Você está na página 1de 38

CARTA

Ano LXIII - dezembro/janeiro 2023/24 - 556

EQ U I P E S D E N O S S A S E N H O R A
MENSAL

E o verbo se fez carne


e habitou entre nós
(João 1, 14)

8 de dezembro

NATAL
Imaculada
Conceição
página 10
Índice
EDITORIAL ACESSE CARTA
“E o verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14)...........................................1
­SUPER-REGIÃO BRASIL MENSAL SONORA:
Refletir, agradecer e perseverar…...................................................................... 2
Vem, Senhor Jesus.......................................................................................... 3
Mensagem de Natal.......................................................................................4
Associação “Os Amigos do Padre ­Caffarel”....................................................... 5
A graça de Vivenciar o 18º Congresso Eucarístico Nacional..................................6
Engajamento na Vida da Igreja: Missão dos Casais Equipistas .............................. 7
Comunicação, uma ferramenta de aproximação................................................8
Tema do ano: Servir a exemplo de Maria............................................................9
DATAS RELIGIOSAS
A Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria.................................10
Tempo do Advento........................................................................................ 11
Natal verdadeiro é com Cristo; sem Ele, seria festa pagã..................................... 12
Solenidade da Epifania................................................................................... 13
IGREJA CATÓLICA
Fratelli Tutti VI — Percursos de um novo encontro.............................................14
CORREIO DA ERI
NOTÍCIAS
A importância da formação cristã para os casais das ENS.................................... 15 Está sendo
PARTILHA E PCE publicado
Os Pontos Concretos de Esforços e as virtudes de Maria.....................................16 somente na
Retiro – do medo de ouvir a Deus ao declarar-se sinceramente............................ 17 CM DIGITAL
PCE: fardo, peso ou atitudes a despertar..........................................................18
ENS: divisor de águas em nossas vidas!............................................................19 acesse pelo site
TESTEMUNHO ens.org.br
Agir no servir............................................................................................... 20
O mover e o propósito de Deus em nossas vidas................................................ 21 CM 556
Servir a exemplo de Maria. “Eis aqui a serva do Senhor” (Lc 1, 38)........................22
Milagre de Deus............................................................................................23
Ser comunidade........................................................................................... 24
Aceitar a missão por inteiro............................................................................25

ENS_CM 556_dez/jan_miolo-capa_NB
O Sim de Maria e o nosso silêncio................................................................... 26
Quando se trabalha em equipe não há obstáculos que não sejam superados........ 27
CNSE
Comunidades Nossa Senhora da Esperança, você conhece?............................... 28
EJNS
Vocação, uma única vida que vale a pena......................................................... 29
IGREJA CATÓLICA
Oração para a noite de Natal em família.......................................................... 30
CM E OS EQUIPISTAS
CM 553 - A oração conjugal............................................................................ 31
CM 554 (p. 8) - Novos casais que assumirão os serviços na SRB.......................... 31 no 556
CM 554 (p. 20 e 21) - A Internacionalidade das Equipes de Nossa Senhora............. 31 edição
EJNS dezembro/janeiro
O nascimento de Jesus: uma fonte perene de reflexão.......................................32
2023/24

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro –Lei de
Imprensa” N° 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: ­Super-Região Brasil – CR
­Super-Região Brasil Rose e Rubens; Equipe Editorial: Responsáveis: CR Carta Mensal Mirna
e Sildson; Conselheiro Espiritual: SCE Carta Mensal: Pe Antonio C. Torres; Jornalista Res-
ponsável: Vanderlei Testa (Mtb.17622), para distribuição interna aos seus membros. Edição e Produção: Nova
Bandeira Produções Editoriais – Tefé, 192 - Perdizes, São Paulo/SP - Fone 11 97574-9718 – e-mail: novaban-
deira@novabandeira.com – Responsável: Ivahy Barcellos; Revisão: Jussara Lopes; Diagramação, preparação e
tratamento de imagem: Douglas D. Rejowski; Imagens: (Freeimagens/Pxhere/Unsplash/CanStockPhoto/Can-
va). Tiragem desta edição: 25.550 exemplares.
Cartas,colaborações,notícias,testemunhos,ilustrações/imagens devem ser enviadas para ENS – Carta Mensal,Av.Paulis-
ta,352,3° Conj.36,CEP.: 01310-905,São Paulo/SP ou através de e-mail: cartamensal@ens.org.br a/c Mirna e Sildson.
IMPORTANTE: consultar instruções antes de enviar o material pedimos que acessem as instruções na aba/acesso
Carta Mensal do site das Equipes de Nossa Senhora (www.ens.org.br).
EDITORIAL

“E o verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14)


Queridos irmãos equipistas, paz e bem! exemplo de vida vivido, é graça alcançada e
Acolhemos os novos Casais Responsáveis compartilhada. É a demonstração de que os
de Equipe, obrigado pelo SIM de vocês. Que PCEs nos levam a um crescimento espiritu-
tenham um Pré-EACRE e um EACRE ilu- al, e o caminho mostrado pelos irmãos equi-
minado, que o Espírito Santo renovem suas pistas pode servir de atalhos para todos nós,
forças para poder motivar e estar à frente de basta colocarmo-nos a caminhar.
suas equipes em 2024. Nesta edição contamos ainda com o Encon-
Trazemos as mensagens de Natal da SRB, tro Nacional das Equipes de Jovens de Nossa
através das palavras da Rose e do Rubens Senhora (EJNS), ocorrido em outubro, em
(CR — SRB), que nos levam a Refletir, Agra- Brasília/DF. O tema: “Vocação, uma vida
decer e Perseverar, e do Padre Toninho, que que a vale a pena”, sob a direção espiritual de
nos fala sobre o Advento, sobre o tempo de Padre Fagner Dantas e com participação do
preparação e conversão. Cardeal Emérito de Brasília, Dom Raymun-
do Damasceno, a Irmã Fátima, entre outros.
Qual a missão dos Casais Equipistas? A res-
Que graça essa vivência compartilhada pelos
posta encontraremos no texto trazido por
Jovens de Nossa Senhora conosco.
Cristina e Renato (CRP Nordeste II), que
nos responderá tudo em detalhes. As Comunidades Nossa Senhora da Es-
perança nos convidam a conhecer melhor
Marilda e Marcos (CRP SUL I) fazem uma re-
o Movimento, trazendo detalhes desde
flexão e uma retrospectiva agraciada sobre
sua criação até os dias atuais. Conhecer
o “Servir a exemplo de Maria”, nos levando a
para amar.
reviver cada passo dado ao longo deste ano
através do Tema de Estudo. Por fim, Padre Antonio Torres (SCE CM) nos
leva a meditar em equipe: “Rezar é expor-se
Também fazendo uma revisão da cami-
ao Sol”, em sintonia com Santa Teresa de Je-
nhada, das vivências trazidas pelo Tema de
sus e com Padre Henri ­Caffarel, o texto nos
Estudo e pela Encíclica Fratelli Tutti, Padre
ensina, e nos leva a revermos nossa vida de
Vanzella faz uma abordagem sobre como
oração. Será que estamos dedicando e dan-
tudo isso nos preparou para vivermos bem
do a real importância à Pessoa a quem nos
o Tempo do Advento.
dirigimos? O texto ainda traz uma reflexão
“Puríssima, na verdade, devia ser a Virgem sobre Marta e Maria, sobre a agitação do dia
que nos daria o Salvador, o Cordeiro sem a dia (muito vivenciada atualmente). O tex-
mancha, que tira os nossos pecados.” Esse to finaliza nos levando a estar sob a Luz de
é o prefácio da Solenidade da Imaculada Cristo — texto que deveria estar disponível
Conceição, celebrada em 8 de dezembro. em cada oratório particular de nossas casas
O Padre Ivanildo Arruda nos agraciou com para nos lembrarmos sempre: — Calma, é
a narrativa sobre essa solenidade. preciso rezar, expondo-se ao Sol. Deixa a
Natal verdadeiro é com Cristo; sem ele, seria Luz do céu entrar!
festa pagã. Neste texto, Padre Cícero Lenis-
valdo nos traz a importância da preparação
interna para o Natal e não somente a exter-
na (cidades, ruas, fachadas das casas, mesas
decoradas, etc.). Ele ainda nos lembra os pre-
parativos do Presépio.
Mirna e Sildson
Nossos irmãos equipistas trazem os tes- CR Carta Mensal
temunhos de vida e de Partilha dos PCEs,

CM 556 1
­SUPER-REGIÃO BRASIL

Refletir, agradecer e perseverar…


Final do ano chegou e com ele sempre de- As experiências na missão assumida no
vemos destinar um tempo, um bom tem- final de agosto têm nos levados a uma fé
po, para uma reflexão, um balanço da nos- mais madura e vivida em comunhão com
sa caminhada equipista. o apoio de casais e Conselheiros disponí-
Recordando a nossa orientação geral de veis ao chamado, que na verdade, é Dele.
vida que tem guiado nosso caminho desde Continuemos em unidade e comunhão
o Encontro de Fátima, com a chave mis- com o Movimento das Equipes de Nossa
sionária “Não tenham medo, saiamos”, Senhora, rogando a Nossa Mãe, padroeira
esse ano fomos chamados a “Servir a de todas as equipes, que interceda junto
exemplo de Maria” na observância de a seu Filho por cada pedido que expres-
suas virtudes e nas realidades onde faltava samos ou que mantemos no fundo dos
vinho, e o nosso sentido de corresponsabi- nossos corações.
lidade poderia ajudar a resolver, a transfor- Queremos agradecer o “SIM” dos novos
mar, respondendo ao chamado que Jesus Casais Responsáveis de Equipe chama-
faz a todos nós de servir. dos a amar mais, a zelar pela sua equipe
Recorda-nos a Exortação Apostólica Gau- de base em uma caminhada de unidade
dete et Exsultate nº 66: “Voltemos a escu- com o Movimento.
tar Jesus, com todo o amor e respeito que Nesse tempo do Natal procuremos cul-
o Mestre merece. Permitamos-Lhe que nos tivar não somente as festividades, pois é
fustigue com as suas palavras, que nos de- preciso que celebremos a vida, mas esten-
safie,que nos chame a uma mudança real damos o nosso olhar solidário, semeando
de vida. Caso contrário, a santidade não a boa semente nos corações e brindando
passará de palavras”. a cada irmão com o sorriso do ano novo.
Sentimos ainda nesse ano a necessidade Que Jesus menino renasça em todos os
da retomada da afetividade nas relações lares, trazendo paz, alegria, esperança, e
familiares, com os amigos, retomar essa possamos celebrar com muito amor e ca-
vivência, o espaço que ela ocupava, ganhar rinho o presente mais lindo que Deus nos
vida nas nossas vidas, termos mais amor concedeu, Jesus Cristo!
nas relações, menos “telas” e a busca de
Feliz Natal e um próspero Ano-Novo!
maior leveza e paz, condição para um co-
ração que ama a Deus. Sejamos felizes: O Senhor aguarda este lou-
vor e os que os cercam esse testemunho(*)
Muitos foram os desafios para que perma-
necêssemos firmes na fé, em nossas cren-
ças, sendo cristãos autênticos, lembrando
a quem servimos, mas também muitas fo-
ram as bênçãos recebidas, derramadas nas
famílias e seguimos confiantes de que Ele
nunca nos desampara e nunca nos levará Rose e Rubens
CR SRB
onde Sua graça não alcançará.

*
Pe. Henri ­Caffarel — A Missão do Casal Cristão, pág. 20 — Paris, 25/12/1945

2 CM 556
­SUPER-REGIÃO BRASIL

Vem, Senhor Jesus


Olá, meus irmãos equipistas, casais e A partir do dia 17 de dezembro, cada dia
Conselheiros Espirituais! tem sua missa própria.
Espero que todos estejam bem, estou Mas o que é Advento? É a tradução do
sempre rezando por todos. latim adventus e antes de ser usada no
Estamos iniciando um novo ano litúr- cristianismo, acreditava-se que a divin-
gico e costumamos dizer que o ano dade vinha a seu templo uma vez por
começa com o Primeiro Domingo do ano, num dia fixo, para visitar seus fiéis
Advento. A cada ano voltam duas gran- durante o culto e trazer-lhes salvação.
des festas: Páscoa e Natal. A Páscoa é Este dia era chamado “adventus”, o dia
mais importante que o Natal, é a maior da vinda. Para o Cristianismo, podemos
festa cristã porque celebra a ressurrei- dizer então que Advento é a vinda do
ção de Jesus, cada festa precedida por Senhor, por isso temos como lema prin-
um tempo de preparação (Quaresma cipal: Vem, Senhor Jesus! Visita vosso
e Advento). povo para nos salvar. Assim, Advento é
um tempo de conversão, de mudança de
Se olharmos para o sentido do Adven-
vida, que nos auxilia e nos leva a uma boa
to, ele é tanto Fim quanto Começo. O
preparação para a festa do Natal, que é
Advento nas primeiras semanas aponta
o nascimento do Senhor Jesus.
mais para o fim dos tempos e, principal-
mente, a partir do dia 17 de dezembro Por isso procuremos nos preparar bem para
aponta para o começo: O nascimen- o Natal, rezando mais, meditando mais a
to de Jesus. Faz-nos viver a experiên- palavra de Deus, fazendo uma boa con-
cia e a preparação da vinda de Jesus no fissão, se convertendo, e deixemos que o
fim dos tempos, na glória do seu Reino, Advento mude nosso coração,preparando
lembrando sua entrada na história e na nosso coração para celebrarmos o Natal.
caminhada de seu povo, com seu nas- Faço votos que vocês e seus familiares
cimento em Belém. se preparem bem no Advento, rezando
Quando começa e termina o Advento? mais, meditando a Palavra e rezando a
Começa com a oração da tarde na vés- novena de Natal em família.
pera do domingo (dia 30 de novembro) Deus seja louvado e que vocês todos
ou no domingo que fica mais próximo possam vivenciar intensamente o tem-
desta data. O Advento termina antes po litúrgico do Advento e do Natal.
da oração da tarde na véspera do Natal Um grande abraço.
do Senhor.
Paz e Bem!
São quatro os domingos do Advento, os
dias da semana são chamados f­ ereais
do Advento.
Até o dia 16 de dezembro, a oração e os
Padre Toninho
cantos próprios para a missa de cada dia, SCE SRB
os mesmos se repetindo a cada semana.

CM 556 3
­SUPER-REGIÃO BRASIL

Mensagem de Natal
relacionamentos saudáveis e cons-
truindo pontes entre as pessoas.
Que possamos celebrar este Natal
com os corações cheios de gratidão
pelo Amor que Deus nos deu, envian-
do Seu Filho Jesus, pelo Espírito San-
to, por Maria.
Que essa mesma compaixão se es-
tenda aos outros à nossa volta. E que
Queridos em Jesus.
o espírito do Natal permaneça co-
Neste Natal,recordamos o amor incon- nosco durante todo o ano novo, nos
dicional de José e Maria, o acolhimento guiando em direção à paz interior e à
da Palavra de Deus em seus braços e em felicidade verdadeira.
suas (nossas) vidas,­Jesus.O nascimen-
Ainda seguindo a estrela de Belém,
to Dele trouxe consigo uma mensagem
com o nascimento de Jesus, os 3 reis
especial de amor, paz, esperança e sal-
magos, na Epifania do Senhor, vêm
vação para toda a humanidade.
e trazem consigo a grande questão
Assim como José e Maria cuidaram e que devemos nos fazer durante todo
protegeram Jesus com todo o amor de o ano, quando buscamos Jesus na Eu-
seus corações, devemos lembrar que caristia e na acolhida dos irmãos: O
o verdadeiro espírito do Natal é base- que tenho em meu coração, em mi-
ado no amor ao próximo. É um tempo nhas mãos e em minha boca a ofere-
para demonstrarmos afeto uns pelos cer ao menino Jesus?
outros, ajudando aqueles que mais
Desejamos a todos um Feliz e Santo
necessitam e compartilhando mo-
Natal, que as bênçãos divinas estejam
mentos felizes em família.
presentes em cada lar, enchendo-os
Jesus nos ensinou a importância da de alegria, paz, amor e harmonia. Um
paz, a uma humanidade cheia de su- Próspero Ano-Novo com muita saúde,
peregos que buscam o poder sem uma paz e força para renovar o SIM nesta
visão apropriada do valor da vida. Sua caminhada que se inicia mais uma vez.
vida foi dedicada a promover a harmo-
A paz de Cristo e o amor de Maria.
nia, cura, conversão das pessoas, per-
dão e a nos oferecer uma nova chan-
ce de recomeçar. Por isso, neste Natal,
devemos aproveitar a oportunidade
para refletir sobre nossas próprias
atitudes, voltarmos a Deus buscan-
Mirna e Sildson
do a reconciliação com aqueles com CR Carta Mensal
quem tivemos desavenças, cultivando

4 CM 556
­SUPER-REGIÃO BRASIL

Associação “Os Amigos do Padre ­Caffarel”


Foi criada em 7 de julho de 2005 transmitido para Roma, para a Con-
para promover a Causa de Canoni- gregação pela Causa dos Santos, a
zação do Padre C ­ affarel, aberta em qual orienta a redação da Positio su-
25 de abril de 2006. Trata-se de per virtutibus. Este documento per-
uma Associação Internacional que mite dar um parecer e apresentar a
tem como objetivos estabelecer causa para a decisão do Santo Padre.
e implementar em todo o mundo O último estágio da Causa é o reco-
ações destinadas a dar a conhecer o nhecimento de um milagre que seria
Padre C­ affarel, a sua personalidade, uma cura inexplicável cientificamen-
o seu pensamento sobre o matrimô- te, obtida pela intercessão do servidor
nio e a oração, a sua espiritualidade, de Deus.
e apoiar financeiramente os traba-
Conforme último Boletim nº 32, a
lhos da causa.
Positio virtutibus foi apresentada ao
A Canonização do Pe. C ­ affarel é, ain- Dicastério para as causas dos Santos
da mais, um dom especial de Deus em 24 de junho de 2022. Foi impres-
para todos os casais cristãos e em sa pelo departamento de tipografia
particular para o Movimento das do Dicastério e enviada em 2023 aos
Equipes de Nossa Senhora, que o tem Teólogos Consultores do Dicastério
como fundador. para leitura e exame.
O processo de beatificação Para bem conduzir uma causa, é
A beatificação e sua etapa final, a conveniente que a Associação te-
canonização, são decididas ao ter- nha os meios de subvencionar as
mo de um procedimento introduzi- despesas de constituição do dos-
do pelo Bispo, quando existe a con- siê; é por isso que é feito um apelo
vicção da reputação de santidade, à generosidade de cada um: tor-
da irradiação da pessoa. O primei- nem-se, pela vossa doação, mem-
ro ato é a constituição de um autor bros da Associação “Os Amigos do
da causa — “Os Amigos do Padre Padre ­Caffarel”.
­Caffarel”. O autor nomeia um pos- Sejamos nós equipistas os maiores
tulador. O Bispo constitui uma co- entusiastas desta causa!
missão encarregada de conduzir em
seu nome a pesquisa diocesana e de-
signa os teólogos e historiadores para
verificarem a exatidão da biografia,
a qualidade teológica dos escritos e
por colocar a causa em seu contexto
histórico. Quando o Bispo julga bom, Katia e Alexandre
o dossiê da pesquisa diocesana é CR Causa Pe.­Caffarel

CM 556 5
­SUPER-REGIÃO BRASIL

A graça de vivenciar o 18º Congresso Eucarístico Nacional


Durante a 55ª Assembleia Geral da celebrações litúrgicas realizadas em lu-
CNBB, realizada em Aparecida/SP em gares públicos e com milhares de pes-
2017, a Arquidiocese de Olinda e Re- soas, identificada com uma sociedade
cife foi escolhida para ser a sede do 18º na qual, justamente, somos chamados
Congresso Eucarístico Nacional, reali- a nos inserir como vozes proféticas que
zado em Recife nos dias 11 a 15 de no- clamam por mudanças estruturais e
vembro de 2022. É com grande emoção imediatas. A Eucaristia é fonte que se
ainda que escrevemos sobre a admira- traduz também em cultura eucarísti-
ção da unidade e organização do imenso ca, segundo o Papa Francisco, capaz de
número de pessoas envolvidas em cada inspirar os homens e as mulheres de boa
atividade deste Congresso e da presença vontade nos âmbitos da caridade, soli-
divina de Deus, sempre à frente de todo dariedade, da paz, da família e do cuida-
o trabalho de serviço, gerando frutos do com a criação, e que as celebrações
profundos em todas as dimensões. da Eucaristia suscitem nas comunidades
Os recentes Congressos Eucarísticos o cultivo da abertura para dialogar com
tiveram como tema palavras de ordem a humanidade.
social que ligam a Eucaristia ao compro- Tivemos a graça do chamado do Senhor,
misso da partilha e da superação da fome para fazer parte da equipe de organiza-
e da miséria. Foi um desafio tomar como ção e estrutura da hospedagem dos Bis-
tema deste Congresso “Pão em todas as pos e Sacerdotes participantes do Con-
mesas” e como lema o versículo dos Atos gresso, podendo dessa forma vivenciar
dos Apóstolos, “repartiam o pão e não experiências muito ricas de aprendiza-
havia necessitados entre eles” (At 2,46). do e espiritualidade geradas nesse belo
Houve o cuidado de que o tema não fi- momento, tivemos a graça também da
casse apenas teoricamente na justifica- acolhida e convivência, como experiên-
tiva do Congresso e este pudesse deixar cia única em nossas vidas, com diversos
algo como herança, sinal e instrumento Bispos, em especial com Dom Moacir
de sua realização e no último dia de sua Silva Arantes, que na sua simplicidade,
celebração foi inaugurada a Casa do Pão mas com tamanha espiritualidade, nos
no coração da cidade do Recife, onde transmitiu o que significa olhar para os
residem muitas famílias em situação de nossos irmãos com os olhos de Deus.
rua. Esta casa acolherá os pobres com Nessa missão podemos testemunhar
amor, oferecendo não somente o pão como vários casais equipistas das ENS
alimento, mas também o pão do saber,
puderam também vivenciar essa expe-
da profissionalização, da saúde, da higie-
riência divina, mostrando como nosso
ne pessoal e, sobretudo, o pão da Palavra
Movimento caminha com a Igreja em
que dá vida em abundância.
saída, rumo à santidade.
Outro desafio do nosso Congresso foi Marleny e Enrique
o de realizar um ato eclesial que reuni- ENS de Fátima
ria Bispos e Padres de todo o Brasil, em Província Nordeste II

6 CM 556
­SUPER-REGIÃO BRASIL

Engajamento na vida da
Igreja: Missão dos Casais Equipistas
As Equipes de Nossa Senhora são um grupos e líderes de equipes jovens. Essa
movimento internacional de casais ca- contribuição é inestimável para o cres-
tólicos comprometidos com o fortale- cimento espiritual das gerações mais
cimento de seus relacionamentos por jovens. Eles ajudam a criar um clima de
meio da espiritualidade cristã. Desde comunhão e amor fraterno na paróquia,
sua fundação em 1938 pelo Pe. Henri tornando-a um lugar onde todos se sin-
­Caffarel, este Movimento tem cresci- tam bem-vindos e valorizados.
do e se espalhado pelo mundo, unindo Os casais equipistas são testemunhas
casais em Cristo, pela devoção a patro- da fé, fortalecem os laços conjugais, en-
na de cada equipe e da missão de apro- riquecem a vida comunitária e promo-
fundar sua fé. Uma das características vem a missão da Igreja de proclamar o
mais notáveis deste Movimento é seu Evangelho. Ao compartilhar sua espiri-
compromisso com a participação ativa tualidade conjugal e comprometimento
na vida da Igreja, que desempenha um com o serviço da Igreja, os casais inspi-
papel fundamental na construção de co- ram outros a seguir o mesmo caminho
munidades cristãs vibrantes e engajadas. de fé e dedicação.
Os casais equipistas encontram ma- Portanto, celebremos e encorajemos o
neiras diversas de contribuir para suas papel essencial que os casais desempe-
paróquias, seja através do trabalho nham nas atividades da Igreja, por se-
pastoral, ensino religioso ou auxiliando rem verdadeiramente um tesouro para
eventos paroquiais. Essa participação o crescimento espiritual das nossas co-
não apenas fortalece a paróquia, mas munidades. E, refletindo as palavras do
também nutre o relacionamento conju- nosso fundador Pe. Henri ­Caffarel sobre
gal. Esses casais enfatizam a importân- o seu desejo de observar o engajamen-
cia da oração conjugal como um meio de to e missão do casal equipista na vida da
fortalecer o Sacramento do Matrimônio. Igreja, ele já dizia em seu livro Um Ho-
Essa espiritualidade do casal é levada mem Arrebatado por Deus: “Se as Equi-
para a vida paroquial, onde eles servem pes de Nossa Senhora não forem um ce-
como testemunhas vivas de como a fé leiro de homens e de mulheres prontos
pode aprofundar os laços familiares e a assumir, corajosamente, todas as suas
comunitários. Seus testemunhos ins- responsabilidades na Igreja e no mundo,
piram outros a buscarem uma vida de perdem a sua razão de ser”.
oração e compromisso com Deus. ( Pe. Henri C
­ affarel - Um Homem Arrebatado
Os casais equipistas que participam por Deus, pág. 72).
ativamente na vida da Igreja, muitas ve-
zes, se destacam por sua hospitalidade
e espírito de acolhimento. É necessário
que as atividades desenvolvidas por es-
ses casais, se estendam à educação re-
ligiosa e formação de jovens, casados Cristina e Renato
CRP Nordeste II
ou não. Eles desempenham papéis cru-
ciais como catequistas, orientadores de
CM 556 7
­SUPER-REGIÃO BRASIL

Comunicação, uma ferramenta de aproximação


Os desafios da comunicação vão sobre as formações, retiros, encon-
além do que podemos, de modo sim- tros, dentre outras ações, agrupamos
plista, pensar apenas em “transmi- em blocos e publicamos. É gratifican-
tir uma informação”. Comunicação te ver o Movimento vivo e pulsante!
está em todo lugar e envolve todas Além disso, ousamos “formar”, além
as pessoas, querendo elas ou não. A de “informar”. Trouxemos trechos de
comunicação é escrita, é oral, é vi- documentos, citações do nosso fun-
sual, é emocional. O alcance deste dador e do Papa Francisco, e o retor-
tema é amplo e muito abrangente. no foi entusiasmante! A quantidade
Padre Henri ­Caffarel enfatizava que de respostas positivas, de reposts e de
a comunicação eficaz dentro do ca- mensagens de gratidão foi surpreen-
samento era fundamental para apro- dente. Isso nos mostrou a vontade do
fundar a intimidade e o amor entre os equipista de querer se aprofundar,
cônjuges. Ele acreditava que a comu- como sonhava Padre ­Caffarel.
nicação autêntica envolvia não ape- Embora as mídias sociais e outros ca-
nas a troca de palavras, mas também nais online tenham ganhado muita
a escuta atenta, o respeito mútuo e a importância nos últimos anos, os sites
abertura para compreender os senti- continuam desempenhando um pa-
mentos e as necessidades do parcei- pel crucial nas organizações. A dinâ-
ro. Ele, inclusive, salientava a impor- mica de alterações e implementações
tância da oração como um meio de de recursos desta plataforma não é
comunicação com Deus e, indireta- tão dinâmica, exige planejamento,
mente, como um meio de melhorar mas temos a intenção de deixar nos-
a comunicação dentro do casamento. so site cada vez mais útil.
Ao assumirmos a missão de trabalhar É início de missão, mas sabemos que a
a Comunicação do Movimento, pro- rapidez da informação em nossos dias
curamos conhecer ferramentas que nos desafia a todo tempo a comuni-
nos facilitassem alcançar pessoas e, car de modo novo e atrativo. Indepen-
obviamente, estando em um mundo dentemente da forma e do formato,
onde o digital está acessível a todos, nosso esforço é no sentido de tornar
as redes sociais são ainda os meios a comunicação uma ferramenta de
mais eficazes. Como já vinha sen- aproximação.
do feito, seguimos com a missão de
usar as redes sociais para passar um
retrato do que acontece em nosso
Movimento no Brasil para todos os
equipistas. Através dos Casais Res-
ponsáveis das Províncias (CRP) e dos
Casais Comunicação (CCO) das Pro- Erica e Wilson
CR Comunicação
víncias, recebemos fotos informando

8 CM 556
­SUPER-REGIÃO BRASIL

Tema do ano:
Servir a exemplo de Maria

Este ano o Movimento nos convidou a per- Aprendemos que o diálogo desempenha um
correr um caminho tendo Maria como guia, papel fundamental na convivência harmo-
o tema foi “Servir a exemplo de Maria”, ten- niosa entre as pessoas, permitindo a com-
do suas virtudes como nossa direção. Assim preensão mútua, a resolução de conflitos e
como Maria intercedeu nas Bodas de Caná, a construção da paz. O exemplo de Maria,
refletimos sobre nosso convite para intervir que ouviu atentamente o anjo Gabriel e res-
nas situações em que falta “vinho” na vida pondeu com um “Sim” confiante, inspira-
das pessoas ao nosso redor. -nos a praticar a escuta ativa e o diálogo em
Durante esse período, aprendemos a impor- nossas vidas.
tância de seguir os passos de Maria, enfati- Refletimos sobre como enfrentar a solidão
zando sua solidariedade, que nos mostrou e a solitude em nossos relacionamentos
a necessidade de estarmos prontos para conjugais e familiares, lembrando-nos da
encher as “talhas” de água e apresentá-las importância de buscar apoio na comunida-
ao “mestre de cerimônia”, permitindo que de e na fé para enfrentarmos os desafios da
Jesus transformasse a água em vinho novo. vida com serenidade e esperança. Maria, que
Durante nosso caminhar, foi possível reali- enfrentou momentos de solidão e os trans-
zar uma profunda reflexão sobre diferen- formou em serenidade diante da Cruz, nos
tes questões. Iniciamos refletindo sobre o inspira a lidar com os desafios da vida com
acolhimento, a solidariedade e a resiliên- fé e coragem.
cia, especialmente ao lidar com os desafios Por fim, apreendemos a importância de cui-
enfrentados por migrantes e refugiados. dar da Casa Comum, entendendo ser um
Aprendemos a agir conforme os princípios dever de todos contribuir para um mundo
da fé cristã, seguindo o exemplo de Maria e mais sustentável e justo, seguindo o exem-
Jesus, compreendendo que, ao auxiliar os plo de Maria e agindo segundo os princípios
necessitados, estamos, na verdade, servin- da Laudato Si'.
do a Cristo. Mas aprendemos principalmente a impor-
Além disso, compreendemos que a educa- tância do nosso agir de servos diante de
ção integral desempenha um papel crucial todas as situações apresentadas a exem-
no desenvolvimento humano e na constru- plo de Maria. Que Maria, a mulher do “Vi-
ção de uma sociedade mais justa e solidária, nho Novo”, nos inspire a sermos agentes de
abrangendo não apenas aspectos técnicos, transformação e testemunhas de Deus na
mas também valores humanos e cristãos. sociedade.
Ao abordar a complexidade da saúde, perce-
bemos que vai além do bem-estar físico, en-
globando aspectos mentais, espirituais e so-
ciais. Maria se destacou como um exemplo
inspirador de serviço e cuidado, lembrando-
-nos das desigualdades gritantes no acesso Marilda e Marcos
aos cuidados de saúde em todo o mundo e CRP Sul I
da urgente necessidade de enfrentá-las.

CM 556 9
DATAS RELIGIOSAS

A Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria


8 de dezembro
“Puríssima, na verdade, devia ser a Vir- graça de Deus, e, obediente, faz-se so-
gem que nos daria o Salvador, o Cordeiro lidária ao desejo de aliança querido por
sem mancha, que tira os nossos peca- Deus desde o princípio. Cheia da graça
dos” (Prefácio da Solenidade da Imacu- de Deus, Maria pronuncia o “sim” que
lada Conceição). Anualmente, temos o contrapõe a recusa original da nossa
privilégio de celebrar o mistério de Deus primeira mãe, Eva. Desse modo, ao lado
na vida de Maria, em favor da salvação da de Cristo, novo Adão, Maria representa
humanidade inteira.A festa da Imaculada a nova Eva, mãe e modelo da nova hu-
Conceição já era celebrada pelo povo des- manidade redimida e libertada do peca-
de o século VIII no Oriente, e desde o sé- do pelo sacrifício de seu Filho.
culo IX no Ocidente. Poderíamos, porém, Como canta a Igreja na antífona de co-
nos perguntar: o que há de tão especial na munhão da Solenidade da Imaculada
Concepção da Virgem Maria que deu à Conceição, nós também somos convi-
luz o Filho amado de Deus? A resposta da dados a reconhecer e tomar parte nes-
Igreja a essa pergunta certamente estre- se grande mistério: “Todas as nações
mece os limites de nossa razão. A Bem- cantam as vossas glórias, ó Maria; por
-aventurada Virgem Maria foi concebida vós nos veio o sol da justiça, o Cristo,
sem a mancha do pecado original. nosso Deus”.
No dia 8 de dezembro de 1854, atra- Todos nós batizados fazemos parte dessa
vés da bula pontifícia Ineffabilis Deus, o humanidade libertada que no Filho Maria
Papa Pio IX proclamou solenemente o gestou. Somos povo santo, guiados pela
dogma da Imaculada Conceição de Ma- experiência do amor, chamados a ofere-
ria. Na definição do dogma, a Igreja nos cer ao mundo um testemunho precioso
ensina que a Bem-aventurada Virgem de uma vida transformada pelo mistério
Maria “em vista dos méritos de Jesus de Deus. Nossas escolhas e atitudes em-
Cristo, Salvador do gênero humano, foi basadas no compromisso com a mensa-
preservada imune de toda mancha de gem do Evangelho são capazes de revelar
pecado original”. que o pecado e a maldade não detêm o
O próprio anúncio do anjo exprime a poder de escravizar a nossa história. Na
força do mistério de Deus na vida de experiência das Equipes de Nossa Senho-
Maria. Ela é a “cheia de graça” (Lc 1,28) ra os casais têm o privilégio de progredir
que acolhe com docilidade e humildade na busca da santidade e fortalecer o pró-
a vontade de Deus e, assim, abre portas prio testemunho amparados pela proxi-
para que na história da humanidade o midade,amizade,solidariedade e suporte
Verbo de Deus se fizesse homem. mútuo que cada equipe favorece. Maria,
Preservada do pecado desde sua con- nos ajude nesse processo!
cepção, Maria rompe o ciclo de solida- Pe. Ivanildo Arruda
riedade ao mal, fruto do fechamento à SCES Paulista
Província Nordeste II

10 CM 556
DATAS RELIGIOSAS

Tempo do Advento
Estamos terminando mais um ano de essa descoberta”. (Carta Mensal ou-
caminhada. Caminhada de vida, ca- tubro 1961 – Profeta do Matrimô-
minhada histórica, caminhada profis- nio, pág. 45)
sional, caminhada familiar, caminha- Refletimos essa realidade nas nossas
da como membros do Movimento das reuniões e vimos que faltam casa,
Equipes de Nossa Senhora. pátria, educação, saúde, diálogo,
A nossa caminhada como membros companhia, respeito à criação. Vi-
das Equipes de Nossa Senhora foi mos a necessidade do agir concreto
desafiadora, com uma série de difi- diante dessas situações. Mas muitos
culdades, principalmente devido ao perguntaram: “Por quê?” E encon-
tema do ano: “Servir a exemplo de tramos a resposta nas exigências do
Maria”, nos colocando como servido- mistério da Encarnação do Verbo. O
res das pessoas nas suas diversas ca- Tempo do Advento vem justamente
rências e necessidades, nos tornando nos mostrar isso.
servos do Senhor, o que significa ser- Por que Jesus se encarnou? São Paulo
vir Jesus nos carentes e necessitados, nos ensina: “Vós conheceis a bondade
pois Ele nos disse: “Em verdade eu vos de nosso Senhor Jesus Cristo. Sendo
declaro: todas as vezes que fizestes rico, se fez pobre por vós, a fim de vos
isto a um destes meus irmãos mais enriquecer por sua pobreza” (2Cor 8,
pequeninos, foi a mim mesmo que o 9). Poderíamos até ser ricos material-
fizestes”, (Mt 25, 40). mente, mas não éramos ricos em re-
Assim, vimos que eles não têm mais lação aos valores do Reino de Deus, e
vinho, ou seja, temos pessoas que não o principal valor que Jesus nos trou-
tiveram suas necessidades básicas xe para que de fato nos tornássemos
satisfeita e por isso suas vidas foram ricos foi o amor. Assim, compreen-
marcadas por carências que devem demos que a grande decorrência do
angustiar o coração de todo aquele mistério da Encarnação é nos fazer-
que vê no próximo um irmão ou irmã, mos pobres para enriquecer os que
conforme nos ensina o Evangelho que são pobres.
afirma que todos somos irmãos (Cf. Tempo de Advento é o tempo de pre-
Mt 23, 8), nos ensina o Papa Fran- paração para celebrar a vinda do Se-
cisco: “A fidelidade ao seu Senhor era nhor, e nos preparamos quando as-
proporcional ao amor que nutria pe- sumimos a grande proposta da vida
los irmãos e irmãs” (Carta Encíclica de Jesus, o amor, tanto afetivo quan-
Fratelli Tutti, no 3) e o Padre C
­ affarel: to efetivo. Durante todo esse ano,
“Formamos equipe,porque queremos o Movimento das Equipes de Nossa
que nossos irmãos saibam que Deus Senhora nos preparou para vivermos
os ama, quer salvá-los e que será o es- bem este Tempo de Advento.
petáculo da nossa unidade, de nosso Pe. José Adalberto Vanzella
amor fraterno, que os levará a fazer SCEP Sul I

CM 556 11
DATAS RELIGIOSAS

Natal verdadeiro é com Cristo; sem Ele, seria festa pagã


25 de dezembro
A liturgia do Natal nos coloca entre a pri-
meira vinda de Jesus e a sua segunda vinda,
no fim dos tempos. É necessária não so-
mente a preparação externa, mas é muito
importante a preparação interior. Em pri-
meiro lugar não estão os presentes, o jan-
tar, as roupas; é melhor ornar a alma com
virtudes que o corpo com vestes preciosas.
Toda a humanidade é contagiada com a
beleza e sentimentos deste tempo. A ci-
dade se enfeita; mas, infelizmente, a mo-
tivação geralmente é comercial. Sabemos
do Advento também pode ser montada
que a motivação verdadeira é a preparação
em casa. A árvore de Natal quer recordar
para celebrar o mistério da encarnação, o
a árvore do paraíso que aparece no livro
nascimento do Filho de Deus em nossa
do Gênesis. Os presentes recordam que
humanidade. Como expressão externa
Cristo é o grande presente que veio do céu
desta alegria, enfeitamos nossas casas e
para nós. É recomendável também colocar
ruas com diversos elementos: luzes, ár-
juntos aos presentes um que seja destina-
vore de natal, presépios.
do aos pobres; porque Cristo, o centro de
As nossas famílias devem procurar cria- toda a espiritualidade deste tempo, de rico
tivamente viver este momento de modo que era, se fez pobre para nos enriquecer.
que não percam o verdadeiro sentido e O presépio retrata a cena da noite san-
também consigam transmiti-lo para as ta; algumas famílias costumam deixar a
novas gerações. Uma maneira é aproveitar manjedoura vazia ou com a Sagrada Es-
todo o rico simbolismo deste tempo. To- critura, a imagem do Menino Jesus é co-
dos os símbolos estão em referência com locada somente depois que retornam da
a fé. Então, seria interessante que os pais celebração do dia 24. O pastoril (dança
envolvessem as crianças na decoração e folclórica típica neste tempo em algu-
na montagem. O primeiro domingo do mas regiões do país) recorda a visita que
Advento poderia ser reservado para a or- os pastores fizeram ao Menino Deus nas-
namentação da casa. Antes de acender as cido. Estes elementos, se os pais soube-
luzes, a família pode se reunir e ler a passa- rem usar, auxiliarão a família a conservar
gem do Evangelho que narra o nascimento o verdadeiro sentido deste tempo tão
do Senhor, fazer uma prece pedindo que a belo; dessa maneira, o Natal não será re-
luz da fé aumente na vida da família, po- duzido somente aos apelos consumistas
de-se também recitar a profissão de fé. do comércio.
Os pais podem recordar aos filhos que as
Um Feliz e Santo Natal a todos!
luzes querem anunciar ao mundo o nas-
cimento do Filho de Deus entre nós; que Pe. Cícero Lenisvaldo
também é um convite aos cristãos para SCER Alagoas
que vivam como filhos da luz. A coroa Província Nordeste II

12 CM 556
DATAS RELIGIOSAS

Solenidade da Epifania
6 de janeiro
A Solenidade da Epifania nos possibilita Filho de Deus e se prostram diante d’Ele.”2
celebrar e participar do mistério da au- O Papa Francisco, em sua homilia nesta
torrevelação divina de Jesus Cristo com mesma solenidade, há dois anos, questio-
um íntimo desejo: “Viemos adorá-lo” (Mt nou: “As nossas palavras e ritos despertam
2,2). Essa solene celebração encerra o ci- no coração das pessoas o desejo de cami-
clo do Natal e, portanto, o tempo neces- nhar ao encontro de Deus ou são ‘língua
sário para a contemplação do mistério da morta’, que fala apenas de si mesma e a
encarnação ou Kenosis (esvaziamento de si mesma? Debruçamo-nos demasiado
Deus). No entanto, o mesmo Deus que se sobre os mapas da terra, e esquecemo-
esvazia também se revela como “luz para -nos de erguer o olhar para o céu; esta-
iluminar as Nações” (Lc 2,32) e, por Ele, mos empanturrados com muitas coisas,
“serão benditos todos os clãs da terra” mas desprovidos da nostalgia do que nos
(cf. Gn 12,3). falta. Nostalgia de Deus. Fixamo-nos nas
No Sermão de Padre Antônio Vieira sobre necessidades, no que havemos de comer
a Epifania, em 1662, ensinava o sacerdo- e vestir (cf. Mt 6, 25), deixando dissipar-
te: “Nasceu hoje a Cristandade, porque -se o anseio por aquilo que o ultrapassa. E
os três reis que neste dia vieram adorar a deparamo-nos com a bulimia de comuni-
Cristo foram os primeiros que o reconhe- dades que têm tudo e muitas vezes já nada
ceram por Senhor, e por isso lhe tributaram sentem no coração.”3
ouro; os primeiros que o reconheceram por Acorrer, adorar e desejar. Três verbos de
Deus, e por isso lhe consagraram incenso; ação que ocupam um lugar especial no
os primeiros que o reconheceram por ho- mistério da fé que celebramos neste dia
mem em carne mortal, e por isso lhe ofe- solene. Deus que nos visita, restaura-nos e
receram mirra.”1 nos capacita para proclamar a Sua Salvação
O Papa Bento XVI, na homilia da Epifania e a Sua Glória que se estende sobre nós. Paz
de 2013, ensinava: “Assim como os pas- para os que estão longe e paz para os que
tores – os primeiros convidados para irem estão perto, eis o sentido desta celebração!
até junto do Menino recém-nascido dei- Por fim, concluo com um trecho da oração
tado na manjedoura – personificam os po- (pós-comunhão) que rezamos no rito da
bres de Israel e, em geral, as almas simples missa nesta celebração: “Que possamos
que interiormente vivem muito perto de contemplar com um olhar puro (acolher
Jesus, assim também os homens vindos do com fé) e viver com amor sincero o misté-
Oriente personificam o mundo dos povos, rio de que nos destes participar”. Amém!
a Igreja dos gentios: os homens que, ao
longo de todos os séculos, se encaminham Frei Sonival Marinho
para o Menino de Belém, n'Ele honram o SCEP Nordeste II

1.
https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos/?action=download&id=134901 (acesso em 6 de
setembro de 2023). 2 https://www.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/homilies/2013/documents/hf_
ben-xvi_hom_20130106_epifania.html (acesso em 06 de setembro de 2023). 3 https://www.vatican.
va/content/francesco/pt/homilies/2022/documents/20220106_omelia-epifania.html (acesso em 25
de agosto de 2023)

CM 556 13
IGREJA CATÓLICA

Fratelli Tutti VI — Percursos de um novo encontro


Estamos concluindo nossa reflexão so- “como cristãos, não podemos esconder
bre a Carta Encíclica Fratelli Tutti nesse que, ‘se a música do Evangelho parar de
espaço da Carta Mensal, mas deve per- vibrar nas nossas entranhas, perdere-
manecer em nós as inquietações pro- mos a alegria que brota da compaixão, a
vocadas pelos temas apresentados. O ternura que nasce da confiança, a capa-
convite do Papa chegou pelas palavras cidade da reconciliação que encontra a
de São Francisco de Assis aos irmãos e sua fonte no facto de nos sabermos sem-
irmãs para propor-lhes uma forma de pre perdoados-enviados. Se a música do
vida com o sabor do Evangelho – “to- Evangelho cessar de repercutir nas nos-
dos irmãos” (Fratelli Tutti). Assim, o sas casas, nas nossas praças, nos postos
Papa nos propõe através do diálogo, da de trabalho, na política e na economia,
fraternidade, da solidariedade, da gene- teremos extinguido a melodia que nos
rosidade, da verdade, da justiça, da mi- desafiava a lutar pela dignidade de todo
sericórdia caminhos de paz capazes de homem e mulher’. Outros bebem dou-
curar feridas. tras fontes. Para nós, este manancial de
Para esse caminho o Papa apresenta dignidade humana e fraternidade está
duas expressões significativas: arquite- no Evangelho de Jesus Cristo. Dele brota,
tura e artesanato da paz. Esse caminho ‘para o pensamento cristão e para a ação
não significa homogeneizar a socieda- da Igreja, o primado reservado à relação,
de, mas permite-nos trabalhar juntos, ao encontro com o mistério sagrado do
em busca de uma melhor convivência, outro, à comunhão universal com a hu-
reconhecendo que o outro pode con- manidade inteira, como vocação de to-
tribuir com uma perspectiva legítima, dos’.” (n. 277)
pelo menos em parte, em algo que possa “A Igreja é uma casa com as portas aber-
ser reavaliado. Um olhar de esperança e tas, porque é mãe. E como Maria, a Mãe
confiança, que com o árduo esforço de de Jesus, “queremos ser uma Igreja que
superar o que nos divide, sem perder a serve, que sai de casa, que sai dos seus
identidade de cada um, com um sen- templos, que sai das suas sacristias, para
timento de pertença, sentindo-se em acompanhar a vida,sustentar a esperan-
casa, trabalhando para o bem comum. ça, ser sinal de unidade (...) para lançar
A busca da paz exige superar as desi- pontes, abater muros, semear reconci-
gualdades e pensar em um desenvol- liação”. (n. 276)
vimento humano integral, diante dos Que essa cultura do diálogo e do encon-
conflitos, o perdão, suportar o conflito tro possa também auxiliar as Equipes de
inevitável para que o respeito humano Nossa Senhora, auxiliar os casais equi-
não leve a faltar à fidelidade. O Papa pistas a vivenciarem os PCEs e a santi-
repete o princípio: a unidade é superior dade conjugal, colaborando para a fra-
ao conflito. ternidade e a amizade social.
Gostaria de pedir a atenção para esses Pe. Antonio Elcio de Souza
dois números da Fratelli Tutti: SCE Província Sul II
14 CM 556
CORREIO DA ERI

A importância da formação cristã para os casais das ENS


Há um tema que tem sido debatido em vá- esforços contínuos para buscar a santidade
rias ocasiões ao longo da história do Mo- na vida conjugal.
vimento. Trata-se de compreender mais O Movimento, por meio da ERI, tem feito
e melhor se as ENS são um movimento de esforços valiosos para ajudar os membros
iniciação cristã ou de aperfeiçoamento cris- das ENS a terem ferramentas úteis para sua
tão. Se as equipes têm como uma de suas formação. A questão é tão clara para os res-
responsabilidades a formação cristã de seus ponsáveis que, há vários anos, uma Equipe
membros ou se isso deve ser deixado para Satélite especializada em Formação dedi-
outras instâncias eclesiais. Parece ser uma cou muito tempo e recursos para elaborar
questão de linguagem, mas não é. Porque é uma plataforma de formação cristã com
uma questão de implicações carismáticas vários tópicos bíblicos e teológicos para for-
na formação cristã dos batizados perten- talecer a vida cristã dos membros do Mo-
centes a um Movimento de Espiritualida- vimento. Devemos nos perguntar: até que
de Conjugal. ponto aproveitamos essa ajuda formidável?
Observando situações concretas em di- Os vários espaços formativos oferecidos na
ferentes lugares da Igreja, parece que em web ( https://endfc.equipes-notre-dame.
nosso mundo contemporâneo há menos com/ ) foram chamados de “Albergues”.
interesse na formação cristã do que em ou- Além disso, os Temas de Estudo que a ERI
tros momentos da história.Ao mesmo tem- fornece todos os anos aos casais das Equi-
po, porém, há um bom número de fiéis que pes contêm elementos formativos que en-
procuram se aproximar e conhecer melhor riquecem a vida dos fiéis.
a Bíblia e os textos fundamentais da Igreja, Por essa razão, não hesito em afirmar que
e muitos outros, em várias instâncias, que o Movimento olha com simpatia e respon-
buscam conhecer a mensagem cristã de for- sabilidade para tudo o que diz respeito à
ma mais exigente. Contrastes entre solidez e formação de seus membros. E não apenas
liquidez, entre simplicidade e complexidade, nas questões específicas relacionadas ao
entre superfície e profundidade. matrimônio, sua sacramentalidade e seu
Um crente em Cristo deve ser alguém que caminho de santificação, mas também
conhece as Sagradas Escrituras, que as lê, no convite permanente ao crescimento
medita sobre elas e se aprofunda em seu e fortalecimento de toda a vida cristã de
significado e interpretação; deve ter um co- cada equipista.
nhecimento básico da Doutrina que pode ser Quando temos a oportunidade de reler os
encontrada no Catecismo da Igreja Católica editoriais, artigos e publicações do Padre
e deve estar sempre atento aos documentos ­Caffarel, tomamos consciência de todos os
oficiais que o Papa e os líderes das igrejas nos seus esforços para oferecer aos casais das
oferecem regularmente (Encíclicas, Exor- equipes um “alimento sólido” para sua nu-
tações Apostólicas, Constituições, Mensa- trição espiritual e seu enriquecimento dou-
gens, Cartas, etc.). trinário e teológico.
Pessoalmente, acredito que, no momento, Que essa seja a oportunidade de repensar
o que vale a pena levar em conta e consi- seriamente a necessidade de aumentar nos-
derar é se os casais equipistas estão ou não sa formação e de sentir que somos verdadei-
preocupados com a formação na fé, por seu ramente filhos da Igreja e participantes do
crescimento interior e pelo aprofundamen- carisma das ENS.
to do conhecimento em temas relacionados Pe. Ricardo Londoño Domínguez
com a vida e a doutrina cristãs, além de seus Conselheiro Espiritual da ERI

CM 556 15
PARTILHA E PCE

Os Pontos Concretos de Esforço e as virtudes de Maria


Somos equipistas há 13 anos. Durante 3. Resiliência: Quem foi mais resiliente
toda nossa caminhada no Movimento do que Maria? A resiliência é uma vir-
das Equipes de Nossa Senhora, uma si- tude necessária para a prática da Regra
gla sempre fez parte dos encontros que de Vida. Algumas vezes precisamos ser
participamos, PCE – Ponto Concreto de resilientes para mudar nossas atitudes e
Esforço. São atitudes práticas que deve- crescermos na Espiritualidade Conjugal.
mos vivenciar durante todo o mês para 4. Disponibilidade: Nossa Senhora foi
podermos crescer na Espiritualidade disponível à vontade do Pai desde seu
Conjugal. O tema de Estudo 2023 nos SIM, na concepção de Jesus até a Sua
apresenta as virtudes de Maria. As vir- morte na cruz. Assim também preci-
tudes de Nossa Senhora incluem uma samos estar sempre disponíveis para
série de características associadas à sua realizar a Escuta da Palavra e Medita-
vida e exemplo como mãe de Jesus. A ção diariamente.
cada capítulo do tema de estudo, Nos- 5. Perseverança: A perseverança de
sa Senhora mostra que precisamos nos Nossa Senhora como mãe de Jesus se
revestir dessas virtudes para que nossas concretiza com sua gloriosa Assunção.
ações frutifiquem. Que possamos perseverar na Oração
Ao passar dos meses, percebemos que Conjugal a fim de alcançarmos a nossa
os Pontos Concretos de Esforço nas vitória junto a Jesus ressuscitado.
Equipes de Nossa Senhora estão rela- 6. Solidariedade: Nossa Senhora de-
cionados à prática das virtudes de Ma- monstrou solidariedade ao apoiar os
ria e que seria enriquecedor incorporar outros, incluindo sua visita a sua prima
essas virtudes em nossa vida cotidiana. Isabel. Também nós somos convidados
Aqui estão algumas virtudes de Nossa mensalmente a praticar essa virtude
Senhora e como os Pontos Concretos de quando partilhamos a vivência dos Pon-
Esforço podem estar relacionados a elas: tos Concretos de Esforço.
1. Humildade: Nossa Senhora é fre- Esses são apenas alguns exemplos de
quentemente admirada por sua humil- como os “Pontos Concretos de Esforço”
dade. Os casais podem assumir o com- nas Equipes de Nossa Senhora podem
promisso de demonstrar humildade estar relacionados às virtudes de Maria.
em seu relacionamento, reconhecendo Cada casal pode escolher compromis-
suas próprias limitações e valorizando as sos específicos que se alinhem com as
contribuições um do outro. Essa virtude virtudes que desejam cultivar em suas
deve se fazer presente durante o Dever vidas, seguindo o exemplo da Mãe de Je-
de Sentar-se. sus. Isso ajuda a promover o crescimento
2. Escuta e Diálogo: Nossa Senhora é espiritual e o fortalecimento do Matri-
aquela que silencia para escutar, e dia- mônio no contexto trazido pelo Movi-
loga para transformar. O Retiro é uma mento das Equipes de Nossa Senhora.
excelente oportunidade que temos para Fraterno abraço!
escutar Deus e dialogar com Ele e com Andréa e Gleiber
nosso cônjuge, renovando nosso cora- CRS Olinda
ção e nosso matrimônio. Província Nordeste II

16 CM 556
PARTILHA E PCE

Retiro – do medo de ouvir


a Deus ao declarar-se sinceramente
Entre todos os seis Pontos Concretos como pessoa, como marido, como pai
de Esforço – PCE, o mais emblemático e como avô.
para mim é o Retiro.Quando iniciei mi- O ponto crucial foi quando passei a
nha vida nos serviços da Igreja,por meio abrir meu coração para entender que
de grupos de jovens e depois em um o Cristo Jesus também se retirava para
Movimento denominado “Curso sobre orar, e que orando, Ele se encontrava
a Igreja”, em Salvador, Bahia, no início com seu Pai. Ele não tinha receio de
dos anos 80,tinha muito receio de par- ficar em silêncio. Então, eu precisa-
ticipar de um Retiro porque a obrigação va conversar com este Pai Celestial,
de ficar em silêncio me assustava. aprendendo a me encontrar com Ele,
Sempre fui muito falante e ir para um através do silêncio. Na verdade, fui
local para ficar em reflexão e oração descobrindo que a trava de não que-
por 48 horas era muito sacrifican- rer fazer o Retiro era medo de ouvir o
te, inicialmente como adolescente e que Deus poderia me dizer. Pura in-
depois como jovem. Durante muito fantilidade. Deste primeiro Retiro nas
tempo, um casal amigo, Regina e Jor- Equipes de Nossa Senhora, acontece-
ge Fraga, casal equipista, tentava me ram diversos outros, que nos fizeram
convencer que existia a necessidade crescer muito como casal. Então, um
de nos recolhermos, para meditar e recado para aqueles irmãos equipistas
nos conhecer melhor. Porém, tudo que, em geral, não realizam com fre-
era muito difícil. Neste processo, fui quência este PCE: não tenha receio de
criando uma trava que não me permi- se encontrar, não tenha medo de ouvir
tia participar de nenhum momento Deus, não tenha medo de se conhecer.
que exigisse ficar em silêncio. Perdi muito tempo recusando partici-
Quando entramos nas Equipes de par de um momento que nos faz cres-
Nossa Senhora, em novembro de cer pessoal e espiritualmente.
2014, me encontrei novamente com Atualmente participamos todos os
o Retiro, que por toda minha juventu- anos dos Retiros promovidos pelo
de havia sido um pesadelo e buscava Movimento. E posso garantir que
ficar distante, mantinha-me a léguas aquele adolescente e jovem que ti-
de distância. nha medo de meditar e se encontrar
Contra a minha vontade, estimulado com Deus, em seu silêncio, cresceu e
por minha esposa Tereza, resolvi acei- se tornou um homem que não teme
tar o convite para participar de um conversar com Ele. Que Deus nos
Retiro. Para minha surpresa, fui acei- abençoe. Paz e Bem.
tando a ideia de refletir sobre o tema Tereza e Edmundo
do Retiro, e comecei a entender que CRR Bahia
o Retiro poderia me levar a ser melhor Província Nordeste II

CM 556 17
PARTILHA E PCE

PCE: fardo, peso ou atitudes a despertar


Quando iniciamos nossa caminhada O fim é a santidade — “Sede santos,
no Movimento das Equipes de Nos- porque eu sou santo” (Lv 11,44),
sa Senhora víamos os PCE como um e os PCE são os meios que nos aju-
fardo, um peso, talvez influenciados dam a atingir nosso objetivo, o Céu.
pela palavra “esforço”. Mas logo en- Eles despertam em nós as três atitu-
tendemos que se tratava de “atitudes des constantes tão buscadas por nós
a despertar e não de coisas a cumprir” equipistas: cultivar a assiduidade em
e isso fez toda a diferença. nos abrirmos à vontade e ao amor de
Entender os PCE como “ferramentas Deus; desenvolver a capacidade para
adequadas” que nos ajudam a chegar a verdade; aumentar a capacidade de
mais próximos do Senhor, individual- encontro e comunhão.
mente e como casal, foi um diferen- Se quisermos progredir no caminho
cial em nossas vidas. proposto pelo Pe. ­Caffarel precisamos
ter um olhar de amor para os PCE.
PCE — ferramentas adequadas — ao
se empreender um esforço, quando Dentro de nossas reuniões de equipe
se quer construir ou fazer algo, usar um momento muito especial é de-
ferramentas adequadas é funda- dicado, o momento da Partilha, mo-
mental. Vemos isso desde as tarefas mento em que colocamos em comum
mais simples (experimente descascar nossos esforços na realização dos PCE
uma laranja com uma colher em vez e os frutos colhidos, momento em
de usar uma faca afiada) até tarefas que alimentamos os casais da nos-
mais complexas como construir um sa equipe com nossos pães e peixes,
prédio, fazer uma cirurgia — como fortalecendo nossos laços de comu-
nhão. Negligenciar a vivência dos PCE
é importante usarmos ferramentas
é negligenciar não só o nosso caminho
que possibilitem a execução dessas
de santidade pessoal e conjugal, mas
atividades com eficiência e eficácia,
também negligenciar a nossa vida de
chegando a resultados de excelência.
comunidade, não tendo alimento só-
Através dessas ferramentas somos
lido para oferecer em nossos momen-
chamados a despertar atitudes novas
tos de partilha.
que devemos assimilar para que nos
leve a um modo novo de viver! Os PCE são um esforço que vale a
pena. Colhemos muitos frutos de
Nós, nas Equipes de Nossa Senhora, conversão em nossas vidas graças ao
visamos viver a santidade conjugal, empenho na vivência desses grandes
buscamos nos tornar, cada dia mais, aliados, dessas ferramentas adequa-
aquele filho, aquela filha, aquele casal das que nos levam a um profundo en-
que Deus criou à sua Imagem e Seme- contro com o Senhor.
lhança, e os PCE são meios que nos Rosana e Paulo
ajudam a trilhar esse caminho. No- ENS Aparecida
tem bem, são os MEIOS e não o fim. Província Sul I

18 CM 556
PARTILHA E PCE

ENS: divisor de águas em nossas vidas!


Conhecemo-nos na faculdade e lá Sobrevieram rompimento comple-
começamos a namorar. Na época, to de tendões dos dois ombros (ele)
costumávamos ir à missa juntos aos e retirada total da tireoide (ela), em
domingos. Após casados, as coisas do meio às missões assumidas. Mas o
mundo acabaram por nos engolir e nos nosso Conselheiro, os irmãos de equi-
afastamos da Igreja. Nossos primeiros pe, além de nossa família, nos susten-
anos de casados não foram fáceis. Ha- taram continuamente.
víamos esquecido que estávamos ca- Atualmente, estamos animando a
sados a três: nós e Deus! Chegaram os nossa Região Alagoas. E, mais uma
nossos filhos: uma menina e depois vez, observamos a nossa fé sendo
um menino. Apenas quando a nossa colocada à prova: decorrente de uma
filha foi se preparar para a Primeira Eu- queda, ela teve fratura exposta da tí-
caristia, retornamos à Igreja. Por mui- bia, momentos de dor intensa, passou
to tempo ainda, éramos tão somente por duas cirurgias e um bom período
católicos de missas dominicais. sem poder andar. Mas, em tudo deve-
Ocorre que numa manhã de domin- mos dar graça! Pudemos experimen-
go estávamos na Igreja para partici- tar, um pouquinho, o sofrimento de
par da missa, quando adentram na Jesus na cruz e, mais uma vez, sentir
procissão de entrada casais portando o que significa “te prometo ser fiel na
imagens diversas de Nossa Senhora. saúde e na doença". Nada disso teria
Até hoje, passados mais de vinte anos, sido possível se não tivéssemos como
lembramos com nitidez daquela cena sustentáculo a nossa fé, a firme con-
que tanto nos emocionou! Não sabí- vicção de que Nosso Senhor caminha
amos, mas Deus havia plantado uma conosco e, sim, as Equipes de Nossa
sementinha em nossos corações. Al- Senhora, esse instrumento que nos
gum tempo depois fomos convidados reconectou com Deus, fazendo-nos
para uma reunião de casais na Igreja, retornar àqueles sentimentos puros
não titubeamos, aceitamos o convite que tínhamos quando crianças, ao
e lá estávamos, ávidos por mergulhar acompanharmos as nossas avós ma-
em águas mais profundas. Iniciou, as- ternas (nossas primeiras evangeliza-
sim, a nossa Experiência Comunitária doras) à Igreja. Nossa eterna gratidão
e, ao final, desejosos de continuar- ao Padre C ­ affarel, aos primeiros ca-
mos aquela caminhada, não vacila- sais que o procuraram e a todos (Ca-
mos e dissemos em uníssono: Sim, sais e Conselheiros Espirituais) que,
nós queremos ingressar nas Equipes incansavelmente, trabalharam pela
de Nossa Senhora! A partir de então, implantação das ENS no Brasil e, es-
foram tantas as Graças recebidas! pecialmente, em Alagoas!
Mas, passamos, também, por muitas Margarete e Rommel
provações, sempre amparados pe- CRR Alagoas
las mãos maternais da Virgem Maria. Província Nordeste II

CM 556 19
TESTEMUNHO

Agir no servir
O Senhor fez em mim maravilhas e Santo é o seu nome!
Sou a Ilminha de Aderlan, somos casados casal Responsável pela Província NE-II da
há 18 anos e há 10 anos estamos nas ENS, época, Maria e Amâncio que, de imediato,
Movimento que somos apaixonados e que acionaram a Província Sul II.
transformou nossas vidas. Temos dois fi- Logo as portas se abriram para nós naquela
lhos, João Marcio e o Pedro Levi. Meu espo- Província e nosso pedido de ajuda chegou
so é portador de deficiência física, nanismo até àquele CRR e Deus e Nossa Senhora
acondroplásico, o qual é uma mutação ge- nos presentearam com o casal Fátima e Jo-
nética que afeta o crescimento dos ossos. aquim da Equipe 1 - N.S das Graças – Setor
Nosso filho mais novo, o Pedro, também B, Ribeirão Preto, SP, que nos acolheu em
nasceu com a doença e, no caso dele, um sua casa com tanto amor, carinho e fra-
pouco mais grave, afetando bastante suas ternidade, eles e sua equipe de base, que
perninhas, chegando ao ponto de ter que confesso jamais havia vivido algo parecido
fazer alguns procedimentos cirúrgicos de em toda minha vida. A hospitalidade, ca-
correção dos membros inferiores (tíbias e rinho e todo acompanhamento por parte
fêmur). Ao buscarmos o tratamento para deles está nos ajudando a tornar o fardo
nosso filho, não encontramos em nossa mais leve. Deus não faz a obra pela metade
Região Nordeste, por se tratar de um pro- e Fátima – acreditem! – já tinha trabalha-
cedimento novo e muito caro. Foi então do neste hospital como enfermeira e com
que o médico que o acompanha aqui em a ajuda dela e do seu Joaquim a tramitação
Sergipe conseguiu e o encaminhou para o para a cirurgia do nosso filho se tornou uma
HC-USP de Ribeirão Preto. realidade.A luta continua,pois ainda temos
No momento da confirmação do trata- um longo caminho a percorrer, mas com os
mento para nosso filho, sentimos naquele anjos e Maria abrindo caminhos seguiremos
dia que Deus ouviu nossas orações, chora- firmes, e nosso amado filho continuará seu
mos muito, rezamos e agradecemos. Mas tratamento em Ribeirão Preto. Só sabere-
aí,teríamos mais uma dificuldade a enfren- mos entender o sentido da verdadeira hos-
tar, que seria a estadia e locomoção minha pitalidade quando sentimos empatia dian-
e do meu filho numa cidade grande onde te dos anseios do outro. Eles são para nós o
não conhecíamos ninguém. Foi em mais verdadeiro exemplo do Bom Samaritano.
um momento de oração que Nossa Se- Aqui deixamos nossa eterna gratidão a
nhora me fez lembrar do testemunho do todos esses casais que assim que ouvi-
casal Dilma e Paixão, quando na época fa- ram nosso pedido de ajuda não mediram
zíamos a pilotagem para entrar nas equipes, esforços e de imediato buscaram a ajuda
eles falando da acolhida, citou um exemplo que precisávamos e se somaram à nossa
que aconteceu com eles, e me veio no co- causa e, com as Graças de Deus e Nossa
ração que deveria procurar as equipes para Senhora, o meu Pedro Levi já está com seu
nos ajudar. Procuramos nosso CRS Ângela tratamento em andamento. Que Deus
e Marcelo, que já conheciam nossa histó- seja louvado! Amém!
ria, e eles por sua vez entraram em contato Ilma de Aderlan
com o Casal Responsável pela Região SE, ENS Aparecida
Lucicleide e Ansérgio, que contataram o Província Nordeste II

20 CM 556
TESTEMUNHO

O mover e o propósito de Deus em nossas vidas


Queridos casais da Família ENS! Te-
mos alegria em partilhar nosso teste-
munho de vida e conversão. Cremos
fielmente no mover e no propósito de
Deus em nossa vida, apesar das nos-
sas fragilidades, misérias e limitações.
Irmãos, nos sentimos amados e esco-
lhidos do Pai, desde o ventre de nossas
mães, para vivenciarmos esse projeto
salvífico do nosso Deus, rico em bon- ENS. Embora não soubéssemos bem
dade e misericórdia, traçou para nós e o que era, mas, na fé demos o nosso
nossa linda família, que não é perfeita, “sim”.Então,a partir dessa primícia en-
mas cheia de amor para doar. tendemos que era um divisor de águas,
Nossa história começou quando am- o milagre das Bodas de Caná,transfor-
bos tínhamos vinte anos; amor platô- mando a água em vinho, um caminho
nico: que em um mês de namoro en- sem volta; tornando-nos novas criatu-
gravidamos; seis meses nos casamos; ras. Ingressamos nas ENS, fomos con-
e com três meses depois fomos pais. vidados a Celebrar o Sacramento do
Vinte anos se passaram, diante de inú- Matrimônio, com apoio e testemunho
meros desafios, estávamos vivencian- de nossa “Equipe 07 – Nossa Senhora
do uma crise conjugal. José de família da Consolação”.
evangélica,eu católica,ambos não pra- Somos gratos ao Nosso Deus, a toda
ticantes.Nem os nossos três filhos não Equipe e ao nosso SCE Frei Miro. Con-
eram batizados. Então, começamos a trariando toda razão e lógica humana,
sentir o mover e o amor de Deus, que acreditaram e nos ajudaram a per-
gradualmente se aproximava de nós, severar na Fé. Estamos caminhando
seduzindo e nos deixando seduzir por juntos há vinte dois anos, como mis-
ELE; não apenas tocava nossos cora- sionários a serviço do Reino de Deus.
ções , mas principalmente resgatava e Confiantes na graça Divina, sobre a
restaurava nossas almas.Nossos filhos Proteção do Manto de Maria e do Ser-
estudavam em colégio católico,onde o vo de Deus Padre Henri C ­ affarel, tes-
Padre Eugenio Pacelli-SJ, instrumento temunhando a beleza de ser equipista
de Deus para a nossa conversão, fez e as Maravilhas que o Senhor fez e faz
um Dia de Espiritualidade com o tema na vida dos seus filhos, prontos para
“Abra as Portas do teu Coração”, to- dar o seu “sim”, a exemplo de Maria
cando profundamente o meu José,que Eis aqui os servos do Senhor, faça-
decidiu batizar-se na Igreja Católica -se em nós segundo a vossa Palavra!
com nossos filhos, Eucaristia, Crisma, Ivanelúcia e José de Lima
tudo sobre orientação do Pe. Eugenio, CRR Pernambuco I
que nos convidou a fazer parte das Província Nordeste II

CM 556 21
TESTEMUNHO

Servir a exemplo de Maria.


“Eis aqui a serva do Senhor” (Lc 1, 38)
Muitas vezes refletimos sobre a sobrie- Movimento passou a ser denominado
dade e simplicidade presentes no Mo- “Equipes de Nossa Senhora”, colocan-
vimento desde seu início e concluímos do-se, assim, oficialmente debaixo da
que não poderia ser diferente. Certa- proteção da Mãe de Deus, além de tê-la
mente, se através das equipes somos como guia e exemplo de cristã.
conduzidos até Jesus por Nossa Senhora Algumas alterações ocorreram até a
e estamos sob sua proteção, suas virtu- versão atual, publicada no mês de maio
des inspirariam nosso carisma e mística de 1972, data coincidente com a saída
a partir do princípio. do Padre C­ affarel do grupo que condu-
Com certeza, naquele já longínquo zia o Movimento.
25 de fevereiro de 1939, Padre Henri A Carta (Estatutos) estabelece as dire-
­Caffarel e os quatro casais que se reu-
trizes fundamentais das ENS. Mais do
niram não tinham dimensão naque-
que meros preceitos e obrigações, os
le momento de como estavam sendo
Estatutos procuram infundir em nós
inspirados pelo Espírito Santo, dando os
primeiros passos de um novo caminho a essência deste caminho contínuo à
para vivência do Sacramento do Matri- santidade e fidelidade à primeira inspi-
mônio, sempre observando os ensina- ração, tornando concreta a vivência da
mentos da Igreja. espiritualidade conjugal. Os casais são
chamados à santidade não apesar “do”,
Nas palavras do próprio Padre ­Caffarel: mas sim “no” e através do casamento.
“Devo reconhecer que na criação das
Equipes houve alguma coisa além da Este ano em nosso Setor revisitamos os
minha própria inspiração. Houve uma Estatutos como tema para a reunião de
‘inspiração do Espírito Santo’.” Pe. Henri Inter equipes. Foi maravilhoso refletir-
Caffarel. Disponível em Guia das Equi- mos o conteúdo do documento e per-
pes de Nossa Senhora, pág. 19 (edição ceber a coerência e atualidade do pen-
2021). samento ali contido.
Não obstante esta constatação, nos idos Dada a sua essencialidade, de tempos
de 1947, Padre ­Caffarel percebeu um em tempos podemos e devemos fazer
momento de crise: ante a multiplicação uma nova leitura dos Estatutos. Conhe-
do número de casais e entusiasmo com cer seu conteúdo e, mais do que isso, in-
o fim da guerra, havia um certo relaxa- teriorizar seu espírito, nos impulsiona a
mento no comportamento de todos. trilharmos com alegria este caminho de
Neste contexto, nosso fundador intuiu santidade escolhido pelo Senhor.
ser necessária a criação de uma Regra e, Desse modo, uma vez mais conduzidos
em 8 de dezembro de 1947 (dia dedi- e inspirados por Maria, poderemos dizer:
cado à Imaculada Conceição), na Igreja “Eis aqui os seus servos, faça-se em nós
de Santo Agostinho, em Paris, foi pro- segundo a Tua Palavra”.
mulgado o documento denominado, Adriana e Douglas
à época: “Carta das Equipes de Nos- CRS Santo André B
sa Senhora”. Com sua promulgação, o Província Sul I

22 CM 556
TESTEMUNHO

Milagre de Deus
“Entrega teus caminhos ao Senhor! Con-
fia Nele e Ele tudo fará”. Sl (37,5)
Somos casados há 53 anos, temos 2 fi-
lhos, 6 netos, 4 bisnetos e 38 anos de
equipe, vivemos esta experiência de en-
trega no Senhor em 2022.
Van Der Laam fez uma cirurgia de hérnia
em junho sem apresentar nenhum proble-
ma, porém em 7 de setembro, sentiu um
mal-estar no abdômen que rendeu outra
sucesso. Até que um dia, nossa filha ao
cirurgia de intestino necrosado, após 72
despedir disse: PAI! Ele abriu os olhos! Ela
horas da cirurgia exibiu um quadro de rejei-
perguntou: Está me vendo? Ele balançou
ção, precisando de outra intervenção para
a cabeça e fechou os olhos.
salvar a sua vida, da qual saiu entubado e
em coma induzido. Permaneceu 42 dias No dia seguinte, conversamos com o mé-
na UTI nesta condição. Foi uma trajetória dico e, qual a surpresa, ele havia desligado
de muitos desafios: pulmão com apoio de toda a sedação, disse ter a certeza de que
aparelho, rim precisando de hemodiálise, Van Der Laam o ouvia.
pressão arterial descontrolada, reanima- Este médico sempre falava: “Vamos, guer-
ção cardíaca, entre outras insuficiências. reiro, você vai vencer!”.
As visitas eram feitas duas vezes ao dia, No dia seguinte, muita emoção na visita,
não sabia o que encontraria de manhã e à Van Der Laam estava sentado! Quando
noite, mas sem perder a esperança, sabia nos viu, as lágrimas vieram à tona. Após
que estava nas mãos do Senhor. Rezava duas semanas recebeu alta da UTI, indo
junto a ele como em nossa Oração Con- para o quarto, e depois para casa em 11
jugal e através da minha comunhão diária de novembro.
o levava também a Jesus. Não estive sozinha nenhum momento,
Numa semana crítica, o boletim dizia: sempre acompanhada por amigos, equi-
“Ele está numa vala, não falece devido à pistas e familiares. As orações pela sua
medicação”. Ficamos aflitos e os médi- saúde foram incontáveis. Hoje, após um
cos decepcionados de não o conseguir ano, já exercendo seu ministério diaconal,
trazer de volta. todos se emocionam e reconhecem quão
Fiz sua entrega e me despedi do meu ma- grande é a obra do Senhor.
rido: Senhor, Van Der Laam é um homem Para nós, Van Der Laam é um milagre para
de Deus, faça o melhor para ele, hoje não continuar aqui sua missão e ser um ins-
sei o que é melhor, estar conosco ou estar trumento de evangelização para o Rei-
com o Senhor. Agradeço-o pelo tempo no de Deus.
que vivemos juntos. Estou lhe entregan- “Deus é Bom o tempo todo, o tempo todo
do de volta o presente que me deste, faz Deus é Bom”.
nele a sua vontade. Vanderci e Van Der Laam
A sedação ficou menor por dias para per- ENS do Bom Conselho
mitir a volta da consciência, mas sem Província Sul I

CM 556 23
TESTEMUNHO

Ser comunidade
Foi na pandemia que a nossa equipe noite, voltou para o céu. Senti o chão
nos presenteou com uma catequese se abrir debaixo dos meus pés. Eu
de iniciação no campo conjugal e co- implorava a Deus para me carregar
munitário. Nos ensinou que a oração no colo porque andar eu não conse-
é a respiração da alma. guia mais.
Não diferente de mais de 700 mil Durante muitos meses eu mal conse-
famílias brasileiras, a minha também guia ouvir as palavras de acalento do
foi avassalada pela Covid-19. Tive os nosso SCE, dos amigos. Estava brava
meus pais entubados, no mesmo pe- com Deus, mas mesmo sem enxergar
ríodo, recebendo notícias do hospital a luz perseverei nas orações porque eu
uma vez por dia e por telefone. Eu re- não estava sozinha. Além da minha
zava, rezava muito, implorava a Deus família, eu tinha a minha equipe que
pelo milagre, que recolhesse as mi- abraçava a mim e à minha cruz junto.
nhas lágrimas e desse o sopro de vida Nossa equipe não esperava as reu-
que os meus pais precisavam. Implo- niões ordinárias ou os encontros so-
rava por oração para os amigos e pes- ciais para estar conosco. Foram vá-
soas que eu nunca vi e precisava que rios finais de semana fisicamente ao
Deus me ouvisse, que me atendesse, nosso lado. Ao lado do meu amargo
que olhasse para o nosso sofrimento comportamento, do meu silêncio,
e que nos envolvesse na Sua infinita das minhas respostas silabadas. Fo-
misericórdia. ram sucessivos almoços de domingo
Mal conseguia me alimentar, fazer ao nos ensinando a mergulhar na con-
menos higiene pessoal. Olhava para fiança em Deus.
o nosso filho, nossa família e pensa- Aprendemos, com a nossa equipe, a
va: o que farei para eles se alimenta- confiar mais no Poderoso e menos na
rem se eu não tenho forças nem para nossa certeza humana. Aprendemos
me levantar? De repente, iniciou-se a nos rasgar na conversa com o Pai e
voluntariamente uma organização entregar os nossos problemas a Ele.
aparentemente estranha para nós.
Hoje a nossa equipe vive um proces-
Mensagens surgiam seguidas de re-
so de reconstrução. Alguns casais sa-
feições: “Seu almoço já está a cami-
íram, outros estão chegando. Nossa
nho, estamos em oração por vocês!”,
Equipe não é sinônimo de perfeição,
“Deixamos o seu jantar na calçada,
mas é a melhor que existe para auxi-
não percam a fé!”, “Sua comidinha
liar a nossa família a se reconstruir e
já saiu daqui, confiem no Poderoso
nos ensinar como podemos ajustar
e sigam!”
o nosso coração ao coração do Nos-
Até que no dia 19 de março de 2021, so Senhor.
dia de São José, o meu papai Ricardo Dorinha e Clemir
recebeu alta pela manhã, e a minha ENS do Rosário
mamãe Izilda, no mesmo dia, pela Província Sul I

24 CM 556
TESTEMUNHO

Aceitar a missão por inteiro


Estamos casados há 43 anos e 9 me- desistiremos, pois foi Deus quem nos
ses. Temos três filhos, dois genros, uma chamou. Vamos em frente.
nora e três netos. Participamos do Mo- Fomos agraciados pela visita do nosso
vimento das Equipes de Nossa Senhora CRR trazendo-nos a imagem de Nossa
há 20 anos. Senhora Aparecida,intercessora da nossa
Em 8 de agosto de 2020, rezávamos Região,para que ficasse conosco enquan-
pedindo pela escolha e aceitação do to precisássemos. Assim passamos pela
CRS de São José dos Campos, quando cirurgia,quimioterapia,radioterapia,com
recebemos o chamado do então CRR muita oração em família,da nossa equipe,
para tal missão. do Setor, da Região, amigos e até de pes-
Nossos sentimentos foram: medo, soas desconhecidas, que nos aborda-
pânico, preocupações, achando vam dizendo estarem rezando por nós.
que não teríamos tempo para nos- Sempre nos vinha à mente uma fala
sa família. Pedimos as luzes do Es- do meu sogro; se os outros passam
pírito Santo e conversamos com por isso, por que nós não podemos
nossos filhos, que também são passar? E tínhamos recentemente
equipistas, nos incentivaram e lido um artigo da CM, que dizia:
demos o sim. “por que não a mim?”, e pedí-
Intensificamos nossas ora- amos sempre tranquilidade,
ções pela escolha do cole- serenidade e principalmente
giado. Com a graça de Deus aceitação. Dessa forma par-
tivemos o sim do SCES ticipamos de tudo que era
Padre Ademir, que muito pertinente à missão.
nos ajudou com os casais Passaram-se três anos com
que estiveram a serviço muitas bênçãos de Deus, vi-
no Setor. sitas de Jesus, carinho da nossa
Tudo ia bem, apesar da pandemia, até família, os cuidados da mãe da De Lour-
que em setembro de 2021 a De Lourdes des. Nos sentimos muito acolhidos pelos
foi surpreendida com um CA de mama, casais do nosso colegiado, da Região e de
que, segundo a médica do ultrassom, amigos. Lembramos sempre do lema da
não podíamos perder tempo. nossa equipe de base: “Tudo posso na-
quele que me fortalece”(Fl 4,13).
Consideramos desistir da missão,
achávamos que não seria possível Com isso incentivamos os equipistas
conciliar tratamento e compromis- a dizerem sempre SIM aos chamados
sos do Movimento das ENS. Talvez de Deus, porque Ele é nossa força e
fuga da missão. Nossa Senhora está sempre à frente
abrindo caminhos.
Nesse momento fomos surpreendi-
De Lourdes e José Alberto
dos por uma força interior e decisiva, CRS São José dos Campos
que só podia ser do Espírito Santo, não Província Sul I

CM 556 25
TESTEMUNHO

O Sim de Maria e o nosso silêncio


Dentre tantos sonhos de um ca- nos amando tanto? Nesse momento
sal que se une pelo Sacramento do o silêncio falou por nós e lágrimas ro-
Matrimônio, o mais emocionante é laram de nossos olhos. Somente a dor
o nascimento de seus filhos, vê-los da saudade ardia em nossos corações.
crescer, formarem-se, casarem-se e Nossos filhos já não estão mais en-
constituírem uma família. tre nós, voltaram para a casa do Pai!
Em nosso Retiro anual, ocorrido ago- Em 1980, perdemos nossas filhas
ra em setembro, quando o pregador, gêmeas, no 7º mês de gestação. Em
Padre Adalberto, nos convidou a su- fevereiro de 1996, perdemos nosso
bir o monte, no alto da “Serrinha de filho mais velho, Marco Aurélio, aos
Monte Alegre”, onde lá existe uma ca- 22 anos, vítima de acidente automo-
pela, para que de lá víssemos o pôr do bilístico, e, em dezembro do mesmo
sol e contemplássemos as maravilhas ano, em apenas 10 meses, perdemos
de Deus, para lá nos dirigirmos, feli- também o último filho que nos resta-
zes por termos vivenciado um dia de va, Murilo, com 21 anos, também em
muita fé e meditação sobre o verda- um acidente de carro. Quanta dor!
deiro sentido do amor. Quanto sofrimento! Mas Deus, na
Lá chegando, ele nos deu a liberda- sua infinita misericórdia, em 2002,
de de ficarmos em silêncio ou con- deu-nos a graça de ingressarmos no
versarmos em casal sobre nossa ca- Movimento das ENS. Começamos a
minhada ao longo da vida. A Chica e vivenciar os PCEs, sobretudo a Ora-
eu optamos por refazer a história de ção Conjugal, que veio fortalecer a
nosso amor conjugal. Revivemos cada nossa fé. A entreajuda de nossos ir-
momento de nossa vida, nossas ale- mãos também foi fundamental para
grias, nossas tristezas, nossas dores continuarmos a nossa caminhada…
e provações. Apesar de tanta dor, tanto sofrimen-
As palavras da Sagrada Escritura, ditas to, tanta saudade, renovamos nos-
pelo pregador, ainda ressoavam forte sa esperança na vida eterna, no re-
em nossos corações “… o amor tudo encontro, total, definitivo, onde não
sofre, tudo crê, tudo espera, tudo su- mais haverá despedida, nem dor, nem
porta” (1Cor 13,7). sofrimento.
Diante disso, num determinado mo- Hoje, estamos convictos de que Deus
mento eu a questionei dizendo: O reserva para nós sempre o melhor e
SIM de Maria foi incondicional, mes- que, como casal equipista, ainda te-
mo ela sabendo tudo o que teria que mos a missão de continuarmos dando
enfrentar, e nós? Se soubéssemos o testemunho de nosso amor conjugal.
que tínhamos de passar, também di- Chico e Chica
ríamos “sim” um ao outro, mesmo ENS da Guia
Província Leste II

26 CM 556
TESTEMUNHO

Quando se trabalha em equipe


não há obstáculos que não sejam superados

Prezados casais, irmãos e irmãs em dá resultados! Queridos casais, reu-


Cristo Jesus,“a vós graça e paz da parte nir-se é um começo, ficar juntos é
de Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, um progresso e trabalhar juntos é um
o Pai das misericórdias e Deus de toda grande sucesso!
consolação! Ele nos consola em todas O potencial do comprometimen-
as nossas tribulações, para podermos to individual a um esforço conjunto,
consolar os que estão em qualquer tri- isso é o que faz uma equipe funcionar.
bulação, mediante a consolação que Sabemos que o trabalho em equipe é
nós mesmos recebemos de Deus” aprender a amar o estranho, é saber
(2Cor. 1, 2-4). respeitar as diferenças. É saber que
É uma alegria o nosso encontro. Há cada um trabalha por si ao mesmo
um canto de comunhão na missa, tempo em que trabalha pelo outro.
muito bonito, que diz: “É bom estar- Os resultados da equipe, o sucesso
mos juntos à mesa do Senhor e uni- pessoal têm o mesmo valor, e cada
dos na alegria, partir o pão do amor”. conquista é celebrada.Assim, quando
Assim, quando estamos juntos, esses se trabalha em equipe não há obstá-
três pilares, o da alegria; o da comu- culos que não sejam superados nem
nhão; e o da partilha, não faltam. E, sucessos que não sejam alcançados.
portanto, vocês, casais, buscam al- E para concluir, agradecemos no sin-
cançar um objetivo em comum! gular, olhando para cada semblante de
Ações disciplinadas auxiliam no pro- vocês: Obrigado pelo seu sim. Obriga-
cesso do discipulado: Maria aponta o do por você vir. Gratidão por sua vida.
caminho. O nosso trabalho em equipe Pe. Renato Pereira de Almeida
significa superar grandes desafios. É SCE ENS Mãe dos Homens
verdade que uma equipe em sintonia Província Nordeste II

CM 556 27
CNSE

Comunidades Nossa Senhora


da Esperança, você conhece?
Deus esteja em sua casa e seja o primei-
ro a ser buscado, o primeiro a ser amado
e o primeiro a ser servido”.
Dona Nancy sempre dizia: “Este é um
Movimento amado e querido por Deus,
quando Ele me abre uma porta, eu logo
entro por ela. Nela misturam-se dois
elementos expressivos: a fragilidade
das pessoas que dele participam e a for-
ça poderosa das mãos de Deus”.
A CNSE está viva em 14 estados, mais
Distrito Federal, 91 cidades, 278 co-
munidades e 2.228 participantes no
Venho fazer um convite a todos vocês
Brasil, sempre procurando levar oportu-
para que conheçam um pouco mais das
nidades para as pessoas sós vivenciarem
Comunidades Nossa Senhora da Espe-
a alegria que Deus nos proporciona pelo
rança (CNSE), um Movimento de espi-
simples fato de estarmos vivos como
ritualidade para pessoas sós, viúvas(os),
presente nos dado por Ele. O fato de
solteiras(os), separadas(os) ou divor-
ser um Movimento de pessoas sós não
ciadas (os).
faz de nós pessoas tristes, amargas ou
Foi uma iniciativa de Dona Nancy Mon- desanimadas, mas sim pessoas alegres,
cau, que convidou dois casais e algumas dispostas e com muita esperança.
viúvas equipistas para assim, em 2003,
Vou repetir um texto que escrevi em
darem início a construção e estrutura-
2019 na CM 523 — Diferente do que
ção para esse novo Movimento, que a
muitas pessoas pensam, que o Movi-
cada reunião foi tomando forma e em
mento é para lidar com a solidão e o
2004 iniciando com a formação de pe-
sofrimento,ele é sim um Movimento de
quenas comunidades.
muita alegria, de perceber que a “soli-
O Movimento das CNSE tem como dão não é querida por Deus”,mas sim a
proposta: “Louvar e servir a Deus”, no vida com alegria e grande sentido de ir-
seu estado de vida; buscar intensamen- mandade. A CNSE é um movimento de
te novos caminhos que levam a Cristo; vida,“vejam como eles se amam”.Esse,
renovar a confiança e esperança de uma sim, é o verdadeiro sentido das Comu-
vida digna, sob a proteção materna de nidades Nossa Senhora da Esperança.
Nossa Senhora; testemunhar que se
Faço um convite a todos vocês equipis-
pode viver cristamente as alegrias da
tas para visitarem nosso site cnse.org.
vida, dom gratuito de Deus; incorporar
br e nos conhecer melhor...
no dia a dia essa máxima do Pe. C
­ affarel,
considerado “Profeta do século XX”, Tereza Pitarello Shoshima
Viúva representante do Colegiado
que diz textualmente o seguinte: “Que Nacional
28 CM 556
EJNS

Vocação, uma única vida que vale a pena


O Encontro Nacional das Equipes
de Jovens de Nossa Senhora (EJNS)
aconteceu entre os dias 12 e 15 de
outubro de 2023, na casa de retiro
Divino Paraíso, no Gama, em Brasília.
Com o tema “Vocação, uma única
vida que vale a pena”, sob a direção
espiritual de Padre Fagner Dantas,
Sacerdote Conselheiro do Secreta-
riado Nacional, 230 jovens de todas compartilham a mesma fé, nos im-
as regiões do Brasil compartilharam e pulsiona a aproximarmo-nos cada
fortificaram sua caminhada como jo- vez mais de Deus.
vens católicos que buscam viver a fé Cada momento foi pensado para que
em Cristo, tendo Maria como modelo. pudéssemos refletir sobre nossas vo-
Um destaque no Encontro foi a pre- cações, seja no trabalho, nos estudos
sença da Irmã Fátima, Conselheira do ou na vivência dos sacramentos. Cada
Setor Recife, com seu testemunho e palestra que tivemos nos fez ter um
ânimo foi um exemplo de vocação e novo olhar para a vida que Deus pla-
dedicação a Deus em cada interação nejou para nós. Também cada mo-
que teve com os jovens, partilhando mento de oração, como os terços di-
seu amor por Nossa Senhora. ários e as missas nos deram espaço
para nos conectar cada vez mais com
O Cardeal Emérito de Brasília, Dom
os planos de Deus.
Raymundo Damasceno, partilhou sua
história de vocação, a alegria de ter Ressaltamos também a presença de
sido o primeiro seminarista em Brasí- vários Casais Acompanhadores das
lia e toda sua vida dedicada ao servi- Equipes Jovens que, em sua maio-
ço da Igreja. Os jovens das EJNS ainda ria, representam também a ligação
tiveram a oportunidade de ouvir Alam do Movimento das ENS com a EJNS,
Carrion, Alexandre Varela, O Cate- mostrando assim a importância es-
quista, o casal equipista Cris e Betão sencial da colaboração das ENS para
e muitos outros que testemunharam o acontecimento do evento.
e incentivaram os jovens a seguir a Durante todo o Encontro Nacional,
vida cristã. Vale ressaltar que a partilha tivemos a certeza de que temos um
entre os jovens de realidades distintas propósito maior e que estamos jun-
que buscam viver os mesmos valores tos para chegar cada vez mais longe,
católicos e procuram o caminho para a conforme o carisma das EJNS: uma
Santidade, foi essencial para o sucesso equipe que busca a santidade indivi-
do Encontro Nacional. dual no coletivo.
Fizemos amizades que levaremos Bárbara Leal
por toda vida. E foi possível perce- Jovem Comunicação Nacional
ber que estar ao lado de pessoas que EJNS Rainha da Paz - Brasília-DF

CM 556 29
IGREJA CATÓLICA

Oração para a noite de Natal em família


Queridos irmãos equipistas, na noite de Natal, convidamos todos a rezarem juntos
com suas famílias a seguinte oração:

Ó Menino, que teve como berço uma manjedoura,


Ó Criador do universo, que se despiu da glória divina,
Ó Redentor,que ofereceu seu corpo vulnerável em sacrifício pela salvação da humanidade!
Que o brilho do seu nascimento ilumine a noite do mundo.
Que o poder da sua mensagem de amor frustre as armadilhas orgulhosas do maligno.
Que o dom da sua vida nos faça entender cada vez mais claramente o valor da
vida de cada ser humano.
Muito sangue ainda está sendo derramado na terra!
Muita violência e muitos conflitos perturbam a coexistência pacífica das nações!
O Senhor vem para nos trazer a paz.
O Senhor é a nossa paz!
O Senhor pode fazer de nós “um povo purificado” e pertencer a vós para sempre,
um povo “zeloso por boas ações”.
Pois para nós não é só uma criança que nasce, para nós um filho é dado!
Que mistério insondável está oculto na humildade desta criança!
Nós gostaríamos de tocá-la; nós gostaríamos de abraçá-la.
Maria, que vigia seu Filho todo-poderoso, conceda-nos seus olhos para
contemplá-lo com fé; conceda-nos o seu coração para adorá-lo com amor.
Em sua simplicidade, o Filho de Belém nos ensina a redescobrir o verdadeiro
significado de nossa existência; ele nos ensina “a viver vidas sóbrias, retas e
piedosas neste mundo”.
Ó Noite Santa, tão esperada, que uniste para sempre Deus e o homem! Tu nos
renovas a esperança. Tu nos enches de assombro extasiante. Tu nos garantes o
triunfo do amor sobre o ódio, da vida sobre a morte.
Por esse motivo, permaneçamos em oração.
No luminoso silêncio da tua Natividade, Tu, Emmanuel, continuas falando
conosco. E estamos prontos para te ouvir.

Amém!
São João Paulo II
Natal 2003
Oração proferida durante a Homilia da Missa da Noite de Natal de 2003, por São João Paulo II.
(fonte: https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/homilies/2003/documents/hf_jp-ii_
hom_20031224_christmas-night.html; acessada em 20 de outubro de 2023)

30 CM 556
CM E OS EQUIPISTAS

CM 553 - A Oração Conjugal


Muito interessante falar neste assun- tenha pedido oração. O momento pode
to, por parecer que ele nunca está re- ser finalizado com um agradecimento.
solvido na sua totalidade, isso porque Esse agradecimento pode ser no início
quando se trata de “oração” já é um também, fica a critério do casal. Vejam
tema bem específico e particular de que já ultrapassamos várias barreiras e
cada indivíduo e ainda mais como ca- já estamos num clima de oração e pro-
sal e casal equipista. fundidade com Deus que não dá nem
No artigo que lemos na CM553 – Jun/ vontade de parar. Que possamos olhar
Jul 2023, o casal Cláudia e Fernando, para esse PCE como uma arma con-
de Teresópolis-RJ, nos propõe a tomar tra as forças do mal que nos rodeiam o
essa decisão e começar com uma pe- tempo todo. Finalizamos com a frase
quena oração, porém muito forte, a do casal Cláudia e Fernando: “comece
qual é a Ave Maria, seguida da oração hoje a quebrar essa barreira”.
do Magnificat, depois incorporaram ao Mônica e Edson
diálogo um breve pedido de oração por CRS Belo Jardim
um amigo ou alguma família que lhes Província Nordeste II

CM 554 (p. 8) - Novos casais


que assumirão os serviços na SRB
Foi com muita alegria que recebemos serenidade do Rubens interagem com
a notícia de que o casal Rose e Rubens o carisma e a animação da Rose. Que
estão assumindo o serviço como Casal Nossa Senhora os conduza nessa nova
Responsável pela Super-Região Brasil. missão e o nosso Movimento se forta-
Tivemos a felicidade de conhecê-los leça cada vez mais!
pessoalmente nos encontros da Região Eryka e Flavinho
SP Sul I, que contaram com a participa- CRS Santos
ção deles como Casal Província. É um Província Sul I
casal que se completa: o equilíbrio e a

CM 554 (p. 20 e 21) - A internacionalidade


das Equipes de Nossa Senhora
Lendo o texto da CM 554 recordamos missão para manter com fidelidade a
com nostalgia o XII Encontro Inter- unidade do Movimento. Foi realmente
nacional das ENS ocorrido em Fátima uma experiência inesquecível!
2018, o qual tivemos a grande alegria Que outros casais possam vivê-la e que
de participar desse momento de graça. Deus continue abençoando a expansão
Ver e sentir de perto a grandiosidade, a do Movimento das ENS.
multiplicidade de lugares, línguas e cul- Joselita e Jurandir
turas alcançados através da expansão. ENS Auxiliadora
Tantos casais e SCE que se dedicam à Província Nordeste II

CM 556 31
EJNS

O nascimento de Jesus:
uma fonte perene de reflexão

A narrativa do nascimento de Jesus guiou os viajantes a um novo começo,


transcende as fronteiras do tempo a história de Jesus nos convida a dei-
e espaço, enraizando-se profunda- xar para trás velhos padrões de pensa-
mente na essência da humanidade. mento e comportamento, abraçando
A história da humilde manjedoura em uma jornada de transformação inte-
Belém ecoa através dos séculos como rior. A mensagem de renovação e re-
um farol de significado, iluminando os denção é um convite a deixar o passa-
corações e mentes daqueles que con- do para trás, encontrar um propósito
templam sua mensagem atemporal. maior e crescer espiritualmente como
O nascimento de Jesus personifica a pessoa e como casal.
esperança que surge das circunstân- Em um mundo muitas vezes tumul-
cias mais simples. tuado, onde o egoísmo, o conflito
Esse evento também é um símbolo da prevaleceram, a história do nasci-
humildade que devemos cultivar. O mento de Jesus permanece como um
próprio Filho de Deus escolheu nas- farol de esperança, orientando-nos
cer entre os humildes e desprovidos em direção à compaixão, ao amor e
de ostentação. Em um mundo mui- à paz. Ela nos lembra que, apesar das
tas vezes obcecado pelo poder e pelo adversidades, somos capazes de en-
prestígio, a humildade de Jesus nos contrar significado e propósito em
ensina a importância de respeitar os nossas vidas. Como os magos que se-
outros, de compartilhar o fardo dos guiram a estrela, somos convidados
menos afortunados e de enxergar a seguir a luz da mensagem de Jesus,
o próximo com todo zelo, indepen- guiando-nos através das encruzilha-
dentemente de suas circunstâncias. das da vida e inspirando-nos a viver de
O nascimento de Jesus também car- maneira autônoma e plena.
rega o elemento de renovação espi- Karinna e Rubenigue
ritual. Assim como a estrela no céu ENS dos Prazeres
Província Nordeste II

32 CM 556
NOTÍCIAS

BODAS de PRATA

09 Luciana e Regis
ENS Auxiliadora,
outubro Província Sul I.
2023 Lorena – SP

23 Andréa e Wendel
ENS de Nazaré,
outubro Província Norte
2023 Belém – PA

Jane e Agostinho
26 ENS Mãe da Divina
Misericórdia
dezembro
2023 Província Norte
Belém – PA

29 Dani e Alex
ENS da Alegria
dezembro Província Norte
2023 Belém – PA

Eliete e João
31 ENS das Graças da
Medalha Milagrosa
dezembro
2023 Província Norte
Belém – PA

CM 556 33
NOTÍCIAS

BODAS de OURO

06 Terêsa e Lenivaldo
ENS do Carmo
outubro Província Nordeste II
2023 Recife – PE

22 Rita e Fernando
ENS de Guadalupe
dezembro Província Norte
2023 Belém – PA

29 Afra e Beto
ENS Divino Espírito Santo
setembro Província Centro Oeste
2023 Brasília-DF

VOLTA AO PAI
JOSÉ CARLOS BENITO YENES MEURY DO ZEZINHO
25/10/2023 19/11/2023
ENS Rainha dos Apóstolos, ENS do Diálogo,
Londrina Setor A, Província Sul III Província Sul I
Londrina - PR São Paulo – SP
MARCELO DA ORISSANDRA PADRE MÁRIO RIBEIRO CASTRO
04/11/2023 14/06/2023
ENS da Divina Providência, ENS de Fátima e ENS
Província Norte Aparecida, Província Norte
Manaus – AM Boa Vista – RR

34 CM 556
MEDITANDO EM EQUIPE

Rezar é expor-se ao Sol


A oração não se restringe em proferir pala- produzem. Trabalhar sem rezar resulta
vras a Deus, mas em nos colocarmos amo- em frustração. “Se o Senhor não edificar
rosamente diante Daquele que sabemos a casa, em vão trabalham os que a cons-
que nos ama, como afirmou Santa Teresa troem” (Sl 126,1). Marta trabalhava sem
de Jesus, grande mestra da vida espiritu- rezar, sem se sentar aos pés do Senhor. Ela
al. Seguindo essa linha de pensamento, teve a petulância de querer alimentar o
o Padre Henri C­ affarel, no seu livro Pre- Pão da Vida sem antes sentar-se aos pés
sença de Deus, 100 Cartas sobre Oração, Dele para se alimentar da sua Palavra. Ela
sublinhou que a oração é “um encontro laborava com fome, por isso que estava
de amor”. Quem ama alguém de verdade agitada e preocupada. Jesus não criticou
não mede esforços para estar em comu- o trabalho de Marta, mas a atitude dela ao
nhão com a pessoa amada. Desse modo, o escolher os seus afazeres como a melhor
descaso e o desinteresse pela vida de ora- parte da sua vida. Marta esqueceu que an-
ção revelam o pouco amor que temos por tes da ação vem a oração. “Nada se deve
Deus. Vivemos como rezamos e rezamos antepor ao amor de Cristo”, já dizia São
como vivemos. Tal é a nossa oração, tal é Bento. E sabendo que rezar é amar, nada
a nossa vida. A oração não deve ser “uma se deve antepor à oração.
a mais” em meio às atividades cotidianas, Segundo o Pe. Henri C ­ affarel, na oração
mas aquilo que substancialmente permeia o orante se expõe diante de Deus. Antes
todo o nosso agir. Algumas pessoas ale- de começar a rezar, Deus já está lhe es-
gam que não rezam por falta de tempo: perando. É Ele quem age primeiramente.
“Se der tempo vou rezar”. Essa afirmação Pontuou o fundador das Equipes de Nossa
é um disparate, pois não se trata de uma Senhora: “E é muito provável que a ação
questão de tempo, mas de prioridade, vis- de Deus seja mais importante que a sua”.
to que o próprio tempo pertence a Deus. Para descrever a ação de Deus na oração,
Não é a oração que deve ser integrada ao Henri ­Caffarel utilizou a metáfora do sol:
trabalho, e sim o trabalho é que deve ser “Quando tomamos um banho de sol, não
integrado à oração. precisamos nos preocupar para que ele nos
Quem realmente ocupa o centro da mi- aqueça e penetre. Basta que estejamos
nha vida? Meus afazeres ou Deus? Jesus expostos à sua irradiação”. Destarte, rezar
deu um diagnóstico preciso acerca das é expor-se ao Sol! E essa luz é Cristo, “o sol
prioridades de Marta: “Marta, Marta, an- nascente que nos veio visitar” (Lc 1,78).
das muito inquieta e te preocupas com
muitas coisas” (Lc 10,41). O que per-
turbava a vida de Marta segundo Jesus?
Inquietação e preocupação! Não seria
esse o diagnóstico da sociedade pós-mo-
derna? Estamos rodeados de pessoas an-
siosas e agitadas que mais se preocupam Pe. Antonio C. Torres
SCE Carta Mensal
do que se ocupam, trabalham mas não
Através do QR Code ao lado
você será direcionado para a
página dos Intercessores, onde
pode fazer seu pedido de oração,
preencher sua ficha de adesão,
dentre outras coisas.

Você já leu a
Carta dos Intercessores?

Aponte a câmera do seu celular para


o QR Code acima para ler

Av. Paulista, 352 • cj. 36 • 01310-905 • São Paulo-SP


Fones: (11) 3256.1212 • 3257.3599
cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br

Você também pode gostar