Você está na página 1de 38

CARTA

Ano LXIV - fevereiro/março 2024 - 557

EQ U I P E S D E N O S S A S E N H O R A
MENSAL

“Tomai e
bebei, isto
é o meu
corpo”
(Mt 26, 26-28)

Eucaristia na
Vida do Cristão
página 3

A Quaresma e
o Equipista
página 10
Índice
EDITORIAL ACESSE CARTA
.....................................................................................................................1 MENSAL SONORA:
­SUPER-REGIÃO BRASIL
Caminho percorrido e a percorrer...................................................................... 2
A Eucaristia na vida do cristão.......................................................................... 3
Eucaristia, fonte e ápice da vida e da missão da Igreja..........................................4
Tema do ano Capítulo 1: O que procurais?......................................................... 5
Tema do ano Capítulo 2: Ele tomou o pão..........................................................6
Turim 2024................................................................................................... 7
Mês de março — datas que se misturam, mas que em si demonstram força,
liderança e amor.........................................................................................8
Cinzas: tempo forte de renovação da fé............................................................9
A Quaresma e o equipista...............................................................................10
Confissão ou Penitência................................................................................. 12
DATAS DO MOVIMENTO
A primeira reunião de equipe.......................................................................... 13 NOTÍCIAS
ACONTECEU Está sendo
Fé e unidade a caminho da santidade...............................................................14 publicado
TESTEMUNHO somente na
A Eucaristia na Vida dos Casais....................................................................... 15 CM DIGITAL
É preciso confiar - Deus nos carrega no colo.................................................... 20 acesse pelo site
PARTILHA E PCE
O Dever de Sentar-se - uma jornada espiritual para ser vivida a dois.................... 21
ens.org.br
Levantaram-se, pois, ambos, e oraram juntos fervorosamente para que lhes fosse CM 557
conservada a vida (Tb 8,6).............................................................................22
Regra de Vida, um PCE para nos lapidar............................................................23
Regra de Vida - o PCE................................................................................... 24

ENS_CM 557_fev/mar_miolo-capa_NB
Retiro, fonte de mudança e fé.........................................................................25
Testemunho: um Retiro fecundo................................................................... 26
CM E OS EQUIPISTAS
CM 534 (pp. 2/3) - Um tempo muito especial para todos os cristão. (Viver e
testemunhar a esperança)............................................................................. 27
CM Número Especial - o Dever de Sentar-se (outubro de 1965)........................ 27
CM 555 (p. 3) – Sim ao Chamado (outubro/novembro de 2023).......................... 28
CM 555 (p. 25) - Sentimento de pertença (outubro/novembro de 2023).............. 28
CM 380 (pp. 28 a 30) Escolha do Hino do Econtro Nacional das ENS – abril de 2003......29
CM 554 (p. 13) – Eles não têm mais companhia................................................ 29 no 557
IGREJA CATÓLICA edição
Ó Bem-aventurado São José......................................................................... 30 fevereiro/março
Campanha da Fraternidade 2024: um resgate das relações................................. 31 2024

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro –Lei de
Imprensa” N° 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: ­Super-Região Brasil – CR
­Super-Região Brasil Rose e Rubens; Equipe Editorial: Responsáveis: CR Carta Mensal Mirna
e Sildson; Conselheiro Espiritual: SCE Carta Mensal: Pe Antonio C. Torres; Jornalista Res-
ponsável: Vanderlei Testa (Mtb.17622), para distribuição interna aos seus membros. Edição e Produção: Nova
Bandeira Produções Editoriais – Tefé, 192 - Perdizes, São Paulo/SP - Fone 11 97574-9718 – e-mail: novaban-
deira@novabandeira.com – Responsável: Ivahy Barcellos; Revisão: Jussara Lopes; Diagramação, preparação e
tratamento de imagem: Douglas D. Rejowski; Imagens: (Freeimagens/Pxhere/Unsplash/CanStockPhoto/Can-
va). Tiragem desta edição: 25.900 exemplares.
Cartas,colaborações,notícias,testemunhos,ilustrações/imagens devem ser enviadas para ENS – Carta Mensal,Av.Paulis-
ta,352,3° Conj.36,CEP.: 01310-905,São Paulo/SP ou através de e-mail: cartamensal@ens.org.br a/c Mirna e Sildson.
IMPORTANTE: consultar instruções antes de enviar o material pedimos que acessem as instruções na aba/acesso
Carta Mensal do site das Equipes de Nossa Senhora (www.ens.org.br).
EDITORIAL

Caríssimos equipistas, paz e bem! Celso (CRP Sul III) nos brindam com re-
Nossa Carta Mensal de fevereiro e mar- flexões sobre os Capítulos I e II, respec-
ço nos levará à caminhada de conver- tivamente, do Tema de Estudo. Lindas
são no período da Quaresma, passando reflexões como:
pela comemoração de São José, da Ins- “Para ver Deus é preciso conhecer Cristo
tituição da Eucaristia até chegarmos ao e deixar-se plasmar pelo Seu Espírito” e
ápice da vida cristã, celebrando a Páscoa “O Verbo Encarnado, que se dá no pão,
do Senhor. possui poder sem limites; tudo lhe está
Como abordado por Rose e Rubens,nos- submetido”. São amostras do conteúdo
so CR Super-Região Brasil, os ­EACRES que encontraremos.
já aconteceram por todo o Brasil e todos “… Jesus veio até nós para que pudés-
já têm o conhecimento do Tema e Lema semos ver Deus, face a face, já experi-
de estudo de 2024: A Eucaristia, Fonte mentando a realidade da vida eterna”.
de Missão. Tema iluminado pelo Espírito Com o Padre Clóvis, percorremos a
Santo, chegando até nós como um pre- Quarta-feira de Cinzas. Padre Aldair nos
sente de Deus. convida à conversão e à penitência e Frei
Erica e Wilson, nosso CR Comunicação, Levi nos diz que em São José encontra-
compartilham conosco a expectativa do mos inspiração para não perdermos esse
XIII Encontro Internacional das Equipes tesouro que é a vida espiritual. Diácono
de Nossa Senhora em Turim. Expecta- José da Cruz aborda a Campanha da
tiva de que viveremos juntos, pois esse Fraternidade e nos leva a uma reflexão
encontro dará as diretrizes para nos- profunda voltada aos ensinamentos de
sa caminhada equipista dos próximos Cristo.Padre Vanzella faz uma narrativa
seis anos. sobre a Quaresma e o Equipista, toda a
O Aniversário de Dona Nancy é lem- preparação em busca de viver a Páscoa
brado também em comemoração ao de Cristo.
Dia Internacional da Mulher, exemplo Nesta edição, trazemos vários textos
de mulher a ser seguido. sobre a Eucaristia na vida dos casais, tes-
Ao longo do ano, receberemos do Padre temunhos da intimidade dos casais com
Mariano ensinamento sobre a Exortação o Senhor através da Eucaristia.
Apostólica pós sinodal ­Sacramentum E finalizamos com a festa de 50 anos
Caritatis, escrita pelo Papa Bento XVI. das ENS em Belém.
Nesta Introdução do tema, padre Ma- Desejamos uma excelente leitura, fi-
riano nos lembrará que a base desse do- quem bem, fiquem com Deus.
cumento é fruto do sínodo ocorrido em
outubro de 2005 e do Ano Eucarístico
em 2003. Pelo conteúdo da introdução
do tema, estamos ansiosos pelos próxi-
mos capítulos.
Mirna e Sildson
Como auxílio no início do ano equipis- CR Carta Mensal
ta, Lu e Marcelo (CRP Leste II) e Flor e

CM 557 1
­SUPER-REGIÃO BRASIL

Caminho percorrido e a percorrer...


A leitura dessa Carta Mensal já os alcan- convictos da missão confiada a cada um
çará com os EACREs ocorridos e outros de nós, na nossa família, nas nossas comu-
que ainda estarão acontecendo em todo nidades, na Igreja, nas Equipes de Nossa
o Brasil, levando aos equipistas as orienta- Senhora e no mundo.
ções para o ano, o tema de estudo, a ênfa- Extraímos da Exortação Apostólica
se que será dada a um PCE, que exige um Sacramentum Caritatis as palavras do
olhar mais atento, guardando a impor- Papa Bento XVI “quanto mais viva for
tância da vivência de todos os PCEs em a fé eucarística no povo de Deus, tanto
nossa caminhada. mais profunda será a sua participação
Os encontrará já em sintonia com a nos- na vida eclesial por meio de uma ade-
sa Igreja que nos apresenta a Campanha são convicta à missão que Cristo con-
da Fraternidade desse ano, cujo tema será fiou aos seus discípulos”.
“Fraternidade e Amizade Social” e o lema Possamos ter iniciado o ano, no Tempo
“Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt 23,8), Comum (9/01 a 13/02), vivendo no nos-
com o propósito que vivamos em verda- so dia a dia, no nosso quotidiano a busca de
deira expressão de caridade e solidarieda- Jesus, seus ensinamentos, ter sido como
de com os filhos de Deus, nos convertendo João Batista na vida das pessoas, levando,
pela vivência fecunda do Evangelho. apresentando Jesus a elas, despertando
Também estarão na Quaresma, um tempo nelas a vontade de conhecer Jesus e per-
que nos convida à vivência não somente manecer com Ele, conhecer a Doutrina,
de renúncias e privações, mas de uma ver- as Sagradas Escrituras, mas sobretudo
dadeira abertura de coração dando espa- conhecê-Lo pela experiência vivida e se
ço em nossas vidas para a ação de Deus, tornando Seu discípulo, aceitando o Seu
fazendo também dos Pontos Concretos convite “Vinde e vede” (Jo 1,39).
de Esforço ferramentas essenciais para a Rogamos a Nossa Senhora, patrona de to-
nossa conversão, buscando na oração e das as equipes, que interceda junto ao seu
meditação a Deus, que sempre nos levará Filho por todas as famílias e as proteja com
à prática da entreajuda. seu manto sagrado.
Nesse ano se encerrará o percurso, o itine- Que no seu lar,Nossa Senhora seja para
rário dos seis anos que teve início no En- vocês uma Mãe honrada e querida.
contro de Fátima em 2018, com a orien- Pe. Henri C ­ affarel - A Missão do Ca-
tação geral “Não tenham medo, saiamos”, sal Cristão, pág. 20 – 1º editorial
proposta pela atual Equipe Responsável - 25/12/1945
Internacional (ERI) e que seremos agra-
ciados em 2024 com o Tema que nos le-
vará a uma profunda reflexão se vivemos
a nossa comunhão eucarística com uma
coerência eucarística, uma comunhão na Rose e Rubens
consciência e na ação, dignos de discípulos CR SRB

2 CM 557
­SUPER-REGIÃO BRASIL

A Eucaristia na vida do cristão


Olá, queridos casais e conselheiros espiri-
tuais, espero que todos estejam bem. Mi-
nhas orações a todos vocês.
A Eucaristia é “fonte e ápice da vida
cristã”. Os demais Sacramentos, assim
como todos os ministérios eclesiásticos
e tarefas apostólicas, ligam-se à sagra-
da Eucaristia e a ela se ordenam, pois
a Santíssima Eucaristia contém todo o
bem espiritual da Igreja, a saber, o pró-
prio Cristo, nossa Páscoa (segundo o ca- o vinho consagrado, o sinal da entrega de
tecismo da Igreja Católica). Jesus por nós não acontece, não acontece
o Sacramento. Logo, a missa não é só con-
E o pão e o vinho? O pão e o vinho, con-
sagrar o pão: é comungá-lo. Nós, cristãos
sagrados no Corpo e Sangue do Senhor,
católicos que cremos em Jesus presente na
fazem acontecer a entrega Dele, quan-
Eucaristia, devemos sempre nos alimentar
do comemos e bebemos. O pão e o vi-
do Corpo e Sangue de Jesus, só ele vai nos
nho se entregam por nós, para que te-
dar força, coragem para vencermos todos
nhamos vida. Precisamos ter claro que a
os obstáculos, por isso não deixemos de
ação de Jesus por sua doação na missa é
comungar nunca mais.
uma ação sacramental.
E assim, de certa forma, a nossa vida tam-
O sacramento faz a entrega de Jesus rea-
bém é um sacramento. Como? No meu
lizar-se na Missa, porém não de maneira
testemunho de entrega pelos irmãos ne-
real como foi na cruz. Pelo sacramento, a
cessitados, no testemunho da vida em so-
entrega de Jesus realiza-se no significado
lidariedade e partilha, eu devo me pergun-
do pão e do vinho. Para entender e cele-
tar: Coloco em prática as ações que Jesus
brar, é necessário perguntarmo-nos pelo
Cristo me ensinou?
significado real do pão em nossa vida. Pão
é para comer, Jesus sabia. Por isso esco- Meus irmãos queridos, espero que essa
lheu o pão como o melhor sinal de entre- pequena reflexão possa nos auxiliar a
ga. Por quê? Porque, quando comemos, o levarmos mais a sério a Eucaristia em
pão se entrega por nós, como comida, e o nossas vidas.
vinho bebido se entrega por nós como be- Deus os abençoe, abraço fraterno a todos,
bida. Comida e bebida são essenciais para rezem por mim, estou rezando por todos
a vida humana. Comemos o pão e bebe- e que a paz do Senhor esteja com todos.
mos o vinho consagrado com a mesma
ação quando comemos e bebemos pão e
vinho comuns. O ato humano nos leva a
compreender a escolha de Jesus para rela-
cionar esses sinais com o acontecimento
da entrega Dele na cruz. Se não for comi- Padre Toninho
do o pão consagrado e se não for bebido SCE SRB

CM 557 3
­SUPER-REGIÃO BRASIL

Eucaristia, fonte e ápice da vida e da missão da Igreja


Queridos Casais das ENS! A rigor, a Sacramentum Caritatis não
Com A Eucaristia, Fonte de Missão traz novidades teológicas, litúrgicas
(tema de estudo para 2024), com- ou pastorais. Está em plena sintonia
pletamos o sexênio, assumido em com a renovação efetuada no Con-
Fátima (16-21/07/2018). Em fun- cílio Vaticano II que, aliás, “contém
ção disso, o documento eclesial que riquezas ainda não plenamente ex-
nos servirá de inspiração é a Exorta- ploradas”, diz o n. 3. Ao mesmo tem-
ção apostólica pós-sinodal, Sacra- po, Bento XVI incentiva a missa em
mentum Caritatis (Sacramento do latim, sobretudo nos encontros inter-
Amor), do Papa Bento XVI, publicada nacionais, a saber que o latim conti-
em 22/02/2007. nua a língua oficial da Igreja Católica.
Na mesma linha, de acordo com o n.
O conteúdo desse documento é fruto
62, vai o pedido de que se valorize o
do Sínodo sobre a Eucaristia,em outu-
canto gregoriano nas liturgias.
bro de 2005. A propósito, na ocasião
celebrou-se o Ano Eucarístico e em Ainda que reconheça terem havido
2003 João Paulo II nos havia presen- alguns exageros, o Papa acentua a
teado com a encíclica Ecclesia de Eu- participação viva dos fiéis, em fun-
charistia (A Igreja vive da Eucaristia). ção da qual “podem ter lugar algumas
adaptações apropriadas aos respec-
Como é que se nos apresenta a Sa-
tivos contextos e às diversas cultu-
cramentum Caritatis? Entre a intro-
ras... segundo as necessidades reais
dução (nn. 1 – 5) e a conclusão (nn.
da Igreja, a qual vive e celebra o mes-
94 - 97), a exortação desenvolve três
mo mistério de Cristo em situações
capítulos: o que, acerca da Eucaristia,
culturais diferentes” (n. 54).
a Igreja crê (cap. I, nn. 6 – 33), o que
ela celebra (cap. II, nn. 34 – 69) e o Em síntese, a Exortação é, antes de
que ela vivencia (cap. III, nn 70 – 93). tudo, um documento elaborado a
Pelo que se vê, importa a fé, vale a ce- partir da assembleia sinodal que reu-
lebração, conta a vivência em mis- niu 252 Bispos do mundo inteiro,
são: Eucaristia acreditada, celebrada em outubro de 2005, no Vaticano.
e vivenciada. O documento reflete o equilíbrio das
diversas tendências que representa-
A exortação apostólica dá continui-
ram a rica realidade eclesial da época.
dade às pertinentes reflexões euca-
rísticas de João Paulo II. Propõe, com
linguagem atual, algumas verdades
essenciais da doutrina eucarística,
exorta à celebração bem-feita e re-
corda a necessidade urgente de tes-
temunhar uma vida eucarística coe- Pe. Mariano
rente para o dia a dia. Weizenmann
Província Sul III

4 CM 557
­SUPER-REGIÃO BRASIL

Tema do ano
Capítulo 1:
O que procurais?

Felicidade, amor, vida plena são buscas Santo Afonso, não são as nossas obras,
que estão presentes no coração de cada mas a nossa resignação e a conformida-
um de nós. Todos desejam ser felizes, de da nossa vontade à Vontade de Deus.
nem todos se preocupam em fazer os Busquemos o maior e o mais belo milagre
outros felizes. que o Senhor realizou e quis que estivesse
Todos desejam desfrutar da vida com ale- presente a cada Missa, para que Ele pu-
gria, serem olhados com bondade e ter- desse estar entre nós, a fim de nos curar
nura, nem todos conseguem olhar ao seu e alimentar, a Eucaristia. E, revestidos de
redor com amor. Cristo, será possível reconhecer o rosto do
Como ser uma pessoa que planta semen- Senhor no rosto dos nossos irmãos; colo-
tes de amor e floresce em felicidade? car os nossos passos diante dos passos de
nosso Mestre Jesus. Na Santíssima Euca-
Ser feliz exige coragem, esforço, refle-
ristia está contido o tesouro espiritual ca-
xão, constante união com o Divino em
paz de tornar os nossos corações puros e
nós e em torno de nós. Ser feliz é ter Je-
arrebatados pela beleza divina.
sus habitando em nosso coração para que
sejamos impulsionados a segui-Lo com A vida é para ser celebrada e olhada com
fervor e amor. Para “ver Deus” é preciso um olhar Eucarístico! Que a nossa exis-
conhecer Cristo e deixar-se plasmar pelo tência seja iluminada pela verdade do
Seu Espírito. Amor! Sejamos animados, alegres, inusi-
tados e ousados, semeando uma colheita
Toda Missão tem início, primeiramente,
feliz. Não tenham medo, saiamos!
em nosso coração, e revestidos da Luz de
Cristo vamos concretizando, tornando A vida é muito curta para ser pequena, não
real a Sua santa vontade. há tempo para desperdiçá-la. É nossa mis-
são a tornarmos grandiosa, não pela reali-
Senhor, o que queres que eu faça? Como
zação de grandes feitos, mas por sermos
queres? Quando queres? Essas devem ser
pessoas que revelam um jardim na alma
indagações que todo discípulo missionário
e, nela, a exuberância dos sentimentos é
deveria fazer. Somente em Jesus encon-
grandiosa, exalando o perfume de Cristo
traremos as respostas. A grande e verda-
por onde passa.
deira estrela que nos guia é o próprio Cris-
to. Ele é a explosão do amor de Deus, que
faz brilhar sobre o mundo o grande fulgor
do Seu amor. Procurai no Senhor enquan-
to é possível encontrá-Lo. O segredo de
uma vida plena e uma missão fecunda é Lu e Marcelo
descobrir o que Deus quer de nós em tudo CRP Leste II
que fazemos. O que glorifica a Deus, diz
CM 557 5
­SUPER-REGIÃO BRASIL

Tema do ano
Capítulo 2:
Ele tomou o pão...

Jesus tomou o pão e, depois de o abençoar,


deu-o aos seus discípulos...
Se acreditamos que com o pão Ele toma as nossa parte: a firme e total resolução de
nossas dores e aflições, por consequência sermos inteiramente de Deus e de nos
cremos que também a elas Ele abençoa abandonar completamente e sem reser-
para depois serem transformadas. vas à sua Providência… jamais deixando-
No pão está o trabalho humano, o suor do -a em segundo plano para querer resolver
rosto, o cansaço, as aflições… e o Senhor tudo com as próprias forças.
tudo abençoa com seu poder misericor- E receber a Eucaristia nos faz viver con-
dioso que quis “precisar” de nós. fiantes na Providência Divina. “Como o
Reconhecendo a ternura do Coração Pai que me enviou vive e eu vivo pelo Pai,
Santo de Jesus podemos sentir que nada assim também aquele que comer a minha
foge ao seu alcance e agradecemos, com carne viverá por mim (Jo 6,57)”. Este foi
confiança, todo o bem que Ele realiza o ensinamento de Jesus na sinagoga de
para a humanidade. Cafarnaum, que escandalizou muitos dos
seus discípulos… e desde então muitos se
Assim, o pão se torna carne que se doa
retiraram e já não andavam com Ele.
por inteiro, até a última gota do próprio
sangue que derrama na cruz para apagar Hoje, no mundo de “facilidades” e “ofer-
o nosso pecado. tas” em que vivemos, somos nós que ou-
vimos a pergunta de Jesus: “Quereis vós
Acreditar no seu poder nos dá con-
também retirar-vos?”.
fiança para a luta diária que travamos
contra o inimigo, até mesmo nas pe- Que Deus nos conceda a graça de sermos
quenas escolhas. por Ele atraídos e possamos responder
como Pedro: “Senhor, a quem iríamos
O Verbo Encarnado, que se dá no pão,
nós? Tu tens as palavras da vida eter-
possui poder sem limites; tudo lhe está
na. E nós cremos e sabemos que Tu és
submetido. Jesus domina as forças da
o Santo de Deus ”(Jo 6, 68–69).
natureza; e nessa fé acreditamos na sua
presença real na Eucaristia. Se nisso acre-
ditamos, nossa confiança não é pequena.
E para que ela resista a todas as provas, é
preciso que se eleve sobre bases inabalá-
veis: na infinita bondade de Deus e nos Flor e Celso
méritos da Paixão e Morte de Nosso Se- CRP Sul III
nhor Jesus Cristo, com uma condição da

6 CM 557
TURIM ­SUPER-REGIÃO BRASIL

Turim 2024
Um testemunho de união e fé em tempos desafiadores
Tu r i m , c i d a d e participantes, provenientes de todos os
marcada pela espi- continentes, em um testemunho pode-
ritualidade e sede roso da união e força que Cristo propor-
do Santo Sudá- ciona, mesmo em tempos tumultuados
rio, será o cenário como os atuais.
do XIII Encontro Durante essa semana, o grande ginásio
Internacional das Pala Alpitour será o epicentro de uma
Equipes de Nos- programação repleta de momentos de
sa Senhora, que espiritualidade e reflexão. Palestras, tes-
acontecerá de 15 temunhos, orações e partilhas fraternas
a 20 de julho de oferecerão aos participantes uma opor-
2024. Os preparativos estão a todo va- tunidade única de crescimento espiritual
por! Este acontecimento de magnitude e fortalecimento dos laços de fraternida-
excepcional está gerando grande ex- de que existem entre os equipistas. Em
pectativa entre todos os inscritos, que meio aos desafios atuais, é uma oportu-
já se preparam para dias inesquecíveis; nidade de mostrar ao mundo que, ape-
também nos membros da ERI (Equipe sar das adversidades, a fé e a comunhão
Responsável Internacional), da Equipe entre os casais transcendem fronteiras
de Coordenação Torino2024 e dos en- e dificuldades.
volvidos em cada parte do mundo, que
A expectativa é que o XIII Encontro In-
com dedicação e empenho, estão traba-
ternacional das Equipes de Nossa Se-
lhando incansavelmente para garantir
nhora em Turim deixe um legado de
que cada detalhe esteja alinhado com
união, espiritualidade e amor que ecoará
o propósito deste evento grandioso.
por muitos anos! Una-se a nós, se não
O tema inspirador deste encontro, “Va- fisicamente, em oração e de coração ar-
mos com coração ardente”, baseia-se dente, através dos relatos que traremos
nos passos dos discípulos de Emaús (Lc através da Carta Mensal, do site, das
24,15-35). Este tema ressoa como um redes sociais e de vídeos no YouTube.
convite para uma jornada espiritual pro-
Estamos ansiosos para testemunhar e
funda, convidando os participantes a ca-
compartilhar os frutos deste encontro
minharem com corações inflamados pela
único. Fica conosco, Senhor.
presença de Cristo. O olhar especialmen-
te voltado à Eucaristia vai nos inspirar em
cada uma das motivações diárias, com ca-
racterísticas marcantes desta passagem.
Apesar dos desafios representados pela
crise econômica e pelos conflitos glo-
bais, o Movimento está empenhado na
Erica e Wilson
organização deste evento tão marcan- CR Comunicação
te. A expectativa é a presença de 8.500
CM 557 7
­SUPER-REGIÃO BRASIL

Mês de março — datas que se misturam,


mas que em si demonstram força, liderança e amor.
luz para os casais viveu plenamente a sua
vocação matrimonial e maternal, enfren-
tou as dificuldades com coragem e con-
fiança em Deus, e testemunhou a fé com
alegria e generosidade. Com esse mesmo
olhar atento e inspirada pelo Espírito San-
to, iniciou a Comunidade Nossa Senhora
da Esperança, um Movimento de apoio
espiritual, religioso e vivencial para viúvas,
viúvos e pessoas sós.
Em 8 de março, celebramos o Dia Interna- No Dia Internacional da Mulher, Dona
cional da Mulher, uma data que nos recor- Nancy, expressamos nossa gratidão pela
da as conquistas e desafios enfrentados mulher que inspirou e continua inspiran-
pelas mulheres ao longo da história. Nes- do muitas outras mulheres a seguirem seu
te dia, representando todas as mulheres, exemplo, exemplo de vida Cristã.
homenageamos uma mulher em especial,
Dona Nancy está junto de Deus e como
exemplo de fé, de liderança, de esperança
fonte de inspiração e aprendizado, aos
e amor: dona Nancy Moncau.
casais novos de caminhada no Movi-
Nascida em 22/03/1909, dedicada à sua mento ou àqueles que ainda não tiveram
família e à sua religião, casou-se com Pe- a oportunidade de ler, recomendamos a
dro Moncau, com quem teve seis filhos leitura de: — “O sentido de uma vida”;
e formou uma união feliz e duradoura, — “Quando a palavra se torna vida” e;
exemplo de vida conjugal a todos nós, ca- — “Equipes de Nossa Senhora no Brasil
sais equipistas. — Ensaio sobre seu histórico”. Todos es-
Iluminados pelo Espírito Santo, vivendo a critos por Dona Nancy.
espiritualidade conjugal em sua plenitu- Querem conhecer um pouco mais de dona
de, lançaram-se ao serviço, acreditando Nancy, acesse seus depoimentos, material
que o Movimento das Equipes de Nossa muito rico disponível em nosso site:https://
Senhora contribuiria para a santificação www.ens.org.br/acervo-de-formacao/
e salvação das famílias, trouxeram para o material-de-formacao/filmes/palestras/
Brasil o Movimento das Equipes de Nos- depoimentos-da-sra-nancy-moncau
sa Senhora e não mediram esforços para
Mulheres equipistas, nossa homenagem.
a sua expansão e consolidação.
No amor de Maria, fiquem com Deus, fi-
Dona Nancy era uma mulher de oração, quem bem.
de liderança e de serviço. Participava ati-
vamente da vida da Igreja e da socieda-
de, sempre buscando auxiliar os mais ne-
cessitados e difundir os valores cristãos.
Mulher firme, mas generosa, carinhosa
e participativa, esteve presente ao lado Mirna e Sildson
dos Casais Responsáveis pelo Movimen- CR Carta Mensal
to ao longo dos anos, se fazendo de Sal e
8 CM 557
­SUPER-REGIÃO BRASIL

Cinzas: tempo forte de renovação da fé


A Quarta-feira de Cinzas marca o início
da Quaresma, um período de 40 dias,
uma jornada espiritual que culmina na
celebração da Ressurreição de Jesus no
Domingo da Páscoa. O tempo da Qua-
resma é este tempo marcante na vida
da Igreja, tempo forte de oração, de pe-
nitência, de jejum e de busca pela práti-
ca da caridade.
A celebração das Cinzas é profundamen-
te simbólica, carregada de significados. Ela
tem suas raízes nas práticas penitenciais cinzas colocadas sobre as nossas cabeças
do Antigo Testamento e do Novo Testa- nos fazem lembrar que viemos do pó e ao
mento. O livro de Daniel no capítulo 9, pó voltaremos. Ao receber as cinzas, re-
versículo 3, relata o uso de cinzas como conhecemos a nossa fragilidade.
sinal de contrição, simbolizava arrepen- A colocação das cinzas é mais do que um
dimento e humildade: “E voltei minha simples ritual; é um chamado à reflexão
face para o Senhor Deus, implorando-o e à ação. A intenção desse sacramental é
em oração e súplicas, no jejum, no silício nos levar ao arrependimento, a uma vida
e na cinza”, e o livro de Jó no capítulo 42, de conversão, como nos lembra a liturgia:
versículo 6, mostra Jó se arrependendo “Convertei-vos e crede no Evangelho”. É
em cinzas: “Por isso, retrato-me e faço um lembrete da transitoriedade da nossa
penitência no pó e na cinza”. No Novo vida e da necessidade de buscarmos uma
Testamento, Jesus também faz referên- relação mais profunda com Deus.
cia ao uso de cinzas como sinal de arre- Assim, a Quarta-feira de Cinzas não
pendimento em Mateus 11, versículo é apenas um marco litúrgico, mas um
21: “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! convite à introspecção, à mudança e ao
Porque se em Tiro e em Sidônia tivessem crescimento espiritual. À medida que
sido realizados os milagres que em vós se iniciamos esse período significativo, so-
realizaram, há muito se teriam arrepen- mos lembrados da importância de buscar
dido, vestindo-se de silício e cobrindo- uma relação mais profunda com Deus e
-se de cinza”. de viver uma vida permeada pela com-
Assim como no Antigo e no Novo Testa- paixão e retidão.
mento, as cinzas eram um sinal precioso
na vida de fé do povo, também hoje o é
para nós. Na Quarta-feira de Cinzas, as
cinzas são colocadas sobre nossa testa
ou cabeça, em sinal de penitência e hu-
mildade. Essas cinzas são obtidas quei- Pe. Clovis Martins
mando os ramos abençoados durante o SCER Sta. Catarina I
Domingo de Ramos do ano anterior. As Província Sul III

CM 557 9
­SUPER-REGIÃO BRASIL

A Quaresma e o equipista
O tempo santo da Quaresma está em 2020, ainda temos muitos ele-
chegando e a Igreja começa a se mo- mentos em nossos corações que nos
bilizar para ele. Os eventos quares- iluminarão para bem vivermos o tem-
mais, como mutirão de confissões, po quaresmal.
celebrações penitenciais, a via sa- A santidade é graça e a graça vem
cra, a celebração das dores de Maria, de Deus porque Ele é o três vezes
começam a ser planejados. A Cam- Santo. Para que, como equipistas,
panha da Fraternidade já está mos- possamos buscar n'Ele a santidade,
trando a sua cara com o tema: “Fra- precisamos então viver a espiritua-
ternidade e Amizade Social”. Todas lidade quaresmal a partir do nosso
as pessoas já estão se preparando carisma. O primeiro passo para isso
para a Q­ uarta-feira de Cinzas. Tudo é a escuta da Palavra. Aí a resposta
isso com um horizonte: a Páscoa na vem: isso é fácil, já que praticamos
Ressurreição de Nosso Senhor Je- isso através do PCE escuta da Pala-
sus Cristo. vra. Será? Acho que não, pois se fos-
Essas coisas já estão passando de di- se fácil não seria um Ponto Concre-
ferentes formas pela cabeça de cada to de Esforço, mas uma prática coti-
membro do Movimento das Equipes diana. Se o Movimento nos mostra
de Nossa Senhora. Mas podemos a necessidade e nos ensina a escuta
perguntar: será que não poderíamos da Palavra, ele colabora com a vi-
ter uma Quaresma com algo próprio vência do espírito quaresmal.
para os membros do nosso Movimen- O Evangelho que nos é colocado na
to, que focasse a partir dos elemen- Quarta-feira de Cinzas (Mt 6,1-
tos do tempo quaresmal a espiritu- 6.16-18) nos apresenta os três ele-
alidade conjugal e que considerasse mentos da Quaresma que sustentam
também os elementos pedagógicos a espiritualidade deste tempo santo:
do Movimento? E a resposta é óbvia: a oração, o jejum e a esmola. Como
SIM. Então vamos pensar no assunto. pensar esses elementos a partir da
Quaresma é tempo de assumir uma espiritualidade conjugal?
proposta de santidade. Para isso, nos Jesus disse que para orar, devemos
recordemos do ano de 2020, quan- entrar no nosso quarto, fechar a por-
do tivemos como tema: “Casal san- ta e orar em segredo. Conhecemos
to: alegria da Igreja, testemunho para bem o segredo da intimidade con-
o mundo”, que teve como objetivos: jugal e podemos fazer desse segre-
“Despertar o desejo de santidade nos do a chave da oração. O Sacramen-
casais como resposta natural ao cha- to do Matrimônio nos revela a união
mado de Deus” e “viver uma santida- de Cristo com a sua Igreja. Nos una-
de encarnada, pois a resposta é dada mos então a Cristo a partir da ora-
numa realidade concreta”. Se fomos ção conjugal mais frequente. Outro
capazes de fazer uma boa caminhada PCE? Sim, portanto outro esforço
10 CM 557
­SUPER-REGIÃO BRASIL

para fazermos do Movimento um


caminho para a vivência da espiritu-
alidade quaresmal.
E o jejum? A santidade tem suas exi-
gências, conforme vimos na quinta
reunião do ano de 2020. O Movimen-
to nos ensinou que não existe santi-
dade sem renúncia em vista de outros
valores mais importantes. Na Quares-
ma, somos convidados a fazer isso, re-
nunciar a determinados alimentos em
vista da nossa santificação.
Por fim a esmola. Ela é consequência
Para nós, a santidade está direta-
do jejum. Quando jejuamos, aquilo
mente vinculada à espiritualidade
que deixamos de consumir não é nos-
conjugal. O Padre C ­ affarel nos ensi-
so, pois renunciamos a ele, e por isso
nou no editorial da Carta Mensal de
é sagrado, pertence a Deus e, por isso,
1950: “Sois chamados à santidade.
deve ser entregue aos pobres e neces-
E é no e pelo casamento que deveis
sitados. Se deixamos de comer algo,
caminhar para ela. Para os casais que
mas não damos aquilo ao pobre, ou
procuram construir a sua espiritua-
fizemos regime ou fizemos economia,
lidade, não se trata de se evadirem
mas não fizemos jejum. Por isso, de-
do mundo, mas sim de aprenderem
vemos calcular o quanto deixamos de
como, a exemplo de Cristo, podem
gastar com o jejum e encaminhar para
servir a Deus em toda a sua vida e
os pobres e necessitados, o que pode
em meio ao mundo”. Ele também
ser feito de várias maneiras, como a
nos disse, nas Novas Cartas sobre a
ajuda concreta a alguém, ajuda atra-
Oração, na pág. 29: “Desejá-la não
vés de instituições civis ou religiosas,
é mais presunção, mas magnanimi-
como por exemplo os Vicentinos, ou
dade, e dispor-se para ela - por uma
também através da coleta da solida-
abertura habitual do nosso espírito ao
riedade da Campanha da Fraternida-
Espírito Santo - é a própria exigência
de. Mas qual o espírito que nos deve
do nosso amor filial para com Deus”.
nortear nessa doação? O mesmo que
nos leva a contribuir com os dons
partilhados na nossa reunião mensal.
Não nos esqueçamos da frase do Pa-
dre ­Caffarel que se encontra na Carta
Mensal set/out 1970: “O exercício da Pe. José
Adalberto Vanzella
fé e da caridade deveria ser tão natural SCEP Sul I
e tão tranquilo quanto a respiração”.
CM 557 11
­SUPER-REGIÃO BRASIL

Confissão ou Penitência
um único momento durante o ano?
É preciso entendermos que o Senhor
Jesus está sempre pronto a nos perdo-
ar. Ele nos ensina e apresenta o cami-
nho da misericórdia quando nos fala
da máxima do perdão no Evangelho
de Mateus: “Até setenta vezes sete”
(Mt 18,22), ou seja, perdoar infini-
tamente. É assim que o Senhor faz
a cada um de nós quando nos arre-
pendemos, sinceramente, dos nossos
pecados e procuramos um sacerdote
para a Confissão sacramental.
Dentre os sete sacramentos que há O caminho da Confissão sacramental
na Igreja existem alguns que podem e passa, primeiramente, pela contrição
devem ser recebidos pelos fiéis quan- que é o repúdio ao pecado cometido
tas vezes forem necessárias, ou seja, e o desejo de não mais pecar. Daí se
durante toda a vida. O sacramento da procura um sacerdote para, diante
Reconciliação, que também é chama- dele, pedir perdão pelos atos come-
do de Confissão, é um deles. tidos. Em seguida há a satisfação ou
A Igreja nos recomenda a Confissão penitência que o fiel receberá como
ao menos uma vez ao ano, conforme forma de reparação contra o mal pra-
o cânone 989 do Código de Direito ticado. Por fim, receberá a absolvição
Canônico que nos apresenta: “Todo do sacerdote com a oração da Igreja,
fiel, depois de ter chegado à idade concluindo-se o sacramento. Ao fa-
da discrição, é obrigado a confes- zermos uma boa e sincera confissão,
sar fielmente seus pecados graves, o Senhor nos enche de força e capa-
pelo menos uma vez por ano”. Nos cidade para também perdoar aos nos-
comentários a esse cânone traz a se- sos irmãos que nos tenham ofendido.
guinte observação: “Esta confissão Perdoar e receber o perdão é viver em
não está ligada necessariamente à paz com Deus, com os outros e con-
comunhão pascal, mas que pode ser sigo mesmo.
necessária para esta” A Igreja, sabia-
mente, faz essa recomendação para
que ninguém fique longe do perdão
e da reconciliação com Deus por
tanto tempo. Pe. Aldair
Custódio da Silva
Diante disso, eis uma questão: se SCE Região Minas V
posso me confessar tantas outras Província Leste II
vezes, por que deixar somente para
12 CM 557
DATAS DO MOVIMENTO

A primeira reunião de equipe


Importante revisitar o passado da a confiança necessária para levar em
história do Movimento das ENS para frente a mesma proposta: BUSCAR
entender e criar em nós bons senti- A ESPIRITUALIDADE CONJUGAL.
mentos e lembranças da existência de Nosso querido fundador acreditava
pessoas que vieram antes de nós, que no Sacramento do Matrimônio; sa-
se doaram e se empenharam para fa- bia das riquezas espirituais que po-
zer mais do que o necessário, nos dan- deriam advir desse sacramento, se
do a certeza de que aquilo que faze- bem vivido; mas também sabia das
mos hoje, na Igreja e no Movimento, muitas dificuldades em buscar a san-
tem as bênçãos de Deus. tidade. E, dentro dessa dinâmica, in-
A primeira reunião de equipe, ocorrida clui a Oração como ponto principal
em 25/02/1939, teve início por con- e meio de superar quaisquer dificul-
ta de uma necessidade... de uma von- dades, através da escuta profunda de
tade daqueles quatro casais: orienta- Sua Palavra.
ções sobre virtudes cristãs para sua Olhando para trás, vemos com cla-
caminhada de amor e de fé dentro do reza que hoje já estamos colhendo os
Sacramento do Matrimônio. Pe. Hen- frutos da paz, do amor e do serviço à
ri ­Caffarel , um jovem padre de Paris, Igreja e do Movimento. Olhando para
que foi por eles procurado, se sentiu frente temos a confiança de que atra-
tocado pela necessidade dos mesmos vés de nossa dedicação e comprome-
e, com certeza, não possuía um pro- timento, muitos outros casais terão a
jeto pronto, uma resposta para aque- oportunidade de viver na santidade a
la situação. Então se seguiu a famosa vida conjugal e familiar.
frase: “Façamos o caminho juntos”.
Quando estivermos passando por
Não houve esquiva de sua parte. Mas
dificuldades, tenhamos sempre em
ao contrário; vemos nele interesse e
mente a dedicação dos casais que
a inspiração do Espírito Santo, que
juntamente com o Padre C ­ affarel
ilumina quem está aberto à sua ação.
nos “iluminam” para um testemu-
E a partir do seu “sim” aconteceu a
nho essencial em nossa vida cristã de
continuidade do Movimento até os
casados: que o nosso amor conjugal
dias atuais.
e familiar fale de Deus!
Quando vemos o Movimento das
ENS crescendo no Brasil e no mundo
com tanta força temos a certeza de
que foi inspirado por Deus. Seu caris-
ma e mística estão vivos nos corações
dos casais que participam das ENS.
E, assim como aqueles quatro casais,
juntamente com o Padre ­Caffarel, Flor e Celso
CRP Sul III
também nós equipistas devemos ter

CM 557 13
ACONTECEU

Fé e unidade a caminho da santidade


50 anos das ENS em Belém/PA
satisfação espiritual, com o próprio
Jesus a nos abençoar, na Santa Euca-
ristia que recebemos, na inesquecível
Santa Missa, presidida pelo Arcebispo
Dom Alberto e concelebrada por mui-
tos SCEs (a Procissão de Entrada pare-
cia a dos Encontros Internacionais!).
HISTÓRIA — Nos anos 1970, o casal
Mônica e Plínio Hahn, ativo equipista
Ficamos imaginando a felicidade de em Florianópolis, veio morar em Be-
Jesus ao ver a monumental Basílica lém. Ao descobrir que não existiam as
de N. S. de Nazaré, em Belém, lotada ENS na cidade, iluminados pelo Espí-
de equipistas, um grande lago verde, rito Santo, procuraram seu pároco, o
centenas de casais com suas camisas jovem Pe. Giovanni Incampo. Com o
verde-floresta, alardeando seu amor e coração ardendo, apresentaram a ele
sua fé em Nossa Senhora e no seu Di- as ENS. Seu coração também ardeu
vino Filho. Casais em busca da santi- e ele apaixonou-se pelo Movimen-
ficação. Era 16/11/2023, a Vigília do to – amor ativo até hoje: foi o SCE
Jubileu de Ouro das ENS em Belém. da primeira equipe e é SCE até hoje!
Imaginamos também estarem com Convidou mais seis casais e a primeira
o Senhor, unindo-se a nós, que na reunião foi em 17/11/1973.
Santa Missa agradecíamos os imen- A terra boa dos corações paraen-
sos dons recebidos, o Servo de Deus ses fez a semente produzir à base de
Padre ­Caffarel, D. Nancy e Dr. Pedro cem por uma (cf. Mt 13,8): na Região
Moncau e nosso amado casal catari- Norte II (Belém, Abaetetuba e Tucu-
nense Mônica e Plínio, que trouxe as ruí) somos 448 casais em 72 equi-
ENS para Belém. Com eles, lá no Céu, pes (em Belém, 321 casais). Consi-
também diversos membros da pri- derando a Região Norte V, que teve a
meira ENS de Belém, Equipe N. S. de mesma origem, são mais 54 equipes,
Nazaré, que já vivem a Glória de Deus. com 339 casais.
Os imaginamos em uma reunião de
Equipe, tendo o Padre C­ affarel como
SCE e o próprio Senhor Jesus, em pes-
soa, e não apenas “in persona”, como
acontece em nossas reuniões. Rita e Fernando
ENS de Guadalupe,
Nesta abençoada noite de 16/11, Belém/PA
em Belém, cerca de 250 casais vi- Província Norte
vemos momentos de igual alegria e

14 CM 557
TESTEMUNHO
A EUCARISTIA NA VIDA DOS CASAIS

O banquete do amor: a a estabilidade e a felicidade no matri-


mônio. Enquanto fonte de graça divina,
eucaristia como sustento a Eucaristia também nos fortalece para
espiritual na conjugalidade enfrentarmos os desafios contemporâ-
das Equipes de neos. Diante das pressões da sociedade
e das complexidades da vida moderna, a
Nossa Senhora vivência com a Eucaristia e a participação
No coração da vivência conjugal nas nas Equipes de Nossa Senhora oferecem
Equipes de Nossa Senhora, a Eucaristia uma âncora espiritual que nos sustenta.
desponta como um elo sublime, tecendo No início de nosso matrimônio, con-
a espiritualidade que une esposos e espo- fessamos que, em algumas ocasiões,
sas na jornada matrimonial. Desta for- deixávamos de participar em casal da
ma, constatamos que este movimento, missa dominical, apesar de morarmos
profundamente enraizado na fé católica, próximo à igreja.
celebra a comunhão entre nós, casais, e Justificativas inaceitáveis permeavam
a presença de Cristo na vida cotidiana. nosso casamento: canseira, desâni-
A Eucaristia, enquanto sacramento mo, assistir a um jogo ou corrida, falta
central na tradição católica, não é ape- de tempo... Até que o Senhor bateu à
nas um ritual litúrgico, mas uma fonte nossa porta, trazendo-nos as Equipes
inesgotável de graças para todos nós, de Nossa Senhora. Atendendo ao Seu
casais equipistas. É no pão e no vinho chamado, transformamos nossa vi-
consagrados que encontramos nutrição vência matrimonial. Hoje, temos plena
espiritual para enfrentar os desafios da consciência de como o movimento nos
vida a dois. Ao participarmos juntos da possibilitou vivermos em plenitude o
Santa Missa, fortalecemos nossos vín- nosso matrimônio.
culos, não apenas entre nós, mas tam- Desta forma, concluímos que a Euca-
bém com Deus. A Eucaristia é um con- ristia na vida dos casais das Equipes de
vite à comunhão íntima com o Divino, Nossa Senhora transcende o aspec-
proporcionando alicerces sólidos para a to sacramental para se tornar um pilar
construção de uma vida conjugal fun- central na construção de matrimônios
damentada nos valores cristãos. sólidos e profundamente enraizados
A Eucaristia não é apenas um momen- na fé cristã.
to litúrgico isolado; ela se estende para
além dos limites da igreja, influencian-
do-nos na vivência familiar e social. Ao
nos alimentarmos do Corpo e do Sangue
de Cristo, encontramos forças para su- Mércia e Ademilson
perar desentendimentos, perdoar e cul- CRR Minas V
tivar a paciência, virtudes essenciais para Provincia Leste II

CM 557 15
TESTEMUNHO
A EUCARISTIA NA VIDA DOS CASAIS

“Minha filha, não faltes à Comu- foram visíveis: fizemos a Consagra-


nhão, a não ser quando tiveres cer- ção Total a Maria pelo método de
teza de que pecaste gravemente; São Luis Maria G. de Montfort, nos
não permitas que nenhuma dúvi- Consagramos a São José conduzi-
da impeça a tua união Comigo. As dos por Donald H. Calloway e em
tuas pequenas faltas desaparece- breve, após um ano de preparação,
rão no Meu amor como uma palha
jogada num grande faremos a Consagração ao Santo
Anjo da Guarda na Obra dos Santos
braseiro”. (Jesus p/ Sta. Faustina Anjos, no Mosteiro de Belém. Faze-
- Diário,156)
mos os primeiros sábados do mês
Somos equipistas há 24 anos, te- dedicados ao Imaculado Coração
mos 37 anos de casados e três fi- de Maria, em que ela nos pede a vi-
lhos. Nossa caminhada de aprofun- vência das 5 pedrinhas para vencer
damento na espiritualidade conju- o poder e a influência do mal e do
gal tomou uma proporção maior e pecado, que são: receber a Sagrada
mais concreta há quase 20 anos, Eucaristia com frequência, se possí-
quando fomos convidados a fazer vel, diariamente; ler e meditar a Bí-
parte do Ministério da Eucaristia, blia Sagrada; rezar o rosário diaria-
onde servimos por seis anos. Jesus mente; confessar-se mensalmen-
é incrível conosco! Tínhamos um te; jejuar a pão e água às quartas e
mês de afastamento do ministério, sextas-feiras.
quando em oração diante do Sacrá-
Temos consciência de que são
rio, pedimos a Ele uma importante e
muitas as tribulações e desafios,
necessária graça e dissemos que es-
mas temos a plena convicção de
távamos disponíveis ao que Ele pre-
que somente conseguimos chegar
cisasse. Na semana seguinte fomos
aqui porque somos sustentados,
convidados pelo pároco a retornar-
alimentados pela presença real de
mos ao ministério como Coordena-
Nosso Senhor Jesus Cristo, a cada
dores. Prontamente dissemos sim,
dia, na Santa Comunhão. Termi-
pois lembramos do pedido feito a
namos parafraseando Sta. Fausti-
Jesus diante do Sacrário. Acredi-
na quando nos disse: “A coragem
tem, a graça veio após três meses.
e a força que estão em mim não
Com alegria servimos como Co-
me pertencem, mas sim Àquele
ordenadores por mais de 10 anos.
que mora em mim - a Eucaristia”.
Foi neste período que sentimos um
(Diário, 91).
chamado muito forte do Senhor a
mergulharmos em águas mais pro-
fundas através da “Comunhão di-
ária”. Hoje temos mais de 10 anos
de encontro diário com o Senhor e Rosana e Carlinhos
a certeza de que nosso sim a Jesus ENS das Graças
Setor S. R. do Sapucaí
foi nos agraciando e fazendo fortes Província leste II
e perseverantes a cada dia. As graças
16 CM 557
TESTEMUNHO
A EUCARISTIA NA VIDA DOS CASAIS

“Senhor, anda inquieto simplesmente tudo na nossa vida, na


minha vida como esposo e na nossa
meu coração, enquanto vida em comunidade. Quem expe-
não repousar em ti” rimenta esse encontro e se apode-
(Santo Agostinho). ra com fé e perseverança do Sacra-
mento da Eucaristia descobre que
Sou o Luiz Antônio, da Maristela, ca- não precisa de mais nada.
sados há mais de 27 anos, equipis- Essa Comunhão alimenta o mais
ta de Nossa Senhora de Nazaré há íntimo da nossa existência, nos dá
23 anos e filho de pais que sempre força nos dias difíceis, nos faz aces-
serviram ao Movimento. Após uma sar o verdadeiro dom-potência que
longa caminhada, esse ano, fomos há em cada um de nós, nos faz cres-
agraciados por um grande milagre: cer na intimidade com Deus e não
vivenciar o que é realmente viver em ficar patinando na espiritualidade,
Cristo! Minha esposa sempre foi mais andando em círculos, sem chegar a
ativa e fervorosa na fé, eu sempre fui lugar algum.
mais deixa para lá, ia por ir, e dava mais
prioridade às coisas do mundo do que E eu, a Maristela do Luiz Antônio,
seguir na fé. ainda me pego em êxtase, por tão
grande presente do céu em nossas
Não precisei passar por nenhum vidas! Agora, participamos junti-
grande sofrimento para que a mi- nhos, quase todos os dias, da Euca-
nha conversão se iniciasse. O dia a ristia. Um dia desses, lá no Carmelo,
dia com minha família, os desafios cheguei a beliscar meu braço para
para educar os filhos na fé, o poder ver se não estava sonhando e per-
da intercessão de pessoas que me cebi o quanto é maravilhoso deixar
amam, o apoio da minha equipe, Deus sonhar na gente, a lógica do
o amadurecimento com a idade e, PAI é desconcertante!
principalmente, a graça derramada
por Nossa Senhora e a força do Di- Esperamos e oramos ao Senhor,
vino Espírito Santo tocaram o meu para que todos os homens possam
coração, para que eu sentisse real- atingir essa fé e comungar em Cris-
mente o grande poder da missa, a to, o que é mais precioso ao casal:
extensão da comunhão, desse en- Fé e Comunhão.
contro indescritível do meu eu com Abraço a todos!
o Tu de Nosso Senhor Jesus Cristo,
do presente inenarrável que Jesus
nos deixou na sua última ceia: Esse
é o meu Corpo, Esse é o meu sangue,
Maristela e Luiz
Verdadeira comida, Verdadeira bebi- Antônio
da, dada a cada um de nós por Cristo, ENS de Nazaré -
em Cristo. Enfim, ter sua alma lim- Setor Pouso Alegre A
pa, pura, e comungar esse presente é Província Leste II

CM 557 17
TESTEMUNHO
A EUCARISTIA NA VIDA DOS CASAIS

Para todo casal cristão, o sentido e o Hoje temos a maturidade de reco-


sentimento de uma só carne podem nhecer que as graças alcançadas na
ficar muito mais claros na vivência caminhada em busca da santidade
plena do mistério da Eucaristia, que conjugal só se concretizam se apro-
é a celebração da presença real e viva fundamos no entendimento de que
de Cristo entre nós e significa um o homem e a mulher não podem ser
compromisso de comunhão com Ele. fiéis ao amor sem o auxílio de Cristo,
Entregar-se por completo um ao ou- e este auxílio se materializa com a Eu-
tro é nos aproximar cada vez mais do caristia, sacramento de fonte de luz
desejo do Pai e da santidade. e vida e alimento para vencer os de-
Assim como na Eucaristia, a vida safios e nos fortalece para a vivência
matrimonial é um ato de entrega, de plena dos PCEs.
disponibilidade, de partilha, de aco- Lembramos do apóstolo Paulo, que
lhimento, é a verdadeira comunhão advertiu a comunidade de Corinto,
no amor. Cristo quando instituiu a dizendo que não se pode receber o
Eucaristia nos mostrou ser possível corpo de Cristo se não o obedecer-
vencer todos os desafios, as dores, mos espiritualmente, se não o assu-
as marcas e os nossos pecados, e é mirmos moralmente. Se para o fiel a
na Eucaristia que renovamos a nos- participação na Eucaristia não repre-
sa fé e o amor. sentar comunhão com Jesus, com-
A vida cristã, e em casal, é viver a bus- promisso consigo e com os outros,
ca pela santidade,conforme a vontade nada significará.
de Deus e pela ação do Espírito Santo. Então, queridos amigos equipistas,
Durante a nossa caminhada equipista, somos chamados a servir, um ao
nos aprofundamos no desejo de expe- outro e aos nossos irmãos. Cristo
rimentar o Cristo a cada celebração nos quer em atitude de entrega e
eucarística. Esse momento é o ápice compromisso. Ele é o testemunho
do encontro, onde o corpo e sangue que nos anima e ensina, e a Euca-
de Cristo nos transforma, renova e ristia é o pão e vinho da vida que
assim nos entregamos a sua vontade. nos liberta e nos salva. Tenham co-
Recordamos que logo no nosso pri- ragem, se entreguem plenamente a
meiro Retiro nas Equipes de Nossa este mistério.
Senhora, na missa, o Padre nos con-
duziu a uma nova experiência em que
cada um pôde entregar a Eucaristia ao
seu cônjuge. Para nós esse momento
foi único, nunca havíamos recebido
a comunhão um do outro. Sentimos Viviane e Júnior
ENS das Graças
que foi algo muito especial, pois além Setor B. Horizonte
da comunhão com Cristo estávamos Província Leste II
também mais unidos.
18 CM 557
TESTEMUNHO
A EUCARISTIA NA VIDA DOS CASAIS

Nossa intimidade com o Senhor em brasas e nos olhávamos com es-


através da Eucaristia vem desde panto, não nos sentindo preparados,
cedo, quando éramos crianças. Fa- mas sentíamos que o convite era do
mílias católicas que perseveravam próprio Cristo. Ao final, então, o pa-
na partilha da fé com os filhos e, dre nos convidou a sermos ministros
nesse caminho, logo após a 1a Eu- da Sagrada Comunhão. Essa missão
caristia, já estávamos engajados em nos aproximou ainda mais da Euca-
grupos de jovens. ristia de modo a sentirmos, de forma
Nos conhecemos nas Equipes Jovens mais consciente, as graças que vêm
de Nossa Senhora, em um retiro, em deste sacramento.
1990. Três anos depois, iniciamos Estarmos junto ao Sacrário e sentir
nosso namoro e, em 1997, nos ca- Jesus muito perto nos fazem fortes,
samos, numa celebração onde Cris- cientes de que as provações virão, mas
to era o centro. Após um ano de ca- Ele é nossa fortaleza. Costumamos
sados iniciamos a nossa participação ir ao meio-dia na celebração e, ainda
nas ENS. A Eucaristia sempre esteve permanecer um pouco mais, em ado-
presente em nossa vida de casal: jun- ração ao Senhor no Sacrário; temos a
tos nas celebrações dominicais, desde certeza de que este momento junto a
o nosso início de matrimônio e, já faz Cristo traz em nós a serenidade que
alguns anos, participando também tanto buscávamos anos atrás e hoje
nos dias de semana. A partir desses com esse importante momento con-
momentos, sentimos a força da Eu- seguimos alcançar.
caristia em nossa vida, também per- A Eucaristia é um sacramento pri-
cebemos as bênçãos que recebemos mordial da vida cristã. É um momen-
ao nos entregarmos ao Cristo em to de comunhão com Deus, de uni-
cada consagração, nisso Ele entra em dade com os outros e de antecipação
nosso coração. E tudo isso nos leva a da vida eterna; sem Ela não conse-
um mantra: “Jesus manso e humilde guimos servir a Deus e ao próximo. A
de coração, fazei o nosso coração se- Eucaristia foi fundamental para bem
melhante ao vosso”. realizarmos as missões e serviços que
Partilhamos um dos momentos assumimos ao longo da vida equipis-
fortes em nossa vida conjugal que ta. Sem Ele nada fazemos.
aconteceu em uma Festa do Divino
Espírito Santo na Paróquia Sagrada
Família em Caxias do Sul. O padre
nos chamou, ainda no início da ce-
lebração, e pediu que o aguardás-
semos ao final, pois gostaria de nos
fazer um convite. E, na hora da con- Fabi e Everton
sagração, sentimos um forte cha- ENS de Guadalupe
Província Sul III
mado de Jesus: nosso coração ficou

CM 557 19
TESTEMUNHO

É preciso confiar - Deus nos carrega no colo


tinham uma proporção que humana-
mente não poderiam ser resolvidos?
Contudo, apoiados uns nos outros e
tendo a firme convicção de que quan-
do Deus nos chama a servir não nos
deixa sozinhos e que em muitos mo-
mentos Ele nos carregou nos braços,
prosseguimos na caminhada tendo
no Salmo 125 a luz de nossa missão:
“Os que semeiam entre lágrimas re-
colherão com alegria.
Na ida, caminham chorando os que
levam a semente a aspergir. Na volta,
virão com alegria, quando trouxerem
os seus feixes.”
Que possamos continuar a caminha-
da com o ensinamento de São Fran-
Resolvemos partilhar com vocês cisco de Assis: “Irmãos, comecemos,
a experiência de viver a missão de pois até agora pouco ou nada fize-
compor a equipe formadora dos En- mos”. Crendo na Providência Divina
contros de Equipes Novas na Pro- e entendendo que somos apenas pe-
víncia Sul III (2019–2024) com os quenos colaboradores de um projeto
amigos Marli e Orlando, Elaine e Ro- maior de nosso Deus, demos um pou-
gério e o SCE Padre Valdomiro, em co de nós a cada dia que nos reunimos
sintonia com o CRP Florinda e Cel- para cuidar dos detalhes da formação,
so. O “sim” dado por cinco anos foi das incontáveis horas de viagem pe-
vivido em meio a muitas dificulda- las estradas, dos períodos de estudo
des, especialmente pela pandemia e preparação de nossas falas con-
da Covid, por doença de familiares, fiando que Jesus cuidaria das nossas
problemas em nossos trabalhos e famílias, trabalhos, deslocamentos…
muitas outras circunstâncias que enfim, de tudo.
poderiam fazer desanimarmos. To-
das essas situações vividas nos obri-
garam a sermos melhores, mais resi-
lientes e a encontrar forças na Euca-
ristia diária, nas adorações, na reza Edna e Gilberto
do terço e no calor de um abraço. Jachstet
ENS de Lourdes
Quantas vezes os infortúnios an- Londrina-PR
tes, durante e depois das formações Província SUL III

20 CM 557
PARTILHA E PCE

O Dever de Sentar-se - uma jornada


espiritual para ser vivida a dois
No coração do Movimento das Equipes de
Nossa Senhora, encontra-se o compro-
misso fundamental com os PCEs, entre
eles está o Dever de Sentar-se. Este prin-
cípio não é apenas uma prática, mas uma
oportunidade para os casais aprofunda-
rem sua espiritualidade e fortalecerem os
alicerces de seu relacionamento.
O Pe. ­Caffarel nos lembra da essência
desse compromisso ao nos encorajar a
“encontrar a cada mês o tempo para Hoje, nossas conversas mensais não são
um verdadeiro diálogo conjugal, sob o apenas sobre o casal, mas também sobre
olhar do Senhor”. Esta prática não ape- o crescimento pessoal.Refletimos juntos
nas fortalece o nosso relacionamento, nossos desafios, aspirações, nossos me-
mas também enriquece a nossa vida dos, educação dos filhos, o convívio fa-
espiritual como casal e como família. miliar, aprendemos a orar juntos, a agra-
decer e a conversamos como podemos
O Senhor se torna não apenas um ob-
ser melhores como indivíduos, como ca-
servador, mas um guia e uma fonte de
sal,como equipistas,e isso nos faz crescer
inspiração. Esse olhar divino traz um
mais profundamente em nossa fé,princi-
propósito mais profundo às conversas,
palmente, em meio aos desafios e como
incentivando a busca por um entendi-
lidamos com as decisões do dia a dia.
mento mais elevado e o alinhamento
com valores espirituais compartilhados. O Dever de Sentar-se nos lembra a ser-
mos conscientes do nosso relaciona-
Mais do que uma rotina, constitui um
mento e de como podemos ser melhores
dever sagrado onde as preocupações
um para o outro, para a nossa família e
diárias têm um novo significado, pois
para a nossa comunidade.
o foco está na compreensão mútua e
no fortalecimento do vínculo matri- Que o Dever de Sentar-se inspire mais
monial, nos possibilitando a enfrentar casais a explorar juntos as profunde-
juntos os desafios. zas de sua fé e a crescerem como um
só coração.
Num diálogo aberto e sincero nos co-
locamos diante do Senhor, não só para
apontar os defeitos, aquilo que não nos
agrada, mas valorizar o que foi bom,
avaliar o crescimento, elogiar. Como Cristina e Jorge
agradam os nossos ouvidos e o quanto CRS Varginha B
Região Minas IV
nos animam a progredir. Antes não tí- Província Leste II
nhamos essa compreensão.
CM 557 21
PARTILHA E PCE

Levantaram-se, pois, ambos, e


oraram juntos fervorosamente para que
lhes fosse conservada a vida (Tb 8,6)
Para nós, assim como para Tobias e Sara, coração e que faz com que nos aproxi-
a oração é uma forma de conservarmos memos um do outro e juntos chegue-
nossa existência, tanto material quan- mos mais perto de Deus.
to espiritual. Se pudermos eleger um PCE como sen-
Na oração conjugal sentimos a grande do o mais “importante”, para nós, sem
força de Deus em nossa vida. Trata-se dúvida, elencaremos a Oração Conju-
de um tempo passado juntos, marido gal como tal. Ela sempre foi o termô-
e mulher, sob o olhar do Senhor, para metro do nosso relacionamento: quan-
conversarmos em verdade e com se- do estávamos mal, nossa oração falha-
renidade. Este tempo de expressão dos va, e quando nossa oração falhava, ficá-
sentimentos e dos pensamentos entre vamos mal. Gradualmente fomos ven-
nós permite um melhor conhecimento do que, para romper esse ciclo, bastava
e entreajuda. que nos colocássemos um diante do
No início de nossa caminhada equipis- outro e, juntos, buscássemos a Deus.
ta, nossa oração conjugal era tímida e Quando descobrimos que este deve
automática. Pouco nos abríamos para ser um momento em que abrimos o
experimentar o verdadeiro encontro coração para Deus, então colocamos
com Deus através do outro. Repetíamos nas mãos d'Ele nossa vida, nossos fi-
orações prontas, que não exigiam uma lhos, nossa equipe, nossas famílias e
abertura do coração e da alma. Muitas as pessoas que fazem parte da nossa
vezes até dormíamos antes mesmo de história e nos pedem orações. Deve-
terminar nossa oração. Isto porque dei- mos rezar não até que Deus nos ouça,
xávamos para o último momento do dia, mas até que possamos ouvi-Lo! Ainda
quando já estávamos exaustos depois de fazemos algumas orações prontas, mas
um dia cheio de trabalho. Não entregá- mesmo quando o fazemos, as palavras
vamos para Deus o nosso melhor, mas têm um novo sentido, porque agora
aquilo que nos sobrava. entendemos o verdadeiro significado
Com o tempo fomos entendendo o de estarmos juntos, buscando a Deus.
verdadeiro sentido deste PCE e pas- Com carinho.
samos a aprofundar mais nossa ora-
ção e pouco a pouco ela ganhava corpo
e profundidade, até que, agora, não é
mais um apanhado de palavras soltas e Alessandra e Claiton
frases prontas que, sabemos que tam- CR Região Sta.
bém fazem bem, mas o que realmente Castarina III
importa é aquilo que brota da alma, do Província Sul III

22 CM 557
PARTILHA E PCE

Regra de Vida, um PCE para nos lapidar


Pertencer às ENS constitui um divisor consciência regularmente, avaliando
de águas em nossa vida. Casados há se estamos conseguindo cumprir a
23 anos e equipistas há 8 anos, pode- nossa Regra de Vida, compreendendo
mos perceber, claramente, o quanto a que nem sempre conseguiremos um
pedagogia do Movimento nos apro- progresso contínuo e que, muitas ve-
ximou mais de Deus. Esta pedagogia, zes, será preciso recomeçar.
alicerçada, particularmente, nos PCEs, Nesses anos de pertença ao Movimen-
ajuda-nos a progredir humana e espiri- to, já tivemos regras de vida individu-
tualmente, como pessoa e como casal. ais e para o casal, muitas delas foram
Entre os PCEs, a Regra de Vida repre- frutos de um dever de sentar-se, de
senta para nós uma espécie de lapida- uma meditação ou de um retiro espi-
ção, através da qual o próprio Cristo ritual. Cada uma teve sua importân-
vem nos lapidar para fazermos melhor cia em nosso processo de conversão,
a sua vontadee para ajudar-nos a apro- nos diferentes momentos que vivía-
ximar mais de nossa configuração ori- mos. Atualmente, na missão de casal
ginal: imagem e semelhança de Deus. responsável de Setor, uma de nossas
regras de vida tem nos ajudado muito
Segundo o livreto sobre a Regra de Vida,
no exercício da responsabilidade, para
esse Ponto Concreto de Esforço “con- buscarmos a vontade de Deus para as
siste em fixar um ou vários pontos so- equipes e equipistas a nós confiados e,
bre os quais cada um decide concen- assim, somos fortalecidos na missão e
trar seus esforços, com o objetivo de sustentados nas dificuldades.
progredir”, de melhor corresponder à
Confiantes no amor misericordioso
vontade de Deus para si mesmo.
de Jesus, deixemo-nos sempre ser
Com a Regra de Vida, fazemos uma lapidados por Ele, retirando da nossa
análise dos aspectos da nossa vida que vida tudo aquilo que nos impede de
precisam ser melhorados ou mudados. progredir espiritualmente em busca
Padre C
­ affarel escreveu no l’Anneu d’Or, da santidade. Maria, nossa Mãe, in-
em 1959, que “é pedido que vocês pa- terceda por nós, para sermos perse-
rem periodicamente para colocar a vos- verantes e, gradualmente, transfor-
sa vida sob o feixe luminoso da vontade mados pela Regra de Vida. Nossa Se-
de Deus, para verificar, com lealdade e nhora, o selo da Vida Conjugal!
generosidade, quais as resoluções que
vos permitirão corresponder melhor a
essa vontade”.
A Regra de Vida deve ser exigente,
precisa, prática e gradual, seguindo Lucilene e Ionivaldo
CR Setor Juiz de Fora e
o princípio dos “pequenos passos”. Província Leste II
É importante fazer um exame de
CM 557 23
PARTILHA E PCE

Regra de Vida - o PCE


O PCE Regra de Vida representa para e até mesmo no convívio com as pes-
nós uma oportunidade de realizarmos soas que nos rodeiam, tendo como
mudanças de condutas, que mui- principal consequência maior apro-
tas vezes nos incomodam ou preju- ximação com Deus.
dicam espiritualmente, interferindo A luz do Espírito Santo sempre age
em nossa formação cristã e como em nossas escolhas. Concluímos ser
ser humano. gratificante essa busca pela nossa
Sabemos que toda Regra de Vida vem progressão espiritual, pois a cada re-
direcionada pela luz do Espírito Santo, gra que realizamos é como adubar a
para analisarmos aspectos que pode- terra para receber uma nova semen-
mos melhorar. É Deus nos alertando te e germinar. Assim, utilizar a Regra
sobre algo importante. Sendo assim, de Vida como um instrumento de
devemos fazer o possível para exe- correção comportamental nos leva
cutá-la oferecendo sempre o melhor a perceber e aceitar nossas fraque-
de nós. Segundo a Carta de São Paulo zas, compreender os erros do outro e
aos romanos: “Não vos acomodeis a solidificar nossa relação, procurando
este mundo. Pelo contrário, deixai- sempre amar mais, muitas vezes sem
-vos transformar, adquirindo uma nada exigir.
nova mentalidade, para poderdes dis- Como exemplo de Regra de Vida
cernir qual é a vontade de Deus: o que Conjugal, após a Covid 19, diante
é bom, o que lhe é agradável, o que é das dificuldades que a humanidade
perfeito” (Rm 12, 2). atravessou, fizemos uma análise de
Ao traçarmos uma Regra de Vida, in- como poderíamos ser melhores para
dividual ou conjugal, ela interfere na a sociedade, optamos em realizar
nossa rotina, nos conduzindo a perse- ações sociais onde residimos, mesmo
verar mais, contribuindo para a nossa sem conhecermos as pessoas: ofere-
evolução cristã. Concentrar esforços cemos carona solidária, cesta básica,
em busca de uma conversão compor- levamos pessoas a consultas médicas,
tamental e espiritual exige reflexões, buscamos crianças na escola, limpa-
orações, discernimento e aceitação. mos calçadas onde nascem pequenos
Assim, a execução deste PCE não matos e outras, consoante a deman-
nos permite sermos estáticos, nos da. Estar mais próximo do outro é es-
leva sempre a análises, e também a tar próximo do próprio Deus.
realizarmos possíveis mudanças para
adaptação e melhor resultado. Quan-
do temos a humildade em reconhecer
a necessidade de mudanças, e tam-
bém aceitamos a orientação divina, a Iara e Geraldo
CR Setor Contagem
Regra de Vida torna-se um PCE leve
e traz benefícios na relação conjugal, Província Leste II

24 CM 557
PARTILHA E PCE

Retiro, fonte de mudança e fé


O Retiro de 2023 estava sendo pla- Pronto, Pe. Dorvalino nos havia tra-
nejado com muito amor e carinho por zido tanta confiança que a alegria e
mais de um ano. Escolhido o pregador, a paz invadiram nossos corações. As
que já havia preparado há muito tempo aflições, as inquietudes davam lugar
cada reflexão, alguns encontros com o à serenidade, que a cada contempla-
CRS, caderno de liturgia impresso, todo ção nos trazia mais leveza. Ao mes-
o material confeccionado. mo tempo, nos fez refletir se estamos
Assunto escolhido para o Retiro: apro- abertos às transformações que Deus
fundar o tema do ano “Servir a exemplo quer fazer em nós.
de Maria”. Doze dias antes do Retiro, o No sábado à noite, após a oração do
Padre Hermeto nos avisou que estava Santo Terço, recebemos a notícia de
fazendo exames no hospital, mas que que o nosso amigo, Padre Hermeto, ha-
iria estar bem até a data agendada. via feito a volta para o Pai. Foi uma dor
Porém, acabou internado no hospital imensa, mas hoje entendemos que o Se-
e soubemos mais adiante estar com nhor nos preparou também e o buscou
leucemia. Sofremos em silêncio, pre- durante o Retiro que ele mesmo ia pre-
ocupados pelo Retiro, mas muito pelo gar. Assim, estávamos mais fortes para
amigo, já que assistiu ao nosso Sacra- acolher a Sua vontade.
mento do Matrimônio e celebrou nos- Com certeza, este lindo “sim” dele ao
sas Bodas de Prata, e nos visitava quase final da sua vida nos marcou muito
que anualmente. também. Que estejamos disponíveis,
Após várias tentativas em conseguir como pessoas e como casal, para o
outro pregador, resolvemos a menos de Senhor, que nos espera na Santíssima
uma semana cancelar o Retiro. Trindade, como nos orientava tanto o
Mas Deus é tão bom e nos surpreende Pe. ­Caffarel.
aonde nem sequer esperamos. Ao ligar Este Retiro nos trouxe a certeza: “En-
para a casa de retiros, nos indicaram um trega teus caminhos ao Senhor! Confia
pregador, que em menos de quinze mi- Nele e Ele tudo fará! (Sl 37,5). Sentimos
nutos aceitou o desafio de se preparar. fortemente o colo de Nossa Senhora a
Padre Dorvalino, nosso novo pregador nos carregar, gratidão por tanto amor.
para este retiro, iniciou a Santa Missa Senhor, gratidão!
com a frase: “Nós amamos, porque Ele
nos amou primeiro”, e continuou: “sim,
Jesus nos amou primeiro”. E nos levou de
imediato a nos abandonarmos no Se-
nhor e fazermos como oração perfeita: Antônia e Márcio
ENS do
“Senhor, que queres de mim?” e como
Perpétuo Socorro
Maria, posso afirmar: “Eis aqui a serva Vale do Gravatai
do Senhor?”. Província Sul III

CM 557 25
PARTILHA E PCE

Testemunho: um Retiro fecundo


Retirar-se para estar com o Senhor Outro momento abençoado foi o
é um PCE, um chamado do Pai. Um terço, rezado por homens e mulhe-
reencontro conosco, com o cônju- res em separado. No qual o primeiro
ge e com Cristo ao meio. Um sinal mistério aconteceu conjuntamente.
de disponibilidade do equipista para Depois seguimos em separado até
amar mais e estar em intimidade com o quarto mistério; cantos marianos
o Crucificado. intercalados. No quinto mistério,
Conceder a Deus o primeiro lugar foi todos rezaram caminhando para o
a prática no Retiro. Lindaura e Alfre- encontro do Coração de Maria com
do, casal retirante, com fidelidade e o Coração de Jesus. Algo lindíssimo
conversão deu testemunho de fé e de se ouvir e contemplar. Ali estava
transformação, descrevendo o sen- o Espírito Santo, no entardecer, no
tido da experiência de repousar-se canto dos pássaros, na brisa refres-
no Ressuscitado e renovar-se em cante e em cada rosto. Um bálsa-
fôlego para os desafios, além dos mo-pedaço do Céu na Terra! Olhos
muros do “Seminário do Sagrado”, marejados, lágrimas a escorrer, tes-
levando vinho novo para sua equipe temunhos apascentados.
de base, convidando-a a abrir mais Os depoimentos foram fluindo e se
ao seu Espírito. “O retiro vivido dei- assemelhando às cenas assistidas do
xou em casal um espírito vivificado filme. O que, até então, parecia im-
pelos frutos colhidos. Emoções à flor possível tornou-se realidade possí-
da pele! Pe. Aldair foi ungido, apre- vel, vivida e edificada, revitalizando
sentando um filme por partes e, a o crescimento espiritual e a fecun-
cada recorte, uma reflexão associa- didade conjugal, “sem medo de dar
da aos textos do Papa Francisco, per- o tempo de cada um a Cristo”, como
tinentes à cena. Foram seis sessões exorta-nos São João Paulo.
de profundo aprendizado”. Um Retiro eternizado na lembrança
Foi possível escutar o Senhor, não nas frutifica na ação e se multiplica para
palavras, mas “o que Ele diz por meio além do muro. “Pedi, e s­ er-vos-á
de nós”, segundo Santa Teresa de Cal- dado; procurai, e encontrarei; e há de
cutá. De início foi sugerido silêncio, abrir-vos”(Mt 7,7).
que seguíssemos para o deserto com
uma alma simples e despojássemos
de todas as preocupações. “O deser-
to não é fácil, é exigente”, nos disse
Pe. René. “Silêncio, a fim de que as
reflexões acontecessem de maneira
profunda, em benefício da espiritu- Thathiana e Antônio
alidade que vivenciamos, como um CR Setor Juiz de Fora
véu sobre todos os casais presentes. Província Leste II

26 CM 557
CM E OS EQUIPISTAS

CM 534 (pp. 2/3) - Um tempo muito especial para


todos os cristão. (Viver e testemunhar a esperança)
Era o doloroso Pouco aprendemos com a Covid, que
tempo da pan- pena! Guerras, fome, intolerância,
demia. Na Car- dolorosas pandemias são, ainda hoje,
ta Mensal de uma Via Crucis. Resta-nos a espe-
junho/julho de rança de que, com coragem e fé, nós
2020, Dom equipistas, sejamos, pelo fiel teste-
Moacir nos im- munho, a transformação do mundo,
pelia a sermos vivendo nele de tal modo, que seja-
testemunhos mos dignos de, terminada a jornada,
vivos de fé, ca- estar no coração de Deus, nossa mo-
ridade e espe- rada eterna, numa “pandemia” de
rança para a humanidade. Nos pro- amor. Caminhemos juntos!
punha “viver e testemunhar a es-
perança (…) fomentando opiniões
equilibradas que promovam a paz,
a união, a concórdia e a defesa do Maria José e
bem comum e da vida”. Dizia ele: Geraldo Magela
ENS da Luz
“Coragem e fé! Deus é bom. Vamos Setor Divinópolis
caminhar juntos”. Província Leste II

CM Número Especial - o Dever de Sentar-se


(outubro de 1965)
A Carta Mensal de outubro de seus objetivos profundos e seu sen-
1965, dedicada ao PCE O “Dever de tido espiritual. E a entender por que
Sentar-se”. o Pe. ­Caffarel o considerava “obra
Em 1945, o Pe. C ­ affarel o chamava de Deus”, “escola de personalidade”
de dever desconhecido. Inspirado pelo e um “ponto alto do sacramento do
Evangelho de São Lucas, aconselha- matrimônio”.
va os casais a “sentarem-se” para um
balanço, sob o olhar de Deus, sobre
si, sobre a estrutura da união conju-
gal e de seu lar. A Carta traz profun-
das reflexões, dicas práticas e teste- Elizabeth e Rogério
CR Setor Alfenas
munhos que certamente ajudarão Província Leste II
muitos casais equipistas a conhecer

CM 557 27
CM E OS EQUIPISTAS

CM 555 (p. 3) – Sim ao Chamado


(outubro/novembro de 2023)
Em tempo de pre- Santo, quando nos mostra a força de
paração para o Sua Palavra e nos faz corajosos por
Pré-EACRE, len- meio da oração, para testemunhar-
do sobre o Cha- mos que Ele é o caminho.
mado e a respos- Como CRS, seguimos discernindo
ta ao mesmo, nos três verbos: Crer, Amar e Confiar -
deparamos com quem crê, ama, e quem ama, espera
o texto do Pe. To- em Cristo.“Caminhemos juntos”,nos
ninho, SCE SRB. A ensina Pe. ­Caffarel.
simplicidade des-
ta partilha de puro amor nos fez refle-
tir sobre a missão que nos foi confia-
da. Nem sempre estamos preparados,
basta que confiemos em Jesus Cristo. Thathiana e Antônio
É Ele quem nos chama a amar mais e CR Setor Juiz de Fora
nos inspira quando nos dá Seu corpo Província Leste II

CM 555 (p. 25) - Sentimento de pertença


(outubro/novembro de 2023)
Voltamos uns 15 anos no tempo. caminhada era maior que qualquer
No início da nossa caminhada fo- outro obstáculo.
mos perdendo casais, em pouco Este é o verdadeiro sentido de Pertença
tempo ficamos somente em dois ao Movimento, abrir-se, confiar e dei-
casais. Fomos até o CRS com o pe- xar o amor de Deus agir para que pos-
dido: “Precisamos de casais, pois samos nos oportunizar e oportunizar
não queremos acabar com nos- outros casais a viverem verdadeira-
sa equipe”. Prontamente o CRS mente o Sacramento do Matrimônio.
buscou nos demais setores e eis
que apareceram, vindo de outro
Setor, mais 3 casais. Pertencía-
mos a setores diferentes, mas a
um mesmo Movimento. Estamos Silvana e Geraldo
juntos até hoje, pois a vontade ENS das Graças
de permanecermos firmes nesta Província Sul III

28 CM 557
CM E OS EQUIPISTAS

CM 380 (pp. 28 a 30) Escolha do Hino do Econtro


Nacional das ENS – abril de 2003
Folheando al- “Casal Cristão, Sacramento do Ama-
gumas CM mais nhã”. Temos a certeza de que Maria
antigas, para a foi nossainspiração, além do Guia das
Formação para ENS como fonte de pesquisa.
CRE, encontra- Hoje já estamos há 22 anos no
mos o artigo de Movimento e todas as CM estão
Mariola e Eli- encadernadas com muito carinho,
zeu que publica- devido à riqueza de conteúdos que
vam o resulta- nelas encontramos nas mais diver-
do do Concur- sas situações.
so do Hino para
o I Encontro Nacional das ENS, em
Brasília, que aconteceu em julho de
2003. Esse hino foi composto por
nós que, na época, estávamos sen-
do pilotados. Fomos agraciados com Olga e Adalberto
o 1º lugar e, através deste, pudemos ENS Aparecida
participar deste encontro. Foi uma Província Sul III
experiência maravilhosa sob o lema:

CM 554 (p. 13) – Eles não têm mais companhia


Este artigo desprazer de contrair a Covid-19.
nos fez re- Foram dias difíceis, ea doença qua-
cordar de se me levou a um retorno ao Pai
um dos pe- precocemente. Lembro que en-
ríodos mais quanto estive isolado na UTI, nos
difíceis que reunimos em equipe, online, para
minha es- rezarmos um terço na intenção
posa e eu vi- da minha cura. Quando vivemos
venciamos. verdadeiramente em equipe, difi-
Foi muito cilmente estaremos só!
bem colo-
cada no ar-
tigo a diferença entre a solidão e
a solitude, mas, principalmente,
a serenidade com que devemos Juliana e Afrânio
agir nestes momentos, a exemplo CR Setor Cascavel
de Maria. Em julho de 2021 tive o Província Sul III

CM 557 29
IGREJA CATÓLICA

Ó Bem-aventurado São José


Quando solicitado a escrever algo Senhor não é percebida, impedindo
sobre São José, procurei me escutar que sejamos colaboradores maiores e
a fim de perceber o que anda no meu melhores dos planos de Deus. A falta
interior. Deparei-me com duas coi- de interioridade nos faz superficiais,
sas: “São José, nosso protetor”, uma nos contentando com migalhas, me-
invocação que gosto muito de rezar e didas rasas, sempre nos orientando
um elemento que nossa Congregação pela lei do mínimo esforço, das coi-
(Frades Menores Missionários) culti- sas fáceis e feitas de forma relaxada
va, olhando para são José, como pa- e medíocre, especialmente quando se
droeiro da vida interior. E me lembrei trata das coisas de Deus e, arriscaria
da Patris Corde (Carta Apostólica do dizer, que quando fazemos “coisas”
Papa Francisco-2020) onde é apre- das equipes, também chamadas de
sentado São José diante dos desafios “obrigações”, com pressa, passando
de sua época. por cima, juntando os pontos, “isso
Visualizo o momento atual da nos- não é importante”, e outros, afirmo
sa caminhada e, especialmente, das convicto que nos falta vida interior,
nossas equipes e equipistas que, interioridade, profundidade, paixão,
muitas vezes, se debatem em meio ousadia, convicção.
a tantos compromissos… legítimos. Em São José encontramos inspiração
Perpassando tudo isso, se faz pre- para não perdermos esse tesouro que
sente uma distração-dispersão-an- é a vida espiritual. São José, nosso pro-
siedade-pressa… que impedem-nos tetor! Salve, guardião do Redentor e
de viver-saborear a vida, a amiza- esposo da Virgem Maria, A vós, Deus
de, uma celebração, uma viagem, as confiou o seu Filho; em vós, Maria de-
pessoas, o laser, uma música, um es- positou a sua confiança; convosco,
tudo, um trabalho, um café ou chi- Cristo tornou-Se homem.
marrão, um encontro das ENS, uma Ó Bem-aventurado José, mostrai-
reunião mensal, um Dever de Sen- -vos pai também para nós e guiai-
tar-se e até mesmo a leitura que você -nos no caminho da vida. Alcan-
está fazendo agora. Está pensando çai-nos graça, misericórdia e co-
em outra coisa? Se não conseguimos ragem, e defendei-nos de todo o
isso intensamente, imagina quando mal. Amém!
falarmos das coisas maiores!!!
Esse esfacelamento interior atrapalha
nossa percepção, o mergulhar naqui-
lo que vale a pena e que permanece e
nos abastece de sentido e nos capa-
cita ao encanto, à admiração, a cap- Frei Levi J Botke
tar a beleza das coisas; nossa sensi- SCE Província Sul III
bilidade fica enrijecida e a sutileza do
30 CM 557
IGREJA CATÓLICA

Campanha da Fraternidade
2024: um resgate das relações...

Trazendo como tema “Fraternida- entre os homens, como nos afirma


de e Amizade Social, e como lema o apóstolo Paulo em Gálatas 3,28.
“Vós sois todos irmãos e irmãs” “Não há judeu nem grego, nem es-
(Mateus 23,8), o que se conclui cravo nem livre, nem homem nem
logo de início, é que essa CF quer mulher, pois todos são um em Cristo
resgatar a fraternidade nas rela- Jesus”. Essa busca da unidade perdi-
ções que andam excessivamente da, do enfraquecimento da frater-
desgastadas no âmbito familiar, nidade e espírito de comunhão en-
comunitário e social, e grande par- tre as pessoas, não é coisa nova. Na
te desse desgaste se verifica na re- ausência da fraternidade nas rela-
jeição ao “diferente”. ções humanas já vem de longa data
O texto base nos propõe uma refle- e hoje, pelo imediatismo das comu-
xão de que, a Fé apenas na verticali- nicações nas redes sociais, afetou
dade, isto é, uma linha direta entre eu praticamente toda população, até
e Deus, é fútil, vazia, em vão. A Cruz mesmo as comunidades cristãs, e o
onde o Senhor deu-nos a sua vida e que era para ser o debate sadio das
derramou até a última gota do seu ideias vai se tornando intolerância e
sangue tinha duas travas, uma verti- preconceito. Mas o que mais se agra-
cal e outra na horizontal, ele morreu vou nos últimos anos foi que a pola-
de braços abertos, suspenso entre o rização penetrou de maneira intensa
Céu e a Terra, unindo definitivamen- na Igreja, desde a sua base, que são
te os homens a Deus, mas também as comunidades grandes ou peque-
gerando a unidade e a Comunhão nas, até os organismos estaduais,

CM 557 31
IGREJA CATÓLICA

nacionais e internacionais, inten- Jesus Cristo, o amor do Pai e a Comu-


sificando-se a agressão verbal aos nhão do Espírito Santo, estejam con-
nossos pastores, desde a Santa Sé, vosco!” e a assembleia responde, um
nas Dioceses e nas paróquias. Aqui pouco no automático, sem atentar
já podemos vislumbrar aquilo que ao sentido profundo dessa resposta
poderia ser o grande gesto concre- “O Amor de Cristo nos uniu!”, sendo
to dessa Campanha da Fraternida- esta também a resposta que é dada,
de: o restabelecimento das relações diante da saudação do presidente, já
fraternas, entre nós cristãos, fazen- no rito da Comunhão “A Paz do Se-
do uso da misericórdia e do perdão, nhor esteja sempre convosco”. Ora,
buscando a reconciliação, para re- a relação entre nós cristãos não tem
cuperar a unidade e a comunhão como fator determinante a amizade,
perdida. Este seria o primeiro passo, a simpatia com alguém, a comunhão
para daí sim, com esse testemunho, de pensamentos e opiniões sobre de-
voltarmos a ser o Sal da Terra e a Luz terminado assunto, muito menos a
do Mundo para uma sociedade an- pertença a um mesmo partido ou
tropocêntrica, que insiste teimosa- ideologia, mas unicamente “O Amor
mente em criar o seu próprio paraíso, de Cristo”. É esse amor que nos une,
mas sem Deus. Amar o diferente não que nos leva à reconciliação, ao per-
significa uniformidade e concordân- dão, a atitudes cheias de misericór-
cia de opiniões, renegando a própria dia para com o outro, que jamais será
Verdade em que se crê, cedendo ao como nós queremos que ele seja, é a
modo de pensar do outro, isto seria chamada Unidade na Diversidade e
sucumbir na descrença, matando a Campanha da Fraternidade 2024
a Fé. Amar o diferente é estabele- outra coisa não é senão uma luz
amarela piscando com intensidade
cer um debate no campo das ideias,
em nossa vida de Fé, para resgatar-
respeitando ao outro a sua forma de
mos essa Verdade de que o que une
pensar e de conceituar as realidades
é de fato e verdadeiramente o Amor
que nos cercam. Não é esta a primí-
de Cristo, pois sem ele a Fraternidade
cia da comunhão na vida conjugal,
inexiste. Por isso, ao encerrar, torno
onde duas pessoas diferentes, um
a afirmar: Vamos primeiro consertar
homem e uma mulher, se unem, au-
a “nossa casa”, nossas relações, para
xiliados pela Graça, para serem uma que posteriormente, diante do nos-
só carne? A comunhão dos esposos so sincero testemunho de convivên-
não anula a identidade de cada um, cia fraterna, os de fora possam dizer
que continuam a ser duas pessoas, com admiração, como diziam os pa-
porém que na Graça vivem na co- gãos, sobre a Comunidade Primitiva:
munhão. E para encerrar esta refle- “Veja como eles se amam, veja como
xão, proponho prestarmos atenção eles se querem bem...”
na liturgia da Santa Missa, onde de Diácono José da Cruz
início, diante da saudação do sacer- Setor Votorantim
dote, “Que a Graça de Nosso Senhor Província Sul I

32 CM 557
NOTÍCIAS

BODAS de PRATA

25 Cintia e Abel
ENS Rainha da Paz, Curitiba - PR.
março Província Sul III
2024

BODAS de OURO

23 Sueli e Dilson
ENS Aparecida, Alvorada – RS
fevereiro Província Sul III
2024

JUBILEU DE PRATA DAS EQUIPES

15
março
2024

Equipe 9 Nossa Senhora da Rosa Mistica


Valinhos/SP - Província Região Sul I

CM 557 33
NOTÍCIAS

JUBILEU DE OURO DAS EQUIPES

08
dezembro
2023

Equipe Nossa Senhora Imaculada Conceição


Criciúma – SC - Província SUL III

VOLTA AO PAI
EDINHO, DA NEIA
11/01/2024
ENS da Conceição,
Abaetetuba – PA
Província Norte
EDILSON VIOLADA, DA TÂNIA
23/12/2023
ENS de Fátima
Umuruama – PR
Província SUL III
JOÃO BATISTA BALBINO
23/01/2024
ENS Perpétuo Socorro
Umuarama - PR
Província Sul III

34 CM 557
MEDITANDO EM EQUIPE

Lembra-te que és pó, e ao pó hás de voltar


Aproxima-se a Páscoa, a solenidade mais a Igreja nos deposita na fronte como que a
importante para nós cristãos, e como nossa própria substância” (Jean Leclercq).
preparação para ela contamos com um Acredito que o leitor, neste momento,
“tempo forte” da liturgia que chama- sinta-se constrangido em continuar len-
mos Quaresma, isto é, um período de do este texto. Muitos de nós não medi-
quarenta dias nos quais imitamos Jesus tamos sobre essa verdade. Mas ao fugir-
que permaneceu quarenta dias no de- mos dela, fugimos para ela. Não há como
serto e recordamos os quarenta anos da escapar! Nascer para morrer não é uma
peregrinação do povo hebreu no deserto notícia agradável.
até chegar à terra prometida. No tempo
Somos pó? Sim! Porém, um pó insuflado
quaresmal a Igreja chama os fiéis à con-
pelo Espírito de Deus. Somos barros so-
versão e à preparação espiritual intensa
prados, a dança da poeira na luz: “Então
para viver os mistérios da Paixão, Morte
o SENHOR formou o ser humano do pó
e Ressurreição do Senhor, sobretudo na
da terra, feito argila, e soprou em suas
Semana Santa.
narinas um hálito de vida, e o homem se
A Igreja inicia o sagrado tempo da Quares- tornou um ser vivente” (Gn 2,7). Esse
ma na Quarta-feira de Cinzas. Nesse dia, pó é chamado a ser perfeito como o Pai
os fiéis recebem na fronte, em forma de celestial é perfeito! Quanta dignidade
cruz, as cinzas extraídas dos ramos aben- numa porção de pó! Por esse pó morreu
çoados no Domingo de Ramos do ano an- o Filho de Deus.
terior. Uma das fórmulas que o sacerdote
Constatamos que somos mais do que pó
pode utilizar no momento da imposição
porque ao sermos marcados na fronte
das cinzas é esta: “lembra-te que és pó, e
com o sinal da cruz, na Quarta-feira de
ao pó hás de voltar” (pulvis es, tu in pul-
Cinzas, lembramo-nos que somos rege-
verem reverteris) (Gn 3,19). Trata-se de
nerados e redimidos pela Cruz de Cristo.
um lembrete de que somos criaturas mo-
Desse modo, o pó é restaurado e levan-
deladas do pó.
tado. Enfim, ressuscitado! Somos ama-
De forma eloquente, pregava o Padre An- dos por Deus, como disse São Paulo: “O
tônio Vieira, no Sermão da Quarta-feira Filho de Deus me amou e se entregou por
de Cinzas: “Os vivos são pó levantado, os mim” (Gl 2,20). Somos o pó amado de
mortos são pó caído, os vivos são pó que Deus! Não esqueçamos que o nosso ser é
anda, os mortos são pó que jaz”. Somos marcado por estes dois sinais: a cinza e a
seres humanos frágeis, falíveis e caídos. cruz salvadora! Somos pó redimido pela
Desde o momento em que saímos do ven- cruz de Cristo!
tre da nossa mãe, iniciamos o processo de
morrer. Pensar que um dia seremos ape-
nas um montinho de cinzas é uma rea-
lidade bastante sombria. As cinzas são o
pó do pó. “Sem Deus, nada resta da gran-
deza do homem senão este montinho de Pe. Antonio C. Torres
pó sobre um prato, numa ponta do altar, SCE Carta Mensal
nesta Quarta-feira de Cinzas, com o qual
“Se ressucitastes com Cristo,
agora pensai nas coisas do alto,
não nas coisas da terra somente”
(Cl3,I)

Desejamos uma
Feliz e Santa Páscoa do Senhor!

Av. Paulista, 352 • cj. 36 • 01310-905 • São Paulo-SP


Fones: (11) 3256.1212 • 3257.3599
cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br

Você também pode gostar