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PARTE I
1
Interessante o comentário da Bíblia de Jerusalém: “no discurso compósito que daí resulta, temos cinco temas principais: 1. o
espírito que deve animar os filhos do Reino (5, 3-48); 2. o espírito com que devem eles ‘cumprir’ as leis e as práticas do judaísmo
(6, 1-18); 3. o desprendimento das riquezas (6, 19-34); 4. as relações com o próximo (7, 1-12); 5. a necessidade de entrar no Reino
por uma decisão corajosa que se traduza em atos (7, 13-27)” (Mt 5, nota d).
2
de valorização das mulheres,2 das crianças,3 dos pobres,4 dos leprosos,5 dos inimigos,6
dos pecadores.7
Sinais significativos da sua autoridade foram as suas obras de poder, isto é, os
milagres, que tiveram um fortíssimo impacto entre os discípulos e sobre o povo,
suscitando estupor e entusiasmo, mas, ao mesmo tempo, inveja e ódio.8
Jesus comunicou, também, com os seus momentos de silêncio, os seus olhares, o
seu próprio movimento espacial: no seu caminhar rumo à Jerusalém havia uma precisa
2
Jesus vivia numa sociedade e cultura onde as mulheres, desrespeitadas e humilhadas nos seus direitos fundamentais de pessoa,
eram propriedade primeiro do pai e depois do marido. Neste ambiente, Jesus agiu sem animosidade, mas com liberdade e coragem.
Aproxima-se das mulheres, as cura, não discrimina as estrangeiras (cura a filha da sírio-fenícia: Mc 7, 24-30), supera o tabu da
impureza legal (cura a hemorroísa: Mc 5, 34), as toma como exemplo (elogia a pobre viúva: Mc 12, 41-44), cultiva amizade com
elas (tem familiaridade com Marta e Maria, irmãs de Lázaro: Lc 10, 38-42; Jo 11). Uma novidade absoluta foi dada pela sua atitude
misericordiosa para com as mulheres, que eram desprezadas porque pecadoras ou adúlteras, como a pública pecadora que entra na
casa do fariseu para ungir os seus pés com óleo perfumado (Lc 7, 37-47) ou a mulher flagrada em adultério (Jo 8, 3-11). Um
exemplo significativo é dado no seu colóquio com a samaritana. Jesus dialoga com ela, manifesta-lhe o mistério do Pai, aquele da
adoração trinitária e o segredo da sua pessoa (Jo 4, 21-26). Para Jesus, a mulher era igualmente capaz, como o homem, de penetrar
nas grandes verdades religiosas, de aceita-las, de vivê-las e de anuncia-las. A samaritana, de fato, torna-se discípula e mensageira
para os habitantes de sua aldeia (Jo 4, 39). Também Marta, a irmã de Lázaro, emite, como Pedro, uma entusiasta profissão de fé ( Jo
11, 27). As mulheres com Jesus tornam-se maduras e vencem a segregação da cultura. Acompanham Jesus até a cruz sem trai-lo ( Mt
27, 55). O Ressuscitado deu a elas a alegria de serem as primeiras anunciadoras da ressurreição. Aparecendo à Madalena, Jesus
confia a ela a primeira boa-notícia (Jo 20, 18). O comportamento de Jesus é muito positivo: é o comportamento de um homem
equilibrado e extraordinariamente harmônico. A fonte de tal atitude é a obediência à lei da criação e da redenção. O seu critério de
avaliação é a realidade do “início”, aquela da igual dignidade e nobreza do homem e da mulher ( Gn 1, 27). Para aqueles que falam
de libelo de repúdio permitido por Moisés, Jesus afirma que “no princípio” (Mc 10, 6) não era assim. Ele conhece a realidade da
criação e sabe que não só o homem, mas também a mulher é imagem de Deus. Sabe que a imagem da pessoa humana, desfigurada
pelo pecado, é restaurada pelo seu mistério de encarnação. O seu quadro de referência é, portanto, a realidade do início e aquela da
plenitude dos tempos: é no seu mistério que o homem e a mulher recuperam o esplendor da autêntica imagem de filhos e filhas de
Deus, com igual dignidade e nobreza (Gl 3, 28) (A. AMATO, Gesù il Signore. Saggio di cristologia. EDB: Bologna, 1999, pp. 173-
174).
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O prêmio da eterna comunhão com Deus dependerá da acolhida de Jesus, nos pequenos e necessitados ( Mt 25, 34-40). Enquanto
instruía os discípulos (Mc 9, 31), Jesus toma uma criança e deixa o mandamento da acolhida (Mc 9, 36-37). Aos discípulos que
discutiam sobre quem seria o maior, Jesus responde com um gesto simbólico: o maior é o menor, o primeiro é o último, o senhor é o
servo de todos, o verdadeiro adulto no reino dos céus é a criança. Não são as crianças que devem tornar-se adultas, mas os adultos
devem tornar-se crianças. Para compreender a originalidade do comportamento de Jesus, é preciso olhar a cultura daquele tempo
que, em geral, tinha uma baixa consideração pelos pequenos, vendo neles, muito mais, as deficiências e as imperfeições. O
comportamento positivo de Jesus é inequívoco (Mt 19, 14). Para Ele são, sobretudo, os pequenos que compreenderão as coisas
divinas (Lc 10, 21). E, por isso, convida os adultos a uma conversão (Mc 10, 14; Mt 18, 3-4). A criança torna-se imagem de Jesus
(Mt 18, 5). Ou melhor, a acolhida de uma criança é acolhida ao Pai (Mc 9, 37). Os pequenos devem ser acolhidos e protegidos e não
humilhados, escandalizados ou mortos (Mt 18, 6). Somente Lc acena à infância de Jesus com o episódio da perda no templo de
Jerusalém e com uma afirmação geral (Lc 2, 40). Jesus viveu em primeira pessoa a experiência de ser “infante”, sem palavra, Ele
que era a Palavra; frágil, Ele que era forte. Sabe que ser criança quer dizer abandonar-se inteiramente aos outros; depender dos
outros; aprender com os outros. Um segundo motivo para a grande consideração que tem pelas crianças é que Ele é o Filho do Pai.
Mesmo crescendo, Ele permanece por toda a eternidade como “Filho”, como Aquele que está no seio do Pai, nos braços da caridade
divina. A exaltação dos pequenos não significa imaturidade e imperfeição, mas intimidade e simplicidade (AMATO, Gesù il
Signore, pp. 174-176)
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A atitude em relação aos pobres é um traço do Jesus histórico. Na mensagem de Jesus, a proximidade do Reino significa
proximidade salvífica de Deus em relação aos pobres e marginalizados. A sua pessoa e a sua presença é para os pobres e os
pecadores (Mt 9, 12; 21, 31); um gesto de bondade absoluta de Jesus, inocente, com relação aos pobres e pecadores, capazes de
conversão e de perdão diante de Deus. São os emarginados e os perdidos o objeto de predileção de Jesus (Mt 18, 14; Lc 15, 7).
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No tempo de Jesus, não existiam os atuais conhecimentos científicos sobre as doenças e os micro-organismos que podiam ser
causas delas. Não existia uma adequada compreensão dos males psicológicos. Não eram conhecidas, ao menos em Israel, operações
cirúrgicas significativas, excetuando a circuncisão, que, porém, tinha um caráter mais sócio-religioso do que terapêutico. As regras
de higiene também eram rudimentares e, até mesmo, carentes, assim como as terapias e as medicinas, que na maior parte dos casos
se reduziam a dietas (Lc 8, 55), unguentos e cataplasmas (Is 1, 6; 38, 21), colírios (Ap 3, 18), banhos (Jo 5, 4). No Novo Testamento,
são descritas enfermidades físicas como a surdez e a mudez (Mc 7, 31-37), a epilepsia (Lc 9, 38; Mt 17, 14), a hidropisia (Lc 14, 2),
as hemorragias (Mt 9, 20-22), etc. A atividade curativa de Jesus cobre o inteiro arco do seu apostolado ( Mt 4, 23-24; 9, 35; 14, 34-
36; 15, 30-31). Por isso, são inúmeras as curas realizadas por Ele. Nestas curas, a humanidade de ontem e de todos os tempos é
acolhida na extrema marginalidade da doença e da solidão e conduzida à comunhão com o Reino de Deus que “já” chegou
(AMATO, Gesù il Signore, p. 171).
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Para vencer a alienação do ressentimento e da vingança, Jesus dá lições de perdão a quem nos ofende e persegue. Ele perdoa o
apóstolo Pedro que o havia renegado (Jo 21, 15-19), os discípulos que o haviam abandonado e, até mesmo, os seus carnífices (Lc
23, 34). Com o exemplo e a palavra, Ele educa à misericórdia e ao perdão ( Mt 6, 14; Lc 17, 3). Com a parábola do filho pródigo, Ele
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mostra como seja grande o coração misericordioso de Deus Pai que perdoa as culpas dos filhos ingratos (Lc 15, 11-32; Mt 18, 21-
22). Jesus se opõe a vingança e supera a justiça humana com uma atitude de perdão e de amor ao inimigo (Mt 5, 43-48). Perdoar e
amar os inimigos é obra divina (Mt 5, 48; Lc 6, 36).
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A atitude de Jesus em relação ao pecado resultou ainda mais provocativa e custou-lhe a acusação de “blasfêmo”. Jesus não só
curava, mas pretendia perdoar os pecados (Mc 2, 10-11). Isto suscitou estupor (Mc 2, 12), mas também incompreensão (Mc 2, 7).
Nesta sua atitude, contudo, Jesus oferece um significativo indício do fato de que a misericórdia e o perdão de Deus passam pelos
seus gestos, palavras e ações. Jesus vence não só o pecado (e as doenças), mas também Satanás. Ele liberta os seres humanos
possuídos pelo maligno (Mt 8, 16). Curou os dois endemoninhados de Gadara (Mt 8, 28-34; Mc 5, 1-20; Lc 8, 26-39), o possesso de
Cafarnaum (Mc 1, 21-28; Lc 4, 31-37), o endemoninhado mudo (Mt 12, 22-24), um outro cego e mudo (Mt 12, 22-24). É verdade
que naquele tempo distúrbios, alterações funcionais e doenças como a epilepsia eram consideradas consequências de possessões
diabólicas. Na luta com os possessos, porém, Jesus encontra-se diante não somente das pessoas doentes, mas diante do adversário do
bem, o tentador e sedutor do gênero humano. E o vence. O poder de Jesus é superior aquele de Satanás. Nos exorcismos, Ele não só
cura uma doença, mas expele aquele que é o adversário do Reino de Deus. Na luta entre o bem e o mal, Jesus é o vencedor de
Satanás (AMATO, Gesù il Signore, p. 172)
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Os “milagres” (trata, parádoxa) de Jesus são chamados também e melhor de “sinais” (semeia), “gestos de poder” (dynámeis),
“obras” (erga). Eles ocupam muito espaço na existência e na missão de Jesus. Sem os milagres não se explicaria nem o entusiasmo
da multidão e dos discípulos, nem o ódio dos inimigos. Os sinóticos possuem uma longa lista de milagres. A primeira parte de Jo é
comumente chamada de o “livro dos sinais”. Os milagres, além disso, estão estreitamente ligados à pregação do Reino e ao processo
de decifrar o mistério de Jesus (Mt 11, 5-6). A maior parte dos milagres de Jesus teve um caráter público com testemunhas que
podiam assegurar a sua veracidade (At 2, 22). É um fato indubitável que nenhum dos seus contemporâneos tenha lhe negado tal
qualificação. Os seus adversários contestaram somente a autoridade em nome da qual Ele realizava os milagres (Mt 12, 24). Os
milagres de Jesus, mais que eventos extraordinários contra ou sobre a natureza, devem ser considerados como um poderoso sustento
e reforço das forças da natureza por parte de Deus, Criador e Providente. Mediante o “milagre”, isto é, mediante a intervenção
imediata vivificante e restauradora de Deus, a natureza é “potencializada” de modo tal ter restituída a sua integridade: ela, de fato,
revive, cura, retoma o seu equilíbrio psicológico, é retirada do poder do maligno. O “milagre”, ainda que na sua inegável forma
extraordinária, é um intrínseco reforço da natureza. É, portanto, um evento intimamente “segundo a natureza” do ser humano que é
natureza criada para a vida, para a felicidade, para a integridade física e psíquica. É quase um retorno do ser humano à sua condição
inicial, quando a sua natureza não tinha sido ainda marcada pela doença ou pela morte. Por isso, os “milagres” são sinais da
proximidade do Reino presente em Jesus na humanidade e no cosmo, que são envolvidos nessa obra íntima de restauração. Isto
emerge dos termos usados, que somente em pouquíssimos casos correspondem à nossa palavra “milagre”. Raramente são chamados
de “fatos maravilhosos” (At 2, 22; Rm 15, 19, 2Cor 12, 12: térata) ou “coisas prodigiosas” (Lc 5, 26: parádoxa). Os termos
comumente usados são: “atos de potência” (dynámeis), “sinais” (semeia), “obras” (érga). A terminologia está sempre a serviço da
Palavra, seja como elemento de Revelação, seja como atestado da sua autenticidade e da sua eficácia. Os “milagres” são sinais da
potência de Deus, do amor divino, do advento do Reino messiânico; são sinais de missão divina e da glória de Cristo; são revelação
trinitária; sãoindica que Jesus não foi um simples operador de prodígios. Os “milagres” adquirem seu significado somente em
relação à sua pregação, à sua missão e à explicitação do mistério da sua pessoa. O “milagre” símbolos da economia sacramental e
são sinais das transformações do mundo dos últimos tempos. Eles tem uma função quádrupla de comunicação e de revelação da
mensagem da salvação; de atestado da realidade de Jesus e de libertação e promoção do ser humano e do cosmo. Os milagres são
sinais do ingresso extraordinário do Reino de Deus sobre a terra na pessoa de Jesus, que destrói o reino demoníaco (Mt 12, 28; Lc
10, 17-20). Aonde avança o Reino de Deus mediante os milagres, retira-se o reino do maligno (Lc 10, 18). Os milagres restituem ao
ser humano a sua integridade física, espiritual, psíquica, antecipando, de modo parcial, mas real, o futuro da humanidade e do cosmo
em Deus. Testemunham a autoridade/poder escatológica de Jesus (Mt 7, 29; 9, 6.8). Ele é o Messias verdadeiro que fala e age e a
sua ação corresponde à sua palavra. Os “milagres”, de fato, são a realização das promessas messiânicas ( Mt 11, 5-6) (AMATO,
Gesù il Signore, pp. 179-183).
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9
Daqui o termo catequese, do grego katechéo: faço ressoar, ensino de viva voz (Lc 1,4; At 18,25; 21,21; 1Cor 14,19; Gl 6,6).
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É preciso distinguir, do ponto de vista pastoral, a organização catecumenal anterior à Paz de Constantino daquela posterior. Do
ponto de vista pastoral, os séculos IV e V não são a época de ouro desta instituição, ainda que, do ponto de vista dos escritos
teológicos estes sejam os séculos de figuras importantes como: Ambrósio de Milão, Agostinho de Hipona, Cirilo e João de
Jerusalém, dentre outros.
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11
Assim se expressa Hipólito de Roma acerca dos que se aproximam da fé: “sejam, também, interrogados sobre sua vida: se tem
mulher, se é escravo [...]. Inquirir-se-á também a respeito dos trabalhos e ocupações dos que se apresentam para ser instruídos”
(HIPÓLITO DE ROMA, Tradição Apostólica. Vozes: Petrópolis, 1971, n. 33-35).
12
“Ouçam os catecúmenos a Palavra durante três anos. Se algum deles for atento e dedicado, não se lhe considerará o tempo:
somente o seu caráter – nada mais – será julgado” (HIPÓLITO DE ROMA, Tradição Apostólica, n. 38).
13
Base do atual Tempo da Quaresma.
14
Base da atual Semana Santa.
15
“Desde o momento em que houverem sido separados, seja imposta a mão sobre eles, diariamente, e ao mesmo tempo sejam
exorcizados” (HIPÓLITO DE ROMA, Tradição Apostólica, n. 42). O exorcismo era entendido como uma oração para que a
maldade, o erro e o pecado fossem retirados da vida do batizando através da ação salvadora de Deus.
16
“Jejuem os que receberão o Batismo na véspera do sábado” (HIPÓLITO DE ROMA, Tradição Apostólica, n. 42).
17
“No sábado, serão eles reunidos em um só local, designado pelo bispo [...] E permanecerão vigilantes durante toda a noite, e se
lerá para eles, e serão instruídos” (HIPÓLITO DE ROMA, Tradição Apostólica, n. 42.44).
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18
“Assim que desce à água o que é batizado, diga-lhe o que batiza, impondo sobre ele a mão: Crês em Deus Pai Todo Poderoso? E
o que é batizado, responda: Creio. Imediatamente, com a mão pousada sobre a sua cabeça, batize-o aquele uma vez. E diga, a seguir:
Crês em Jesus Cristo, Filho de Deus, que nasceu do Espírito Santo e da Virgem Maria, e foi crucificado sob Pôncio Pilatos e morreu
e (foi sepultado) e, vivo, ressurgiu dos mortos no terceiro dia, e subiu aos Céus e sentou-se à direita do Pai e há de vir julgar os
vivos e os mortos? Quando responder: Creio, será batizado pela segunda vez. E diga novamente: Crês no Espírito Santo, na santa
Igreja (e na ressurreição da carne)? Responda o que está sendo batizado: Creio. E seja batizado pela terceira vez” (HIPÓLITO DE
ROMA, Tradição Apostólica, n. 48 e 50). A menção a “três batismos” não deve ser entendida em sentido literal, mas sim, como
“três banhos” pelos quais o batizado passava, em analogia à fé trinitária que estava professando.
19
“Ao cantar do galo, reze-se, primeiro, sobre a água [...]. Os baptizandi despirão suas roupas, batizando-se primeiro as crianças
[...]. Batizem-se depois os homens e finalmente as mulheres” (HIPÓLITO DE ROMA, Tradição Apostólica, n. 44). Apesar de a
Tradição Apostólica mencionar a prática do batismo infantil, tal prática não era comum até o século IV.
20
Do Grego, néo+fitos (novas plantas).
21
CIRILO E JOÃO DE JERUSALÉM, Le Catechesi ai misteri. Città Nuova Editrice: Roma, 1990, n. 33.
22
SC 64-65.
23
AG 14.
24
SAGRADA CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO, Ritual da Iniciação Cristã de Adultos, Paulinas: São Paulo, 2ed.,
2009.
25
Cf. EN 44; CR 130; DGC 88-91; DNC 45-50; DAp 286-294; Estudos da CNBB 97; DGAE 2011-2015, 37-43.
8
Em nosso cenário pastoral nacional, tem início uma série de formas novas de
Catecumenato, com novas exigências e situações: adultos, jovens e crianças candidatos
ao batismo; pessoas iniciadas sacramentalmente, que buscam amadurecer na fé;
“neocatecumenatos” etc. A esta série de iniciativas, talvez, seja melhor chamar de
“inspiração catecumenal”, pois abarcam desde a recuperação do Catecumenato (como
previsto pelo RICA) passando por iniciativas que, no conjunto do seu agir pastoral,
inspiram-se no Catecumenato.26
Vemos, portanto, em nossos dias, como grande é o número de pessoas
consagradas à transmissão da fé, que assumem este “caráter catecumenal” em muitas de
suas ações pastorais. Além disso, assistimos a um incremento da iniciação à vida cristã
de adultos, jovens, adolescentes e crianças.
Dentre tantas motivações (teológica, histórica, sociológica, cultural), que levaram
ao surgimento desta “inspiração catecumenal”, acreditamos que a motivação pastoral
seja a mais evidente, pois aponta na direção da ineficácia da práxis eclesial tradicional
de transmissão da fé, da emergência de novos sujeitos e de novas exigências pastorais
nos tempos atuais.27
Apesar do surgimento e incremento desses processos de inspiração catecumenal,
assistimos ainda a uma catequese de iniciação que “conclui”, pois, a experiência dos
sacramentos de iniciação à vida cristã marca o fim da prática religiosa, quando não da fé
cristã. Demonstrando a crise do processo de socialização educativa, onde os
mecanismos de transmissão das crenças e dos valores tradicionais da fé não funcionam,
fazendo com que o patrimônio de convicções e atitudes religiosas não passe mais de
uma geração à outra.
Neste cenário, as cerimônias e ritos sacramentais não parecem ser expressão da
autêntica fé cristã, mas a solicitação de um imperativo sócio-cultural. Revelando a
existência de uma catequese ainda infantil, não promotora de uma fé adulta numa Igreja
adulta e desafiando a mesma a compreender a mudança de época na qual nos
encontramos e os consequentes desafios que tal mudança de época traz para a pastoral
da Catequese.
26
Sobre o atual interesse pela Iniciação à Vida Cristã, ver: L. ALVES DE LIMA, A iniciação cristã ontem e hoje. História e
documentação autal sobre a Iniciação Cristã. In: CNBB, 3ª Semana Brasileira de Catequese, CNBB: Brasília, 2-4.
27
J. PORTELLA AMADO, Catequese num mundo em transformação. Desafios do contexto sócio-cultural, religioso e eclesial para
a iniciação cristã. In: CNBB, 3ª Semana Brasileira de Catequese, CNBB: Brasília, 6.
9
Já há algum tempo, nas sociedades ocidentais, acontece uma evolução cultural que
coloca em ato grandes mudanças que interpelam toda a comunidade eclesial:
A novidade das profundas transformações, que acontecem também em nosso país, diferentemente
do ocorrido em outras épocas, é que elas têm alcance global que, com diferenças e matizes, afetam
o mundo inteiro, atingindo todas as dimensões da vida humana. [...] A história se acelerou e as
próprias mudanças se tornam vertiginosas, visto que se comunicam com grande velocidade a todos
os cantos do planeta, configurando uma mudança de época, mais que uma época de mudanças. 28
A mudança de época traz novos critérios de julgamento da existência, fazendo
com que:
O que antes era certeza, até bem pouco tempo, servindo como referência para viver, [mostre-se]
insuficiente para responder a situações novas, ‘deixando as pessoas estressadas ou desnorteadas”.
Mudanças de época são, de fato, tempos desnorteadores, pois afetam os critérios de compreensão,
os valores mais profundos, a partir dos quais se afirmam identidades e se estabelecem ações e
relações.29
Ela não se limita em introduzir novos elementos para a vida, mas, atingem a
interpretação da existência, pois fazem referência “aos valores a partir dos quais a
realidade, seja ela qual for, é assumida, avaliada e enfrentada”. 30 Esta mudança epocal
tem impactos sobre a realidade, impondo novos desafios para a Catequese.
Muitas destas mudanças são mais evidentes e tornam-se mais fáceis de serem
individuadas, outras, porém, estão verificando-se de maneira muito mais lenta e sutil,
são mais inevidentes, mas não por isso, menos determinantes.
É difícil colher todos estes elementos num quadro definido deste novo panorama,
enquanto estamos plenamente envolvidos e somente o tempo tornará possível uma
objetivação que nos permita exprimir juízos que levem em consideração todas as
implicações e conexões, mas, não obstante esta dificuldade, é possível individuar alguns
elementos que de maneira incisiva se impõem e que podem nos ajudar a recolher, neste
momento, os traços principais desta mudança de época.
O primeiro deles, nascido como fruto do sistema econômico e produtivo, é o
individualismo que se expandiu a todos os aspectos da sociedade, a partir do momento
em que o sistema de tipo capitalista foi levado às extremas consequências.
Este é caracterizado pelo grande e absoluto valor que se atribui ao indivíduo ou
sujeito colocado como centro da realidade na qual vive e como parâmetro único e
absoluto de referência e de avaliação. O fim a ser atingido é o acúmulo das riquezas
28
DGAE 2008-2010, 13.
29
DGAE 2011-2015, 19-20.
30
PORTELLA AMADO, Catequese num mundo em transformação, p. 2.
10
31
DGAE 2011-2015, 21.
32
O consumismo, de fato, não é somente uma prática mas é o reflexo de uma mentalidade, de uma cultura, de um clima ideológico
nos quais os valores de bem comum, de tolerância, de solidariedade, de justiça social, de responsabilidade, de fidelidade tem
dificuldade a impor-se, como tem dificuldade a se impor os valores fundamentais da existência humana, quais: o direito de nascer e
de viver; a liberdade; o amor; a família; o trabalho; o sentido de dever e de sacrifício; e a tensão moral e religiosa.
33
CNBB, Com Adultos, Catequese Adulta, 15.
34
DGAE 2011-2015, 22.
11
35
Basta considerar os testemunhos abundantes desta maneira de ver a vida: as tragédias automobilísticas, principalmente nos finais
de semanas; a dependência química; etc. Tais experiências não são outra coisa que o fruto da busca deste “prazer”.
12
40
Como exemplo, podemos citar a violência, principalmente, nos grandes centros urbanos. É tão “normal” ver e ouvir notícias sobre
mortes de policiais e bandidos; vítimas de balas perdidas; de assaltos a residências; a bancos e a negócios, que estamos nos
habituando a fazer com que esta mesma violência faça parte da rotina de nosso viver. A mídia integrou de forma “normal” esta
realidade à sua programação. Alguns programas chegam à frieza e ao absurdo de criar transmissões que se baseiam e exploram
exclusiva e exaustivamente estes eventos de violência e morte.
41
“Para muitos, a realidade corresponde ao que é construído pelas mídias. O que as mídias não reconhecem explicitamente torna-se
também insignificantes. Assim, indivíduos ou grupos podem ser submetidos a um ‘silêncio social’ ao serem ignorados pelas mídias”
(CNBB, Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil. CNBB: Brasília 2014, n. 28).
42
MORAES, Uma “nova” antropologia na era da Comunicação Social, p. 389.
43
G. ROUTHIER, La chiesa dopo il concilio. Qiqajon: Magnano 2007, pp. 20-21.
14
44
E. SALMANN, Presenza di spirito. Il cristianesimo come gesto e come pensiero. Messagero: Padova 2000, p. 5.
45
Por “movimento catequético”, entendemos o trabalho mais ou menos organizado de um grande número de agentes de pastoral,
pastoralistas, pedagogos e teólogos que, articulados entre si nas práticas e nas reflexões, criaram e difundiram o processo de
renovação da organização da pastoral catequética. Apesar de ter iniciado partir do final do século XIX, é no início do século XX que
o “movimento” ganha sua força (U. GIANETTO, “Movimento Catechistico”. In: J. GEVAERT (Org.), Dizionario di Catechetica.
Elle Di Ci: Leumann (TO) 1987, pp. 448-450).
15
46
São conhecidos o uso e a importância que, ao longo da idade moderna, tiveram os tradicionais catecismos, como o do Concílio de
Trento até o famoso catecismo de Pio X. A catequese foi concebida por muito tempo como memorização, explicação e aplicação à
vida destes sumários ou compêndios da doutrina cristã, redigidos num estilo claro e sintético, geralmente sob a forma de perguntas e
respostas, que continham as verdades de fé necessárias para a salvação, os mandamentos ou normas a serem praticadas e os meios
ou instrumentos sobrenaturais a serem utilizados (graça e sacramentos). A reflexão nesse campo voltou-se com particular atenção
sobre este instrumento privilegiado de catequese e sobre o modelo pedagógico e pastoral que o sustentava. A catequese do
“catecismo” aparece historicamente ligada a uma época que, ao menos em grande parte, possuía ainda a unidade e a homogeneidade
do ambiente da “cristandade”. Com o passar do tempo e o avanço do processo de descristianização, a insatisfação e a preocupação
tornam-se mais fortes e um número cada vez maior de vozes invocam a necessidade de rever e atualizar os diversos componentes da
catequese, fazendo nascer o assim chamado “movimento catequético” pré-conciliar.
47
DGC, 1997, 60-76.
48
CfL 34.
16
Devemos acostumar-nos com esta ideia: uma época está atualmente acabando.
Trata-se de um processo doloroso, no curso do qual, devemos nos despedir de tantas
coisas que nos eram familiares. Mudanças pastorais similares acontecem continuamente
na história da igreja.
Diante desta situação pastoral, João XXIII, em 1962, em seu discurso inaugural
do Concílio advertia:
No exercício cotidiano do nosso ministério pastoral ferem nossos ouvidos sugestões de almas,
ardorosas sem dúvida no zelo, mas não dotadas de grande sentido de discrição e moderação. Nos
tempos atuais, elas não veem senão prevaricações e ruínas; vão repetindo que a nossa época, em
comparação com as passadas, foi piorando; e portam-se como quem nada aprendeu da história, que
é também mestra da vida, e como se no tempo dos Concílios Ecumênicos precedentes tudo fosse
triunfo completo da ideia e da vida cristã, e da justa liberdade religiosa. Mas parece-nos que
devemos discordar desses profetas da desventura, que anunciam acontecimentos sempre infaustos,
como se estivesse iminente o fim do mundo. No presente momento histórico, a Providência está-
nos levando para uma nova ordem de relações humanas, que, por obra dos homens e o mais das
vezes para além do que eles esperam, se dirigem para o cumprimento de desígnios superiores e
inesperados; e tudo, mesmo as adversidades humanas, dispõe para o bem maior da Igreja. 49
Neste significativo discurso inaugural, João XXXIII falava da Providência que
nos está levando para uma nova realidade, para o cumprimento de desígnios superiores
e inesperados para o bem maior da Igreja. Mais do que em palavras românticas,
ingênuas e irreais, o Pontífice fundamentava sua visão do aggiornamento pastoral da
Igreja, na esperança cristã, confiando ao Concílio Vaticano II (prestes a iniciar) a
missão de “tracejar” caminhos para o futuro da vivência pastoral da fé cristã.
O Concílio Vaticano II, em sua Constituição Pastoral sobre a Igreja no mundo de
hoje, decretava que estávamos diante de uma época pastoral que dirigia-se,
dolorosamente, verso seu fim:
A humanidade vive hoje uma fase nova da sua história, na qual profundas e rápidas
transformações se estendem progressivamente a toda a terra. Provocadas pela inteligência e
atividade criadora do homem, elas reincidem sobre o mesmo homem, sobre os seus juízos e
desejos individuais e coletivos, sobre os seus modos de pensar e agir, tanto em relação às coisas
como às pessoas. De tal modo que podemos já falar duma verdadeira transformação social e
cultural, que se reflete também na vida religiosa.50
49
JOÃO XXIII, Discurso de sua santidade na abertura solene do Concílio, 11 de outubro de 1962. In: www.vatican.va (visitado em
10/03/2014), nn. 2-4.
50
GS 4.
17
Este cenário faz com o que o escopo do Concílio seja aquele de colocar a igreja
nas “estradas” da evangelização do mundo contemporâneo. As quatro constituições
conciliares (e não só), em modo próprio, exprimem a mesma ideia de base, isto é: como
a igreja deve exercer a sua missão principal e prioritária de anunciar o Evangelho de
maneira renovada e eficaz.
Neste caminho longo, a Evangelii Nuntiandi apresentou-se como uma espécie de
“bússola” e propôs-nos a recuperação do ardor evangelizador como principal tarefa do
pós-concílio e da consequente transformação do cenário pastoral. Fazendo eco as
palavras de seu predecessor, Paulo VI afirmava:
[...] neste décimo aniversário de encerramento do II Concílio do Vaticano, cujos objetivos se
resumem, em última análise, num só intento: tornar a Igreja do século XX mais apta ainda para
anunciar o Evangelho à humanidade do mesmo século XX. [...] Para dar uma resposta válida às
exigências do Concílio que nos interpelam, é absolutamente indispensável colocar-nos bem diante
dos olhos um patrimônio de fé que a Igreja tem o dever de preservar na sua pureza intangível, ao
mesmo tempo que o dever também de o apresentar aos homens do nosso tempo, tanto quanto isso
é possível, de uma maneira compreensível e persuasiva.51
O contexto pastoral que precedeu o texto da exortação era a da primeira crise pós-
conciliar. Vivíamos um dos primeiros momentos preocupante para a renovada ação
evangelizadora, quando Paulo VI escreveu:
Evangelizar constitui, de fato, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua mais profunda
identidade. Ela existe para evangelizar, ou seja, para pregar e ensinar, ser o canal do dom da graça,
reconciliar os pecadores com Deus e perpetuar o sacrifício de Cristo na santa missa, que é o
memorial da sua morte e gloriosa ressurreição.52
Paulo VI entendia que a evangelização é o processo total mediante o qual a igreja
anuncia o Evangelho do Reino de Deus, dando testemunho do novo modo de ver e ser
inaugurado por Jesus Cristo. Um processo de educação na/da fé daqueles que se
converteram ao Evangelho, de celebração na comunidade dos fiéis da presença do
Senhor Jesus e do dom do seu Espírito e de transformação da ordem temporal, à luz da
força do Evangelho:
A evangelização, por tudo o que dissemos é uma diligência complexa, em que há variados
elementos: renovação da humanidade, testemunho, anúncio explícito, adesão do coração, entrada
na comunidade, aceitação dos sinais e iniciativas de apostolado.53
Tal exortação apostólica não ressoou em vão, mas teve profundas consequências
pastorais (principalmente na América Latina). A partir da Evangelii Nuntiandi a
evangelização tornou-se uma palavra programática e temática inspiradora de diversos
projetos pastorais.
51
EN 2-3.
52
EN 14.
53
EN 24.
18
Dentro deste contexto foi realizado o sínodo dos bispos, em 2012, no pontificado
de Bento XVI e que teve como tema: “A Nova Evangelização para a transmissão da fé
cristã”. Após a eleição de Francisco a comunidade eclesial recebeu a conclusão deste
trabalho sinodal na forma da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium.
Nesse quadro de evangelização e mudança de época, na Exortação apostólica, o
Papa Francisco individua certos traços característicos que (em meio a diversas
antinomias ou tensões dialéticas) a atividade catequética conseguiu já estabelecer em
nosso cenário pastoral atual. Elencando dois traços característicos de seu “rosto”
renovado: querigmática e mistagógica.
No período pós-conciliar, existem muitas definições para a atividade catequética.
No “Diretório Geral para a Catequese” (1997), é particularmente descrita a catequese
como formação orgânica e sistemática da fé que vai além do tradicional ensinamento:
Esta formação orgânica é mais do que um ensino: é um aprendizado de toda a vida cristã, “uma
iniciação cristã integral”, que favorece uma autêntica seqüela de Cristo, centrada na Sua Pessoa.
Trata-se, de fato, de educar ao conhecimento e à vida de fé, de tal maneira que o homem no seu
todo, nas suas experiências mais profundas, se sinta fecundado pela Palavra de Deus. 55
Na variedade das expressões, podemos falar de um consenso na igreja atual, no
individuar a identidade da catequese em torno a três polos essenciais de referência: a
Palavra de Deus, a fé e a Igreja.
Na Exortação apostólica, o Papa Francisco parece colocar-se nessa mesma linha
consensual ao afirmar que faz-se necessária:
Uma pedagogia que introduza a pessoa passo a passo até chegar à plena apropriação do mistério.
Para se chegar a um estado de maturidade, isto é, para que as pessoas sejam capazes de decisões
verdadeiramente livres e responsáveis.56
54
NMI 29.
55
DGC, 1997, 67.
56
EG 171.
19
57
EG 174.
58
EG 160.
59
DGC, 1997, 59.
60
EG 163.
20
61
EN 14.
62
EG 11-13.
63
LG 1.
64
CT 15; DGC, 1997, 26.
65
EG 164-165.
66
EG 25-33.
67
EG 52-75.
21
A catequese deve fazer muito mais do que afirmar que Deus quer a salvação do
gênero humano. Ela deve ser um sinal eficaz desta salvação. Em outras palavras, se
apresenta não como aquela que diz que Deus salva, mas como o sinal em atos da própria
salvação de Deus: uma ação catequética que não se separa da diaconia.
Do ponto de vista catequético, compete-nos interpretar bem o Vaticano II.
Produzir uma hermenêutica acerca da hodierna atividade catequética capaz de nos fazer
percebê-la em continuidade com a tradição catequética precedente. De modo a não
entender a atual prática catequética como uma “ruptura” ou uma “inovação”, mas sim
como uma “renovação” do processo de transmissão da fé que deve ser sempre vivo e
dinâmico.
Neste sentido de “renovação” do processo de transmissão da fé, a catequese é,
para nós, ação fundamental de “conversão pastoral”. A evangelização no mundo atual
depende em grande parte da nossa capacidade de “repensar” e executar de maneira nova
a atividade catequética em nossas comunidades e igrejas locais. É neste cenário que à
Iniciação à Vida Cristã descortina-se como tarefa fundamental da atual atividade
catequética.
Qualquer processo de Iniciação à Vida Cristã, portanto, deve estar consciente dos
seus limites e, entender-se como uma mediação educativa instrumental e dispositiva, a
serviço do encontro dos seres humanos com a proposta interpeladora de Deus. Tal
iniciação é ela mesma graça para o desenvolvimento da fé e genuína obra de
socialização da experiência cristã.
Um dos desafios será encontrar métodos catequéticos que respondam ao momento
atual e contribuam a uma Iniciação à Vida Cristã eficaz que chegue ao coração dos
catequizandos.68
Dedicada à tarefa de Iniciação à Vida Cristã, a catequese deverá procurar
acentuar a centralidade da pessoa de Jesus Cristo. 69 Fazendo nascer naquele que está
sendo iniciado, o desejo de viver como Jesus viveu, de mudar de vida, de se integrar ao
grupo catequético e à comunidade eclesial, descobrindo gradativamente o plano divino
da salvação do Pai, no seu Cristo, realizado mediante a igreja para todo o gênero
humano. Tal catequese insistirá no fazer a experiência do encontro com o Senhor,
mediante a vivência comunitária.
Tal catequese deve se orientar na direção de uma experiência de fé madura, uma
fé adulta. A catequese que visa a “fé adulta” promoverá uma opção mais decisiva e
coerente pelo Senhor e sua causa, ultrapassando as experiências de fé individualistas,
intimistas e desencarnadas. Tarefa da catequese à serviço da Iniciação à Vida Cristã é
promover um processo de aprofundamento e vivência da fé em comunidade.70
Tendo em vista a Iniciação à Vida Cristã, a catequese deve oferecer
necessariamente dois serviços importantes. O primeiro é:
Um processo de iniciação cristã unitária e coerente, para crianças, adolescentes e jovens, em
íntima conexão com os sacramentos da iniciação já recebidos ou a receber, e correlacionado com a
pastoral da educação.71
O segundo serviço é:
68
“A pluralidade dos métodos na catequese contemporânea pode ser sinal de vitalidade e de talento inventivo. Em qualquer
hipótese, importa que o método escolhido se atenha no fim de contas a uma lei fundamental para toda a vida da Igreja: a lei da
fidelidade a Deus e da fidelidade ao homem, numa única atitude de amor” (CT 55).
69
“Deseja-se acentuar, antes de mais nada, que no centro da catequese nós encontramos essencialmente uma Pessoa: é a pessoa de
Jesus de Nazaré, «Filho único do Pai, cheio de graça e de verdade» (Jo 1, 14), que sofreu e morreu por nós, e que agora,
ressuscitado, vive conosco para sempre. É este mesmo Jesus que é «o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14,6); e a vida cristã
consiste em seguir a Cristo, sequela Christi” (CT 5).
70
Já em 1983, o Documento Catequese Renovada detectava sérias lacunas na vivência da fé dos batizados e afirmava a prioridade
da catequese adulta (CR 130). Desde então, no Brasil, nota-se um grande esforço de reflexão sobre a catequese com adultos: J. I.
NERY, Catequese de adultos no documento Catequese Renovada. In: “Revista de Catequese” 8/30 (1985), pp. 7-17; A.
ANTONIAZZI, Catequese de adultos: um desafio que não pode esperar. In: “Revista de Catequese” 8/30 (1985), pp. 18-25; I. S.
WILKEN, Catequese de adultos e diálogo ecumênico. In: “Revista de Catequese” 8/30 (1985), pp. 26-28. No campo acadêmico,
foram dados passos significativos através de congressos, seminários e encontros. No âmbito pastoral, cresceu o desejo de colocar em
prática a prioridade da catequese com adultos. Dentro deste contexto, a CNBB, através de sua Dimensão Bíblico-catequética,
realizou em 2001 a Segunda Semana Brasileira de Catequese com o tema: Com adultos, Catequese adulta.
71
DGC, 1997, 174a.
23
Um processo de catequese com adultos, oferecido aos cristãos que têm necessidade de dar um
fundamento à sua fé, realizando ou completando a iniciação cristã inaugurada com o Batismo.72
A catequese de Iniciação à Vida Cristã adaptará a sua mensagem aos diferentes
interlocutores a fim de que a Palavra de Deus ilumine a vida e a ação dos catequizandos.
A catequese concebe-se como itinerário no qual o cristão vai se capacitando progressivamente para
entender, celebrar, e viver o evangelho do Reino, para se integrar na comunidade eclesial e
participar de sua missão de anunciar e difundir o evangelho.73
Todo o processo catequético terá a sua iluminação a partir das Escrituras. 74
Aproveitando as riquezas presentes nas Sagradas Escrituras, para inspirar ações e novos
modelos de vida cristã para o hoje de nossa história. A catequese de Iniciação à Vida
Cristã insistirá em propror os encontros salvíficos de Jesus, como promotores de uma fé
madura.
Tal catequese será mais bíblica e vivencial, iluminando a realidade do
catequizando com a Palavra de Deus. Nas Escrituras, encontram-se diferentes
abordagens, com óticas diferentes, épocas diferentes75 e com os mais variados
interlocutores, isto tudo, será explorado pelo itinerário catequético.
Tarefa da catequese será o auxílio ao catequizando para que se firme na fé cristã e
deseje continuar caminhando e vivendo em comunidade. Formar para o discipulado é a
missão da catequese. Uma catequese que insistirá na adesão pessoal a Jesus Cristo e que
introduzirá o catequizando numa melhor compreensão do mistério celebrado. Num
trabalho conjunto entre catequese e liturgia, o catequizando será educado para a
celebração dos mistérios da salvação.
A preparação e celebração dos sacramentos da Iniciação à Vida Cristã estarão
marcadas por este desejo de permanecer seguindo a Jesus Cristo e continuar a
experiência de fé na qual foi iniciado. Por isso, a ação catequética não poderá polarizar-
se num único dos três sacramentos de iniciação e nem tampouco ignorar a recepção dos
sacramentos.76 A catequese está a serviço da Iniciação à Vida Cristã em seu conjunto. A
preparação e celebração sacramental situam-se no interior do processo catequético,
porém, não devem ser apresentadas como realidade última ou como meta final. A sua
meta última é iniciar a experiência de fé cristã, sem ignorar, é claro, a importância da
72
DGC, 1997, 174b.
73
M. NAVARRO GONZÁLEZ, Catequese com Crianças. In: V.M. PEDROSA ARÉS et al., Dicionário de Catequética. (falta
cidade, editora e ano), p. 294.
74
W. GRUEN, Bíblia e Catequese. In: “Revista de Catequese” 10/37 (1987), pp. 20-39.
75
“Dentro dos limites da época e da cultura, a Bíblia promove o respeito à vida e faz provocações à reflexão, que se aplicam bem a
muitos graves problemas de hoje, chamando à responsabilidade os adultos, que precisam se posicionar diante da situação
sociocultural em que vivem” (GRUEN, Bíblia e Catequese. p. 37).
76
EN 74.
24
recepção dos sacramentos e a riqueza que estes três sacramentos podem trazer ao
conjunto do itinerário catequético. Mediante a riqueza teológica de cada um dos três
sacramentos da iniciação, a catequese poderá esquivar-se de possíveis reduções de
ordem antropocêntrica, moralista e metodológica.77
Leitura orante da Sagrada Escritura, educação para a vida de oração (pessoal,
comunitária, litúrgica), inserção na comunidade e despertar da consciência missionária
serão aspectos centrais da formação inicial do catequizando. Envolvendo-o no processo
de Iniciação à Vida Cristã e favorecendo o seu crescimento na fé.
Para que isso aconteça, porém, será necessário o envolvimento da comunidade
eclesial que anuncia, testemunha e vive o Evangelho com autenticidade, fidelidade e
alegria. Concretamente e dependendo da realidade do grupo de catequese a comunidade
eclesial se materializará no catequista que exerce uma missão fundamental na catequese
de iniciação, no pequeno grupo de catequizandos que cresce junto, nos pais que
continuam sendo os primeiros educadores na fé, nos presbíteros que tem como missão
promover um correto projeto de iniciação cristã e sensibilizar toda a comunidade para a
importância da Iniciação à Vida Cristã e nos padrinhos e/ou madrinhas que são
chamados a acompanhar seus afilhados nas celebrações e na vida.
Objetivo hoje da catequese é formar cristãos adultos, discípulos missionários,
maduros na fé, inseridos numa comunidade adulta, na comunhão e participação. Uma
catequese onde são valorizados os diferentes ministérios, aberta às diferentes realidades
humanas, em constante diálogo intra-eclesial, ecumênico e inter-religioso, a serviço das
culturas e da sociedade, no testemunho concreto do dia-a-dia.
Por esta razão, floresceu toda uma necessidade de resgatar a “inspiração
catecumenal” para todas as formas de catequese. A catequese de “inspiração
catecumenal” fará um grande esforço para superar ou melhorar os diferentes modelos já
existentes, em especial, dedicar-se-á na superação do modelo “escolar”, puramente
acadêmico ou doutrinário, propondo um itinerário mais celebrativo, litúrgico e que
valoriza o aspecto vivencial e comunitário. Centrado, portanto, no Mistério Pascal de
Jesus Cristo.
77
J.C. CARVAJAL BLANCO, Catequese com jovens. In: V.M. PEDROSA ARÉS et al., Dicionário de Catequética. (falta cidade,
editora e ano), p. 644.
25
No Brasil, nos deparamos com o desafio de não poder aplicar na íntegra o RICA,
devido à grande diversidade pastoral que temos em nossa sociedade. Os bispos
decidiram, então, pelo aproveitamento dos aspectos mais importantes do catecumenato
tal como previsto no RICA. Por isso, em 2006, na 43ª Assembleia Geral, foi aprovado o
Diretório Nacional de Catequese que optou em motivar e afirmar a importância da
catequese inspirada no processo catecumenal.78 O Diretório reconheceu a riqueza do
RICA e motivou a sua adaptação nas igrejas locais para que ele fosse melhor utilizado.
A temática da Iniciação à Vida Cristã e da “inspiração catecumenal” de toda
catequese foi prioritária na 47ª Assembleia Geral da CNBB, em 2009. 79 Desde 2008,
uma comissão tinha sido nomeada para preparar um esquema fundamental. 80 No ano de
2009, os trabalhos da Comissão, foram publicados na forma de estudo da Conferência
Episcopal.81 Isto revela, na verdade, o desejo dos bispos, no Brasil, de buscar novos
caminhos para a ação catequética e de reconhecer que a “inspiração catecumenal” é uma
exigência para a catequese atual.
A “inspiração catecumenal” de toda catequese permitir-nos-á formar cristãos
firmes, atuantes e conscientes, na mudança de época em que, inclusive, a opção
religiosa é uma escolha pessoal e não simplesmente uma tradição transmitida pelos pais
e já imersa no tecido cultural de uma sociedade.82
Para a transmissão da fé cristã hoje, a “inspiração catecumenal” ajudará a
catequese a buscar uma formação que realize uma verdadeira iniciação capaz de motivar
os batizados a assumirem o projeto do Reino de Deus. Uma formação iniciática séria
que favoreça o contato e a adesão das pessoas a Jesus Cristo.
Durante muito tempo, a ação catequética limitou-se a uma memorização da
síntese doutrinal transmitida pela Igreja. Urge, hoje, em nossa realidade atual, um sério
trabalho catequético de “inspiração catecumenal” que assuma a Iniciação à Vida Cristã
78
DNC 45-50.
79
O primeiro texto produzido pela CNBB sobre Iniciação à Vida Cristã remonta à 14ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil
(CNBB, Pastoral dos Sacramentos da Iniciação Cristã. Documentos da CNBB 2A, Paulinas: São Paulo, 1974). Ele estava centrado
no valor dos sacramentos da iniciação cristã em si mesmos e em seus efeitos para quem os recebe. Já naquele momento, a CNBB
fornecia às dioceses um instrumento de trabalho de primeira ordem para o aprofundamento da Iniciação à Vida cristã.
80
CNBB – PRESIDÊNCIA, Carta de 30 de setembro de 2008. SG – C – no. 0865/08, assinada pelo Secretário Geral, Dom Dimas
Lara Barbosa.
81
CNBB, Iniciação à Vida Cristã, um processo de inspiração catecumenal. Estudos da CNBB 97. CNBB: Brasília, 2009. Sobre o
trabalho da comissão e estudo realizado ver: ALVES DE LIMA, A Iniciação Cristã ontem e hoje, pp. 6-12.
82
D. VILLEPELET, Catequese como iniciação: Consequências para a ação catequética. In: “Revista de Catequese” 29/110
(2005), pp. 39-44.
26
83
EN 24.
27
sacramento que o torna presente não apenas realmente, mas também, substancialmente,
é o sacramento central, critério interpretativo dos demais sacramentos, momento
histórico-salvífico que reúne o significado de qualquer outra intervenção salvífico-
sacramental. A eucaristia, contudo, torna-se o vértice da resposta humana à proposta
salvífica de Deus, na medida em que for uma atuação fiel da vocação batismal.
Batismo e eucaristia não podem ser separados. Juntos constituem o «sacramento
pascal». A unidade entre esses dois sacramentos aparece tanto sob o plano das figuras
[sangue, cordeiro, maná, água que brota da rocha, etc.], como sob o plano espiritual
[ritos de iniciação ao judaísmo: batismo, circuncisão e refeição sagrada]. Também sob o
plano da realidade ocorre unidade. O batismo inicia o que a eucaristia completa e
plenifica. Por isso, o batismo é irrepetível: há um só início. A plenitude, no entanto,
exige um processo de repetição: a eucaristia renova e atualiza o batismo. O mesmo
sacramento pascal existe sob duas formas: uma, irrevogável; outra, múltipla e repetível.
O sacramento da Crisma desenvolveu-se a partir do rito de iniciação que
originalmente era um só, chamado batismo na Igreja antiga. Por isso, este sacramento
menor deve ser visto em relação íntima com o batismo. Ganhou maior importância em
comparação com a época antes do Concílio Vaticano II. A teologia da
confirmação/crisma, no entanto, se caracteriza por incertezas. Usualmente, ele é visto
como um sacramento de um adolescente, batizado como criança e, ulteriormente,
conduzido à eucaristia, e que agora passará pelo momento da concessão do Espírito
Santo. O Espírito Santo já foi concedido no Batismo e na Eucaristia, na educação cristã
e em muitas outras manifestações da vida cristã. Em época pós-bíblica [com diferenças
locais], a imposição das mãos e a unção passaram a ser elementos fixos do rito de
iniciação e «selar» se torna a palavra central para seu encerramento consumado.
Na Igreja antiga, até a primeira escolástica, não existe uma celebração da
confirmação verdadeira e própria. Hipólito de Roma84, falando do rito batismal, fala de
uma segunda unção, chamada de pós-bastimal, realizada pela bispo. Tal unção, porém,
não é considerada como sinal da comunicação do Espírito.
Na Igreja da África, Tertuliano fala de um batismo que, no seu conjunto,
comunica o Espírito, identificado, porém, com o rito da imposição das mãos,
enquadrado no processo batismal (purificação/comunicação do Espírito)85.
84
85
29
86
87
DH 215.
88
DH 120-121.
30
deve ser recebida: 1) no mesmo dia do batismo; 2) em até uma semana após o batismo;
3) na próxima visita do bispo.
A partir do Concílio de Latrão IV, afirma-se a prática da confirmatio para crianças
entre 4 e 7 anos, para os adultos, porém, ela deve ser concedida imediatamente após o
batismo.
A tal progressiva separação, segue-se a relativa justificação teológica,
acompanhada por uma descrição detalhada do conteúdo específico das duas
celebrações. Tomás de Aquino acredita que a especificidade da confirmação deve ser
encontrada, em analogia com a vida humana: ao nascimento e ao crescimento devem
corresponder dois distintos sacramentos. Na confirmação, o ser humano recebe a
maturidade da vida espiritual. As proposições do Concílio de Florença estão
profundamente influenciadas por esta teologia da alta Idade Média89.
O Vaticano II compreende a confirmação à luz do batismo, no sentido de que ela
intensifica a missão que o cristão recebeu no batismo, juntamente com a obrigação de
difundir e defender a fé (LG 11). A confirmação é o sacramento da plena
responsabilidade e testemunho.
Na reforma litúrgica pós-conciliar, a Constituição apostólica sobre a confirmação
(1971) repropõe a figura do «selo» que pode servir de chave para uma compreensão
hodierna do sacramento, que mais corresponde aos fatos históricos. O Ordo para o
batismo de adultos (1972) repropõe a antiga unidade entre batismo, confirmação e
eucaristia.
A partir da compreensão hodierna de batismo e confirmação como elementos de
iniciação poderíamos entender que a confirmação é a selagem, ratificação,
“aperfeiçoamento” do batismo. O que é preciso “aperfeiçoar” no batismo depende da
situação concreta: no caso daqueles que foram batizados como adultos, a “crisma”
sublinha especialmente o aspecto da pertença à Igreja no sentido pleno, com todos os
direitos e deveres, bem como o aspecto do comissionamento e fortalecimento para o
testemunho; no caso daqueles que foram batizados como crianças, a confirmação
realizada na idade adulta se torna, adicionalmente, um sinal da decisão de fé pessoal.
Em todos esses aspectos, acontece o dom do Espírito, que, por sua vez, é o conteúdo
central do evento batismal.
89
DH 1310-1328.
31
90
LG 9-17.
91
LG 1.
92
LG 2, 7-9, 13-16.
93
GS 22.
32
100
LG 33-36.
101
AA 3.
102
SC 65 e AG 14.
103
EN 56 e EG 14.
34
PARTE II
104
CNBB. Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil: 2011-2015. São Paulo: Paulinas, 2011. n. 38-40.
35
105
Cf. CELAM. Documento de Aparecida: texto conclusivo da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe.
Brasília: Edições CNBB. São Paulo: Paulinas. 2007. n. 293.
106
FLORISTÁN, Casiano. Para compreender o Catecumenato. Coimbra: Gráfica de Coimbra. p.175.
107
CELAM. Documento de Aparecida: texto conclusivo da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe.
Brasília: Edições CNBB. São Paulo: Paulinas. 2007. n. 292.
36
2.2.2- Constituição
A Comissão deve ser formada pelo pároco ou o padre responsável pela catequese,
que convoca catequistas, coordenadores de grupos de jovens, pastoral familiar, pastoral
litúrgica, pastoral do batismo pessoas que participam de outras pastorais ou
movimentos, seminaristas que ajudam nas comunidades, religiosas, religiosos e
diáconos, se houver.
2.2.3- Tarefas
A Iniciação à Vida Cristã tem a comunidade eclesial como seio materno no qual
nasce e se fortalece. Nela, mediante o convívio com os discípulos de Jesus Cristo, toma-
se contato, de modo afetivo e efetivo, com a Boa-Nova colocada em prática.
A comunidade exerce um primeiro ministério de todo processo da Iniciação à
Vida Cristã em diversos sentidos. Em primeiro lugar, a Iniciação à Vida Cristã está
sempre unida organicamente a uma comunidade de fé: com seus encontros fraternos,
vida litúrgica de oração, celebração da palavra de Deus e da eucaristia, reuniões de
decisão e encaminhamentos, grupos de espiritualidade e ação pastoral, iniciativas de
solidariedade, entre outras ações. Ela é a referência concreta da Igreja de Jesus Cristo
para os que fazem o caminho da fé.
Todos os membros da comunidade têm uma contribuição fundamental: anunciam
com palavras e com a vida a mensagem de Jesus Cristo e anunciam sua graça; difundem
a fé nas várias circunstâncias da vida cotidiana; auxiliam os que procuram o Cristo.
38
109
O Concílio Vaticano II insistiu na importância de se restaurar o catecumenato. Sua regulamentação foi objeto do Ritual para a
iniciação cristã dos adultos, conhecido sob a sigla: RICA. Promulgado por Paulo VI em 1972, foi publicado no Brasil em 1974 e
relançado em 2001.
110
Cf. CNBB. Ritual da iniciação cristã de adultos. Ritual renovado por decreto do Concílio Vaticano II, promulgado pelo do papa
Paulo VI. n.41. Daqui para frente citaremos apenas como RICA.
111
Cf Rica 44; Diretório para o ministério pastoral dos Bispos, 129 b.
112
CNBB. Iniciação à Vida Cristã: Um processo de Inspiração Catecumenal. Brasília: Edições CNBB, 2009, n.152. (Coleção
Estudos da CNBB n.97).
39
Entre suas atividades, dedica especial atenção tanto aos que exercem os diversos
ministérios da Iniciação à Vida Cristã quanto aos que participam de qualquer das etapas
do processo, acolhendo, ouvindo, aconselhando, animando.
Ao presidir as celebrações, com seus ritos, entregas e os Sacramentos da iniciação
segue as orientações do RICA usando, se necessário e com a devida prudência, da
liberdade que lhe é dada pela própria Igreja para o bem dos catecúmenos e
catequizandos.
113
RICA. n. 42
114
RICA. n. 71
115
RICA. n. 16
116
RICA. n. 77
117
RICA. n. 83
40
118
RICA. n. 42
119
RICA. n. 43
41
O próprio apóstolo Paulo foi enviado a Ananias para ser introduzido no caminho
do evangelho. Mais tarde, dirigindo-se aos que ele evangelizou, o apóstolo fala de
“gerar em Jesus Cristo através do evangelho” e ter “dores de parto”120. Por isso é
necessário que os catequistas tenham um amor fraterno pelos que acompanham na fé. E
mais do que isso. É preciso que cheguem a ter um amor de pai e até de mãe por eles.121
O RICA diz que os catequistas são importantes para o progresso dos que fazem o
caminho da fé.122 Pelo fato de compartilharem a mesma forma de vida, “os catequistas
120
Cf. At 9,6-19; 1Cor 4,15; Gl 4,19.
121
Cf. PAULO VI. Exortação Apostólica Evangelli Nuntiandi sobre a Evangelização no Mundo Contemporâneo. 18ª- Edição. São
Paulo: Paulinas, 2005. n. 79. (Coleção a Voz do Papa n. 85).
122
RICA. n. 48
42
leigos têm uma sensibilidade especial para encarnar o evangelho na vida concreta”
deles. Os catequistas são importantes também para o “desenvolvimento da
comunidade.”123 A iniciação à vida cristã é um dom de Deus para a comunidade.
Quando gera novos filhos e filhas, a comunidade é renovada na fé: aprofunda sua
compreensão do mistério pascal, retoma a atitude de conversão e passa a obedecer com
maior generosidade aos apelos do Espírito.124 O ministério dos catequistas é valioso para
a comunidade cristã.
O RICA ainda orienta os catequistas: “Cuidem de que a catequese seja penetrada
do espírito evangélico, em harmonia com os ritos e o calendário litúrgico, adaptada aos
catecúmenos e, na medida do possível, enriquecida pelas tradições locais.” 125 O
catequista, assim, garante o caráter evangélico, litúrgico, existencial e inculturado da
catequese.
Os catequistas, ainda segundo o RICA, têm uma atuação litúrgica significativa.
Podem presidir as celebrações da palavra próprias da catequese de iniciação à vida
cristã com inspiração catecumenal.126 Participam ativamente dos ritos da iniciação
cristã, mesmo quando presididos pelos ministros ordenados.127 Intercedem pelos que
fazem o caminho da fé com orações e bênçãos, de forma comunitária e pessoal. 128 Com
a designação do bispo podem fazer exorcismos, ou seja, orações de fortalecimento no
caminho do Senhor.129
Por fim, o catequista é uma pessoa integrada no seu tempo e identificada com sua
gente, tendo capacidade de compreender, analisar e criticar a realidade social, política e
econômica à luz dos ensinamentos da Igreja.
123
RICA. n. 48
124
RICA. n. 04
125
RICA. n. 48
126
RICA. n. 106-108
127
RICA. n. 48
128
RICA. n. 102-119
129
RICA. n. 44 e 109
130
RICA. n. 104
43
nossa realidade. Lembramos apenas que o padrinho ou madrinha deve ser “escolhido
dentre os membros da comunidade cristã” e tem a função de ajudar na preparação ao
sacramento do batismo ou da crisma, dar testemunho da fé do candidato e, depois do
batismo ou da crisma, cuidar de sua “perseverança na fé e na vida cristã” 131.
O ministério dos padrinhos e madrinhas não deve ser somente função pessoal,
mas é um exercício de toda a comunidade eminentemente eclesial. Pressupõe uma
comunidade com grande preocupação e dedicação ao ministério de padrinho ou
madrinha. Como vimos, à comunidade cristã compete à educação da fé dos
catecúmenos ou catequizandos através do exercício da sua maternidade/paternidade
espiritual na sua tríplice função de despertar, acolher e apoiar a fé dos catecúmenos ou
catequizandos132.
Como em nossa cultura os padrinhos ou madrinhas são escolhidos para reforçar os
laços de parentesco e amizade, e nem sempre foram eles próprios iniciados na fé, a
maior colaboração no tempo do catecumenato ou da catequese será dos introdutores e
outros membros da comunidade. Os próprios introdutores podem vir a tornar-se
padrinhos, como muitas vezes acontece em nossas comunidades. De qualquer forma, em
muitos casos eles terão que suprir os padrinhos. Por isso, devemos orientar bem sobre
sua escolha.
131
A introdução geral, como foi indicado no início, tem o título “A iniciação cristã: observações preliminares gerais” e encontra-se
nas primeiras páginas do ritual. Aqui indicamos os nn. 8 e 9. Veja também o n. 10, assim como as orientações do Código de Direiro
Canônico, nn. 872-874.
132
FLORISTÁN, Casiano. Para compreender o Catecumenato. Coimbra: Gráfica de Coimbra p.183.
133
Cf. CNBB. Diretório Nacional de Catequese. Brasília: Edições CNBB, 2006. n.53b. (Coleção Documentos da CNBB n.84).
134
Cf. CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II. Constituição Sacrosanctum Concilium. In: VIER, Frederico (coord.).
Compêndio Vaticano II, Constituições, Decretos, Declarações. 27ª ed. Petrópolis: Vozes, 1998, n. 7,10,14.
44
conquistas da vida sejam celebradas. Uma festa marca uma etapa: aniversários,
casamentos, promoção no trabalho, mudança de casa, etc. Enfim, qualquer bom motivo
pode ser justificativa para uma festa. A liturgia é uma grande festa. A catequese de
Iniciação à Vida cristã com inspiração catecumenal tem como característica em seu
elemento constitutivo as celebrações, os ritos, a festa.
138
BORÓBIO, Dionisio. Pastoral dos Sacramentos. Petropolis: Vozes, 2000, p. 161.
139
FLORISTÁN, Casiano. Para compreender o Catecumenato. Coimbra: Gráfica de Coimbra p. 225.
140
FLORISTÁN, Casiano. Para compreender o Catecumenato. Coimbra: Gráfica de Coimbra p. 237.
141
O RICA fala de “necessidades da comunidade” (n. 100) e chama de comunidade aqueles que colaboram “na iniciação dos
catecúmenos” (n. 105).
47
comunidade toda! Festa da comunidade que se alegra com os novos membros, que
também renova sua fé, sua esperança e os laços de amor entre seus membros. Os
sacramentos, por si só, são uma celebração festiva. Convidam à confraternização.
Apresentamos cinco eixos dos quais são essenciais para uma eficaz celebração
festiva dos sacramentos:
1) A valorização da importância e do lugar da fé e da preparação da pessoa e da
comunidade;
2) A necessidade de introduzir os que pedem os sacramentos na grandeza do
mistério que se celebra, como ação gratuita da Trindade que continua salvando-nos por
Cristo e no Espírito, através da mediação da Igreja;
3) A recuperação da dimensão eclesiológica e da primariedade da celebração
comunitária;
4) O sentido mais dinâmico do sacramento que implica de maneira exigente, um
“antes” e um “depois” para sua plenitude e sua frutuosidade;
5) A insistência no fato de que o sacramento é uma celebração que exige tanto a
participação da pessoa quanto da comunidade celebrante.
A preparação da celebração dos sacramentos deve ser feita como festa de um
caminho percorrido e não como término, deve ser motivadora para que os catecúmenos
e catequizandos sintam valorizados em sua vida e no processo que realizaram.
49
PARTE III
a) Tempo de Preparação
A comissão diocesana precisa elaborar o conteúdo de orientações para as
paróquias e comunidades se prepararem para dar início a este novo processo de
iniciação à vida cristã com inspiração catecumenal. Apresentamos algumas indicações
metodológicas que poderão ajudar a comissão diocesana na escolha do melhor caminho
para fazer acontecer a Iniciação à vida cristã nas comunidades. Sugerimos que partam
do Estudo 97 da CNBB (Iniciação à Vida Cristã – Um processo de inspiração
Catecumenal).
b) Primeiro Tempo
Este primeiro tempo é dedicado ao querigma. É o momento do despertar, o
primeiro anúncio para o seguimento de Jesus Cristo, não deve pensar ainda a catequese
propriamente dita.
c) Eixo temático
Apresentamos os eixos temáticos com citações bíblicas. Estes devem ser
compreendidos de forma mais abrangente. Em um eixo temático poderão ser
desenvolvidos vários temas de encontros para a catequese. Os eixos que apresentamos
são nortes que deverão ser adaptados segundo as necessidades locais.
d) Celebrações
A inspiração catecumenal nos enriquece com as celebrações, que são momentos
fortes de passagem. A comunidade paroquial é por excelência o lugar privilegiado da
50
celebração litúrgica. Em cada tempo e fase propomos celebrações que tem por intenção
vivenciar o que foi aprofundado nos encontros de catequese. Sugerimos alguns passos
para preparar as celebrações, em algumas nos inspiramos no RICA, outras celebrações
foram criadas para melhor ajudar a comissão diocesana a elaborar as suas próprias, no
entanto, a criatividade da comissão diocesana para elaborar as celebrações serão de
suma importância.
e) Tempo e Fase
Os itinerários estão divididos seguindo a inspiração do RICA (Ritual de Iniciação
Cristã de Adultos) Primeiro tempo apresentado como pré-catecumenato, tempo do
querigma, neste tempo o iniciante deve mergulhar na graça de Deus e nos mistérios de
amor deste Deus. Segundo tempo, o catecumenato é o tempo mais longo, tempo de
ensino e aprofundamento. Ele vai se iniciar com a celebração de entrada para o tempo
de catequese. Terceiro tempo chamado de purificação e iluminação, neste tempo o
catecúmeno e/ou catequizando consciente de sua escolha é eleito para a recepção dos
sacramentos de Iniciação Cristã. O eleito assim fará uma experiência de
amadurecimento espiritual com a finalidade de purificar a mente e o coração para uma
consciente experiência do Encontro com Cristo presente nos sacramentos. Quarto
tempo, a mistagogia que é o tempo propício que pode ser vivenciado no tempo Pascal.
Iluminados pelos sacramentos recebidos, agora os iniciados cheios da graça santificante
advinda dos sacramentos recebidos poderão conhecer onde podem de forma concreta
viverem sua missão na Igreja.
As fases aparecem dentro de cada tempo subdivida por blocos, foi um jeito
metodológico que escolhemos para bem direcionar cada tempo. Ao final de cada fase
acontece uma celebração.
150
DNC, 189; Cf. J. B. LIBÂNIO, O mundo dos jovens, in “Revista de Catequese” 24/93 (2001) 5-18; CNBB, Evangelização da
Juventude: Desafios e perspectivas pastorais, Documentos da CNBB 85, São Paulo, Paulinas, 2007.
151
DNC, 190; Cf. A. RODRÍGUEZ VARGAS, Los jóvenes al encuentro con Jesucristo, in Consejo Episcopal Latinoamericano –
CELAM, A la luz de Aparecida, Santafé de Bogotá, 2008.
55
PREPARAÇÃO
(Duração mínima 1 mês)
Objetivo Indicações metodológicas
Convidar e motivar a comunidade a acolher as Reflexão sobre a importância da comunidade
crianças para o processo de IVC. eclesial no processo de IVC
Animar e orientar as famílias para o processo de
IVC com as crianças
Festa das Inscrições
PRIMEIRO TEMPO
PRÉ-CATECUMENATO – TEMPO QUERIGMÁTICO
(Duração mínima 3 meses)
Objetivo Eixos temáticos
Despertar o encanto por Jesus Cristo que nos ama Jesus acolhe as crianças (Mc 9, 33-37; Mt
como sua família. 18, 1-5; Lc 9, 46-48)
Jesus: uma criança enviada por Deus (Lc
2, 1-7)
Jesus, as crianças e o Reino de Deus (Mc
10, 13-16)
Pessoas más mataram Jesus (Mc 14, 10-
11)
Deus Pai que é bom deu-lhe a vida
novamente (At 2, 22-24)
Jesus vivo faz de nós sua família (Mt 28,
18-20)
SEGUNDO TEMPO
CATECUMENATO – TEMPO DE APROFUNDAMENTO
(Duração mínima de 24 meses)
PRIMEIRA FASE: Palavra de Deus
Objetivo Eixos temáticos
Proporcionar uma visão de conjunto da Deus fala: na natureza, nos fatos, na
Comunicação de Deus com a humanidade. família, na história do povo de Israel, em
Jesus e no grupo de seguidores de Jesus
(Igreja)
Visão geral da Sagrada Escritura
(Primeiro e Segundo Testamentos)
56
Rezar em comunidade a oração do Pai nosso Oração do Pai nosso de mãos dadas
como gesto de comunhão e partilha. Partilha do pão entre as crianças e a comunidade
Oração sobre as crianças
QUINTA FASE: A família-igreja: filhos do Pai Deus e irmãos de Jesus
Objetivo Eixos temáticos
Despertar para a importância de ser família de A origem da família de Jesus (Mt 1, 1-17;
Deus, na fraternidade de fé em Jesus Cristo. Lc 3, 23-38)
A família de Israel: Patriarcas; Moisés;
Juízes; Reis e profetas (Gn 12, 1-9; Gn
21; Ex 2, 23-25; 3, 1-22; Ex 6, 2-8; Ex 19,
1-9...)
O retrato da primeira família cristã ( At
2,42-47 )
A família-igreja é iluminada pela luz da
fé (Creio)
Maria, Mãe de Jesus e nossa mãe ( Lc. 2 )
Nossa ajuda na família-igreja
CELEBRAÇÃO DE ENTREGA DO SÍMBOLO DA FÉ
Objetivo Passos
Acolher a fé da família-igreja. Proclamação da Palavra
Entrega da luz da Fé (vela)
Profissão do Símbolo da Fé (Creio) com a
comunidade
SEXTA FASE: Vida Sacramental
Objetivo Eixos temáticos
Compreender os sacramentos como presença Jesus Cristo a presença do Pai (Jo 14, 8-
concreta e atual do Pai na família-igreja. 11)
A família-igreja continua a presença de
Cristo (At 3, 1-10)
Os sete sacramentos da família-igreja
O Batismo: a porta de entrada na família-
igreja
A Eucaristia: o alimento da família-igreja
A Reconciliação: vivendo a fraternidade
na família-igreja (Mt 18, 21-22; Jo 15, 9-
14)
CELEBRAÇÃO DA ELEIÇÃO
(Primeiro Domingo da Quaresma)
Objetivo Passos
Agradecer o caminho feito em vista da preparação Celebração de admissão ao(s) sacramento(s) (cf.
imediata para iniciação à vida eucarística (e RICA 133-150 adaptada às crianças)
batismal quando houver). Proclamação da Palavra
Testemunho pessoal da criança (cartas para Deus,
formulações de orações, etc)
TERCEIRO TEMPO
PURIFICAÇÃO E ILUMINAÇÃO
(Durante o Tempo da Quaresma)
Objetivo Eixos temáticos
Possibilitar de maneira progressiva a mudança de Quaresma e Campanha da Fraternidade
vida das crianças, iluminadas pelas ações de Jesus. Jesus é água que sacia a sede (Jo 4, 5-
26.39-42)
58
Objetivo Passos
QUARTO TEMPO
MISTAGOGIA
PRIMEIRA FASE
(Durante o Tempo Pascal)
Objetivo Eixos temáticos
Aprofundar as celebrações pascais como família- Sentido das festas pascais celebradas
igreja na partilha dos dons do pão e do vinho. A iniciação à vida eucarística
CELEBRAÇÃO DE ENVIO MISSIONÁRIO
(Domingo de Pentecostes)
Objetivo Passos
Enviar para o testemunho cristão, como discípulo Proclamação da Palavra
missionário, em vista do crescimento da fé. Entrega de um símbolo (sal, semente, etc.)
Oração de envio
SEGUNDA FASE: Vivência Missionária
(Duração mínima 12 meses)
Objetivo Indicações metodológicas
Vivenciar na prática cotidiana a proposta de Jesus Leitura orante semanal da Palavra de Deus
Cristo assumida durante o itinerário catequético. (Projeto Lectionautas)
Integração em um grupo de reflexão
Participação em grupos de perseverança
Inserção em propostas missionárias e serviços
comunitários (adaptadas às crianças)
Realização de encontros/retiros
Utilização da Mídia virtual para evangelizar
CELEBRAÇÃO DE INGRESSO NO ITINERÁRIO DE INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ COM
ADOLESCENTES/JOVENS
(Durante o Tempo Pascal)
59
PREPARAÇÃO
(Duração mínima 1 mês)
Objetivo Indicações metodológicas
Convidar os adolescentes/jovens para o itinerário Envolvimento da comunidade eclesial
de IVC. Divulgação do processo da IVC (comunidade
eclesial, escolas, centros culturais, esportivos,
redes sociais, etc.)
Conscientizar as famílias para o apoio e o
acompanhamento dos adolescentes/jovens
Festa das Inscrições
PRIMEIRO TEMPO
PRÉ-CATECUMENATO – TEMPO QUERIGMÁTICO
(Duração mínima 3 meses)
Objetivo Eixos temáticos
Fazer a experiência do encontro com a pessoa e Jesus, jovem de Nazaré, comprometido
missão de Jesus Cristo. com seu tempo, anuncia o Reino de Deus
(Mc 1, 35-39)
Jesus, amigo (Jo 15, 12-17 )
Jesus, “herói” libertador (Mc 6, 53-56)
Jesus, “caminho, verdade e vida” (Jo 14,
1-7)
Jesus salva com sua morte e ressurreição
(At 3,12-19)
Jesus convida ao seguimento - projeto de
vida pessoal e comunitário (Mc 1, 16-20;
2, 13-14; 3, 13-19)
SEGUNDO TEMPO
CATECUMENATO – TEMPO DE APROFUNDAMENTO
(Duração mínima de 12 meses)
PRIMEIRA FASE: Palavra de Deus
Objetivo Eixos temáticos
Proporcionar uma compreensão da Palavra de Visão geral da Sagrada Escritura
Deus em vista do amadurecimento da fé. (Primeiro e Segundo Testamentos)
A Leitura Orante da Bíblia adaptada a
60
adolescentes/jovens
CELEBRAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS
Objetivo Passos
Acolher o dom da Revelação de Deus presente na Entrada solene da Sagrada Escritura
Sagrada Escritura como luz e caminho. Proclamação da Palavra
Entrega da Bíblia aos adolescentes/jovens
SEGUNDA FASE: Pessoa Humana
Objetivo Eixos temáticos
Conduzir ao autoconhecimento e busca de Quem sou eu?
identificação como pessoa, a partir da fé cristã, Eu e minha história (vocação para vida)
numa sociedade desafiadora. Eu e minha relação com Deus
Eu e minha relação com os outros
Eu e minha relação com o ambiente
(físico, cultural, geográfico, etc)
A sexualidade
CELEBRAÇÃO DA VIDA
Objetivo Indicações metodológicas Passos
Valorizar o dom da vida que se Uso de símbolos que remetem à Fatos da vida, personagens
manifesta nas variadas relações vida históricos atuais
humanizantes. Dramatização Proclamação da Palavra
Oração de agradecimento
TERCEIRA FASE: Jesus, o Cristo
Objetivo Eixos temáticos
Aprofundar sobre a encarnação, vida, paixão, Jesus, a Palavra encarnada do Pai ( Jo
morte, ressurreição e permanência de Jesus 1,1-14 )
Cristo, mediante a ação do Espírito. Jesus Cristo e o reinado de Deus - estilo
de vida e ensinamentos ( Mt 5-7 )
Jesus, o Crucificado ( Mc 14-15 )
Jesus, o Ressuscitado-Glorificado ( Lc
24,36-53 )
Jesus Cristo permanece no meio de nós
através do Espírito Santo ( Jo 16,5-15 )
O Espírito nos impulsiona a seguir o
Filho para a construção de uma vida
melhor ( 1 Cor. 2,10-16 )
JORNADA DO DISCIPULADO
Objetivo Indicações metodológicas Passos
Comprometer-se com a Boa Dia de Espiritualidade/Retiro Celebração de entrega do
Nova de Jesus Cristo. Festa do discipulado Mandamento do Amor (Jo 13,
Confecção de símbolos de 34-35)
pertença e partilha (camisa, Oração sobre os
bóton, boné, etc.) adolescentes/jovens
Dramatização
QUARTA FASE: A vida de oração
Objetivo Eixos temáticos
Apresentar a comunhão orante de Jesus Cristo Jesus, movido pelo Espírito Santo, ora e
com o Pai, no Espírito, como fonte de nossa vida ensina a orar
cristã. Aprofundamento da oração do Pai Nosso
Vida de oração pessoal e comunitária
Experiências de oração a partir da Bíblia
(leitura orante da Palavra de Deus, ofício
divino, adoração eucarística, vigília de
oração, caminhadas/romarias, etc)
JORNADA DE ORAÇÃO A PARTIR DO PAI NOSSO
Objetivo Indicações metodológicas Passos
61
Acolher e viver a relação filial Revisão de vida sobre a Meditação parte por parte da
com Deus Pai e a fraternidade importância da Oração do Oração do Senhor
com todos os irmãos e irmãs, Senhor Celebração a partir da Oração
como modelo da vida cristã. do Senhor
QUINTA FASE: Comunidade de Fé, Esperança e Caridade
Objetivo Eixos temáticos
Aprofundar a pertença à Igreja como Povo de A experiência de Pentecostes
Deus, Corpo de Cristo e Templo do Espírito Santo, A formação das primeiras comunidades
mediante a profissão madura da fé e sua vivência (Mt 1, 1-17; Lc 3, 23-38)
na comunidade. As raízes do Novo Povo de Deus:
Patriarcas; Moisés; Juízes; Reis e profetas
(Gn 12, 1-9; Gn 21; Ex 2, 23-25; 3, 1-22;
Ex 6, 2-8; Ex 19, 1-9)
O Povo em Jesus Cristo (Rm 11, 25-32)
Creio - nossa fé professada: as três
Pessoas divinas
Creio - nossa fé professada: a Igreja
Creio - nossa fé professada: as realidades
futuras
Igreja: escola de comunhão e casa da
iniciação
Maria, jovem comprometida com o
projeto de Deus
Dons e serviços na Igreja e no mundo
(apresentação das pastorais e serviços
eclesiais)
CELEBRAÇÃO DE ENTREGA DO SÍMBOLO DA FÉ
Objetivo Passos
Acolher a fé da Igreja como sua. Proclamação da Palavra
Profissão do Símbolo da Fé (Creio) diante da
comunidade
Oração sobre os adolescentes/jovens
SEXTA FASE: Vida Sacramental
Objetivo Eixos temáticos
Aprofundar a importância da experiência salvífico- Jesus, Sacramento do encontro com o Pai
sacramental na vida cristã. (Jo 14, 8-11)
A Igreja, Sacramento de encontro com
Cristo (At 3, 1-10)
O Batismo
A Crisma/Confirmação
A Eucaristia
Os sacramentos de serviço: Matrimônio e
Ordem
Os sacramentos de cura: Reconciliação e
Unção
Vivência e compromisso cristão que
deriva da experiência sacramental
JORNADA DA ELEIÇÃO
(Primeiro Domingo da Quaresma)
Objetivo Indicações metodológicas Passos
Aprofundar o dom da missão Retiro sobre a missão da Proclamação da Palavra
concedido pelo Espírito de Deus. Samaritana e do Cego de Testemunho pessoal do
nascença adolescente/jovem
62
Objetivo Passos
QUARTO TEMPO
MISTAGOGIA
(Durante o Tempo Pascal)
Objetivo Eixos temáticos
Experienciar os mistérios celebrados e vivê-los Sentido das festas pascais celebradas
como comunidade cristã que partilha os dons do Celebração da Crisma/Confirmação
pão e do vinho. (quando possível)
Participação nas celebrações comunitárias
Leitura orante da Palavra de Deus
Partilha da vida
CELEBRAÇÃO DE ENVIO MISSIONÁRIO (Conclusão do Itinerário)
(Domingo de Pentecostes)
Objetivo Passos
Enviar para o testemunho maduro da fé, como Proclamação da Palavra
discípulo missionário, em vista do permanente Entrega de um símbolo (sal, semente, etc.)
amadurecimento da fé. Oração de envio
Inserção pastoral e nos serviços comunitários
Integração num grupo de reflexão, pastoral,
comunitário, etc.
Leitura orante da Palavra como prática
permanente de amadurecimento da fé
63
152
CALANDRO, E. LEDO, J.Psicopedagogia Catequética. Volume III Adultos, 103.
153
CR, 130. Houve também um grande esforço por parte de catequetas e da comissão nacional de catequese em dar continuidade à
reflexão sobre a catequese com adultos. Foram publicadas várias reflexões em relação a esta temática. J. I. NERY,Catequese de
adultos no documento Catequese Renovada, in “Revista de Catequese” 8/30 (1985), 7-17; A. ANTONIAZZI,Catequese de adultos: um
desafio que não pode esperar, in “Revista de Catequese” 8/30 (1985), 18-25; I. S. WILKEN,Catequese de adultos e diálogo
ecumênico, in “Revista de Catequese” 8/30 (1985), 26-28.
64
grande desafio numa realidade catequética que trabalha exclusivamente com crianças.
Insiste-se na necessidade de priorizar esta forma de catequese na comunidade eclesial.154
Não podemos negar a força e a importância dos adultos e da família na vida
eclesial e a necessidade de uma maior atuação na sociedade. Afirmou-se que os adultos
podem facilitar o ao mesmo tempo atrapalhar a vivencia da fé. Constata-se que muitos
pais não acompanham seus filhos para a Igreja ou para a catequese, não contribuem na
transmissão da fé para as novas gerações. Muitas vezes não colocam em prática os
valores do Evangelho no quotidiano e consequentemente no âmbito social, econômico,
político e nas decisões importantes que visam o bem comum.
Insistiu-se na urgência de uma opção radical e fundamental por Jesus Cristo e seu
Evangelho. A catequese se limita, em muitos casos, a uma simples transmissão de
conceitos ou a um encontro fraterno com muitos cantos e dinâmicas, mas que muitas
vezes não favorecem uma verdadeira conversão e adesão ao Senhor e ao projeto do
Reino.
O desafio de superar uma fé individualista, intimista e desencarnada é muito atual
para os nossos dias. Foram realizados esforços na tentativa de tornar a catequese mais
vivencial e transformadora. Estes aspectos foram bastante trabalhados em encontros,
cursos e matérias produzidos.
Aparece ainda a dimensão importante dos adultos como protagonistas e
motivadores de uma catequese com adultos que favoreça um verdadeiro itinerário de
fé.155 Outro elemento de grande significado será a vivência da fé em comunidade.
Precisamos superar o trabalho isolado, a competição, inveja, desejo de poder, de
aparecer e de pensar que outros não tem ou não podem adquirir as competências
necessárias par ao trabalho. Chegou o momento de convidar todos os adultos na
comunidade cristã a se envolver, a tornarem-se os primeiros responsáveis pela educação
na fé. Daí a insistência em realizar uma catequese permanente, 156 continuada que
154
No Diretório Catequético Geral de 1971 já se fazia o convite para priorizar a catequese com adultos. O novo Diretório Geral
para a Catequese de 1997 retoma este conceito e aprofunda dizendo que “a catequese de adultos, uma vez que é dirigida a pessoas
capazes de uma adesão e de um empenho realmente responsáveis, deve ser considerada como a principal forma de catequese, para
que todas as demais, não por isso menos necessárias, estão orientadas. Isso implica que a catequese das demais idades deve tê-la
como ponto de referencia e deve articular-se com ela, num projeto catequético de pastoral diocesana que seja coerente”. DGC, 59.
155
“Eu não posso deixar de realçar, um dos cuidados dos Padres do Sínodo, demandado com vigor e urgência pelas experiências
que se estão fazendo no mundo inteiro; trata-se do problema central da catequese dos adultos. Esta é a principal forma de catequese,
porque se dirige a pessoas que tem as maiores responsabilidades e a capacidade para viverem a mensagem cristã na sua forma
plenamente desenvolvida. A comunidade cristã, efetivamente, não poderia por em prática uma catequese permanente sem a
participação direta e experimentada dos adultos, quer eles sejam destinatários quer sejam promotores da atividade catequética”. CT,
43.
156
CT, 43.
65
PREPARAÇÃO
(Duração mínima 1 mês)
Objetivo Indicações metodológicas
Convidar os adultos para o itinerário de IVC. Envolvimento da comunidade eclesial
Divulgação do processo da IVC
Primeiro contato com os adultos interessados
Festa das Inscrições
PRIMEIRO TEMPO
PRÉ-CATECUMENATO – TEMPO QUERIGMÁTICO
(Duração mínima 3 meses)
Objetivo Eixos temáticos
Fazer a experiência do encontro com Jesus Cristo O ser humano no projeto divino (Eclo 17,
favorecendo a adesão e a conversão pessoal a Ele. 1-12; Sl 8)
Jesus o enviado de Deus (Mc 1, 9-11)
Jesus anuncia o Reinado de Deus (Mc 1,
14-15; Lc 15, 11-32)
Jesus nos salva e nos liberta do pecado
revelando nossa filiação divina (Mc 2, 1-
12)
Jesus nos convida a conversão e ao
seguimento (Mc 2, 13-17)
Em Jesus se encontra a esperança
salvadora (Mc 9, 2-10)
Morte e ressurreição de Jesus (Mc 14-15)
Jesus continua presente na comunidade
(Lc 24, 13-35)
157
CALANDRO, E. LEDO, J.Psicopedagogia Catequética. Volume III Adultos, 117.
66
SEGUNDO TEMPO
CATECUMENATO – TEMPO DE APROFUNDAMENTO
(Duração mínima de 12 meses)
PRIMEIRA FASE: Palavra de Deus
Objetivo Eixos temáticos
Proporcionar uma visão de conjunto da Revelação Introdução à Sagrada Escritura (Primeiro
de Deus presente na Sagrada Escritura. e Segundo Testamentos)
Leitura Orante
CELEBRAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS
Objetivo Passos
Entregar a Sagrada Escritura fonte da Revelação Entrada solene da Sagrada Escritura
de Deus como luz e caminho. Proclamação da Palavra
Recordação dos grandes momentos da Revelação
Entrega da Bíblia aos catecúmenos
SEGUNDA FASE: Pessoa Humana
Objetivo Eixos temáticos
Compreender o ser humano na sua dignidade de A pessoa humana criada à imagem e
imagem e semelhança de Deus como ser de semelhança de Deus (Gn 1, 26-31)
relações. A pessoa humana e sua história de
vida/vocação
A pessoa humana como ser de
relações/alteridade (consigo mesmo,
família, sociedade, ambiente)
Sexualidade e afetividade
CELEBRAÇÃO DA VIDA
Objetivo Passos
Agradecer e valorizar o dom da vida nas suas Proclamação da Palavra
variadas manifestações. Uso de símbolos que remetem à vida
Os quatro elementos constitutivos da vida: terra,
água, fogo e ar
Terceira fase: Jesus, o Cristo
Objetivo Eixos temáticos
Aprofundar sobre a vida, paixão, morte e A Encarnação de Jesus Cristo (Lc 1, 26-
ressurreição de Jesus Cristo e seu seguimento. 38; 2, 1-7)
Jesus Cristo e o Reinado de Deus (Mt 13)
Discipulado e seguimento de Jesus (Mc 3,
13-19; 8, 34-38)
Paixão e Morte de Jesus (Mc 14, 43-15,
46; At 2, 14-36)
Ressurreição e ascensão de Jesus ( Jo 20,
1-29; At. 1,6-11)
O envio do Espírito Santo (Jo 20, 19-23;
At 2, 1-4)
A vida plena no Espírito do Ressuscitado
(Jo 15, 1-17; Jo 10, 1-10)
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JORNADA DO DISCIPULADO
Objetivo Indicações metodológicas Passos
Assumir a proposta de Jesus Dia de Espiritualidade/Retiro Celebração de entrega do
Cristo como referencial para a Mandamento do Amor (Jo 13,
própria vida. 34-35)
Oração sobre os catecúmenos
QUARTA FASE: A vida de oração
Objetivo Eixos temáticos
Ajudar o catecúmeno a fazer a experiência da vida A necessidade de uma vida de oração (Mt
de oração cristã. 7, 7-12.21-23)
Jesus, movido pelo Espírito Santo, ora e
ensina a orar
Aprofundamento da oração do Pai Nosso
Experiências de oração a partir da Bíblia
(leitura orante da Palavra de Deus, ofício
divino, adoração eucarística, vigília de
oração, caminhadas/romarias, etc)
CELEBRAÇÃO DE ENTREGA DA ORAÇÃO DO SENHOR
Objetivo: Passos
Celebrar, acolher e viver a relação filial com Deus Proclamação da Palavra
Pai e a fraternidade com todo gênero humano. Entrega da Oração do Senhor
Oração sobre os catecúmenos
QUINTA FASE: Comunidade de Fé, Esperança e Caridade
Objetivo: Eixos Temáticos
Conhecer e aprofundar a pertença à Igreja de Origem e natureza da Igreja
Cristo, a profissão de fé e a vivência comunitária. A Igreja: Povo de Deus
A Igreja: Corpo de Cristo
A Igreja: Templo do Espírito
Creio: nossa fé professada I (as Três
Pessoas divinas)
Creio: nossa fé professada II (a Igreja
una, santa, católica e apostólica)
Creio: nossa fé professada III (a
Escatologia Cristã)
Igreja: uma comunidade sempre a
caminho
Maria, Mãe e Modelo da Igreja
Dons e serviços na Igreja e no mundo
(apresentação das pastorais e serviços
eclesiais)
A Ética cristã
CELEBRAÇÃO DE ENTREGA DO SÍMBOLO DA FÉ
Objetivo: Passos
Celebrar o acolhimento da fé professada pela Proclamação da Palavra
Igreja. Celebração da luz da fé
Profissão do símbolo da fé com a
comunidade
Oração sobre os catecúmenos
SEXTA FASE: Vida Sacramental
Objetivo: Eixos temáticos
Apresentar e aprofundar o sentido e a Dimensão antropológica sacramental
importância dos sacramentos presentes na vida Jesus, sacramento do encontro com o Pai
cristã. A Igreja, sacramento do encontro com
Cristo
Os sacramentos da Iniciação à Vida
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Cristã
Os sacramentos do serviço
Os sacramentos de cura
Vivência e compromisso cristão que
deriva da experiência sacramental
CELEBRAÇÃO DA ELEIÇÃO
Primeiro domingo da Quaresma
Objetivo Passos
Agradecer pelo caminho percorrido e manifestar Proclamação da Palavra
publicamente o desejo de serem iniciados nos Apresentação dos candidatos
sagrados mistérios. Diálogo do presidente da celebração com
os padrinhos ou madrinhas, catequistas,
a comunidade e os catecúmenos.
Admissão dos eleitos
Oração sobre os eleitos
TERCEIRO TEMPO
PURIFICAÇAO E ILUMINAÇÃO
(Durante o Tempo da Quaresma)
Objetivo Eixos temáticos
Viver este tempo de recolhimento espiritual e Escrutínios
revisão de vida à luz da centralidade do Mistério Retiro, jornada de espiritualidade, e
Pascal e em preparação imediata para o(s) encontros quaresmais
sacramento(s) de IVC. Exercícios quaresmais: jejum, esmola,
oração
Grupos de reflexão e execução da
Campanha da fraternidade.
Práticas de reconciliação
Realização da Via Sacra em família, nos
grupos sociais, etc.
Leitura orante dos evangelhos dos
domingos
ESCRUTÍNIOS
(No 3º, 4º, 5º domingos da Quaresma)
Objetivo: Passos
Reconhecer a fragilidade humana e acolher a Proclamação da Palavra
graça de Deus que é a Água Viva, a Luz e a Vida Oração sobre os eleitos
nova e nos chama a viver o amor. Exorcismo
CELEBRAÇÃO DOS RITOS PREPARATÓRIOS IMEDIATOS
(Sábado Santo pela manhã)
Objetivo Passos
Celebrar a fé da Igreja professando o desejo de Proclamação da Palavra
ouvi-la e proclama-la. Recitação do Símbolo pelos eleitos
Rito do Éfeta
Rito da Unção dos catecúmenos
QUARTO TEMPO
MISTAGOGIA
(Durante o Tempo Pascal)
Objetivo: Eixos temáticos
Viver a vida em comunidade a partir dos mistérios Batismo: vida nova e plena em Jesus
celebrados. Cristo (Ef 4, 17-31)
Crisma: ser cristão na força do Espírito
Santo (1Cor 12, 1-11)
Eucaristia: fonte e cume da vida cristã (Lc
24, 13-35; Jo 13, 1-20)
Convidados a servir e construir um
mundo novo (1Cor 13; At 2,42-47)
Leitura orante da Palavra de Deus
Partilha de vida
PREPARAÇÃO
(Duração mínima 1 mês)
Objetivo Indicações metodológicas
Convidar os adultos para o itinerário de IVC. Envolvimento da comunidade eclesial
Divulgação do processo da IVC
Primeiro contato com os adultos interessados
Festa das Inscrições
PRIMEIRO TEMPO
PRÉ-CATECUMENATO – TEMPO QUERIGMÁTICO
(Duração mínima 3 meses)
Objetivo Eixos temáticos
Fazer a experiência do encontro com Jesus Cristo O ser humano no projeto divino (Eclo 17,
favorecendo a adesão e a conversão pessoal a Ele. 1-12; Sl 8)
Jesus o enviado de Deus (Mc 1, 9-11)
Jesus anuncia o Reinado de Deus (Mc 1,
14-15; Lc 15, 11-32)
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SEGUNDO TEMPO
CATECUMENATO – TEMPO DE APROFUNDAMENTO
(Duração mínima de 12 meses)
PRIMEIRA FASE: Palavra de Deus
Objetivo Eixos temáticos
Proporcionar uma visão de conjunto da Revelação Introdução à Sagrada Escritura (Primeiro
de Deus presente na Sagrada Escritura. e Segundo Testamentos)
Leitura Orante
CELEBRAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS
Objetivo Passos
Entregar a Sagrada Escritura fonte da Revelação Entrada solene da Sagrada Escritura
de Deus como luz e caminho. Proclamação da Palavra
Recordação dos grandes momentos da Revelação
Entrega da Bíblia aos catequizandos
SEGUNDA FASE: Pessoa Humana
Objetivo Eixos temáticos
Compreender o ser humano na sua dignidade de A pessoa humana criada à imagem e
imagem e semelhança de Deus como ser de semelhança de Deus (Gn 1, 26-31)
relações. A pessoa humana e sua história de
vida/vocação
A pessoa humana como ser de
relações/alteridade (consigo mesmo,
família, sociedade, ambiente)
Sexualidade e afetividade
CELEBRAÇÃO DA VIDA
Objetivo Passos
Agradecer e valorizar o dom da vida nas suas Proclamação da Palavra
variadas manifestações. Uso de símbolos que remetem à vida
Os quatro elementos constitutivos da vida: terra,
água, fogo e ar
Terceira fase: Jesus, o Cristo
Objetivo Eixos temáticos
Aprofundar sobre a vida, paixão, morte e A Encarnação de Jesus Cristo (Lc 1, 26-
ressurreição de Jesus Cristo e seu seguimento. 38; 2, 1-7)
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Objetivo: Passos
Celebrar o acolhimento da fé professada pela
Proclamação da Palavra
Igreja.
Celebração da luz da fé
Profissão do símbolo da fé com a
comunidade
Oração sobre os catequizandos
SEXTA FASE: Vida Sacramental
Objetivo: Eixos temáticos
Apresentar e aprofundar o sentido e a Dimensão antropológica sacramental
importância dos sacramentos presentes na vida Jesus, sacramento do encontro com o Pai
cristã. A Igreja, sacramento do encontro com
Cristo
Os sacramentos da Iniciação à Vida
Cristã
Os sacramentos do serviço
Os sacramentos de cura
Vivência e compromisso cristão que
deriva da experiência sacramental
CELEBRAÇÃO DA ELEIÇÃO
(Primeiro Domingo da Quaresma)
Objetivo Passos
Agradecer o caminho feito e manifestar Proclamação da Palavra
publicamente o processo de amadurecimento na Apresentação dos catequizandos
fé, e, quando houver, em vista da preparação Testemunhos pessoais
Oração de admissão ao(s) sacramento(s)
imediata para o complemento sacramental da
IVC.
TERCEIRO TEMPO
PURIFICAÇÃO E ILUMINAÇÃO
(Durante o Tempo da Quaresma)
Objetivo Eixos temáticos
Purificar a fé do catequizando a partir do Mistério Escrutínios
Pascal e dos exercícios quaresmais. Retiro, jornada de espiritualidade e
encontros quaresmais
Exercícios quaresmais: jejum, esmola e
oração
Grupos de reflexão e execução da
Campanha da Fraternidade
(solidariedade)
Práticas de reconciliação
Realização da Via-Sacra em família, nos
grupos sociais, etc.
Leitura orante do evangelho dos
domingos
CELEBRAÇÃO DO PERDÃO
Objetivo Passos
Experimentar o dom da reconciliação com Deus, Revisão de vida
consigo e com os outros. Liturgia penitencial
Celebração do sacramento da Reconciliação
Prática da reconciliação
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QUARTO TEMPO
MISTAGOGIA
(Durante o Tempo Pascal)
Objetivo Eixos temáticos
Levar a plena compreensão e vivência do mistério Vida nova e plena em Jesus Cristo
pascal celebrado. Participação nas celebrações comunitárias
Leitura orante da Palavra de Deus
Partilha da vida
CELEBRAÇÃO DE ENVIO MISSIONÁRIO (Conclusão do Itinerário)
(Domingo de Pentecostes)
Objetivo Passos
Enviar para o serviço à comunidade eclesial e à Proclamação da Palavra
sociedade, como discípulo missionário, em vista Entrega de um símbolo (sal, semente, fermento,
do permanente amadurecimento da fé. luz, sandálias, etc.)
Oração de envio
Inserção pastoral e nos serviços comunitários
Integração num grupo de reflexão, pastoral,
comunitário, etc.
Leitura orante da Palavra como prática
permanente de amadurecimento da fé
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