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As Vestes Litúrgicas
Estudos da CNBB - 115
Coleção Estudos da CNBB
98 - Questões de Bioética
AS VESTES LITÚRGICAS
AS VESTES LITÚRGICAS
Com issão Episcopal para a Liturgia
Direção-Geral: Colaboração:
Mons. Jam il Alves de Souza Dom Geraldo Lyrio Rocha
Dom Rogério Augusto
Edição:
Pe. Leonardo Pinheiro
João Vítor Gonzaga Moura
Gabriel Neves da Cruz Revisão:
Vinícius Pereira Sales
Equipe Responsável:
Ângela Carolina Laino Capa, projeto gráfico e diagram ação:
Dom Jerônim o Pereira Henrique Billygran Santos de Jesus
Dom Marcelo Antônio Audelino Molinero Impressão:
Raquel Tonini Rosenberg Schneider Laquarely Gráfica e Editora
Pe.Thiago Faccini Paro
Maria Inês Bolson Lunardini
C748p Conferência Nacional dos Bispos do Brasil / As Vestes Litúrgicas. Brasília: Edições CNBB, 2023.
96 p .: 14 x 21 cm
ISBN: 978-65-5975-186-0
1. Vestes litúrgicas;
2. Formação litúrgica;
3. Liturgia;
4. Igreja Católica.
CDU: 264.247
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SUMÁRI O
SIGLAS E ABREVIAÇÕES................................................................9
A PRESEN TA ÇÃ O .............................................................................. 11
1.
ASPECTOS
BÍBLICO-TEOLÓGICOS.....................17
2.
ASPECTOS HISTÓRICOS...................27
CO N CLU SÃ O ....................................................................................... 75
G L O SSÁ R IO ......................................................................................... 79
F IG U R A S................................................................................................ 87
REFER ÊN C IA S.....................................................................................89
todos quefostes batizados em Cristo
vos revestistes de Cristo"
(G1 3,27)
SIGLAS E A B R E V I A Ç Õ E S
CV II Concilio Vaticano II
FC Familiaris Consortio
LC Laudis Canticum
LG Litmen Gentium
MR Missal Romano
PO Presbyterorum Ordinis
RB Ritual de Bênçãos
RC Ritual da Confirmação
9
REOS Ritual de Exorcismos e outras súplicas
RM Ritual do Matrimônio
RP Ritual da Penitência
SC Sacrosanctum Concilium
10
APRESENTAÇÃO
11
enriquecendo e valorizando a diversidade de ministérios e
funções. Porém, infelizmente, com o passar do tempo, muito se
perdeu do sentido pedagógico, didático e espiritual das vestes
litúrgicas nas celebrações dos Sacramentos e sacramentais.
Que a "M ulher vestida com o sol, tendo a lua sob os pés e
sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas" inspire cada comu
nidade a recuperar em suas celebrações a nobre simplicidade
das vestes litúrgicas.
12
I NT R O D U Ç Ã O
13
"sim bólico", como uma espécie de "segunda pele". A pele,
aliás, é uma espécie de primeira roupa, primeira vestimenta,
primeira casa, primeiro espaço protetor e comunicador. Nossa
"segunda pele" pode ser modificada de acordo com o gosto,
com a necessidade, com o contexto, com a conveniência, com
o estado de espírito e com os condicionamentos socioculturais.
Não é verdade que a roupa é uma mera formalidade, uma mera
exterioridade: "Não existe nenhuma interioridade sem uma
exterioridade".1 A aparência é a parte mais exterior do interior.
1 TAGUAFERRI, R. Liturgia: travestimento e mascheramento. In: Tagliaferri, R. La tazza rotta. II rito: risor-
sa dimenticata dell'umanità. Padova: Messaggero, 2009, p. 106.
2 Transverstir-se é um neologismo para indicar não somente o gesto de trocar (trans) de roupa, mas de
mudar a forma do ato de vestir-se, isso implica uma conversão de atitude ontológica ou a assunção de
uma outra personalidade.
14
A veste litúrgica é o meio pelo qual o ministro desaparece
deixando lugar a Cristo e isto é possível graças ao Espírito Santo,
o qual, mesmo na diversidade de graus e de ministérios, reveste
em um só corpo a Igreja, de modo que "cabeça e membros se
configurem numa única pessoa m ística".3 Ela é o sinal externo
da disponibilidade de ser usado por Deus, não de maneira indi
vidual, mas na totalidade dos membros de Cristo, pois "como
Corpo de Cristo, nós celebramos os mistérios, fazemos como
Corpo tudo aquilo que faz a Cabeça. Isso se torna possível por
meio do rito".4
15
Ao legislar, a Igreja local o faz a partir do caráter de comu
nhão eclesial, tendo em vista o processo de conservação da sã
Tradição e do justo progresso (cf. SC, n. 23). A esse respeito, os
livros litúrgicos são claros; exigindo, todavia, uma atenção toda
especial para que se evite toda e qualquer forma de ideologia
laxista ou tendência museológica em vista de qualquer forma
de ideologia.
16
1.
ASPECTOS
BÍBLICO-TEOLÓGICOS
17
No contexto bíblico, a referência às vestes, tanto no cotidiano
quanto no culto, tem conotação importante. No cotidiano, antes
de tudo, o vestií está ligado à vergonha pela nudez (cf. Gn 3,7-21);
em alguns casos, tem valor legal e as vestes são usadas para indi
car predileção (cf. Gn 37,3), status e riqueza pessoais (cf. Gn 45,22).
A vestimenta pode ter sentido metafórico, simbólico, indicando
um estado emotivo (cf. Gn 37,34; 2Sm 1,11), de transitoriedade
da vida e de todas as coisas (cf. SI 101,27; Is 50,9; 51,6); mudança
radical de status, de vida (cf. Gn 35,2; Lv 8,1-9; ISm 15,27-28).
Renunciar a vestes que não lhe são próprias é sinal de reconhe
cimento da sua própria identidade (cf. ISm 17,38-39); receber
uma veste também significava entrar no seguimento, no discipu-
lado, de um mestre (cf. lR s 19,19-21); rasgá-las era sinal de luto
(2Sm 3,31), de grande tristeza e desgraça (2Sm 13,19; Jó 1,20; 2,12),
de indignação e cólera (Jr 36,24; Mt 26, 65; At 14,14; 22,23).
18
(bordada), turbante e faixa ou cinto (Ex 28,4; cf. Lv 8,7-9). Tudo
deveria ser "rico e faustoso" para esplendor e ornamento, con
feccionado "em ouro, púrpura violeta, vermelha e escarlate e
linho" (Ex 28,2.5).
19
Recebendo-os e usando-os, Aarão e os seus filhos seriam consa
grados ao Senhor e poderiam exercer o seu ofício divino:
20
a pele fresca e enxuta e distanciando as possíveis infecções.
O tronco duro da árvore da qual se extrai o linho produz uma
flor azul muito delicada, da mesma cor do firmamento. Quando
tecido, o linho tem a característica de se tornar mais branco e
mais macio com o tempo e com as repetidas lavagens: quanto
mais se usa, melhor fica; assemelhando-se ao homem que, com
a experiência da idade, vai se enriquecendo sempre mais de
sabedoria (cf. SI 91,13-15; Nm 11,16-25).
21
1.2. Aspectos Teológicos
22
E função primordial da veste ocultar a visibilidade e a tangi
bilidade imediata do corpo humano. Ao mesmo tempo, a roupa
vestida no culto revela o mistério no corpo celebrante, exaltando
uma presença outra que não anula destruindo, mas valoriza cons
truindo uma realidade que ultrapassa a simples relação sensorial e
que transfigura os sentidos, especialmente, o tato e a visão.
7 Cf. TAGLIAFERRI, R. Liturgia: travestimento e mascheramento. In: TAGLIAFERRI, R. La tazza rotta. II rito:
risorsa dimenticata deH'umanità. Padova: Messaggero, 2009. p. 106.
23
revestido de uma veste branca, "sím bolo da sua nova dignida
de" (RICA, n. 33), e exortado a levá-la "sem mancha até à vida
eterna, conservando a dignidade de filho(a) de Deus" (RICA,
n. 264). A veste branca é dada àquele que se tornou "um a nova
criatura" (nova creatura factus es... RICA, n. 225; cf. 2Cor 5,17;
G1 6,15), porque revestiu-se de Cristo (cf. G1 3,27; Rm 13,14).
Estas palavras bíblico-rituais definem o mistério do Batismo e,
consequentemente, da veste batismal.
24
ela revela um estado permanente, uma nova dignidade dada à
humanidade que não é assumida ou demitida de acordo com
as ocasiões, pois o renascido pelas águas lustrais do Batismo,
revestido das vestes reluzentes, deve levar a veste branca sem
mancha para a vida eterna (RICA, n. 225; RB, n. 151).
A veste batismal não está para o rito em si, mas para o tes
temunho sucessivo da vida cristã, à qual o neófito é introduzido
por meio da mistagogia; esta vida se estenderá até à sua Páscoa
definitiva. E essa veste que se tornará para o cristão a sua carta
branca para a possibilidade de celebrar o Mistério de Cristo
em todos os Sacramentos. Nenhuma outra veste a substitui e,
sem ela, nenhuma outra vestição tem validade. Por isso, a não
ser no rito das Ordenações, a Igreja reserva raríssimos casos de
vestição em outras Celebrações Litúrgicas. Isso fica explícito
pela inexistência de um rito de entrega da alva aos candidatos
ao Sacramento da Ordem, assim como aos leigos que desempe
nham algum ministério litúrgico. Por tal motivo, nas ordenações,
os candidatos já entram revestidos da alva, símbolo da própria
veste batismal, que se torna a veste fundamental sobre a qual se
vestem todos os paramentos, desdobramentos dessa protoveste
que nos remete imediatamente à nova vida em Cristo.
8 Cf. BUSANI, Giuseppe. L'atto litúrgico e il compito delia formazione in Romano Guardini. In: GRILLO,
A (Org.). Formazione liturgica. (Atti delia XXXIII Settimana di Studio dell'Associazione Professori di
Liturgia). Roma: CLV-Edizioni Liturgiche, 2006, p. 81-88.
25
O termo rito, um vocábulo indo-europeu, na sua concep
ção latina de ars - artus, designa ordem, adaptação harmônica
das partes de um todo. Não se exclui que a raiz indo-europeia
ri, acolhida nas palavras ritmo, rima, rio, no sentido de um fluir
harmônico e ordenado, próprio do discurso e da música, faz
com que o rito assuma tanto o significado de prescrição, como
de um percurso harmônico modulado e ritmado. Usando tudo
do cotidiano, distingue-se de um comportamento comum exa
tamente porque acontece em harmonia com as partes.9
9 Cf. TERRIN, Aldo Natale. O Rito: Antropologia e fenomenologia da ritualidade. São Paulo: Paulus, 2004,
p. 18-19.
10 Cf. MAGGIANI, Silvano. Liturgia Opus Trinitatis: Epistemologia Liturgica. (Atti dei VI Congresso
Internazionale di Liturgia). Roma, 2002, p. 174-179.
26
2.
ASPECTOS HISTÓRICOS
27
2.2. Dos primórdios ao V século
28
Figura 1 - Catacumba de São Calixto, Roma. Afresco. Afresco com os mártires
do III século: Cipriano de Cartago e Cornélio de Roma (+258)
29
lâmpadas), fora introduzido o uso de uma espécie de cinto e
de manto diferenciados. A tais inventivas, o Papa Celestino I
(t 432), em 429, reagiu contrariamente, recordando que "o
homem de Igreja deve distinguir-se dos outros por sua doutrina,
não por suas vestes; por sua conversão, não por seus trajes; pela pureza
de sua mente, não pelo culto''.11
11 DECRETA Coelestini Papae XIV. Paris: Ed. J.-P. Migne (PL 67), 1865. p. 275.
30
A imagem representa o Imperador Justiniano, vestido de
uma certa forma com a sua corte, e o Bispo Maximiano com os
seus diáconos usando as tradicionais vestes (casula e dalmática).
12 "Os refinados ornamentos do corpo são estranhos ao estado sacerdotal, por isso os bispos e os clérigos
que se ornam com vestes luxuosas e chamativas devem parar de usá-las, caso contrário, sejam punidos.
Aqueles que riem daqueles que usam vestes simples e sacras sejam punidos. Desde os tempos anti
gos, os padres usaram vestes modestas e humildes, porque tudo o que se usa, não por necessidade,
mas por elegância, não escapa à acusa de frivolidade, como afirma Basílio Magno (p. 31, 977). Então
não se usava nem mesmo uma veste de seda colorida (variopinta), nem se ornavam as bordas das
vestimentas com acréscimos de cores variadas, atentos ao que Deus mesmo tinha afirmado 'aqueles
que usam roupas finas vivem nos palácios dos reis' (M t 11,8)". II Concilio de Nicéia (24 set. - 23 out.
787), cân. 16. A tradução foi feita a partir do italiano, original disponível em: www.intratext.com/ixt/
ita0139/_PI.HTM . Em parte, o texto se encontra traduzido em português: SECRETARIADO NACIONAL
DE LITURGIA. A ntologia litúrgica: textos litúrgicos, patrísticos e canônicos do primeiro milênio. Fátima:
Secretariado Nacional de Liturgia, 2015, p. 1676.
31
Figura 3 - São Gregório, obra de Juan de Nalda
(c. 1500, Museu do Prado, Madri - Espanha)
32
Os séculos do Barroco são caracterizados pelo espírito
triunfalista, festivo e contra reformista, fixando, definitiva
mente, a forma reduzida dos paramentos, marcados sobretudo
pelos elementos devocionais e florais, elevando ao grau máximo
a arte da tapeçaria por meio da técnica de "pintar com agulha"
(bordado, especialmente com fios de ouro).
33
cada função". As vestes devem contribuir para "a beleza da
ação sagrada" e devem ser abençoadas, conforme o Ritual de
Bênção (n. 1070). São citados os ministros ordenados (sacerdote
e diácono) e os ministros leigos (n. 335).
36
3.
ORIENTAÇÕES E
OBSERVAÇÕES PRÁTICAS
37
Virgem Maria; e as bênçãos previstas pelo Ritual de Bênçãos,
observa-se tudo quanto prescrito para a celebração da Missa,
tanto no que diz respeito ao tipo de paramento, quanto à sua
cor. Exceção se faz aos ritos fúnebres das Exéquias. Refletir-se-á
ainda sobre os ritos da Exposição do Santíssimo Sacramento
e procissão, da Celebração das Bênçãos, das Exéquias e dos
Exorcismos e outras súplicas. Serão também levados em con
sideração os critérios normativos para a celebração da Liturgia
das Horas e da Palavra de Deus.
3.1. Sacramentos
38
universal de salvação" (LG, n. 48).14 Essa sacramentalidade crí-
tica-histórica é comunicada por sete sinais sensíveis, instituídos
pelo próprio Cristo, chamados, também eles, de Sacramentos.
Eles são meios pelos quais Cristo continua agindo no tempo da
Igreja, pois "o que era visível no nosso Salvador, passou para os
seus sacramentos" (S. Leão Magno, 74,2).
14 CONCÍLIO VATICANO II. Constituição Dogmática Lumen Gentium: sobre a Igreja. In: SANTA SÉ. Concilio
Ecumênico Vaticano II: Documentos. Brasília: Edições CNBB, 2018, p. 75-173.
15 "O Código geralmente não determina os ritos a se observar na celebração das ações litúrgicas; por isso,
as leis litúrgicas até agora em vigor mantêm a sua validade, a não ser que alguma delas seja contrária
aos cânones deste Código" (CIC, cân. 2).
39
3.1.1. Eucaristia
41
A estola do sacerdote (cf. Figura 7) é colocada "em torno
do pescoço, pendendo diante do peito", e não em forma de cruz
(IGMR, n. 340; 337). A capa (pluvial) é usada nas procissões e
em outras ações sagradas, conforme as rubricas de cada ritual
(cf. IGMR, n. 337; 340-341; CB, n. 66).
42
Para o diácono, a veste própria é a dalmática (cf. Figura 8).
Esta é usada sobre a alva e a estola colocada "a tiracolo
sobre o ombro esquerdo, prendendo-a do lado direito"
(IGMR, n. 340; 338; CB, n. 67). A túnica ampla não é usada
pelo diácono e a IGMR precisa que "por necessidade ou em
celebrações menos solenes a dalmática pode ser dispensada"
(IGMR, n. 338), conforme Figura 9.
43
forma que possa se confundir com casula e dalmática. Não é
recomendado o uso de jalecos, pois se caracterizam como roupa
de trabalho e não como veste litúrgica. Ressalta-se que as cores
litúrgicas se aplicam exclusivamente à casula e à dalmática com
as suas respectivas estolas.
3.1.2. Batismo
20 SÃO GREGÓRIO DE NAZIANZO, Oratio 40, 3-4: SC 358, 202-204 (p. 36, 361-364).
44
de incorruptibilidade que, unindo água à Palavra da vida, lava,
purifica, refresca e santifica os seres humanos, cristificando-os,
divinizando-os, transformando-os em iluminados, filhos da
luz, portadores da luz, eles próprios luz (cf. Ef 5,8).21
45
3.1.2.1. De crianças22
22 Crianças que ainda não atingiram o uso da razão, ou seja, antes dos sete anos de idade.
23 Cf.: ORDO Baptism i Parvulorum. Editio typica altera. Città dei Vaticano: LEV, 1986, p. 23. Na tradução
portuguesa para o Brasil da segunda edição típica, com adaptações à índole do povo brasileiro, foi
omitido o que se refere à veste, permanecendo válido o que se encontra no texto original.
24 Também em Cirilo de Jerusalém, Ambrósio de Milão, Teodoro de Mopsuéstia.
25 ZENO DE VERONA. Tratados. (Corpus Christianorum, séries Latina, 22). Turnhout: Brepols, 1971.
Tratado I, 23. p. 70.
46
realizada pelo sacramento do novo nascimento: "vocês nasceram
de novo e se revestiram de Cristo: por isso, trazem a veste batis
mal" (RBC, n. 82), como previsto no n. 81 do Ritual, evitando-se a
simples alusão às vestes brancas já trajadas pelas crianças desde o
inicio da celebração, desgastando e perdendo o sentido do símbo
lo: "Mal saiu da fonte, você pôs uma bela vestimenta de um branco
puro. Esse é um sinal de brilhante esplendor diante do mundo e o
modo de vida a que simbolicamente você se integrou".26
47
todavia, a Edição Típica Latina precisa que o celebrante, sacer
dote ou diácono, use a alva, sobrepeliz e estola, ou também, o
pluvial de cor festiva.27 Se a entrada no catecumenato é celebrada
com Eucaristia, usam-se as cores do Tempo Litúrgico. Quando
celebrada fora da Missa, usam-se a alva, estola e pluvial, brancos.
27 Cf. ORDO Initiationis Christianae Adultorum. Editio typica. Città dei Vaticano: Typis Polyglottis Vaticanis,
1972, p. 31.
28 Cf. Ritual da Iniciação Cristã de Adultos (RICA).
48
O RICA prevê no número 225 que, após as palavras "recebam,
portanto, a veste batismal", ditas por quem preside, "os padri
nhos ou as madrinhas revestem os recém batizados com a veste
batismal". Esta veste batismal poderá ser uma túnica branca.
49
Embora, por direito, presbíteros investidos de especial
função dentro da Diocese gozem da faculdade de confirmar,
o ministro originário e próprio deste Sacramento é o Bispo
(cf. LG, n. 26; RC, n. 7). Por isso, sempre que esse for conferido
dentro da Missa, convém que seja ele a presidi-la, especialmen
te ladeado pelos presbíteros que, porventura, se associarem à
conferição do Sacramento (cf. RC, n. 13).
32 Apesar de a cor vermelha estar prescrita, a cor branca é teologicamente mais significativa, uma vez que
sublinha a unidade dos Sacramentos de Iniciação e seu caráter pascal e, por isso, é mais indicada.
50
b) Quando o Sacramento é celebrado fora da Missa
3.1.4. Penitência
33 Como indicado pela Conferência Episcopal Italiana (1974), "quanto à veste litúrgica para a celebração
do sacramento — da penitência — a Assembleia dos Bispos aprovou o seguinte: na celebração comu
nitária, alva e estola; na celebração individual em lugar sagrado, alva e estola, ou hábito talar e esto
la" (Nota da Presidência da CEI, 5; in ECEI 2/2070. Tradução nossa). Do mesmo modo, a Conferência
Episcopal Portuguesa (1975) diz, em continuação ao n. 14, que "Nas celebrações penitenciais comu
nitárias, o sacerdote deve estar revestido de alva e estola. Na celebração individual, é de recomendar
algum sinal litúrgico. Tenha-se bem presente, em todas as circunstâncias, o respeito devido ao sacra
mento e à pessoa do penitente".
51
sobrepeliz sobre a veste talar ou alva e estola na cor roxa, uma
vez que, quando celebrado pelo Bispo, o Cerimonial dos Bispos,
número 622, prevê:
34 "Todos os sacerdotes, e só eles, administram validamente a Unção dos Enfermos" (CIC, cân. 1003,
§1). Cf. também: CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ. Nota sobre o Ministro do Sacramento da
Unção dos Enfermos. Roma, 11 de fevereiro de 2005 (acompanhada de uma carta aos presidentes das
Conferências episcopais e de um Comentário).
53
No que diz respeito aos diáconos que, porventura, auxi
liem a Unção, presidida pelo Bispo ou presbítero, revestem os
paramentos próprios de sua ordem.
35 SÃO JOÃO PAULO II. Exortação Apostólica Familiaris Consortio: sobre a função da família cristã no
mundo de hoje. (Exortações Apostólicas). Roma, 22 de novembro de 1981.
36 No caso de o Bispo presidir a Missa, mas não celebrar a Liturgia Eucarística, põe sobre a alva a cruz
peitoral, a estola e o pluvial de cor branca; e usa mitra e báculo (cf. CB, n. 601; 175-186).
54
b)Quando o Sacramento é celebrado fora da Missa
3.2. Sacramentais
A Igreja chama de sacramentais os sinais sagrados instituí
dos por ela, com o fim de preparar os fiéis " para receber o fruto dos
sacramentos e santificar as diferentes circunstâncias da vida" (CIgC,
n. 1677). O Concilio Vaticano II recuperou, segundo a norma
do número 62 de Sacrosanctum Concilium, alguns elementos
de máxima importância referentes aos sacramentais. Antes de
37 "Onde faltarem sacerdotes e diáconos, o Bispo diocesano, obtido previamente o parecer favorável da
Conferência Episcopal e a licença da Santa Sé, pode delegar leigos para assistirem aos matrimônios,
sem prejuízo do prescrito no cân. 1108, § 3. Escolha-se um leigo idôneo, capaz de instruir os nubentes
e apto para realizar devidamente a liturgia matrimonial." (CIC, cân. 1112, §§ 1 e 2).
55
3.2.3. Exéquias
40 "As exéquias por qualquer fiel defunto são celebradas, como regra geral, na igreja da paróquia própria.
É permitido, porém, a qualquer fiel, ou àqueles a quem compete tratar das exéquias do defunto, esco
lher outra igreja para o funeral, com o consentimento do respectivo reitor, e avisado o pároco próprio
do defunto" (CIC, cân. 1177, §§ 1 e 2).
41 "Igreja, no desempenho do múnus sacerdotal de Cristo, celebra a liturgia das horas, na qual, ouvindo
a Deus que fala ao seu Povo e fazendo memória do mistério da salvação, com o canto e a oração, sem
interrupção O louva e interpela para a salvação de todo o mundo" (CIC, cân. 1173).
58
A Tradição da Igreja, desde os primórdios, propõe ritmos
e tempos destinados a nutrir a continuidade da oração, san-
tificando o tempo, cotidianamente, por meio da Liturgia das
Horas. Esta proposição não é somente para sacerdotes, religio
sos de ambos os sexos, mas para todos os batizados.42 Aqueles
que nela tomam parte, "fazem crescer o povo de Deus, através
de misteriosa fecundidade apostólica" (IGLH, n. 18).
42 "Têm obrigação de celebrar a liturgia das horas os clérigos nos termos do cân. 276, § 2, n. 3; os mem
bros dos Institutos de vida consagrada e das Sociedades de vida apostólica, segundo as constituições.
Uma vez que a liturgia das horas é ação da Igreja, também se recomenda vivamente aos restantes fiéis
que nela participem, segundo as circunstâncias" (CIC, cân. 1174, §§ 1 e 2).
59
"O presbítero ou diácono que preside o Ofício pode usar
a estola sobre a alva ou a sobrepeliz; o presbítero pode usar
também o pluvial. Aliás, nada impede que, em solenidades
maiores, vários presbíteros vistam pluvial e os diáconos, a dal-
mática" (IGLH, n. 255).
43 "Onde as necessidades da Igreja o aconselharem, por falta de ministros, os leigos, mesmo que não
sejam leitores ou acólitos, podem suprir alguns ofícios, como os de exercer o ministério da palavra, pre
sidir as orações litúrgicas, conferir o Batismo e distribuir a sagrada Comunhão, segundo as prescrições
do direito" (CIC, cân. 230, § 3).
44 CNBB. Animação da Vida Litúrgica no Brasil. 22. ed. Brasília: Paulus, 2019.
60
criação das últimas décadas" (Doc. CNBB 52, Introdução)45
e asseguram a possibilidade de as comunidades cristãs de
se reunirem nos domingos e festas, com a preocupação de
"inserir suas reuniões na celebração do Ano Litúrgico e de as
relacionar com as comunidades que celebram a Eucaristia"
(Doc. CNBB 52, Introdução).
45 CNBB. Celebração da Palavra de Deus. 3. ed. (Subsídios 3). São Paulo: Paulus, 2004.
61
transcreve-se aqui, o já publicado no Documento 108 da CNBB,
Ministério e Celebração da Palavra, n. 127:
a) Quanto à forma:
46 CNBB. Ministério e Celebração da Palavra. (Documentos da CNBB, 108). Brasília: Edições CNBB, 2019.
62
b) Quanto à cor:
47 INOCÊNCIO III. De sacro altares mysterio, libri VI, caput LXV (PL CCXVII, 799,802)
48 Seu uso provavelmente foi sugerido pela bênção da Roda de Ouro, que o pontífice celebrava no IV
Domingo da Quaresma.
Branco
49 Cf.: INOCÊNCIO III, De sacro altares mysterio, libri VI, caput LXV (PL CCXVII, 799,802)
50 Homiliae super Cantica, I (PG XLIV-XLVI)
65
Cores associadas ao branco e à sua simbologia são sobre
tudo o prateado e o dourado. Para São Gregório, o dourado das
vestes sacerdotais representa a inteligência recebida da parte
de Deus.
Preto
Roxo
66
como poderíamos pensar, mas como cor da espera da Glória,
estabelecendo seu caráter de passagem.
Rosa
Vermelho
Verde
67
tonalidades apagadas e amareladas do verde significam a
perda da vitalidade, a corrupção e a deterioração. Assim, é
fácil reconhecer sua relação, no âmbito cristão, com o Tempo
Comum, tempo da espera e da esperança na ressurreição, e,
portanto, também a cor da fé. Um autor do séc. XVII justifica o
uso de roupas litúrgicas verdes pelo Papa, "por serem símbolo
de esperança".56
68
f ) O rosa pode ser usado, onde for costume, nos domingos
Gaudete (III do Advento) e Laetare (IV na Quaresma).
g) Em dias mais solenes, podem ser usadas vestes sagra
das festivas ou mais nobres, mesmo que não sejam da
cor do dia, a exemplo da cor prata ou dourada.
h) O azul não é cor litúrgica legitimamente aprovada para
uso no Brasil; portanto, não deve ser usada, pois só é
permitida em países que para isso receberam especial
indulto da Santa Sé.
As Missas rituais são celebradas com a cor própria, a
branca ou a festiva; as Missas por diversas necessidades, com a
cor própria do dia ou do Tempo, ou com a cor roxa, se tiverem
cunho penitencial; as Missas votivas, com a cor que convém à
Missa a ser celebrada, ou também com a cor própria do dia ou
do Tempo.
69
O altar deve ser ornado sempre com uma toalha branca
"que combine, por seu formato, tamanho e decoração, com a
forma do mesmo altar" (IGMR, n. 304). Deste modo, ressalta-se
o caráter pascal da Celebração.
70
repetir essa mensagem (como acontece, por exemplo, quando
se representa o lava-pés numa estola de diácono, ou um Cristo
ressuscitado em uma casula branca).
71
Ao definir os tipos de hábito que identificam o clérigo, a
Conferência episcopal deve levar em conta os legítimos costu
mes da região. Para a válida promulgação desse decreto geral,
a Conferência deve pedir o reconhecimento ao Dicastério para
os Bispos (cf. cân. 455, §2). Assim, esse tipo de traje passa a ser o
hábito identificativo do estado clerical. Por conseguinte, os não
clérigos devem abster-se de usá-lo.
57 Cf. CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS. Redemptionis sacra-
mentum: sobre algumas coisas que se devem observar e evitar acerca da Santíssima Eucaristia (25
de março del994), n. 126, Notitiae 40 (2004) 171-172; CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A
DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS. Tertia ad Constitutionem de Sacra Liturgia recte exsequendam
Liturgicae instaurationes. Roma, 5 de setembro de 1970, n. Sc, AAS 62 (1970) 701.
72
na Santa Missa que não concelebra. O hábito eclesiástico e o
hábito religioso, assim como o hábito coral, não substituem a
alva ou a túnica na concelebração, mas podem ser usados com
a estola apropriada em lugar da túnica na celebração de alguns
Sacramentos (Penitência; Unção dos Enfermos e na distribuição
da Comunhão fora da Missa ou na Missa em que não concele
bra) ou ainda na celebração de sacramentais.
73
C ONC L U S Ã O
75
melhor (...). Assim, honra-o tu com a honra prescrita em
lei, distribuindo tua fortuna com os pobres. Deus não
precisa de vasos de ouro, mas de almas de ouro. Digo
isto, não para proibir que haja presentes, mas que com
eles e antes deles se deem esmolas. Porque ele aceita os
presentes, porém muito mais as esmolas. Dos presentes,
só quem oferece tem lucro; das esmolas, também aquele
que recebe tem lucro. Lá o presente parece ser ocasião de
ostentação; aqui só pode ser compaixão e benignidade.
Que proveito haveria, se a mesa de Cristo estivesse co
berta de taças de ouro e ele próprio morrendo de fome?
Sacia primeiro o faminto e, depois, do que sobrar, adorna
sua mesa. Fazes um cálice de ouro e não dás um copo
d'água? Que necessidade há de cobrir a mesa com teci
dos de ouro, se não lhe concederes nem mesmo a coberta
necessária? Que lucro haverá? Dize-me: se tu vês alguém
que precisa de alimento e, deixando-o lá, tu vais rodear
a mesa de ouro, será que ele te agradecerá ou, ao con
trário, se indignará? Que acontecerá se ao vê-lo coberto
de farrapos e morto de frio, deixando de dar as vestes,
mandas levantar colunas douradas, declarando fazê-lo
em sua honra? Não se julgaria isto objeto de zombaria
e de extrema afronta? Pensa também isto a respeito de
Cristo, quando errante e peregrino vagueia sem teto.
Não o recebes como hóspede, mas ornas o pavimento,
as paredes e os capitéis das colunas, prendes com cor
rentes de prata as lâmpadas, e a ele, preso em grilhões
no cárcere, nem sequer te atreves a vê-lo. Torno a dizer
que não proíbo tais adornos, mas que com eles haja tam
bém o cuidado pelos outros. Ou melhor, exorto a que se
faça isto em primeiro lugar. Daquilo, se alguém não o
faz, jam ais é acusado; isto, porém, se alguém não o faz,
provoca-lhe a Geena e fogo inextinguível, suplício com
os demônios. Por conseguinte, enquanto adornas a casa,
não desprezes o irmão aflito, pois ele é mais precioso que
o templo (Liturgia das Horas, vol. IV, p. 155).
76
Que o presente Estudo ajude nossas comunidades a redes-
cobrir o sentido simbólico e pedagógico das vestes e suas cores,
superando os meros adereços, para que, conscientes, celebrem
com dignidade a sagrada Liturgia, prelúdio e antecipação da
Liturgia Celeste.
77
GLOS S ÁR I O
79
completamente as vestes comuns que circundam o pescoço"
(IGMR, n. 336; cf. CB, n. 65)
80
(paenüla). Era uma espécie de capa redonda e sem mangas, para
proteger-se da chuva, usada, geralmente, nas viagens (casula
planeta, roupa de viagem que gira em torno do corpo) para
se proteger também do frio (um enorme poncho). A sua forma
arredondada cobria completamente o corpo. Vestia-se por meio
de uma abertura central dotada de um capuz. Tornou-se uma
veste elegante. O povo a usava de forma mais reduzida: mais
curta na frente e longa atrás. Ao longo dos séculos, a casula
sofreu muitas mutilações. Sendo reduzida quase a um esca-
pulário ou painel foi, finalmente, restaurada especialmente a
partir do Movimento Litúrgico. E a veste própria do celebrante
principal e dos concelebrantes, tanto na missa como em outras
ações sagradas ligadas a ela, que se usam sobre a alva e a estola
(cf. IGMR, n. 337; CB, n. 66)
81
Dalmática. Do tardo latino Dalmatica: veste proveniente
da Dalmácia. Tipicamente grega e mais tarde introduzida em
Roma (II século d.C.). Era uma roupa de passeio. Tratava-se de
uma espécie de túnica que se usava sobre a talar (alva), longa
até os joelhos, sem cinto (cíngulo), com mangas mais largas que
iam até o antebraço. Ligeiramente aberta nas laterais, era quase
sempre ornada com duas faixas púrpuras que desciam perpen
dicularmente na frente, dos ombros até em baixo. Entrou para o
uso dos diáconos no IV século, como concessão dada pelo Papa
Silvestre, porque antes era uma veste própria do Pontífice e do
Bispo. A dalmática é veste própria do diácono. Veste-se sobre
a alva e a estola. Nas celebrações menos solenes, ou por neces
sidade, pode ser dispensada (cf. IGMR, n. 338). O Bispo pode
usá-la (de cor branca) sob a casula nas Celebrações solenes,
sobretudo nas Ordenações, na bênção de Abade e Abadessa,
na consagração das virgens, na dedicação de igreja ou de altar
(CB, n. 56).
82
Gremial. Do latim grèmlum (ventre, seio, peito) avental.
Trata-se de um avental, de uso estritamente funcional, geral
mente de linho branco, usado unicamente pelo Bispo, sobre os
paramentos, durante as unções e abluções, para evitar manchas
de óleo ou de água, especialmente no lava-pés, nas ordenações
de presbíteros e Bispos e na dedicação de igreja e de altar.
83
Pálio. Do latim pallium: sobreveste, capa ou manto que
cobre os ombros, que deriva por sua vez da palia romana, um
manto/faixa de lã usado pelas matronas romanas. De proveni-
ência grega, era a veste dos filósofos. Tratava-se de uma faixa
de tecido três vezes mais comprida que a sua largura. Usava-se
como uma grande echarpe, fixando-a sobre o ombro esquerdo
com uma espécie de broche. Por ser muito incômodo, preferia-
-se a pênula. Depois de ligeiras modificações, passou a ser
usado como acessório (echarpe, literalmente) sobre a pênula.
Trata-se hoje de uma espécie de echarpe de lã branca, com 6
cruzes bordadas, tendo cerca de 5 centímetros de largura e dois
apêndices, um na frente e outro nas costas. Usado no oriente já
no III-IV século, foi adotado no ocidente somente no V século.
No ano 877, no sínodo de Ravena, o Papa João VIII estabele
ceu que a concessão do Pálio e a contemporânea profissão de
fé fossem as condições irrenunciáveis para que um Arcebispo
pudesse exercer a sua jurisdição. Segundo o Cerimonial dos
Bispos, "O arcebispo metropolitano, que já o tiver recebido do
Romano Pontífice, reveste-o por cima da casula, dentro do ter
ritório da sua jurisdição, quando celebra a Missa estacionai, ou
pelo menos quando celebra com grande solenidade, e ainda nas
ordenações, na bênção de Abade e Abadessa, na consagração
das virgens, na dedicação de igreja ou de altar" (CB, n. 62).
84
Sobrepeliz. Do latim superpellicèum (sobre a pele). Trata-
-se de uma alva curta e com as mangas largas, sempre de cor
branca. Faz parte das vestes corais, usadas também nas procis
sões. Documentada pela primeira vez na Espanha no século XI,
apareceu em Roma por volta de meados do século XII, vinda
talvez do norte da Europa, usada sobre as vestes de pele (super
pelliceum ) com o fim de proteger de eventuais sujeiras. No
século XIV fixou-se como indumentária distintiva dos graus
inferiores dos clérigos. E usada por todos os clérigos, por cima
da batina, em todas as ocasiões que não são ligadas à celebração
da Eucaristia, e pelos acólitos (coroinhas).
85
sagradas com as mãos. Já em uso no VIII século para as Missas
pontificais pelos acólitos e, dos séculos XI-XII em diante, pelos
subdiáconos. Dos séculos XV-XVI em diante, entra em uso tam
bém para os presbíteros. Usado pelo diácono ou pelo sacerdote
(presbítero ou Bispo) para levar processionalmente o Santíssimo
Sacramento (na Missa da Ceia do Senhor [CB, n. 299-306]; na
Ação litúrgica da Paixão do Senhor, vermelho ou branco [CB,
315-325]; na Procissão Eucarística da Solenidade do Santíssimo
Corpo e Sangue de Cristo [CB, n. 388-391.]), exposição e Bênção
do Santíssimo (SCCMEFM, n.92-93; CB, n.1114-1115). Variante:
Uma forma mais simplificada do véu de ombros é a chamada
vimpa, que é endossada pelos acólitos que nas funções litúrgicas
seguram a mitra e o báculo, quando o Bispo não os está usando
a fim de não os danificar com o suor das mãos.
86
FI GURAS
87
Figura 9 Alva e estola, sem dalmática. Arte de Marcelo
Molinero, osb.
88
REFERÊNCIAS
89
_____________. Constituição Dogmática Lumen Gentium, sobre a
Igreja. In: CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II.
Documentos. Brasília: Edições CNBB, 2018.
90
SÃO JOÃO PAULO II. Fam iliaris Consortio. 23.ed. Exortação
apostólica sobre a missão da família cristã no mundo
de hoje. São Paulo: Paulinas, 2010.
91
RITUAL do Matrimônio, l.ed. 1993, 15a reimpressão. São
Paulo: Paulus, 2014.
2. ESTU DO S: Livros
92
O Estudo da CNBB 115 apresenta a
história das vestes litúrgicas desde seus
primórdios e, principalmente, os detalhes das
vestimentas que o sacerdote tem de portar
em cada Celebração específica da Igreja.
Também por meio das vestes sagradas, o
Ministro faz transparecer a beleza do
Sacramento e, por isso, este tema é rico em
simbologias e ensinamentos para a melhor
vivência das Celebrações Litúrgicas. O livro é
dividido em três partes: "Aspectos
Bíblico-teológicos", "Aspectos Históricos" e as
"Orientações e Observações Práticas".
ISB N 978-65-5975-186-0
9786559 751860