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CARTA

Ano LXII - fevereiro/março 2022 - 545

EQ U I P E S D E N O S S A S E N H O R A
MENSAL
A Beleza da Criação
“Deus viu que era bom...
muito bom”

40 Dias de Mulher, eis ai


Quaresma o teu filho
página 6 página 17
Índice
EDITORIAL ACESSE CARTA
.....................................................................................................................1 MENSAL SONORA:
SUPER-REGIÃO
Fidelidade como atitude criativa...................................................................... 2
Semear, contruir e ser fermento....................................................................... 3
Tema do ano: Capítulo I..................................................................................4
40 dias de Quaresma......................................................................................6
A primeira reunião de equipe........................................................................... 7
“Vai e não peques mais”..................................................................................8
Vamos procurar juntos....................................................................................9
O poder da oração.........................................................................................10
CORREIO DA ERI
Vocação e missão dos casais das ENS .............................................................. 11
IGREJA CATÓLICA
Sínodo da sinodalidade eclesial: o sonho de Francisco......................................... 12
Palavra do Papa............................................................................................. 13
DATAS RELIGIOSAS
São José Pai na sinodalidade............................................................................14
Anunciação do Senhor................................................................................... 15
O significado da Quarta-feira de Cinzas..........................................................16
DATAS DO MOVIMENTO
Uma mulher de fé e entrega a Deus................................................................. 17
DATAS COMEMORATIVAS
“Mulher, eis aí o teu filho”..............................................................................18
EXPERIÊNCIAS INOVADORAS
Projeto “Quarta é dia de Carta!”.................................................................... 20
CNSE
Um ato de amor ao próximo........................................................................... 21
RAÍZES DO MOVIMENTO

ENS_CM 545_fev/mar_miolo-capa_NB
“Vem e segue-me”.......................................................................................22
TESTEMUNHO
O amor vencerá!.......................................................................................... 24
Nada é maior que a bondade do Senhor!..........................................................25
ENS e sua pedagogia que nos leva à santificação.............................................. 26
Difícil, mas possível...................................................................................... 27
CONTOS E REFLEXÃO
O peso que a gente leva................................................................................ 28
PARTILHA E PCE
A regra de vida, apoiada na Palavra de Deus..................................................... 29
A regra de vida............................................................................................. 30 no 545
O despertar para a santidade e as ferramentas necessárias ................................. 31 edição
FORMAÇÃO fevereiro
Laudato Si: debruçados sobre a criação de Deus................................................32 2022

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa”
Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Lu e Nelson - Equipe
Editorial: Responsáveis: Débora e Marcos - Cons. Espiritual: Pe. Franciel Lopes - Membros:
Lázara e Edison - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622), para distribuição interna aos seus membros.
Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390, Cj. 144, Perdizes - 05005-000 -
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Débora e Marcos. Importante: consultar instruções, antes do envio de material para a Carta Mensal no site ENS
(www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.
EDITORIAL

Queridos irmãos equipistas! para duas novas bandeiras intituladas:


Iniciemos 2022 pensando nas palavras EXPERIÊNCIAS INOVADORAS NAS
do Pe. Caffarel escritas em 1963: ENS e VOCÊ NA CARTA, para as quais
“O ideal evangélico não é, unica- esperamos que nos contem sobre o que
mente e antes de mais nada, um fizeram de novo ou de diferente no seu
todo doutrinal a ser adotado, mas Setor, Região ou Província, para que sir-
Alguém a ser seguido. Seguir quer va de inspiração a outras pessoas. Nes-
dizer aprender a pensar, a agir, a vi- ta edição, trouxemos o “QUARTA é dia
ver com Ele e como Ele. Esse Alguém de CARTA” da Província Leste II. Tam-
não é homem de meias medidas nem bém gostaríamos de ouvi-los, em breves
de acomodações...” palavras, sobre algum artigo de edições
Assim, ele nos convoca a continuarmos anteriores que os tocou profundamente
sabendo que Deus nos quer por inteiro e que desejam partilhar...
sem titubear diante das dificuldades e O tema de estudo a cada ano é para nós
até mesmo diante da pandemia. Pro- uma grande bênção, permitindo refle-
curemos sacudir a poeira e ressignificar xões que nos melhoram e nos impulsio-
a vida conforme os seus reveses, para nam, conforme nos falam Lu e Nelson
avançarmos rumo ao nosso grande pro- em seu artigo. Em relação ao primei-
jeto que é a santidade. ro capítulo “A Beleza da Criação”, Flor
Feliz Ano-novo. E quais novidades es- e Celso comentam sobre a gratidão e
tarão disponíveis em relação às maté- o louvor diante do que recebemos de
rias? Nós da Carta Mensal, junto à SRB, Deus e que desejamos corresponder ao
continuamente buscamos alternativas Seu amor infinito. Imaginem quanta
que proporcionem subsídios necessários maravilha deveremos experimentar no
ao nosso crescimento espiritual e equi- serviço de ser fermento renovador da
pista. Em razão disso, propomos novas família e da sociedade neste ano.
bandeiras, suprimimos outras e assim Vocês já ouviram sobre a Plataforma
vamos ajustando a programação ano de Formação para SCEs e AEs? Então,
após ano. Nesta perspectiva, este ano os mais um serviço formativo à disposição
SCE Pe. Mariano, da Província Sul I, tra- dos nossos conselheiros(as) espirituais,
balhará a bandeira Igreja Católica, sobre além de muitos outros artigos,testemu-
a preparação para o Sínodo, e o SCE Frei nhos e reflexões. Desejamos que apro-
Arthur, da Província Leste I, na bandeira veitem ao máximo
Formação, fará correlação entre a encí- tudo que a Carta
clica Laudato Si e a Palavra de Deus. Os Mensal oferece de
artigos sobre a Palavra do Papa serão es- subsídios formati-
critos pelo casal Leila e Antônio Carlos, vos e que possamos
da Província Centro-Oeste. Aos novos ter um ano muito
colaboradores damos as “boas-vindas” abençoado.
e os agradecemos por terem aceito o Boa leitura.
desafio de servir! Débora e Marquinho
Pretendemos, também, obter artigos CR Carta Mensal

CM 545 1
SUPER-REGIÃO

Fidelidade como atitude criativa


Nossa vocação à santidade é uma prometer implica soberania de espíri-
realidade dinâmica que acolhemos e to, capacidade de sobrevoar o tempo e
cultivamos em nosso estado de vida - o espaço e de agir independentemente
matrimônio e ordem ‑, com progressi- das mudanças que entretanto se possam
va fidelidade, na união com Deus que a verificar. Numa cerimônia de casamen-
frequência nos sacramentos, sobretudo to promete-se constituir com o cônjuge
a eucaristia e a confissão, nos possibilita; uma vida familiar. Esta unidade não fica
na vivência do carisma por uma partici- criada de uma vez por todas. Só os ob-
pação ativa na vida do Movimento e pela jetos se “produzem”, ficando “feitos”
renovação contínua na prática dos PCEs. para sempre. A unidade conjugal não se
Um elemento fundamental que precisa- “produz” materialmente; vai-se “crian-
mos ter para nos mantermos firmes frente do” em cada momento da vida.
aos desafios e dificuldades que se apresen- Ser fiel é realizar esta atividade criadora
tam é justamente a fidelidade, entendida prometida no matrimônio e não se re-
como lealdade,fé e adesão pessoal à busca duz a aguentar algo. A pessoa humana
da santidade assumida como equipistas, não é chamada a aguentar ‑ o que seria
bem como os propósitos e caminhos es- uma tarefa própria das paredes e das co-
colhidos para realizar esta busca. lunas ‑, mas a prometer e cumprir com
O termo fidelidade procede do termo fidelidade criativa em cada momento
latino fides (fé), aparentado com fi- de sua vida o que ficou prometido num
dere (fiar), do qual derivam as palavras dado momento.
confiar, confiança, confidente, confi- Esta fidelidade, como atitude criativa,
dência. É-se fiel a uma pessoa à qual se que contribui eficazmente para con-
prometeu alguma coisa em virtude da ferir à personalidade humana um ca-
fé que se tem nela, que a torna fiável. A ráter de autenticidade e firmeza, será
fidelidade é a resposta adequada a uma fundamental para que cada equipista
promessa, como as promessas que fo- encare os desafios presentes tanto na
ram feitas no batismo, confirmadas na vida conjugal, equipista, eclesial e social
Crisma, e aquelas que foram próprias do destes tempos.
sacramento do matrimônio, que gera- Precisamos ter coragem para sermos
ram a conjugalidade como expressão do melhores como
consórcio de vida mútua, da geração e pessoas e cristãos
educação dos filhos. para vencermos os
Prometer é uma atividade própria da obstáculos e alcan-
pessoa humana, pois só ela é capaz de çarmos o resultado
projetar o futuro, e se promete hoje de uma verdadeira
para se cumprir no futuro, numa altura “procura juntos” da
em que é até mesmo possível ter senti- santidade.
mentos diferentes dos atuais. O ato de D. Moacir Arantes
SCE Super-Região

2 CM 545
SUPER-REGIÃO

Semear, construir e ser fermento


Queridos equipistas, amados e ao que há de encantador e sublime
amadas de Deus, nesse profundo mistério. É preciso
Mais um ano civil se iniciou, e com ele paciência, serenidade e espera.
serão apresentadas novas oportunida- Visualizemos dentro de nós um
des para uma firme retomada ou for- processo desde a sementeira até
te impulso dos projetos, da busca da a colheita e vamos alimentando
santidade na vida de equipe, na prática as nossas possibilidades, já não no
dos PCEs, na vivência das orientações e campo agrícola, mas nas realida-
tema de estudo,como alimento da con- des humanas que nos rodeiam e
jugalidade e caminho para santidade. nos convidam e nas quais somos
Já nos colocando em sintonia com os chamados a semear misericórdia,
nossos EACREs,temos como inspiração compaixão, solidariedade.
a frase: Casal cristão,fermento no mun- Já alguma vez construímos alguma
do para semear e construir. Comparti- coisa? Talvez, pelo menos, com pe-
lhamos abaixo a reflexão do Pe. Ricardo ças de Lego. Há criatividade, gosto,
feita no último Colégio Internacional. ação. O resultado tem a ver com a
“Deixando-nos acompanhar pelo planificação e o cumprimento dos
Espírito Santo que nos ilumina, nos cronogramas. Mais uma vez, ima-
inspira, nos fortalece e nunca dei- ginemos como somos chamados,
xa de nos convidar para trabalhos como casais-fermento, a cons-
concretos. truir novas realidades, a construir
um futuro novo cada dia melhor.”
Duas atividades humanas que
marcam profundamente aqueles Queridos irmãos, o Senhor nos chama
que as realizam são a sementeira a semear e a construir, a ser fermen-
e a construção. Na sementeira, o to onde muitas vezes nos sentimos
processo que se segue após deixar como a “massa”. Podemos pensar
a semente no solo não depende que essa não é uma tarefa muito fá-
apenas do semeador; há fatores cil, e não é, mas Ele nos dá a sua gra-
externos que a influenciam (chu- ça e fica conosco permanentemente.
va, solo, pragas). Na construção, a Na maioria das vezes não chegamos a
gestão do construtor é mais visível colher o que plantamos e não vemos o
e percebe-se a intervenção huma- que construímos, mas a beleza está no
na. As táticas e as estratégias que sentimento de que fizemos o nosso
se traduzem num resultado eficaz melhor e confia-
tornam-se palpáveis. mos na graça de
Deus. É isso que
Provavelmente todos nós, em al-
Ele espera de nós.
gum momento,semeamos uma se-
mente e contemplamos, à medida Façamos juntos
que os dias passavam, a germina- mais esta etapa do
ção,o crescimento e talvez as flores Caminho!
e os frutos. É uma experiência que
nos leva às origens da vida, ao que Lu e Nelson
é simples e singelo, mas também CR Super-Região

CM 545 3
SUPER-REGIÃO

Tema do ano:
Capítulo I
A Beleza da Criação

Iniciando nossos estudos com o “fermento” da amabilidade, da re-


primeiro tema, A Beleza da Cria- núncia assumida, da participação
ção, logo louvamos e bendizemos no sacramento da reconciliação,
o Criador, sentindo o Amor como que lava a alma e nos leva a receber
uma realidade que une tudo e to- o “Pão dos Anjos” em estado de
dos em perfeita comunhão. Somos graça, reconhecendo a vida como
atraídos Àquele que nos deu a vida, dádiva, tesouro inestimável que
numa atitude de gratidão, e dese- transforma os nossos frágeis om-
jamos ardentemente corresponder bros em fortaleza que suporta feliz
ao Seu amor infinito que nos fez se- o “peso leve” de Cristo.
melhantes a Ele. Assim, nosso lar será um recanto de
O próprio Deus, “terminando a convívio fraterno, agradável e soli-
Obra”, viu que tudo era bom... que dário, onde a vontade do Pai nos le-
era muito bom! vará a viver corajosamente a própria
Quando olhamos o mundo e as missão, no caminho das virtudes,
maravilhas da natureza, com em busca da santidade.
olhar contemplativo, damos um Vemos, então, que a “grande Obra”
sentido profundo aos mínimos não é algo acabado... percebemos
gestos e cuidamos para que os que ela continua acontecendo
nossos pensamentos e atitudes numa sequência querida por Deus
sejam sementes de bondade que através de Suas Leis.
farão nascer a esperança em mui- Sabemos por experiência que não
tos corações. nos tornamos íntimos de Deus sem
É a escolha de fazer um pouco, no a vida sacramental, sem o espírito
escondimento de cada dia, que de sacrifício e a oração. E aqui resi-
nos torna mais próximos de Deus. dem muitas de nossas fugas e he-
Vemos crescer a “massa” com o sitações. Queremos nos aproximar
4 CM 545
SUPER-REGIÃO

A vida humana é a maior beleza, o nosso maior dom:


a imagem do próprio Deus. Por isso a nossa existência
é um tesouro a ser valorizado e repartido.

de Cristo sem a cruz. O mundo (a de confiança em Deus, certos de


matéria) nos prende, acorrenta e Sua presença no caminho, acertan-
domina, ofuscando nossa visão. do o nosso passo ao passo de Cristo.
Olhamos para as montanhas, mas “Coração que se converte, converte
escolhemos ficar na planície... nas o mundo em silêncio, lentamente,
atrações do mundo, onde jamais devagar...
encontraremos as respostas aos
Perdoa, Senhor, nossa fé reticente,
nossos anseios de transcendência.
às vezes covarde, medrosa, incons-
A vida humana é a maior beleza, tante. Aumenta nossa generosida-
o nosso maior dom: a imagem do de na constru-
próprio Deus. Por isso a nossa exis- ção de Teu Reino
tência é um tesouro a ser valoriza- e na difícil arte
do e repartido. de ser Santo, se-
Precisamos criar asas e nos des- gundo os desíg-
prender das coisas da terra, olhar nios do Pai.” (Pe.
para o Alto onde mora o Infinito, a R. Schnieder)
Imensidão do Amor. Aprendemos, Flor e Celso
então, a renovar a cada manhã o ato CRP Sul III

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SUPER-REGIÃO

40 dias de Quaresma
aguçada, um olhar penetrante e visua-
liza toda a ação maléfica, toda menti-
ra, toda corrupção que está desenhada
num colorido agradável aos olhos da car-
ne. Sua resposta é firme e convicta, sem
nenhuma possibilidade de negociar seus
valores,suas escolhas.Jesus percebe toda
movimentação do inimigo escondido
“Naquele tempo, Jesus, cheio do Es- num jogo feito de palavras, até bíblicas,
pírito Santo, voltou do Jordão e, duran- e de gestos. Aliás, qual é o gesto que tan-
te quarenta dias, o Espírito o foi levando to desejava o demônio que Jesus fizesse?
pelo deserto, enquanto era tentado pelo Ajoelhar-se! Não era preciso mais nada.
diabo. Durante todo esse tempo esteve Nem assinar e registrar no cartório. Só
sem comer e no final sentiu fome.” (Lc 4)  ajoelhar-se! Nem selar com uma pedra!
Assim inicia Lucas: Jesus está “cheio”, Só ajoelhar-se! O demônio não quer
preparado, disposto qual soldado habili- que façamos grandes coisas para ele...
tado para um combate, uma armadilha. mas que pertençamos a ele, que sejamos
Seu opositor é estrategista medonho, sua propriedade definitiva. 
embusteiro elegante e publicitário exce- Jesus vence o inimigo reafirmando sua
lente; até no deserto é capaz de mostrar entrega à vontade do Pai; servindo à hu-
as grandezas do mundo, cuja oferta apre- manidade num caminho feito de doa-
senta como algo irrenunciável. Se olhar- ção de si, de perdão e reconciliação. Je-
mos melhor,vemos que ele invade o cen- sus nos ensina o combate, sim, voltado
tro da pessoa, lá onde moram os desejos, inteiramente à sua missão. Não quer
a fome e a sede. Como se não bastasse, que nos ajoelhemos diante do inimigo,
está mesmo disposto a dar tudo em troca que caiamos nas suas armadilhas; mas
de um único gesto de Jesus ‑ até parece que sejamos firmes no nosso caminhar
uma troca justa! E aqui está a realidade para a casa do Pai! 
que precisamos perceber. O que se es- Neste tempo forte da Quaresma te-
conde atrás da sua proposta? Aparente- remos muitas ocasiões de experi-
mente é vantajosa, realizadora, satisfa- mentar  as tentações. Fixemos nosso
tória,plena! Jesus está diante disso tudo! olhar em Jesus e no caminho que Ele
Às vezes experimentamos algo pare- nos apresenta. Se-
cido. E Jesus pode nos ajudar a ven- jamos confiantes
cer, como Ele venceu. O que Jesus fez? no projeto do Pai,
Permaneceu firme no seu propósito de orando, jejuando
fidelidade ao projeto do Pai de salvar a e nos empenhando
humanidade. Não se deixou levar pelas na caridade; tudo
grandiosas ofertas, não quis resolver as pelo amor a nosso
coisas tão depressa. Preferiu comparti- Senhor e Salvador,
lhar a situação humana de tantos que Jesus Cristo! 
lutam para sobreviver. Frei Levi Jones Botke
Nosso Mestre tem uma sensibilidade SCEP Sul III

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SUPER-REGIÃO

A primeira reunião de equipe


Ao rever a história das ENS, sempre nos vida destes primeiros casais sedentos da
deparamos com fatos de extrema impor- Palavra de Cristo, que os estimulassem
tância na vida de Padre Caffarel,o tornan- à busca contínua das belezas do sacra-
do seu fundador. A partir de 1936, deixa mento do matrimônio.
suas funções para dedicar seu tempo li- - “Onde dois ou três estiverem reu-
vremente ao apostolado espiritual, ora- nidos em meu nome, eu estarei pre-
ção e meditação, a pregação em retiros e sente.” (Mt 18,20)
aconselhamento espiritual, que o levam
Depois aconteceram mais três reuniões in-
a conhecer muitos jovens que buscavam
terrompidas pela 2ª Guerra Mundial, mas
se aprofundar na fé. Dentre estes, uma
estas poucas reuniões foram suficientes
jovem casada em busca de conselhos so-
para unir os casais e manter viva a esperan-
bre a vivência espiritual de seu casamen-
ça de um Movimento que crescia e se man-
to. Padre Caffarel a orienta que traga seu
teria vivo,alimentado pela palavra,através
marido, e o casal, entusiasmado, sugere
dos escritos de Padre Caffarel.
a presença de mais outros casais; assim
nasce o encontro na casa de um deles, do Padre Caffarel desde o início foi rigoro-
qual não se imaginava quão importante so, mas sempre aberto a aceitar aquele
seria para as futuras gerações das ENS. que queria fazer essa experiência apai-
xonante do amor de Deus. “Nenhum
Muito já se falou, mas sempre paramos
casal tem o direito de ser estéril”. O ca-
e imaginamos: “o que teria acontecido
sal não pode guardar para si as graças
naquela época? ”
da vida matrimonial; homem e mulher
Reavivar os primeiros momentos em são chamados a cooperarem e zelarem
que Deus fez brotar de uma peque- juntos pela obra do Criador.
na semente uma árvore frondosa, a
Bendita reunião, que todos os anos ce-
abordagem de quatro casais a Padre
lebramos com muita alegria em 25 de
­Caffarel, que todos conhecemos a res-
fevereiro. Somos por isso agradecidos
posta: “Façamos o caminho juntos”.
aos casais, Pierre e Rozenn, Gérard e
Sem nenhum projeto inicial, sem olhar
Madeleine, Michel e Ginette, Frédé-
para um futuro de grandes conquistas
ric e Marie-Françoise e ao Padre Ca-
e grandes feitos, não se poderia prever
ffarel, fiéis ao caminho que os levou a
o nascimento de um Movimento que
assumir as primei-
criasse raízes e se espalhasse por várias
ras dificuldades que
partes do mundo. Hoje em cerca de
hoje vemos como
90 países nos cinco continentes, e que
um dos milagres
mesmo com todos os acontecimentos
mais belos nas ENS:
se mantém firme, forte e crescente.
o amor conjugal
Desta primeira reunião surgiram pro- rumo à santidade.
postas com o sentido de se ter objeti-
vos para que houvesse continuidade; Leila e Fernando
algumas normas experimentadas na CRP Leste I

CM 545 7
SUPER-REGIÃO

“Vai e não peques mais”


o sacramento do matrimônio, tão caro
para o Movimento das Equipes de Nos-
sa Senhora.
A penitência leva a um contato direto
com o amor de Jesus pela humanida-
de que deveria promover não somente
o reconhecimento de nossas debilida-
des, mas também a confissão de nos-
sas debilidades diante de situações que
requerem uma postura de fé e luta pela
justiça social. A Bíblia nos mostra diver-
A penitência faz parte da tradição sos exemplos desses encontros trans-
judaico-cristã como um caminho de formadores através do reconhecimen-
reencontro entre a humanidade e os to dos pecados em personagens bíblicos
desígnios de Deus. Desde o Antigo como Zaqueu (Lc 19, 1-10) e Paulo (At
Testamento, a fragilidade humana 9, 1-5). Contudo, esse encontro pesso-
diante da natureza criada por Deus al com Jesus não é impositivo. Por isso,
demonstra a necessidade de uma cabe ao penitente escolher trilhar, ou
constante reflexão do homem sobre não, o caminho da salvação. Esse pode
as suas atitudes e seus sentimentos ser visto em exemplos como a história
a respeito dos fatos históricos como da mulher pega em adultério e acusada
manifestação da presença de Deus diante de Jesus. Nessa reflexão joanina,
no mundo. De fato, o sentimento Jesus não condena a pecadora, no en-
de pequenez diante da grandeza de tanto deixa em suas mãos a decisão de
Deus suscita sempre o imperativo da escolher o caminho da sua conversão:
transformação do ser humano para “Vai e não peques mais”. (cf. João 8, 11b)
atender o projeto de Deus. A peni-
tência é a expressão de que somos Enfim, é com esse espírito de acolhi-
capazes de voltar ao projeto inicial mento, da parte de Deus, e de abertu-
deixado por Deus. Como nos recor- ra, da parte dos homens, que constru-
da Santo Agostinho, “quem caminha ímos a nossa seara penitencial. Cabe a
no sentido oposto a Deus, caminha nós o desafio de apresentar nossa dis-
em direção ao nada”. (Comentário ponibilidade de mudarmos e sermos
ao Salmo 38, 22). criaturas novas desde os sacramentos
do matrimônio e
Em Jesus Cristo, a penitência passa a ser da ordem, a fim de
chave central para uma adesão real ao construirmos um
discipulado cristão. Segundo o Docu- mundo mais justo,
mento de Aparecida (2007), o sacra- fraterno – e redi-
mento da penitência é imprescindível mido – para toda a
para que aconteça a conversão neces- humanidade.
sária para que o cristão batizado com-
bata o mal que nos faz incoerentes com
os compromissos que assumimos dos Frei Arthur Vianna Ferreira
sacramentos da Igreja Católica, como SCEP Leste I

8 CM 545
SUPER-REGIÃO

Vamos procurar juntos


Em 2017, num Encontro de SCEs O QUE O SCE PRECISA SABER SOBRE
e AEs que aconteceu em Castanhal- AS ENS? e ESPIRITUALIDADE CONJU-
-Pará, surgiu a ideia da Plataforma de GAL. Foram mais de 5.000 acessos à
Formação para SCEs e AEs. O obje- plataforma VAMOS PROCURAR JUN-
tivo proposto era trazer informação TOS, isso no primeiro mês! E lembre,
sobre as Equipes de Nossa Senhora sua opinião é sempre muito importan-
para nossos conselheiros, porém de te para nós! Desejamos, cada vez mais,
forma mais prática e objetiva, deixan- receber o retorno de vocês, conselhei-
do sempre em aberto a possibilidade ros e acompanhantes, sobre os cursos
de aprofundar os temas. Para isso, foi já existentes, bem como sugestões de
constituída uma equipe de casais e sa- novos para serem desenvolvidos.
cerdotes denominada Conselho Edi- E sabe quem estava naquele Encon-
torial, coordenados pelo casal Cris e tro de Conselheiros de 2017 no Pará
Brito, casal equipista de São José dos e participou da idealização dessa pla-
Campos, que desde então tem reali- taforma? O Pe. Flávio Cavalca de Cas-
zado um trabalho árduo e minucioso tro, que foi SCE da Carta Mensal de
de definição de temas, pesquisa de 1994 a 1999, SCE da Super-Região
documentos e elaboração de mate- Brasil de 2000 a 2005, é conselheiro
rial, que culminou com o lançamento de duas equipes há mais de 30 anos,
da plataforma VAMOS PROCURAR autor de muitos livros e grande cola-
JUNTOS, no dia 19/10/21, com o borador das ENS do Brasil. Aponte a
curso O SCE E O AE NA EQUIPE. câmera do seu celular para o QR code
Vale ressaltar que os cursos são orga- abaixo e assista ao seu belo testemu-
nizados em módulos concisos, que nho a respeito.
oportunizam uma leitura rápida e
produtiva pelos conselheiros, seja em
seus momentos de estudo, durante
uma viagem ou mesmo enquanto es-
peram uma consulta médica... Essa é a Tatiana e Rubens
ideia: apresentar o conhecimento, de Coimbra
forma ágil, simples e com qualidade! Casal Comunicação
Àqueles que desejem se aprofundar Externa
no tema, o texto dos cursos traz o link
direto para todas as referências biblio-
gráficas utilizadas na sua elaboração.
O sucesso da plataforma foi tanto que,
15 dias após seu lançamento, já foram
disponibilizados mais três cursos: PA-
PEL DO CONSELHEIRO ESPIRITUAL
NAS EQUIPES DE NOSSA SENHORA,
CM 545 9
SUPER-REGIÃO

O poder da oração
A oração é uma poderosa fonte de justificado (cf. Lc 18,9-14). Portan-
força a atuar em nossa vida. Na Bí- to, a oração deve funcionar como um
blia podemos encontrar vários ver- sincero relacionamento tipo eu e você
sículos sobre o poder da oração: “Na com Deus, com entrega, confiança e
sua aflição, clamaram ao Senhor, e fé. Em nome de Cristo, a prece eleva-
Ele os tirou da tribulação. Reduziu a -se a Deus como fumaça de um in-
tempestade a uma brisa e serenou as censo queimado na brasa ardente da
ondas. As ondas sossegaram, eles se aflição, da dor, do desespero, da in-
alegraram, e Deus os guiou ao por- justiça, da perseguição, envolvendo
to almejado”(cf. Sl 107,28-30). nosso Senhor com um doce aroma.
Jesus disse aos apóstolos “tudo o Muitos recorrem a Jesus ou a Deus
que pedirdes com fé na oração, vós como um mágico que lhes curará da
o alcançareis” (cf. Mt 21,22). O doença ou dos sintomas num instan-
apóstolo Pedro pediu que todos sa- te e sem dor. Na Bíblia, a cura sem-
íssem do quarto, pôs-se de joelhos pre acontece no encontro com Jesus,
e orou. Voltando-se para a mulher quando ocorre a transformação inte-
morta, disse: “Tabita, levanta-te!”. rior. A oração pode ser individual ou
Ela abriu os olhos e, vendo Pedro, comunitária. A oração comunitária
sentou-se (cf. At 9,40) e na Epís- é tão importante quanto a individu-
tola de São Tiago diz: “Está alguém al, pois cada uma tem seu propósi-
enfermo? Chame os sacerdotes da to. Se a oração individual tem poder,
Igreja, e estes façam oração sobre imagine o poder e o efeito da comu-
ele, ungindo com óleo em nome do nitária. Quando se reza por alguém,
Senhor. A oração com fé salvará o o que se faz é entregar o problema a
enfermo e o Senhor o restabelece- Deus, para que Deus opere na pessoa
rá. Se ele cometeu pecados, lhes se- – “seja feita a tua vontade!”.
rão perdoados. Confessai os vossos Com o início das atividades equipistas
pecados uns aos outros, e orai uns neste ano, aproveitemos o poder da
pelos outros para serdes curados. A oração, com fé, rogando a Jesus que
oração do justo tem grande eficá- leve os nossos pe-
cia” (cf. Tg 5,14-16). didos ao Senhor:
pelos necessita-
A humildade é o fundamento da oração
dos, pelos equi-
e é a disposição necessária para receber
pistas do Brasil e
gratuitamente o dom da oração.Como
do mundo e pelos
disse Santo Agostinho: o homem é um
EACRES de todas
mendigo de Deus (CIC, 2.559).
as Províncias.
Lucas apresenta dois tipos de oração: Sônia e Eyiti
a do fariseu egocêntrico e a do publi- Casal Responsável
cano humilde que voltou para casa pelos Intercessores

10 CM 545
CORREIO DA ERI

Vocação e missão dos casais das ENS


Chamados e enviados
Embora seja verdade que através do se sentem frágeis, doentes, feridos. É
batismo todos os crentes experimen- nestes ambientes complexos, difíceis,
tam o chamado para seguir o Senhor Je- e muitas vezes muito dolorosos, que
sus e receber a missão de ser portadores este compromisso pode se manifestar
de sua Palavra e de ser sua presença no mais visivelmente. Há jovens apaixo-
meio do mundo, através do sacramento nados que precisam conhecer a beleza
do matrimônio os esposos também são e grandeza da vida sacramental, jovens
chamados a viver o amor à maneira de casais que se preparam para o casamen-
Deus e são enviados a se tornarem tes- to, casais casados em busca de acom-
temunhas da profunda unidade entre panhamento, casais em crise de vários
Cristo e a Igreja e entre Deus e o univer- tipos, separados, divorciados, casais em
so. Portanto, falar de casamento cristão uma nova união não sacramental, pes-
é falar de uma vocação e de uma missão soas com dificuldades em sua identida-
próprias dos cônjuges unidos em Cristo. de sexual, e assim por diante. Cenas que
Para os casais pertencentes às Equipes anseiam por uma presença compassiva
de Nossa Senhora, podemos dizer que e misericordiosa.
estas realidades se multiplicam em um Temos o valioso documento “Vocação
duplo compromisso: o sacramento do e Missão no início do terceiro milênio”,
matrimônio e a vida no Movimento. emitido pela ERI em julho de 2018, que
Aqueles que optaram por integrar as nos incentiva e nos impulsiona para uma
equipes como parte de sua vida de ca- vivência autêntica, real e coerente do
que é e significa participar de uma vo-
sados cristãos se comprometem mais
cação e missão concretas.
fortemente com uma vida de testemu-
nho e apostolado. Além da formação de Da mesma forma, Clarita e Edgardo, o
sua própria família e de sua dedicação ao casal responsável pela ERI e pelo Movi-
crescimento integral de seus filhos, os mento, quando traçaram o caminho a
casais equipistas são chamados a par- seguir durante este período de seis anos,
ticipar da missão da Igreja, principal- chamaram todos os membros da equipe
mente naquelas realidades que dizem a um compromisso sereno e sério para
respeito ao casamento e à vida familiar. sairmos para as circunstâncias de nosso
Cada casal deve procurar e encontrar o mundo contemporâneo, onde devemos
ambiente concreto no qual desenvol- estar presentes com a força do Espírito
ver sua tarefa apostólica na paróquia ou e a experiência de sermos participantes
diocese. Descobrir essas áreas pastorais da graça de Deus na vida de casados.
nas quais devem estar presentes como Nunca é demais enfatizar a necessida-
batizados, casados, membros da equipe. de de uma releitura contínua destes do-
Ao longo deste ano, que o Papa Fran- cumentos que nos oferecem caminhos
cisco quis dedicar a Amoris Laetitia, é claros para o exercício da vocação e da
muito importante não perder de vis- missão para a qual somos chamados.
ta o que ele nos apresenta daquelas Ricardo Londoño Domínguez
situações humanas em que os casais SCE da ERI

CM 545 11
IGREJA CATOLICA

Sínodo da sinodalidade eclesial:


o sonho de Francisco
A primeira fase sinodal (outubro/2021
– abril/2022) realiza-se nas Dioceses
e Conferências Episcopais, em prepa-
Sínodo
ração à fase conclusiva da Assembleia
2021 dos Bispos, a ter lugar em Roma, no mês
2023 de outubro de 2023. Uma antiga ora-
ção ao Espírito Santo, atribuída a Santo
Por uma Igreja sinodal Isidoro de Sevilha, nos convém: “Aqui
estamos, diante de Vós, Espírito San-
comunhão | participação | missão

Com o escritor Cervantes e com Dom to: estamos todos reunidos no vosso
Hélder Câmara lembramos que “So- nome. Vinde a nós, assisti-nos, descei
nhar sozinho é apenas um sonho; so- aos nossos corações. Ensinai-nos o que
nhar juntos é o começo da realidade”. devemos fazer, mostrai-nos o caminho
O sonho do Papa Francisco é o limiar a seguir, todos juntos”.
de uma nova realidade eclesial, fraterna No domingo, 10 de outubro/2021,
e sinodal. E, como tal, tem nas Equipes Francisco abriu o 16º Sínodo dos Bispos,
de Nossa Senhora oportunas coprota- explicando: “Fazer Sínodo significa ca-
gonistas, já na etapa inicial. minhar pela mesma estrada, caminhar
O tema do Sínodo é: Para uma Igre- em conjunto... Encontrar, escutar, dis-
ja Sinodal: Comunhão, Participação cernir: três verbos do Sínodo”. Depois
e Missão. É um dom a ser acolhido na disse que “somos chamados a tornar-
alegria e gratidão e uma tarefa a ser exe- -nos peritos na arte do encontro”: en-
cutada com entusiasmo e determina- contro com Deus, conosco, com os
ção. Designa o estilo peculiar da vida e outros da comunidade e da Igreja, com
da missão eclesial, expressa o seu modo os de outras Igrejas e religiões, com to-
de viver e agir. dos quantos formamos os filhos dessa
O que significa sínodo e a que se refere? terra, com a própria terra. Um genuíno
Sínodo significa o caminhar juntos do encontro requer escuta: “Como está
Povo de Deus. Remete a Jesus, “o cami- o ‘ouvido’ do nosso coração? Fazer Sí-
nho” (Jo 14,6), e aos cristãos, “discípu- nodo é colocar-se no mesmo caminho
los do caminho” (cf. At 9,2; 19,9). Sí- do Verbo feito homem”. “Sejamos pe-
nodo (συνοδóς/synodós) é palavra grega, regrinos enamora-
composta de σύν (sýn = “juntos”) e ὁdós dos do Evangelho,
(hodós = caminho). Sínodo também tem abertos às surpre-
a ver com concílio. O grande evento sas do Espírito San-
conciliar desdobra-se e se atualiza pelos to”, convida ainda
sínodos. Os temas do Concílio são reto- Francisco.
mados e desenvolvidos nos Sínodos. O
nosso Sínodo, porém, mais que revisitar
algum assunto do Vaticano II, visa cap- Pe. Mariano Weizenmann
tar e reavivar o próprio espírito do último SCE Região SP Leste II
Concílio, celebrado entre 1962 e 1965. Prov. Sul I
12 CM 545
IGREJA CATÓLICA

Palavra do Papa
“O mistério da criação”
Em sua catequese, na audiência geral contribuiu para esta má interpretação,
(20/05/2020), Papa Francisco diz: A que leva à exploração da terra ao pon-
primeira página da Bíblia assemelha-se to de a sufocar. Exploração da criação:
a um grandioso hino de ação de graças. este é o pecado. Julgamos que estamos
A narração da Criação é cadenciada por no centro, pretendendo ocupar o lugar
refrãos, nos quais são constantemente de Deus, e assim arruinamos a harmonia
reiteradas a bondade e a beleza de tudo da criação e do desígnio de Deus. Certa-
o que existe. Com a sua palavra, Deus mente, podemos e devemos trabalhar a
chama à vida, e todas as coisas passam terra para viver e nos desenvolver. Mas
a existir. Com a palavra, separa a luz das trabalho não é sinônimo de exploração,
trevas, alterna o dia e a noite, intercala as e está sempre acompanhado de cuida-
estações, abre uma paleta de cores com do: lavrar e proteger, trabalhar e cuidar...
a variedade das plantas e dos animais. Esta é missão (cf. Gn 2, 15). Não pode-
Nesta floresta transbordante que rapida- mos pretender continuar a crescer em
mente derrota o caos, o homem aparece nível material sem cuidarmos da casa
em último lugar. E esta aparição provoca comum que nos acolhe. Os nossos ir-
um excesso de exultação,que amplifica a mãos e irmãs mais pobres e a nossa mãe
satisfação e a alegria: “Deus contemplou terra gemem pelos danos e injustiças
a sua obra,e viu que tudo era muito bom” que causamos e reclamam outro rumo.
(Gn 1, 31). Bom, mas também belo: vê- Reclamam de nós uma conversão, uma
-se a beleza de toda a Criação! mudança de postura: cuidar também da
terra, da criação.
Por natureza não somos quase nada, so- É, pois, importante recuperar a dimen-
mos pequenos; mas por vocação, somos são contemplativa, ou seja, olhar a cria-
os filhos do grande Rei! ção como um dom, e não como algo a
As criaturas têm um valor em si mesmas ser explorado. Eis o cerne do problema:
e “refletem, cada uma à sua maneira, contemplar é ir além da utilidade de
um raio da infinita sabedoria e bondade algo. Contemplar a beleza é admirá-la,
de Deus” (CIC, 339). Este valor e este descobrindo seu verdadeiro valor.
raio de luz divina devem ser descober- Assim, “a beleza e o mistério da Cria-
tos e, para os descobrirmos, precisamos ção geram no co-
estar em silêncio, precisamos de ouvir e ração do homem
contemplar. Também a contemplação o primeiro movi-
cura a alma (Audiência 16/09/2020). mento que suscita
Sem contemplação, é fácil cair num an- a oração” (cf. CIC,
tropocentrismo desequilibrado e sober- n. 2.566).
bo, isto é, o “Eu” no centro de tudo, que
sobredimensiona o nosso papel como
seres humanos,posicionando-nos como Bete e Carlos Alberto
dominadores absolutos de todas as ou- Eq. N. S. Rainha da Paz
tras criaturas.Uma interpretação distor- Setor B - Minas II
cida dos textos bíblicos sobre a criação Prov. Leste II
CM 545 13
DATAS RELIGIOSAS

São José Pai na sinodalidade


Do coração paternal de Francis- simbologia infinita que o número sete
co a Igreja vem ganhando sucessivos tem na teologia e na liturgia da Igreja.
presentes cujo objetivo é fazer cres- O ano de São José se encerrou em 8
cer a comunhão e a sinodalidade. Em de dezembro de 2021, no mesmo
2013, Bergoglio confirmou a intro- período a Igreja vive a fase diocesana
dução da invocação a São José nas do Sínodo sobre a sinodalidade. Nes-
orações eucarísticas. se contexto pode-se acrescentar às
A devoção a São José encontrou eco sete características mais uma e qui-
no coração do Papa, que compreende çá infinitas outras: São José Pai na
a humildade do Pai de Jesus como um sinodalidade!
testemunho de virtude a ser conquis- Na carta Patris Corde Francisco afirma:
tada por todos. Em 2020 Francisco “A missão dos Santos não é apenas a de
publicou o documento: Patris Corde conceder milagre e graças, mas de in-
e declarou o ano de São José. terceder por nós diante de Deus, como
O Papa fundamentou sua decisão nas Jesus que é o nosso advogado”.
poucas passagens bíblicas que men- Na condição de Pai na sinodalida-
cionam a figura do Pai de Jesus e ga- de José caminha com a Igreja neste
rante que elas facilitam aos cristãos tempo de mudança de época em que
seguir o exemplo de São José quando as pelo impulso do Espírito Santo con-
dificuldades da vida superam as fracas vida-nos a caminhar juntos e cons-
forças humanas. O objetivo do ano de truir pontes que renovem a Igreja na
São José foi aumentar o amor por este sua comunhão consigo, com todas as
Santo, para nos sentirmos impelidos a Igrejas e tradições de fé.
implorar sua intercessão e imitarmos
Como Pai na sinodalidade nos aju-
suas virtudes e seu cuidado.
da reconhecer o caminho que Deus
Com Maria, José ouviu a profecia de espera da Igreja no terceiro milê-
Simeão a respeito de Jesus, com Ma- nio. Rezemos e deixemo-nos guiar
ria residiu como estrangeiro no Egito, pela Coragem Criativa do Pai Ama-
com Maria viveu escondido na ignora- do nesse caminho de comunhão sem
da cidade de Nazaré, com Maria pro- ter medo de ou-
curou Jesus no Templo. vir o Povo de Deus
Para facilitar aos leitores conhecer o garantindo que a
Pai de Jesus, Bergoglio descreve carac- Igreja viva em ple-
terísticas fáceis de se reconhecer em nitude a missão
São José: Pai Amado, Pai na ternura, Pai que lhe é confiada
na obediência, Pai no acolhimento, Pai por Cristo.
na coragem criativa, Pai trabalhador,
Pai na sombra. Notemos que o Papa Pe. Elcio
SCE Região S. Catarina II
menciona sete, em sintonia com a
Prov. Sul III

14 CM 545
DATAS RELIGIOSAS

Anunciação do Senhor
“Alegra-te.” Esta saudação remete
à tradição de esperança messiânica de
redenção e salvação para Jerusalém, a
Mãe de Todos os Povos (Sl 85). “Exulta!”
diante dos feitos prodigiosos de Deus
que vem em socorro salvar a Filha de Sião,
Jerusalém – Is 12,6; 54,1; Sf 3,14...; Zc
9,9. “Cheia de graça” é aquela que al-
cançou os favores de Deus, é como um
novo nome dado a Maria: Favorecida,
Agraciada, Amada do Bem-Amado (Sl
16,22; I Sm 16,22; II Sm 14,22; II Sm
16,4; Est 2,17; 5,8; 7,3; 8,5). vidas e o fruto da bênção com a qual
foram agraciados tornou-se, de algu-
Aos olhos de hoje a Anunciação e a con-
ma maneira, instrumento de libertação,
cepção de Jesus podem parecer estra-
salvação e prosperidade para Israel. Todo
nhas, contudo Maria e José vinham de
abençoado por Deus é vocacionado a
toda uma tradição bíblica onde Deus
abençoar a humanidade.
se manifesta a seu povo. Em todos os
momentos cruciais da história, quan- Nossa Senhora compreendeu naquele
do já não há solução humana Ele ope- dia abençoado que ser a “Serva do Se-
ra o impossível, maravilhas inefáveis nhor” (este é o único termo, teologica-
(Acaso há algo de tão maravilhoso para mente, aceitável, pois uma serva tem
o Senhor? Gn 18,14). Imitando Maria, vontade própria e pode exercer o livre
no Magnificat, exultemos de alegria arbítrio de aceitar ou não a missão dada
pelas maravilhas que o Todo-Poderoso pelo Senhor) implica em doar-se ao ser-
opera todos os dias em nossas vidas e o viço de Deus e da humanidade; após o
exaltemos por seu amor em nosso favor, anúncio ela colocou-se a caminho para
amor que o impele a manifestar-se de visitar e servir sua parenta Isabel, que
maneira prodigiosa estimulando e revi- conforme o Anjo lhe falara estava no
gorando nossa fé. sexto mês de uma gravidez supertardia.
Para os casais que muitas vezes têm Como você equipista pretende imitar
sua fé abalada diante das dificuldades Maria, e servir ao
da vida e das limitações que nossa car- Senhor que o cha-
ne nos impõe, eis os exemplos de Sara ma? “Que darei eu
e Abraão (Gn 11, 30), Rebeca e Isaque ao Senhor, por to-
(Gn 25,21), Raquel e Jacó (Gn 29,31), dos os benefícios
Manué e sua mulher (cujo nome não é que me tem feito?”
explicitado, Jz 13,2 e 3), Ana e Elcana (Sl 116,12).
(I Sm 1), Isabel e Zacarias (Lc 1,5 a 7).
Todos eles esperavam filhos, que não
podiam ter porque havia o problema Pe. Carlos Vasconcelos
da esterilidade que os maltratava. Deus, SCE Setor E - Região Rio V
contudo, operou maravilhas em suas Prov. Leste I

CM 545 15
DATAS RELIGIOSAS

O significado da Quarta-feira de Cinzas


Nos primeiros meses deste ano per- cinzas recorda que em alguns momen-
corremos um caminho com Jesus pe- tos esquecemos de Deus e somos se-
las comunidades,anunciando o Reino e duzidos por outras vozes deste mundo,
recebendo do seu sacratíssimo coração mas que a sua misericórdia supera toda
um belíssimo convite: “Vem e segue- a nossa teimosia e todo o pecado.
-me”.Reconhecemos em diversos mo- A Quaresma é o tempo propício para
mentos que nossas forças são insufi- nos aproximarmos de Deus e com a
cientes para assumir tantos desafios, sua graça vencermos a tentação e o
mas que um caminho de caridade o pecado,assumindo três atitudes men-
Senhor construiu em nós. O caminho cionadas por Jesus no evangelho deste
com Deus é longo e como todo percur- dia: a oração, como sinal de comunhão
so que fazemos, seja a pé, de bicicleta com Deus; a caridade, sinal de comu-
ou mesmo de carro, exige uma para- nhão com o próximo; e o jejum,sinal de
da, revisão das peças, uma reflexão. O equilíbrio interior diante das seduções
destino deste caminho é a nossa salva- que o mundo proporciona. Vivencian-
ção. Para alcançarmos êxito, necessi- do essas atitudes, Jesus nos acolherá:
tamos nos preparar constantemente. “E o teu Pai, que vê o que está escondi-
Caminhando na fé e na esperança, do, te dará a recompensa” (Mt 6, 18).
iniciaremos com a Quarta-feira de Com a Quarta-Feira de Cinzas ini-
Cinzas um tempo de penitência e de ciamos a Campanha da Fraternidade,
renovação interior para celebrarmos gesto concreto de reflexão e partilha
dignamente a Páscoa do Senhor: o deste tempo quaresmal, cujo tema
tempo quaresmal. Por quarenta dias será “Fraternidade e Educação” e o
somos conduzidos por Deus no deser- lema: “Fala com sabedoria, ensina
to para rezarmos, examinarmos nossa com amor” (Pr 31, 26).
consciência, praticarmos penitência e
De coração aberto, unidos como fa-
a confissão, e ouvirmos o apelo para
mília equipista, atentos a nossa pre-
implantar em nossos corações o gran-
sença fraterna nas comunidades, ce-
de ensinamento que Jesus transmitiu
lebremos com dignidade o caminho
à humanidade, a começar pelos seus
de preparação da
discípulos: o mandamento do amor.
Páscoa: “Eis agora
O sucesso de um caminho começa com o tempo favorá-
a firmeza do primeiro passo e o itinerário vel por excelência.
quaresmal terá início com as palavras do Eis agora o dia da
profeta do Joel: “Rasgai o coração,e não Salvação” (2 Cor 6,
as vestes; e voltai para o Senhor, vosso 2). Deus abençoe!
Deus” (Jl 2,13). Abertura,disponibilida-
de e humildade para reconhecermos que Padre Tiago Nigro
de Deus viemos e, cumprindo a missão, SCE Região Rio VI
para Ele iremos voltar. A imposição das Prov. Leste I

16 CM 545
DATAS DO MOVIMENTO

Uma mulher de fé e entrega a Deus


Em 22/03/1909 nascia nossa que- de uma Vida e Quando a Palavra se
rida D. Nancy, um exemplo de mu- Torna Vida, dedicados ao amado espo-
lher de fé em nosso tempo. Conheceu so Pedro, e Equipes de Nossa Senhora
seu esposo Pedro em 7/9/1931 e se no Brasil – Ensaio sobre seu Históri-
casaram em 27/6/1936. co, dedicado aos 50 anos das ENS no
Como toda família que se constitui,sua Brasil, vislumbramos a profundidade
história não teve apenas momentos fe- de sua reflexão, meditação e entre-
lizes.Viveram desafios como a chegada ga a Deus dos fatos que faziam parte
de um filho portador de necessidades de seu dia a dia. Ela realmente estava
especiais. Sendo uma mulher cheia de atenta aos acontecimentos e medi-
fé e confiança em Deus, não permitiu tava sobre eles na busca de compre-
que os desafios da vida a entristecessem ender a vontade de Deus, passando
ou enfraquecessessem na busca de uma da resignação para uma significação
espiritualidade que levasse em conta a e aceitação confiante nos mistérios
realidade da vida conjugal. que Deus tem para a vida humana.
Ela e Pedro fizeram parte de uma Em seu livro O Sentido de uma Vida,
época em que quase nada existia que que fala da biografia do seu esposo Pe-
contemplasse a espiritualidade de um dro, percebemos seu amor e confiança
casal que buscava a construção de um no relacionamento que construíram.
lar cristão. Assim foram trilhando seu O amor que foi crescendo mesmo na
caminho, iluminados pela fé individual distância, que foi amadurecendo na
e pela busca sincera de um ponto em convivência e foi expandindo a pon-
comum que os guiasse no cotidiano to de ir além da morte, pois ela con-
da vida conjugal e familiar. servava a presença dele em seu viver,
Até encontrarem as ENS. A partir daí, não como uma lembrança triste e nos-
as equipes foram a sua vida e sua vida tálgica, mas uma presença real de fé,
foi a das equipes. Com a partida de Pe- força e amor que os sustentava e iden-
dro, D. Nancy não esmoreceu e atuou tificava como casal. Através do seu
como inspiradora do Movimento até a testemunho, compreendemos o que
sua páscoa em 15/08/2006. nos fala o sacramento do matrimônio:
o que Deus une o homem não separa.
D. Nancy soube fazer sua parte dan-
do conta do aspecto feminino de um Fé e entrega a Deus não foram apenas
casal, foi um exemplo de que a força um detalhe em sua vida, foram a mola
feminina se encontra presente e se impulsionadora de todos os aspectos
demonstra em fé, serenidade, paciên- de sua vida, que a levaram à realização
cia, perseverança, acolhimento, con- e à felicidade.
fiança, entrega e amor incondicional Joice e Jerson Garcia
Eq. 3 N. S. de Guadalupe
a Deus e ao próximo. Setor F - Região RS I
Quando lemos seus livros, O Sentido Prov. Sul III

CM 545 17
DATAS COMEMORATIVAS

“Mulher, eis aí o teu filho”


Todos os anos é celebrado o Dia manifestações. Primeiro, o fato de
Internacional da Mulher. Muito mais Ele ter se encarnado por meio de uma
que um dia de reconhecimento, as mulher. Jesus recebeu a matéria hu-
mulheres merecem a cada instan- mana, fruto de sua encarnação ten-
te respeito à sua dignidade e força. do como instrumento Maria, cheia da
Neste sentido, seria interessante tra- graça divina e guardada da mácula do
zer à tona a compreensão que a Igreja pecado para ser a mãe do Verbo7. Ela
tem sobre este tema, principalmente é a nova Eva para gerar o novo Adão 8.
a partir de Jesus e da Palavra de Deus. Assim, a figura feminina está presen-
É surpreendente o modo como a figu- te no ato redentor de Cristo9. Num
ra feminina é apresentada na relação segundo aspecto, tem-se que o Se-
humana, principalmente como dese- nhor aceitava mulheres no seu grupo
jo de retomada do estado de justiça de discípulos10. Esta atitude de Jesus
original1 como fora criada Eva com não era aprovada pela grande maioria
Adão no Paraíso. dos rabinos de seu tempo e, de cer-
“Osso dos meus ossos e carne da mi- ta forma, manifestava a inclusão da
nha carne!”2, Adão grita cheio de ad- mulher na formação das primeiras co-
miração, amor e comunhão, pois o munidades-Igreja. O terceiro aspecto
homem descobre a mulher como um poderia ser visto na forma como Cristo
outro “eu” da mesma humanidade3. criticou a carta de divórcio orientada
O homem e a mulher são criados por por Moisés e pela confirmação do ca-
Deus: por um lado, em perfeita igual- samento como sacramento. Esta mu-
dade como pessoas humanas e, por dança de paradigma quebrou o círculo
outro, cada qual com suas peculiari- do repúdio à mulher que, geralmente,
dades. Ser homem, ser mulher é uma sofria mais com a separação. O quar-
realidade boa e querida por Deus, sua to aspecto poderia ser entendido na
dignidade vem diretamente de Deus, expressão própria de Jesus ao usar o
à imagem de Deus, e reflete a sabedo- termo mulher em dois momentos
ria e bondade do Criador 4. São criados correlacionados: as Bodas de Caná e
conjuntamente, um para o outro 5. o momento de sua morte. Nas Bodas,
Esta harmonia original, porém, foi Jesus chamou Maria de “mulher” para
quebrada pelo pecado. E a dignidade afirmar que a hora dele ainda não ha-
humana, ainda no Jardim do Éden co- via chegado, ou seja, o momento de
meçou a ser desrespeitada6. sua glorificação. Maria é a imagem
A partir de Jesus, pode-se compre- do povo da antiga aliança, sedento do
ender a dignidade da mulher con- amor de Deus, um amor que se mani-
templando alguns aspectos de suas festa em sinais de núpcias e é selado

1. CIC 375; 2. Gn 2, 23; 3. CIC 371; 4. CIC 369; 5. CIC 371; 6. Gn 3, 12; 7. CIC 490; 8. CIC
411; 9. CIC 494.

18 CM 545
DATAS COMEMORATIVAS

pelo sangue a ser derramado na cruz. e diligência com que Deus se reve-
“Mulher, eis aí o teu filho”11 é a com- lou neste ser. E, por fim, é importante
preensão de que o discípulo amado lembrar que, depois de Cristo, o único
representa aqueles que renascem em ser humano que chegou ao mais alto
Cristo,o povo da nova e eterna Aliança. dos céus foi uma Mulher.
Poder–se ia enaltecer a mulher com Pe. Kleiton Pena
SCE Região RS III e
muitas outras referências. Contudo, Eq. N. S. de Fátima
a limitada linguagem humana jamais Carlos Barbosa-RS
será capaz de contemplar a sabedoria Prov. Sul III

11. Jo 19, 23.

CM 545 19
EXPERIÊNCIAS INOVADORAS

Projeto “Quarta é dia de Carta!”


Luz, discerni- pouco tempo todo nosso setor Santa
mento e cria- Rita do Sapucaí já estava envolvido e
tividade para participando do projeto.
conduzirmos A cada semana nos emocionamos e nos
nossa equipe fo- surpreendemos com a grandiosidade do
ram nossas preces Movimento,as riquezas das Cartas Men-
para 2021 como sais e, principalmente, com cada equi-
CRE. Em oração, pista que se empenha e prepara um mo-
pedimos a Nossa mento especial de espiritualidade e evan-
Senhora de Lourdes gelização,sendo testemunhas de um ca-
que nos inspirasse a samento fortalecido pela graça de Deus.
criar algo motivacio-
Não temos dúvida de que o objetivo ini-
nal.Lendo alguns artigos da Carta Mensal
cial de aumentar a divulgação e a leitu-
tivemos certeza de que a resposta estava
ra da Carta Mensal foi alcançado! Não
ali: este instrumento de evangelização ti-
imaginávamos tamanha repercussão!
nha que ser mais bem aproveitado pelos
Começou como um grão de mostarda,
nossos irmãos equipistas.
em nossa equipe de base, e pelo que sa-
Era uma quarta-feira, em minhas mãos bemos a semente tem sido lançada em
tinha uma Carta Mensal e a inspiração diversos Setores e Regiões, atravessando
gritou em meus ouvidos: Quarta é dia as fronteiras da Região Minas III.
de Carta! Com a inspiração veio a ideia:
Em meio à pandemia,obrigados a nos dis-
toda semana, um casal ou SCE partilha-
tanciarmos fisicamente, tivemos a opor-
ria conosco um texto da Carta Mensal.
tunidade de nos sentirmos mais próximos
Com esse projeto, divulgaríamos mais
uns dos outros, mais próximos do Movi-
sobre esse canal de comunicação tão
mento e mais próximos de Deus!
importante do Movimento. Seria um
vídeo de cerca de 5 minutos, comparti- Que essa semente seja lançada em mui-
lhado via WhatsApp e redes sociais, com tos terrenos e cresça com a água do Es-
uma vinheta marcante de Nossa Senho- pírito Santo e a fecundidade do amor de
ra para chamar atenção de que precisá- Deus gerando frutos da fé em abundân-
vamos parar um pouco e escutar a Deus. cia e nos fortalecen-
do ainda mais para
Ficamos empolgados com a inspiração
seguirmos na cami-
e ideia, pois tínhamos certeza de que
nhada à santidade.
era literalmente algo “divino”. Tivemos
o apoio do nosso SCE, Pe. Daniel Santi- “Nada é peque-
ni, para levar a ideia à frente, pois daria no onde o amor é
muito fruto, além de fortalecer nossa grande”.
unidade e integração.
Começamos na primeira quarta-feira
do ano. Até setembro foram 39 vídeos
Keila e Márcio
publicados com a participação de 30 Eq. N.S. de Lourdes
casais e 9 SCEs. Santa Rita do Sapucaí-MG
Inúmeros frutos têm sido colhidos. Em Prov. Leste II

20 CM 545
CNSE

Um ato de amor ao próximo


É com imensa alegria e satisfação
que o Movimento das Comunidades
Nossa Senhora da Esperança acolhe
novos amigos equipistas, para cola-
borar conosco em suas cidades, na
missão de coordenadores, além de
conseguirem também Sacerdotes
Conselheiros Espirituais.
Mesmo numa época em que o mun-
do todo está passando por um mo-
mento tão atípico, principalmen-
te em razão da pandemia, quando
praticamente a grande maioria das Barbacena-MG
reuniões, tanto dos equipistas como Eq. 1 N. S. do Rosário - Setor A
das CNSE, foi virtual, esses irmãos • Maria Leci e Con. Luiz Carlos
atenderam o chamado do Espírito do Carneiro
Senhor e se dispuseram a trabalhar
• Dora e Martins (CRS A)
em prol das viúvas e viúvos do nosso
Movimento. • Cidinha e Moreira (CRS B)
Em contraste com esses eventos, que • Pe. Adalberto (SCE B)
abalaram céus e terra, está a parábo- Campina Grande, Esperança,
la da figueira, com ramos verdes, que Pocinhos e Montadas
sinaliza um novo tempo. Portanto, se Tendo também a previsão de mais
desconhecemos o tempo em que se uma comunidade da cidade de
dará o retorno do Senhor, de algum PUXINANÃ, todas do estado da
modo, através de nós, seus discípu- Paraíba, coordenadas pelo casal:
los, Ele retorna todos os dias, inau- • Araceli e Bruno (CRR Paraíba II -
gurando um tempo novo sempre Diocese de Campina Grande),
que lutamos por transformar as ca-
lamidades que afligem muitas pes- • além de outros casais também
soas, vivendo e anunciando o que equipistas.
jamais passará: as palavras de Jesus Teresópolis-RJ
que humanizam os inumanos e os • Marcia Nolasco e Claudia (viúvas
desumanos. equipistas)
Nossos agradecimentos especiais • Neusa e Marinho (CRS)
aos novos casais e viúvas colabora- • Pe. Jorge (SCE)
dores, extensivos também aos novos
Sacerdotes Conselheiros Espirituais.
São eles: Coordenação Nacional das CNSE

CM 545 21
RAÍZES DO MOVIMENTO

“Vem e segue-me”1
O ideal evangélico não é, unica- De fato, o Evangelho está contido
mente e antes de mais nada, um todo nessas duas proposições que são
doutrinal a ser adotado, mas Alguém a como o verso e o anverso da mes-
ser seguido. Seguir quer dizer apren- ma realidade: dar tudo e renunciar a
der a pensar, a agir, a viver com Ele e tudo; isto é, “seguir” o Cristo e “dei-
como Ele. Esse Alguém não é homem xar” tudo o mais. São Pedro o com-
de meias medidas nem de acomoda- preendeu, ele que dizia ao Cristo: “Eis
ções. É o homem de um único amor que deixamos tudo e vos seguimos”
e o mesmo pede a seus discípulos: (Mc 10, 28).
“Ninguém pode servir a dois senho- Realmente não se pode censurar o
res” (Mt 6, 24). Sabe ser paciente, Cristo de nos querer enganar. Não é
“não apaga a mecha que ainda fu- Ele o pregador que mascara as verda-
mega” (Mt 12, 20), mas não transi- des excessivamente exigentes, hábil
ge em seu ideal; toma o que lhe dão, em fazer surgir sub-repticiamente
mas pede tudo: “Amarás o Senhor teu depois. Diz claramente o que pensa e
Deus de todo teu coração, de toda tua o que faz: “Não julgueis que vim tra-
alma, com todas as tuas forças, de zer a paz sobre a terra; não vim tra-
todo o teu espírito” (Lc 10, 27). Não zer a paz, mas a espada. Porque vim
reivindica apenas uma parte, mas o opor o homem a seu pai, a filha a sua
todo: o dom total da inteligência, do mãe...” (Mt 10, 34-36). Retoma a
coração, da vontade e da vida. mesma exigência em termos não me-
Um verdadeiro discípulo de Cristo é nos incisivos: “Se alguém vem a mim
ufano de servir tal mestre cujo amor sem detestar seu pai, sua mãe, sua
é tão exigente. E seria o primeiro a mulher, seus filhos, seus irmãos, suas
lhe pedir: “Sobretudo, Senhor, sede irmãs, não pode ser meu discípulo”
intransigente; não admitais que eu (Lc 14, 25-33). Certamente detes-
retome algo da minha oferta, que eu tar não significa “querer mal aos ou-
me entregue ao mais leve desvio; não tros”, mas, eventualmente, afastá-los
tolereis que vos dê jamais menos do quando se apresentam como rivais de
que tudo”. Deus, obstáculos no caminho da san-
Se o Cristo pede tudo, é também o tidade – o que entretanto não impede
primeiro a dar tudo: “Não há maior de amá-los até o ponto de dar por eles
amor do que dar a vida por aquele sua própria vida! O Cristo nos oferece
que se ama”. Entre Ele e seu discí- o exemplo desse ódio santo: um dia
pulo a intimidade se estabelece no Pedro tenta afastá-lo do sacrifício da
nível do dom total recíproco. Mas cruz. Cristo o repele com indignação:
quem diz dom total diz ao mesmo “Retira-te, Satã”.
tempo renúncia. E quando o Cristo acrescenta “Quem

1
Editorial Padre Henri Caffarel. Carta Mensal nº XI/I de março de 1963.

22 CM 545
RAÍZES DO MOVIMENTO

não renuncia a tudo”, certamente não o amor do Cristo Jesus meu Senhor.
quer nos convidar a não mais amar, Por Ele aceitei tudo perder, e tudo
mas faz-nos entender que não de- vejo como imundície, a fim de ga-
vemos ser escravos de nossos amores, nhar o Cristo” (Fl 3, 7-9).
seja o amor dos outros ou o amor de Eis o ideal evangélico. Qualquer que
nós mesmos; que só há uma maneira seja o estado de vida, ele se impõe.
de amar, para quem é seu discípulo: Aos casados como aos outros. Não se
amar por amor dele. rebaixa a vida cristã ao nível das natu-
Convenhamos que Ele, nosso Mestre, rezas mesquinhas.
não minimiza suas palavras! É preciso Em seu amor e por meio dele, o ho-
compreender bem seu pensamento. mem e a mulher podem e devem atin-
“Deixar”, “odiar”, “arrancar” são vo- gir o dom total a Jesus Cristo. É para
cábulos a serem tomados no sentido que eles realizem esse ideal que o Se-
forte, quero dizer, no sentido espiritual. nhor fez do matrimônio um sacra-
Tais são as exigências que lhe vincu- mento, isto é, uma realidade humana
laram desde há vinte séculos os seres habitada e trabalhada pela caridade
generosos que não sabem doar-se a divina, a qual – como poderoso fer-
meio. “Reconduzindo sua barca para mento –permite aos esposos realiza-
a terra e deixando tudo, eles o segui- rem o que parece impossível à natu-
ram”, é dito de Pedro e André (Lc 5, reza humana, mas é possível a Deus.
11). E São Paulo, alguns anos depois,
Pe. Henri Caffarel
podia escrever: “Todas as vantagens
de que eu era favorecido, as tive por Colaboração
prejuízo, por amor do Cristo. Ainda
Maria Regina e Carlos Eduardo
mais, considero tudo por desvan- Eq. N.S. Mãe de Deus
tajoso com relação ao preço supe- e Nossa - Piracicaba-SP
reminente que é o conhecimento e Prov. Sul I

CM 545 23
TESTEMUNHO

O amor vencerá!
Casados há dez anos, desejávamos necessidade de fazer uso de sonda ve-
aumentar nossa família. Passados sical, transferência hospitalar, outras
mais de seis anos, sem filhos, ambos terapias e nova cirurgia. Após 40 dias
buscamos tratamento para engravi- teve alta e, finalmente, Matheus iria
dar. Assim, passando o tempo entre conhecer a sua casa, porém com alguns
exames e cirurgias, a ansiedade au- cuidados. Passados 45 dias fomos cha-
mentava. Enfim, após um procedi- mados para outra internação, e eu tive
mento, voltamos para casa cheios de que aprender a passar a sonda, pois faria
esperança, porque o médico afirmou isso cinco vezes ao dia.
que em seis meses ou um ano acon- Em setembro, mais exames que reve-
teceria a gravidez. Porém, não acon- laram o funcionamento percentual do
teceu. Resolvemos procurar outro rim esquerdo com 10% e o direito com
médico que, refazendo os exames e 80% indicando outro procedimento ci-
analisando o laudo, afirmou que nun- rúrgico que foi um sucesso.
ca conseguiríamos engravidar.
Nesse mesmo ano, assistindo ao pro-
No final de semana que se seguiu, tí- grama: O amor vencerá, na Canção
nhamos Retiro das ENS. Na manhã de Nova, uma mulher conta que está grá-
sábado o padre leu a Palavra: “lançai as vida em meio à correria do seu filho pe-
redes para o outro lado” (Jo,21). Foi queno que precisa de tratamento. Tam-
assim que começamos a pensar numa bém pensava que nunca mais ia acon-
possível adoção. Voltando do Retiro, já tecer esse milagre com ela, mas acon-
no dia seguinte demos início ao proces- teceu. Disse que se Deus está lhe dando
so e ficamos à espera.
essa graça é porque está preparada para
Em maio de 2019, aconteceu em nos- vivê-la. Sentindo que era para mim, fiz
sa paróquia o Cerco de Jericó, nós já ha- o teste, e mais um positivo: dessa vez
víamos participado de muitos outros, uma menina! Mariana nasceu em ju-
sempre pedindo pela nossa causa. Mas lho de 2021.
dessa vez eu pedi pela mulher que iria
Aquela casa, que antes era de um casal
gestar nosso filho. Porém fiz um pedi-
organizado, cedeu lugar a muita ba-
do especial a Maria: que Ela emprestasse
gunça e a uma linda família! Apesar de
Seu útero para mim.
tudo que passamos, encontramos for-
Foi então que comecei a passar mal... ças para seguir em frente, pois mesmo
Fiz o meu teste de gravidez e o resul- de longe sempre há um equipista que
tado foi positivo! Marcamos o mé- nos liga, transmitindo amor e esperan-
dico e já estava de três meses de um ça. Somos muito gratos ao Movimen-
menino. Gravidez bem tranquila até to, que nos mostra o quanto podemos
a 34ª semana, quando descobrimos crescer como casal e família. A Deus
que nosso filho tinha um refluxo ve- nossa gratidão por todos esses milagres
sical, que segundo o médico não era em nossa vida.
nada muito sério.
Jéssica do Edson
No dia 5 de fevereiro nasceu o Ma- Eq. N. S. do Carmo
theus numa cesárea de emergência. Setor Brusque/Itajaí - Região SC II
Dia seguinte nossa tristeza, diante da Prov. Sul III

24 CM 545
TESTEMUNHO

Nada é maior que a bondade do Senhor!


Sempre somos convidados a tra-
balhar na “vinha” do Senhor. E como
aceitar o chamado se meu esposo An-
tônio trabalha embarcado, e com a
pandemia fica mais tempo no traba-
lho do que em casa? Apesar da situa-
ção demos o nosso SIM.
E em 2021 recebemos várias mis-
sões para trabalhar na “vinha”: pi-
lotar uma equipe nova, coordenar a
pastoral dos coroinhas, viver a nos-
sa missão junto com a nossa equi-
pe de base, o nosso matrimônio e a
nossa missão de cristãos batizados. agora deixa Eu agir”. E no dia da reu-
Mas trabalhar no Reino de Deus não nião percebíamos a ação de Deus.
é fácil, pois nos deparamos com tan- Esse ano fiquei desempregada, so-
tas dificuldades, fragilidades, desâni- mente o meu esposo estava traba-
mos... que por várias vezes deu von- lhando; e passei por muitas aflições
tade de desistir. e muitas cobranças por parte dos ir-
Diante de todas essas tribulações os mãos em relação ao emprego. E no
PCEs, principalmente oração, escuta momento de oração e meditação da
da palavra e meditação, nos mantive- palavra, Deus falava ao meu coração:
ram de pé. Quantas vezes eu e o An- “Preciso que você trabalhe pra mim,
tônio, cansados e aflitos, em oração porém não tenho nada desse mundo
entregamos tudo a Deus na presença para lhe oferecer, o que tenho é o meu
do Santíssimo e saíamos da igreja re- amor e a minha ternura”. Pensei em
novados. Quantas vezes, precisando estudar e Deus falava ao meu coração
de alguma resposta, a encontramos na que muitas coisas Ele só poderia reve-
leitura e meditação da palavra. lar aos pobres e humildes de coração.
Passamos por muitas dificuldades em Os PCEs oração,escuta da palavra e me-
nossa equipe: casais que saíram, ca- ditação nos ajudaram a viver grandes
sais com dificuldade no matrimônio e momentos com Deus. O amor de Deus
muitas perdas de entes queridos, mas nos conquistou, Sua ternura nos alcan-
a oração nos manteve de pé. çou, como não adorar a Deus e nos en-
tregar,corresponder ao Seu amor? Nada
Pilotando uma equipe nova aconte- é maior que a bondade do Senhor.
ciam tantas tribulações que, no mo-
Amanda e Antônio
mento de oração e meditação que Eq. N. S. Rainha da Paz
fazíamos, Deus falava em nosso co- Setor Piapetá - Região Rio VI
ração: “Vocês plantaram a semente, Prov. Leste I

CM 545 25
TESTEMUNHO

ENS e sua pedagogia que nos leva à santificação


os envolvíamos nesse momento de
oração e, confesso, era muito lindo
vê-los rezando o Magnificat conosco).
E com a oração diária, seguimos a
nossa rotina de casal em busca da
santidade, colocando em prática
também os outros PCEs: dever de
sentar-se (quando percebemos que
esse momento não era pra discutir
a relação e sim pra nos ajudarmos
mutuamente em nosso crescimen-
to espiritual, ficou muito mais fácil
de cumpri-lo). Colocamos como re-
Temos 28 anos de casados e parti- gra de vida que jamais deixaríamos
cipamos das ENS há 17 anos. Quan- de ter o foco em Jesus Cristo; que as
do nos convidaram a participar do cruzes que ao longo carregaríamos,
Movimento, não tínhamos sequer e carregaremos em nossas vidas, se-
ouvido falar dele, além do fato de es- riam para nos santificar. Porém para
tarmos, na época, totalmente alheios escutarmos o que Deus tem a nos
às Sagradas Escrituras e doutrinas da falar era, e continua sendo, neces-
Igreja. Porém, percebemos que foi um
sário nos retirarmos desse mundo
chamado do próprio Jesus a nós, pois
barulhento que nos envolve para si-
estávamos sentindo na época um de-
lenciarmos nossos corações. E, por
sejo muito forte de mergulharmos em
isso, sempre damos o nosso SIM aos
águas mais profundas.
retiros propostos pelo Movimento.
Aos poucos começamos a nos apai-
Hoje só temos a agradecer às ENS
xonar pela pedagogia das equipes.
pois, através de toda a sua pedagogia,
Os PCEs, aos poucos, foram sen-
pudemos conhecer a vontade de Deus
do introduzidos e incorporados em
em nossas vidas e, assim, construímos
nossas vidas (já deixava de ser es-
o nosso matrimônio em solo fértil e
forço e já fazia parte do dia a dia da
fecundo; pudemos ser exemplo para
nossa família).
nossos filhos: a nossa filha, em sua
Ao iniciar o dia escutamos e medita- atividade profissional como assisten-
mos a Palavra de Deus. Após um mo- te social, e nosso filho, que já está no
mento breve de silêncio, fazemos a seminário no caminho do sacerdócio.
nossa oração conjugal, e é em forma
de oração que entregamos o nosso
Denise e Valdinei
dia, louvando e bendizendo a Deus Eq. N. S. das Graças
pelo dom de nossas vidas (e na época Setor Nova Friburgo - Região Rio VI
em que nossos filhos eram pequenos, Prov. Leste I

26 CM 545
TESTEMUNHO

Difícil, mas possível


Em setembro de 2018 recebemos que nos mantinham firmes em nos-
um convite através do discernimen- sas atividades.
to para CRS. Logo veio o medo de não Tínhamos uma rotina pesada: ser o
conseguirmos atender todas as ne- CRS, a família, o trabalho e as viagens
cessidades que o Setor precisava. De- para cuidar de minha mãe, mas com o
pois de alguns momentos de reflexão apoio e as orações dos nossos filhos e
veio aquela frase que diz: “Deus não dos casais de nosso Setor nos manti-
convida os capacitados e sim capa- vemos firmes e fortes para continuar
cita os escolhidos”. e nós somos tes- com nossa missão e conciliar as ati-
temunhas dessa passagem. No dia vidades do Movimento com todas as
1/10/2018, dia de Santa Teresinha, nossas responsabilidades.
demos o nosso sim ao Movimento
E se tudo o que estávamos vivendo
para assumir como CRS.
já era tão intenso, ainda veio a pan-
Poucos dias depois de termos aceita- demia e tivemos que nos adaptar.
do o convite encontramos a primeira Os cuidados redobrados eram para
dificuldade, com a certeza do quan- todos. Os equipistas precisaram se
to seria difícil, mas possível. No dia adaptar às reuniões de forma virtual,
4/10/2018 minha mãe sofreu um vencendo muitas barreiras e crescen-
acidente. Ela tinha 85 anos, morava do com os conhecimentos das mídias
sozinha, era uma pessoa ativa e inde- sociais. Para nós, os desafios foram os
pendente. A rotina de toda a família mesmos, pois além de tentar auxiliar
começou a mudar, pois, dentro de aqueles que tinham mais dificuldades,
poucos meses, ela paralisou as per- também tínhamos os que não tinham
nas e logo já passou a depender de acesso às novas tecnologias.
cadeira de rodas. Entre tantas difi-
culdades, uma tinha um peso maior: Durante esse tempo, tínhamos a cer-
a distância entre nossa casa em Gra- teza de que o SIM dado às ENS foi o
vataí/RS e a casa dela em Içara/SC, que nos possibilitou poder cumprir
que é de 278 km. nossa missão de cuidar da mãe, pois
tudo o que pedíamos a Nossa Senhora
Foi um período de três anos, onde nós era saúde, para podermos conduzir o
(eu e meu marido) cuidávamos dela Setor e atender as necessidades dela.
nos finais de semana, quando íamos Olhando para trás, temos a certeza
para sua casa. As nossas viagens fo- de que nada teria sido possível sem
ram momentos de oração e partilha as orações e ajuda de todos os envol-
em casal, para nos abastecer e conti- vidos, afinal de contas um CRS não
nuar nossa missão de filhos e cristãos. caminha sozinho.
Nos dias em que estávamos em Gra-
Dila e Jair
vataí, as nossas orações e os momen- Eq. N. S. do Rosário
tos com os casais do nosso Setor, que Setor Vale do Gravataí
muito nos apoiaram, foram as forças Prov. Sul III

CM 545 27
CONTOS E REFLEXÃO

O peso que a gente leva...


Olho ao meu redor e descubro que as Vida e viagens seguem as mesmas re-
coisas que quero levar não podem ser le- gras. Os excessos nos pesam e nos reti-
vadas.Excedem os tamanhos permitidos. ram a vontade de viver. Por isso é tão ne-
Já imaginou chegar ao aeroporto carre- cessário partir.Sair na direção das realida-
gando o colchão para ser despachado? des que nos ausentam.Lugares e pessoas
As perguntas são muitas… E se eu tiver que não pertencem ao contexto de nossas
vontade de ouvir aquela música? E o fil- lamúrias… Hospitais, asilos, internatos…
me que costumo ver de vez em quando, Ver o sofrimento de perto, tocar na
como se fosse a primeira vez? ferida que não dói na nossa carne,
Desisto. Jogo o que posso no espaço de- mas que de alguma maneira pode nos
limitado para minha partida e vou. Vez humanizar.
em quando me recordo de alguma coi- Andar na direção do outro é também
sa esquecida, ou então, inevitavelmen- fazer uma viagem. Mas não leve mui-
te, concluo que mais da metade do que ta coisa. Não tenha medo das ausên-
levei não me serviu para nada. cias que sentirá. Ao adentrar o território
É nessa hora que descubro que partir é alheio, quem sabe assim os seus olhos se
experiência inevitável de sofrer ausên- abram para enxergar de um jeito novo
cias. E nisso mora o encanto da viagem. o território que é seu. Não leve os seus
Viajar é descobrir o mundo que não te- pesos. Eles não lhe permitirão encon-
mos. É o tempo de sofrer a ausência que trar o outro. Viaje leve, leve, bem leve.
nos ajuda a mensurar o valor do mundo Mas se leve.
que nos pertence. Retirado de: www.fabiodemelo.
com.br
E então descobrimos o motivo que le-
vou o poeta cantar: “Bom é partir. Bom As palavras do Pe. Fábio de Melo são
verdadeiras lições de vida. Elas falam
mesmo é poder voltar!”. Ele tinha ra-
da leveza da alma,que floresce o nos-
zão. A partida nos abre os olhos para o so coração,colore os nossos olhos e dá
que deixamos. A distância nos permite asas aos nossos pés. A vida nos en-
mensurar os espaços deixados. Por isso, sina todos os dias, em todos os mo-
partidas e chegadas são instrumentos mentos, através
que nos indicam quem somos, o que da leveza, mas,
amamos e o que é essencial para que a como insistimos
gente continue sendo. Ao ver o mundo em não apren-
que não é meu, eu me reencontro com der, ela utiliza a
o desejo de amar ainda mais o meu ter- força para nos
acordar.
ritório. É consequência natural que faz
o coração querer voltar ao ponto inicial,
Colaboração
ao lugar onde tudo começou.
Lázara e Edison
É como se a voz identificasse a raiz do Eq. 2A N. S. Aparecida
grito, o elemento primeiro. Goiânia-GO - Prov. Centro-Oeste

28 CM 545
PARTILHA E PCE

A regra de vida apoiada na Palavra de Deus


Assim como o Pai me amou, críticas mútuas por pequenas diferen-
eu também amei vocês; ças em nosso comportamento. Deci-
permaneçam no meu amor. dimos banir as críticas mútuas. Exem-
[...] amem-se uns aos outros, plificando: eu não conseguia ver a pia
assim como eu amei vocês. cheia de louça da manhã até o meio-
(Jo15,9-12)1 -dia. Isso me deixava incomodado.
Nossas conversas tornavam-se, por
vezes, muito fortes, só um olhar para
Amar-se uns aos outros é o pilar o outro já era suficiente para mudar
santificador que sustenta o ma- nosso humor. Isso complicava nosso
trimônio. Adotar uma regra de vida relacionamento a ponto de deixarmos
na verdade ajuda cada um a aderir de lado os elogios e o afeto mútuo, que
pessoalmente a uma vida de renún- deve ser a oração do casal, momen-
cia em favor da pessoa que está ao to a momento, “a ternura” (Amoris
seu lado. Esta vivência nos remete Laetitia,28-30).
ao encontro com Cristo”2. A palavra
Foi quando um dia em oração diante
“Amor” é simples, mas traz em seu
do Santíssimo senti que eu devia mu-
bojo todo o sentido de uma vida vol-
dar. Sim. Passei à “terapia”, isso! “Ter a
tada para o outro. Fomos criados por
pia” diariamente. Passei a lavar tudo o
amor, pelo amor e para amar (Gau-
que estava sobre a pia. E com o passar
dium Et Spes, 16) todo [...] homem
do tempo a Rute, sem nada lhe dizer,
tem no coração uma lei escrita por
passou a manter a pia sempre limpa.
Deus[...] cuja lei se faz ouvir na in-
Simples! Queridos casais! Não quei-
timidade do seu ser e se realiza no
ra a mudança do outro(a), mude você
amor a Deus e ao próximo. Uma vi-
de atitude!
vência que requer doação sem me-
didas e aceitação do diferente (1 É muito fácil olhar os defeitos do ou-
Cor13,4-8a), o que não é fácil. Mas tro, vamos corrigir os nossos, aceitan-
é um ato de grandeza aceitar o desa- do que não somos perfeitos. Agora
fio de deixar o outro(a) desabrochar vem ela! O Ernesto tem costume de
em sua essência, servindo de supor- tomar chimarrão, mas dificilmente
te em suas limitações. Foi sob essa lava a cuia. A Rute faz isso sem recla-
ótica que adotamos uma regra de mar. E tudo fica bem.
vida pessoal. Aqui começou o gran-
de desafio. Ernesto e Rute
Eq. N. S. Auxiliadora
Nós, Ernesto e Rute, vivíamos muito Setor Cascavel-PR
pegajosos, um para com o outro, em Prov. Sul III
1
Equipes de Nossa Senhora; Equipe Responsável Internacional; Setembro de 1999. Revisada
em 2010.
2
Cf. Idem.

CM 545 29
PARTILHA E PCE

A regra de vida
inspiração divina. A regra de vida está
intimamente ligada a todos os demais
PCEs, e quando os vivenciamos com
fidelidade, Deus nos fala e aponta o
caminho a seguir, revelando em nos-
sas consciências o que precisamos
mudar, aderindo a uma regra de vida.
Dessas reflexões, extraímos coisas prá-
ticas e objetivas que nos levam a pro-
Nós equipistas buscamos a santida- gredir em nossa vida como casal cris-
de através da espiritualidade conju- tão.Por exemplo: definir hora de dormir;
gal. O Movimento nos propõe os PCEs organizar os horários para ter controle e
como ferramentas que auxiliam nosso serenidade; meta para as despesas não
caminhar, em casal, rumo à santidade. essenciais; não usar adjetivos negativos
Quando recordamos o compromisso a respeito das pessoas, principalmente
de unidade com o Movimento, pode- em relação aos nossos cônjuges,filhos e
mos dizer que assumimos uma “regra parentes,separando fato de julgamento
de vida” aderindo aos PCEs e à peda- (por exemplo: por desatenção ou deso-
gogia das Equipes de Nossa Senhora. bediência,seu filho derruba um copo.Ele
Ao examinarmos nossa vida e fazer- não é um desastrado - julgamento,mas
mos um paralelo com compromissos sim cometeu um ato de desatenção –
que assumimos como cristãos, sem- fato, assim o ato fica no passado e seu
pre identificamos algo que podemos filho segue em frente evitando repetir o
mudar em nossas atitudes: Tenho erro); participar mais de adorações eu-
participado das missas com atenção? carísticas,definindo uma meta mensal;
Tenho priorizado as coisas de Deus à observar o que nos “tira do sério” e evitar
frente das coisas do mundo? (pro- as situações que nos levem a isso,exem-
gramo o domingo pela hora do jogo plo: se o cônjuge costuma se atrasar,
ou pela missa?) Pago meu dízimo? organize o tempo dele(a), se o horário
Levo uma vida coerente com a fé que não é muito importante, simplesmen-
professo? Cumpro com minhas obri- te relaxe. Há muitas oportunidades de
gações de cidadão ou sou adepto ao crescimento.Basta um olhar atento aos
“jeitinho”? As respostas a essas per- nossos comportamentos para vermos
guntas sempre nos ofereceram pro- propostas para regras de vida.
postas para regras de vida.
Deus nos dê sabedoria para escolher-
Pela interligação entre os PCEs e as mos e perseverança para cumprirmos
consequências no crescimento espi- nossa regra de vida.
ritual que oferecem a quem os prati- Nilian e Cleber
ca com amor e fidelidade, nós sem- CR Região Rio I
pre os enxergamos como uma grande Prov. Leste I

30 CM 545
PARTILHA E PCE

O despertar para a santidade


e as ferramentas necessárias
“A santidade até há pouco parecia que alguma coisa vai se transforman-
exigir a fuga do mundo, mas ago- do em nós, e nos perguntamos: “Será
ra sempre mais reivindica seu lugar que o que sentimos é a nossa trans-
no coração do mundo.” (O Amor e formação para a santidade?”. Nem
a Graça) sempre tudo é perfeito, algumas vezes
Estamos no Movimento há nove anos damos alguns passos para trás, mas
e entre as maravilhas que o Senhor fez não perdemos a fé, procuramos estar
para nós foi descobrir que, como ca- a escutar o que Ele nos fala.
sais, somos chamados a uma santida- Como casal, desde o início no Movi-
de no coração do mundo, como nos mento, sempre realizamos a escuta da
ensina Pe. Caffarel. Somos agradeci- palavra juntos. Logo pela manhã, após
dos a ele, pois, além de nos despertar a nossa primeira refeição, nos dirigi-
para o caminho, nos deixou as ferra- mos ao nosso local do lar e um lê para
mentas para que os casais busquem o outro, e sempre optamos pelas leitu-
a santidade, quais sejam, os Pontos ras do dia. O local já nos desperta para
Concretos de Esforço (PCEs). a necessidade de concentração e para
“Escuta Israel! O Senhor, nosso Deus, abrirmos nossos ouvidos, pois Deus irá
é o único Senhor. Amarás o Senhor teu nos falar.Fala,Senhor,teu servo escuta!
Deus, de todo o teu coração, de toda (1Sm 3, 9). A esposa lê a Primeira Lei-
a tua alma, de toda a tua força.” (Mc tura e o marido faz o Salmo e o Evan-
12,29-30) gelho. Sempre procuramos fazer isso
A escuta da palavra é o passo inicial na nossa Bíblia,pois vamos manusean-
para descobrirmos o caminho da san- do, tocando e conhecendo a Palavra de
tidade. A Palavra de Deus deve trans- Deus.Da leitura,fazemos na sequência
formar o nosso interior, e esta trans- a meditação e a oração conjugal. Os fi-
formação passa pela arte de saber es- lhos participam quando estão conosco.
cutar, não é ouvir o que eu quero, mas Assim, iniciamos nossos dias, marido
sim o que a palavra calou dentro do co- e mulher juntos, ouvindo juntos até o
ração, o que despertou sobre as nossas dia que o Senhor Nosso Deus permitir,
fraquezas e nossas indiferenças. uma só carne diante Dele. Ele que nos
Hoje passamos por uma pandemia abençoa, protege e ilumina.
pior que a do Covid, não sabemos es- Você já fez a sua verdadeira escuta da
cutar, nem as pessoas que estão ao palavra hoje? Ele tem muito para lhe
nosso lado. Será que realmente esta- dizer. Tenha certeza.
mos escutando a Deus?
Deus nos abençoe!
Nós temos tido a boa experiência da Coralina e Alessandro
vivência dos PCEs. A cada dia em que Região Minas IV
fazemos a escuta da palavra, sentimos Prov. Leste II

CM 545 31
FORMAÇÃO

Laudato Si: debruçados sobre a criação de Deus


O documento Laudato Si – Lou- nosso tempo-espaço histórico.
vado Sejas –, lançado na Solenida- Desde o começo da Sagrada Escritu-
de de Pentecostes de 24 de maio de ra entende-se que a natureza criada
2015, foi a segunda carta encíclica do não está posta para servir aos pra-
pontificado de Papa Francisco e tem zeres desenfreados dos seres hu-
como objetivo auxiliar cristãos cató- manos. O homem é um ser pensado
licos a debruçarem seus olhares sobre no interior do funcionamento de um
a criação de Deus de forma reflexiva e ecossistema. A sua relação não é de
crítica de sua contribuição na manu- exploração, mas de cumplicidade e
tenção do planeta como um espaço de cuidado com a natureza: a cum-
físico, biológico, social e cultural cons- plicidade, no fato do reconhecimen-
tituinte do desenvolvimento humano. to de que tudo é considerado “bom
Os 246 parágrafos que compõem aos olhos de Deus” (cf. Gn. 1, 10); o
essa obra deflagram o formato con- cuidado, no direcionamento deixado
sumista da sociedade contemporânea por Deus ao homem sobre a adminis-
que, ao utilizar-se da criação divina de tração justa daquilo que foi criado (cf.
forma desenfreada, acentuam o lucro, Gn. 1, 28-29).
o individualismo e a objetificação do Assim, a partir dessa realidade o do-
ecossistema e, consequentemente, cumento nos questiona em que me-
das relações interpessoais. Um dos dida o homem se desviou do projeto
problemas levantados pelo documen- inicial deixado por Deus na Sagrada
to é a manutenção de um egoísmo la- Escritura. Os parágrafos 13 a 16 nos
tente frente às necessidades de sub- provocam a rever o posicionamen-
sistência dos seres vivos e seus grupos to antropocêntrico do homem dian-
sociais em detrimento dos desejos de te do criado, que tem promovido um
um grupo restrito que detém a manu- colapso ambiental e uma degrada-
tenção do sistema capitalista. ção das relações ecológicas, atingin-
Essa reflexão sobre o cuidado a res- do, diretamente, as relações huma-
peito da criação divina não é algo nas. Debruçar-se sobre aquilo que foi
novo dentro da Igreja. Outros pontí- criado como “bom aos olhos de Deus”
fices também o fizeram, como o Be- faz-se imperioso para repensarmos
ato Paulo VI em “Pacem in Terris”, São as nossas ações no mundo e a nossa
João Paulo II em “Redemptor Hominis” corresponsabilidade na manutenção
e Bento XI em “Caritas in Veritate”. da vida, como projeto divino de hu-
Em todos esses o questionamento manidade. Fica para nós um olhar so-
é muito parecido: como a Sagrada bre a gêneses: da criação e das nossas
Escritura pode promover uma cons- ações cotidianas.
ciência renovada sobre as formas de Frei Arthur Vianna Ferreira
conviver com a natureza, de modo a SCE Província Leste I
sermos partícipes da criação divina em
32 CM 545
NOTÍCIAS

BODAS DE PRATA

4 Viviane e Anderson
Eq. N.S. da Paz
janeiro Rio de Janeiro – RJ
2022

BODAS DE OURO

dezembro
11 11
dezembro
2021 2021

Terezinha de Jesus e José Graça e Aristeu


Antônio Eq. N.S. do Amparo - Porto Alegre – RS
Eq. N.S. do Rosário - Juiz de Fora - MG

BODAS DE DIAMANTE

20 Maria Alice e
Guilherme Giorgi
dezembro Eq. N.S. Rainha de Todos os Povos
2021 São Paulo – SP

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NOTÍCIAS

JUBILEU DE OURO DAS EQUIPES

29 Eq. N.S. das Graças


outubro Caçapava – SP
2021

VOLTA AO PAI

Naldo da Lene
29.12.2021
N.S. de Nazaré
Castanhal - PA

Antônio Felicianio (Caracol) da Márcia


23.12.2021
N.S. da Conceição
Abaetetuba - PA

Maurino da Bebeta
11.12.2021
N.S. Aparecida
Manaus - AM

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MEDITANDO EM EQUIPE

Louvado seja Deus por toda a criação 


A Palavra de Deus
“Ó SENHOR, Senhor nosso, como é glorio- “E Deus viu tudo quanto havia feito e achou
so teu nome em toda a terra! Sobre os céus que era muito bom.”(Gn 1,31)
se eleva a tua majestade!”(Sl 8,2)
Reflexão
Tudo aquilo que existe veio das mãos do verdade, Jesus Cristo, o Filho amado do pai,
Criador.A dignidade de toda criação não tem recapitula em si todas as coisas, isto é, con-
fundamento em si mesma, mas no fato de cede sentido a cada uma delas. Sem Jesus
ter a sua origem no desejo e no desígnio de Cristo o mundo não teria o valor que tem
Deus. Deus quis o mundo do jeito que ele é, para nós hoje. 
assim sendo o mundo fala de Deus para cada O Papa Francisco tem insistido constante-
um de nós. O mundo não é Deus, mas é um mente a respeito do cuidado que devemos
meio pelo qual Deus se comunica conosco. ter pela casa comum: cuidar de todas as
A criação “grita” o nome de Deus para nós.  criaturas e, em especial, cuidar do ser huma-
Assim como São Francisco no cântico das no que é a obra perfeita de Deus. Nós equi-
criaturas, podemos chegar até Deus atra- pistas temos exercido de forma consciente
vés de toda a obra da criação. O olhar do o cuidado que a igreja tem nos pedido pela
ser humano, quando está fixo na criação, casa comum? O que temos feito em nos-
deve continuar o seu caminho até chegar a so cotidiano para cuidar de toda a natureza
Deus. A meta de todo ser humano é a glo- que é obra da criação divina? E, ainda mais,
rificação do seu Criador, para isso ele veio a como temos cuidado do ser humano - es-
esse mundo, tal objetivo é alcançado através posa, marido, filhos, pais, amigos, pessoas
de um olhar teológico para toda a criação. O desconhecidas… -, a obra perfeita realizada
olhar teológico entende que tudo veio de por Deus? Qual o nosso grau de proximida-
Deus, as coisas menos complexas e as mais de com aquilo que Deus fez, isto é, com o
complexas, e tudo voltará para o criador. Na universo criado? 
Oração espontânea
No início deste ano faremos uma leitura texto que fala sobre a criação. Se possível,
Orante com a Palavra de Deus. Convido faça a oração de São Francisco chamada “O
você a ler e meditar o texto de Dn 3, 57-88. cântico das criaturas”. 
Escolha uma ação a ser feita a partir deste
Oração Litúrgica
“Senhor Deus, Uno e Trino, mostrai-nos o nosso lugar neste mundo
comunidade estupenda de amor infinito, como instrumentos do vosso carinho
ensinai-nos a contemplar-Vos por todos os seres desta terra,
na beleza do universo, porque nem um deles sequer
onde tudo nos fala de Vós. é esquecido por Vós.” 
Despertai o nosso louvor e a nossa gratidão Oração feita pelo
por cada ser que criastes. Papa Francisco 
Dai-nos a graça de nos sentirmos
intimamente unidos Pe. Franciel Lopes
a tudo o que existe. SCE Carta Mensal
Deus de amor,
Oração do Meio Ambiente

Criador do céu, da Terra e de todos


os seres que nela habitam,
Concedei-me forças para preservar a beleza
e integridade do meio ambiente.
Dai luz aos olhos daqueles que destroem vossas matas,
Que matam vossos animais,
Que poluem vossas águas, de onde tudo começou.
Perdoai os que se calam e se ensurdecem por conveniência,
Olhai pelos ignorantes e oprimidos, agora e sempre.
Senhor, fazei com que os instrumentos
que matam vossos filhos
sejam banidos da face da terra.
Guiai o coração dos fracos, não deixeis
que caiam em tentação.
Livrai todos os seres do mal maior, a extinção,
E plantai no coração de cada homem a
fé, o amor, a esperança e a paz
E que, acima de tudo, prevaleça a vossa vontade.
Amém.
(a12.com/redacao)

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