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Pastoral da Esperança

«Dai razão da vossa Esperança a todo aquele que vo-la peça!» (1 Ped 3, 15), lembrava tão opor-
tunamente São Pedro aos cristãos, como um dos mais nobres serviços à humanidade.

O canto nas Celebrações exequiais é solene e profunda oração. Acertadamente, referia um San-
to: «Antes, para os mortos, havia só demonstração de dor e de pranto. Hoje há salmos e hinos.
Naquele tempo, a morte era o fim. Agora não é mais assim. Cantam-se hinos, orações e salmos,
e tudo isso como sinal de que se trata de um acontecimento festivo.» (São João Crisóstomo).

A Pastoral da Esperança tem como missão e serviço lançar a luz do Evangelho sobre as fragi-
lidades humanas. A morte de uma pessoa é, sem dúvida, um desses momentos-fronteira que
evidencia a fragilidade humana. O cristão tem a espinhosa missão de projetar a luz da fé nestes
acontecimentos. Primeiro, para si mesmo e, posteriormente, junto dos outros.
Cantar nas exéquias não é ferir o silêncio daqueles que foram recolhidos na dor. Cantar, neste
contexto, é elevar até Deus a nossa fragilidade e pedir para que, no Seu coração, a nossa dor
se transforme em Esperança de Vida Eterna. As experiências pascais humanas, ora serenas, ora
trágicas, estão sempre envolvidas pela dor e sofrimento: «só à luz do Mistério Pascal de Cristo,
a partir da sua Ressurreição poderemos compreender e viver a certeza da nossa também feliz
ressurreição!» (M. Kolling, Abre-te, ó Céu!).
A sugestiva oração dos crentes, neste contexto, situa-se nesta dimensão: «Abre-te, ó Céu, para
acolher aqueles que na Terra já viveram em Deus!»

O cristão é um crente universal. Nos funerais, confluem muitas sensibilidades culturais, e mes-
mo religiosas. A serenidade e a Esperança são um belo testemunho do crente que, no sofrimen-
to, tem um coração aberto ao Mistério confiante de Deus.

As últimas palavras de Jesus, no final do Evangelho segundo S. Mateus: «E sabei que Eu estarei
sempre convosco até ao fim dos tempos.» (Mt 28, 20), são também as palavras que podemos
ter sempre presente no decorrer da vida. Não sabemos o fim dos nossos dias, mas temos a
garantia da presença permanente de Jesus! Isto é um conforto para reconfortarmos os outros.

Pe. Virgílio

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