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CARTA

Ano LVIII • junho e julho • 2018 • no 517

A Caminho
do Santuário
de Fátima

Balanço
Demonstrações
Financeiras 2017

Enviando fotos
para a Carta Mensal
Í N D I C E
01 Editorial Vida no Movimento
31 Visita Pastoral da Super-Região Brasil
Super-Região à Província Sul I (Santos)
02 Nunca deixeis de ser namorados!
03 Ser Santos Raízes do Movimento
04 Irradiando 33 Fale com Ele
06 A Igreja e seus Santos
08 Secretaria e Tesouraria vinculadas Testemunho
à obra do Senhor 35 Aprender a ser Equipista
09 Demonstrações Financeiras 2017 36 Crescer no Amor
13 Colóquio sobre Padre Caffarel 37 A Evangelização começa a partir da família
15 Visita a Troussures
Reflexão
17 Henri Caffarel, o homem e sua missão
39 “Espiritualidade Conjugal e Familiar”
19 O Rosário
39 PCE Um caminho para Deus
22 XII Encontro Internacional Fátima 2018
Formação
Correio da ERI 41 EEC Encontro de Equipes a Caminho
24 A minha alma glorifica ao Senhor e o meu 41 Equipes em Caminho
espírito se alegra em Deus, meu Salvador
26 Última viagem Serviços nas ENS
43 Casal Responsável pelos Intercessores
Igreja Católica na Super-Região Brasil
27 Ano do Laicato 44 A oração em nossa vida
29 Palavra do Papa 45 Enviando fotos para a Carta Mensal

47 Notícias

Carta Mensal
Equipes de Nossa Senhora
n o 517 • junho • 2018

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336
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livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Hermelinda e Arturo - Equipe Editorial: Respon-
sáveis: Fernanda e Martini - Cons. Espiritual: Padre Flávio Cavalca - Membros: Regina e Sérgio - Salma e Paulo - Pa-
trícia e Célio - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622), para distribuição interna aos seus membros.
Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390, Cj. 115, Perdizes - 05005-000 - São Paulo
SP - Fone: 11 3473-1282 Fax: 11 3473-1284 - email: novabandeira@novabandeira.com - Responsável: Ivahy Barcellos
- Fotos: Capa, fotográfo Ricardo Perna - Shutterstock; p. 2, 3, 5, 6-7, 25, 30, 33, 35, 44, 45: Pixabay - Diagramação,
preparação e tratamento de imagem: Nádia Tabuchi e Samuel Lincon Silvério - Tiragem desta edição: 27.800 exs.
Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS
- Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo - SP, ou através de email:
cartamensal@ens.org.br A/C de Fernanda e Martini. Importante: consultar, antes de enviar, as instru-
ções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.
editorial

Queridos equipistas,
Junho é um mês alegre, cheio de festas e comemorações.
Santo Antonio, São João e São Pedro, testemunhos de santida-
de, renúncia, fidelidade e profundo amor a Deus são lembrados
ao longo do mês, assim como o dia dos namorados. Com a co-
laboração do Padre Paulo Renato, SCE SRB, e Hermelinda e Ar-
turo, CR SRB, dois artigos sobre estes temas abrem nossa Carta.
Antes de mais nada, importante lembrar que o Casal Respon-
sável pela Secretaria e Tesouraria, Cidinha e Vail, nos apresenta
nesta edição o balanço financeiro de 2017. Muito trabalho e
carinho com nosso Movimento.
Nesta Carta, viajem com os participantes do Colóquio do Padre
Cafarrel que visitaram Troussures, onde o padre morou depois
de ter se retirado da animação do Movimento.
Outra importante nota é que o XII Encontro Internacional de
Fátima está chegando. Seremos mais de 50 mil brasileiros parti-
cipando. Alguns irão até Portugal, enquanto a maioria ficará no
Brasil. Todos unidos de coração e em oração.
Durante os encontros internacionais das ENS, que ocorrem a
cada seis anos, faz-se a troca dos casais da ERI. Os testemu-
nhos, já com uma “pitadinha” de despedida de Tó e Zé, CR ERI,
e Padre Jacinto, SCE ERI, estão imperdíveis.
Por fim, damos continuidade ao estudo do Documento 105,
referente ao ano do Laicato, a história da vida do Padre Caffarel
e ao relato dos acontecimentos de sua vida no Colóquio.
Vamos anunciar ao mundo a alegria do matrimônio!
Desejamos a todos um mês de muito
crescimento. Estaremos novamen-
te juntos após as férias de Julho.
A paz e alegria do Cristo.

Tema 2018: Fernanda e Martini


“A MISSÃO DO AMOR” CR Carta Mensal

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super-região

Nunca deixeis de ser namorados!


No mês de junho celebra-se o Dia dos Na- tando desafios o namoro amadurece, sem
morados. Costumamos associar essa data deixar de ser namoro.
à alegria apaixonada e apaixonante de jo- “O alongamento da vida provocou algo que
vens casais de namorados que experimen- não era comum noutros tempos: a relação
tam uma das fases mais importantes da íntima e a mútua pertença devem ser man-
vida. Contudo, essa associação é simplis- tidas durante quatro, cinco ou seis décadas,
ta porque a realidade do namoro, com to- e isto gera a necessidade de renovar repeti-
dos os carinhos e gestos surpreendente- das vezes a recíproca escolha. Talvez o côn-
mente apaixonados, deve durar para toda juge já não esteja apaixonado com um de-
a vida. Sendo assim, podemos afirmar que sejo sexual intenso que o atraia para outra
o namoro é um processo que não se in- pessoa, mas sente o prazer de lhe pertencer
terrompe com o casamento. Caso essa in- e que esta pessoa lhe pertença, de saber que
terrupção acontecesse o namoro seria na não está só, de ter um ´cúmplice´ que conhe-
prática uma “propaganda enganosa”. ce tudo da sua vida e da sua história e tudo
Quero aproveitar meu espaço nesse mês partilha. É o companheiro no caminho da
para recordar a palavra da Igreja sobre duas vida, com quem se pode enfrentar as dificul-
fases do namoro. Primeiro o Papa Bento dades e gozar das coisas lindas. Também isto
XVI, falando aos jovens namorados. Sugiro gera uma satisfação, que acompanha a deci-
ainda que convide seus filhos, netos, sobri- são própria do amor conjugal. Não é possí-
nhos, afilhados... e leia também com eles as vel prometer que teremos os mesmos senti-
riquíssimas palavras que seguem: mentos durante a vida inteira; mas podemos
“Como namorados estais a viver uma fase ter um projeto comum estável, comprometer-
única, que abre para a maravilha do encon- -nos a amar-nos e a viver unidos até que a
tro e faz descobrir a beleza de existir e de morte nos separe, e viver sempre uma rica in-
ser preciosos para alguém, de poder dizer timidade” (Amoris Laetitia, 163). “Por isso, é
um ao outro: tu és importante para mim. Vi- muito importante recuperar o amor através
vei com intensidade, gradualidade e verda- do sonho de cada dia. Nunca deixeis de ser
de este caminho. Não renuncieis a perseguir namorados!” (Papa Francisco, Encontro das
um ideal alto de amor, reflexo e testemunho Famílias, Manila, 2015).
do amor de Deus!... Não vos esqueçais de Caros equipistas, que Deus continue aben-
que, para ser autêntico, também o amor exi- çoando o namoro de vocês. Que a serieda-
ge um caminho de amadurecimento: a par- de dos compromissos
tir da atração inicial e do ‘sentir-se bem’ com assumidos com o ma-
o outro, educai-vos a ‘amar’ o outro, a ‘que- trimônio não seja mo-
rer o bem’ do outro. O amor vive de gra- tivo para que a espon-
tuidade, de sacrifício de si, de perdão e de taneidade dos gestos
respeito do outro” (Bento XVI, Praça do Ple- apaixonados do na-
biscito, Ancona, 11 de setembro de 2011). moro desapareça. Fe-
O Papa Francisco, não menos inspirado que liz Dia dos Namora-
Bento XVI, olha adiante e fala para você, dos!!!!
caro casal equipista, dando conselhos so- Pe. Paulo Renato F. G. Campos
bre um namoro para toda a vida. Enfren- SCE Super-Região

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Ser Santos
Não nos contentemos com uma exis- Se temos filhos, sejamos santos, crian-
tência medíocre, vamos viver os riscos, do-os e educando-os com amor.
os desafios e oportunidades de hoje. A Se somos trabalhadores para levar o
cada um de nós, independente da ida- pão de todo dia para casa, sejamos san-
de, é concedido um talento. Não pode- tos, cumprindo com honestidade e com-
mos, como o servo da parábola, escon- petência o nosso serviço aos irmãos.
der o dom recebido, e justificar assim:
Se somos avós, sejamos santos, ensi-
“Tive medo e fui esconder o talento na
nando com paciência as crianças a se-
terra” (Mt 25, 25). Hoje o mundo é mui-
guirem Jesus.
tas vezes habitado pelo medo e pela rai-
va. Os temores concentram-se em quem Se somos investidos de autoridade, seja-
é diferente de nós, como se fosse um mos santos lutando pelo bem comum, re-
inimigo, e muitas vezes nos esquivamos, nunciando aos nossos interesses pessoais.
dizendo com indiferença: “Que tenho a Os idosos, os consagrados, os jovens
ver com isto? que se preparam para o futuro, todos
Quando não partilhamos os dons com o somos chamados a ser santos.
outro, conservando-o só para nós mes- O que não significa pensar que somos
mos, ficamos sós... melhores do que os outros, porque fa-
Se permanecemos sós, somos facilmen- zemos ou sabemos mais, e não vale o
te arrebatados pelo medo; devemos cumprimento cego das regras sem amor,
olhar juntos para o futuro. O futuro do mas sim confiar na graça de Deus, para
mundo global consiste em viver juntos: poder alcançar a santidade.
edificando pontes, mantendo o diálogo Um olhar misericordioso compromete-
aberto, indo ao encontro do outro, com -nos na audácia criativa do amor, tão ne-
a missão de reunir, a verdadeira missão cessária hoje em dia! Sejamos irmãos de
do amor. todos, e, por isso, profetas de um mun-
Todos somos chamados a ser santos do novo. A audácia não pode ser a cora-
onde estivermos, vivendo com amor, gem de um dia, mas a paciência de uma
oferecendo o próprio testemunho nas missão diária na cidade e no mundo. Te-
ocupações de cada dia. Somos santos mos que tecer pacientemente o tecido
quando vivemos com alegria esta nos- humano das periferias, que a violência e
sa doação. o empobrecimento dilaceraram, anunciar
Se somos casados, sejamos santos, aman- o Evangelho através da amizade pessoal,
do e cuidando do marido ou da esposa. criar uma sociedade sem inimigos.

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Jesus nos mostra sempre o Caminho, Ele
é o Caminho, e crer não é ter as solu-
ções, mas habitar o Caminho, habitar a
tensão, viver dentro da procura, e segui-
-Lo é andar contra a corrente, não igno-
rando os sofrimentos nem as injustiças
deste mundo.
Temos que ser ousados, guerreiros, mas,
ao mesmo tempo, humildes e alegres.
“Não tenhamos medo de ser san- Hermelinda e Arturo
tos!”, nos diz o Papa Francisco. CR Super-Região
Abraçamos a todos.

Irradiando
“Deus criou o homem à sua imagem, E o mundo acha que é tudo normal. Em
à imagem de Deus Ele o criou” (Gn 1, uma Sessão de Formação realizada, em
27a). Deus os abençoou e lhes disse: nossa Região, tivemos a Graça de con-
“Sede fecundos, multiplicai-vos” (Gn 1, tar com a sábia presença do saudoso
28a) Pe. Mário José Filho, então Sacerdote
Trazemos em nós, no nosso ser, esta se- Conselheiro Espiritual da ECIR.
melhança de quando fomos criados, so- Em sua fala ele nos disse: “Não pode-
mos semelhantes a Deus, não podemos mos confundir o que é normal com as
nos esquecer disto. coisas que hoje são comuns. O normal
Participando de um evento, já faz mui- é o correto, o comum é o corriqueiro e
to tempo, ouvimos uma palestrante, uma nós não podemos confundir o que é co-
irmã Carmelita dizer: o cristão é diferen- mum com as coisas normais”. Pe. Má-
te. Mas que diferença é esta? Sim, aque- rio também dizia: “Eu acredito na Fa-
le que acredita em Cristo é diferente, ele mília”.
irradia o Amor de Cristo, ele transmite Relembro estas palavras de Pe. Mário
para os que o cercam a presença de Cris- porque os acontecimentos da vida são
to. O casal cristão irradia este Amor onde tão fortes que o comum acaba pare-
ele estiver. cendo normal. E nós vamos nos acostu-
Palavras do Papa Francisco: o Cristão mando. Na nossa vida de casal cristão,
deve ser Alegre, viver a Esperança e dei- equipistas, devemos permanecer firmes
xar-se surpreender por Deus. em nossos princípios, valorizando o Sa-
O cristão deve ser sal da terra e luz no cramento do Matrimônio, dando teste-
mundo (Mt 5, 13-14). munho da nossa vida de casados por
Sabemos que não é fácil ser sal e luz num onde formos. Devemos levar o nosso
mundo tão imediatista, num mundo em testemunho aos nossos filhos, aos nos-
que os valores parecem estar invertidos. sos amigos e aos filhos dos nossos fi-
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lhos. Nós devemos
irradiar esta presen-
ça de Deus em nossas
vidas, não podemos escon-
der esta Graça. Muitas vezes, o
que enfrentamos por onde vamos,
e o que vemos, é tão chocante que
temos vontade de nos esconder, porém
não é esta a solução, não é isto que de-
vemos fazer. Devemos sim ter a coragem
de testemunhar que somos casais casa-
dos, com o Sacramento do Matrimônio,
que nos amamos, que somos felizes, e já
fizemos bodas de Prata, de Esmeraldas,
de Rubis.... Isto para que, principalmen-
te aqueles que não acreditam em uni-
ões verdadeiras e duradouras, possam
pelos menos se perguntar: E isto exis- pessoas sabem o quanto é importante
te? Muitas vezes já ouvimos isto. Exis- ter fé. Pessoas que em grandes dificul-
te sim e vai continuar existindo, vamos dades são resilientes e superam as di-
continuar irradiando o amor de Cristo ficuldades por maiores que sejam, isto
que mora dentro de nós, e que fazemos porque tem um Deus que lhes dá for-
questão de não escondê-Lo em nós, te- ças e coragem para lutar e também para
mos a obrigação de levar por onde for- ajudar outras pessoas em suas dificul-
mos. Divulgar o amor que Cristo tem por dades. A fé e o amor de Deus devem
nós e por toda a humanidade, não pode ser permanentes em nós casais, em nós
ficar escondido em nós este Amor. Esta equipistas e em nossas famílias, para as-
Luz que trazemos conosco tem que bri- sim continuarmos irradiando o amor de
lhar em todos os lugares, nos mais dife- Deus. Porque precisamos viver a Missão
rentes e nos mais distantes. do Amor.
Jesus irradiou o seu Amor, a sua Luz Que Nossa Senhora nossa boa Mãe nos
por todos os lugares por onde passou, conceda a Graça de vivermos esta mis-
transmitiu o seu amor sem reservas a são, a Missão do Amor.
todas as pessoas, porque Deus não faz
acepção de pessoas (Rm 2,11).
Há pessoas, que mesmo em leitos de
hospitais, sofrendo, se conservam se-
renas, esperançosas, sorridentes, con-
fiantes em Deus que nunca nos aban-
dona, independente da sua condição
de vida, estão sempre com um sorriso
no rosto, distribuindo alegria aos ou-
tros, mostrando que tem um Deus su- Maria e Amâncio
perior a tudo que estão vivendo. Estas CR Província NE II

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A Igreja e seus Santos
No Sermão da Montanha Jesus exor- apenas 36 anos. Foi primeiramente religio-
ta as multidões a viverem a santidade so agostiniano, só depois, tornou-se francis-
a exemplo do Pai. “Sede santos como o cano, teve a graça de conhecer e de convi-
vosso Pai Celeste é Santo” (Mt 5, 48). ver com São Francisco, que o nomeou para
A Igreja é conduzida pela efusão do Espí- a formação dos frades da Ordem. É cha-
rito Santo, e por isso ela mesma é Santa mado de “santo dos pobres”, pois jamais
e assim conduz os seus fiéis no caminho admitiu que alguém passasse necessidade
da santidade. sem que fosse, sempre assistido com amor
Sendo transmissora da Graça Divina no e esmerada caridade.
mundo, a Igreja na Santa Liturgia cele- Se temos tanto o que falar de Santo Antô-
bra inúmeros Santos e Santas que pude- nio, imaginem de São João Batista, o gran-
ram experimentar por diversos meios a Via de precursor. Grande na coragem, ousadia
da Santidade. Dentre tantos, que celebra- e fidelidade à vontade de Deus, e tão pe-
mos no mês de junho há três grandiosos queno diante do Cristo, o Cordeiro de Deus
que não só se destacam na devoção popu- que tira o pecado do mundo (Jo 1,29). Foi
lar, mas pelo testemunho de santidade, re- o único profeta a anunciar a chegada do
núncia, fidelidade e profundo amor a Deus. Messias e a mostrá-lo no meio do povo.
O que dizer de Santo Antônio, o primeiro São João Batista, cujo nome significa Deus
deles? Um santo casamenteiro? Seria mui- dá a graça, é de fato a voz que ainda cla-
to pouco olhar simplesmente este aspecto ma no deserto: “Preparai os caminhos do
diante de tamanha grandeza de santida- Senhor e endireitai suas veredas” (Jo 1,23).
de que exala na Igreja, ao longo dos sé- São João Batista, segundo a narrativa do
culos. Destacam-se também sua grande Evangelho de São Lucas, é filho de Zaca-
capacidade intelectual e seu conhecimen- rias e de Isabel que eram idosos, e ainda
to teológico. Este santo português nasceu como agravante Isabel era estéril. O nasci-
em Lisboa em 1195, e faleceu em Pádua mento de João Batista de forma bem clara
(Itália), no dia 13 de junho de 1231, com é para todo o povo de Israel, a manifesta-

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A Igreja é conduzida
pela efusão do
Espírito Santo, e por isso
ela mesma é Santa
e assim conduz
ção do poder, e sobretudo do amor mise- os seus fiéis no
ricordioso de Deus. Podemos sentir muito caminho da santidade.
bem nas palavras encorajadoras do anjo a
Virgem Maria: “Também Isabel, tua paren- -me!“ (Mt,14, 30b). Assim como foi o pri-
ta, concebeu um filho na velhice, e este é o meiro a seguir o Cristo, foi também o pri-
sexto mês daquela que era considerada es- meiro a professar a fé. “Tu és o Messias, o
téril, porque para Deus, com efeito, nada é Filho do Deus Vivo” (Mt 16,16).
impossível” (Lc 1, 36). De fato, como o pró-
prio nome João diz, DEUS É PROPÍCIO. É O Apóstolo Pedro, cujo nome significa ro-
também o único dos santos que tem duas cha, nasceu na cidade de Betsaida na Ga-
datas celebrativas na Liturgia da Igreja, sua lileia no ano 1 a.C. e morreu em Roma aos
natividade no dia 24 de junho e sua morte 67 anos. É venerado em toda cristandade.
(martírio) no dia 29 de agosto. A Igreja Católica o considera primeiro Bis-
po de Roma e, por isso, o primeiro Papa.
Finalizando esta breve colocação sobre Governou a Igreja de Cristo na terra por 37
os santos juninos, o que dizer do célebre anos, sendo considerado pela Igreja Cató-
Simão Pedro? São Pedro, ora dotado de lica o Pontificado mais longo da História.
coragem, ora cheio de fraquezas, sempre
mostrou traços de um líder, impulsivo nas Que estes grandes
iniciativas e nos apelos ao seguimento do santos da Tradição
Mestre, foi o primeiro a responder ao cha- da nossa fé interce-
mado de Jesus juntamente com seu irmão dam por nós no Céu
André (Lc 6, 14). Assim como Santo Antô- e nos inspirem uma
nio e São João Batista, São Pedro também vida de santidade
ganhou espaço na devoção popular, po- aqui na terra.
rém não podemos só olhar simplesmente
por este ponto da impulsividade, do medo Frei Paulo Sérgio O. Carm
(negação) e da falta de fé: “Senhor, salva- SCE Província NE II

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SECRETARIA E TESOURARIA
VINCULADAS À OBRA DO SENHOR

Ao prepararmos essa Carta, quando estamos passando as responsabilidades


da Secretaria/Tesouraria para outra equipe, refletimos um pouco mais sobre
alguns momentos que compartilhamos durante nossa trajetória nessa função.
Por exemplo, um deles, a ideia dos trabalhos burocráticos ao atender todas as
instituições, às quais devemos prestar contas. Parecia que esse trabalho estava
desvinculado da vida cristã. Hoje, ao apresentarmos as Demonstrações Financeiras
não podemos deixar de render graças ao nosso Pai Celestial pelas bênçãos que Ele
nos proporcionou, dando-nos a visão correta para exercer nosso dever. Verificamos
mais uma vez o quanto o trabalho de Secretaria/Tesouraria está vinculado à obra
do Senhor e no nosso caso às ENS, com a missão de contribuir com a saúde e
santidade da família por meio do fortalecimento dos laços sagrados do matrimônio
em suas diversas formas, sob a iluminação do Espírito Santo, sempre pautada nos
ensinamentos de Jesus. Com a experiência adquirida pudemos entender que nada
veio de nós. Tudo nos veio pela misericórdia e amor do nosso Pai. Foi Ele que nos
concedeu os dons e o ministério. A ele toda honra e toda glória.
Algo que nos chama a atenção ao refletirmos sobre os papéis que desempenhamos,
tais como a ideia de organização, secretaria, tesouraria, coordenação, parece
novidade, coisas da modernidade, mas não é. Neemias, por volta do ano 444
a.C., foi responsável pela reconstrução dos muros de Jerusalém. Para conseguir
os objetivos propostos, fez-se necessário alguém que se responsabilizasse pelo
trabalho aparentemente burocrático:

“Confiei a intendência dos armazéns ao sacerdote Selemias,


ao escriba Sadoc, e a Fadaías, um dos levitas, com o seu auxiliar
Hanã, filho de Zacur, filho de Matanias, porque tinham reputação
de integridade. Foram encarregados de fazer a distribuição aos seus
irmãos” Neemias, 13:3 (Bíblia Ave Maria).

Temos ainda muito a aprender sobre a Palavra de Deus e agradecemos a Ele


que nos ajudou nesse propósito. Contamos com Sua orientação para os novos
desafios que virão e desejamos que vivamos com
fé e todos juntos , como povo escolhido de Deus,
reconhecidos como íntegros e irrepreensíveis.

Cidinha e Vail
CR Secretaria/Tesouraria SRB

8 CM 517
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 2017
Equipes de Nossa Senhora
Com as Graças de Deus e a contribuição leal e generosa de cada casal equi-
pista, apresentamos as Demonstrações Financeiras do exercício encerrado em
31 de dezembro de 2017, compostas pelo Balanço Patrimonial, Demonstração
de Resultado e as Notas Explicativas, para o devido conhecimento de todos vo-
cês, equipistas do Brasil.

BALANÇO PATRIMONIAL EM 31/12/2017 (em R$)


RESULTADO DO EXERCÍCIO 2016
31/12/2017 31/12/2016
ATIVO
Circulante 8.472.693,20 6.293.787,35
Circulante – E. Internacional 2018 47.484,35
Circulante – III E. Nacional
Não Circulante 874.139,50 926.346,16
TOTAL ATIVO 9.346.832,70 7.267.617,86

PASSIVO
Circulante 162.855,86 195.043,57
Provisões
Outras Obrigações – Encontro 2.583.734,97 47.484,35
Patrimônio Líquido 6.600.241,87 7.025.089,94
TOTAL PASSIVO 9.346.832,70 7.267.617,86

RECEITAS
Contribuições 4.290.276,45 4.083.580,79
Receitas Diversas 208.689,62 510.424,95
Receitas Financeiras 498.250,62 700.695,69
TOTAL DE RECEITAS 4.997.216,69 5.294.701,43
DESPESAS
Despesas com Encontros 2.684.544,98 1.783.470,53
Doação (Contribuições p/
Canonização e Seminários) 317.655,27 307.240,00
Carta Mensal e Desp. Postais 1.216,457,75 1.104.701,89
Impressos Doutrinários 392.723,79 560.136,74
Despesas c/ Adm. de Equipes 476.591,72 194.544,27
Despesas c/ Pessoal 214.881,33 212.533,95
Despesas Gerais 119.209,92 97.598,62
TOTAL DAS DESPESAS 5.422.064,76 4.260.226,00

RESULTADO
Resultado do Exercício -424.848,07 1.034.475,43
Fundo Patrimonial 7.025.089,94 5.990.614,51
RESULTADO ACUMULADO 9.183.832,70 7.025.089,94

CM 517 9
NOTAS EXPLICATIVAS
EXERCÍCIO 2017
1. Ativo
1.1 - A diferença de R$ 2.079.214,84 no Ativo de 2016 para 2017 se
deve ao pagamento das parcelas referentes às inscrições dos equipis-
tas brasileiros para o XII Encontro Internacional de Fátima (Portugal).
2. Passivo
2.1 - No Passivo Circulante está registrado o valor de R$ 2.583.734,97
correspondente ao saldo já recebido referente ao XII Encontro In-
ternacional de Fátima 2018.
3. Receitas
3.1 - As Contribuições leais e espontâneas no ano de 2017 totalizaram
R$ 4.290.276,45, o que representa um aumento de 5,1% em re-
lação ao ano de 2016.
3.2 - Receitas Diversas registram o valor de R$ 208.689,62 relativo ao
ressarcimento de livros e documentos do Movimento, ressarcimen-
to de despesas e outras contribuições.
3.3 - Receitas Financeiras registram o valor de R$ 498.250,62 referen-
te ao valor bruto auferido com aplicações financeiras.

RECEITAS Receitas
R$ 5.294.701,43 Receitas
Diversas Financeiras
R$ 4.997.216,69 R$ 208,689,62
R$ 4.769.814,68 R$ 498.250,62

R$ 4.054.651,00 10%
R$ 3.522.808,00 4%

RECEITAS 2017

86%
Contribuições
2013 2014 2015 2016 2017 R$ 4.290.276,45

CONTRIBUIÇÕES CONTRIBUIÇÕES
(% em relação a Receita Total)
R$ 4.290.276,45 85,9 %
R$ 4.083.580,79
R$ 3.852.721,02 84,1%
R$ 3.169.190,00
80,8%

R$ 2.961.665,00

78,2%
77,1%

2013 2014 2015 2016 2017 2013 2014 2015 2016 2017

10 CM 517
4. Despesas
4.1 - No ano de 2017 houve um crescimento no total das Despesas do
Movimento de 27,3% em relação ao ano anterior.

4.2 - Despesas com Encontros registram todas as despesas do


Colegiado Nacional, Encontros Provinciais, Colegiados Provinciais,
Reuniões da Equipe da Super-sRegião, Encontro de Novos
Responsáveis (CRR e CRS), Encontros Provinciais de Conselheiros
Espirituais, Encontros de Equipes Novas (EEN), Sessões de Formação
e Formação Permanente, bem como todas as despesas de
transportes relacionadas a estes eventos.

4.3 - Despesas com Pessoal incluem os gastos com os funcionários


do Secretariado, salários, encargos e benefícios, bem como todo o
serviço de terceiros com os respectivos encargos.

4.4 - Despesas Gerais correspondem aos gastos gerais, como a


edição de livros, impressos e documentos do Movimento, despesas
bancárias e financeiras, despesas de custeio do Secretariado,
Projeto Vocacional e outros gastos administrativos.

4.5 - O total das despesas com Encontros, Carta Mensal, Livros e


Correios somou R$ 4.293.726,52, representando nossa prioridade
na aplicação de 85,9% das receitas anuais em “Formação”.

4.6 - Doação em dinheiro (Contribuições Canônicas e Seminários) no


valor de R$ 317.655,27.

4.7 - Observar que as Despesas Totais pelo segundo ano seguido


ultrapassaram o valor das contribuições espontâneas.

DESPESAS DESPESAS
(% em relação as Receitas)

80,5% 80,5%
R$ 5.422.064,76 108,5%
R$ 4.260.226,00
R$ 3.841.418,39 80;5% 80;5%
R$ 3.145.584,00 77,6%
71,1%
R$ 2.506.459,00

2013 2014 2015 2016 2017 2013 2014 2015 2016 2017

CM 517 11
DESPESAS 126,4% Depesas Gerais
R$ 119.209,92
(% em relação as Contribuições) Despesas
104,3% Depesas com Encontros
99,7% com Pessoal R$ 2.684.544,98
99,3% R$ 214.881,33 2%
84,6% Depesas c/ 4%
Adm. de Equipes
R$ 476.591,72 9%
Impressos
Doutrinários 7%
R$ 379.544,52 DESPESAS 50%
2017
22%
Carta Mensal e
Despesas Postais 6%
R$ 1.216.457,75
Doação
(Contribuições p/
2013 2014 2015 2016 2017 Canonização)
R$ 317.655,27

DESPESAS R$ 4.293.726,52
DESPESAS
com Formação 85,9%
com Formação 80,7% 80,9% 79,2%
e Carta Mensal
e Carta Mensal R$ 3.448.309,16
73,0%
67,8% 65,0% 65,1%
56,6%
R$ 3.099.443,75
R$ 2.295.346,00 48,2%

R$ 1.698.790,00

2013 2014 2015 2016 2017

2013 2014 2015 2016 2017 % em relação % em relação


as Receitas as Despesas

Comentários adicionais:

Algumas considerações que achamos necessárias e relevantes


para o conhecimento dos equipistas, que vão além do balanço
e das notas explicativas onde constam todas as receitas e
despesas com nosso Movimento.
Ressaltamos a importância dos investimentos realizados,
que novamente foram superiores ao valor das contribuições
espontâneas e seus efeitos. Realizamos o Colégio da ERI em
Florianópolis, que muitos frutos trouxe para o fortalecimento
do Movimento. A expansão sustentada não se consegue
dimensionar, tão grandes as distâncias das regiões que
foram beneficiadas. Com a graça do Senhor as metas foram
alcançadas como planejado.

12 CM 517
Colóquio sobre Padre Caffarel
(Colóquio Internacional – 8 e 9 de dezembro de 2017)
A manhã do segundo dia do Coló- Ordem e do Matrimônio. “Por um
quio, que teve como tema “Hen- lado, os padres acompanham os
ri Caffarel, Mestre de Oração e casais no difícil discernimento que
Conselheiro Espiritual”, conti- eles são chamados a fazer todos
nuou com uma rica reflexão sobre os dias, e, por outro lado, a proxi-
“O casal, as Equipes de Nossa Se- midade com os casais que rezam e
nhora e o Conselheiro Espiritu- que se amam ajuda os sacerdotes a
al”. Esse momento foi conduzido exercerem seu ministério com mais
por José Antônio Marcén Echan- dinamismo e profundidade” (José
di (Amaya, sua esposa, não pôde es- Antonio).
tar presente por motivo de doença Pe. Gabriel deu seu testemunho
na família), casal da ERI responsável contando que na equipe ele se colo-
pela ligação com a Zona Euráfrica, e ca a serviço: “Sou um servo da Igre-
pelo Pe. Gabriel Larraya Aguinaga, ja”. Em diferentes momentos ele
ofm cap, Conselheiro Espiritual da expressa os seus sentimentos como
SR Espanha de 2010 a 2013. SCE:
O Pe. Caffarel atribuía grande im- Eu recebo muito! [falando da sua
portância à presença do padre nas participação na equipe].
ENS e junto aos casais. O padre é si-
nal e presença de Cristo na equipe Eu, em contato com os membros
e faz parte dela de uma maneira di- da minha equipe e suas famílias, en-
ferente; na Equipe ele está a servi- contro sempre “uma alegria sacer-
ço do Amor Conjugal, do Magisté- dotal, uma presença fraterna, um
rio e da comunhão, e não como um equilíbrio afetivo e uma paternida-
simples observador. Foi assim que o de espiritual”.
Pe. Caffarel desenvolveu a comple- Não ser pai biológico foi a grande
mentariedade dos sacramentos da renúncia da minha vida. Mas minha
CM 517 13
experiência nas Equipes de Nossa e da difusão da Teologia do Matri-
Senhora me ajudou a compreender mônio, o Pe. Caffarel foi solicitado,
que a fecundidade do padre passa logo em 1941, por jovens viúvas de
por esse vazio, por essa privação de guerra. Ele procurou dar sentido a
mim mesmo, para dar a vida dan- esta nova situação para as mulheres
do Deus. que ficaram viúvas prematuramen-
Eu sinto também a alegria de ver a te. A espiritualidade da viuvez está
Igreja se enriquecer com as contri- na continuidade do Sacramento do
buições de tantos casais maduros Matrimônio e mostra que “o amor
em sua fé. é mais forte do que a morte”. Com-
plementou dizendo que a oração da
Por seu lado, José Antônio reforçou
viúva se alicerça na intercessão, no
que o Conselheiro Espiritual não é
louvor e na oferenda.
um observador. É alguém que com
sua presença, discreta e sábia, com Dando continuidade, tivemos a
sua escuta respeitosa, compassiva e mesa-redonda da qual participaram
engajada, ajuda os casais a encarnar o Mons. Jérôme Beau como mode-
a Escritura em suas vidas, a aumen- rador, Jacques Gauthier, o casal Elai-
tar pouco a pouco a compreensão ne e John Cogavin da Irlanda, mem-
dos sacramentos e a discernir o que bros da ERI de 2001 a 2007 e o
se passa no mundo e em suas vidas. Pe. Patsy Kelly, também da Irlanda
(é SCE e passou algum tempo em
E José Antonio termina: “É na equi-
Troussures com o Pe. Caffarel nos
pe que nós aprendemos a aco-
primeiros tempos da Casa de Ora-
lher e a honrar os sacerdotes,
ção).
como expressamente pediu o
Pe. Caffarel. No entanto, é um Os testemunhos em videoclips nes-
propósito que não fica restrito ta Sessão vieram de Portugal (teste-
ao seio das equipes, mas que se munho de uma viúva sobre a espi-
prolonga e se estende a todos os ritualidade da viuvez), da Polônia (a
outros sacerdotes, especialmen- importância da oração para um ca-
te aos nossos pastores diocesa- sal), dois da França (um casal teste-
nos. Somente uma santa inquie- munhando a prática da oração con-
tude cria em nós esse vínculo jugal e uma antiga colaboradora do
tão forte com o nosso conse- Pe. Caffarel) e do Líbano (um casal
lheiro espiritual: se a sua alegria e um SCE, a oração como comple-
é de ‘nos dar vida’, como nós o mento da vocação).
ajudaremos se nós não nos mos- A última sessão teve como tema
trarmos vivos, ativos, em contí- “Henri Caffarel, profeta para o
nuo crescimento? ” casal e para o matrimônio”. Dela
Finalizando esse bloco foi lido o tes- falaremos no mês que vem.
temunho, vindo de Camarões, da
viúva Monique Cheuleu. Ela nos re- Vicélia e Magalhães
lembrou que na sequência lógica CR da Associação dos Amigos
do acompanhamento dos casais, do Pe. Caffarel no Brasil
14 CM 517
VISITA A TROUSSURES

No dia 10 de
dezembro de 2017,
2º domingo do Advento,
os equipistas participantes
do Colóquio Internacional sobre o
Pe. Caffarel fizeram uma peregrinação à
Maison de Troussures, onde Pe. Caffarel fun-
dou uma escola de oração, depois de ter-se reti-
rado da animação do Movimento das ENS em 1973.
Chegamos todos debaixo de muita chuva e frio, e logo nos
dirigimos ao túmulo do Pe. Caffarel para uma celebração conjun-
ta, feita nos cinco idiomas do Movimento.
Houve uma primeira leitura do Evangelho de Marcos (10,17-22), que conta a
história do jovem rico, em que a tônica é “vem e segue-me”. São estas as pala-
vras de Jesus que estão inscritas na sepultura, porque em março de 1923 foi este o
chamado que iria nortear toda a vida de Henri Caffarel. Ao contrário do jovem rico,
Caffarel recusa a “segurança das riquezas” e segue o convite de Jesus Cristo.
Depois do canto Laudate Dominun, foram lidas algumas pequenas reflexões extraí-
das de textos do Pe. Caffarel. O primeiro referia-se ao amor (“o amor vem de Deus”).
Nele destaca que o amor conjugal é um caminho que leva a Deus. Por ser um caminho
de santidade, é uma grande escola de doação, de encontro, de desapego, de missão.
O segundo texto falava do “amor mais forte do que o sofrimento”, referindo-se ao
momento de viuvez de um dos cônjuges, em que o amor conjugal se torna mais for-
te do que a morte. A terceira reflexão tratava da oração. Oração como um momen-
to de estar sendo esperado pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo, a Família trini-
tária. Oração como um momento essencial na vida da pessoa, por estar na presença
de Deus, de receber seu amor, como o Pai que acolhe seu filho.
Em conclusão, e ainda em frente ao túmulo do Pe. Caffarel, cantou-se o Magnificat
e foi feita a oração por sua canonização.

CM 517 15
Em seguida, todos se deslocaram para
o interior da Maison de Troussures, que
hoje é um centro espiritual de retiros e
encontros de formação, onde fomos re-
cebidos e acolhidos pelos irmãos da co-
munidade religiosa que segue a esco-
la de São João Evangelista (Frères de
Saint-Jean) e que dirigem a casa.
Eles nos mostraram as
várias partes da casa
onde viveu Pe. Caffa-
rel neste período de
Ao final da visita tivemos a celebração
1973-1996. Visitamos
da Santa Missa, cujo Evangelho fala-
a capela onde celebra-
va precisamente de João Batista como
va as missas, o escritó-
mensageiro do advento de Jesus Cristo,
rio onde tinha seus li-
e que veio para preparar os caminhos
vros e onde recebia as
do Senhor.
pessoas, o refeitório e
outras partes impor- Dois profetas, cada um em seu tempo –
tantes da casa. João Batista e Pe. Henri Caffarel –, que
souberam preparar os caminhos que tra-
E uma informação bem curiosa: disse-
zem o Senhor e que nos levam até Ele.
ram-nos que Pe. Caffarel, antes de fa-
lecer, lhes havia pedido que suas “coi-
Mariola e Elizeu Calsing
sas pessoais”, inclusive escritos, fossem
Eq.19 - Setor C - Região Brasília I
queimadas e destruídas.
Província Centro Oeste
Foi um momento muito emocionante es-
tar nestes lugares onde Pe. Caffarel viveu
um tempo precioso de aprofundamento
e ainda pôde partilhar com milhares de
pessoas o sentido de sua vida, sempre
baseada na oração e no fiel seguimento
ao chamado que o Senhor lhe havia fei-
to ainda jovem. São lugares de constan-
te peregrinação por equipistas do mun-
do todo e por outros casais e famílias.
Em seguida fomos convidados a partici-
par de um almoço em Massabielle, que é
uma casa das ENS da França, conhecida
como “a casa do casal” ou “a casa das
famílias das ENS”, onde se realizam reti-
ros, encontros de formação e evangeliza-
ção para casais e famílias, inclusive exten-
sivos a pessoas que não são equipistas.

16 CM 517
Henri Caffarel,
o homem e sua missão
4. Nas fontes da Espiritualidade Conjugal
O Amor e a Graça

No ano de 1939, Pe. Henri Caffarel grupo de escoteiros. “Mas, apesar dis-
com quatro casais iniciam o que virá a so, fui à primeira Reunião, que foi mui-
ser o Movimento das Equipes de Nos- to alegre, a partir dessa grande alegria
sa Senhora; desta “fonte” irradiam ou- que estes casais tinham de se amar e de
tros movimentos de casais, o de viúvas amar a Cristo. Apresentaram-me trinta
e várias publicações. Pe. Caffarel ava- e seis perguntas e imediatamente per-
lia o significado deste desenvolvimento di minhas apreensões. Eu próprio fiquei
como “uma manifestação interna, que é admirado por me sentir tão à vontade. E
sinal da Graça”. compreendi por quê: havia dez ou quin-
Nas publicações, Henri Caffarel tem ze anos que eu vivia com Cristo uma re-
oportunidade de apontar a origem des- lação de amor; e, diante desses casais a
te esforço dos casais para elaborarem me falarem de seu amor, descobri que
uma espiritualidade conjugal e familiar se repetiam na vida do casal as mes-
e se pergunta: “Não seria possível pen- mas leis que eu havia descoberto na mi-
sar que no século XX se abre a santida- nha relação com Cristo. E foi isso que
de dos leigos casados?” me conquistou e entusiasmou. Íamos,
portanto, poder ajudar-nos uns aos ou-
E vai relembrar no futuro, avaliando o
tros: eles iam trazer-me a realidade em
início do Movimento, falando com sim-
que viviam, e eu levar-lhes-ia algumas
plicidade do primeiro encontro com os
noções de espiritualidade que possuía.
quatros casais, na belíssima reflexão
Quantas vezes disse a mim mesmo que,
sobre o Carisma ENS, em 3 de maio
se em vez de encontrar esses quatro ca-
de 1987, que ficou conhecida como o
sais, tivesse começado meu ministério
“Discurso de Chantilly”: “Há quaren-
numa paróquia, fazendo a descoberta
ta anos houve alguma coisa junto com
do casamento no confessionário, não
aqueles quatro casais – não foi só uma
teria evoluído da mesma maneira!”
boa ideia; foi alguma coisa a mais do
que o simples entusiasmo; E lá em1945, no primeiro número
a Providência e o Espírito especial de l’Anneau d’Or, nosso
Santo ali estavam de algum Conselheiro espiritual marca eta-
modo”. Comenta que “lhe pa na busca e na reflexão sobre
faltou coragem” quando se a espiritualidade do casal cris-
viu confrontado por aqueles tão e debruça-se sobre a vo-
casais, porque tivera uma infe- cação para o amor; e em ou-
liz experiência anterior com um tros artigos sobre o “mistério

CM 517 17
do amor”: “O amor cristão é autenti- oração, formando a “Fraternidade Nos-
camente humano, e ao mesmo tempo, sa Senhora da Ressureição”. Padre Ca-
sobrenatural; a caridade, esse amor que ffarel sempre fez questão de associar
desce do coração de Deus como seiva, espiritualmente esta comunidade ao
ativa-o e faz com seu apostolado junto aos casais, por-
que desabroche que depositava uma fé muito gran-
em frutos de santi- de na fecundidade toda especial da
dade”. Mais tarde, oração das viúvas, oferecida pela
em 1956, vai reto- santificação do amor. E assim, nas
mar seu pensamen- fontes da Espiritualidade Conjugal,
to sobre o amor con- fica marcada a presença e a ternu-
jugal em seu livro O ra de Deus no coração das viúvas.
Amor e a Graça, onde Todos aqueles casais e viúvas,
voltará o pensamento orientados por Pe. Caffarel, acei-
sobre o amor, o casa- tam suas exigências e têm a con-
mento e os recursos da vicção de serem pioneiros de uma
Graça. grande obra. Partilham amizades na pre-
Apesar de seu trabalho com casais, Pe. sença do Senhor e o que lhes é mais caro,
Caffarel vê-se, a partir de 1940, con- e se assumem uns aos outros em suas
frontado com jovens viúvas que perde- alegrias e provações, com entusiasmo,
ram o marido na guerra e que o pro- caminhando de descoberta em desco-
curam. Em 1943 realizam um retiro berta no reino do amor e da Graça.
em Lourdes com reflexões e conver-
sas que impressionam Caffarel e esta FONTES: “O Carisma Fundador - Discur-
bela iniciativa das viúvas que querem so de Chantilly”, Pe. Henri Caffarel. Su-
consagrar a Cristo sua viuvez “no pro- per- Região Brasil. 3 de maio de 1987.
longamento de seu amor conjugal” é - “Henri Caffarel. Um homem arrebata-
atendida por Caffarel, que as assiste e do por Deus”, Jean Allemand. Tradução de
lança um periódico para congregá-las: a Gerard François Duchêne e Monique Du-
revista, Offertoire, em janeiro de 1947. chêne. ENS, 1997.
Estas viúvas organizam-se em grupos, - “O Amor e a Graça”, Henri Caffarel.
que se desenvolvem e consolidam na ENS. Edição na França, 1956. Edição no Bra-
sil, 1961.
- “O amor mais forte que a morte”.
H. Caffarel. Carré. Lochet. Rouguet. SP,
1972.
- “Espiritualidade Conjugal, uma pala-
vra suspeita”. H. Caffarel. Tradução de
I’Anneau d’Or, 2009.
Paulo José (da Yara), Salma e Paulo
Eq.01B - N. S. da Esperança
São José dos Campos-SP

18 CM 517
O ROSÁRIO
MISTÉRIO DE CRISTO, “MISTÉRIO” DO HOMEM

MISTÉRIOS GLORIOSOS
1o MISTÉRIO GLORIOSO - A ressurreição de Jesus
O anjo disse às mulheres: Não tenham
medo! Sei que buscais a Jesus que foi cru-
cificado. Ele não está aqui, ressuscitou,
como havia dito. Venham ver o lugar onde
Ele jazia (Mt 28, 5-6).
Iluminados pela ressurreição de Cristo, pe-
regrinamos (física ou espiritualmente) até
o Santuário de Fátima, Deus sabe o cami-
nho que cada um teve que percorrer para
chegar até aqui,mas como é consolador
estar diante da imagem de Nossa Senhora! Seu olhar nos transmite uma doçura
imensa, sua ternura nos envolve como num abraço de mãe. Aquele abraço com que a
mãe recebe o filho que chega, e não dá para definir de quem é a maior alegria do fi-
lho ou da mãe. E assim em seu colo, sem precisar de palavras, todas as nossas dores,
lágrimas, nossas misérias, pecados, se transformam. Seu olhar atravessa o mais ínti-
mo de nossa alma, e nossa vida inteira nos parece ser compreendida. Sentimos-nos
amados, sem reservas, infinitamente. Então recostados em seu colo ousamos dizer:
“Mãe, cheguei!” E ela com toda sua ternura nos diz: “Filhinhos!” E o som de sua voz
fica gravado em nosso coração, como sinal de ressurreição, vida nova que começa.
Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória...

2o MISTÉRIO GLORIOSO - A ascensão de Jesus ao céu


Depois de lhes ter falado, o Senhor Jesus
foi elevado ao céu e assentou-se à direita
de Deus (Mc 16,19).
O nosso coração se expande diante da gra-
ça e aos poucos o mistério vai se revelando,
então descobrimos que nosso coração bate
ritmado pelo mistério da vida de Cristo e
de sua ascensão ao céu, ritmado pela pre-
sença maternal de Maria, que sempre es-
teve ao nosso lado. E até os recantos mais
escuros de nossa alma parecem agora descobertos, em paz. Uma pessoa que se sen-
te assim tão amada sente também o desejo de amar, de devolver ao mundo esta gra-
ça. Sentemos ao lado da mãe e façamos da oração que o anjo ensinou aos pastori-
nhos, a nossa oração para pedir a graça de Deus pelo mundo. No ritmo tranquilo da
CM 517 19
nossa respiração rezemos: Eu creio, adoro, espero e vos amo. Peço-vos pelos que não
creem, não adoram, não esperam e não vos amam (repetir três vezes).
Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória...

3o MISTÉRIO GLORIOSO - A vinda do Espírito Santo sobre Nossa Senhora


e os Apóstolos
E viram o que parecia línguas de fogo, que
se separaram e pousaram sobre cada um
deles. Todos ficaram cheios do Espírito
Santo... (Atos 2, 1-4).
O Espírito Santo derramou-se sobre os após-
tolos e a Mãe estava com eles. A presença
da Virgem Maria no nascimento da Igreja é
prelúdio de seu auxílio na vida de todos os
que se deixam tocar pela certeza da sua pre-
sença. Mistério que palavras não podem ex-
pressar, mas que é sentido pela nossa alma. Em Fátima a Virgem Maria pede aos pas-
torinhos para rezar, rezar muito e fazer sacrifício pelos pecadores, pois muitas almas
se perdem por não haver quem se sacrifique e peça por elas. Mãe, nós te pedimos
e a ti confiamos os nossos lares, felizes e os que vivem em conflito. Confiamos aos
teus cuidados os nossos jovens, pois quem segura na tua mão não erra o caminho.
Confiamos aos teus cuidados, os que estão aflitos, pelas suas dores ou daqueles que
amam. Pedimos-te pela conversão de todos nós pecadores. Que o teu olhar de mãe
ilumine os caminhos da nossa vida, aumentando em nós a fé, esperança e caridade.
Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória...

4o MISTÉRIO GLORIOSO - A assunção de Nossa Senhora ao céu


Porque olhou para a humildade de sua ser-
va. De agora em diante, todas as gerações
me chamarão bem-aventurada, pois o po-
deroso fez grandes coisas em meu favor,
santo é o seu nome (Lc 1, 48-49).
“O meu coração Imaculado será o teu re-
fúgio e o caminho que te conduzirá até
Deus”, prometeu Maria a Lúcia em Fátima,
em 1917. Esta promessa não é só para a
Lúcia. É para todos nós, que hoje oramos
no Santuário de Fátima ou nos muitos lugares onde Deus nos espera. Nos aconteci-
mentos de Fátima vimos o amor, a profunda sensibilidade de Deus face aos homens
e mulheres. Os corações de Jesus e de Maria estão atentos à voz das nossas súplicas.
Supliquemos também nós pelo Movimento das Equipes de Nossa Senhora, que cada

20 CM 517
casal, cada sacerdote, cada equipe tenham como desejo primeiro caminhar para a
santidade, nem mais nem menos. Que Nossa Senhora, que hoje invocamos sob o tí-
tulo de Nossa Senhora de Fátima, rogue a Deus por cada um de nós.
Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória...

5o MISTÉRIO GLORIOSO - A coroação de Nossa Senhora, como rainha do


céu e da terra
Apareceu no céu um grande sinal: uma
mulher vestida de sol, com a lua debaixo
dos seus pés e uma coroa de doze estrelas
sobre a cabeça (Ap 12. 1).
Deus tem um desejo em relação a nós. Ele
conhece a nossa história, as nossas carac-
terísticas, as nossas capacidades e limi-
tes muito mais profundamente do que nós
mesmos. Ele confia e espera que nossa vida
seja um reflexo do seu amor pela humani-
dade. Jacinta, Lúcia e Francisco, embora pequeninos, se fizeram luz para o mundo,
acolhendo e anunciando a mensagem daquela que foi escolhida por Deus para ser
a Rainha do céu e da terra, porque mãe do nosso Rei Salvador, Jesus Cris-
to. E Ele continua passando nas ruas e cidades e lançando o seu convite. Pe. Caffa-
rel ouviu a sua voz: “Oh, nada de extraordinário naquele longínquo dia de março eu
soube que era amado e que amava”, isto permeou todo o sentido de sua existência.
Homem de grande sabedoria e profundo conhecimento, mostrava-se humilde e sim-
ples ao convidar os irmãos a segui-lo no caminho de Jesus Cristo. Agora no céu, jun-
to à Virgem Maria, olha por nós. Os filhos que gerou pela fé. E nós aos pés de Nossa
Senhora, no Santuário de Fátima, lugar de bênção e graças, vimos pedir a Deus: que
apresse o dia em que a igreja há de proclamar a santidade de sua vida.
Oração: Santíssima Virgem, que nos montes de Fátima vos dignastes revelar aos
três pastorinhos os tesouros das graças que podemos alcançar, rezando o Santo Ro-
sário, ajudai-nos a apreciar sempre mais essa santa oração, a fim de que, meditan-
do os mistérios da nossa redenção, alcancemos as graças que insistentemente vos
pedimos (pedir a graça).
Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o
céu e socorrei principalmente as que mais precisarem.
Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós.
Pai Nosso, 10 Ave Maria, Glória...

Maria Goretti e Moacir


Casal Intercessor Nacional
intercessao@ens.org.br
CM 517 21
XII ENCONTRO INTERNACIONAL

FÁTIMA 2018
Nove mil cristãos em Fátima!
“Turistas em busca de sensações? Não. Mas peregrinos em bus-
ca de Deus.” Pe. Caffarel , CM 1959-9
Caros peregrinos. Estamos responsáveis pelas inscrições dos
3.200 brasileiros que estarão fisicamente presentes ao XII En-
contro Internacional em Fátima, Portugal, de 16 a 21 de julho
de 2018, e crescendo no espírito peregrino com o Estudo do
Tema “A Missão do Amor”.
Consultando o site das ENS, no arquivo da CM, conhecemos
a história das peregrinações e Encontros Internacionais e
a participação do Brasil. Destacamos alguns trechos da
CM 1959-5, da primeira peregrinação das ENS de cará-
ter internacional, em Roma: “A Peregrinação é do Movi-
mento... somos todos nós que iremos participar deste
grande elã comum e das graças que o Senhor reserva
àqueles que o procuram desse modo”. Compreen-
demos que por ser uma iniciativa coletiva, todos
os que ficam são peregrinos como aqueles que
foram. Somos todos chamados a assumir o es-
pírito peregrino: romper a rotina, caminhar com
outro, acolher suas alegrias e suas dores e ofe-
recer a Deus e comunicar com alegria o Senhor
Ressuscitado.
Destacamos ainda: “É o Movimento todo que se
movimentou, uns poucos receberam a incumbên-
cia de serem os delegados dos demais... O auxí-
lio mútuo permitiu a viagem de alguns... E estes
ao partirem levaram consigo as preces, as súpli-
cas, os anseios e as ações de graças daqueles que
ficaram. Testemunhamos o empenho dos aproxi-
madamente 8.000 equipistas que fizerem a ins-
crição para 3.200 participações do Brasil: pagar
os boletos, e-mails, telefonemas e aguardar na lis-
ta de espera. Solidarizamo-nos com aqueles que
cancelaram a inscrição, por diferentes motivos.
22 CM 517
CM 1959-7/8, um trecho da mensagem de três casais brasileiros,
entre eles Nancy e Pedro Moncau, enviados como delegados
das primeiras equipes do Brasil. “Foi em nome de vocês todos
– vocês para isso nos tinham dado poderes – que afirmamos
solenemente, ao mesmo tempo que os mil casais da Pere-
grinação, a nossa fé no Sacramento do Matrimônio, a nos-
sa firme disposição de envidar todos os esforços para levar a
tantos casais que ignoram em nosso país a grandeza do Sa-
cramento do Matrimônio... Mas também trazemos, particular-
mente, a decisão – também tomada em nome de vocês – de
trabalhar com energia, com dedicação, com ardor, para tornar
conhecida das famílias brasileiras a vida cristã do lar. Somente
quando esta decisão for também de vocês, só então nos considera-
remos desincumbidos da missão que nos foi confiada”.
Tivemos duas participações em Encontros Internacionais. A primeira em Fá-
tima, 1994. Éramos Casal Regional, recebemos uma cota da solidariedade
da coordenação internacional, a ERI. Vivemos a preparação Convidados às Bo-
das de Caná e experimentamos uma conversão na convivência com casais e con-
selheiros de culturas tão diferentes. Guardamos o testemunho de um casal equi-
pista africano que vivia a monogamia no meio da cultura da poligamia. Foi dádiva
de Deus cada dia vivido em Fátima. Ainda hoje estamos em missão conscientes
de que somos todos convidados às Bodas de Caná. A segunda em Santiago de
Compostela, 2000. Fomos enviados numa bonita cerimônia, recebemos envelo-
pes para serem lidos a cada dia, com mensagens e pedidos de orações do Se-
tor. Vivemos a indescritível experiência de estar tão distante fisicamente e ao
mesmo tempo tão próximo dos irmãos que ficaram em oração no Brasil.
No entanto, com os afazeres diários corremos o risco de não captar o espí-
rito peregrino. Deixar passar o kairós, tempo de Deus em nossa vida. Apro-
veitemos das orientações das ENS quanto à reza do Rosário, do Tema de
Estudo, das iniciativas da nossa equipe e programações do Setor, visite-
mos o site oficial do encontro end.fatima2018.pt para acompanhar as
transmissões ao vivo.
Que a motivação maior para atravessar o Atlântico seja o espí-
rito de peregrinação. Que sejamos dignos representantes dos
primeiros casais peregrinos brasileiros em Roma. Que a nossa
participação seja efetiva e frutuosa, porque hoje, como on-
tem, grande parte dos casais, sem exclusão dos equipistas,
tem necessidade de serem ajudados com as graças do ma-
trimônio cristão. Que caminhemos como Maria, a Senho-
ra de Fátima, peregrina na fé.
Vera e José Renato Luciani
Casal Coordenador Nacional

CM 517 23
correio da ERI

A minha alma glorifica ao Senhor


e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador

Em Fátima, chegamos ao fim de um lon- de Nossa Senhora, apesar das suas di-
go itinerário, começado há cerca de seis ferenças, vivam na alegria da pertença a
anos no grande Encontro Internacional uma grande família.
de Brasília 2012.
O nosso pensamento é de um cânti-
Louvor
co reconhecido de alegria e de ação de Louvor a Deus por nos ter dado a luz de
graças, no qual gostaríamos de expres- nos pormos mais uma vez a Caminho e
sar o nosso orgulho, esperança e louvor. esclarecer-nos que servi-Lo é ocasião de
o amarmos cada vez mais
Orgulho O caminho que fizemos mostrou-nos
Pelo que foram, são e continuarão a ser bem como o Evangelho é sempre novo
as Equipes de Nossa Senhora! todos os dias e que os frutos resultan-
tes do seu aprofundamento e saber são
Esperança para ser transmitidos em todos os tem-
pos e a todos os corações.
Esperança para que o chamamento do
Senhor encontre sempre em todos uma A revelação de Deus ao homem, no iní-
abertura confiante à responsabilida- cio do Gênesis com a pergunta “onde
de, porque alterando a nossa realida- estás?”, é bem o sinal de como Ele
de transforma profundamente a forma quer caminhar conosco e frequente-
como vivemos essa mesma realidade. mente nos procura e pergunta: “Onde
está o teu irmão?”
Esperança ainda que as diversas lín-
guas e culturas existentes nas Equipes É uma pergunta pessoal, que exige uma

24 CM 517
resposta pessoal, para nos mostrar bem,
sem hesitações, o valor da resposta que
lhe damos.
Questionados com estas perguntas in-
quietantes, tentamos nunca impor, mas
sempre propor uma grande entreajuda,
onde no conhecimento mais profundo e
terno de Cristo, nosso Pai e irmão, ten-
tamos dividir com os outros o pão que uma mera união de grupos, mas antes
nos alimentava. uma vida de comunhão de cristãos que
Ao nosso querido fundador, Padre Henri partilham a vida de Deus.
Caffarel, uma ação de graças eterna, A todos nos foi dado o espírito de Deus,
por ter sido sempre para nós a bússola e o espírito de Deus é harmonia, cami-
que nos orientava no rebuliço das nos- nho e paz.
sas vidas. Como foi importante o seu Podemos proclamar dizendo sem medo
ensinamento para criarmos espaços de a verdadeira mensagem do Evangelho:
silêncio, onde a sua voz nos chegava “Vede como eles se Amam”.
mais clara…
À Patrícia e à Guénola, verdadeiras pe-
Sair e partir, conhecer muitas Supra-Regi- dras angulares de todo um trabalho
ões e Regiões, conviver e guardar no co- enorme, o nosso reconhecimento ao da-
ração o olhar de centenas de equipistas, rem testemunho de como é mais impor-
tornou-nos testemunhas das suas vidas. tante o Amor do que a lei. Ao saberem
O Encontro com o Outro e a abertura ultrapassar com dedicação, profissiona-
do coração às suas necessidades foram lismo e paciência tantos entraves que as
ocasião de nos sentirmos privilegiados e obrigavam por vezes a um trabalho su-
darmos graças a Deus. plementar, respondiam com prontidão e
Muitas destas visitas foram motivo de eficácia a todas as SR/RR que recorriam
conversão, quando encontrávamos Deus ao Secretariado Internacional.
vivo de onde regressávamos novos, por- Queridos amigos, nesta hora de despe-
que nos mostrava que ninguém se con- dida, queremos abraçar-vos a todos e a
verte verdadeiramente a Deus se não cada um em particular, apesar das nos-
aceitar os homens como irmãos. sas misérias, das nossas recusas, e mui-
Vivemos um tempo de grande riqueza, tas vezes do nosso silêncio, dizer-vos
quando ensaiamos mantermo-nos fiéis mais uma vez quanto vos amamos:
ao Amor de Deus, ao carisma das Equi- Até sempre!…
pes de Nossa Senhora e ao Amor dos A minha alma glorifica o Senhor e
homens que fomos conhecendo. o meu espírito se alegra em Deus,
Com a ERI vivemos a alegria de nos sen- meu Salvador.
tirmos irmãos, na qual partilhávamos
tudo no verdadeiro sentido da palavra. Tó e Zé Moura Soares
A amizade que nos une não é apenas CR ERI
CM 517 25
Última viagem
Caríssimos casais,
Muito recentemente o Papa Francisco pu- des fiéis aos pontos concretos de esforço,
blicou uma Carta Apostólica em forma de com particular insistência em dois: na ora-
“motu próprio” dirigida aos Bispos em ção conjugal e no dever de sentar-se. Jun-
que lhes recorda que é preciso “aprender tamente com os outros, estes dois pontos
a despedir-se”. O Papa referia-se à resig- concretos de esforço são mesmo indispen-
nação a que os bispos são convidados, ao sáveis, pois se não fordes capazes de re-
atingirem a idade de 75 anos. Depois de zar juntos como haveis de viver à luz da
uma vida dedicada ao serviço da Igreja nas fé a vosso matrimônio? O dever de sentar
mais elevadas responsabilidades, os bispos na presença de Deus e em clima de oração
têm necessidade de descansar e de pre- ajuda o casal a centrar a sua vida n’Aquele
pararem, segundo uma bela expressão de que é a razão de ser do cristão que vive
Bento XVI, a “última viagem”. a sua união conjugal no Senhor. E a mis-
Depois destes longos seis anos em que são para a qual hoje os casais são espe-
tenho estado ao serviço do nosso Mo- cialmente convocados, se não for o irradiar
vimento como Conselheiro Espiritual da do testemunho da vivência da santidade
ERI (Equipe Responsável Internacional), como casal e em família não será nada!
também eu sou convidado a “aprender a Se no princípio o desejo dos casais funda-
despedir-me”. No princípio, parecia qua- dores e do Padre Caffarel era como viver a
se uma eternidade; agora, passados seis santidade em casal e na família, hoje esse
anos, parece que tudo se passou tão rapi- desejo é mesmo uma missão: num mundo
damente, como se fosse ontem. que já não acredita, proclamar pela pala-
É verdade que esta ainda não é propria- vra e pelo testemunho que vale a pena vi-
mente a hora da “despedida”, que será ver o ideal do matrimônio cristão, pois será
no final do Grande Encontro, no próximo ele que, como fermento, salvará o mundo
mês de julho, em Fátima. Por isso, agora do caos em que hoje se encontra. Não há
é o momento da aprendizagem, de apren- esperança para o mundo sem o fermento,
der a despedir-me de todos vós, caríssimos sem a presença da família cristã.
casais. Gostaria de vos agradecer a vossa Este é o meu testamento, o meu desejo
atenta leitura das minhas cartas ao longo mais forte para todos vós. Que o Senhor
destes seis anos. Foi gratificante ouvir al- que vos uniu no laço do Sacramento do
guns de vós me dizerem, nos Colégios e Matrimônio vos abençoe e proteja. Que o
em outras circunstâncias: “Agora podemos Coração Imaculado de Maria seja o vosso
conhecê-lo pessoalmente, para além das refúgio e o caminho que vos conduz para
cartas!”. Encontrei em vós muito estímulo Deus. Vamos este ano no Grande Encontro
para continuar neste serviço de animação, em Fátima pedir esta proteção e este refú-
de confirmar os irmãos na fé e no entusias- gio maternal de Nossa Senhora para o nos-
mo de viver a santidade do Sacramento do so Movimento e para cada um de vós em
Matrimônio, em casal e em família. particular. Levo-vos todos no coração e na
Como sabeis, não tenho feito outra coisa minha oração sacerdotal.
senão exortar-vos a serdes fiéis à mística e P. José Jacinto Ferreira de Farias, scj
à pedagogia do nosso Movimento; a ser- Conselheiro Espiritual da ERI
26 CM 517
igreja católica

Ano do
Laicato
Caríssimos equipistas, no artigo anterior abordarmos o
tema referente ao Segundo Congresso Mundial do Laicato.
O artigo deste corrente mês tratará sobre a noção jurídica
dos fiéis leigos no Concílio Vaticano II.

No Concílio Vaticano II, os leigos encontram uma etapa histórico-jurídi-


ca fundamental, de grande relevância eclesiológica, pois um dos gran-
des méritos do Vaticano II, sem dúvida nenhuma, é a noção primordial
da Igreja como Povo de Deus, onde cada batizado, segundo a sua pró-
pria condição, participa de modo ativo na missão da Igreja. Ainda que o
Vaticano II não dê uma definição ontológica dos leigos, é no documen-
to conciliar que encontramos uma descrição tipológica dos leigos como
uma novidade fundamental de uma eclesiologia enquanto mistério de co-
munhão.
O momento central da reflexão conciliar é a tomada de consciência que a
Igreja tem de si mesma e de sua missão. A eclesiologia conciliar exposta
na Constituição Dogmática Lumen Gentium se fundamenta na compre-
ensão sobre a participação de todo o Povo de Deus na ação missionária
da Igreja. Logo, os dois princípios constitutivos estruturais da Igreja são a
igualdade fundamental e a diversidade funcional. A Igreja vem mais de-
finida como communio, uma categoria que assume, de modo compreen-
sivo, todos os elementos constitutivos da Igreja, emanados da reflexão
eclesiológica do Concílio Vaticano II:
Entre os elementos que exprimem a verdadeira e autêntica imagem da
Igreja, cumpre mencionar, sobretudo, os seguintes: a doutrina que pro-
põe a Igreja como Povo de Deus (cf. Const. Lumen Gentium 2) e a autori-
dade hierárquica como serviço (Lumen Gentium 3); a doutrina, que, além

CM 517 27
disso, apresenta a Igreja como comunhão e, por conseguinte, estabele-
ce as relações que devem existir entre Igreja particular e Igreja universal,
e entre a colegialidade e o primado; a doutrina, segundo a qual todos os
membros do Povo de Deus participam, a seu modo, do tríplice múnus de
Cristo: sacerdotal, profético e régio. A esta doutrina está unida também a
que se refere aos deveres e direitos dos fiéis e expressamente dos leigos
(Sacrae Disciplinae Leges, 9).
Dessa forma, partimos do pressuposto de que todos os leigos na Igre-
ja são fiéis. Mas nem todos os fiéis são leigos. Praticamente, o termo lei-
go tem um significado preciso, serve para designar aquele que pertence
como membro do Povo de Deus, mas que não determina todo o Povo de
Deus. O que caracteriza todos os membros do Povo de Deus corresponde
a um outro termo: fiéis.
Pode-se afirmar, sem dúvida nenhuma, que é de grande importância, na
doutrina do Concílio Vaticano II, a noção de fiel, a noção de leigo e a mis-
são deles no interior da Igreja Povo de Deus. Retomando e interpretando
um clássico texto de Santo Agostinho, a título de comparação, podemos
afirmar que o vocábulo fiel é um nomen gratiae, o vocábulo leigo é um
nomen officci. Assim sendo, o vocábulo fiel define a con-
dição comum de todos os batizados, do Romano Pontífice
até o último recém-nascido incorporado na Igreja. O ter-
mo leigo, segundo a reflexão conciliar, é o fiel que se em-
penha em uma determinada função na Igreja. Isto é, a luz
do princípio da diversidade funcional.

Prof. Dr. Pe. Orivaldo Pereira Filho*


SCER Região SP Oeste II
Província Sul II
oriper@yahoo.com.br
*Mestre em Missiologia
pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma
Mestre em Direito Canônico
pela Pontifícia Universidade Gregoriana
Doutor em Direito Canônico
pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma

28 CM 517
Palavra
do Papa
A verdade vos tornará livres (Jo 8, 32)
No dia em que a Igreja reverenciou a São Francisco de Sales, padroeiro da
imprensa católica, Papa Francisco divulgou a mensagem para o Dia Mundial das
Comunicações Sociais, comemorado em 13 de maio, com o tema: “A verdade
vos tornará livres (Jo 8, 32). Fake news e jornalismo de paz”. Papa Francisco
pediu para que se busque sempre a verdade e seja sempre “comprometido em
indicar soluções alternativas à violência verbal”.
Na primeira parte da Mensagem, o Papa analisa o fenômeno das fake news. As
falsas notícias, observa, visam “enganar e até mesmo manipular o destinatá-
rio... sua difusão visa influenciar as escolhas políticas e favorecer os lucros eco-
nômicos”. Esse sistema “pode contar com um uso manipulador das redes so-
ciais que tornam virais as notícias falsas”. O drama da desinformação, adverte
Francisco, é “o descrédito do outro, a sua representação como inimigo” que
pode até mesmo “fomentar conflitos”. Francisco destaca que muitas vezes as
notícias falsas fundam suas raízes “na sede de poder” que “se move de falsi-
dade em falsidade para nos roubar a liberdade do coração”.
O Papa, na segunda parte da mensagem, voltando ao Livro do Gênesis, observa
que, na base das notícias falsas, há a “lógica da serpente” que, de alguma for-
ma, tornou-se “artífice da primeira fake news”. O tentador“assume uma apa-
rência credível” e concentra-se “na sedução que abre caminho no coração do
homem com argumentos falsos e sedutores”. Precisamente como as notícias
falsas. Este episódio bíblico mostra que “nenhuma desinformação é inofensi-
va; antes pelo contrário, fiar-se naquilo que é falso produz consequências ne-
fastas”, já que também “uma distorção da verdade aparentemente leve pode
ter efeitos perigosos”. E precisamente a verdade é o antídoto mais radical ao
“vírus da falsidade”. Na visão cristã, a verdade não é uma realidade apenas
conceitual, que diz respeito ao juízo sobre as coisas, definindo-as verdadei-
ras ou falsas. A Bíblia reúne os significados de apoio, solidez, confiança, como
sugere a raiz aman (daqui provém o próprio Amen litúrgico). A verdade é aqui-
lo sobre o qual podemos nos apoiar para não cair. Neste sentido relacional, o
único verdadeiramente fiável e digno de confiança sobre o qual se pode con-
tar, ou seja, a única verdade é o Deus vivo. Eis a afirmação de Jesus: “Eu sou
a verdade” (Jo 14, 6). Só isto liberta o homem: “A verdade vos tornará livres”
(Jo 8, 32). Lembra também o Papa que a grandeza da informação não está na

CM 517 29
velocidade em comunicá-la nem no impacto sobre o público, mas nas consequ-
ências às pessoas que a leem, daí nossa grande reponsabilidade com os grupos
de comunicação eletrônica e mídias sociais. Pensamos nisso ao compartilhar e
publicar notícias? Pensamos nas consequências às pessoas que recebem uma
falsa informação que enviamos, mesmo que involuntariamente?
Viver a verdade, como o Papa nos pede, está na base das Equipes de Nossa
Senhora. Desenvolver a capacidade para a verdade1 é uma das atitudes que o
Movimento procura despertar em nós por meio da vivência dos pontos concre-
tos de esforço e da partilha destes na reunião mensal, que são o coração do
nosso Movimento. Significa desenvolver nossa capacidade de tomar consciên-
cia de nós mesmos, de assumir nossa verdade, de construir e trabalhar a par-
tir dela e não a partir da imaginação, das evasivas, da alienação, das meias-ver-
dades, da mentira... Este é o sentido da “Regra de Vida” que devemos “fixar”,
ou “adotar”, ou “revisar”... Para viver na verdade a equipe pede-nos que nos-
sa oração seja um “verdadeiro encontro” e não uma justificação ou uma proje-
ção de nós mesmos; que a “Oração Conjugal” seja um encontro entre marido
e mulher, cada um na sua verdade; que o “Dever de Sentar-se” seja um “ver-
dadeiro diálogo”, e não uma conversa baseada em nossas próprias máscaras
ou na tentativa de manipular o outro. Por fim Padre Caffarel ainda nos deixa a
seguinte mensagem de como viver a verdade na espiritualidade conjugal: fazer
aparecer a luz é procurar as causas do mal. As mais visíveis nem sempre são as
finais reais; não nos deixemos hipnotizar por elas. É preciso ir mais além. Sem
temer descobrir os erros do cônjuge, deve-se sobretudo não fechar os olhos
para os próprios. É necessário olhá-los de frente. Não tanto para se lastimar ou
desanimar – o desespero não é solução – quanto para os reconhecer diante de
si mesmo e talvez, na hora oportuna, diante do outro. Creio que muitas situa-
ções se envenenam porque os esposos recuam diante de um esforço de pes-
quisa e de franqueza. Façam esse esforço, e verão como tudo se desfará rapida-
mente. A verdade liberta2.
Adaptado da mensagem papal para o Dia Mundial das Comunicações Sociais
em 24 de janeiro de 2018, por
Cristiane e Brito,
Casal Responsável pela Comunicação da Super-Região Brasil

1 Equipes de Nossa Senhora, Mística dos Pontos Concreto de Esforço e Partilha, pp. 9 e 10
2 Henri Caffarel, Aos Casais Desunidos, l’Anneau d’Or, disponível em O Amor e a Graça, p. 106

30 CM 517
vida no movimento

Visita Pastoral da Super-Região Brasil


à Província Sul I (Santos)
Nada substitui o contato pessoal! estava lotada, com muitos equipistas, todos
Em agosto de 2017, recebemos com muita usando a camiseta da província, azul royal,
alegria a notícia de que a equipe da Super- uma demonstração de pertença ao nosso
-Região Brasil, faria a sua Visita Pastoral em Movimento.
abril de 2018, em nossa região SP Sul I, sen- Estavam presentes vários Sacerdotes Conse-
do a cidade de Santos a escolhida. lheiros Espirituais, que concelebraram com o
Todos os detalhes que envolveriam esta vi- Pe. Paulo Renato, Sacerdote da Super-Região
sita começaram a ser pensados e discutidos Brasil.
com a equipe da região, cada detalhe foi re- Em sua homilia Pe. Paulo Renato nos disse
visto inúmeras vezes. que seremos sinal de ressurreição somen-
A ansiedade aumentava na medida em que te, quando estamos reunidos, por isso que,
a data ia se aproximando, tudo estava pron- como Equipe de Nossa Senhora, se faz ne-
to, local de acolhida, os cuidados com am- cessário estarmos sempre em unidade para
biente da reunião, os mimos preparados com que não percamos a experiência de fazer-
tanto carinho por casais de base, a Celebra- mos o encontro com o Ressuscitado.
ção Eucarística e a convivência com os equi- Nas palavras de Hermelinda e Arturo, trans-
pistas locais, o ponto alto da visita. mitidas com tanta alegria e entusiasmo, tes-
A Celebração Eucarística foi realizada na temunhando a coragem e o estímulo, que
bela Catedral de Santos, e para nossa alegria os levaram a aceitar o chamado para a nova

CM 517 31
missão, ser Casal Ligação da Zona América, ENS Monte Serrat, 1a equipe do setor. Em
nos animaram ainda mais a continuar ser- seus 95 anos de vida, esbanjava sabedo-
vindo aos casais, ao Movimento e à Igreja. ria e muito conhecimento do Movimento,
Nos emocionou vê-los falar do amor dedi- o qual ainda é assíduo colaborador com
cado à missão de animar a Super-Região textos mensais no blog do setor, um equi-
Brasil e que muitos foram os desafios, mas pista respeitado e admirado por todos.
que todos foram superados com carinho e Na alegria do encontro, no abraço sin-
responsabilidade. Também tivemos a ale- ceros, no sorriso de cada um presente,
gria de conhecer o novo Casal Responsá- sentimos, naquelas poucas horas que
vel da Super-Região Brasil, Lu e Nelson, que passamos juntos, o espírito de fraterni-
atualmente responde pela animação da dade, que nos anima e fortalece nossa
Província Centro-Oeste, que conduzirá nos caminhada e que ficaram gravadas em
próximos cinco anos o Movimento nesse nossa memória e em nosso coração.
imenso Brasil, a partir de agosto deste ano. Agradecemos a Deus acima de tudo por
No momento da convivência, comemora- termos dado a graça de pertencer a este
mos os 60 anos de fundação das Equipes lindo Movimento, que cresce e se forta-
de Nossa Senhora na cidade de Santos, lece a cada dia.
com direito a bolo e tudo mais. Glaucia e Bianchi
Tivemos também a graça de ouvir o teste- CRR São Paulo Sul I
munho de um equipista da primeira hora,
o Sr. Fernando Martins, da Idalina (in me- Pe. Jailson
moriam), homenageado por pertencer à SCER São Paulo Sul I

32 CM 517
raízes do movimento

fale
com
ELE 1

Algumas semanas atrás, fui ter a um convento de Trapistas. O padre que me


recebeu conduziu-me através de longos corredores, claros, pobres, silencio-
sos, até a cela do prior. Entro num quarto pintado a cal, sem ornamentos,
sem imagens, onde sou recebido por um homem todo silêncio e serenida-
de. Seu rosto é um misto de rudeza e doçura, de uma doçura toda espiri-
tual que atenua as rugas da sua face ascética. Em seu olhar se misturam a
candura da criança e a sabedoria do ancião. Conversamos abertamente. E,
no decorrer da palestra, vem ele a falar do dia já longínquo que decidiu a
orientação de sua vida.
Quando adolescente, frequentava ele, com outros jovens de sua ida-
de, uma associação paroquial onde, ao lado de jogos nos quais se en-
tretinham amistosamente, ouviam do vigário algumas orientações para
a vida que se abria perante eles. Naquela tarde tinha falado da oração.
Nosso adolescente, aparentemente para ajudar a pôr um pouco de or-
dem, deixou que os companheiros partissem. Na realidade, tinha al-
guma coisa a pedir ao vigário, mas não sabia como abordar o assun-
to. Foi assim que, com aparente indiferença e enquanto arrumava a
sala – é menos embaraçoso do que frente a frente –, disse ao vigário:

1 Editorial Pe. Caffarel. Carta Mensal nº 4, junho de 1971.

CM 517 33
“Padre, o senhor nos repete sempre que é preciso rezar, mas não
nos ensina como devemos proceder” “É verdade! Você quer apren-
der a rezar? Pois bem, Paulo, vá até a capela e, ali, fale com Ele”.
“Fui até a capela – disse-me o velho prior– e, naquele entardecer, devo
ter-me demorado bastante, pois lembro-me que, ao chegar em casa,
fui severamente advertido por minha mãe. Pela primeira vez eu tinha
rezado. E creio que, desde então, nunca mais deixei de falar com Ele”.
Acabada a sua confidência, o padre prior calou-se. Pela inflexão de sua voz
eu compreendera que não fora sem emoção que evocara esta antiga lem-
brança, primeiro elo de uma longa intimidade com o seu Deus. O silêncio,
que eu não ousava romper, se prolongava: estava certo que ele Lhe falava.
Certamente rendia graças por ter encontrado, aos quinze anos, o padre que
o orientara no caminho da oração.
O conselho do vigário só era banal na aparência. Na realidade revelava um
homem de oração, aquele que, em lugar de um longo discurso, limitara-
-se a responder com essas breves palavras a um adolescente desejoso de
aprender a rezar: Fale com Ele. Não se fala a uma sombra. É preciso pois
tomar consciência da presença de Deus, para com Ele falar. E para saber
o que Lhe dizer, é preciso avivar a fé. E para formular as palavras torna-se
necessário não se contentar com impressões inconsistentes, mas sim ex-
primir pensamentos, desejos, sentimentos preciosos. São grandes, na reali-
dade, os méritos de tal método – se podemos chamar de método um con-
selho tão simples.
São tantos aqueles que, na meditação, deixam-se embalar por devaneios
imprecisos, enternecer sobre si mesmos, entorpecer no doce calor de vagas
emoções piedosas, sem nunca chegar a fixar o espírito incapaz de concen-
tração. Por que não ouviriam eles, por que não adotariam o conselho sim-
ples daquele vigário! Talvez o menosprezem, seja por orgulho, seja por pre-
guiça espiritual, seja porque se julgam mais adiantados nos caminhos da
oração, seja por aversão ao esforço.
Se desejamos, nós também, aprender a rezar, ouçamos e ponhamos em
prática o conselho do jovem vigário. Dia virá em que a meditação dispen-
sará as palavras, quando tivermos, se assim me posso exprimir, adquirido a
tarimba. Ou, mais exatamente, quando a graça tiver lentamente realizado
o seu trabalho. Mas não nos preocupemos em acelerar a marcha e, por en-
quanto: Falemos com Ele.
Henri Caffarel
Colaboração
Maria Regina e Carlos Eduardo
Eq. N. S. do Rosário
Piracicaba-SP
34 CM 517
testemunho
Aprender a ser Equipista
“Amai a Deus sobre todas as coisas e ao mos mais fortes. Aprendemos a respei-
próximo como a si mesmo”. (Mt 22, 37- tar o olhar do outro, aprendemos que
39). Essa imagem retrata a comunhão e nem sempre nossas verdades são ab-
o amor que aprendemos a viver como solutas... aprendemos que para atingir
cristãos nessa pequena igreja chama- longas jornadas não precisamos ir mais
da Equipe 01 Nossa Senhora Aparecida. rápido e sim caminharmos juntos.
No período de Quaresma, realizamos Esse olhar acolhedor, que as equipes
um encontro da equipe em uma Cele- nos levam a exercitar, nos encanta cada
bração Eucarística, presidida por nos- dia mais. Aprendemos que a alegria de
so SCE Monsenhor Afrânio, para a co- estarmos reunidos em Cristo nos forta-
memoração de ação de graças dos 15 lece, aprendemos que muitas vezes es-
anos de nossa equipe e pelos 30 anos ses irmãos se transformam em anjos em
de matrimônio de Mirene e Adilson e os nossas vidas. Aprendemos que temos a
48 anos de sacerdócio de nosso SCE, o missão cristã, de amar, e de levar amor,
qual, com o carinho e acolhimento que compreensão e acolhimento por onde
lhe são peculiares, nos proporcionou um passamos. Tendo a certeza de que so-
encontro com o sacramento da reconci- zinhos estamos mais vulneráveis às cila-
liação, para vivemos de forma mais ple- das do mundo, e unidos a Cristo somos
na esse momento da alegria cristã na capazes de ir além de nossas limitações.
celebração da Eucaristia. Ao iniciarmos E assim o tempo vai passando e nossa
a caminhada nas ENS, temos nossas ne- equipe vai caminhando, na certeza de
cessidades em foco, um olhar individua- que o ponto final não existe, e que a fe-
lista e muitas vezes egoísta. Nada que licidade cristã estamos construindo dia
a perseverança, disponibilidade e ora- a dia em equipe e em família, e o apren-
ção não possam transformar... Aprende- dizado continua...
mos a minimizar o “Eu” e a multiplicar Luciana e Fábio
o “Nosso”, aprendemos que sozinhos Eq.01 - N. S. Aparecida
a caminhada é mais difícil, e juntos so- Setor A - Arapiraca-AL

... Aprendemos a minimizar o “EU” e a multiplicar o “NOSSO”,


aprendemos que sozinhos a caminhada é mais difícil, e
juntos somos mais fortes.

CM 517 35
Crescer no Amor

Estamos com o coração palpitando de alegria, pois aconteceu mais um


Casamento Comunitário regado aos temas do livro “Crescer no Amor”
na Paróquia de São Miguel em Barreiros-PE. A experiência de vivenciar o li-
vro “Crescer no Amor” é maravilhosa! O uso desse material está fortalecen-
do e enriquecendo o Casamento Comunitário em nossa Paróquia, que
até agora já promoveu 53 casamentos dos grupos que utilizam o livro
“Crescer no Amor”. Um serviço gratificante para os casais equipistas
que coordenam os grupos e tantos outros que colaboram para que tudo
aconteça e seja inesquecível para aqueles noivos que decidiram dar o
sim ao Sacramento do Matrimônio. Uma realização para os noivos e
uma doação de amor dos casais equipistas que trabalham meses com
a maior dedicação, trocando experiências e colaborando para o cresci-
mento do Reino de Deus. São 10 encontros com temas que ajudam para
uma melhor caminhada de vida. São tantas vidas enriquecidas, sem dú-
vida, o “Crescer no Amor” veio para fortalecer casais que almejam no
dia a dia melhor qualidade de vida na busca da felicidade da vocação
de ser casal cristão. Todos os casais do setor colaboram nesse grande
evento em nossa Paróquia, seja coordenando os grupos, no curso de
noivos, organizando a cerimônia ou promovendo uma recepção para os
noivos. Os casais equipistas, assim como os noivos, crescem no amor!
Adriana e Alcides
Eq.02 - N. S. das Graças
Setor II - Barreiros-PE

36 CM 517
A Evangelização
começa a partir da família
Caminhar com Cristo, pessoalmente e em casal, viver no dia a dia o Sacra-
mento do Matrimônio e dar fruto: acreditamos que é este o objetivo dos
membros das Equipes de Nossa Senhora. Dizer ao outro “amo-te” tam-
bém quer dizer que: “faremos tudo para que o nosso amor cresça, para
que o projeto que vamos tentar seja uma aventura apaixonante, vamos
construir alguma coisa juntos, sob o olhar e com a ajuda de Deus”. Desta
forma, com este pensamento e disposição que tudo começou em nossa
família, através de nossos pais, irmãos, cunhados, tios e avós. A razão de
ser das Equipes de Nossa Senhora é ajudar os casais a descobrir as rique-
zas do Sacramento do Matrimônio e a viver o seu casal na fé.
Baseado neste exemplo de casal e família, acreditamos que todo amor
verdadeiro é fecundo, produz frutos, pois ao se doar inteiramente ao ou-
tro, para que o outro seja feliz, aquele que ama vê seu amor frutificar,
se reproduzir, vê o crescimento e amadurecimento do outro. No penúlti-
mo capítulo do livro tema do ano de 2017, “Pontes sim, muros não”, foi
abordado sobre a fecundidade dos cônjuges, realizada em três modos: a
conjugal, que se efetiva na construção do próprio casal; a biológica e pa-
rental, que se dá por meio da vida e se educam os filhos, e a social, como
esposos e família, somos chamados a testemunhar perante o mundo. Foi
exatamente isso que este casal, como família, fez. Demonstrou que: par-
tindo do compromisso de viver uma relação em Deus, aí começa a fecun-
didade do casal. Como uma semente lançada na terra e da qual se espe-
ra que venha a dar flor e depois fruto.

CM 517 37
Através do exemplo, da coerência entre fé e vida e da descoberta das
riquezas do Sacramento do Matrimônio, acontece à evangelização.
E foi assim que se evangelizou nossa família. Primeiramente as fi-
lhas, posteriormente irmãs e sobrinhos. A evangelização na família,
não parou por aí. Vieram os netos, frutos da fecundidade biológica.
Que crescidos dentro de famílias cristãs, que se preocupam em orien-
tá-los a seguirem o Cristo, não somente com palavras bonitas, mas
com gestos e atitudes dignas do cristão praticante, ingressaram nas
EJNS nossos filhos.
Evangelizar nos dias atuais, quando o mundo clama pelo pecado, não
é tarefa fácil. O trabalho é árduo e demanda muita fé e perseverança.
A família possui um papel fundamental na missão de levar a Palavra de
Deus aos homens. O Papa nos diz que a família é o objetivo principal
da nova evangelização.
“A Igreja promove que a família seja o âm-
bito onde a pessoa nasce, cresce e se edu-
ca para a vida, e onde os pais, amando
com ternura seus filhos, vão os preparan-
do para saudáveis relações interpessoais
que encarnem os valores morais e huma-
nos em meio a uma sociedade tão marcada
pelo hedonismo e a indiferença religiosa”,
afirma o Pontífice na Conferência Episcopal. Precisamos nos manter
alertas na educação religiosa de nossos filhos; eles são o futuro da nos-
sa Igreja e da nossa Fé católica. É na família que começa a formação
dos homens e mulheres novos para o mundo novo que há de vir! Pre-
cisamos estar sempre vigilantes e amar muito nossos filhos como afir-
mou o nosso Papa. Levemos as crianças, os jovens para a Igreja, mas,
com amor. Com nosso exemplo conseguiremos levar Jesus ao coração
dos nossos filhos e parentes. Bom demais é ser de Deus. Melhor ainda
é ter uma família de Deus!
Deus abençoe nossas famílias!
Jonilda e Valdir
Eq.02B - Famílias Freitas e Gama
Região Norte I –
Setores A, B, C, D
Manaus-AM

38 CM 517
reflexão
“Espiritualidade
Conjugal e Familiar”
“FRUTOS DO AMOR” deixamos que a graça de Deus se derra-
masse sobre nós e sobre nossa família.
Quando falamos em espiritualidade Hoje, já podemos perceber os “Frutos do
conjugal e familiar, falamos em mudan- Amor de Deus”.
ça de vida. A espiritualidade conjugal e E quais são estes frutos? Nossas três
familiar acontece, na vida do equipis- filhas, três genros e cinco netos, sendo
ta, somente quando existe uma forma- duas delas já engajadas no Movimento
ção de consciência e com a graça de das ENS e uma engajada em grupo de
Deus em nossas vidas. A graça de Deus Pastoral (casais de segunda união).
desceu sobre nós a partir do momento Deus não abandona seus filhos ama-
em que dissemos o sim para a ENS, em dos, os acolhe sobre graças derrama-
Guará II-DF. Foi em 1988 que tivemos a gra- das. Agradecemos a nossa Equipe e aos
ça de entrar para o Movimento das Equipes nossos conselheiros espirituais por todo
de Nossa Senhora. Tivemos uma caminhada apoio fraterno que nos deram durante
cheia de turbulências, um caminho com pe- todo este tempo, para que as Graças de
dras e tropeços, que o mundo nos ofereceu Deus pudessem se ramificar sobre todos
em toda a nossa trajetória. nós, e para que melhor colhamos os fru-
A nossa espiritualidade conjugal se de- tos do amor de Deus.
senvolveu diante das nossas fraquezas, Carminha e Lúcio
pois como diz o Apóstolo Paulo: “é dian- Eq.02-E
te de minhas fraquezas que sou forte”, Brasília-DF

PCE
Um caminho para Deus

Este foi o título de uma reportagem da rem os PCE, os casais eram apaixonados
Carta Mensal de junho de 1989, após o por eles e assim nos colocaram o que ti-
princípio da caminhada da Segunda Ins- nham de melhor para vivenciarmos a es-
piração. O que nos fez refletir muito e piritualidade conjugal. Claro que no pa-
ainda o fazemos. cote vinham os temas, a vida de equipe,
Quando entramos para o Movimen- a reunião de equipe e tudo o que o Mo-
to e já faz muito tempo, em plena Pi- vimento propõe. Fomos sabiamente pilo-
lotagem, percebemos que os PCEs se- tados pela nossa equipe, que num gesto
riam o esteio de nossa caminhada. Aqui de solidariedade e fraternidade retomou
podemos dizer que ao nos apresenta- para si também a Pilotagem, vivenciando
CM 517 39
novamente os antigos Cadernos Verdes, Às vezes nos assustamos porque este
material utilizado na Formação da Pilo- interior é exigente, mas também é muito
tagem. amoroso, respeitoso com nosso tempo.
Hoje temos certeza de que Deus vai es-
No começo sentíamos que algo diferen-
tar sempre não ao nosso lado simples-
te estava acontecendo em nosso coti-
mente, mas Ele está dentro desta nossa
diano. Começou a brotar uma vontade
busca de seu interior. É itinerário para
enorme de olhar um para outro procu-
as nossas transformações como um ca-
rando uma maneira de fazermos que
sal cristão, como um ser humano que-
o outro sorrisse mais, que as horas do
rendo ser a imagem e semelhança do
dia que passávamos juntos eram gas-
Pai. É o itinerário para a nossa conver-
tas para nos conhecer mais, para nos di-
são diária. Costumamos dizer que são
zermos o quanto nos amávamos, que o
pílulas diárias de conversão.
outro fosse pleno na sua humanidade.
Hoje sabemos que era a Graça do Se- Temos consciência que ao vivenciar os
nhor que inundava nosso casamento. PCE em sua grandeza é apaixonar-se
por Cristo e colocá-lo na vida do casal
E assim fomos caminhando. A cada Es-
é o objetivo na caminhada, é um esfor-
cuta descobríamos o que Deus queria
ço diário de sermos mais próximos das
de nós. O Dever de Sentar-se nos leva-
pessoas, do povo de Deus.
va a uma sintonia. Rezar juntos passou
a nos dar uma paz interior nunca sen- E este objetivo tem nos levado à porta
tida. E assim fomos aprendendo o real aberta do Pai e tem nos convidado a vi-
valor dos PCE – um caminho para Deus. ver plenamente, cotidianamente, de uma
maneira especial a vida do casal. E esta-
As quedas foram muitas, e ainda acon-
mos aqui falando em tudo que envolve,
tecem. Mas quem um dia conheceu a
material e espiritual, a nossa vida.
Cristo levanta sempre, e os recomeços
são muitos na caminhada. O rezar jun- Descobrimos no querer de Deus que
tos nos fortalece para levantarmos. construir nossa vida de Casal Cristão
foi caminhar com e nas equipes bus-
O tempo passou… e hoje buscamos
cando sempre a intimidade do Amor
mais do efeito PCE.
de Deus, e a proposta do Movimen-
Buscamos na vivência dos PCE o interior to é viver os PCE. É para nós a gran-
de Deus. Viver neste interior. Por quê? de novidade experimentar uma nova
Porque entendemos que somos unidos perspectiva, viver os PCE no interior
no Senhor. Viemos até Ele como bati- de Deus. Na extrema intimidade, esta
zados e fizemos uma aliança com Ele que nos permite errar e acertar, mas
em nosso matrimônio. A partir daí esta- sempre nos braços Dele como casal.
mos indo em direção deste interior para Isto é Espiritualidade Conjugal.
compreender melhor o seu amor e acei- Cleusa e Luis Fernando
tar o alimento que vem Dele para fazer- Eq.37 - Setor A
mos o caminho. Região Brasília IV

40 CM 517
formação
EEC
Encontro de Equipes a Caminho

Pensando na Formação Inicial dos equipistas, o Movi-


mento das Equipes de Nossa Senhora organizou a For-
mação Permanente, considerando-se três etapas, que se
podem identificar na história do Movimento. A Formação Inicial parte das
Experiências Comunitárias, estudo dos Estatutos, da Pilotagem com o livro
“Vem e Segue-me” e o Encontro de Equipes Novas. A Pilotagem encerra
quando toda equipe participa do Encontro de Equipes Novas.
Depois da Pilotagem, as Equipes começam a sua caminhada, um percurso ca-
racterizado por temas necessários à consolidação inicial da equipe, Primeiro
as Equipes têm como Tema de Estudo o livro Reunião de Equipe, no ano se-
guinte estudam o Tema Casamento, Sacramento do dia a dia. A reflexão des-
tes temas conduz aos principais aspectos do amor conjugal, da vida de fé do
casal e da pedagogia das Equipes de Nossa Senhora. Encerrada esta fase ini-
cial de formação, as equipes estudam o tema do ano das demais equipes.
Passados de três a quatro anos que a equipe fez o Encontro de Equipes No-
vas, é chegada a hora de participar do Encontro de Equipes a Caminho.
O fio condutor do percurso de formação é a descoberta e a valorização dos
dons que Deus confiou a cada casal. É isto que transforma os homens e mu-
lheres em filhos de Deus, plenos de alegria e gratidão.
Que Nossa Senhora, junto com o seu amado filho Jesus Cristo, conduza a to-
dos os equipistas, novos ou antigos no nosso Movimento.
Maria e Amâncio
CRP NE II

As Sessões de Formação Permanente são oportuni-


dades dadas pelo Movimento para refletirmos sobre
nossa caminhada espiritual em casal e em equipe.
Em julho do ano passado, tivemos a graça de parti-
cipar da Sessão de Formação Permanente “Equipes
em Caminho”.
Os testemunhos dados pelos Casais Formadores nos recordaram o quan-
to nossas vidas podem ser transformadas à medida que nos doamos. Os

CM 517 41
momentos de oração e as realidades partilhadas conduziram à abertura
de coração de todos os casais.
Refletimos sobre a Oração Conjugal, o Dever de Sentar-se, o Sacramen-
to do Matrimônio e o Caminhar em Equipe. Inspirados pelo Espírito San-
to, reunimo-nos em Equipes Mistas para trocar experiências sobre cada
um destes temas. Nestes momentos, as diferentes realidades apresenta-
vam em comum o fato de serem transformadas pela vivência dos Pon-
tos Concretos de Esforço.
Reforçamos, assim, nossa consciência acerca dos benefícios das Equipes
de Nossa Senhora para o Sacramento do Matrimônio. Foi com este espí-
rito que deixamos as Equipes Mistas para reunirmos nossa Equipe e fa-
zermos um balanço, um verdadeiro Dever de Sentar-se em Equipe, que
nos fez refletir sobre nossos erros e acertos. Alguns rumos foram defi-
nidos e, fortalecidos pela Celebração Eucarística, retornamos com espí-
rito e ânimo renovados para continuarmos nossa caminhada, acompa-
nhados de Cristo.

Sinara e José Antonio


Eq.24B - N. S. da Rosa Mística
Setor B Curitiba - Região Paraná Sul III

42 CM 517
serviços nas ENS

Casal Responsável pelos Intercessores


na Super-Região Brasil

A responsabilidade do Casal Intercessor Nacional é


confiada a um casal convidado pelo Casal Responsável
da Super-Região Brasil e faz parte da Equipe de Apoio.
O Casal Intercessor Nacional tem a missão de animar, ligar e organizar os in-
tercessores na Super-Região Brasil, acolhendo e orientando cada intercessor.
É sua missão receber as adesões dos novos intercessores respondendo a elas
e encaminhar para o cadastro junto ao Secretariado. É sua missão receber e
fazer chegar aos intercessores os pedido de oração que lhes são confiados.
Os pedidos chegam através dos próprios equipistas e de outras pessoas que
ouviram falar do Movimento. Diariamente cada pedido que chega é confia-
do a um intercessor que possui email cadastrado, mensalmente, todo dia 26,
o Casal Intercessor Nacional os apresenta em uma missa e trimestralmente
os pedidos são encaminhados a todos os intercessores. Pela intercessão dos
seus membros, assegura-se uma cadeia contínua de oração, todo dia, toda
hora, de dia e de noite, a sempre alguém em oração pelos pedidos confia-
dos aos intercessores.
E por que é que a oração possui um poder tão grande? Porque, mais uma vez,
não é a atividade do homem, mas de Deus no homem, à qual o homem é as-
sociado. Cristo dizia: “Meu Pai e Eu agimos sem cessar”; o homem que reza
une-se, em si mesmo, à onipotente atividade divina, entrega-se-lhe, coopera
com ela, oferece-lhe o meio de penetrar num mundo que, de outra maneira,
se lhe fecharia (“Cem Cartas sobre a Oração Interior”, p. 138).
Oração, jejum e oferta diária da sua vida são as três possibilidades
propostas ao intercessor:
Compromisso de uma hora de oração mensal, em uma data fixa.
Compromisso de um dia de jejum por mês, igualmente em uma data fixa.
Oferta da sua vida diária, das suas provações e alegrias para estar em união
com os intercessores.
Ligado ao Secretariado, o Casal Intercessor Nacional deve organizar o mate-
rial que será distribuído trimestralmente aos intercessores, incluindo a “carta
trimestral”, traduzida em cinco línguas, ponto de unidade entre os interces-
sores. Zelando para que todos os pedidos de oração que lhes são confiados
cheguem até os irmãos intercessores.

CM 517 43
A oração em nossa vida
O Movimento das Equipes de Nossa Senhora sem-
pre nos cativou pela sua essência: a espiritualidade
conjugal. Sempre procuramos dar a nossa contribui-
ção ao Movimento fazendo o que estava ao nosso al-
cance, especialmente oferecemos ao longo destes 24
anos de equipe a nossa oração, silenciosa e feliz. Assumir a missão como
Casal Intercessor Nacional foi para nós um grande desafio e uma gran-
de bênção. Deus nos introduziu mais intimamente no mistério de
dor dos irmãos com tantos pedidos que nos chegam, com tan-
tas dores que nos são confiadas, que fazem nossa alma chegar às lágri-
mas. Deus nos introduziu mais intimamente no mistério de ale-
gria de ver tantos irmãos que se oferecem pelos irmãos como
intercessores. Há tanto amor tanto amor que é impossível descrevê-lo.
E é assim encantados, agradecidos, compadecidos, que dizemos: Obri-
gado, Senhor por ter confiado em nossa pobreza, aqui estamos, faça-se
conforme a tua vontade.
Com carinho e oração,
Maria Goretti e Moacir
Casal Intercessor Nacional
Super-Região Brasil

Venha se unir a nós:


seja também um intercessor!

intercessao@ens.org.br

44 CM 517
Enviando f ot
os para a
CARTA
A Carta Mensal ganha uma “cara” bem
bacana quando traz fotos que marcam mas de se relacionar através do mun-
os diferentes eventos, testemunhos, ho- do virtual. O “trânsito de fotos” faz
menagens, etc. parte desse dia a dia e das ferramentas
de relacionamento em geral; por exem-
No entanto isso de fato acontecerá se a plo: facebook, instagram e whatsapp.
foto publicada tiver uma boa resolução, Para não congestionar o sistema e faci-
ou seja, ficar nítida, clara. litar o trânsito de mensagens e até por
Para que isso aconteça a equipe da Car- questões de custos, os usuários acabam
ta Mensal depende de quem tirou a reduzindo a resolução dos arquivos de
foto, ou enviou a foto. Se ela não chegar imagens, que acaba não sendo percep-
com “boa resolução” será muito difícil tível no aparelho celular ou mesmo no
de garantirmos uma boa qualidade na computador.
versão em papel da Carta Mensal.
Equipista: Faz sentido. Mas se todas
Equipista: Pode explicar melhor isso? essas ferramentas reduzem a resolução
das fotos como faço para que a Carta
Carta Mensal: Hoje, quase todo mun- Mensal receba uma foto de boa quali-
do usa os recursos fotográficos dos apa- dade?
relhos celulares e sua grande maioria
tira fotos de boa qualidade. Ou seja, a Carta Mensal: As ferramentas de ges-
foto que está armazenada no aparelho tão de e-mails mantêm a resolução das
celular provavelmente atende as neces- fotos e a de SMS reduz um pouco, mas
sidades da Carta Mensal. ainda mantendo resolução suficiente
para a Carta Mensal, e estas devem ser
Ocorre que ter a foto “boa” no aparelho as opções escolhidas.
ainda não garante tudo.
O meio de enviar a foto faz diferença Equipista: Que bom que tenho alter-
e pode, se não soubermos ajustar os nativas. Como faço então?
recursos, reduzir a resolução da foto,
Carta Mensal: Abaixo colocamos uma
quesito fundamental da qualidade.
sequência para facilitar sua compre-
Equipista: Entendi. Como isso acontece? ensão. Lembramos, entretanto, que se
o objetivo não é a Carta Mensal e sim
Carta Mensal: Com o avanço da tec- para o site, facebook ou instagram, aí
nologia as pessoas têm diferentes for- basta enviar as fotos por qualquer meio.

CM 517 45
1. Selecione a foto 2. Selecione seu pro- 3. Alguns programas de
em seu álbum grama de email ou email perguntam qual
sms o tamanho do arquivo
que quer mandar: Cli-
que em tamanho real.

2-A. SMS: Escolha o 2-B. Email: Adicione o endere-


nome da pessoa para ço de email que quer en-
quem vai mandar a foto viar a foto

Caso não tenha um programa de email em seu aparelho celular você deverá
baixar a foto de seu celular para um computador e depois enviá-la via email:

Celular ligado ao computador Arquivo no computador

ota: A mesma foto:


N Enviada IMG_3519 IMG_3519
JPEG File
Enviada via
via e-mail JPEG File
98,3 KB
whatsapp
2,84 MB
2,84 MB = 2.840.000 bytes 98,3 KB = 98.300 bytes
Significa que a foto enviada por whatsapp
tem uma resolução 28 vezes menor.
46 CM 517
notícias

ANIVERSÁRIO DE EQUIPE

25 anos 50 anos
Eq. N. S. Aparecida Eq. N. S. da Paz
25/4/2018 1/3/2018
Dois Córregos-SP Bauru-SP

BODAS DE PRATA

Daniela e Waldemar Jr. Marli e Orlando


18/2/2018 23/1/2018
Eq. N. S. da Sabedoria Eq. N. S. do Trabalho
José Bonifácio-SP Canoas-RS

Sônia e Alexandre
6/3/2018
Eq. N. S. de Lourdes
Ituiutaba-MG
CM 517 47
BODAS DE OURO

Maria Elena e Sérgio Cidinha e Miguel


6/3/2018 2/12/2017
Eq. N. S. das Graças Eq. N. S. Rainha da Paz
Camboriú-SC São José dos Campos-SP

JUBILEU DE PRATA SACERDOTAL

Pe. Reni Bresolin


27/2/2018
SCE Região São Paulo/Nordeste
Batatais-SP

JUBILEU SACERDOTAL DE PLATINA

Fráter Nicácio Huiskamp


19/3/2018
SCE da Eq.04 - N. S. da Luz
Congregação dos Fráteres
de N. S. Mãe de Misericórdia
Belo Horizonte-MG

48 CM 517
MEDITANDO EM EQUIPE
Anunciando o Amor pelo Amor
O amor conjugal é uma forma da caridade, do amor que Deus infunde na pessoa, tornando-a capaz
de amar participando do próprio amor divino. E amor, mais que um mandamento é possibilidade de
felicidade e realização. Vivendo a felicidade do amor, o casal pode ser um reflexo do amor de Deus, que
é nossa alegria e felicidade.

A palavra de Deus (Jo 13,34-35)


“Eu vos dou um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros. Assim como eu vos amei,
amai-vos uns aos outros. Nisto todos reconhecerão que sois meus discípulos: se vos amais uns aos outros”.

Reflexão
O amor por essa pessoa, com quem se casou, certamente encheu coração de alegria e felicidade. E
continua sendo sua felicidade e alegria, porque você o cultivou cuidadosamente. Marca sua vida e é
parte de seu louvor a Deus. E mais que isso: é seu melhor jeito de mostrar para todos um pouco do
amor infinito de Deus, na Trindade e por nós.
Isso significa que vocês podem e devem, amar-se cada vez mais intensamente, para como casal mais
claramente nos mostrar, do jeito humano possível, a grandeza e a beleza do amor divino.

- Seu amor é a alegria de sua vida? Você o agradece a Deus todo dia?
- Como você pode aumentar seu amor?
- Que você vai fazer para que seu amor seja reflexo mais claro do amor divino?

Oração espontânea
- Agradeça a Deus o amor de sua vida.
- Peça que o Senhor o aumente ainda mais.
- Diga a Deus o que vai fazer para mostrar mais claramente a face do amor divino?

Oração litúrgica (Do Salmo 92)


(O amor é talvez a maior criação de Deus...)

É belo louvar a Javé


e celebrar vosso nome, ó Altíssimo;
anunciar de manhã vosso amor,
e vossa fidelidade durante a noite,
na harpa de dez cordas e na lira,
com o tom suave da cítara.

Porque me alegrais, Javé, com vossas maravilhas,


exulto diante das obras de vossas mãos.
Como são grandes vossas obras, Javé,
quão profundos vossos pensamentos! ...

Pe. Flávio Cavalca de Castro, cssr


SCE Carta Mensal
A história de
Nossa Senhora de Fátima
Nossa Senhora de Fátima - também conhecida como
Nossa Senhora do Rosário de Fátima - é uma das
designações atribuídas à Virgem Maria que apareceu
6 vezes seguidas a 3 pastores que, na época das apari-
ções eram ainda crianças. Lúcia, de 10 anos, Francisco, de
9 anos e Jacinta, de 7 anos, enquanto vigiavam um peque-
no rebanho na Cova da Iria, viram um clarão, que julgaram
ser um relâmpago. Mas logo depois outro clarão teria ilu-
minado o espaço. Nessa altura, teriam visto, em cima de
uma pequena azinheira (árvore) onde agora se encontra
a Capelinha das Aparições, uma “Senhora mais brilhante
que o sol”. A primeira aparição aconteceu no dia 13
de Maio de 1917, e nos próximos 6 meses ela apare-
ceu sempre no mesmo dia e local para as 3 crianças
(exceto no mês de agosto, em que ela apareceu no
dia 15 porque as crianças tinham sido levadas para
Vila Nova de Ourém pelo administrador do Con-
celho no dia 13 de agosto). Segundo os testemu-
nhos recolhidos na época, a senhora disse às três
crianças que era necessário rezar muito o terço e
o rosário e as convidou a voltarem ao mesmo local
no dia 13 dos próximos cinco meses à mesma hora.
As três crianças assistiram a outras aparições de Nossa
Senhora. No dia da última aparição, 13 de outubro, estavam
presentes na Cova da Iria cerca de 50 mil pessoas e Nossa Se-
nhora teria dito às crianças: “Eu sou a Senhora do Rosário” e teria
pedido que fizessem ali uma capela em sua honra, que atualmente é a
parte central do Santuário de Fátima.

Eq u i p a s d e N o s s a S e n h o ra
Equipes de Nossa Senhora

Av. Paulista, 352 • 3o andar, cj. 36 • 01310-905 • São Paulo-SP


Fone: (11) 3256.1212 • Fax: (011) 3257.3599
secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br

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