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CARTA

Ano LXIII - fevereiro/março 2023 - 551

EQ U I P E S D E N O S S A S E N H O R A
MENSAL
Campanha da
Fraternidade
2023

Desafios
temáticos -
2023
página 3

A irradiação
das Equipes
página 24
Índice
EDITORIAL
ACESSE CARTA
.....................................................................................................................1
SUPER-REGIÃO MENSAL SONORA:
Os chamados ao ser equipista.......................................................................... 2
Os desafios temáticos para 2023...................................................................... 3
1ª Reunião de equipe - 25 de fevereiro de 1939.................................................... 5
Confissão e penitência....................................................................................6
Tema do ano: Capítulo I.................................................................................. 7
Quaresma - Tempo de conversão e misericórdia.................................................8
Imitando apenas 3 virtudes de Maria.................................................................9
CORREIO DA ERI
A razão de ser eclesiológica das Equipes de Nossa Senhora..................................10
ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS
Vocação....................................................................................................... 12
IGREJA CATÓLICA
Em Maria, o Poderoso fez maravilhas!..............................................................14
Artigos sobre a Fratelli Tutti............................................................................ 15
Congresso Eucarístico Nacional 2022..............................................................16
DATAS RELIGIOSAS NOTÍCIAS
A influência de São José no Sim de Maria.......................................................... 17
A Anunciação do Senhor................................................................................18
Está sendo
Quarta-feira de Cinzas: o início de um itinerário quaresmal................................19 publicado
DATAS DO MOVIMENTO somente na
D. Nancy - Uma dádiva concedida por Deus..................................................... 20 CM DIGITAL
DATAS COMEMORATIVAS acesse pelo site
8 de Março: Dia Internacional da Mulher!......................................................... 21
EXPERIÊNCIAS INOVADORAS ens.org.br
Unindo os dois sacramentos, o sacerdócio e o matrimônio..................................22 CM 551
VOCÊ NA CARTA
Discernimento para CRE................................................................................23
Permanecer unidos para dar bons frutos...........................................................23
O testemunho alcança..................................................................................23
Momentos formativos...................................................................................23

ENS_CM 551_fev/mar_miolo-capa_NB
RAÍZES DO MOVIMENTO
A irradiação das equipes................................................................................ 24
CNSE
Nossa missão nas CNSE................................................................................ 26
TESTEMUNHO
O sim inspirador de Maria.............................................................................. 27
Vocação matrimonial................................................................................... 28
PARTILHA E PCE
Retiro......................................................................................................... 29
A grande bênção dos PCEs............................................................................ 30
FORMAÇÃO no 551
“Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24, 32-33)........................................ 31 edição
REFLEXÃO fevereiro/março
Verdadeiros discípulos ou fariseus?..................................................................32 2023

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa”
Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Lu e Nelson - Equipe
Editorial: Responsáveis: Débora e Marcos - Cons. Espiritual: Pe. Franciel Lopes - Membros:
Lázara e Edison - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622), para distribuição interna aos seus membros.
Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390, Cj. 144, Perdizes - 05005-000 -
São Paulo SP - Fone: 11 98201-8282 - email: novabandeira@novabandeira.com - Responsável: Ivahy Barcellos -
Revisão: Jussara Lopes - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Douglas D. ­Rejowski - Imagens:
Can Stock Photo Capa: Bartolomé E. Murillo - D. Diego dando comida aos pobres. Tiragem desta edição: 25.216 exs.
Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS - Carta Mensal,
Av. Paulista, 352, 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo-SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de
Débora e Marcos. Importante: consultar instruções, antes do envio de material para a Carta Mensal no site ENS
(www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.
EDITORIAL

Queridos equipistas! anualmente trazemos à memória os


Começando mais um ano de servi- marcos históricos que alicerçaram e
ço, desejamos encontrá-los em paz e continuam a nos impulsionar.
com muita esperança, como nos indi- Nesta oportunidade, temos dois ar-
ca Papa Francisco: “A esperança é o ar tigos com grande riqueza, um sobre
que o cristão respira”. Vejam o artigo na a primeira reunião de equipe e outro
bandeira Palavra do Papa. sobre o aniversário de D. Nancy – cuja
Queremos de forma especial recomen- vida sacramental com Pedro Mon-
dar a leitura do artigo escrito por Pe. cau serve de exemplo e testemunho
Londoño, SCE da ERI, em que mostra a da vocação e missão que receberam
razão de as ENS serem eclesiológicas. e concretizaram com toda a humani-
Assim, o Papa Franscisco tem a preocu- dade que Deus lhes deu. Um exemplo
pação em tornar visível e ativo o Concí- de amor para todos nós.
lio Vaticano II. E nós, equipistas, deve-
Homenageando o Dia Internacional
remos nos reconhecer nos convites e
apelos feitos. Ele quer que os batizados da Mulher Pe. Francisco Valter, da Re-
se tornem cada vez mais conscientes do gião Norte II, escreveu que desde a ori-
que somos e do que somos chamados a gem a mulher é vocacionada a “criar
ser, vocação. Na perspectiva da voca- harmonia” no mundo, a começar por
ção, temos vários artigos que poderão sua própria família. Parabéns a todas
nos ajudar a compreender por que tere- as mulheres!
mos, pela terceira vez, o ano vocacional. Para melhor compreender nosso tema
São os seguintes: o de Tatiana e Rubens, de estudo, teremos durante esse ano a
no Encontro Mundial das Famílias, o de contribuição do Pe. Antonio Elcio, da
Pe. Rafael, SCE da Província NE I, e o de província Sul II, sobre a encíclica Fra-
D. Moacir em que diz: o chamado de telli Tutti, dando uma visão geral e fa-
Deus é contínuo, porém, para ouvi-lo, zendo um link com o tema de estudo
precisaremos de silêncio, embora ele deste ano.
seja forte, seguro e decisivo!
Aproveitem os subsídios e vivam a
Como orientação, Lu e Nelson nos di- Quaresma na sua integralidade e como
zem sobre a fome que é tema da Cam- oportunidade de aprender a escutar a
panha da Fraternidade e amplia nossa Jesus, como disse Pe. Lucivaldo (SCEP
compreensão, pois a fome é ausência ou
Norte) e lembrem-se que reconhecer
falta de algo, e não exatamente, de ali-
o pecado é o início da conversão e re-
mentos. Portanto, o casal pode dedicar-
-se a ser equipista e, ao mesmo tempo, conciliação (Pe. To-
às atividades e propostas da Igreja, den- ninho , SCEP Sul I).
tro da qual a santidade se concretiza. Amados equipistas,
Grande riqueza! O primeiro capítulo do vários outros te-
tema de estudo nos aponta que a au- souros temos nesta
sência de vinho não precisa ser definiti- edição e desejamos
va... a solução é Cristo, assim está na re- que os aproveitem.
flexão de Edna e Sebastião, CRP Norte. Boa leitura!
Conhecer e amar nosso Movimento, Débora e Marquinho
sempre, é tarefa do equipista, por isso CR Carta Mensal

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SUPER-REGIÃO

Os chamados ao ser equipista

O novo ano de 2023 já iniciou e no nascimento dos filhos, na orde-


com ele as diversas atividades do Mo- nação ou consagração, na experi-
vimento para construirmos juntos o ência comunitária e pilotagem, no
percurso da santidade conjugal. Digo exercício de uma missão dentro do
as atividades do Movimento porque Movimento ou no serviço pastoral
as atividades dos equipistas – vivência na paróquia.
dos PCEs; da entreajuda; da busca da Lembremos que nada é tão decisivo
verdade e da realização da vontade de e às vezes perturbador para nós do
Deus na vida pessoal, conjugal e fami- que nos percebermos lembrados por
liar – nunca devem cessar. Não somos Deus, desejados por Ele, e sermos dig-
equipistas apenas em uma reunião nos da confiança Dele ao nos enviar
formal, informal ou alguma atividade em missão. O chamado é forte, segu-
do Movimento, mas em todo tempo ro e decisivo, por isso não podemos ter
e lugar, pois não estamos equipistas, medo de responder e segui-Lo!
mas somos equipistas.
Não sejamos equipistas de ocasião
Ser equipista – casal, sacerdote, (quando o Movimento nos agrada),
religioso(a) ou diácono – é uma res- ou equipistas de casca (vestindo ca-
posta ao chamado de Deus. Este con- misas físicas, mas sem nos envolver
vite é algo misterioso, pois se realiza profundamente com a vida do Mo-
na “escuridão” da fé. Às vezes, tal vimento). Sejamos equipistas voca-
chamado nos chega como uma voz cionados! Equipista e equipes do cer-
tênue e discreta que exige de nós um ne do Movimento! Estes são os equi-
silêncio profundo para captá-la e dei- pistas que Deus
xar-se orientar por ela. deseja e o Movi-
Este Ano Vocacional nos recorda que mento precisa!
a vocação, o chamado de Deus, é Coragem! Res-
contínuo. Deus nos chama sempre! pondamos sim e
Também é verdade que tal chama- vamos em frente,
do possui momentos característicos pois Deus é Bom
que nos marcam em tempos de nos- sempre!
sa vida, por exemplo: no assumir o D. Moacir Arantes
nosso lugar na Igreja, no matrimônio, SCE Super-Região

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SUPER-REGIÃO

Os desafios temáticos para 2023


Olá, queridos irmãos equipistas, inquietavam o coração de Jesus, e são
Quando receberem essa Carta Men- expressados na Campanha da Frater-
sal estarão acontecendo em todo o nidade que nos mobiliza para despertar
Brasil os EACREs, onde receberão as e viver a fraternidade com quem sofre.
orientações do Movimento para se- Este ano o tema será: "A Fraternidade e
rem trabalhadas ao longo deste ano. a Fome; e o lema “Dai-lhes vós mesmos
Como em todo início de ano nossa de comer!” (Mt. 14,16). A apresenta-
Igreja no Brasil também propõe aos ção do texto-base lembra-nos que a CF
cristãos uma reflexão sobre assuntos é um modo brasileiro de viver a Quares-
que nos levem a alguma ação em fa- ma. Ela nos dá uma situação específi-
vor dos irmãos menos favorecidos ou ca que nos ensina aquilo que o pecado
mais fragilizados com a Campanha produz quando não é enfrentado. Sen-
da Fraternidade. do assim, um convite ao enfrentamen-
É sempre importante que nós nunca to do pecado e de suas consequências,
nos esqueçamos que o nosso carisma mas também de suas raízes por trans-
como equipista é um florescer da voca- formações estruturais na vida pessoal,
ção batismal e consagração matrimo- conjugal e na sociedade. A palavra dita
nial. Somos equipistas porque recebe- por Jesus no início do seu evangelho
mos o batismo tornando-nos cristãos; “O tempo já se completou e o Reino
porque recebemos o sacramento do de Deus está próximo! Convertei-vos
matrimônio tornando-nos casal cris- e crede no Evangelho” (Mc. 1,15) nos
tão sacramentado. indica 3 pontos para reflexão:
Um casal cristão não pode viver sua 1º - Existe um tempo chamado ­kairós,
vocação e missão alheios aos apelos que é um tempo favorável para a rea-
do Espírito Santo através de sua Igreja, lização de algo. Na fala de Jesus uma
por isso cabe-nos viver o carisma das realidade aguardada se apresenta. Um
equipes, e viver sua eclesialidade uni- percurso preparatório foi finalizado, por
versal (em comunhão com toda a Igreja isso o tempo “se completou”. A finali-
através do Papa) e local (em comunhão zação de um processo indica uma de-
com sua Igreja particular que se concre- cisão a ser tomada: participar do Reino
tiza nas paróquias, comunidades, mo- de Deus.
vimentos e grupos pastorais através do 2º- A primeira condição para parti-
bispo e dos presbíteros). cipar deste Reino: Converter-se (fa-
Um casal pode dedicar-se a ser equipis- zer penitência), os PCEs estão dentro
ta e praticar a mística das equipes em desta dinâmica de transformação do
vista da realização de sua santidade e ser humano e dos relacionamentos a
ao mesmo tempo dedicar-se às ativi- partir da ascese, do esforço pessoal e
dades e propostas da Igreja, dentro da conjugal. A conversão é consequência
qual a santidade se concretiza. de uma consciência sobre uma realida-
Entre as propostas da Igreja do Brasil de pessoal, conjugal ou social que nos
destaca-se o convite a viver a Qua- pede uma nova atitude, uma mudança
resma e sua espiritualidade (tarefa de ou transformação do ser através de um
toda Igreja universal) e, dentro da Qua- novo modo de agir.
resma, refletir sobre temas que devem 3º- A segunda é: Acreditar (crer) na
inquietar os nossos corações, como Boa Notícia (Evangelho). O Evangelho
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SUPER-REGIÃO

é a vida de Cristo que se expressa atra- fundamental é a mesa, o partilhar al-


vés de seus atos e de suas palavras (en- gum alimento, com profundo senti-
sinamentos). Jesus diante da realidade do eucarístico. E Jesus, ao falar da vida
do pecado traz uma boa notícia: Deus eterna, utilizou a imagem do banquete,
Salva (Jesus – IHS = Jesus Salvador do da experiência da saciedade e da ple-
Homem / Ieshua). Jesus se confrontava nitude. Ele nos ensina que o desejo do
com as realidades (cegueira, adultério, banquete eterno deve se traduzir em
defeito físico, fome etc.), manifestava atitudes de compromisso com uma so-
uma ação que libertava daquelas situ- ciedade em que é preciso colocar “pão
ações pela interferência da Graça de em todas as mesas”.
Deus para curar e transformar usando Jesus é aquele que viu a necessidade
a mediação humana. das pessoas e sentiu compaixão, e sua
A reflexão deste ano nos coloca diante compaixão se traduziu em atitude para
da realidade da FOME. E o tema deve responder aquela necessidade. A fome
nos fazer considerar que a fome é uma é uma pergunta, a compaixão é a res-
reação do organismo manifestando a posta! Jesus compromete seus discípu-
falta ou a ausência de algo. Esta fome los a agirem a partir de sua compaixão
pode ser material (do corpo), pode ser e não do raciocínio econômico. A mu-
afetiva (do coração) ou pode ser espiri- dança começa com os apóstolos, eles
tual (da alma). A fome é uma realidade escutam o Senhor que lhes dá uma or-
que sempre afeta o ser como um todo dem: “Dai-lhes vós mesmos de comer”
e interfere em seus relacionamentos, (Mc. 6,37), portanto que eles mesmos
suas posturas, seu modo de estar e agir alimentem a multidão. Mesmo que a
no mundo. Existe fome de Deus, de paz, percepção seja, no princípio, de um, a
de fraternidade, de verdade, de concór- ação deve ser conjunta.
dia e de tudo que pode nos tornar mais Que possamos viver esta Quaresma,
humanos. Assim, pode-se ter fome de com profundo espírito de solidariedade.
tudo e de qualquer coisa segundo a ne- Que o jejum abra o coração aos que so-
cessidade, o vazio e a ausência daquilo frem com a fome. Que a solidariedade
que é necessário para o existir em ple- seja intensificada na colaboração para
nitude e o bem viver neste mundo e na encontrar soluções criativas para a su-
Graça de Deus. peração da fome no nível mais imediato
A fome de um ser humano sempre será (assistencial), mas também no nível da
um desafio para todos, um desafio hu- promoção da justiça social.
manitário e cristão. Este desafio tam- Todo o tema desta CF foi trabalhado a
bém está diante dos equipistas, pois partir do Magistério do Papa Francisco,
nas equipes viver a entreajuda é um dos das orientações dos diversos dicastérios
elementos fundamentais da mística! O e dos dados colhi-
objetivo da entreajuda é dar uma res- dos de diversos ins-
posta fraterna diante da necessidade titutos de pesquisa.
manifestada pelo outro (no matrimô-
nio, na equipe, na família, mas também Que possamos ou-
na sociedade humana). Vivemos na vir o apelo de Jesus
equipe a dimensão da partilha: da casa e nos unirmos na
(acolhida), do pão (refeição), da palavra, construção do Rei-
das orações, da vida, das necessidades. no de Deus!
Lu e Nelson
Em nossas equipes um elemento CR Super-Região

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SUPER-REGIÃO

1ª Reunião de equipe - 25 de fevereiro de 1939


A importância de estar aberto à gra- seus desafios, as adversidades e as
ça de Deus e ao sopro do Espírito Santo dificuldades de seu tempo e venceu,
fez com que todos nós pudéssemos ser assim como também hoje temos vi-
agraciados com o legado deixado pelos vido e vencido com a graça de Deus,
4 primeiros casais que em 25 de feverei- que conta com cada um de nós para
ro de 1939 em Paris,na Rue Champ de a edificação do Seu Reino.
Mars,33,se reuniram com Padre Caffa- Não poderíamos deixar de mencio-
rel para a primeira reunião de equipe lan- nar o casal Nancy e Pedro Moncau,
çando a semente do nosso Movimento. que em 1950 trouxe o Movimento
Esses 4 jovens casais eram Frédéric e para o Brasil e recebeu do Padre Ca-
Marie Françoise de la Chapelle, Michel ffarel a tarefa de ser responsável pelo
e Ginette Huet, Gérard e Madeleine desenvolvimento no país da fórmula
d’Heilly, Pierre e Rozenn de Montja- das Equipes de Nossa Senhora.
mont e tinham respectivamente 6, 5, Há 83 anos e presente nos cinco con-
4 e 2 anos de casados. tinentes, com mais de 160 mil mem-
Nascia então o Movimento das Equi- bros, essa graça continua a ser der-
pes de Nossa Senhora! ramada todos os dias. Reflitamos de
Naquele momento eles não sabiam que forma participamos hoje na nossa
como responderiam à exigência do equipe de base, se como construtores
amor de Deus, da busca da santidade ou inquilinos desse tesouro que nos
conjugal e de que forma o sacramen- fora deixado.
to do matrimônio os levaria a Deus, Possamos sob a proteção de nossa
mas eles tinham a certeza de que fa- Mãe Maria, patrona de todas as equi-
riam essa busca juntos, com a união pes, manter nossas equipes fortes e
dos dois sacramentos, o sacramento acolhedoras, continuadoras da obra
do matrimônio e o sacramento da or- do Padre Caffarel.
dem, e a oração já ocupava lugar de- “Sempre voltado para a procura de
finitivo nessa caminhada. Deus e o anúncio do seu Evange-
Como a obra é de Deus, nem mes- lho, tinha presente no seu espírito e
mo a guerra os impediu de seguirem no seu coração os casais das equi-
perseverantes nessa espiritualidade e pes que funda-
atenderem a esse chamado de, como ra e dirigira com
batizados e sob a proteção da Virgem o carinho de um
Maria, buscar para eles e para os que pai e o zelo de um
os sucederiam (naquele momento mestre.”.
ainda não faziam ideia do legado) a CM 323, Nancy
vivência verdadeira do matrimônio. Cajado Moncau
Essa equipe construída sobre a ro- Rose e Rubens
cha (Mt 7,24-25) também teve CRP Sul I

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SUPER-REGIÃO

Confissão e penitência
Queridos equipistas, é sempre uma disponível para os que buscam trilhar o
alegria poder me comunicar através caminho de conversão e da santidade.
desse meio com vocês. Que a paz do Penitência ou reconciliação é o sacra-
Senhor Jesus esteja com todos vocês, mento em que obtemos a misericórdia
meu carinho e orações. Divina, o perdão da ofensa feita a Deus
Para falar desse sacramento tenho que e ao próximo. Quanto melhor se conhe-
falar do amor de Deus por nós. “Deus é ce o sacramento da reconciliação, mais
amor” (1Jo 4, 16), amor eterno, infini- se aprecia este verdadeiro dom de Deus.
to, substancial. Assim como tudo o que Cristo institui este sacramento para a
há em Deus é belo, bom, perfeito, san- remissão dos pecados de todos os bati-
to, do mesmo modo tudo o que há em zados que se afastaram de Deus. O po-
Deus: beleza, santidade, sabedoria, ver- der Divino atuando através do ministé-
dade, onipotência e até sua justiça são rio sacerdotal, restabelece a comunhão
amor. O amor em Deus e o ato eterno rompida pelo pecado.
de sua vontade, ato perfeitíssimo e san- O pecado provoca angústia e fere as re-
to, porque sempre voltado para o sumo lações fundadas na verdade e no amor
bem, é este o amor com que Deus ama. na justiça e na solidariedade, afasta de
Deus ama com o amor totalmente gra- Deus e pode produzir a morte definitiva.
tuito, livre, sumamente puro, com amor O remédio do sacramento da penitên-
que é, ao mesmo tempo, benevolência cia é a misericórdia de Deus que, movi-
que quer o bem da criatura e beneficên- do por compaixão, perdoa, reconcilia e
cia que faz seu bem.Amando o sere hu- restaura a pessoa que se converte sob
mano Deus lhe dá a vida, infunde nele a ação do Espírito Santo e recebe a ab-
a graça, convida-o à santidade, atrai-o solvição do sacerdote que age em nome
a si, torna-o participante de sua felici- de Cristo Jesus.
dade eterna; tudo o que somos e temos Através do sacramento da reconcilia-
é dom de seu amor infinito. ção somos convidados a sentir o gran-
Esse amor, quando de Deus, dá a liber- de amor de Deus e como cristãos ca-
dade total para os seres humanos, o pe- tólicos e equipistas convidados a fa-
cado torna-se assim consequência do zer a experiência desse sacramento ao
mau uso da liberdade. menos uma vez por
É a recusa da felicidade que Deus ofe- ano, pois estamos
rece, através do caminho que a Igreja no caminho da san-
indica como mãe e mestra. tidade, e ser santos,
amar sempre como
Reconhecer o nosso pecado é o início da
Deus nos ama.
conversão e da reconciliação. O “sim”
eterno do amor de Deus é mais forte A todos a Bênção
do que o “não” do ser humano peca- de Deus.
dor. O amor de Deus é mais forte do Padre Toninho
que o egoísmo humano e está sempre SCEP Sul I
6 CM 551
SUPER-REGIÃO

Tema do ano:
Capítulo I
Eles não têm mais vinho
Como viesse a faltar vinho, a mãe de
Jesus disse-lhe: Eles já não têm vinho. (Jo 2,3)
Os acontecimentos das Bodas de Caná não existe desse vinho! Quantas mulheres,
nos ensinam a aprender com Maria a ter sozinhas e tristes, se interrogam quando foi
um olhar atento às dificuldades do próxi- embora o amor, quando o amor se diluiu da
mo, a não ficar indiferentes. sua vida! Quantos idosos se sentem deixados
Maria poderia não ter se importado com fora da festa das suas famílias, abandonados
o que acontecia ou ser a voz dos que cri- num canto e já sem beber do amor diário dos
ticam. No entanto, ela toma uma atitu- seus filhos, dos seus netos, dos seus bisnetos.
de solidária; uma das grandes lições dessa A falta desse vinho pode ser efeito também da
passagem bíblica é sabermos identificar a falta de trabalho, das doenças, situações pro-
falta do vinho em nossas vidas. blemáticas que as nossas famílias atravessam
em todo o mundo. Maria não é uma mãe 're-
Só busca cura para enfermidade quem clamadora',nem uma sogra que espia para se
constata a existência dela instalada no cor- consolar com as nossas inexperiências,os nos-
po. O vinho começa a se esvair não porque sos erros ou descuidos.Maria,simplesmente,é
a talha se quebrou, mas esvazia por conter mãe! Permanece ao nosso lado, atenta e solí-
uma pequena rachadura, rachadura não cita.” (Homilia do Papa Francisco, 6 de julho
selada. Quantas pessoas vivem relaciona- de 2015, Equador)
mentos abusivos, casos de infidelidades,
Um amigo sempre recorria a mim para aju-
famílias sem diálogo, filhos trocam as con-
dá-lo na mudança: carregar o piano e o fo-
versas à mesa por divã, brigas por sentir-se gão de barro. Engraçado que ele não pos-
humilhado por um cônjuge receber salário suía nem um, nem outro. Agora percebo o
maior, a exclusão de Cristo da rotina fami- que sabiamente queria dizer: todo processo
liar e pessoas que não possuem o mínimo de mudança acontece com ajuda. Não po-
para viver com dignidade. São alguns dos demos viver a plenitude matrimonial sem a
furos que precisam ser calafetados. ajuda de Cristo.
Ao levar a Jesus a falta de vinho, Maria nos Busquemos Cristo, o
diz: a ausência de vinho não precisa ser de- vinho novo vindo do
finitiva, e aponta a solução: Cristo, o oleiro. Pai. Com Cristo e o
O vinho bom retorna às nossas vidas, não auxílio de Maria, ten-
de forma instantânea como foi a transfor- do como ferramentas
mação, mas através de uma adesão a um a fé e os PCEs, con-
projeto de amor recíproco. sertemos as racha-
Vejamos o que nos diz o Papa Francisco: “O duras de nossa talha.
vinho é sinal de alegria,de amor,de abundân- Magnificat.
cia.Quantos dos nossos adolescentes e jovens Edna e Sebastião
percebem que, em suas casas, há muito que CRP Norte

CM 551 7
SUPER-REGIÃO

Quaresma - Tempo de conversão e misericórdia


“Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai
completamente a minha culpa.” (Sl 50/51, 4)
Tempo de preparação para a Páscoa, de nossas faltas e lançarmo-nos no
que exigirá aproveitar a oportunidade oceano de sua misericórdia. Seja um
para os casais fazerem um check-up momento de retomarmos, com novo
de suas culpas, um profundo exame vigor, o nosso seguimento de Jesus.
de consciência, reverem as atitudes Entramos com Jesus no deserto, dei-
e redescobrirem o espírito de per- xando-se conduzir pelo Espírito, e se-
tença às Equipes de Nossa Senhora. jamos impelidos na alegria de esperar
Esse período nos propõe seis sema- a sua Santa Páscoa.
nas, com ajuda da Campanha da Fra- A Quaresma requer despojamento e
ternidade que será sobre a fome, para ares de silêncio. O clima seja de re-
ajudar-nos a renovar nosso espírito colhimento ou um tempo de grande
cristão e reacender novas posturas “retiro” em casal ou em família. Este
de generosidade. A Igreja nos ajuda tempo começa com a Quarta-feira
a progredir no conhecimento de Je- de cinzas, nos propondo a viver um
sus Cristo, correspondendo com uma período forte de penitência e con-
vida Santa na oração da Via sacra em versão, e se estenderá até a Quinta-
equipe, na oração do Terço Doloroso -feira Santa, com a ceia do Senhor.
e meditando, neste ano, o Evangelho Chegaremos à Páscoa pela estrada da
de Mateus. Quaresma, em casal – não deixe para
Uma oportunidade de aprender a o ano que vem. Aproveitemos já, pois
escutar a Jesus, alimentando eficaz- a providência paterna nos iluminará.
mente nosso espírito com a leitura Seja um período penitencial: reco-
diária da Palavra, que seja uma oca- nhecer os nossos pecados e invocar
sião de purificar nosso olhar de fé, o perdão de Deus, aproveitando para
buscando viver a perspectiva da Gló- fazer um caminho de arrependimen-
ria de Jesus. Será um tempo de ir à to. Seja um período para apressar nos-
fonte da misericórdia e contemplar, sa conversão e nossa volta para Deus,
no grande desafio da cruz, a bondade de todo coração, com ajuda de Nossa
do Pai que nos propõe buscar viver o Senhora das Dores. São 40 dias em
jejum de uma refeição, a esmola aju- que somos convidados a viver o mis-
dar a quem nos pede e mergulharmos tério de Jesus na vida pessoal e na vida
numa profunda experiência de oração de equipe. Reavivar o primeiro amor e
como remédio para nossos pecados. seja tempo de renovação interior, de
Uma ocasião de confessarmos: olhar “morte ao pecado”.
para nossas fraquezas e fragilidades, Abençoada e frutuosa Quaresma!
em vez de ficarmos julgando as pes- Pe. Lucivaldo Corrêa da Silva
soas; humilhar-nos pela consciência SCEP Norte

8 CM 551
SUPER-REGIÃO

Imitando apenas 3 virtudes de Maria


Profunda humildade: Maria sabia re- conflito. Devemos nos propor, firme-
conhecer-se como humilde serva,sen- mente, a não nos queixarmos da saú-
tia-se nada diante do Senhor, sem vai- de, do calor ou do frio… Temos que
dade nenhuma oferecia ao Senhor os renunciar, frases típicas, que são ditas
louvores que recebia e não havia nada pelos impacientes: “Você sempre faz
em seu coração que centrasse nela pró- isso!”, “De novo, já é a terceira vez que
pria.Nossa Senhora nunca se esqueceu você…!”, “Já estou cansado!”
que tudo nela era dom de Deus. Ela se Fé viva: Feliz porque acreditou, ade-
alegrava em servir ao próximo e se co- riu com seu “sim” incondicional aos
locava sempre em último lugar. planos de Deus. Nossa Senhora ge-
Imitando essa virtude:  Devemos rou para o mundo a salvação porque
buscar a humildade, pensando que se acreditou nas palavras do anjo, sua fé
temos qualidades e potenciais tudo salvou Adão e toda a sua descendên-
devemos a Deus. Nunca se deixar le- cia. Por causa desta fé, proclamou-a
var pelo orgulho, pela vaidade e so- Isabel bem-aventurada (Lc 1,45). A
berba. Sempre dispostos a servir aos inabalável fé de Nossa Senhora so-
outros, ter simplicidade na maneira freu imensas provas: – A prova do
de se apresentar e quando receber um invisível: Viu Jesus no estábulo de
elogio dar os créditos a Deus. Belém e acreditou que era o Filho de
Paciência heroica:  Nossa Senho- Deus; – A prova do incompreensível:
ra passou por muitos momentos de Viu-O nascer no tempo e acreditou
provação, de incômodo e de dor, mas que Ele é eterno; – A prova das apa-
suportou tudo com paciência. Nunca rências contrárias: Viu-O finalmente
se revoltou, nem mesmo quando viu o maltratado e crucificado e creu que
próprio filho na Cruz! Sabia que tudo Ele realmente tinha todo poder. Se-
era vontade de Deus. nhora da fé, viveu intensamente sua
Imitando essa virtude: Ter paciência é adesão aos planos de Deus com hu-
não perder a calma,manter a serenida- mildade e obediência.
de e o controle emocional, é saber su- Imitando essa virtude: A fé é um dom
portar os dissabores e contrariedades de Deus e, ao mesmo tempo, uma vir-
do dia a dia, suportar com paciência tude, devemos pedir a Jesus como fi-
nossas cruzes e ouvir as pessoas com zeram os apóstolos para aumentar a
calma e atenção. Esforçar-se para ca- nossa fé. Porém ter fé não é o bastante,
larmos frente às situações mais irri- é preciso ser coerente e viver de acordo
tantes e estressantes, e em momen- com o que se crê (Tg 2,26) e (Lc 17,6).1
to de impaciência pode-se rezar uma Sônia e Eiyti
oração para depois tentar resolver o CR Intercessores
1
Por Prof. Felipe Aquino,12 de maio de 2022. espiritualidad https://cleofas.com.br/
imitando-as-virtudes-de-maria/

CM 551 9
CORREIO DA ERI

A razão de ser eclesiológica


das Equipes de Nossa Senhora
Quando o querido Papa João XXIII Os Padres Conciliares, nos docu-
convocou o Vaticano II, sua inten- mentos oficiais emanados da grande
ção foi a de convidar a Igreja a viver Assembleia, quiseram começar com
um processo de renovação, de atu- a Constituição Dogmática sobre a
alização, de fidelidade à sua missão. Igreja: “Cristo é a luz dos povos”. “Por
O convite foi traduzido pelo termo isso, este sagrado Concílio, reunido no
“aggiornamento”, pelo qual procu- Espírito Santo, deseja ardentemente
rou assegurar que o projeto de Jesus iluminar com a Sua luz, que resplan-
com a comunidade nascida do dom dece no rosto da Igreja, todos os ho-
do Espírito Santo no Pentecostes mens, anunciando o Evangelho a toda
pudesse ser visto no meio do mundo a criatura (cfr. Mc. 16,15). Mas por-
contemporâneo. que a Igreja, em Cristo, é como que o
Com apenas três meses de seu pon- sacramento, ou sinal, e o instrumento
tificado, em Jan./59, ele tornou pú- da íntima união com Deus e da uni-
blica sua intenção: “Eu pronuncio dade de todo o gênero humano, pre-
diante de vocês, é verdade, tremen- tende ela, na sequência dos anterio-
do um pouco pela emoção, mas ao res Concílios, pôr de manifesto com
mesmo tempo com humilde reso- maior insistência, aos fiéis e a todo o
lução de propósito, o nome e a pro- mundo, a sua natureza e missão uni-
posta da dupla celebração de um versal. E as condições do nosso tem-
sínodo diocesano para a urbe e de po tornam ainda mais urgentes este
um concílio ecumênico para a Igre- dever da Igreja, para que deste modo
ja universal”. Qual era a intenção do os homens todos, hoje mais estrei-
“Papa bom”? tamente ligados uns aos outros, pe-
los diversos laços sociais, técnicos e
Foi o grande “aggiornamento”, en-
culturais, alcancem também a plena
tendido como a atualização e reno-
unidade em Cristo”. (LG 1)
vação da vida e missão da Igreja, a fim
de compreender os novos contextos Considerando que a Igreja é um si-
do mundo em que a Igreja vive e ser- nal e instrumento de unidade, isto
ve. João XXIII disse: “Quero abrir as nos permite mergulhar mais a fundo
janelas da Igreja para que possamos nesse profundo senso de identida-
ver o exterior e os fiéis possam ver o de de nossa comunidade cristã e de
interior”. O objetivo era estabelecer cada uma das comunidades que fa-
um diálogo com o mundo contempo- zem parte dela.
râneo, assumindo sua complexidade Sessenta anos depois, Francisco, o su-
sem medo ou rejeição. E, ao mesmo cessor de João XXIII, esforçou-se para
tempo, envolver os fiéis na visão fu- tornar o Concílio Vaticano II visível
tura da igreja. e ativo. Ele quer que os batizados se

10 CM 551
CORREIO DA ERI

tornem cada vez mais conscientes do o início deste caminho de unifica-


que somos e do que somos chamados ção. Cada equipe, em seu estado de
a ser. Ele quer que toda a Igreja, num pequena comunidade (“eclesiola”),
processo permanente de discerni- deve viver o mistério da unidade em
mento, assuma sua missão de ser si- Cristo, que se converte em sinal e ins-
nal e instrumento. Abandonar a au- trumento da união íntima com Deus
torreferencialidade a fim de sair para e da unidade dos seres humanos. E o
testemunhar o amor de Deus. Movimento, como um todo, deve re-
Nós, Equipes de Nossa Senhora, fletir esta mesma realidade.
membros da Igreja, devemos, de ma- Portanto, nosso fundamento ecle-
neira especial, reconhecer-nos nos siológico e nossa realidade devem ser
convites e apelos para sermos a cada enquadrados dentro do que a Igreja
dia, com mais convicção e realismo, inteira é chamada a ser, a significar e
sinais e instrumentos de unidade em a refletir. Que o Espírito Santo, fonte
meio a um mundo fragmentado e de unidade e santidade, caminhe co-
dividido. nosco com este propósito.
A unidade dos cônjuges cristãos,
nascida através dos sacramentos do Pe. Ricardo Londoño Domínguez
batismo e do matrimônio, deve ser SCE ERI

CM 551 11
ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS

Vocação
“Na origem da Espiritualidade Conjugal há um apelo de
Cristo: Para nós esposos, a nossa vocação é irmos juntos
para Cristo, um e outro, um com o outro, um pelo outro.”1
Confirmando a citação do nos-
so fundador, o 3º dia do Congres-
so Teológico Pastoral do X Encontro
Mundial das Famílias iniciou com a
celebração da Santa Missa na Ba-
sílica de São Pedro, celebrada pelo
Cardeal Angelo De Donatis, vigário
do Papa para a Diocese de Roma:
“Aqui, esta manhã, os corações de
todo o mundo estão felizes por te-
rem respondido sim a Deus... são co-
rações abertos à novidade do Evan-
gelho, a fim de poder testemunhar a
presença perene do Cristo em nossa
história. Não é verdade que a família mas também é a missão dos casais
está perdida e acabada. Ainda está entre si e a missão da Igreja para o
nos ombros do Pastor que com for- mundo”.
ça e ternura cruza os caminhos do E falando em mundo, como não
mundo e nos chama a redescobrir o lembrar dos efeitos da tecnologia
caminho da santidade”. e das mídias sociais na família dos
E continuou com a conferência do dias atuais? Foi o tema abordado
casal francês Benoît e Véronique no painel Ser cristão na era digital,
Rabourdin sobre a identidade e mis- pelo jovem casal equipista de Floria-
são da família cristã: “O reino dos nópolis, Fabiola Goulart e Gustavo
céus é como um tesouro escondi- Huguenin, que apontou um cami-
do em um campo... é importante nho: “Nós buscamos discernimen-
entender esse tesouro e revelá-lo, to através de identidade, diálogo
pois casais e famílias que vivem e testemunho:  identidade  para
essa comunhão de amor são intrin- fortalecer quem somos e nossos
secamente felizes e fecundos. Eles valores, o que será como um escu-
inevitavelmente dão frutos que se do para os jovens e para as famílias
desdobram em um esplendor natu- estarem nas redes sociais e ouvirem
ral onde eles se estabeleceram... é vozes externas sem afetar-se; diá-
a missão dos pais para seus filhos, logo para os pais saberem o que está
1
Pe. Henri Caffarel - Espiritualidade Conjugal, pág. 38

12 CM 551
ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS

acontecendo com os filhos e os fi- famílias ali reunidas, partimos do Va-


lhos ajudarem os pais a entenderem ticano à periferia de Roma para uma
esse ambiente e testemunho, dos vivência paroquial. Quinze paróquias
pais entenderem que seus filhos receberam os grupos de delegados
podem ser uma presença de Deus para momentos de partilha e conví-
nas redes e que seus amigos e ou- vio. Confessamos que após um dia
tros jovens podem se inspirar neles”. cheio de ensinamentos e emoções, o
E terminaram ressaltando que cada caminho até a Igreja de Jesus Divino
família deve procurar e encontrar a Salvador parecia infindável e está-
própria resposta, mas que a oração vamos reticentes com relação a essa
é que ajudará a encontrar as respos- experiência. Mas qual não foi nossa
tas definitivas. maravilhosa surpresa ao sermos re-
cebidos com música e muito afeto
Iniciamos a tarde com a apresenta-
por um animado grupo de leigos e
ção dos “Itinerários Catecumenais seu pároco, Pe. Cícero, que além de
para a Vida de Casados”, por Ga- brasileiro tinha acompanhado uma
briella Gambino, subsecretária do Equipe de Nossa Senhora em Brasília,
Dicastério para Leigos, a Família e a quando seminarista. E fez questão
Vida, e seu marido Giovanni Nuzzi, de nos testemunhar: "Aprendi a ser
que pretendem renovar a “prepara- padre e a ser filho com as equipes!"
ção para o casamento”, por não con-
Na volta, emocionados, com uma tro-
siderar a celebração do matrimônio
ca de olhares e sorrisos confirmamos
um ponto de chegada, mas sim uma
a NOSSA vocação: “Irmos juntos para
etapa de um longo caminho. Cristo,um e outro,um com o outro,um
E ao final do dia, no espírito de Igreja pelo outro.”
em saída e do caminho sinodal, para Tatiana e Rubens Coimbra
ouvir e contar histórias das tantas Casal Comunicação Externa
CM 551 13
IGREJA CATÓLICA

Palavra do Papa
Em Maria, o Poderoso fez maravilhas!
Sempre que iniciamos um Novo Ano, então deixasse de existir pois as águas
reacende em nós a esperança de que se corromperiam. Da mesma forma,
algo vai ser melhor e que poderemos o cristão que não está em tensão pela
alcançar o bem por nós desejado.A es- outra margem acabará corrompido,
perança traz em si a confiança – em dirá que tem fé, mas sem esperança.
algo ou em alguém – que representa a Na nossa vida,tanto as projeções futu-
possibilidade da sua consecução. Mas, ras que movimentam o setor financeiro
enfim, o que e em quem esperamos? como também aquelas que nos levam
Muitas vezes, no nosso dia a dia, con- à esperança no outro são importantes,
fiando em nós mesmos e na nossa pois ambas nos remetem à promessa
dedicação, esperamos um bem-estar divina: “Estarei contigo para sempre”
maior,a almejada ascensão no trabalho (cf.Jo 14,16).Todos os modos da espe-
ou nossa projeção social.Outras vezes, rança precisam um do outro para serem
confiamos na potencialidade produti- possíveis de realização e para dar ao ser
va da natureza,para que nos traga boas humano o sentido da vida e a profundi-
colheitas, com alimento farto para to- dade do amor. Em Jesus, a promessa se
dos. Ou, ainda, esperamos o bem que é realizou,e,em Maria,a Serva do Senhor,
o próximo, os nossos familiares e ami- o Poderoso fez maravilhas!
gos, o ser amado: “Eu te prometo ser e Que o Ano Novo traga o reavivamento
estar contigo, na alegria e na tristeza… da esperança, para que o Bem supre-
por todos os dias da minha vida”. mo nos leve a servir como Maria. É na
Segundo o Papa Francisco, a espe- esperança que o amor pode ser eterno,
rança é o ar que o cristão respira. “A pois, como nas Bodas de Caná, Maria
esperança é como lançar a âncora nos diz: “Fazei tudo o que Ele vos dis-
ser” (Jo 2, 5). E como alertou o Padre
até a outra margem. Um cristão que
Caffarel: “São João, depois de ouvir
não é capaz de ser propenso, de estar
as palavras de Jesus, disse: ‘Filho, eis
em tensão pela outra margem, falta
a tua mãe’, e levou-a para casa. To-
alguma coisa: acabará corrompido”
das as casas das nossas equipes estão
(Homilia na capela da Casa Santa
abertas para ti, Maria: fica conosco.
Marta, dia 29 de outubro de 2019).
Ensina-nos o teu Filho. Ensina-nos a
O cristão está sempre a almejar algo
amá-lo, a imitá-lo e a servi-lo” (edito-
a mais e com isso vive em tensão, rial intitulado "Uma Grande Data").
rumo ao encontro com o Senhor. Se
um cristão perde esta perspectiva de
Leila e Antônio Carlos
estar em tensão pela outra margem, Eq. 29 B - N. S. do Pilar
as coisas não se movem, são como um Região Brasilia I
rio que ficasse com as águas paradas e Prov. Centro-Oeste

14 CM 551
IGREJA CATÓLICA

Artigos sobre a Fratelli Tutti


A orientação específica para este ano da Doutrina Social da Igreja presente
de 2023 é: “Servir a exemplo de Ma- na carta. Escreve esperando reativar o
ria”,contemplando a orientação geral do desejo da fraternidade.
Encontro Internacional de Fátima (2018),
“Entrego esta encíclica social como
quando recebemos o convite para não ter
humilde contribuição para a refle-
medo e a sair para realizar a missão como
xão, a fim de que, perante as várias
casais e como Movimento.Assim,a partir
formas atuais de eliminar ou ignorar
do exemplo de Maria que sempre se colo-
os outros, sejamos capazes de reagir
ca a serviço, nas diversas necessidades do
com um novo sonho de fraternidade
povo – “eles não têm mais vinho” – somos
e amizade social que não se limite a
convidados a refletir sobre a vivência da fé
palavras. Embora a tenha escrito a
e a busca da santidade,levando em conta
partir das minhas convicções cristãs,
o contexto social, econômico, político e
que me animam e nutrem, procurei
religioso de nosso tempo,tomando como
fazê-lo de tal maneira que a reflexão
critério para nos guiar a Carta Encíclica
se abra ao diálogo com todas as pes-
Fratelli Tutti (2020).
soas de boa vontade.” (n. 6)
Um texto que brota das preocupações
do Papa com a fraternidade e a amiza- A proposta é prepararmos seis artigos,
de social, fruto de um gesto concreto apresentando de forma geral a Fratelli
que foi o documento sobre a Fraterni- Tutti, e dedicar um olhar mais específi-
dade Humana em prol da paz mundial co para alguns temas que contribuam
e da convivência comum que assinou para a melhor compreensão do tema do
com o Grão Imame Ahmad Al-Tayyeb ano, que nas reuniões irá propor a re-
em Fev./19. E não podemos deixar de flexão de diversas virtudes, em sentido
considerar que essa carta foi redigida amplo, embasadas no testemunho da
quando irrompeu a Covid-19, que nas Virgem Maria, de textos da Fratelli Tutti
palavras do Papa: “deixou a descoberto e do Pe. Caffarel.
as nossas falsas seguranças”. Depois de estudar a Laudato Si' em 22,
Ele a escreve a partir da expressão: “to- ajudando-nos “a tomar consciência de
dos irmãos” (fratelli tutti), de São Fran- uma origem comum, de uma recíproca
cisco de Assis, quando propôs aos seus pertença e de um futuro partilhado por
irmãos e irmãs uma forma de vida com todos” (LS 202), agora a refletiremos
o sabor do Evangelho. Em continuida- sobre a fraternidade
de à Encíclica Laudato Si', tomando universal e a amiza-
o exemplo de São Francisco de Assis, de social, na busca
que o Papa chama de “Santo do amor de caminhos de paz,
fraterno, da simplicidade e da alegria”, de sinodalidade, de
trata do tema da fraternidade e da ami- conjugalidade e de
zade social. A Fratelli Tutti é “dirigida santidade.
a todas as pessoas que façam dessa
reflexão uma abertura ao diálogo”. É Pe. Antonio Elcio de Souza
um olhar para a realidade social à luz SCE Eq. de Formandores Prov. Sul II

CM 551 15
IGREJA CATÓLICA

Congresso Eucarístico Nacional 2022


Eucaristia, entendemos que o Cristo é
um ser para nós,que o seu corpo é dado
por nós e seu sangue é derramado por
nós.Por isso nossa vida deve tornar-se,
pela Eucaristia, uma existência para
os outros. Uma alteridade constante”.
(Texto Base, pág. 118)
A partir desta perspectiva, durante
os dias do evento ocorreram vários
eventos que abarcaram esta dimen-
são da Eucaristia, como o Simpósio
Teológico e as Catequeses Públi-
A Igreja do Brasil teve a grande ale- cas. Também houve vários serviços
gria de celebrar nos dias 11 a 15 de de atendimento espiritual aos par-
novembro de 2022, na Arquidiocese ticipantes, por meio de mutirões de
de Olinda-Recife, o 18º Congresso confissão, celebrações eucarísticas e
Eucarístico Nacional. Este teve como vigília da juventude. Destaque para a
tema: “Pão em Todas as Mesas”, e o presença dos bispos que nos dias do
lema: “Repartiam o pão com alegria e evento realizaram celebrações nas
não havia necessitados entre eles”( cf. paróquias de Olinda e Recife e con-
At 2,46). Nesta ocasião o Papa Fran- feriram o sacramento da eucaristia a
cisco se fez presente por meio do seu três mil crianças e adolescentes. Na
Legado Pontifício o Cardeal António manhã do encerramento do congres-
Augusto Marto. so, ocorreu a inauguração da Casa do
Nesta caminhada histórica da Igreja Pão como legado do 18º CEN; este
no Brasil, os Congressos Eucarísticos lugar será um referencial de apoio e
sempre tiveram a tônica de expressar assistência às pessoas em situação
a fé na Eucaristia, o testemunho pú- de vulnerabilidade.
blico desta mesma fé, porém nunca O congresso foi encerrado no dia 15 de
ficando numa dimensão meramen- novembro, com missa e procissão com
te devocional, pois os que comun- o Santíssimo, nos corações a vibração
gam o Corpo de Cristo tem a missão de todos que “na terra dos altos coquei-
de transformar o mundo. Neste sen- ros” reconheceram que na comunhão
tido, o tema escolhido “Pão em To- eucarística a partilha acontece. Neste
das as Mesas” propôs salientar a di- espírito de fé e compromisso a partir da
mensão profética da Ceia do Senhor eucaristia que nos encontraremos no
como mesa aberta a todos e como 19º CEN em Goiânia em 2027.
sacramento da partilha e justiça eco- Pe. João Batista de Lima
nômico-social: “Quando fixamos o SCE Goiânia
olhar do coração no Cristo presente na Prov. Centro-Oeste

16 CM 551
DATAS RELIGIOSAS

A influência de São José no Sim de Maria


Embora não haja registro de ne- relacionada à missão do Messias.
nhuma palavra proferida por São José é o primeiro a participar da fé da
José nos evangelhos, o Espírito San- Mãe de Deus e, ao fazê-lo, sustenta
to inspirou os cristãos a amar o es- sua esposa na fé da divina Anuncia-
poso da Bem-Aventurada Virgem ção do anjo. Ele é também o primeiro
Maria e pai adotivo do Filho de Deus. a ser colocado por Deus no caminho
A São José, Deus Pai confiou na ter- da "peregrinação da fé" de Maria. Por
ra os seus mais preciosos tesouros: seu exemplo, São José ensina aos cris-
Jesus Cristo e a Virgem Santíssima. tãos como amar e servir a Jesus Cris-
Deus não enviou um anjo para pro- to e viver e morrer em sua presença.
teger a Sagrada Família da persegui- Assim, ele se torna um modelo para
ção de Herodes. Na verdade, o anjo todos os fiéis: leigos, casados e soltei-
acorda José para que este proteja o ros, religiosos consagrados e clérigos.
Menino Jesus e sua Mãe: “Um anjo Para celebrar os 150 anos da declara-
do Senhor apareceu em sonhos a ção do Esposo de Maria como Padro-
José e disse: Levanta-te, toma o eiro da Igreja Católica, o Papa Francis-
menino e sua mãe e foge para o Egi- co convoca o “Ano de São José” com a
to” (Mt 2,13). O anjo protetor da Carta Apostólica “Patris Corde. Com
Virgem Maria e seu filho tem nome: o coração de pai: desse modo, José
São José. amou a Jesus, designado nos quatro
São José teve um papel singular para o Evangelhos como o filho de José”.
cumprimento do Sim (Fiat) da Virgem O intuito de nos aproximarmos da
Maria. Sua missão foi essencial para os grande figura de São José é para nos
primórdios do cristianismo nascente. fazer crescer na sua devoção. Devo-
Ele foi convidado pelo anjo a tomar ção verdadeira e não fundamentada
consigo Maria juntamente com o Me- em sentimentalismo. O Papa nesse
nino que ela trazia no ventre: “José, precioso e rico documento atribui a
Filho de Davi, não temas receber Ma- São José sete títulos: Pai amado, Pai
ria, tua esposa” (Mt 1,20). Quem na ternura, Pai obediente, Pai no aco-
acolhe verdadeiramente a Cristo não lhimento, Pai com coragem criativa,
o possui para si mesmo. Cristo é o te- Pai trabalhador e Pai na sombra. É ne-
cessário que São José seja amado pelo
souro que se possui perdendo, que se
que ele é e se torne para cada um de
possui com as mãos abertas, que se
nós um guia que nos conduza a Maria,
abraça unicamente abrindo os bra-
e por ela a Jesus, como dizia São Mar-
ços, como Ele fez na cruz. José tomou
celino Champagnat: “Tudo a Jesus
consigo a Mãe e o Menino para doá-
por Maria, tudo a Maria para Jesus”.
-los a todos nós.
Pe. Antônio Torres
A saudação do anjo indica que a SCE Setor B Capital I
vocação de José está diretamente Prov. Sul I

CM 551 17
DATAS RELIGIOSAS

A Anunciação do Senhor
A nossa fé começa por um anúncio: dias. O que é que motiva Maria? A
um anjo afirma que Deus, Senhor da caridade para com a idosa Isabel, dita
Vida e da História, se faz criança, frá- “a estéril”, mas também a ânsia de
gil, no ventre de Maria. Esse anúncio comunicar a boa notícia, o Evangelho
é uma fenda de luz pela qual a nossa recebido do anjo, bem como o desejo
história respira, abre as asas, levanta de ouvir a prima enquanto mulher na
voo e chega aos confins da terra. qual Deus fez maravilhas.
São João confessa de modo glorioso: Maria é a mulher do Sim,mulher de cari-
“A Palavra fez-se carne e habitou entre dade, mulher missionária, mulher servi-
nós”, e também os sinóticos testemu- dora.E Jesus,o filho de Maria,se manifes-
nham que a Palavra de Deus se humani- tará como Messias,Filho do Deus Altíssi-
zou no meio de nós,em Jesus de Nazaré. mo,aquele que salvará os seres humanos.
E Lucas, o evangelista que quer de- Outro aspecto essencial na Anun-
terminar quando e como esta Palavra, ciação é o papel preponderante das
bem antes de aparecer publicamente, mulheres; em Maria todas são aben-
habitou no meio de nós, e com audá- çoadas. Mas Maria, precisamente en-
cia narra-nos o próprio momento em quanto mãe do Senhor,é a bendita en-
que, segundo as palavras do men- tre todas, é ela que todas as gerações
sageiro de Deus, o poder do Espírito proclamarão “bem-aventurada”!
Santo estende a sua sombra sobre A partir da Encarnação do Senhor,
Maria, jovem virgem de Nazaré, e a Maria é a arca da aliança, o lugar da
torna Mãe do Filho de Deus. presença de Deus no mundo, sacrário
O convite do anjo é um convite à ale- em que Deus feito carne passa a habi-
gria, alegria para Maria e para toda a tar. A vocação de Maria é a nossa pró-
humanidade, sobretudo para os po- pria vocação: todos somos chamados
bres. Abrir-se à alegria, como uma a ser mães de Jesus, a torná-Lo vivo,
porta se abre ao sol. Porque Deus presente em cada ser humano.
aproxima-se de nós, Ele vem e traz A cada dia o anjo Gabriel é novamen-
uma promessa de felicidade. te enviado a cada casa, a cada família,
Na realidade simples, pobre e humilde, para anunciar: “Sê feliz!,também tu és
acontece a humanização de Deus.Des- amado/a para sempre, a Vida virá até
de a sua concepção o Verbo Divino ini- ti”. Eu acredito num anjo que tem a se-
cia uma viagem, vive entre os homens, mente de Deus na voz; acredito num
de Nazaré a Jerusalém e de Jerusalém Menino, do ventre de uma mulher, que
até os extremos confins do mundo. Eis é a história da ternura de Deus, ima-
o curso da Palavra, que chega até nós. gem alta e pura do rosto do ser huma-
Após o anúncio, Maria parte da Gali- no. Estamos prontos para acolhê-lo?
leia à Judeia, de Nazaré à periferia de Pe. Arilson Lima, SVD
Jerusalém, uma viagem de poucos SCE Região Norte III
Prov. Norte

18 CM 551
DATAS RELIGIOSAS

Quarta-feira de Cinzas:
o início de um itinerário quaresmal
A riqueza litúrgica e espiritual da pelo costume ou pela tradição, mas
Igreja Católica Apostólica Romana por aquilo que decorre da sua oração
expressa-se, entre tantos modos, na e espiritualidade.
organização das celebrações e dos Trata-se de um dia em que praticamos o
tempos litúrgicos. O ano litúrgico jejum e abstinência de carne,como sinal
ocupa-se com a finalidade de celebrar interior do desejo de santificação, bem
os mistérios de Cristo na vida da Igre- como da atenção às tantas situações
ja, também o Mistério Pascal junto à que nos cercam de pessoas que passam
Virgem Maria, São José, os Apóstolos, por diversas necessidades. Neste mes-
os Mártires e os Santos e Santas. mo contexto, celebramos a abertura
Neste caminho pedagógico e educa- da Campanha da Fraternidade, tema:
cional da fé, celebramos dois grandes "Fraternidade e Fome" lema: “Dai-lhes
ciclos: Natal e Páscoa,sendo o primeiro vós mesmos de comer” (Mt 14,16).
formado pelos tempos: Advento,Natal Sinal exterior desta busca interior
e primeira parte do tempo comum, e o está na bênção e imposição das cin-
segundo pela Quaresma, Páscoa e se- zas, “ramos de oliveira, bentos no
gunda parte do tempo comum. Domingo de Ramos do ano anterior”.
Nossa reflexão encaixa-se neste ci- “Por este sinal de penitência, tradi-
clo pascal, com o início do itinerário ção bíblica, mantido nos costumes
quaresmal a partir da Quarta-feira de da Igreja, é significada a condição do
Cinzas. Por isso é importante saber- homem pecador, que confessando
mos a dupla finalidade deste período: exteriormente a sua culpa diante do
de uma reflexão sobre a conversão, a Senhor, exprime assim a vontade de
penitência e sobre o sentido batismal, conversão, confiado em que o Se-
ou seja, do nosso discipulado. nhor seja benigno para com ele. Por
A Quarta-feira de Cinzas marca o pri- este mesmo sinal, enceta o caminho
meiro passo deste caminho que per- de conversão, cuja meta será atingida
correremos no exercício da espiritu- na celebração do sacramento da pe-
alidade cristã e no caso específico dos nitência, nos dias anteriores à Páscoa”
membros do Movimento das Equipes (Paschalis Sollemnitatis, n.21).
de Nossa Senhora, o desenvolvimen- Que este momento ajude os casais
to da espiritualidade conjugal. Não se a fazer um grande retiro quaresmal,
trata de querer apenas escolher uma como forma de desenvolver a fé, cres-
“penitência para fazer”, mas deter- cer na santidade e aprimorar as dispo-
minar ações decorrentes principal- sições para servir a Cristo e a Igreja.
mente da prática dos Pontos Con- Pe. Kleber Silva
cretos de Esforço. Aqui vem a primei- SCES Pinda B
ra dica: escolha sua penitência, não Região SP Leste II

CM 551 19
DATAS DO MOVIMENTO

D. Nancy - Uma dádiva concedida por Deus


A vida de D. Nancy Cajado Moncau bíblicos: Memorial – movidos pelo
foi uma dádiva concedida por Deus Espírito Santo, eles trouxeram, com
e iluminada pelo Espírito Santo. Essa a pedagogia das ENS, a encarnação
cristã nasceu em 22/3/1909, em do Evangelho em nossas vidas. Teste-
Araraquara/SP, e desde pequena foi munho – pela coerência de suas vidas
iniciada na religião católica. – praticavam aquilo que pregavam –,
Em 7/9/1931, Nancy desabrochou por suas obras e família que consti-
para o encontro mais sublime de sua tuíram, são hoje, para nós, modelo de
vida: conheceu Pedro Moncau, o vida a ser seguido.
grande amor de sua vida, com quem Após a morte do seu esposo, seguiu
namorou, noivou, casando-se em servindo às ENS por 24 anos, como vi-
27/6/1936. úva,fazendo palestras,participação nos
Após o matrimônio, o casal ­mudou-se EACREs e elaboração de livros. Aos 93
anos,iniciou o Movimento Comunida-
para São Paulo, tiveram seis filhos,
des Nossa Senhora da Esperança, des-
sendo um adotivo e um especial,
tinado às viúvas e viúvos e pessoas sós.
portador de síndrome de Down, que
recebeu cuidado e atenção dos pais, Foi orientadora e conselheira dos di-
vindo a falecer aos 16 anos. Segundo rigentes do Movimento durante toda
o relato dos filhos, D. Nancy era uma a sua vida; escreveu os livros: O senti-
mãe e esposa cuidadosa, responsável, do de uma vida e Quando a palavra se
firme, humilde e entusiasta. torna vida, dedicados a Pedro Moncau
e um terceiro livro Equipes de Nos-
Em 1949, o casal soube da existência
sa Senhora no Brasil — Ensaio sobre
das Equipes de Nossa Senhora (ENS), seu histórico.
Movimento de Espiritualidade Con-
jugal fundado pelo Pe. Henri Caffa- Ela, mãe brasileira das ENS, deixou um
rel e quatro jovens casais, na França. legado e exemplo a ser imitado pelos
Passaram a aprofundar-se e a corres- equipistas, expandindo o Movimen-
ponder-se com o fundador das ENS, to até os 97 anos, quando faleceu em
trazendo o Movimento para o Brasil. 15/8/2006. Do seu trabalho originou
uma árvore frondosa, deixando raízes
Em 13/5/1950, lançaram a primei-
nas várias regiões do nosso Brasil.
ra equipe, da qual fizeram parte cinco
casais tendo como Conselheiro o Pe. Como diria Pe. Caffarel, o casal Mon-
Oscar Melanson. Cristã, Nancy era cau certamente alcançou o céu pela
positiva, reta e aconselhava os equi- insistência e disponibilidade em for-
pistas a serem persistentes, objetivos talecer os casais, rumo à santidade
e tementes a Deus, pois assim todos conjugal. Nem mais nem menos.
os propósitos seriam alcançados. Cyntia e Jasson
Eq. 10A – N. S. Mãe da Eucaristia
A vida sacramental de Nancy e Pedro Região Norte IV
Moncau se resume em dois termos Prov. Norte

20 CM 551
DATAS COMEMORATIVAS

8 de Março: Dia Internacional da Mulher!


“Mulher, ainda não chegou a minha hora!” (Jo 2,4)
A celebração do Ano Vocacional na é, antes de qualquer outra vocação.
Igreja do Brasil nos sugere relacionar Desde a eternidade, Maria é amada
a pessoa e a missão de Maria, como por Deus a partir do seu “ser mulher”.
nos é apresentada nas bodas de Caná, O Papa Francisco, meditando sobre os
com a vocação da mulher na socieda- dons que o Senhor destinou às mu-
de e na família. lheres, afirmou: “A finalidade da mu-
São João narra o primeiro sinal de Jesus, lher é criar harmonia e sem a mulher
revelando que na origem de sua missão não há harmonia no mundo”. A mu-
terrena há uma mulher presente.Assim lher é uma unidade da criação de Deus
como Eva, no início da criação, recebeu que, pela harmoniosa relação com o
a missão de estar ao lado de Adão, Ma- homem, poderá constituir um casal.
ria compreende, assume e executa sua Maria, com o seu modo de ser, sua vo-
vocação ao lado do seu Filho. cação, seus dons e carismas, foi um
Como Jesus e seus discípulos, Maria auxílio para harmonizar aquele casal
foi convidada. Inclusive, quando eles e seus convidados! Ela participou no
chegaram, ela já estava na casa. Maria início da missão de Jesus, vendo “sua
adiantou-se para procurar seu lugar e hora chegar”. Assim sendo, a ligação
sua tarefa, a sua vocação! própria entre o homem e a mulher não
poderia ser mais bem definida senão a
Com olhar atento, Maria observava partir da palavra casal, ou seja, casa-
tudo.À medida que a sua espiritualida- mento de dois, união de dois corpos
de de esposa e de mãe fazia-lhe arder o em um só corpo, uma só carne.
coração, ela adentrava na vida daque-
A mulher tem a primazia: ela é, por vo-
la família. Foi-lhe possível perceber a
cação, harmoniosa! A mulher, desde a
falta do vinho. É nesse momento que
sua origem, é vocacionada a “criar har-
sua atuação se diferenciou. Sábia, ela
monia” no mundo, a começar na sua
percebeu qual o melhor momento para
própria família,seu ambiente social ou a
agir. Guiada pelo seu instinto de Mãe,
sua missão enquanto “casada”, ou seja,
dirigiu-se ao Filho e, quebrando seu
unida harmoniosamente ao seu cônjuge.
silêncio de serva humilde, disse-lhe:
“Eles não têm mais vinho” (Jo 2,3). Sob a intercessão de Maria, a “bendita
entre todas as mulheres” (Lc 1,42), o
E Jesus respondeu-lhe: “Mulher, ain- Senhor nos conceda celebrar e home-
da não chegou a minha hora” (Jo 2,4). nagear as mulheres na sua dignidade
Chama-nos a atenção a palavra “mu- própria e colaborar para que desper-
lher”. Jesus não disse Mãe, nem Ma- tem e reavivem a vocação especial de
ria. Ele optou por chamá-la mulher. harmonizadoras da vida!
Simplesmente. O que isso significa? Pe. Francisco Valter Lopes
Maria é apontada por aquilo que é na- Região Norte II
turalmente: mulher. É isso que Maria Prov. Norte

CM 551 21
EXPERIÊNCIAS INOVADORAS

Unindo os dois sacramentos, o sacerdócio e o matrimônio

O Encontro das Equipes de Nossa principalmente rezar por sua vocação.


Senhora com os seminaristas da Dio- A ação envolve: acolhida, incentivo
cese de Santo André aconteceu em à vocação, ser um contato para suas
25 de novembro de 2022 às 20h, na necessidades e também doações dos
Paróquia Santa Maria Goretti (Aveni- itens que eles mais precisam mate-
da Nova Iorque, 20, Utinga, em Santo rialmente, além de nossas orações.
André), com a presença de 32 semi-
Sabemos que nem todos os semina-
naristas das três Casas de Formação,
ristas conhecem as ENS, e nestes
Propedêutico, Filosofia e Teologia.
encontros temos a oportunidade de
Essa ação surgiu em 2009, a partir apresentar um pouco deste Movi-
da iniciativa de uma equipe do Setor mento tão grandioso. Alguns de nos-
São Bernardo e Diadema, inician- sos SCE nasceram destes momentos
do no Movimento, um olhar espe- de confraternização.
cial para as vocações sacerdotais na Pois é preciso relembrar sempre esta
Diocese de Santo André, como uma verdade básica: quem vem para rece-
necessidade de apoiar a caminhada ber volta de mãos vazias; quem vem
dos jovens seminaristas. A ação que para dar,encontra! ( Pe.Henri Caffa-
começou com apenas uma equipe de rel - Carta Mensal, dezembro 1948).
base se estendeu para toda a Região Todos os encontros são especiais, po-
São Paulo Sul I, de forma que agora faz rém este foi ainda mais, devido à in-
parte do calendário anual equipista. terrupção em virtude da pandemia.
O evento é organizado pelos Casais Assim, nossos corações se encheram
Responsáveis de Setor envolvendo de alegria ao nos reencontrarmos e
todas as equipes de base e tornou-se vermos todos bem.
um momento de confraternização
“Senhor, nós te agradecemos pelo
dos casais equipistas e suas famílias casamento dos nossos dois sacra-
com os seminaristas, permitindo que mentos, o sacerdócio e o matrimô-
os casais equipistas possam conhecer nio.” (Pe. Caffarel. 1987)
e adotar um seminarista para acom- Lucimara e Marcos
panhar sua trajetória no Seminário, e CRR SP Sul I

22 CM 551
VOCÊ NA CARTA

Discernimento para CRE


Na CM 549 out./nov., pág 18, o tex- a preparar nosso coração e espírito, fa-
to de Tereza e Hector foi enriquecedor, zendo o dever de sentar-se, avaliando
nos orientando sobre o discernimento a nossa participação e o que corrigir
para CRE e como nos preparar para essa para sermos melhores no próximo ano.
escolha.O artigo da reunião de balanço Vera e João Bosco
(pág.19) do casal Maria Regina e João Eq.09 N. S. da Visitação
Maurício nos levou a uma reflexão des- Setor Guaratinguetá
ta preparação. O conteúdo nos ajudou Prov. Sul I

Permanecer unidos para dar bons frutos


As palavras de D. Moacir vieram ao fermento, sal e luz. Ser ramos vincu-
encontro do momento que vivemos lados e unidos a Cristo, receber a seiva
do casal equipista. A importância de do Espírito Santo e produzir bons fru-
permanecermos unidos para produ- tos na vida pessoal, conjugal e eclesial.
zir bons frutos na missão das ENS, Paloma e Armando
quando estamos em comunhão com Eq. 11 - N. S. Auxiliadora
a Igreja, da qual somos membros vi- Setor Guaratinguetá
vos, postos no mundo para sermos Prov. Sul I

O testemunho alcança
Na seção Testemunho, na Carta o amor e a misericórdia nos alcançou,
Mensal, quem escreve nem sempre igualmente alcançarão vocês”.
dimensiona o alcance das palavras em Que muitos outros testemunhos
lares que esperam acalento. cheguem como verdadeiros sinôni-
Quantas vezes precisamos de uma mos de abraço, afeto e esperança!
palavra e a alcançamos no testemu- Karla e Handell
nho de membros das ENS, dizendo: Eq. 2B – N. S. da Luz
“Irmão, nós também vivemos dificul- Castanhal/PA – Região Norte V
dades, mas sigam firmes, pois como Prov. Norte

Momentos formativos
Na CM 548, o artigo de Cristiane encontro: é tempo de Páscoa”. Só se
e Eric “A arte do encontro: Reflexão ama o que se conhece, desfrutemos
pós pandemia” nos faz refletir como desse novo tempo e novo fôlego em
são importantes os momentos for- nossas equipes! Saiamos!
mativos; são um bálsamo em nos- Maria José e Nonato
sas equipes e em nosso ser equipista. Eq. 4B – N. S. do Carmo
A pandemia nos trouxe perdas sig- Manaus/AM – Região Norte IV
nificativas, “Chega o momento do Prov. Norte

CM 551 23
RAÍZES DO MOVIMENTO

A irradiação das equipes


Para terminar,quero falar-vos de um nos escreveram: “Há muito que tí-
assunto que não é propriamente o Mo- nhamos ouvido falar do vosso tra-
vimento em si,podemos admitir,mas é balho e há muito também que que-
particularmente a sua irradiação. ríamos entrar em correspondência
Sabeis que a nossa atividade não se convosco. Na nossa próxima conven-
limita às equipes, mas aplica-se par- ção que terá lugar na Universidade de
ticularmente à sua irradiação pelo Nossa Senhora (como seria possível
mundo e não vai nisto nenhum exa- que não nos entendêssemos!), esco-
gero. Podeis crer que não é o me- lheremos alguém que fique incumbi-
nos empolgante de todos os nossos do de manter correspondência com o
trabalhos. vosso Movimento e permutar as nos-
Mais ou menos em toda parte há ca- sas experiências”.
sais que procuram uma diretriz, ca- Com bastante regularidade recebe-
sais que se reúnem em grupos. Não mos notícias das equipes do Canadá,
se passa um dia que não nos traga um movimento aparentado ao nosso,fun-
pedido de informações, de documen- dado pelo Rv.Pe.Gaudet que tivemos o
tação, seja de casais isolados, seja de prazer de encontrar em Paris. ­Baseado
grupos em formação. no Anneau d’Or o Rv.  Pe.  Gaudet
Inspiram-se no Anneau d’Or, na Vie formou uma equipe de canadenses
Nouvelle, nas Equipes de Nossa Se- franceses e duas de canadenses in-
nhora. Há grupos no Marrocos que gleses. Desde setembro de 1951,
nos enviam com regularidade o seu ­formaram-se cinco novas equipes.
boletim de ligação: La Source, nota- Cada um dos grupos escolhe para si
velmente bem redigido. Na África, um dos títulos de Nossa Senhora.
ainda entramos em contato com gru- Passemos agora para a América do
pos da África Ocidental Francesa, do Sul. Com mais exatidão foi a América
Congo, de Madagascar, graças à ação do Sul que veio a nós - pois que não
de membros das nossas equipes que a percorremos ainda o mundo todo. Ti-
profissão obriga a longas permanên- vemos a visita de casais do Uruguai e
cias nessas regiões. Há ali, também, da Argentina e do Rv. Pe. Richard, pas-
contatos com casais negros. sionista, fundador do movimento de
Mudemos de continente casais chamado Nazaré que, em Bue-
Entramos em comunicação com im- nos Aires, reúne 120 casais do meio
portante movimento dos Estados burguês que lá é chamado meio inte-
Unidos, o Movimento Familiar Cris- lectual e mais ou menos igual número
tão. Somente na cidade de Chicago, de casais dos meios populares.
mil casais nele trabalham. Noventa A preparação ao casamento, sob a
cidades dos Estados Unidos possuem denominação de Pré-Nazaré, é mui-
grupos. Os responsáveis de Chicago to cuidada.

24 CM 551
RAÍZES DO MOVIMENTO

Voltemos para a Europa. A Espanha


também veio até nós. No mês de ju-
nho último, encontramos os respon-
sáveis de grupos de casais espanhóis.
Cerca de 100 casais em S. Sebastião,
grupos de formação mais recente em
Vitória, Bilbao e Valladolid e final-
mente em Madrid uns cinquenta ca-
sais, sem falar de perspectivas muito
otimistas, grupos estes de 10, 12 e
mesmo 15 casais.
Dos contatos com a Itália, destaca-
mos esta carta de Veneza:
“Agradecemos de todo o coração
a documentação sobre as vos-
sas equipes. Foi-nos realmente de
grande utilidade, pois que nos en-
corajou a trabalhar com entusias-
mo além de nos sugerir um progra-
ma muito claro.O plano de estudos
que nos foi enviado foi-nos muito
útil pois que seguimos os mesmos
esquemas e vossa precisão nos é
realmente de grande auxílio”.
Não se trata evidentemente de tecer
coroas a nós mesmos. Mas bem vedes que se o Movimento é importante
a importância das respostas aos te- para aqueles que nele se encontram
mas de estudo. É preciso que tenhais e que dele vivem não o é menos para
em mente que dais a vossa contribui- todos aqueles que estão fora do mes-
ção à elaboração destes temas que mo, mas junto dos quais leva o seu
são depois desenvolvidos muito longe testemunho.
de nós por outros casais. Tudo o que É preciso pois, com o auxílio do Se-
fazemos pode assim ter repercussões nhor, trabalhar sem desfalecimentos
que nem suspeitamos. em todos os planos e fazer com que o
Tivemos o prazer de encontrar recen- nosso Movimento seja cada vez mais
temente na Inglaterra um casal italia- forte, mais vivo, mais contagiante.
no notável que nos falou dos grupos
Pe. Henri Caffarel
de casais de Roma e cuja preocupação
maior é de aprofundar a espiritualida-
de conjugal e familiar. Colaboração
Maria Regina e Carlos Eduardo
Nenhuma conclusão pode ser tirada Eq. N. S. Mãe de Deus e Nossa
de um relatório como este a não ser Piracicaba/SP

CM 551 25
CNSE

Nossa missão nas CNSE


EACRE 2008: pela primeira vez a para mais essa missão. Com as bênçãos
CNSE é apresentada aos CREs na Re- do Espírito Santo na composição do co-
gional SP Norte II, emocionando a to- legiado, os casais convidados, deram o
dos, principalmente pela necessidade "sim", assumindo com muito carinho
imperiosa de cultivar sua vida espiritu- e responsabilidade. Nossa posse acon-
al, encontrar forças para o crescimen- teceu em São Paulo em Abril de 2019.
to na fé, como também na prática dos Em razão da pandemia, ficamos impos-
sacramentos. Tão logo terminou, acon- sibilitados de realizar, presencialmente
teceu o intervalo para um cafezinho e, em São Paulo, os ENACORES, Encontro
neste período, o Casal Regional CNSE Nacional dos Coordenadores Regionais
nos convidou para a missão de Coorde- nos anos de 2020, 21 e 22, obrigan-
nador local, a qual foi aceita. Assim, em do-nos a realizá-los virtualmente, os
1/4/2008, fomos empossados. quais trouxeram muito aprendizado a
Foi um período difícil na expansão por nós, ao Colegiado e também aos Re-
falta de casais das ENS ou viúvas para gionais. Foram anos bem complicados
coordenação de novas comunidades, para o Movimento, com muitas baixas
mas nunca esmorecemos na missão. E de participantes e até de comunidades.
assim foi, até que, em agosto de 2012, Após tantas tristezas, o Movimento
com a presença do Casal Coordenador foi novamente se reerguendo e come-
Nacional das CNSE, em missa mensal çaram a surgir novamente equipistas
das ENS, celebrada no Seminário Dio- disponíveis e comprometidos a levar
cesano local, tomamos posse na Coor- uma nova realidade às “pessoas sós”,
denação Regional. iniciando com a expansão para as ci-
O serviço na Regional foi positivo, tra- dades: Campina Grande, Esperança,
balhando na conscientização de ca- Pocinhos e Montada, na Paraíba; Bar-
sais equipistas para participação como bacena (MG), Teresópolis (RJ) e outros
apoio às novas comunidades, nova me- locais com comunidades em formação.
todologia na organização das comuni- Destacamos também o comprome-
dades, adotando a formação por pa- timento dos Colegiados Regionais no
róquias/bairros, com relacionamentos que se refere à substituição dos casais.
dos participantes oriundos de pasto- Em 2021 e 22, aconteceu a posse de
rais paroquiais, o que foi adotado por 17 novos casais, representando quase
outras Regionais. 50% das 36 Regionais no Brasil. Que
Após um período de muitas glórias e ex- possamos crescer ainda mais na im-
pansão sustentada, fomos tomados de plantação de novas Regionais por dio-
grande surpresa quando o casal da Coor- cese. Que o Senhor da Messe possa nos
denação Nacional à época,Silvia e Chico, enviar novos operários, pois a messe é
nos convidou a substituí-los! Momento grande e os operários são poucos.
de muita reflexão e orações.Após levar- Ivete e Paca
mos o assunto a nossos filhos, família e Eq. 04 D - Região SP Norte 2
colegiado, resolvemos dar nosso "sim" Casal Coordenador Nacional das CNSE

26 CM 551
TESTEMUNHO

O sim inspirador de Maria


O sim da bem-aventurada Virgem o Movimento Equipes de Nossa Se-
Maria, que brota não apenas do co- nhora (ENS) estava a caminho da ci-
ração, mas de todo o Seu ser, é, sem dade de Porto Velho. Não pensamos
dúvida, o maior exemplo de entrega muito e respondemos que daríamos
total aos planos de Deus, depois do o nosso “sim” às ENS, tão logo fos-
Nosso Senhor Jesus Cristo. Ecoará se possível.
para sempre em nossas vidas: “...não No início, imaginávamos que se trata-
és deusa, não és mais que Deus, mas va de uma equipe de oração do terço e
depois de Jesus, o Senhor, neste mun- intercessões marianas. Porém, tendo
do ninguém foi maior”. conhecimento do carisma e da mís-
Nascidos em lares católicos, eu e tica das ENS, após esses três anos,
Armando sempre objetivamos ter aprendemos que as ENS represen-
Deus como centro de nossas vidas e tam um horizonte de sermos pessoas
educar nossos filhos nas leis divinas. melhores, sustentados pelos Pontos
Desde a mais tenra idade, eu já tinha Concretos de Esforço (PCEs), os quais
um carinho filial por Nossa Senho- são um verdadeiro sustentáculo para
ra: eu a coroei por muitos anos e, até a nossa vida matrimonial; temos ab-
hoje, quando assistimos a uma coro- soluta certeza de que Maria Santíssi-
ação de Nossa Senhora, meu coração ma nos acompanha e nos encoraja na
bate mais forte e as lágrimas brotam vivência e na prática amorosa, pois Ela
com facilidade. foi quem primeiro os praticou. Maria
No ano de 2008, demos “sim” e sabe que o Espírito Santo está com
participamos do Encontro de Casais o casal que reza, que lê as Sagradas
com Cristo (ECC), o qual nos levou Escrituras, que medita, que dialoga e
ao engajamento na Pastoral Fami- que glorifica e louva a Deus.
liar, um presente de Deus! Começa- Sendo o matrimônio um caminho
mos a servir melhor nossa Igreja e a de santidade, as ENS e sua pedago-
descobrir que a felicidade de servir é gia têm um papel magnífico nessa
imensamente maior do que ser ser- transformação diária, pois o carinho
vido, e estar ao final de uma missão de Maria Santíssima é palpável no
com o corpo cansado e dolorido não nosso processo de crescimento es-
se compara com a satisfação trans- piritual. Inspirados pelo sim de Ma-
bordante com que os nossos cora- ria e direcionados pela mística das
ções estão abastecidos, e que sería- ENS, queremos permanecer no nos-
mos capazes de começar tudo nova- so "sim" diário aos projetos de Deus.
mente, no outro dia, se assim fosse
preciso. Disponibilidade e entrega
Maristéfani (Tati) e Diácono Armando
que tem em Maria o nosso maior Eq. 3 Distante - Porto Velho/RO
exemplo e motivação. Um dia fomos Região Norte I
surpreendidos com a notícia de que Prov. Norte

CM 551 27
TESTEMUNHO

Vocação matrimonial
Entendemos por vocação colocar não foi tarefa fácil, a começar pela di-
em prática o chamado de Deus. Não ferença de oito anos entre elas, mas
se trata de um roteiro escrito, predefi- procuramos sempre estar presentes,
nido,mas um chamado à vida,ao amor acompanhando como pai e mãe os
e à santidade, que é a vocação univer- processos vivenciados por elas, nos vá-
sal de todos os batizados: Vocação é rios momentos de suas vidas.
Graça e Missão (3º Ano Vocacional Nosso sacramento, hoje, tem por
do Brasil). Há 33 anos, quando Deus base uma intimidade não só entre
nos chamou a caminharmos juntos, duas pessoas que se amam, e que
vivendo um só projeto, uma só reali- buscam a maturidade no cotidiano,
dade, uma só carne, com a finalidade mas também a intimidade com o Se-
da santificação, nos passos d’Ele, nos nhor, e assim crescemos em um amor
uniu num relacionamento de amor, experenciado no Cristo, que nos torna
gerando como fruto fecundo dessa capazes, pela graça de acolher, escu-
união duas filhas, e um anjo que está tar o que o outro diz, ouvindo aten-
ao lado de Deus. Na época não tínha- tamente as suas palavras, meditar e
mos qualquer entendimento da graça discernir as situações vivenciadas, e
que se descortinava em nossas vidas, às vezes, precisando silenciar no co-
mas ao longo dos anos fomos nos tor- ração, como fez Maria, para conse-
nando capazes de responder ao com- guirmos chegar ao coração do ou-
promisso de viver e ensinar o valor do tro, acolhendo o matrimônio como
respeito, o amor capaz de aceitar as di- graça, dom de Deus, respondendo a
ferenças, e assim damos uma resposta nossa vocação, entrelaçado entre a
que nos conduz à santidade conjugal. liberdade humana e a escolha divina.
Há 12 anos fomos convidados a fazer O sentido da vocação matrimonial é
parte das Equipes de Nossa Senhora, redescoberto todo dia, quando faze-
sendo um divisor de águas em nos- mos a experiência de encontro com
sa vida conjugal, pois conhecendo o Aquele que nos chamou, para viver,
Movimento e pondo em prática, no na doação e entrega, perdão; compai-
cotidiano, a sua pedagogia, fomos xão e misericórdia; silêncio e obediên-
crescendo e amadurecendo na fé, e cia; caridade, humildade e mansidão;
no nosso dia a dia, onde passamos a compreensão, acolhimento e compa-
viver a nossa família, como uma pe- nheirismo; auxílio mútuo e amor um
quena “Ecclesia”, sendo um lugar pelo outro. E, principalmente, com o
onde Deus é o primeiro a ser buscado. nosso amor conjugal, um santificar
A maternidade e paternidade convi- o outro. É vocação, graça e missão.
dam-nos a ser coparticipantes na cria-
Socorro e Luciano
ção, passando para nossas filhas, de Eq. 5A – N. S. da Esperança
que são amadas por um amor maior,de Belém/PA – Região Norte II
um Deus que é Pai. Educar as meninas Prov. Norte

28 CM 551
PARTILHA E PCE

Retiro
Com o convite para o Retiro so- terços comunitários, as celebrações
mos envolvidos pela exortação que as com a eucaristia redentora, a alegria
ENS não se cansam de fazer: “Seja- no convívio de santos, as dúvidas, as
mos santos, trilhemos o caminho da conversões e "mea culpa", e os co-
santidade, queremos ser santos”. Esta rações sempre sentindo a brisa suave
parece ser uma pretensão audaciosa, do Invisível e Onipresente. Tantas ora-
mas nossos corações deixam-se en- ções e Dever de Sentar-se decisivos!
volver e nos elevamos a uma espiral de E, quando tudo termina, encontra-
ansiedade e expectativas confiantes. mo-nos um na frente do outro de-
Sempre foi assim em todos os mo- salojados e emocionados, olhando
mentos em que nos preparamos para dentro do cônjuge como que pela pri-
um Retiro. meira vez vendo quem somos, como
Confessamos que é um doce mo- fomos e podemos ser e queremos
mento e nunca nos decepcionamos ser com o Senhor no mais profundo
nestes 43 anos vivendo os privilé- de nós, numa intimidade de passado
gios que o Movimento das Equipes e futuro que almejamos e nos esfor-
de Nossa Senhora nos proporciona. çamos por manter, com decisões que
Foram sempre momentos especiais e mudaram nossas vidas, com propó-
abençoados. Providenciar as acomo- sitos que nos transformaram como
dações para as crianças ficarem bem Deus quer – assim esperamos.
e acolhidas, deixar o trabalho orga- Nossas almas elevam um cântico de
nizado, preparar objetos necessários, amor e graças: “A ninguém engana-
o material para meditação, a Bíblia mos quando nos afastamos de Ti, fin-
nossa companheira diária e o cora- gimos que não estás e Te escondemos.
ção emocionado e aberto com a an- Porque nos revelamos no tremor do co-
siedade do que o Pai planeja para nós. ração que se abre sem defesa com Tua
As lembranças de inúmeros Retiros presença. Meu Deus! Tomas posse do
realizados são gratas e vêm a nossas que é Teu tão descarada e plenamen-
mentes. A Casa de Retiros é ideal e te,acomodando-Te onde possas e tudo
oferece diversos lugares especiais para podes porque queres.E nos entregamos
sentirmos Deus. Revivemos a expec- em Tuas mãos. Loucos.Neste amor não
tativa do silêncio no Sacrário, as re- nos defendemos. Deste Amor maior
flexões dos pregadores, a música que que nossas vidas. E que nos rouba num
sabemos escolhida com carinho, uma sopro a identidade.Só nos deixando um
árvore especial onde recebemos uma querer: o de Te amar e amar. E amar...”
bênção de mãos queridas e que muito
respeitamos, o caminho pavimentado Salma e Paulo
Eq. 1B N. S. da Esperança
por cascalho que percorremos sem Região SP Leste I
cansaço após a confissão preparada S. J. dos Campos
e que nos transforma e abastece, os Prov. Sul I

CM 551 29
PARTILHA E PCE

A grande bênção dos PCEs

Em nossa caminhada de casal cris- A Regra de Vida nos ajuda a estar-


tão, equipista, o que tem nos forta- mos atentos e fazer o dever de casa,
lecido, animado e impulsionado no ou seja, corrigir, melhorar os nossos
caminho da santidade são os Pontos relacionamentos com Deus, com o
Concretos de Esforço. cônjuge, com a família, com a equipe
Com 30 anos de equipe e no outono e com a comunidade.
de nossas vidas, muito nos tem aju- Às vezes, não praticamos os PCEs,
dado, e elevado a Deus, essa prática alegando que não temos tempo... Se
da Escuta da Palavra juntos, refletir, analisarmos, o que nos falta é crescer
degustar, partilhar um com o outro, na fé, que podemos crescer como pes-
falando como ela tocou meu coração, soa, como casal e como família cristã.
em Meditação, pois a palavra de Deus A prática dos PCEs deve ser feita com
é viva e eficaz. Rezar um com o outro, amor, partilha, solidariedade e ajuda
em momento de agradecimento, em mútua. Todo esforço feito nos ajuda
Oração Conjugal, e oferta a Deus por em nossa conversão e nos desperta
mais um dia em sua graça. para uma consciência mais cristã, nos
abre o coração ao Amor de Deus e às
No Dever de Sentar-se, cresce a nos-
alegrias de ser amado por Ele.
sa conjugalidade; esse momento de
abertura nos proporciona a oportuni- Em nossa vida a dois agradecemos
dade de ajustar-nos, de ­perdoar-nos, ao Senhor e à intercessão de Nossa
de aceitar os limites um do outro, Senhora, para que continuemos sem
como casal que se ama e é grato a desanimar.
Deus por nosso matrimônio. Que Maria, nossa Mãe, interceda por
nós para trilharmos juntos no cami-
O Retiro é bênção, onde descobri-
nho da santidade, que nos leva a Amar
mos as alegrias que vêm de Deus para
a Deus e aos irmãos.
fortalecermos nossa vida espiritual e
Yolanda e Gentil
conjugal, é a oportunidade de ficar- Eq. 02 – N. S. do Socorro
mos um pouco no colo de Deus com Salinópolis/PA – Região Norte V
a intercessão de nossa mãe. Prov. Norte

30 CM 551
FORMAÇÃO

“Corações ardentes, pés a caminho”


(cf. Lc 24, 32-33)
Pela terceira vez a Igreja no Brasil Como membros das ENS, casais e
celebrará um Ano Vocacional como conselheiros espirituais, somos insis-
tempo especial de reflexão, anima- tentemente convidados para a escuta
ção, oração e promoção das diversas e meditação da Palavra que deve nos
vocações no nosso país. O lema bí- desinstalar e ouvir o apelo do próprio
blico inspirador está baseado na pas- Senhor que nos chama a assumir nos-
sagem bíblica do Evangelho de Lucas sa vocação, no Movimento, na Igreja
24,32-33, recordando os discípulos e no mundo.
de Emaús. Sabemos que aqueles dois O Ano Vocacional deverá, portan-
discípulos retornavam para o povoado to, ajudar cada fiel a acolher o cha-
de Emaús frustrados, porque espera- mado do Senhor, a assumir a sua
vam que Jesus Cristo fosse realizar a vocação como uma graça especial
libertação política de Israel, mas que dada por Deus. É o Senhor quem
havia morrido fazia três dias. chama, sempre é d'Ele a iniciativa
Eles estavam tão entorpecidos pela do chamado, mas é sempre pesso-
frustração de um projeto não realiza- al a resposta e acolhida do chama-
do que não se deram conta de que ali, do de Deus para cada um. Somos
ao lado deles, estava o próprio Jesus livres para responder ao chamado
Cristo,ressuscitado.E Jesus,na sua pa- de Deus, e por isso devemos deixar
ciência divina, recorda com e para eles sempre que nosso coração arda de
as passagens da Escritura que falavam amor por Ele, para que sejamos ca-
dele próprio. Com os dois discípulos o pazes de nos doar livremente ao seu
Senhor realizou uma escuta e medita- apelo e à missão.
ção da Palavra, que fez seus corações Queridos casais, que nossa vocação
arderem, mesmo diante da dor e das de casais cristãos, de sacerdotes e
dificuldades pessoais e sociais. outras vocações seja renovada nesse
caminho que faremos durante esse
Em seguida,ao reconhecerem o Senhor
Ano Vocacional. Façamos da escu-
no “partir do pão”, na eucaristia, eles se
ta da Palavra lugar propício para que
dão conta de que o Senhor mesmo lhes
nosso coração arda de amor por Je-
falava ao coração, que a Sua Palavra
sus Cristo, especialmente na nossa
lhes fazia arder o coração, a tal ponto
resposta ao seu chamado, que se re-
que eles retornam para anunciar aos nova a cada dia.
seus outros irmãos que Jesus havia res-
suscitado. Os ouvidos que escutaram
Pe. Rafhael Silva Maciel
com atenção a Palavra se colocaram SCE Eq. 1 C - Região Ceará I
a caminho para anunciar a Boa Nova, Fortaleza/CE
colocaram-se à disposição da missão. Prov. Nordeste I

CM 551 31
REFLEXÃO

Verdadeiros discípulos ou fariseus?


É muito impactante o texto envia- A partir daí, em sua conferência, Pe.
do a todos os equipistas a pedido da Caffarel vai esmiuçando cada par-
ERI, por ocasião do aniversário de 75 te desse ideal nos aspectos pessoal,
anos dos Estatutos. Trata-se de uma matrimonial, no serviço à Igreja e à
das conferências do Pe. Caffarel, de sociedade, mostrando a seriedade
1962, quando de sua segunda visi- do Sim dado, sem condições, a Jesus
ta ao Brasil. Dizia ele: Entrar para as Cristo. Que bom voltar a essa primei-
Equipes de Nossa Senhora é perigoso... ra parte dos Estatutos! Vale dizer que
O que se deve temer é que a prática da a parte original dos Estatutos, isto é,
Regra se torne um fim, um ideal... E aquela que caracteriza o Movimento
que os membros das equipes venham das Equipes de Nossa Senhora, são os
a achar que a perfeição cristã consis- meios propostos para alcançar esse
te pura e simplesmente em respeitar ideal do casal cristão. Daí a importân-
as obrigações... O perigo consiste em cia de uma partilha bem conduzida
esvaziar as obrigações de seu espírito1. pelo Casal Responsável de Equipe e
do olhar atento do Conselheiro Es-
O que se dizer, então, da nossa luta piritual para reconduzir os casais ao
diária para sermos fiéis no cumpri- caminho correto.
mento dos PCEs? Por qual razão fa-
zemos isto? Para nos assemelhar- Pe. Caffarel finaliza oferecendo um
mos cada dia mais a Cristo em sua teste infalível para verificar se o mal
do farisaísmo nos contaminou. Bas-
humildade e obediência total ao
ta refletir se hoje temos mais cons-
Pai? Ou para não “passar vergonha”
ciência de que somos pecadores do
na reunião, para mostrar que so-
que tínhamos quando entramos no
mos “bons”? A preocupação do Pe.
Movimento. E, de outro lado, se te-
­Caffarel era que as equipes não pro-
mos nos voltado a Jesus com mais
duzissem fariseus, casais satisfeitos
confiança do que antes. Não se tra-
consigo mesmos por cumprirem seus ta, portanto, de apenas compartilhar
compromissos de equipistas. Isso o se fizemos ou não os PCEs, mas se
angustiava tanto que ele chegou a eles estão nos ajudando a nos tornar
pensar em soluções como a perten- mais humildes e mais confiantes na
ça somente temporária ao Movimen- Graça de Deus, como era Maria, a
to ou o estabelecimento de um ideal primeira e mais fiel discípula de seu
inalcançável. Contudo, percebeu que Filho Jesus!
a saída estava ali mesmo nos Estatu-
tos, precisamente na primeira parte, Daniela e Romeu
aquela que nada tinha de original, que CRR SP Capital II
indicava o ideal de todo casal cristão. Província Sul I
1
Pe. HENRI CAFFAREL. O Ideal das Equipes de Nossa Senhora. Disponível em Palestras e
Conferências. Volume II, p. 7 e 8, São Paulo, 2018.

32 CM 551
NOTÍCIAS

BODAS de PRATA

5 Carla e Marcilio
dezembro Eq. N. S. do Desterro
Fortaleza – CE
2022

10 Maria e Beto
janeiro Eq. N. S. Mãe dos Homens
Pesqueira – PE
2023

10 Alessandra e Robson
janeiro Eq. N. S. da Conceição
Pesqueira – PE
2023

BODAS de PRATA

8 Ilda e Dionízio
dezembro Eq. 2 N. S. do Carmo
Bauru - SP
2022

VOLTA AO PAI

Ronaldo da Maria do Socorro


26.04.2022
N. S. das Graças – Surubim – PE
Rubens da Marlete
04.07.2020
N. S. do Amparo – Surubim – PE
Severino Donizete da Bill de Ceiça
19.08.22
N. S. Mãe dos Homens – Pesqueira – PE

CM 551 33
MEDITANDO EM EQUIPE

A Palavra de Deus
- “Eles não têm mais vinho.” (Jo 2,3) tudo o que ele vos disser.” (Jo 2,5)
- “Sua mãe disse aos serventes: Fazei
Reflexão
- Mais um ano se inicia com a graça e a presença em nosso meio. Ele é o melhor
presença de Deus em nossas vidas. Gra- vinho, o vinho novo, Aquele que nossos
tidão pelo ano que se passou e muita corações anseiam por receber. Eis a opor-
esperança nesse novo ano que come- tunidade que temos: em 2023 estarmos
çamos a vivenciar. Devemos olhar para totalmente abertos para receber a pre-
2022 com gratidão a Deus, a Ele louva- sença total de Jesus em nossos corações.
mos por tudo que experimentamos (Te - Nesse longo caminho de um novo ano
Deum laudamus). Olharmos para 2023 teremos a presença constante de Nossa
na certeza de que Deus nos acompa- Senhora em nossas vidas. Ela intercederá
nhará pela intercessão de Nossa Senho- por nós. Como está minha devoção filial a
ra. Ela, com sua poderosíssima interces- Nossa Senhora? Já tenho definida minha
são, não deixará faltar o vinho novo em regra de vida para esse ano? Não tenhas
nossas equipes e em nossas famílias. medo, desafie-se a viver o que Deus so-
- O vinho novo é a metáfora a indicar a nha e deseja para você. É difícil? Não, mas
presença de Jesus em nosso meio,Ele está é desafiador. Por isso, peça que Nossa Se-
no meio de nós,Ele é a causa de nossa ale- nhora lhe ajude a colocar em prática o que
gria e esperança. Sem Jesus tudo se torna é da vontade de Deus em sua vida. Ela está
sem sentido,turvo,desespero e angústia. sempre a lhe indicar o caminho: “Fazei tudo
O povo no Antigo Testamento vivia espe- o que ele vos disser” (Jo 2,5). Qual o “vi-
rando a chegada do Messias; nós,no Novo nho novo” desejamos receber neste ano? O
Testamento, já sentimos a graça de Sua que esperamos do Movimento neste ano?
Oração espontânea
- Vamos começar esse ano de uma oração do Rosário. Escolha um sábado,
forma especial: quero lhe convidar a pois esse dia é dedicado a Nossa Senho-
vivenciar uma das devoções mais be- ra, e reze em família o Rosário por todo
las de nossa espiritualidade mariana, a o nosso Movimento.
Oração Litúrgica
Santa Maria, Rainha dos céus, Mãe de mereça na outra vida alcançar o prêmio
Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhora do da bem-aventurança, pelo merecimen-
mundo, que a nenhum pecador desam- to do Vosso benditíssimo
parais nem desprezais; ponde, Senho- Filho, Jesus Cristo, Nosso
ra, em mim os olhos de Vossa piedade Senhor, que, com o Pai e o
e alcançai-me de Vosso amado Filho o Espírito Santo, vive e rei-
perdão de todos os meus pecados, para na para sempre. Amém.
que eu que agora venero com devoção Pe. Franciel Lopes
a Vossa santa e Imaculada Conceição, SCE Carta Mensal
8 de
março
Dia Internacional
da Mulher

Enquanto isso, mulher, torna-te aquilo


que és, na graça única, bela e fecunda que
tu recebeste do teu Criador e Senhor!
“A Igreja reconhece a indispensável contribuição da mulher
na sociedade, com uma sensibilidade, uma intuição e certas
capacidades peculiares, que habitualmente são mais próprias
das mulheres que dos homens. Por exemplo, a especial solicitude
feminina pelos outros, que se exprime de modo particular, mas não
exclusivamente, na maternidade. Vejo, com prazer, como muitas
mulheres partilham responsabilidades pastorais juntamente com
os sacerdotes, contribuem para o acompanhamento de pessoas,
famílias ou grupos e prestam novas contribuições para a reflexão
teológica. Mas ainda é preciso ampliar os espaços para uma
presença feminina mais incisiva na Igreja. Porque ‘o gênio feminino
é necessário em todas as expressões da vida social; por isso
deve ser garantida a presença das mulheres também no âmbito
do trabalho’ e nos vários lugares onde se tomam as decisões
importantes, tanto na Igreja como nas estruturas sociais.”
Papa Francisco, Evangelii Gaudium, n° 103

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