do grupo de liturgia, você
poderá não ser bem compreendida. É claro que a sua
presença neste casamento não significa, de forma al-
guma, sua adesão à umbanda.
Eu aconselho você a procurar o seu pároco e pedir-
-lhe um aconselhamento. O que ele disser certamente
ajudará você a se decidir. Fique com Deus. E continue
servindo a sua comunidade na Pastoral da Liturgia.

Arquidiocese tem ‘novos
operários para a messe do Senhor’
No rito de ordenação presbiteral, depois de impor as mãos sobre os eleitos, o Arcebispo unge as mãos dos novos padres e lhes entrega o pão e o vinho para serem consagrados na Eucaristia
AFIRMOU O CARDEAL
SCHERER AO
ORDENAR 5 PADRES
PARA A IGREJA.
‘NÓS NÃO TEMOS
O SACERDÓCIO
COMO PROPRIEDADE
PRIVADA’
FERNANDO GERONAZZO
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
No sábado, 9, o Cardeal Odilo
Pedro Scherer presidiu, na Catedral
da Sé, a ordenação de cinco novos
sacerdotes para a Arquidiocese de
São Paulo.
Pela imposição das mãos do Ar-
cebispo Metropolitano, receberam o
segundo grau do sacramento da Or-
dem os até então diáconos seminaris-
tas Miguel Lisboa Aguiar Marcondes,
Alysson Antunes Carvalho, Rômulo
Freire Barroso e Yago Barbosa Fer-
reira, além de Otoniel Profiro de Mo-
rais, até então diácono permanente,
viúvo desde o ano de 2019.
A Eucaristia foi concelebrada
pelos bispos auxiliares e padres e
contou com a participação de inú-
meros fiéis das paróquias e comuni-
dades da Arquidiocese que lotaram
a Catedral.
MINISTROS DE JESUS CRISTO
Na homilia, Dom Odilo ressal-
tou que a ordenação de novos pa-
dres é motivo de alegria para a Igre-
ja em São Paulo, que recebe “novos
operários para a messe do Senhor”.
Nesse sentido, ele renovou o pedido
de orações e apoio de toda a comu-
nidade cristã aos vocacionados ao
sacerdócio e às vocacionadas à vida
religiosa consagrada. “Uma vocação
é um grande dom Deus”, afirmou.
Referindo-se aos presbíteros, o Ar-
cebispo destacou que estes são os men-
sageiros da Boa-Nova anunciada pela
Igreja. “Ordenamos sacerdotes para
serem ministros de Jesus Cristo, isto é,
seus servidores. Nós não temos o sacer-
dócio como propriedade privada. Nós
recebemos a participação no sacerdócio
de Jesus Cristo. Ele é o Sumo Sacerdote”,
ressaltou.
O Cardeal Scherer acrescentou que
os padres são ordenados para serem
no mundo servidores de Cristo, o Bom
Pastor. “Jesus quer continuar a ser o
Bom Pastor da humanidade e Ele o faz
especialmente por meio dos sacerdotes”,
afirmou, recordando as palavras de São
Paulo: “Ninguém atribui a si esta honra”.
SANTIDADE E COMUNHÃO
“Com muita humildade, nós recebe-
mos este encargo, que a Igreja, em nome
de Jesus Cristo, nos confia”, completou
Dom Odilo, exortando os neossacerdo-
tes a procurarem exercer o ministério
recebido “no coração de Jesus Pastor, na
santidade de Jesus Sacerdote, e na gene-
rosidade, na verdade de Jesus Palavra de
Deus, profeta para o mundo; e para que
todos conheçam o Caminho, a Verdade
e a Vida e, assim, encontrem a salvação”.
Por fim, o Arcebispo pediu a Deus
que conceda, sem medida, o dom dos
ministros ordenados, sobretudo, onde
mais faltam padres.
“Que o povo de Deus não pereça por
falta de pastores, não seja desorientado
por falsos pastores, por falta de quem
lhes diga, com coragem, generosidade, a
verdade, na comunhão da Igreja, cami-
nhando com ela, unidos a ela, compar-
tilhando este dom com os outros sacer-
dotes, com os bispos, na unidade com o
Papa”, concluiu o Cardeal, enfatizando
que ninguém é padre por conta própria,
mas, sim, na Igreja. Dom Odilo recor-
dou, ainda, que antes de serem ordena-
dos, os candidatos prometem respeito e
www.osaopaulo.org.br
www.arquisp.org.br | 13 a 19 de dezembro de 2023 | Reportagem | 7
obediência ao Bispo e a seus sucessores,
manifestando a comunhão com a Igreja.
RITO
No rito de ordenação, logo após a
proclamação do Evangelho, os candi-
datos são chamados a se apresentarem
diante do Arcebispo. Em seguida, após
serem interrogados pelo Cardeal e fa-
zerem suas promessas sacerdotais, os
diáconos se prostram diante do altar en-
quanto toda a assembleia invoca a inter-
cessão de todos os santos.
O momento central da ordenação é
a imposição das mãos sobre os eleitos,
seguida da prece de ordenação, na qual
o Arcebispo invoca a força do Espírito
Santo para constituí-los na dignidade de
presbíteros.
Após serem revestidos dos paramen-
tos litúrgicos sacerdotais – a estola e a
casula –, os novos padres têm suas mãos
ungidas com o óleo do Crisma, que, como
sublinha a oração do ritual, os reveste de
poder para “a santificação do povo fiel e
para oferecer a Deus o santo sacrifício”.
Em seguida, os recém-ordenados re-
cebem o pão e o vinho que serão ofere-
cidos e consagrados no Corpo e Sangue
de Cristo, na missa. “Toma consciência
do que vais fazer e põe em prática o que
vais celebrar, conformando tua vida ao
ministério da cruz do Senhor”, diz o Ar-
cebispo, segundo prevê o rito.
GRATIDÃO
Ao fazer o discurso de agradeci-
mento em nome dos neossacerdotes, o
Padre Alysson recordou as palavras do
Papa Francisco, na mensagem para o
Dia Mundial de Oração pelas Vocações
deste ano, quando se referiu ao dom da
vocação como “uma semente divina que
germina no terreno da vida”.
“Agradecemos, antes de mais nada,
ao nosso bom Deus que, em meio às
diversas situações de nossas vidas, bus-
cou-nos, atraiu-nos a si e, hoje, nos fez
Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
participantes do seu sacerdócio em
favor da humanidade”, manifestou.
Os novos padres também agra-
deceram a Dom Odilo pelo cuida-
do, incentivo e apoio às vocações na
Arquidiocese. “Deus queira que, de
fato, tenhamos em cada paróquia ao
menos uma vocação”.
Os agradecimentos foram esten-
didos aos bispos auxiliares, forma-
dores e os sacerdotes das paróquias
e comunidades nas quais os candida-
tos passaram durante o período for-
mativo, assim como a todos os fiéis.
Dirigindo-se aos familiares, Pa-
dre Alysson recordou que a famí-
lia sempre será a primeira Igreja,
“comunidade de amor e de fé”, que
generosamente oferta seus filhos
a Deus. “Não se esqueçam de que,
mesmo longe, somos parte da vida
de vocês”, comentou.
“Assim, colocamo-nos diante de
todos vocês, no desejo profundo de
amar e servir a Deus nesta amada
Arquidiocese e pedimos a todos
que não deixem de rezar por nós”,
concluiu o agradecimento.
INÍCIO DO MINISTÉRIO
No fim da celebração, foi anun-
ciado em quais regiões episcopais os
novos padres iniciarão seu ministé-
rio:
Padre Alysson, na Região Sé;
Padre Miguel, na Região
Belém;
Padre Rômulo, na Região
Santana;
Padre Yago, na Região Lapa;
Padre Otoniel, na Região Brasi-
lândia e no recém-criado Vica-
riato Episcopal para a Pastoral
da Saúde e dos Enfermos.
Os neossacerdotes deverão se
apresentar em breve aos vigários epis-
copais para receberem deles o encargo
pastoral nas respectivas regiões.
8 | Reportagem | 13 a 19 de dezembro de 2023 |
Reformulação da organização pastoral da
Arquidiocese é apresentada em assembleia
AÇÕES PÓS-
-SINODAIS COM
VISTAS À COMUNHÃO,
CONVERSÃO
E RENOVAÇÃO
MISSIONÁRIA DA IGREJA
EM SÃO PAULO TAMBÉM
FORAM DESTACADAS
NO ENCONTRO
DANIEL GOMES
osaopaulo@uol.com.br
Evangelizar na grande metrópole,
tendo como horizonte as reflexões do
1o sínodo arquidiocesano de São Paulo
(2017-2023) – “Caminho de comunhão,
conversão e renovação missionária” – e
em sintonia com a ação evangelizadora
da Igreja no Brasil e em todo o mundo,
é a missão pastoral posta à Arquidiocese
de São Paulo.
Convocados pelo Cardeal Odilo Pe-
Cardeal Scherer e bispos auxiliares de São Paulo falam aos participantes da Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, no sábado, 9, na Fapcom
dro Scherer, Arcebispo Metropolitano,
os bispos auxiliares, padres, diáconos,
religiosos e leigos que estão à frente das
atividades pastorais em diferentes orga-
nismos da Arquidiocese participaram na
manhã do sábado, 9, na Faculdade Pau-
lus de Tecnologia e Comunicação (Fap-
com), na zona Sul, da primeira etapa da
Assembleia Arquidiocesana de Pastoral,
durante a qual se falou sobre a recepção
do 1o sínodo arquidiocesano e foi apre-
sentada a reformulação da organização
pastoral da Arquidiocese.
Com o tema “Um só Corpo e um só
Espírito” (cf. 1Cor 12, 4-27), a assembleia
pastoral também destacou a identidade
sinodal da Igreja, como foi ressaltado
ao longo do 1o sínodo arquidiocesano
e também agora no Sínodo universal –
“Por uma Igreja sinodal: comunhão, par-
ticipação e missão”, que será concluído
em outubro de 2024.
“A sinodalidade é uma característica
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da Igreja, não simplesmente um método”,
enfatizou Dom Odilo na mesa de aber-
tura. Ele também afirmou que o Sínodo
universal tem levado a Igreja a reencon-
trar a própria essência: “A Igreja é uma
instituição humana, mas também divina,
e tem como grande mestre e orientador
o Espirito Santo. E o que temos de fazer é
nos unirmos ao Espírito Santo”.
TRABALHOS PÓS-SÍNODO
Em março deste ano, na conclusão do
1o sínodo arquidiocesano, foram publi-
cadas conjuntamente a Carta Pastoral do
Arcebispo e as Propostas Sinodais. Dom
Odilo também criou 12 grupos de traba-
lho pós-sinodais.
Na assembleia pastoral, o Cônego
José Arnaldo Juliano dos Santos, Teólo-
go-perito do sínodo e membro de alguns
destes grupos, apresentou um panorama
sobre o pós-sínodo. Em linhas gerais,
tanto a Carta Pastoral quanto as Propos-
tas Sinodais foram amplamente distribu-
ídas e ocorreram momentos de estudo e
aprofundamento de seus conteúdos nas
paróquias, regiões episcopais e nos vica-
riatos para a Pastoral da Comunicação e
para a Educação e a Universidade. Além
disso, há indicativos de que em 2024 os
projetos de ação evangelizadora nas regi-
ões serão orientados por estes conteúdos.
“Entretanto, todos os coordenadores
que nos enviaram relatórios indicaram
que é necessário que o clero seja mais
protagonista na leitura e aprofundamen-
to da Carta Pastoral e das Propostas Si-
nodais, e que também incentive os seus
conselhos de pastoral a fazê-lo e, a partir
disso, que se comece a elaborar um pla-
no de ação evangelizadora em cada pa-
róquia”, observou o Cônego.
ORGANOGRAMA PASTORAL E
ADMINISTRATIVO
Padre Marcelo Maróstica Quadro, in-
tegrante do grupo pós-sinodal de refor-
mulação da estrutura organizacional da
pastoral, apresentou o novo organogra-
ma da Arquidiocese, no qual as atuais 18
coordenações pastorais serão substitu-
ídas por três grandes comissões: Anún-
cio, Santificação e Testemunho. “Essas
comissões terão o trabalho de articular,
formar e acompanhar nestes três eixos
toda a vida pastoral da Arquidiocese”,
detalhou. Também será criada uma co-
ordenação de pastoral arquidiocesana,
com um coordenador que trabalhará
colegiadamente com os coordenadores
regionais de pastoral.
Dom Carlos Silva, OFMCap., Bispo
Auxiliar da Arquidiocese, explicou a di-
mensão evangelizadora das três comis-
sões: “O Anúncio contempla todas as
ações da dimensão bíblico-catequética. É
o anúncio da vida! A Santificação contem-
pla todas as ações em vista da vida litúrgi-
ca e dos sacramentos, assim, relaciona-se
com o louvor a Deus e o reconhecimento
de que a vida é um dom a ser cuidado; e
o Testemunho envolve todas as pastorais
sociotransformadoras e os cuidados es-
senciais ao rebanho, relaciona-se com o
compromisso e a defesa da vida”. Ele des-
Luciney Martins/O SÃO PAULO
tacou, ainda, que evangelizar no contexto
plural de São Paulo “requer de todos nós
criatividade e coerência com o Evangelho”.
24 DECANATOS
Na reformulação da organização
pastoral, os setores pastorais das regi-
ões episcopais darão lugar aos decana-
tos, que agruparão de 12 a 15 paróquias
de uma mesma região. Padre Pedro Au-
gusto Ciola de Almeida, que integra o
grupo pós-sinodal da elaboração de um
novo plano de pastoral, listou as paró-
quias que foram transferidas de região e
apresentou a configuração dos decana-
tos: na Região Belém serão cinco deca-
natos; em Santana, outro cinco; na Bra-
silândia, quatro; na Sé, também quatro
decanatos; na Lapa, três decanatos; e
no Ipiranga, também três. Ao todo,
serão 24 decanatos na Arquidiocese.
“Para possibilitar um melhor
acompanhamento daquilo que são
as organizações mais locais da vida
do clero e da pastoral das paróquias,
pensamos em adequar a estrutura dos
setores nas regiões para essa forma de
decanato”, detalhou Dom Odilo.
Padre Tarcísio Marques Mesquita,
Coordenador Geral do Secretariado Ar-
quidiocesano de Pastoral, explicou ao O
SÃO PAULO que o Arcebispo nomeará
para cada decanato um decano, o qual
“terá uma ação mais intensa com o bispo
auxiliar da Região e com as atividades da
Arquidiocese. Também terá responsabi-
lidades no acompanhamento adminis-
trativo e pastoral das paróquias do deca-
nato e um maior cuidado com a pastoral
presbiteral”.
Durante a assembleia, foram defini-
dos por sorteio os nomes dos decanatos,
que fazem alusão aos apóstolos e outros
personagens centrais do Novo Testa-
mento. Oportunamente os nomes serão
divulgados. “Tivemos o critério de per-
mear biblicamente nossa vida pastoral.
Por isso, os decanatos terão nomes de
grandes figuras do Novo Testamento.
Somos herdeiros da fé que eles anuncia-
ram e testemunharam em primeira pes-
soa”, ressaltou o Arcebispo.
PLANO DE PASTORAL
A segunda etapa da Assembleia Ar-
quidiocesana de Pastoral acontecerá em
2 de março de 2024, quando será pensa-
do um projeto pastoral para os próximos
dois anos.
Dom Odilo explicou que se optará
por um projeto pastoral e não por um
plano – que tem diretrizes mais gerais
e um prazo mais extenso para ser apli-
cado – porque há muitas coisas ainda
em curso, como o Sínodo universal,
que será concluído em 2024 e resulta-
rá em uma exortação apostólica redi-
gida pelo Papa; a realização do Jubileu
de 2025, que terá repercussão na ação
evangelizadora da Igreja; além do fato
de a própria Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB) não planejar,
por ora, mudanças nas Diretrizes Ge-
rais da Ação Evangelizadora da Igreja
no Brasil (DGAE), as quais costumam
servir de base para o Plano Pastoral da
Arquidiocese.
“Para que há a organização pastoral
e administrativa da Arquidiocese de São
Paulo? Existe para o Anúncio, a Santifi-
cação e o Testemunho. Esta é a razão de
existir da Igreja em São Paulo, e nosso
plano de ação evangelizadora e pastoral
deve traduzir isso”, afirmou Dom Odilo
na conclusão da assembleia.
NOVO VICARIATO
Durante o evento, o Arcebispo ofi-
cializou a criação do Vicariato Epis-
copal para a Pastoral da Saúde e dos
Enfermos e nomeou como Vigário
Episcopal o Cônego João Inácio Mild-
ner, 63, atual Assistente Eclesiástico Ar-
quidiocesano da Pastoral da Saúde (leia
mais na página 9).

Dom Odilo cria o Vicariato Episcopal
para a Pastoral da Saúde e dos Enfermos
DANIEL GOMES
osaopaulo@uol.com.br
A Arquidiocese de São Paulo tem,
desde a terça-feira, 12, um novo vicariato.
Fruto das reflexões do 1o sínodo arquidio-
cesano (2017-2023), o Vicariato Episcopal
para a Pastoral da Saúde e dos Enfermos
foi instituído pelo Cardeal Odilo Pedro
Scherer e anunciado durante a Assembleia
Arquidiocesana de Pastoral, no sábado, 9.
Este organismo arquidiocesano, com
capilaridade também nas paróquias e
regiões episcopais, será responsável por
promover a ação missionária e pastoral da
Igreja em São Paulo nos âmbitos da saúde
e do cuidado aos enfermos, considerando
as dimensões religiosa e evangelizadora;
comunitária; e político institucional no
campo da saúde.
“Os enfermos precisam de cuidados
para a cura de seus males físicos, mas
também de cura espiritual, na forma da
oração, assistência humana e religiosa e
sustento na sua fé. A Palavra de Deus e os
Sacramentos são remédios espirituais que
não devem ser negligenciados no cuida-
do dos doentes. E a palavra da fé poderá
ajudar o enfermo a compreender e viver
melhor o seu estado, ainda que seja tran-
sitório, como ocasião importante para to-
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Cônego João Mildner, Vigário Episcopal para a Pastoral da Saúde e dos Enfermos, fala a agentes
mar consciência da própria vida e para se
aproximar de Deus”, consta no decreto de
criação do Vicariato (leia a íntegra abaixo).
VIGÁRIO EPISCOPAL
Confiado à intercessão do Apóstolo
São Paulo e de Santa Paulina do Coração
Agonizante de Jesus, este Vicariato terá
como Vigário Episcopal o Cônego João
Inácio Mildner, 63, Assistente Eclesiásti-
co Arquidiocesano da Pastoral da Saúde e
Capelão do Instituto de Infectologia Emí-
lio Ribas. Ele foi nomeado pelo Arcebispo
na sexta-feira, 8.
Ao O SÃO PAULO, Cônego João
Mildner disse que acolheu a nomeação
“com muita humildade, pois não é uma
honraria, mas um serviço que se presta à
Reprodução
| 13 a 19 de dezembro de 2023 | Reportagem/Atos da Cúria | 9
Luciney Martins/O SÃO PAULO - mar.2023
Igreja em São Paulo, especialmente em fa-
vor dos doentes. Portanto, ser vigário epis-
copal será, acima de tudo, coordenar esta
atividade do rosto misericordioso de Jesus
aos enfermos, quer estejam nas casas, nos
hospitais ou casas de longa permanência”.
PERSPECTIVAS DE AÇÃO
Cônego João Mildner lembrou que
há décadas havia o desejo de se criar um
vicariato específico para a saúde, e que a
ideia ganhou força ao longo do 1o sínodo
arquidiocesano, com vistas a uma melhor
articulação da Pastoral da Saúde, “dando-
-lhe outra forma de visibilidade por meio
do Vicariato, com uma coordenação mais
centrada, mas que atue em conjunto com
as regiões episcopais para todo este tra-
balho de serviço, de doação e de entrega
em favor dos que mais sofrem. A criação
do Vicariato vai ao encontro daquilo que
o povo de São Paulo pediu. A nós, resta
agradecer ao sínodo, a Dom Odilo e aos
bispos auxiliares que acolheram esta su-
gestão ao longo do caminho sinodal”.
Cônego João Mildner explicou que
um dos focos do Vicariato será a prepara-
ção de mais agentes de pastoral – inclusive
jovens – para atuarem em favor dos en-
fermos nas comunidades e nos hospitais.
“Outra prioridade será a de articular me-
lhor a assistência religiosa nos hospitais,
o que será um desafio, pois teremos de
dialogar com os diferentes segmentos para
facilitar o acesso da Igreja, principalmente
dos sacerdotes”, detalhou.
O Vigário ressaltou, ainda, que todo o
trabalho será pensando em diálogo com
o Arcebispo, os bispos auxiliares, padres,
religiosos e leigos. “Nesta caminhada, será
preciso ter um coração aberto, disponível
e pronto para ouvir, além de muita oração
para fazermos sempre a vontade de Deus.
Em conjunto, queremos alcançar o objeti-
vo de lutar pela saúde do povo e para que
as pessoas tenham atendimento digno e
assistência espiritual garantida sempre”,
finalizou.
Reprodução
10 | Reportagem/Atos da Cúria | 13 a 19 de dezembro de 2023 |
No Dia do Amparo, toda a gratidão aos que ajudam
a cuidar das gestantes, bebês e puérperas
ROSEANE WELTER
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Na sexta-feira, 8, Solenidade da Ima-
culada Conceição, a Associação Amparo
Maternal, que atua há 84 anos no acolhi-
mento social e na assistência à saúde de
gestantes e seus bebês, celebrou o Dia do
Amparo, com várias atividades, incluindo
a prestação de contas das ações realizadas
em 2023, a inauguração de duas salas de
capacitação profissional para mães e a
entrega de certificados aos representantes
do projeto Paróquia Solidária.
“O projeto Paróquia Solidária consiste
na ajuda de paróquias na arrecadação dos
cupons fiscais direcionados ao Amparo
Maternal que retornam em forma de re-
ceita financeira”, explicou Paula Lorenna
Alves Pirolo, 36, diretora-presidente do
Amparo Maternal, detalhando que já são
187 paróquias parceiras, das quais 87 con-
tribuindo há mais de um ano.
Administradores, colaboradores e
voluntários do Amparo Maternal, bem
como as mães acolhidas com seus bebês,
além de parceiros e representantes da so-
ciedade civil e religiosa, participaram das
atividades. Dom Ângelo Ademir Mezzari,
RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na
Região Ipiranga, conduziu o momento da
bênção e inauguração das salas de ofici-
na de moda e o espaço de beleza; e Dom
Dom Ângelo com diretores, colaboradores e acolhidas do Amparo Maternal; Dom Carlos Lema entrega certificado de ‘Paróquia Solidária’, dia 8
Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da
Arquidiocese e Vigário Episcopal para a
Educação e a Universidade, participou da
entrega dos certificados do projeto Paró-
quia Solidária.
CASA DE ACOLHIDA
Atualmente, o centro de acolhida tem
capacidade para 100 mulheres. Desde
agosto, também permite que as gestantes
e puérperas permaneçam na casa com o
bebê e outros filhos de até 6 anos de idade.
O Amparo Maternal realiza um
trabalho social personalizado, contri-
buindo para restaurar e preservar a
Reprodução
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integridade de mulheres, gestantes e
seus filhos, favorecendo a dignidade
humana, a reinserção social, familiar e
comunitária, o desenvolvimento de ha-
bilidades para autonomia da mulher e a
geração de renda.
“Além de acolher e salvar vidas, o Am-
paro Maternal contribui com a redução
de mortalidade materna e infantil”, co-
mentou Lorenna, como é mais conhecida,
afirmando que a associação conta com 41
colaboradores e 117 voluntários.
Dom Ângelo enalteceu a ação huma-
nizadora e a capacitação profissional pres-
tadas às mães: “O Amparo Maternal, com
a graça de Deus, o apoio da Arquidiocese
e da população, tem ampliado seus servi-
ços e criado alternativas, sobretudo para a
profissionalização dessas mães. O Ampa-
ro é a casa da acolhida e expressa a carida-
de eclesial e social”.
PRESTAÇÃO DE CONTAS
A entidade também celebra o bom
êxito da campanha Amparo Pela Vida,
realizada ao longo de 2023, para angariar
recursos ao Centro de Acolhida. Foram
arrecadados R$ 2,050 milhões. No proje-
to Paróquia Solidária, a arrecadação foi de
R$1,186 milhão.
Com as doações de empresas e pesso-
as físicas, eventos, promoções e o direcio-
namento de créditos do cupom fiscal para
a entidade, além do apoio de paróquias e
outras organizações eclesiais, foi possível
o custeio dos serviços, das reformas do
prédio – quartos, refeitório e cozinha –,
além da reinserção de parte das acolhidas
no mercado de trabalho.
Padre José Geraldo Rodrigues Moura,
da Paróquia São José, na Vila Zelina, foi
um dos pioneiros na adesão à campanha
Paróquia Solidária. “Conheço o Amparo
Maternal há 36 anos e sei da credibilidade,
da atuação, da causa nobre e do bem que
esta associação promove”, afirmou.
Dom Carlos Lema ressaltou que a
entrega dos certificados às paróquias
parceiras “é a manifestação pró-vida”. Ele
agradeceu a parceria e a presença dos re-
presentantes no evento.
METAS PARA O NOVO ANO
Lorenna enfatizou que a meta para
2024 é aumentar a arrecadação, efetivar o
Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
projeto da padaria social que está em tra-
mitação e expandir as ações já realizadas,
por meio da manutenção das parcerias
vigentes e atração de novos parceiros e
patrocinadores.
“Ainda há muito a ser feito para que o
Amparo Maternal possa não só se manter,
mas também melhorar a qualidade dos
serviços prestados. As campanhas Ampa-
ro pela Vida, Paróquia Solidária, entre ou-
tras parcerias, vêm para agregar, favorecer
e expandir nossa atuação”, prosseguiu
a diretora.
‘CASA DA VIDA’
A angolana Lvunzi Albertina Pedro
Panzo, 31, está no Brasil há cinco meses
em busca de melhores condições de vida.
Na gravidez, ela encontrou na instituição
apoio e amparo.
“Como é gratificante saber que al-
guém olha para você com amor, resgata a
sua dignidade e devolve o seu sentido da
vida”, disse a mãe do pequeno Domingos
Zola Panzo, de 1 mês, que nasceu no Am-
paro Maternal.
“Vim ao Brasil em busca de opor-
tunidades. Aqui concluí meu curso de
cuidadora de idosos e estou inscrita no
novo curso de manicure, que começa
em janeiro. Aos poucos, vou encami-
nhando minha vida neste País que me
acolheu”, ressaltou.
Beatriz Sebastião Ventura Diogo, 45,
é mãe de quatro filhos. Deixou Angola e
veio ao Brasil, após perder uma gestação
devido às péssimas condições do siste-
ma de saúde local. “Quando descobri
a nova gravidez, não hesitei em deixar
tudo para garantir a vida do Gael”, dis-
se, emocionada, com o pequeno de 10
meses no colo. “Gratidão é o que define
a minha experiência nesta casa de amor
e vida. Aqui é minha casa, é a casa da
vida, onde me sinto acolhida e valoriza-
da”, disse a mulher, que concluiu o curso
de cuidador de idosos e que já está ins-
crita no curso de costura que começará
no início de 2024.
CAMPANHA AMPARO PELA VIDA
Conheça e faça sua doação:
https://amparopelavida.com.br

Jacques e Raïssa: a fé que vai do amor conjugal
até uma Declaração que marcou o mundo
Instituto Jacques
Maritain do Brasil*
Em 2023, a Declaração Universal dos
Direitos Humanos, da ONU, com-
pleta 75 anos. É relevante destacar
que Jacques Maritain desempenhou
um papel crucial na elaboração desse
documento, ao sugerir a inclusão do
princípio da dignidade da pessoa hu-
mana em sua totalidade.
Para um maior entendimento
da contribuição de Maritain para a
compreensão dos direitos humanos,
conforme apresentada em Os Direitos
do Homem e a Lei Natural, de 1942,
tomamos como referência os ensina-
mentos do Padre José Carlos Brandi
Aleixo, que afirmou o seguinte: “Jac-
ques Maritain considera de suma im-
portância, para a fundamentação dos
direitos humanos, o correto entendi-
mento da lei natural. Ela já aparece
em numerosos autores antes do nas-
cimento de Cristo. É a lei não escrita,
(non scripta sed nata lex). Escreve ele
a propósito: ‘A ideia de direito natural
é uma herança do pensamento cris-
tão e do pensamento clássico. Ela não
decorre da filosofia do século XVIII
que mais ou menos a deformou; pro-
cede antes de Grotius, e, antes dele, de
Suarez e Francisco de Vitória; e mais
longe de Santo Tomás de Aquino,
de Santo Agostinho e dos Padres da
Igreja, e de São Paulo; e, mais longe
ainda, de Cícero, dos Estoicos, dos
grandes moralistas da antiguidade e
Edição 12 Use o QRCode
13 de dezembro de 2023 para acessar
o Caderno
Cultural na
Internet, com
mais artigos e
links citados.
Arte: Sergio Ricciuto Conte
Em um mundo com poucas referências, o pensamento de (Presença de Maritain – testemunhos.
Jacques Maritain apresenta-se como modelo referencial, Editora LTr, 2012).
Em sua trajetória, Maritain con-
testemunho vivo da força do amor, da verdade e da coragem.
tou com o papel fundamental de sua
Suas ideias formaram geração de católicos comprometidos esposa e inseparável companheira,
com a justiça e o bem-comum em diversos países, além de Raïssa. A religião desempenhou um
terem contribuído decisivamente para a formulação da papel central em suas vidas, sendo
Declaração Universal dos Direitos Humanos. Este Caderno Fé impossível imaginar a trajetória de
Maritain sem essa união. A conversão
e Cidadania é dedicado a ele e a sua inseparável esposa, Raïssa.
de ambos foi sincera e profunda, em
1906. Alguns meses antes, Jacques e
Raïssa, casados havia menos de dois
anos, sentiram-se tremendamente
de seus grandes poetas, de Sófocles, Olympio, 1967), um dos alicerces angustiados pelo vazio do agnosticis-
em particular. Antígona é a heroína da Declaração Universal dos Direi- mo em que viviam. Ele mesmo narra,
eterna do direito natural, a que os tos Humanos, e O Homem e o Esta- antes de sua morte: “Em 1906, Raïssa
Antigos chamavam a ‘lei não escrita’, do (Agir, 1966). Com elas, aborda e eu fizemos um pacto, se não encon-
nome, aliás, que melhor lhe convém’”. os grandes problemas do mundo trássemos a verdade, algo que desse
O francês Jacques Aimé Henri contemporâneo e a relação com a um sentido à vida, nós nos matarí-
Maritain (1882-1973) resgatou os en- dignidade humana ao se perguntar: amos. Nós vínhamos do agnosticis-
sinamentos de Santo Tomás de Aqui- “De onde vem a dignidade da pessoa mo” (Presença de Maritain – testemu-
no para abordar os desafios próprios humana?” nhos). Após a morte de sua esposa,
de sua época, propondo um huma- Um pensador católico brasileiro, Maritain entrou para a Fraternidade
nismo integral. Com seu testemunho Alceu Amoroso Lima, afirmou so- dos Irmãozinhos de Foucauld, à qual
pessoal, evidenciou as consequências bre Maritain: “Ele, que nos revelou ingressou, não para agir, mas, sim,
do amor à verdade. A partir dos anos a profunda compatibilidade entre a para se preparar para a morte ao lon-
30, após um encontro pessoal com inteligência humana e a verdade, ago- go de 13 anos!
Pio XI, por convicção, obediência e ra nos revelava a adequação natural No Concílio Vaticano II, Maritain
fé, acolheu o pedido do Papa e passou entre a liberdade e o bem comum. foi escolhido por São Paulo VI para
a dedicar-se, além da metafísica, à Fi- Havíamos confundido liberdade com representar os intelectuais.
losofia Política. liberalismo, autoridade com ditadu-
Assim, entre 1936 e 1948, emer- ra. Maritain, à luz dos princípios mais * Fundado por André Franco Montoro e Dom
Cândido Padin, em 1992, o Instituto dedica-
gem as obras Humanismo Integral puros do direito natural e da filoso- se ao estudo, aprofundamento e difusão
da cultura inspirada nos princípios de um
(Cultor de Livros, 2015), Os direi- fia tradicional, mostrava-nos como humanismo integral. Para mais informações,
tos do Homem e a Lei Natural (José era necessário distinguir para unir” acesse http://www.maritain.org.br.
2| Fé e Cidadania | 13 de dezembro de 2023
O Humanismo Integral
Marcos Gregório Borges*
Provavelmente, nenhum
outro conceito filosófico
nascido da tradição
católica é tão denso e
prenhe de respostas para
nosso tempo quanto o
humanismo integral, de
Jacques Maritain.
É impossível comentarmos a obra de
Jacques Maritain e não falarmos so-
bre humanismo integral. Considera-
da uma das suas principais contribui-
ções para a filosofia cristã, o conceito
foi apresentado pelo autor na obra
Humanismo Integral – uma visão
nova da ordem cristã (1936, edição
brasileira: Cultor de Livros, 2015),
sendo incorporado à Doutrina Social
da Igreja, constando nas referências
bibliográficas da encíclica Populorum
progressio, de São Paulo VI, publicada
em 1967, além de estar na base da no-
ção do conceito de desenvolvimento
humano integral, tratada por Bento
XVI na encíclica Caritas in veritate,
publicada em 2009. Sua marca inde-
lével aparece ainda na ecologia inte-
gral, proposta pelo Papa Francisco na
Laudato si’.
Em linhas gerais, Maritain propõe
um humanismo que valorize o ser
humano em sua totalidade. Em con-
traposição à visão humanista moder-
na fragmentada, que procura separar
a dimensão racional da dimensão
espiritual do ser humano, o autor
afirma que o humanismo não pode
O filósofo e a Declaração Universal dos Direitos Humanos
Lafayette Pozzoli*
Jacques Maritain, embaixador francês
no Vaticano de 1945 a 1948, desem-
penhou um papel crucial na criação
da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, que completou 75 anos em
10 de dezembro de 2023. Na reunião
inaugural da Organização das Nações
Unidas pra a Educação, Ciência e a
Cultura (Unesco) em 1946, não hou-
ve consenso entre os embaixadores da
recém-fundada ONU sobre os direi-
tos humanos. No entanto, foi duran-
te a segunda Conferência da Unesco
no México, em 6 de novembro de
1947, que Maritain, em seu discurso
inaugural, enfatizou a centralidade da
dignidade da pessoa humana para a
Declaração Universal. Essa aborda-
gem foi fundamental para alcançar o
acordo necessário, e em 1948, a De-
claração foi promulgada pela ONU.
A Unesco convidou Maritain para
presidir o comitê responsável pela ela-
boração da Declaração, resultando em
um pacto cultural significativo. Sua
abordagem baseou-se na afirmação da
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ser tratado como uma manifestação
antirreligiosa, não pode ser separado
da religião e da fé, pois deixaria de
ser humano, uma vez que a espiritu-
alidade compreende uma dimensão
intrínseca da humanidade.
Trata-se, portanto, de um “huma-
nismo teocêntrico”, por meio do qual
a pessoa não é aniquilada por Deus
e tampouco reabilitada sem Ele. Na
verdade, ela é reabilitada em Deus,
mediante a graça divina. Compre-
ende uma visão humanista fundada
no amor divino, em que todos somos
dignos de sermos amados, como fim
em si mesmos. É o humanismo dos
santos, que em Deus são capazes de
American Maritain Association
amar e valorizar a todos. Sem ela, não haveria Jacques. Raïssa
De fato, se viemos de Deus, se
fomos criados por Deus, esta verda-
me ajuda o tempo todo, enquanto eu
de deve ser o critério que permeia o tropeço sobre as pedras do caminho.
modo como devemos conceber e li- Jacques Maritain
dar com o ser humano e, consequen-
temente, como devemos pensar e or- tes dois aspectos fundamentais, cons- atualização do Evangelho na socieda-
ganizar a sociedade. Somente quando ciente de quem realmente é, torna-se de, o que permite compreender todos
compreendemos a primazia da di- capaz de promover uma transforma- os esforços para transformá-la como
mensão espiritual do ser humano, ção da realidade temporal, e promo- parte integrante da missão de condu-
temos a possibilidade de considerar ver o que o filósofo chama de “uma zir a humanidade ao conhecimento da
adequadamente todas as suas outras nova era cultural cristã”. verdade, que é o próprio Cristo, a fim
dimensões, alcançando assim uma Pelo humanismo integral, todas de que todos possam um dia alcançar a
visão e compreensão humana real- as instituições devem ser pensadas sua realização plena, que só acontecerá
mente integral. e estruturadas em função das pes- para além da História, quando teremos
Maritan afirma que o ser humano soas, de tal modo que elas nunca se- a oportunidade de participar da alegria
deve adquirir progressivamente uma jam enxergadas como instrumento e felicidade próprias da vida beatífica,
consciência evangélica de si próprio, ou simples meio, mas, sim, como na qual finalmente o ser humano com-
dos seus limites e das suas capacida- o fundamento de todo e qualquer preenderá verdadeiramente a sua pró-
des, dos seus sentimentos e de sua modelo de desenvolvimento eco- pria dignidade.
racionalidade, acolhendo o mistério nômico e social.
divino que se realiza dentro dele, por Para Maritain, o conceito de huma- *Filósofo e estudioso da obra de Jacques
Maritain, é colaborador do Instituto Jacques
meio da ação da graça. A partir des- nismo integral corresponde à própria Maritain.
O livro de Maritain, Os Direitos do Homem e a Lei Natural desse princípio nos ordenamentos ju-
(1942, edição brasileira: José Olympio, 1967), antecipou rídicos e planejamentos estratégicos
dos Estados-membros.
parte do conteúdo da Declaração de 1948. No Artigo 1º da Assim como a Declaração per-
Declaração, percebemos os ecos do livro, na ênfase comum meou as constituições nacionais, a
na dignidade humana e na necessidade de uma dimensão inclusão do princípio da fraternida-
relacional na sociedade. de na próxima agenda da ONU po-
deria criar uma ferramenta jurídica
global para promover uma cultura
de respeito e fraternidade. Isso, fun-
verdade na liberdade, com a dignidade midade a partir da década de 1960, a damentado nas disposições da encí-
humana como fundamento principal. presença da fraternidade, do respeito clica Pacem in terris, seria uma base
Maritain defendia que a justificação ra- e do diálogo poderiam ser conside- para o desenvolvimento humano e
cional dos direitos humanos dependia rados na próxima agenda da ONU. a garantia de tolerância entre todos,
da descoberta da lei natural, conside- Com isso estaria sendo visado um contribuindo para uma cultura fra-
rando a natureza metafísica e o dina- “Estado Fraternal” intrinsecamente terna, de paz e justiça social. Este é
mismo realista dessa lei. ligado aos direitos humanos e à dig- o início de uma nova realidade e um
A trajetória dos estudos a partir nidade humana. legado significativo para a humani-
da Declaração de 1948 contribuiu A Declaração Universal dos Direi- dade, seguindo o conceito de huma-
para a criação de uma cultura global tos Humanos influenciou os ordena- nismo integral, como ensinado por
dos direitos humanos. Isso provocou mentos jurídicos, incluindo a Consti- Maritain.
uma mudança significativa em todas tuição brasileira de 1988. Propõe-se
as áreas do conhecimento humano, que a fraternidade seja um objetivo * Professor da Faculdade de Direito da PUC-SP
e Líder do Grupo de Pesquisa GEDs - Direitos
refletida nas atuais agendas da ONU, na próxima agenda da ONU, ofere- Fundamentais à Luz da Doutrina Social.
Membro fundador da Ujucasp – União dos
como a Agenda 2030. Da mesma for- cendo um novo paradigma interpre- Juristas Católicos de São Paulo. Secretário do
ma que a Declaração ganhou legiti- tativo e possibilitando a incorporação Instituto Jacques Maritain do Brasil

Os direitos humanos e o direito natural
Discordo da opinião de que o con-
ceito de direitos humanos do século
XVIII era uma extensão para a pessoa
humana da ideia do direito divino dos
reis ou dos direitos irrevogáveis que
Deus concedeu à Igreja. Estou mais
inclinado a dizer que esse conceito
tem, em última análise, a sua ascen-
dência na longa história da ideia de
direito natural e do direito das nações,
desenvolvida pelo mundo antigo e
pela Idade Média, e mais imediata-
mente surge da distorção unilateral e
da petrificação racionalista que essas
ideias, para seu grande prejuízo, sofre-
ram desde a época de Grotius e o nas-
cimento de um raciocínio mecanicis-
ta. Por um equívoco fatal, a lei natural
(que é interior à criatura e precede
qualquer expressão explícita) foi vista
como um código escrito a ser procla-
mado a todos, do qual toda lei justa
seria uma cópia e que decidiria a prio-
ri cada detalhe das normas de conduta
humana em prescrições supostamen-
te ditadas pela natureza e pela razão,
mas na verdade formuladas de forma
arbitrária e artificial. Além disso, ter-
minamos deificando o ser humano
e considerando todos os direitos que
Maritain e os direitos humanos no direito do trabalho
Renato Rua de Almeida*
Para Jacques Maritain, o huma-
nismo integral – teocêntrico e não
antroprocêntrico – não tem nada
a ver com o humanismo burguês
e será tanto mais humano quanto
menos venerado for o absolutismo
do homem, respeitando real e efe-
tivamente a dignidade da pessoa
humana e reconhecendo plena-
mente suas exigências integrais.
Esse humanismo integral ma-
ritainiano é concebido e orientado
para uma realização social-tempo-
ral com inspiração evangélica do
ser humano, a qual não deve exis-
tir somente na ordem espiritual,
mas encarnar-se, isto é, ser direcio-
nada para o ideal de determinada
comunidade fraterna.
De fato, Maritain ao escrever
em 1942 seu livro Os direitos do ho-
mem e a lei natural (São Paulo: José
Olympio, 1967), em pleno exílio
engajado na defesa da democracia
na Europa ocidental sob o domí-
nio do nazifascismo, quando era
professor de Filosofia nas universi-
dades norte-americanas, ressaltou
ele que os direitos do homem, ten-
do por base o direito natural (fazer
o bem e evitar o mal) em suas ver-
dadeiras conotações metafísicas de
inspiração aristotélica e em relação
com a natureza e a experiência,
compreendem não só os direitos
integrais da pessoa humana, inclu-
sive sua transcendência na ordem
natural, e os seus direitos políticos,
mas, também, os direitos da pes-
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A seguir, apresentamos alguns trechos do texto Sobre a gência absoluta da lei natural, como o
filosofia dos direitos do ser humano, que Jacques Maritain direito à existência ou o direito de pro-
fessar, sem interferência do Estado, a
escreveu em resposta à pesquisa da Unesco sobre os
religião que se acredita ser verdadeira
fundamentos filosóficos dos direitos humanos, em 1947 (liberdade de consciência). Outros res-
(Unesco’s survey about the philosophical foundations of pondem a uma necessidade do direito
human rights). das nações, baseado no direito natural,
mas relativizado na sua aplicação pelos
direitos humanos e pelos requisitos do
lhe são concedidos como absolutos e normas universais de direito e dever. bem comum, como o direito à pro-
ilimitados. [... Temos que considerar ainda] a priedade e ao trabalho. Outros, ainda,
Na minha opinião, qualquer ten- imensa influência do condicionamen- satisfazem a uma aspiração ou desejos
tativa de justificação racional da ideia to económico e social e, em particular, do direito natural, confirmado pelo di-
de direitos humanos, bem como da a importância dos novos pontos de reito positivo, mas sujeito a limitações
ideia de direito em geral, exige que vista e dos novos problemas, de modo exigidas pelo bem comum, como a
redescubramos suas verdadeiras co- a transcender o individualismo liberal liberdade de imprensa, de expressão e
notações metafísicas, seu dinamismo ou burguês e alcançar os valores so- de associação. Estes últimos tipos de li-
realista e sua humilde dependência da ciais da vida humana, que as crises e berdades não podem ser estabelecidos
natureza e da experiência, recuperan- catástrofes da economia capitalista e como absolutos; pois são direitos con-
do o real conceito de lei natural, que o advento histórico do proletariado dicionados pelo bem comum, ainda
foi desfigurado pelo racionalismo do trazem à luz. que todas as sociedades sejam obriga-
século XVIII. Feita tal redescoberta, Jamais uma declaração de direitos das a reconhecê-las. É uma infelicida-
podemos compreender como uma humanos será exaustiva e final. Sempre de para o liberalismo moderno ter tor-
certa ordem ideal, enraizada na na- andará de mãos dadas com o estado da nado impossível tal distinção e se ver
tureza humana e na sociedade, pode consciência moral e da civilização num obrigado, como resultado, a contradi-
impor exigências morais universal- determinado momento da história. zer-se ou a recorrer a meios hipócritas
mente válidas ao mundo da experiên- [...] Qualquer declaração de direi- para limitar na prática o exercício de
cia, da história e dos fatos, e estabele- tos humanos envolve necessariamente direitos que ele apresentou como fun-
cer para a consciência, tal como para uma ordenação de direitos de graus damentais, teoricamente absolutos e
a lei escrita, princípios permanentes e diferentes. Alguns satisfazem uma exi- sacrossantos.
Maritain, ao propor a defesa da dignidade da soa social, e mais particularmente
pessoa humana, não o faz apenas numa dimensão da pessoa humana do trabalhador
assalariado, tais como o direito de
pessoal-espiritual, mas também social, considerando
escolher livremente seu trabalho,
inclusive suas implicações mais concretas. direito de se agrupar livremente
em uniões profissionais ou sindi-
American Maritain Association cais, entre outros.
Pode-se dizer que essa obra de
Maritain e também sua atuação
pessoal em 1947 na Unesco, muito
influenciaram o conteúdo da De-
claração Universal dos Direitos do
Homem, da ONU, publicada em
10 de dezembro de 1948, especial-
mente nas disposições do artigo
XXIII, sobre o direito humano ao
trabalho (I), sobre a livre escolha
de emprego (II), sobre as condi-
ções justas e favoráveis de trabalho
e a proteção contra o desemprego
(III), sobre o direito, sem qualquer
distinção, à igual remuneração
por igual trabalho (IV), sobre o
direito a uma remuneração justa
e satisfatória, que lhe assegure, as-
sim como à sua família, existência
compatível com a dignidade hu-
mana e a que se acrescentarão, se
necessário, outros meios de pro-
teção social (V), sobre o direito
de organizar sindicatos e a neles
ingressar para proteção de seus
interesses (VI), e, ainda, no artigo
XXIX, sobre o direito a repouso e
lazer (I), inclusive a limitação ra-
zoável das horas de trabalho e as
férias remuneradas periódicas (II).
Maritain, grande pensador
* Advogado trabalhista em São Paulo.
de nosso tempo, um mestre na arte Professor aposentado de Direito do Trabalho
da Faculdade de Direito da PUC-SP. Membro
de pensar, de viver e de orar. da Ujucasp – União dos Juristas Católicos de
São Paulo. Presidente do Instituto Jacques
São Paulo VI Maritain do Brasil
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Um casal indissociável: Raïssa e Jacques

Domingos Zamagna*
Reprodução
Um casal que
testemunhou o absoluto
de Deus no cotidiano do
magistério, da cultura,
da política, do direito, da
diplomacia, em face dos
principais problemas do
século XX
Quem visita o cemitério alsaciano
de Kolbsheim encontra uma lápide
com a inscrição: “Raïssa Maritain
(1883-1960)”, seguida de outra,
menor, mais embaixo: “e Jacques
(1882-1973)”. Numa reflexão me-
nos distraída, esta conjunção “e”
cabe muito bem para exprimir o
destino de um casal de intelectuais
que fez da existência uma só vida,
pois, como ensinou Walter Benja-
min, “viver não é apenas existir”.
Vidas indissociáveis, a tal ponto
que o filósofo pôde escrever que
“Sem ela, não haveria Jacques.
Raïssa me ajuda o tempo todo,
enquanto eu tropeço sobre as pe-
dras do caminho.” Mais que isso:
esposos que permitiram que sua
amizade humana, humaníssima,
fosse aperfeiçoada pela Graça do
sacramento.
É o caso de indagar: a que cami-
nho aludia Jacques, que pedras? Um
caminho que começa de um encon-
tro na maior universidade da Fran-
ça, a Sorbonne, ambos estudantes
quase desesperados por não encon-
trarem numa das melhores univer-
sidades do mundo um sentido para
a vida. Alguém pode fazer uma ime-
diata aproximação: será que pro-
gredimos tanto assim? As universi-
dades, sinceramente, têm sido um
adequado e ousado ambiente propí-
cio para – por meio das ciências, da
filosofia e das artes – despertar um
autêntico sentido para a vida, um biografia, que ela escreveu durante ciais. E Aristóteles ensinou que a fundisse a paixão pelo encontro
viveiro para a saudável convivência os horrores da Guerra (1940, tra- amizade está ligada à virtude da com a Verdade, seja qual for seu
humana, bem além de um préstito dução em português em 1947, pela justiça, pois supõe a reciprocidade semblante, esteja ela onde estiver.
de competições? Editora Agir, que as editoras cató- no afeto, cada qual se esforçando “Mesmo que a Verdade venha da
No caso daqueles jovens ena- licas atuais não se despertam para para que o outro seja sempre me- boca do demônio, ela vem do Es-
morados, Jacques diz que foi a sua reeditá-la), veria o que é o amor de lhor. O que une os amigos não é pírito de Deus” (Santo Tomás de
amada que lhe “mostrou a estrada, um casal procedendo da busca pela só compartilhar os mesmos gos- Aquino, citando Santo Ambrósio e
designou o objetivo e preservou os Verdade, e o conhecimento frutifi- tos e preferências. Isso, certamen- Santo Agostinho).
pés de falsos passos”. cando em Caridade. Se Jacques foi te, seria já “amizade”. Mas o casal Raïssa e Jacques, um casal in-
Foi desse enlace entre duas in- um filósofo tomista (um tomista Maritain se abriu para as “grandes compreensível para os critérios de
teligências brilhantes, uma sem e não um simulacro de tomista) amizades”, não se satisfez somen- nossa época, se bem que precedi-
se impor ou ofuscar a outra, que que apostou na inteligência, que te em conservar ciosamente seus dos – para ficarmos somente na
nasceu um amor inapagável, a procurou decifrar as profundezas amigos, experimentou e cultivou França da passagem do século XIX
conversão ao catolicismo, um fas- da existência; Raïssa foi a mística a alegria em compartilhar, ser in- para o século XX – pelo luminoso
cínio pela Graça de Deus, o desejo que – com leveza, beleza, “finesse” termediário de novas amizades. O exemplo de outro casal surpreen-
da santidade. Valores que soube- – ilustrou a partir dos grandes te- que os distinguia era precisamente dente, os pais de Santa Teresa de
ram testemunhar na cidade secu- mas da metafísica o encontro com comungarem e serem arautos de Lisieux (Zélia e Luís Martin, ca-
lar. Intelectuais que, respeitando e a Graça num mundo de vaidades, valores intelectuais e morais, e di- nonizados pelo Papa Francisco em
dialogando com os que pensavam de dor, de absurdidade, violência, fundir, contagiar, irradiar o tesou- 2015), ou seus contemporâneos
diferentemente deles, nunca ti- matanças, sem qualidade social, ro da Fé que lhes deu o sentido da Elisabeth e Albert Leseur, e tantos
veram vergonha de falar de fé, de cruel desigualdade. vida. outros que a história da Igreja nos
misericórdia, de oração. A Caridade é uma amizade. Não Que maravilha seria se as Sor- haverá de revelar.
O mesmo interlocutor de cima, é possível compreender o Amor de bonnes da vida e os organismos
desatento, sem tirar os olhos do Deus se não soubermos o que é o que lhes dão forma zelassem para * Professor da PUC-Unifai e da Faculdade
celular, vai exclamar: Que coisa amor humano. Raïssa e Jacques le- que a juventude não fosse intoxi- de São Bento. Membro do Conselho de
Administração da Fundasp - Fundação São
mais “demodé”, mais superada! varam a sério a amizade entre um cada com a alienação da realida- Paulo, mantenedora da PUC-SP. Titular da
Ah... se ele lesse a obra de Raïs- homem e uma mulher, para além de, a insignificância – pior ainda, cadeira nº 28 da Academia Cristã de Letras.
Membro do Instituto Jacques Maritain do
sa, As grandes amizades, sua auto- das convenções, das pressões so- a indiferença – mas que lhes in- Brasil.

Leigas comemoram
50 anos de consagração
a Deus na Arquidiocese
Em missa, Dom Odilo Scherer agradece às consagradas pelo serviço à Igreja em São Paulo
REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br
Na quinta-feira, 7, o Cardeal Odilo Pe-
dro Scherer presidiu a Eucaristia na capela
da Cúria Metropolitana, com a participa-
ção de um grupo de leigas consagradas da
Arquidiocese de São Paulo. Na ocasião,
foram comemorados os 50 anos de con-
sagração de Zilda Siqueira Furtado e Ruth
Maria de Carvalho, que foi secretária ar-
quidiocesana de pastoral por cerca de três
décadas.
Essa consagração laical se dá por meio
do rito da Ordo virginum (Ordem das
virgens), promulgado pela então Congre-
gação para o Culto Divino e a Disciplina
dos Sacramentos em 1970 (atualmente
um dicastério de mesmo nome), sob o
pontificado de São Paulo VI, renovando
uma das mais antigas formas de consa-
gração feminina da Igreja.
O principal diferencial em relação às
outras formas de consagração é que essas
mulheres se consagram e realizam voto de
castidade perpétua, mas não se vinculam
a nenhuma congregação religiosa, e sim
a uma Igreja particular, isto é, diocese ou
arquidiocese. Elas “permanecem em seu
Coleta para a Evangelização será realizada no domingo, 17
REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br
Iniciada em 26 de novembro, a Cam-
panha para a Evangelização terá seu mo-
mento central no domingo, 17, com a Co-
leta para a Evangelização nas missas em
paróquias e comunidades do Brasil.
“Muitas iniciativas já foram feitas gra-
ças à participação generosa dos fiéis. Po-
demos citar o apoio em todo o trabalho
que foi feito da tradução brasileira da 3a
edição típica do Missal Romano; o Estudo
nº 114 da CNBB, publicado em 2021 – ‘E a
palavra habitou entre nós (Jo 1,14) – Ani-
mação bíblica da Pastoral a partir das co-
munidades eclesiais missionárias’ e o ‘Ce-
lebrar em Família’, subsídio ofertado pela
Comissão Episcopal para a Liturgia da
CNBB”, explicou, em vídeo, Dom Ricardo
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Luciney Martins/O SÃO PAULO
ambiente de vida comum, enraizadas na
comunidade diocesana”, como explicado
na instrução Ecclesiae sponsae imago, do-
cumento da Santa Sé sobre esse rito, publi-
cado em julho de 2018.
ORIGEM BÍBLICA
A mesma instrução rememora, ainda,
que o ato de consagração de mulheres
está indicado em algumas passagens do
Novo Testamento e em escritos sobre a
vivência das primeiras comunidades cris-
tãs. Destacando que, nos três primeiros
séculos, algumas das virgens consagradas
foram vítimas de martírio por permane-
cerem fiéis à vocação, como Águeda, de
Catânia; Luzia, de Siracusa; Inês e Cecília,
de Roma; Tecla, de Icônio; Apolônia, de
Alexandria; Restituta, de Cartago; Justa e
Rufina, de Sevilha. Estima-se que, atual-
mente, existem cerca de 5 mil consagra-
das em todo o mundo.
Na Arquidiocese de São Paulo, o rito
Ordo virginum foi instalado pelo então
Arcebispo Metropolitano, Cardeal Paulo
Evaristo Arns, no mesmo ano de sua pro-
mulgação. Em 31 de maio de 1972, ocor-
reu a primeira consagração, que foi a de
Maria Ângela Borsoi. O número de leigas
Hoepers, Secretário-geral da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
A Campanha para a Evangelização é
promovida pela CNBB desde 1998 e busca
mobilizar os católicos para que assumam a
corresponsabilidade pela sustentação das
ações evangelizadoras da Igreja no Brasil.
“Em Belém, casa do pão, Deus nos faz
irmãos” é o tema desta edição, que busca
lembrar o compromisso de todo cristão em
lutar pela superação da fome, bem como
tecer a fraternidade, nascida na pessoa do
Verbo Encarnado. Também recorda os 800
anos do presépio por São Francisco de As-
sis, em Gréccio, na Itália, em 1223.
DESTINAÇÃO DOS RECURSOS
As paróquias e comunidades devem
repassar o valor da coleta das missas do
domingo, 17, e também das vespertinas
| 13 a 19 de dezembro de 2023 | Geral/Atos da Cúria | 11
consagradas na Arquidiocese chegou a 64
e, atualmente, segundo o último levanta-
mento, é de 35.
GRATIDÃO
Por ocasião da comemoração dos 50
anos da promulgação do rito da Ordo
virginum, em 2020, o Cardeal Scherer su-
blinhou que a renovação dessa forma de
consagração aconteceu diante das mudan-
ças quanto à condição feminina na Igreja,
e “valoriza a força de atração dessa antiga
forma de vida consagrada, capaz de cor-
responder ao desejo de muitas mulheres,
também hoje, de dedicarem sua vida intei-
ramente ao Senhor Jesus e aos irmãos. Ao
do sábado, 16, à sua diocese/arquidiocese,
para que se proceda à seguinte distribuição:
45% das verbas permanecem na pró-
pria diocese/arquidiocese, e serão usadas
para subsidiar suas ações missionárias,
evangelizadoras e pastorais;
35% são repassadas à CNBB Nacional,
para garantir iniciativas e estruturas evan-
gelizadoras em todo o Brasil, especialmen-
te nas regiões mais carentes.
20% são enviadas ao Regional da
CNBB ao qual a diocese/arquidiocese é
vinculada.
APLICAÇÃO NA PRÁTICA
A Coleta para a Evangelização permite
que a Igreja no Brasil dê continuidade ao
anúncio e testemunho do Evangelho des-
de as áreas missionárias até as periferias
das grandes cidades, passando pelas ações
Reprodução
mesmo tempo, a renovação do Rito traduz
a redescoberta da identidade da própria
Igreja particular, lugar onde a consagração
acontece”.
Na missa celebrada na Cúria, o Arce-
bispo renovou seu agradecimento a todas
as consagradas por seu serviço abnegado
à Igreja por meio do testemunho da vida
inteiramente doada a Deus e aos irmãos.
Após a celebração, cada leiga consa-
grada recebeu de presente uma fotografia
dos três últimos arcebispos de São Paulo,
os Cardeais Paulo Evaristo Arns, Cláudio
Hummes e Odilo Scherer, como expressão
de gratidão pelo apoio e incentivo dado por
eles à Ordem das Virgens na Arquidiocese.
pastorais e pela articulação das comunida-
des eclesiais missionárias, além de contri-
buir para a manutenção da CNBB.
Em anos anteriores, os recursos já fo-
ram destinados para projetos de forma-
ção e atualização de catequistas no Brasil;
acompanhamento às equipes de animação
bíblica da pastoral nos regionais da CNBB;
e a produção de materiais e a organização
de encontros do Conselho Nacional do
Laicato do Brasil (CNLB).
No Regional Norte 1, por exemplo, par-
te dos recursos é investido em ações pasto-
rais das igrejas no Amazonas e em Rorai-
ma, o que inclui a realização de missões
em comunidades ribeirinhas. Já no Regio-
nal Sul 1, que compreende o estado de São
Paulo, a verba ajuda a manter projetos de
cooperação missionária na Amazônia e
na Diocese de Pemba, em Moçambique.
12 | Reportagem | 13 a 19 de dezembro de 2023 |
Sob a proteção da Virgem de Guadalupe, comunidade
paroquial está sendo formada na Chácara Klabin
JENNIFFER SILVA
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Logo na entrada da Rua Lorenzo Valla,
rodeada por prédios residenciais, uma
placa indica a presença da Igreja Nossa
Senhora de Guadalupe. Um grande cartaz
informa que no terreno está sendo cons-
truído um templo dedicado à Padroeira
da América Latina, que abraçará todo o
bairro da Chácara Klabin, na região cen-
tro-sul de São Paulo, ainda não contem-
plado com uma paróquia.
No domingo, 10, a comunidade de fi-
éis se reuniu para celebrar Nossa Senhora
de Guadalupe, cuja festa litúrgica é no dia
12. A Eucaristia foi presidida pelo Cardeal
Odilo Pedro Scherer.
O terreno da futura Paróquia foi ad-
quirido em dezembro de 2020, por meio
de um fundo constituído pela Região Ipi-
ranga. Um ano depois, o Arcebispo de São
Paulo abençoou e depositou no terreno
ainda vazio uma pedra trazida do monte
Tepeyac, local da aparição de Nossa Se-
nhora de Guadalupe, no México.
Ao reencontrar a comunidade ativa
e já com o número expressivo de fiéis, o
Cardeal Scherer manifestou sua alegria
em ver o crescimento e amadurecimen-
to dos trabalhos: “Essa é a realização do
sonho de termos uma paróquia aqui no
bairro como sinal da presença da Igreja.
Peçamos a Deus, pela intercessão de Nos-
sa Senhora de Guadalupe, a proteção de
todos que aqui se integraram, confiando à
padroeira esse projeto”, disse Dom Odilo.
PREPARAI OS CAMINHOS DO SENHOR
Na homilia, o Cardeal refletiu sobre o
Evangelho do 2º Domingo do Advento, –
Marcos 1,1-8 –, que retrata o anúncio do
nascimento do Messias.
“O Senhor vem para cumprir plena-
mente a sua promessa. É para isso que so-
mos Igreja e o anunciamos como a grande
esperança da nossa existência — de ir ao
encontro do Senhor e ser digno de partici-
par com Ele do seu banquete e da plenitu-
de da vida”, completou.
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Fiéis participam de procissão com a imagem da padroeira pelas ruas da Chácara Klabin, dia 10
UMA COMUNIDADE DE FÉ
Desde o início, o trabalho de edifi-
cação, não somente do templo, mas de
uma comunidade ativa, é acompanhado
por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ,
Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Re-
gião Ipiranga.
“O mais impressionante é ver como o
povo da Chácara Klabin assumiu para si
esse projeto. É muito bonito ver o cres-
cimento da devoção a Nossa Senhora de
Guadalupe, sobretudo nessa área geográ-
fica e social. Nós só podemos nos alegrar,
rezar e confiar na providência e no povo
de Deus, que, pouco a pouco, vai ajudan-
do na construção dessa obra”, salientou o
Bispo Auxiliar.
O Frei José Maria Mohamed Ju-
nior, Administrador Paroquial da Pa-
róquia Nossa Senhora de Sião e Coor-
denador Pastoral da Região Ipiranga,
designado como administrador da
nova comunidade, relatou o quanto o
projeto da futura igreja tem avança-
do: “Quando estive aqui pela primei-
ra vez, só tínhamos um terreno e uma
cruz. Depois veio a pedra, a imagem e
a bênção do terreno. Temos a experi-
ência de formar uma comunidade, um
projeto que nasceu e no qual estamos
envolvidos no manto de Nossa Senho-
ra de Guadalupe”.
Luciney Martins/O SÃO PAULO
PRESENÇA VIVA
A animação missionária e evangeliza-
dora conta desde o princípio com o dina-
mismo dos próprios moradores do entor-
no, entre eles os casais Aidê Baltar Villa e
Aurélio Villa, e Sônia Meiken Franchi e
Agenor Franchi.
Segundo as duas mulheres, a co-
munidade já possui três ministros ex-
traordinários da Sagrada Comunhão,
membros para as pastorais do Dízimo
e da Administração, e cerca de 160 pes-
soas participam das missas. Além dis-
so, um batizado foi realizado no local
recentemente.
As primeiras missas aconteceram nas
casas e apartamentos de famílias e poste-
riormente no salão de um prédio residen-
cial que fica ao lado da futura igreja. Desde
fevereiro deste ano, a Eucaristia passou a
ser celebrada aos domingos, às 10h, e todo
o dia 12, às 19h30, no terreno em que será
feita a construção.
Sônia e Aidê realçaram, também, que a
presença da comunidade contribuiu com a
fraternidade entre os moradores da região,
que não se conheciam, mesmo morando
em condomínios vizinhos. Próximo ao
horário da missa, elas contam ser possível
observar as pessoas saindo dos prédios em
direção à tenda montada para as celebra-
ções e há significativa presença de crianças.
MÃE DA CHÁCARA KLABIN
Esta será a primeira paróquia da Ar-
quidiocese de São Paulo dedicada a Nossa
Senhora de Guadalupe. O nome foi indi-
cado pelo Cardeal Scherer, que na opor-
tunidade da bênção do terreno entregou à
família de Aidê um quadro com a réplica
da imagem da padroeira, também trazida
do México, para ser levada em peregrina-
ção às casas dos moradores.
Após a missa do último domingo, a
imagem entregue pelo Arcebispo foi le-
vada em procissão pelas ruas do entorno,
marcando a presença católica no bairro e a
devoção à Virgem de Guadalupe.
Em demonstração à alegria de ter tão
perto de casa um lugar para celebrar, Mar-
celo Freire, 86, fez questão de ajudar a car-
regar o andor pelas ruas do bairro: “Todo
mundo tem o sonho de chegar ao paraíso.
Agora, morando tão perto da igreja, me
sinto nesse paraíso. Um dia como hoje
demonstra a grandiosidade de Nossa Se-
nhora em animar aqueles que ainda estão
reticentes na fé”, expressou.
Freire, que é engenheiro, afirmou que
está à disposição do projeto de construção
da igreja como um dos maiores trabalhos
de sua vida. Sua esposa, Neide Freire, 92,
também tem se dedicado na organização
pastoral da comunidade.
“Nós estamos ajudando a construir
uma igreja. Com isso, os nossos netos ve-
rão que temos muita fé. Isso é um grande
privilégio. Todos os dias, eu acordo saben-
do que tenho que trabalhar para Nossa Se-
nhora de Guadalupe”, relatou Neide.
Além do quadro peregrino, existem
dez pequenas imagens colocadas nos pré-
dios residenciais da região que ficam à dis-
posição dos moradores para oração.
INÍCIO DAS OBRAS
Ainda este ano acontecerão as missas
de Natal e Ano Novo. Para 2024, a expec-
tativa é que as obras se iniciem logo nos
primeiros meses. Nesse período, os fiéis
continuarão a celebrar a fé em um terreno
próximo ao local ou na Paróquia Nossa Se-
nhora de Sião, também na Região Ipiranga.
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BELÉM
Rejane Guimarâes

Dom Cícero Alves de França

celebra a Eucaristia na Solenidade
da Imaculada Conceição
Pascom paroquial

Padre Yago Ferreira preside sua primeira

FERNANDO ARTHUR
COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
Na sexta-feira, 8, na Solenidade da
Imaculada Conceição, as paróquias da
Região Belém que têm Nossa Senhora
como padroeira celebraram essa data
mariana com missas e procissões.
Dom Cícero Alves de França, Bispo
Auxiliar da Arquidiocese na Região Be-
lém, presidiu missa na Paróquia Nossa
Senhora da Conceição, no Tatuapé
(foto). Concelebrou o Padre José Mário
Ribeiro, Pároco. Houve, ainda, duas ou-
tras celebrações nessa Paróquia, sendo
a última precedida por uma procissão.
No Sapopemba, a Paróquia Imacula-
da Conceição também comemorou sua
festa patronal, com missa presidida por
Dom Cícero Alves de França e concele-
brada pelos Padres Everton Augusto de
Souza, Pároco, e Benedito Aparecido
Maria de Borba, Vigário Paroquial da
Paróquia São Pedro Apóstolo, na Vila In-
dustrial. Ao final da celebração, o Prela-
do coroou a imagem de Nossa Senhora.
Reprodução
missa na Paróquia São José do Belém
Na manhã do domingo, 10, a Paró-
quia São José do Belém, no Belenzinho,
acolheu fiéis, amigos e familiares do Pa-
dre Yago Barbosa Ferreira, ordenado no
sábado, 9, pelo Cardeal Scherer, para a
primeira missa do neossacerdote.
Concelebraram os Padres Marcelo
Maróstica Quadro, Pároco; José Antô-
nio da Silva Coelho, da Diocese de Santo
Amaro; Fabiano Alcides Pereira, Ad-
ministrador Paroquial da Paróquia São
Paulo Apóstolo, no Belém; e Reuberson
Ferreira, MSC, Pároco da Paróquia Nos-
sa Senhora do Sagrado Coração, na Vila
Formosa.
Na homilia, proferida pelo Padre José
Antônio da Silva Coelho, recordou-se o
processo vocacional do Padre Yago.
Ao final da celebração, em seu agra-
decimento, o neossacerdote mencionou
o seu lema sacerdotal “Sob tua proteção,
Maria”, ressaltando que ele expressa não
somente um desejo futuro para o minis-
tério presbiteral, mas manifesta como ele
tem vivido toda a sua vida, sob o amparo
de Nossa Senhora.
Também expressou seu agradecimen-
to às paróquias pelas quais passou duran-
te os anos no Seminário Arquidiocesano.
Agradeceu especialmente ao Padre Mar-
celo Maróstica, que o acolheu no último
ano, no estágio como diácono. Ao final,
agradeceu à sua família e aos amigos pre-
sentes na celebração, e exortou os fiéis a
rezarem por ele e por seu ministério sacer-
dotal, que se inicia na Região Lapa. (FA)
Pascom paroquial

Na noite do domingo, 10, a Paróquia Nossa Senhora das Graças, na Vila Califórnia, deu
início à Semana Missionária, que acontecerá até o dia 15. Em uma missa presidida pelo
Padre Francisco Reginaldo Miranda, Pároco, e concelebrada pelo Padre Vidal Valentín
Cantero Zapattini, Assessor Eclesiástico da Comissão Missionária na Região Belém, os
missionários foram abençoados e enviados. A programação da Semana Missionária con-
ta com noites de louvor e pregação, além de vigília eucarística, momentos marianos e
encontros com a juventude. Dom Cícero Alves de França participará do evento no sába-
do, 16, em um encontro com crianças e jovens, às 9h. (por Pascom paroquial)

Vicariato para a Educação e a Universidade

Consa

No dia 3, Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese e Vigário Episcopal para
a Educação e a Universidade, presidiu missa no Colégio Franciscano Nossa Senhora
Aparecida (Consa), durante a qual conferiu o sacramento da Confirmação a 38 jovens es-
tudantes. (Com informações do Colégio Franciscano Nossa Senhora Aparecida)
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SÉ
Clero atuante na Região rende graças a Deus por 2023
SECRETARIADO DE
COMUNICAÇÃO REGIONAL
No dia 6, o clero atuante na
Região Sé se reuniu na Paróquia
Santíssimo Sacramento, Setor Pa-
raíso, para o seu último encontro
de 2023. A atividade contou com
uma celebração eucarística em
ação de graças pelos feitos deste
ano pastoral, presidida por Dom
Rogério Augusto das Neves.
Secretariado de Comunicação
Na homilia, o Bispo Auxiliar
da Arquidiocese na Região Sé,
a partir do Evangelho da multi-
plicação dos pães, encorajou aos
padres a estarem disponíveis e
atentos às necessidades daque-
les que se aproximam, não so-
mente famintos de pão, mas de
tantas necessidades espirituais e
humanas.
Após a celebração, houve um
almoço de confraternização.

Paróquia Imaculada Conceição celebra a solenidade patronal

PATRÍCIA COPPIO
COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
Após uma novena preparatória, entre 29 de novem-
bro e 7 de dezembro, os fiéis da Paróquia Imaculada
Conceição, Setor Cerqueira César, celebraram, na sex-
ta-feira, 8, sua solenidade patronal.
As celebrações eucarísticas contaram com a par-
ticipação da comunidade e dos seguintes celebrantes
convidados: Frei Arcanjo de Souza Soares, Ministro
Provincial, e dos frades que residem na Paróquia,
além dos Freis Márcio Monteiro, Gerson Mercês,
Cláudio Messias, Nilton Groppo, Maycon Ferrazoli,
Zeca, Longarez e também Lyon, Carmelita. Durante
aqueles dias, eles refletiram sobre a vida e a missão
da Virgem Maria.
No dia 8, foram realizadas missas festivas para que
os devotos pudessem agradecer, fazer suas orações e
receber as bênçãos dos Frades Franciscanos Capuchi-
nhos. A missa solene foi presidida pelo Frei Carlos José
Coltri, OFMCap., Pároco, seguida de procissão.

Pascom paroquial Pascom paroquial

No dia 5, o Padre Geraldo
Pedro dos Santos tomou
posse como Pároco da Pa-
róquia São Joaquim, Setor
Aclimação. A celebração foi
presidida por Dom Rogé-
rio Augusto das Neves. Na
homilia, o Bispo Auxiliar da
Arquidiocese na Região Sé
agradeceu o trabalho do
Padre Geraldo como Admi-
nistrador Paroquial e a toda
a comunidade que o ajudou
neste período de quase três Na sexta-feira, 8, Solenidade da Imaculada Conceição, a Basílica Menor Nossa Se-
anos. Na ocasião, o agora nhora da Imaculada Conceição e Santa Ifigênia, Setor Catedral, celebrou a sua
Pároco comemorou 30 anos festa patronal. A missa foi presidida por Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxi-
de sacerdócio. liar da Arquidiocese na Região Sé, e concelebrada pelo Padre João Paulo Gelailete Ri-
(por Pascom paroquial) zek, Pároco e Reitor. (por Secretariado de Comunicação Regional)

Pascom paroquial Rami Borba

Na sexta, 8, Solenidade da Imaculada Conceição, a comunidade paraguaia presente na

Paróquia Sagrado Coração de Jesus, nos Campos Elísios, Setor Bom Retiro, em missa
presidida pelo Padre Alcy Maurício da Silva Júnior, SDB, Pároco, celebrou a Virgem de
Caacupé, padroeira dos paraguaios. Todo ano, os devotos arrumam uma nova cabeleira
para a imagem de Nossa Senhora de Caacupé, maneira que os paraguaios encontram
para demonstrar seu amor pela padroeira do país. (por Pascom paroquial)
Pascom paroquial
No dia 2, um grupo de seis jovens recebeu o sacramento da Crisma na Paróquia Santo
Inácio de Loyola e São Paulo Apóstolo, Setor Paraíso, durante missa presidida por Dom
Rogério Augusto das Neves, e concelebrada pelo Padre Danilo Alves Lima, SSP, Pároco.
(por Eliana Maria Silva Polcaro e Rami Borba)
Roy Nakamoto

Na sexta-feira, 8, lideranças e membros das pastorais da Paróquia Santo Agostinho,
Setor Paraíso, participaram de um momento de confraternização e celebração. O evento
teve início com a missa da Solenidade da Imaculada Conceição, presidida pelo Frei Ever-
ton de Freitas Costa, OSA, em ação de graças pelas atividades realizadas durante o ano.
Logo após, foi feita a avaliação das atividades e uma partilha fraterna.
(por Secretariado de Comunicação Regional)
No domingo, 10, como tradição das festividades culturais do tempo do Advento, a Pa-
róquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Setor Jardins, ofereceu aos paroquia-
nos e visitantes a apresentação do Coral do Ilha, Madrigal Etecetera e Tal e Madrigal
LivrEncanto, sob a regência da maestrina Márcia Hentschel Munir Sabag. Foram apre-
sentadas várias peças musicais, entre elas o Glória RV 589, de Antonio Vivaldi, além de
diversas composições natalinas. (por Roy Nakamoto)
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BRASILÂNDIA Atos da Cúria

Padre Pasquale Priolo comemora
NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE
CÔNEGO CATEDRÁTICO DO CABIDO
METROPOLITANO DE SÃO PAULO:

jubileu de ouro sacerdotal Em 30/11/2023, foi nomeado e provisionado

como Cônego Catedrático do Cabido Me-
tropolitano de São Paulo, o Reverendíssimo
Jackeline Gasparini
Padre João Inácio Mildner.
Em 30/11/2023, foi nomeado e provisio-
nado como Cônego Catedrático do Cabi-
do Metropolitano de São Paulo, o Reve-
rendíssimo Padre Helmo Cesar Faccioli.

NOMEAÇÃO E PROVISÃO
DE DIRETOR ESPIRITUAL:
Em 24/11/2023, foi nomeado e provisiona-
do como Diretor Espiritual do Encontro
de Casais com Cristo, na Região Episcopal
Sant’Ana, o Reverendíssimo Padre Sulliver
Rodrigues do Prado, pelo período de 02
(dois) anos.

PADRE REINALDO TORRES
COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
No domingo, 10, a Comunidade
Nossa Senhora da Assunção – Moinho
Velho, Setor Freguesia do Ó, abriu suas
portas para a celebração dos 50 anos de
sacerdócio do Padre Pasquale Priolo,
80, completados no sábado, 9.
A missa foi presidida por Dom Car-
los Silva, OFMCap., Bispo Auxiliar da
Arquidiocese na Região Brasilândia, e
concelebrada tanto pelo jubilando (na
foto, à direita do Bispo) quanto pelos
Padres Genésio de Morais, Vigário
Paroquial da Paróquia Cristo Rei, e
Reinaldo Torres, Pároco da Paróquia
Nossa Senhora do Carmo – Cruz das
Almas.
No início da celebração, os fiéis re-
cordaram o primeiro ofício do então
jovem Pasquale em sua terra natal, a
Itália: ele exerceu a função de alfaiate.
Na ocasião, os paroquianos ofereceram
Pedro Santos
de presente ao jubilando uma estola,
marcando a passagem da data.
Ao término da missa, membros da
Comunidade Nossa Senhora da Assun-
ção, da Paróquia San Gennaro, na Moo-
ca, onde o Padre trabalhou por muitos
anos, e da Paróquia Nossa Senhora do
Carmo – Cruz da Almas, onde o Padre
Pasquale exerce a função de colabora-
dor, deram testemunho de sua bonda-
de e simplicidade. Em seguida, houve
um almoço de confraternização.
Edneia Pereira
NOMEAÇÃO E PROVISÃO
DE PÁROCO:
Em 07/12/2023, foi nomeado e provisionado
como Pároco da Paróquia Nossa Senhora
das Graças, no bairro Vila dos Andradas, na
Região Episcopal Sant’Ana, o Reverendíssimo
Padre Eduardo Higashi, pelo período de 06
(seis) anos, em decreto que entrou em vigor
em 10/12/2023.
NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE
ADMINISTRADOR PAROQUIAL:
Em 28/11/2023, foi nomeado e provisio-
nado como Administrador Paroquial da
Paróquia Nossa Senhora das Angústias,
no bairro da Várzea da Barra Funda, na
Região Episcopal Sé, o Reverendíssimo Cô-
nego Aparecido Silva, até que se mande o
contrário.

NOMEAÇÃO E PROVISÃO
DE ASSISTENTE PASTORAL:
Em 28/11/2023, foi nomeado e provisionado
como Assistente Pastoral da Paróquia Nos-
sa Senhora Mãe do Salvador, no bairro Alto
de Pinheiros, na Região Episcopal Sé, o Diá-
cono Permanente Sérgio Blain, pelo perío-
do de 01 (um) ano.

No sábado, 9, na Paróquia Santíssima Trindade, Setor Perus,
15 jovens e adultos receberam o sacramento da Crisma, em
missa presidida por Dom Carlos Silva, OFMCap., Bispo Auxiliar
da Arquidiocese na Região Brasilândia, e concelebrada pelos
Padres José Miguel Portillo, CSSp, Pároco, e Niall Nilo Colgan,
CSSp, Vigário Paroquial. (por Pedro Silva)
Pascom paroquial
Ordenado sacerdote no sábado, 9, pelo Cardeal Scherer, Ar-
cebispo Metropolitano, o Padre Otoniel Profiro de Morais
(ao centro da foto) presidiu uma missa pela primeira vez na
manhã do domingo, 10, na Paróquia Nossa Senhora Mãe e
Rainha, Setor Jaraguá, concelebrada pelo Padre Cilto José Ro-
sembach, Pároco, e por padres amigos, também com a pre-
sença de diáconos. (por Edneia Pereira)
Edneia Pereira
NOMEAÇÃO E PROVISÃO
DE CAPELÃO:
Em 28/11/2023, foi nomeado e provisionado
como Capelão da Capelania Pessoal Nige-
riana Santa Josefina Bahkita, no bairro do
Centro, na Região Episcopal Sé, o Reveren-
díssimo Padre Chinaka Mbaeri Justin, OSJ,
pelo período de 02 (dois) anos.

O Padre Pedro Ricardo Pieroni, Vigário
Paroquial da Paróquia Nossa Senhora das
Dores, no Setor Jaraguá, comemorou 40
anos de vida presbiteral. A missa, no do-
mingo, 10, foi presidida por Dom Carlos
Silva, OFMCap., Bispo Auxiliar da Arquidio-
cese na Região Brasilândia, e concelebrada
pelo próprio Padre Ricardo, como é mais
conhecido, pelo Padre Walter Merlugo Ju-
nior, Administrador Paroquial, e por padres
amigos. (por Roberto Bueno)
POSSE CANÔNICA:
Em 05/12/2023, foi dada a posse canônica como
Pároco da Paróquia São Joaquim, no bairro do
Cambuci, na Região Episcopal Sé, ao Reveren-
díssimo Padre Geraldo Pedro dos Santos.
Em 26/11/2023, foi dada a posse canônica
como Administrador Paroquial da Pa-
róquia Pessoal Universitária Imaculado
Coração de Maria - PUC, no bairro das
Perdizes, na Região Episcopal Sé, ao Reveren-
díssimo Padre Antonio Genivaldo Cordeiro
de Oliveira, OMI.
Em 26/11/2023, foi dada a posse canônica
como Administrador Paroquial da Paró-
quia Imaculado Coração de Maria - PUC,
No domingo, 10, na Paróquia Nossa Senhora das Dores, no Setor Jaraguá, no bairro das Perdizes, na Região Episcopal
houve a investidura dos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão (MES- Sé, ao Reverendíssimo Padre Antonio Geni-
Cs) durante missa presidida por Dom Carlos Silva, OFMCap., Bispo Auxiliar da valdo Cordeiro de Oliveira, OMI.
Arquidiocese na Região Brasilândia. (por Roberto Bueno)
Em 26/11/2023, foi dada a posse canônica
No sábado, 9, na Paróquia Nossa Senhora das Dores, no Setor Jaraguá, acon- como Pároco da Paróquia Nossa Senhora
teceu o último pós-encontro do Encontro de Casais com Cristo (ECC), também da Penha, no bairro Jardim Peri, na Região
chamado de “Encontro de Famílias”, com o formato de círculos de estudos, com o Episcopal Sant’Ana, ao Reverendíssimo Pa-
tema “As pequenas comunidades domésticas da nossa Igreja”. (por Pascom paroquial) dre Juarez Murialdo Dalan.
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LAPA
Região promove encontros formativos do Curso Bíblico Benigno Naveira
BENIGNO NAVEIRA
COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO

Entre os dias 4 e 6 e, em seguida, dos dias 11 a 13, a

Região Lapa realizou os encontros formativos do Curso
Bíblico, com o tema “O nascimento de Jesus no Evan-
gelho segundo Lucas”, ministrados pelo professor Mat-
thias Grenzer, da Faculdade de Teologia Nossa Senhora
da Assunção da Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (PUC-SP), e pelo Padre Fernando Gross, da Dio-
cese de Santos.
A atividade contou com a presença de Dom José
Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na
Região Lapa; do Padre Pedro Augusto Ciola de Almei-
da, Coordenador Regional de Pastoral; e de agentes de
pastorais dos setores da Região.
O primeiro encontro, no dia 4, aconteceu na Pa- reunindo o Setor Pirituba, com continuação no dia Os últimos encontros acontecerão ainda este mês,
róquia São José, no Jaguaré, reunindo os Setores Rio 12. No dia 6, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no dia 18, na Paróquia São José, no Jaguaré; no dia 19,
Pequeno e Butantã, tendo continuidade no dia 11. reunindo os Setores Lapa e Leopoldina, e novamente na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora; e no dia 20, na
No dia 5, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no dia 13. Paróquia Nossa Senhora de Fátima.

Recém-ordenado, Padre Miguel Lisboa preside missa pela 1ª vez

Benigno Naveira
No domingo, 10, o Padre Miguel Lis-
boa Aguiar Marcondes, que recebeu a
ordenação sacerdotal no sábado, 9, na
Catedral da Sé, pela imposição das mãos
do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arce-
bispo de São Paulo, presidiu uma missa
pela primeira vez.
A Eucaristia foi na Paróquia Santo An-
tônio de Pádua, Setor Rio Pequeno, sua
paróquia de origem, onde serviu como co-
roinha e acólito, na época em que o Pároco
era o já falecido Padre Antônio Soares.
A homilia da missa foi feita por Dom
Cícero Alves de França, Bispo Auxiliar
da Arquidiocese na Região Belém, que
foi Reitor do Seminário de Teologia Bom
Pastor na época em que o neossacerdote
era seminarista. Entre os concelebrantes
esteve o Padre João Carlos Deschamps
de Almeida, Pároco, com a assistência
do Diácono Lucas Raul de Faria.
Padre Miguel Lisboa (à direita do
Bispo) foi designado para atuar na Re-
gião Belém. (BN)

Benigno Naveira
Dom José Benedi- ERRATA
to Cardoso confe-
riu o sacramento Diferentemente do que foi
da Crisma a oito informado pela Pastoral da
jovens e adultos, Comunicação da Região
www.osaopaulo.org.br no domingo, 10, Lapa na página 15 da edi-
durante missa na ção do O SÃO PAULO de
Diariamente, no site do jornal O SÃO 6 de dezembro de 2023, na
Área Pastoral São
PAULO, você pode acessar notícias João Batista, que notícia referente ao retiro
sobre a Igreja e a sociedade em São pertence à Paró- para os agentes da Pastoral
Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, quia Santo Alberto da Liturgia da Paróquia São
algumas notícias e artigos publica- Magno, no Jardim Francisco de Assis, Setor
Bonfiglioli, Setor Butantã, não houve a par-
dos recentemente. ticipação da cantora gospel
Butantã. Concele-
brou o Padre José Luiza Carla. A informação
Papa: como Maria, acolher Carlos de Freitas correta é que participou
os grandes dons de Deus com Spinola, Vigário do retiro a senhora Luiza
admiração e simplicidade Paroquial. Costa, cantora litúrgica da
https://curtlink.com/mOCPF (por Benigno Naveira) Catedral da Sé.

CNBB pede ao Legislativo

que rejeite o projeto de
legalização dos jogos de azar
https://curtlink.com/uKsnX
SANTANA
Hilton Felix Simone Arruda
Na noite do domingo, 10,
Cidade de São Paulo terá na Paróquia Nossa Se-
nhora das Graças, Setor
Tarifa Zero nos ônibus aos Casa Verde, foi dada posse
domingos a partir do dia 17 ao Padre Eduardo Higashi
https://curtlink.com/clfhg como Pároco. A missa foi
presidida pelo Cardeal
ONU: Declaração de Direitos Odilo Pedro Scherer. Con-
celebrou o novo Pároco
Humanos é o caminho para e os Padres Roberto Fer-
superar a polarização nando Lacerda, Pároco da
https://curtlink.com/C6tom Paróquia Menino Jesus,
Setor Tucuruvi, e Ernan-
Dicastério para a Doutrina des Alves da Silva Júnior, No dia 3, na Paróquia Rainha Santa Isabel, Setor Casa Verde, 74 crianças, jovens
Pároco da Paróquia São e adultos receberam Jesus Eucarístico pela primeira vez. E no sábado, 9, um gru-
da Fé esclarece dúvidas po de 51 jovens e adultos (foto) recebeu o sacramento da Crisma, durante mis-
Patrício, da Região Lapa,
sobre a conservação das com a assistência do Diá- sa presidida por Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região
cinzas dos falecidos cono José Luiz Silvério. Santana, e concelebrada pelo Padre Rafael Contini Quirino, Vigário Paroquial,
https://curtlink.com/PU2tJ (por Hilton Felix) com a assistência do Diácono Franco Antonio Abelardo. (por Simone Arruda)
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IPIRANGA
Dom Ângelo faz visita pastoral à Paróquia Nossa Senhora de Fátima
Fotos: Pascom paroquial
PASCOM PAROQUIAL

Entre os dias 5 e 9, Dom Ângelo

Ademir Mezzari, RCJ, esteve em visita
pastoral à Paróquia Nossa Senhora de
Fátima, no Jardim Maria Estela, Setor
Anchieta. Acompanhado do Padre Ed-
son Chagas Pacondes, Pároco, o Bispo
Auxiliar da Arquidiocese na Região
Ipiranga se reuniu com o Conselho Pa-
roquial de Pastoral e com o Conselho
Econômico; visitou os idosos e doentes
e ministrou-lhes o sacramento da Un-
ção dos Enfermos; e conversou com li-
deranças pastorais. visitas a escolas e ao comércio do bairro. rística do sábado, 9, conferindo o sacra- foi concelebrada pelo Padre Edson, com
A passagem do Prelado contemplou Como encerramento da atividade, mento da Eucaristia a 37 crianças, que a assistência do Diácono Raimundo Al-
também as imediações paroquiais, com Dom Ângelo presidiu a celebração euca- o receberam pela primeira vez. A missa ves Ferreira.
Pascom paroquial Pascom paroquial

Um grupo de 32 jovens e adultos recebeu o sacramento da Crisma, durante missa presidi-

da por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, no domingo, 10, na Paróquia São Francisco de
No domingo, 10, Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Assis, Setor Vila Mariana. Concelebrou o Frei Valdecir Schwambach, OFM, Pároco. Entre os
Região Ipiranga, conferiu o sacramento da Crisma a 22 adultos, em missa presidida na catequistas que compõem a equipe da Iniciação à Vida Cristã, destaca-se a presença de
Paróquia Nossa Senhora das Graças, Setor Imigrantes, e concelebrada pelo Padre Be- Joventina Joelita de Oliveira. Dona Jovem, como é conhecida na Paróquia, tem 94 anos
nedito Vicente de Abreu, Pároco. (por Pascom paroquial) e participa ativamente das atividades da IVC. (por Pascom paroquial)
Reprodução Laize TExeira
No domingo, 10, o Padre
Alysson Carvalho presidiu
sua primeira missa na
Paróquia Santa Paulina,
Setor Anchieta, onde
realizou seu trabalho
pastoral como diácono.
Entre os concelebrantes
estiveram os Padres Israel
Mendes Pereira, Pároco,
e Jonathan Aparecido
Lopes Gasques, Vigário
Paroquial.
(por Pascom paroquial)

Pascom paroquial

Na sexta-feira, 8, na Paróquia Nossa Senhora da Saúde, 13 jovens e 18 adultos recebe-

ram o sacramento da Crisma, durante missa presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzari,
RCJ, e concelebrada pelo Frei Adilson Gomes dos Passos Miranda, OAR, Vigário Paroquial.
(por Pascom paroquial)

Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiran-
ga, presidiu a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora na sexta-fei-
ra, 8, na Paróquia homônima, no Ipiranga, por ocasião da festa patronal. Concelebrou
o Padre Rodrigo Thomaz, Vigário Paroquial. (por Pascom paroquial)
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1º Dia Mundial das Francisco pede mais

Crianças acontecerá
em maio de 2024
REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br
“Tenho a alegria de anunciar que nos dias
25 e 26 de maio do próximo ano, celebrare-
mos em Roma o 1o Dia Mundial das Crianças.
A iniciativa, promovida pelo Dicastério para
a Cultura e a Educação, responde à pergun-
ta: que mundo queremos transmitir às crian-
ças em crescimento? Como Jesus, queremos
colocar as crianças no centro e cuidar delas”.
Assim anunciou o Papa Francisco, na sexta-
-feira, 8, após a oração do Angelus, na Solenida-
de da Imaculada Conceição.
A ideia de um dia inteiramente dedicado
aos meninos e meninas surgiu de uma pro-
posta feita ao Papa, em julho, por uma criança,
Alessandro, de 9 anos, durante o Popecast, um
podcast feito pela mídia vaticana com Francisco
ao longo da JMJ Lisboa 2023.
vigilância diante das
tentações da corrupção
O Papa Francisco recebeu, na segunda-feira, 11, um grupo de
funcionários do Escritório do Auditor Geral, organismo vaticano
instituído há nove anos pelo motu proprio Fidelis dispensator et pru-
dens, por meio do qual o Pontífice lançou algumas reformas econô-
micas, que foram mais bem detalhadas na constituição apostólica
Praedicate Evangelium, publicada em 2022.
O Pontífice destacou que este Escritório se caracteriza pela inde-
pendência (não está vinculado hierarquicamente a outros órgãos),
atenção às práticas internacionais e profissionalismo: “Certamente,
aqueles que trabalham na Santa Sé e no Estado da Cidade do Vatica-
no o fazem com fidelidade e honestidade, mas a tentação da corrup-
ção é tão perigosa que precisamos estar muito atentos”.

Santa Sé detalha aos bispos as etapas até a assembleia do Sínodo de 2024

Bispos de todo o mundo receberam
na terça-feira, 12, uma carta dos Carde-
ais Mario Grech, Secretário-geral do Sí-
nodo, e Jean-Claude Hollerich, Relator-
-geral, com explicações sobre as etapas
de trabalho para os próximos meses em
vista da Assembleia Geral do Sínodo dos
Bispos, marcada para outubro de 2024.
O Sínodo, iniciado em 2021, tem como
tema “Por uma Igreja sinodal: comu-
nhão, participação e missão”.
Na carta, os Cardeais explicam que nos
próximos meses as Igrejas particulares são
chamadas a refletir sobre o documento-
-síntese publicado em outubro deste ano,
promover novas consultas e preparar con-
tribuições para o trabalho de 2024.
O texto especifica, citando as pala-
vras do Papa Francisco ao aprovar o do-
cumento-síntese, que “o Sínodo é sobre
sinodalidade e não sobre este ou aquele
tema... O importante é como a reflexão é
feita, ou seja, de modo sinodal”.
Com relação às questões individuais
que já surgiram, o documento enfatiza
que algumas delas “devem ser tratadas
em nível de toda a Igreja e em colabora-
ção com os Dicastérios da Cúria Romana,
como, por exemplo, o estudo preliminar
em vista da atualização” do Código de
Direito Canônico, da Ratio fundamenta-
lis sobre a formação dos ministros orde-
nados ou o aprofundamento da pesquisa
teológica e pastoral sobre o diaconato.
“Como fruto dos trabalhos de uma
assembleia sinodal, será apresentada
ao Santo Padre uma lista destes temas.
Sobre aqueles que Ele indicar, serão
Vatican Media
chamados a trabalhar grupos de peritos
de todos os continentes, com a partici-
pação dos Dicastérios competentes da
Cúria Romana, num dinamismo ecle-
sial coordenado pela Secretaria Geral do
Sínodo”, explicam os Cardeais Grech e
Hollerich.
A pergunta fundamental indicada
para continuar o trabalho é: “Como ser
uma Igreja sinodal em missão?”. O ob-
jetivo é identificar os caminhos a seguir
e os instrumentos a adotar para “valori-
zar a originalidade de cada batizado e de
cada Igreja na missão única de anunciar
o Senhor ressuscitado e o seu Evange-
lho”. Portanto, as reflexões não devem se
limitar “ao projeto de melhorias técnicas
ou processuais que tornem mais eficien-
tes as estruturas da Igreja, mas trabalhar
sobre as formas concretas do empenho
missionário a que somos chamados, no
dinamismo entre unidade e diversidade
próprio de uma Igreja sinodal”.
No documento, é lembrado, ainda,
que esta etapa não vai “começar do zero
ou repetir o processo de escuta e con-
sulta que caracterizou a primeira fase”, e
sim, “envolverá pessoas e grupos que ex-
primam uma variedade de experiências,
competências, carismas, ministérios no
seio do povo de Deus”.
Depois de recolher as contribuições
das dioceses, as conferências episcopais
irão redigir uma síntese e enviá-la à Se-
cretaria Geral do Sínodo até 15 de maio
de 2024. Com base neste material, será
redigido o Instrumentum laboris para a
assembleia de outubro do próximo ano.
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Armênia / Azerbaijão Liturgia e Vida

Nações se esforçam pela paz 3º DOMINGO DO ADVENTO
17 DE DEZEMBRO DE 2023

JOSÉ FERREIRA FILHO
osaopaulo@uol.com.br
Armênia e Azerbaijão anunciaram
o desejo de normalizar as relações bi-
laterais, após três décadas de conflito
pelo controle do enclave de Nagorno-
-Karabakh.
Esta área no sul do Cáucaso —
onde a Europa encontra a Ásia — é
palco de confrontos há anos. A tensão
pelo controle do território separatis-
ta cresceu nos últimos meses: no lo-
cal, reconhecido internacionalmente
como parte do Azerbaijão, vivem cerca
de 120 mil pessoas que se identificam
como armênias.
O Azerbaijão e a Armênia entra-
ram em guerra duas vezes por causa
da disputa de Nagorno-Karabakh:
primeiro no início da década de 1990,
após a queda da União Soviética, e no-
vamente em 2020.
Há três anos, o Azerbaijão recu-
perou territórios dentro e ao redor de
Karabakh que estavam sob controle da
Armênia desde 1994.
Desde dezembro do ano passado,
o Azerbaijão bloqueou a única rota
da Armênia para o enclave, conhe-
cida como corredor de Lachin. O
corredor é a única estrada que liga o
enclave ao território da Armênia. É
uma artéria essencial para abasteci-
mento, e os residentes de Nagorno-
-Karabakh relataram grave escassez
de alimentos básicos e medicamen-
tos nos últimos meses.
O Azerbaijão acusou os armênios
de usarem a estrada para circular su-
primentos militares, o que a Armênia
nega. Em setembro passado, houve
incursões militares e uso de artilharia
e baterias antiaéreas entre os países, in-
tensificando o clima de tensão e a pos-
sibilidade de uma guerra de grandes
proporções.
“Congratulo-me com a liberta-
ção de um número significativo de
prisioneiros armênios e azerbaija-
nos”, disse o Papa Francisco após o
Angelus no domingo, 10, na Praça
São Pedro, referindo-se a um acordo
sobre a libertação de 32 prisioneiros
de guerra armênios em troca de dois
soldados azerbaijanos.
“Uma grande esperança. Olho
com grande esperança para este sinal
positivo para a paz entre a Armênia e
o Azerbaijão e encorajo as partes e os
seus líderes a concluírem o tratado de
paz o mais rapidamente possível”, disse
Francisco.
A Armênia e o Azerbaijão emiti-
ram no dia 7 uma declaração conjunta
concordando em tomar medidas con-
cretas para normalizar as suas relações
altamente tensas e reafirmaram inten-
ções de assinar um tratado de paz antes
do final do ano.
Dirigindo-se à grande multidão
reunida na Praça São Pedro para ad-
mirar o presépio inaugurado na vés-
pera, Francisco também convidou
os fiéis a rezarem pelas populações
que sofrem por causa da guerra.
“Caminhamos para o Natal: somos
capazes, com a ajuda de Deus, de
dar passos concretos de paz? Que
todos os esforços sejam feitos para
abordar e eliminar as causas des-
te e de outros conflitos”, afirmou o
Pontífice.
Fontes: La Croix International e BBC Brasil
Alegrai-vos!
PADRE JOÃO BECHARA VENTURA
O Evangelho (que significa “boa notícia”) é
um convite à alegria. Para anunciar à Virgem
Maria a vinda de Cristo, o Arcanjo Gabriel
cumprimentou-a, dizendo: “Alegra-te, cheia
de graça!” (Lc 1,28). Jesus comparou o perdão
dado por Deus à alegria experimentada por
um pai que reencontra o seu filho perdido.
Encorajando-nos a suportar as tristezas deste
mundo em vista da vida eterna, Ele exortou:
“Alegrai-vos e exultai, pois grande será a vossa
recompensa nos Céus” (Mt 5,12).
Há uma alegria estável, própria da fé em
Cristo, que possui raízes na consciência da
proximidade de Deus. Ele fez-Se homem;
trouxe-nos o perdão; está na Eucaristia; habita
a alma em graça; e promete-nos a vida eterna!
Podemos dizer com todo o coração: “Exulto
de alegria no Senhor e minha alma regozija-
-se em meu Deus” (Is 61,10)! Por essa razão,
a antífona inicial do “Domingo Gaudete” nos
pede: “Alegrai-vos sempre no Senhor, alegrai-
-vos! O Senhor está perto” (cf. Fl 4,4s).
O estado de ânimo momentâneo pode ser
condicionado pelas circunstâncias melhores
ou piores da vida, por fatores do temperamen-

Colômbia to ou mesmo pela saúde psíquica. Contudo,

para além disso, podemos encontrar no fundo
da alma uma alegria espiritual discreta e cons-

Maior presépio vivo do mundo é inaugurado no país
O maior presépio vivo do mundo, reconhe-
cido quatro vezes pelo Guinness World Records,
foi inaugurado oficialmente no dia 2, em Bar-
ranquilla, na Colômbia. Em anos anteriores,
este presépio foi instalado em outras cidades
colombianas como Bogotá, Medellín e Cáli.
Iniciado em 2010, a proposta dos criadores
deste presépio é que se recupere a essência desta
importante data litúrgica “em um local que nos
dá a oportunidade de viajar no tempo, de viven-
ciar um Natal diferente para adultos e crianças,
interagindo de forma extraordinária no nasci-
mento do Menino Jesus”.
Instalado em um local com 18 mil metros
quadrados, esta representação do nascimento do
Menino Jesus conta com um total de 90 atores que interpretam
os históricos fatos que antecederam e sucederam o momento
da encarnação do Verbo narrado nas Sagradas Escrituras.
Entre as estruturas em tamanho real que foram cons-
truídas estão a carpintaria de São José, o palácio do rei
Divulgação/ Facebook El Pesebre Mas Grande Del Mundo
Herodes e a manjedoura onde o Menino Jesus foi coloca-
do logo após seu nascimento. Uma tradicional novena de
Natal será rezada com os visitantes a partir do dia 16 e o
presépio ficará aberto até o dia 8 de janeiro de 2024. (JFF)
Fonte: Gaudium Press
tante. Ela será muitas vezes o sustento para a
luta cotidiana e a força para se seguir adiante.
Quando sentirmos faltar a alegria, é preciso
meditar as palavras de São Paulo: “Estai sem-
pre alegres! Rezai sem cessar. Dai graças em
todas as circunstâncias, porque esta é a vosso
respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo.
Não apagueis o espírito!” (1Ts 5,16-18).
“Rezar sem cessar” é o que faz com que o
espírito não se apague. A oração cotidiana re-
nova, como um bálsamo, a unção da alma e
permite enxergar os acontecimentos com os
olhos de Deus. Aqueles que conseguem pas-
sar o dia em diálogo com o Senhor, pensan-
do Nele, adorando-O e oferecendo-Lhe suas
obras, encontram uma alegria muito mais fina
e duradoura que aquela oferecida por uma
boa comida, pelo descanso ou outros prazeres
sensíveis.
Em especial, é preciso “dar graças em to-
das as circunstâncias”. Há quem se afunde, por
ingratidão, em um estado de ânimo tenebro-
so. Tem os olhos viciados, direcionados para
o mal. Vê razões para se lamentar em tudo,

Vaticano e vai se tornando incapaz de reconhecer (e

agradecer) as inumeráveis coisas boas (gran-
des ou pequenas) que Deus e os outros lhe fa-

Bênção do Menino Jesus retorna à Praça São Pedro
Como manda a tradição, no 3º
Domingo do Advento a “Bênção do
Menino Jesus” regressa à Praça São
Pedro, tornando-se um acontecimen-
to imprescindível no caminho do Na-
tal para os oratórios, grupos juvenis,
paróquias e famílias de Roma.
O tema desta nova edição do
encontro, lançado no final dos anos
1960 por São Paulo VI, é “Jesus, um
dom para todos”, sublinhando o sig-
nificado Daquele que está no centro
da celebração do Natal, um verda-
deiro dom para a Igreja e toda a
humanidade.
No domingo, 17, desde a madruga-
da, a Praça São Pedro acolherá grupos
de crianças, adolescentes e catequis-
tas das paróquias romanas para um
momento de encontro e animação,
organizado pelo Centro de Oratórios
Romanos.
Nos últimos anos, este evento ga-
nhou popularidade na Itália e no ex-
terior (Estados Unidos, Filipinas, In-
glaterra, Irlanda, países da América do
Sul e muitos outros).
O encontro representa um mo-
mento central no caminho dos orató-
rios rumo ao Santo Natal, colocando
no centro o verdadeiro protagonista e
ajudando jovens e idosos a viver ple-
namente a centralidade do nascimen-
to do Menino Jesus nas paróquias e
nas suas famílias. (JFF)
Fonte: Zenit
zem. Acaba por perder a liberdade interior e a
alegria… Não! É preciso dar graças em tudo,
“esta é a vontade do Senhor”!
Para se reencontrar a alegria, é preciso tam-
bém ser generoso com Deus e com os outros.
Quando nos comprometemos a servir e pen-
sar nos demais, os motivos de lamentação vão
gradativamente desaparecendo; diminuem os
sentimentos de autocompaixão; e esquecemo-
-nos de nós mesmos. Afinal, “há maior alegria
em dar do que em receber” (At 20,35).
Com um olhar mais “de Deus”, reconhe-
cendo que Ele está perto, veremos a verdade
destas palavras de Cristo: “A vossa tristeza se
transformará em alegria” (Jo 16,20).
20 | Reportagem | 13 a 19 de dezembro de 2023 |
No Museu de Arte Sacra, duas exposições
tratam sobre a tradição dos presépios
DANIEL GOMES
osaopaulo@uol.com.br
Confeccionados em diferentes ma-
teriais, formas e tamanhos, 93 conjun-
tos de presépios estão sendo expostos
pelo Museu de Arte Sacra de São Paulo
(MAS SP), mantido pela Secretaria da
Cultura, Economia e Indústria Criativas
do Estado de São Paulo.
Iniciadas no dia 2, as exposições “As
Tradições nos Presépios do Museu de Arte
Sacra de São Paulo”, na sede da instituição,
e “A Tradição Paulista de Presépios”, na
Sala MAS/Metrô – Estação Tiradentes,
podem ser vistas até 7 de janeiro de 2024.
“A tradição da montagem de presé-
pios varia conforme cada país, e de re-
gião para região brasileira, com várias
maneiras de representar e ambientalizar
o nascimento de Cristo, tanto pela for-
ma, desenho ou disposição dos persona-
gens quanto pela escolha dos materiais
para constituir a estrutura dessas perso-
nagens”, detalha, ao O SÃO PAULO, o
museólogo Ramon Vieira, coordenador
das exposições. “Cada cultura, localida-
de, traz um elemento novo para a cena
do presépio”, complementa.
UM RICO ACERVO
No interior do MAS SP, os conjuntos de
presépios estão dispostos conforme a tipo-
logia de tradição, remetendo tanto ao clás-
sico presépio, concebido por São Francisco
de Assis em 1223, quanto a representações
da natividade peculiares de alguns países.
No centro de SP, Franciscanos celebram os 800 anos do primeiro presépio
Menos de um mês depois de o Papa
Honório III ter aprovado a regra da Or-
dem dos Frades Menores, em novembro
de 1223, São Francisco de Assis externou
essa alegria representando a natividade
do Menino Jesus. “Ele decidiu que aquele
Natal seria vivenciado de um modo dife-
rente: pediu emprestado uma gruta para
um senhor na aldeia de Greccio, con-
vidou o povo, que para lá acorreu com
tochas, e todos passaram a noite cantan-
do, rezando, e houve a celebração da Eu-
caristia. Tudo foi feito para penetrar no
mistério da encarnação”.
A explicação é do Frei Mário Tagliari,
Pároco e Reitor do Convento e Santuário
São Francisco, no centro da capital, onde
no dia 3 foi aberta a 34a Exposição Fran-
ciscana Permanente de Presépios, desta
vez ainda mais especial, por ocasião dos
800 anos da criação do presépio por São
Francisco de Assis. O tema desta edição
é “Belém é aqui”.
Quem chega à exposição se depara
com uma grande imagem centenária de
São Francisco de Assis, talhada em ma-
deira, em atitude de oração diante do
Menino Jesus. “São Francisco compôs o
presépio três anos antes de morrer. Ele já
havia estado na Terra Santa. Encantado
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Presépio originário da Nigéria é um dos que estão na exposição do MAS SP, até 7 de janeiro
Há, por exemplo, o tradicional pre-
sépio napolitano, composto por 1,6 mil
peças italianas do século XVIII. Nesta
representação, o nascimento do Meni-
no Jesus ocorre em meio ao cotidiano
de uma vila de Nápoles. “No presépio, o
visitante vai perceber imagens de alguns
vendedores de frutas e de carne, além de
outros comerciantes, mas há também os
personagens principais: Maria, José, o
Menino Jesus, os pastores e os reis ma-
gos”, detalha Vieira.
Em cada presépio também são per-
cebidas peculiaridades dos países, como
a representação de animais característi-
cos. Há, ainda, a incorporação de outros
elementos folclóricos, pequenas caixas,
lapinhas, miniaturas etc.
Presépios originários do Japão, Zim-
bábue, Nigéria, Portugal, Itália, Espanha
e países latino-americanos integram a
exposição, bem como de diferentes par-
34ª Exposição Franciscana Permanente de Presépios tem obras feitas com variados materiais
com o que viu em Belém, pensou que em
Greccio também se poderia vivenciar o
que lá houve. O que temos no presépio,
portanto, é o encantamento de São Fran-
cisco pela humanidade de Deus, a par-
tir da figura do Menino Jesus”, detalha
Frei Mário.
CRISTO NASCE EM
DIFERENTES CULTURAS
Este ano, a exposição permanente
conta com 32 presépios, provenientes
Iran Monteiro/MAS SP
tes do Brasil, com traços regionais. “Mes-
tre Vitalino [Vitalino Pereira dos Santos,
1909-1963], um artesão, artista popular
de Caruaru (PE), moldou peças em bar-
ro, fazendo alusão a personagens e ca-
racterísticas da região. Em seu presépio,
Maria Bonita e Lampião estão entre os
personagens”, exemplifica Vieira.
DE VÁRIAS PARTES
DE SP PARA O METRÔ
Na exposição “A Tradição Paulista
de Presépios”, na Sala MAS/Metrô – Es-
tação Tiradentes, o visitante encontrará
pinturas, esculturas e objetos que de-
monstram a variedade de técnicas em-
pregadas pelos artesãos, indicando a tra-
dição cultural e religiosa dos paulistas na
montagem de presépios e lapinhas.
Ramon Vieira explica que levar es-
sas produções artesanais para um típi-
co espaço da metrópole, o Metrô, ajuda
Luciney Martins/O SÃO PAULO
de países como Bolívia, Peru, China, Itá-
lia, Israel e de diversas regiões do Brasil.
“Isso mostra a universalidade do misté-
rio da encarnação, com Deus se tornan-
do um de nós em todas as culturas”, res-
salta o Frade.
Rafael Herrera, organizador da mostra
juntamente com sua esposa, Sueli Herre-
ra, detalha à reportagem a diversidade de
materiais utilizados nos presépios, como
tecido, madeira, argila, terracota, gesso,
varetas de cipó, biscuit e resina.
a mostrar a riqueza da arte paulista: “A
produção da imaginária de São Paulo
está muito mais no interior, em grandes
núcleos como Aparecida, muitas cidades
do Vale do Paraíba e de outras regiões do
estado. Nessa exposição, é interessante
ver o contraponto entre esses presépios
e os que são concebidos aqui na capital,
alguns destes com o uso de materiais re-
cicláveis ou elementos mais industriali-
zados, como o vidro, por exemplo”.
Vieira destaca, ainda, a influência
portuguesa na produção dos primeiros
presépios, e lembra a relevância das ima-
gens-amuleto de nó de pinho e as singu-
lares paulistinhas: “Esta tradição santei-
ra, hoje representada pelos figureiros do
Vale do Paraíba, é um testemunho vivo
da expressão artística e religiosa que per-
dura ao longo dos anos”.
EXPOSIÇÕES NO MAS SP
Até 7 de janeiro de 2024
‘As Tradições nos Presépios do
Museu de Arte Sacra de São Paulo’
De terça-feira a domingo, das 9h às 17h
Avenida Tiradentes, 676, Luz (ao
lado da estação Tiradentes do Metrô)
Ingressos: R$ 6,00 (R$ 3,00 meia
entrada). Gratuito aos sábados
‘A Tradição Paulista de Presépios’
Estação Tiradentes do Metrô
Gratuito para os usuários do Metrô
Informações:
(11) 3326-3336// (11) 99466-6662
https://museuartesacra.org.br
INDULGÊNCIA
Desde a sexta-feira, 8, Solenida-
de da Imaculada Conceição, até 2 de
dezembro de 2024, Festa da Apresen-
tação do Senhor, todos que visitarem
uma igreja sob os cuidados pastorais
dos Franciscanos e se detiverem em
oração diante do presépio poderão
obter a indulgência plenária, confor-
me foi concedido pelo Papa Francisco,
por meio da Penitenciaria Apostólica,
desde que também cumpram as ou-
tras exigências para tal: a busca pelo
sacramento da Confissão, a comunhão
eucarística na missa e rezar nas inten-
ções do Papa. (DG)
34ª EXPOSIÇÃO FRANCISCANA
PERMANENTE DE PRESÉPIOS
Até novembro de 2024
Sábados, das 9h às 15h;
domingos, das 9h às 12h
Agendamentos para outros
dias: (11) 99546-2500 e
(11) 3291-2400
Endereço: Convento e Santu-
ário São Francisco (Largo São
Francisco, 133, Centro)