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PLANO DE AÇÃO

Pastoral da Juventude
Triênio2020a2022
“VOCÊS TÊM ALGO
PARA COMER?”
João 21, 5

Equipe de organização
Verônica Michelle Gonçalves
Geovani Santos
Thalita Vasconcelos
Robson Oliveira
Roberta Agustinho

Revisão Final
Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude

Projeto Gráfico e Diagramação


Thiesco Crisóstomo

Fotos e Imagens
Acervo da Pastoral da Juventude
Freepik
Ateliê15.
PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

SUMÁRIO
SIGLAS E ABREVIATURAS 5
POEMA DA PARTILHA 6
APRESENTAÇÃO 8
UMA PALAVRA DE ACOLHIDA 10
INTRODUÇÃO 12
PARTILHANDO O PÃO DA HISTÓRIA 17
Marcos Sociais e Políticos 18
Marcos da nossa Organização 21
Marcos Eclesiais 25
PARTILHANDO O PÃO DA REALIDADE 29
O mundo urbano e a realidade juvenil:
por um novo ciclo apostólico 30
PARTILHANDO O PÃO DA FÉ 39
Lançar as redes 40
PARTILHANDO O PÃO DA MISSÃO 45
Um chamado: olhar para nossa missão! 46
PLANOS DE TRABALHO 51
Organização 52
Caminho jubilar – 50 anos da PJ 65
A Campanha Nacional de Enfrentamento
aos Ciclos de Violência contra a Mulher 81
Comunicação 93
Sustentabilidade 102
PARTILHANDO O PÃO DA GRATIDÃO 111
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS 114
PASTORAL DA JUVENTUDE 115
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Pastoral da Juventude

SIGLAS E
ABREVIATURAS
ANPJ - Ampliada Nacional da Pastoral da Juventude
ANPJB - Assembleia Nacional da Pastoral da Juventude do Brasil
CEBI - Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos
CEBs - Comunidades Eclesiais de Base
CELAM - Conselho Episcopal Latino-Americano
CEPJ - Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude.
CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
CNLB - Conselho Nacional do Laicato do Brasil
CNPJ - Coordenação Nacional da Pastoral da Juventude
CNAPJ - Comissão Nacional de Assessores e Assessoras da Pastoral da
Juventude
CONIC - Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil
CRB - Conferência dos Religiosos do Brasil
CRPJ - Coordenação Regional da Pastoral da Juventude
DNJ - Dia Nacional da Juventude
ENPJ - Encontro Nacional da Pastoral da Juventude
ENA - Encontro Nacional de Assessores/as
GT - Grupo de trabalho
LOB - Leitura Orante da Bíblia
ONU - Organização das Nações Unidas
ONGs - Organizações Não Governamentais
PJMP - Pastoral da Juventude do Meio Popular
PJR - Pastoral da Juventude Rural
PJE - Pastoral da Juventude Estudantil
PJB - Pastoral da Juventude do Brasil
REPAM - Rede Eclesial Pan-Amazônica.
SNPJ - Secretaria Nacional da Pastoral da Juventude

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

POEMA DA
PARTILHA
Ver a Juventude cantar de braços juntos, sobre esperança, vida e
paz,
A memória se fazer presente, de uma história linda por demais,
O sol se pôr depois das sete da noite, como se quisesse que o dia
não tivesse fim,
Esse foi um pouco do sentimento, de se aprochegar na terra de
Erechim.

Nossos barcos, dos mais diversos lugares e realidades do Brasil


estavam lá,
Os dias iam passando e nós, mais fundo navegando
Pra colorir e alimentar, enchendo as redes de vida, rumo ao porto
do Evangelizar

Em rodas de Chimarrão jogamos as redes que chegavam ao coração


partilhamos memórias marcantes, dançamos, fizemos silêncio e
oração
Estudamos e poetizamos os 50 anos de história era nossa canção

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Pastoral da Juventude
A beira mar, observávamos o caminho jubilar
Jesus em nosso meio, perguntava o que tínhamos para comer,
Olhamos as galileias juvenis e a luta das mulheres, para então o
responder.

Na diversidade fizemos comunhão,


partilhamos o sonho, a utopia, a fé, a mística do sagrado feminino,
o pão.
Cuidamos uns dos outros, sorrimos e choramos,
e ao redor da história, novos passos pra PJ nós sonhamos

Esse sonho fez-se caminho, fez-se horizonte e tomou lugar


os ali presentes, e os que estavam em sintonia, partiram para o
espalhar
Essa é a Boa nova de uma Pastoral dinâmica, plural e singular em
sua essência
A coragem de beber do cálice da profecia e enfrentar o mar da
resistência.

Só pedimos fôlego para jogar novamente nossa rede no Mar


E para sempre nosso mantra de igualdade poder cantar
Anunciando que a juventude terá mais vida, essa é nossa missão
Reafirmar que é na diversidade que se faz comunhão!

Carlos Eduardo Santos, Edmar Mota e Michelle Gonçalves

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APRESENTAÇÃO
Saudações ao Divino que faz morada em todas as Juventudes!

Na inquietação dos nossos sonhos teimosos, sonhos de vida


plena para as juventudes, à luz da Ampliada Nacional que aconteceu
em Erexim-RS em janeiro de 2020, a Coordenação, Secretaria e
Comissão Nacional de Assessores e Assessoras da Pastoral da
juventude, refletiu e compilou esse material.
Acreditamos que ele servirá de horizonte para iluminar a nossa
caminhada e dar continuidade a esta linda história tecida por muitas
mãos ousadas e corajosas, marcada por muitas lutas. Construída
por muitos rostos que acreditaram e acreditam num outro mundo
possível, um mundo que proporcione as jovens e aos jovens uma
cultura de paz, sem violências, desigualdades e opressões, pois
Cristo quer-nos vivos, como afirma a exortação apostólica Cristo
Vive do Papa Francisco para as juventudes!
Da fé, da resistência, da busca por horizontes e sentidos, e do
profetismo de um povo jovem, nascem sonhos e do chão brasileiro
floresce esperanças a cada vez que nos colocamos a serviço em
defesa da vida, que ousamos sonhar e construir uma igreja cada vez
mais jovem, acolhedora e próxima das diversas realidades sofridas
do povo.
O Plano de Ação Pastoral carrega em si anseios e belezas
de um caminho pensado coletivamente, passos firmes, voz ativa,
protagonismo juvenil e olhos que miram a vida da nossa fonte
primeira, nosso amor singular: os grupos de jovens. Que dão
sentido à nossa existência, que nos sacodem com a urgência do
Reino, que fazem com que a esperança seja uma realidade entre
nós, que nos motivam a caminhar!

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Pastoral da Juventude
Um caminho que ora se faz com passos apressados, ora se faz
no silêncio. Vivemos hoje um tempo difícil e exigente de Pandemia
com a Covid-19, tempo que nos pede que desaceleremos um pouco
a vida, tempo que tem nos ensinado tanto sobre o valor do afeto
palpável, da liberdade e dos encontros. Que nos exige um olhar
ainda mais sensível e sem discriminação para todas as pessoas que
sofrem. Um ciclo que demanda de nós criatividade profética para
não deixarmos esfriar a beleza da vida partilhada em grupos, da
coletividade. Que o isolamento social que vivemos hoje, nos ensine
sempre mais a amar sem fronteiras, a viver o cuidado revolucionário
com nós mesmos, com os outros/as e com a mãe terra. Que a
saudade dos encontros e encantos vividos coletivamente seja
impulso para o nosso fazer pastoral, agora e quando a pandemia
passar. Nossos momentos juntos/as são ainda mais desejados. Pois
o toque, a partilha e a diversidade na comunhão são capazes de
colorir e embelezar até os fios mais complexos e desafiadores da
história.
Aproveitem cada página desse material e da história que cada
uma e cada um vive agora, debrucem-se sobre cada sonho. Sejam
criativos/as. Coloquem nele também os desejos do seu grupo. E
nessa ciranda da vida, onde comungamos da mesma fé e partilhamos
a mesma utopia, vamos caminhando entre as Galileias do país,
acreditando que somos arte e parte do novo, da eterna novidade
do Cristo Jovem, que somos os construtores/as responsáveis da
Civilização do amor, sendo profetas e profetisas da esperança!
Carinhosamente,

Coordenação, Secretaria e Comissão Nacional de


Assessoras e Assessores da Pastoral da Juventude!

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UMA PALAVRA DE
ACOLHIDA
CRISTO VIVE: é Ele a nossa esperança
e a mais bela juventude deste mundo!
Tudo o que toca torna-se jovem, fica
novo, enche-se de vida. Por isso as
primeiras palavras, que quero dirigir a
cada jovem cristão, são estas: Ele vive e
quer-te vivo! (Christus vivit, n°1)
Estas inspiradoras palavras de nosso Papa
Francisco nos enchem de alegria e nos motivam ao
cuidado pastoral com a juventude. Cristo quer-te vivo!
Deseja para ti a vida em plenitude! Eis o ardoroso
anúncio a ser feito pelos discípulos e discípulas
missionários e missionárias do Senhor. Anunciar
implica também em denunciar tudo o que impede que
a alegria da Ressurreição seja compartilhada com
todos e todas. Denunciar e agir, desde as pequenas
coisas para que o projeto de salvação se realize em
todas as pessoas e realidades.
Ao propor um plano de ação pastoral, a Pastoral
da Juventude se compromete a perseverar no cuidado
pastoral da juventude nos locais em que atua tendo
à sua frente o modelo por excelência que é Jesus de
Nazaré. Não se pode perdê-lo de vista, pois a ação
pastoral não é puramente altruísmo, filantropia
ou política, mas as contempla e envolve todas as
dimensões humanas ultrapassando-as. Trata-se do
encontro com uma pessoa: Jesus Cristo.
Encontrar-se com Jesus transforma a vida e
faz amar os que Ele ama, ensina a cuidar, acolher,
promover a pessoa humana como Ele mesmo fez.
Toda ação pastoral tem em vista a integralidade da
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Pastoral da Juventude
pessoa humana e expressa, no chão da vida, no hoje da história, o
jeito de ser de Jesus de Nazaré.
O presente Plano de Ação inspira e realiza o cuidado pastoral
de tantos jovens que acreditam que num mundo melhor, em que
a paz seja fruto da justiça e favoreça o encontro entre os irmãos e
irmãs que caminham, como Povo de Deus, rumo ao Pai. Que seja
missionário e fomente a ser “Igreja em saída”, disposta a buscar
jovens que ainda não conhecem a beleza da fé em Cristo, que se
encontram ainda alienados e longe do Reino de Deus. Que seja
também fermento de transformação, a começar de cada jovem,
assessor e assessora promovendo a vida e dizendo não a tudo o
que nos afasta do projeto de Deus. Que promova a comunhão na
aceitação do diferente ao acolher cada jovem, na diversidade de
expressões juvenis, colaborando para a unidade, dando o melhor
de si ao mesmo tempo em que aprende com a experiência do outro.
Que proponha e realize profundas e reais transformações sociais
colocando em prática ações de solidariedade, de formação para o
bem comum e a responsabilidade com a Criação.
O caminho sinodal, proposto pelo Papa Francisco, vivenciado
no Sínodo sobre a juventude, seja também a inspiração para a escuta
e o discernimento, em comunhão com a Igreja e seus bispos locais,
de forma a colaborar para que as diferenças não nos impeçam de
testemunhar que o Reino de Deus é comunhão. Que a pluralidade
da sociedade, das culturas e expressões juvenis nos despertem
para maior integração na tarefa de anunciar Jesus, no testemunho
de Povo de Deus que caminha, de mãos dadas, rumo ao Reino de
Deus.
Queridos jovens da Pastoral da Juventude, que dia a dia, no
lutar e no servir sejamos todos nós testemunhas autênticas de
esperança e alegre anúncio do Mistério Pascal em que Jesus se dá
inteiro para que todos recebemos a vida.

Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude

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INTRODUÇÃO
Este Plano nasce como camiho da Pastoral
da Juventude rumo ao horizonte. Caminho que
tem história, pois muito chão foi percorrido até
chegarmos em Erexim-RS, onde a juventude
do Brasil inteiro sonhou esse caminhar. Para
compreender as opções que aqui fazemos,
precisamos recordar especialmente o espírito,
as trilhas e horizontes apontados pela Ampliada
Nacional do Crato-CE, em 2017.
Em Crato, a ANPJ trouxe como tema “SerTão
PJ: romper barreiras, renovar a esperança
e celebrar a vida!”, e todos os passos foram
iluminados pelo texto bíblico de Mateus 28, 10:
“Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam
para a Galileia. Lá eles me verão”. Este lugar
teológico e sociológico da Galileia foi o grande
fio condutor da mística e das reflexões vividas em
Crato. Reconhecendo o rosto de Cristo no rosto
das juventudes, a PJ fez opção de ir às Galileias
Juvenis – realidades concretas vividas pelas e
pelos jovens.
A profundidade desse compromisso
evangélico nos fez revisitar as Galileias Juvenis
marcadas pela pobreza, marginalização e
opressão. Vimos então aí o lugar central de nosso
chamado e missão. Sob tal inspiração profética e
tomando os Eixos que orientam o fazer da PJ como
referência para organizar o caminho, Crato fez
florescer cinco prioridades para o nosso ser-fazer
pastoral:

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Pastoral da Juventude
Eixo Ação
Reafirmar a espiritualidade libertadora (ofício,
Leitura Orante da Bíblia, escolas populares
Espiritualidade
de liturgia, Bíblia, etc.) visando despertar a
espiritualidade do cuidado.

Promover uma campanha para enfrentamento


dos ciclos de violência (simbólica, psicológica,
Ação
financeira, doméstica, sexual e midiática)
contra as mulheres.

Repensar a forma como trabalhamos a


formação integral, considerando a importância
e necessidade de aproximar, conhecer as
Formação diversas Galileias Juvenis, dinamizando as
ações, adotando os direitos humanos como
um tema transversal/gerador que perpasse as
dimensões.

Aproximar e estabelecer parcerias com


as pastorais e organismos sociais que
possibilite uma ação transformadora nas
Articulação
várias realidades juvenis e ao mesmo tempo
garantir viabilidade e fortalecimento de nossa
organização e formação ampla.

Formação bíblico-teológica para redescobrir o


Transversal ser humano a partir da sua integridade, com
um olhar especial para o feminino.

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Esta flor do Crato, plantada no chão das Galileias Juvenis,


deu as cores e o perfume ao caminhar da PJ, perpassando as
produções e atividades desenvolvidas no último triênio. Por essas
trilhas é que chegamos na ANPJ de Erexim-RS, em 2020, refletindo
o tema “Te aprochega, reafirmemos a luta e partilhemos o pão!
Na diversidade se faz comunhão!”. Iluminou-nos nesta Ampliada
o reencontro de Jesus e seus irmãos em Tiberíades, novamente
na Galileia, onde o Mestre nos provocou: “Vocês têm algo para
comer?” (João 21, 5).
Em Erexim retornamos à Galileia porque dela nunca saímos.
De partida, esta foi uma opção para reafirmar o compromisso
evangélico assumido em Crato. A missão da PJ se concretiza nas
Galileias Juvenis, onde sempre reencontramos Jesus nas e nos
jovens. Este foi o espírito de Erexim, Galileia da amizade e do
encontro profundo. Foi vivendo essa realidade teológica e tomando
como referência mística o caminho jubilar dos 50 anos da PJ, que
buscamos responder à pergunta do Mestre.
De todas as partes do país e com todos os jeitos, cores
e perfumes, nos aprochegamos e redescobrimos na partilha o
alimento que nos move à luta e nos faz comunhão. Alimento
representado no peixe e no pão – da história, da realidade, da fé. Eis
o que partilhamos e comemos em Erexim, construindo estratégias
para os processos pastorais, para os grupos de trabalho e para a
nossa organização, caminhos que constituem nossa ação pastoral
neste triênio:
• Caminho jubilar de 50 anos da Pastoral da Juventude
Nacional;
• Campanha Nacional de Enfrentamento aos Ciclos de
Violência contra a Mulher;
• Sustentabilidade;
• Comunicação;
• Organização.

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Pastoral da Juventude
Sobre estes processos, grupos de trabalho e sobre a nossa
organização, nós nos debruçamos, refletimos, rezamos e debatemos
em Erexim, assumindo um percurso metodológico diferente, mas
contínuo ao Crato. Para esse novo ciclo, o planejamento foi organizado
a partir dos caminhos descritos acima, enquanto os quatro eixos da
PJ (ação, formação, espiritualidade, articulação) estão entendidos
como elementos constituintes de uma integralidade do nosso jeito
de ser e fazer. Ou seja, os eixos perpassam toda e qualquer ação ou
projeto da PJ, estando sempre interconectados uns aos outros.
Partindo daí, na diversidade construímos propostas de
ação e indicamos caminhos para cuidar da PJ e de sua ação
evangelizadora rumo ao Reino. São esses caminhos que agora
seguem sistematizados e organizados neste Plano de Ação.
Reafirmamos que este Plano de Ação Pastoral norteia a ação global
da PJ como pastoral organizada no país, mas dá indicações para
a ação dos grupos, paróquias, dioceses e Regionais. E lembramos
sempre que nossos passos e ações caminham em sintonia com
as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil,
com o Documento 85 da CNBB –Evangelização da Juventude, o
documento 173 do CELAM – Civilização do Amor: Projeto e Missão,
a exortação apostólica Cristo Vive e o Projeto IDE da Comissão
Episcopal Pastoral para a Juventude.
Oxalá este Plano ilumine nossos passos como sinal de
esperança, amor e compromisso com o projeto libertador de Jesus
em meio às juventudes.

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A primeira parte do plano pastoral apresenta


três textos, o primeiro: “Marcos sociais e políticos”
destacando-se por recuperar elementos da memória
no contexto sócio-político, relacionando fatos
históricos e a realidade que estamos inseridos/as; o
segundo: “Marcos da nossa organização”, recupera
o caminho da Pastoral da Juventude ao longo dos
seus quase 50 anos; o terceiro: “Marcos eclesiais”,
nos convida a olharmos para igreja sob a perspectiva
do pontificado de Francisco. Esses textos relacionam-
se entre si, e podem colaborar para a formação das
lideranças da PJ.
Seria interessante que cada um dos textos
fossem trabalhados em uma roda de conversa com o
grupo de jovens ou com as lideranças das instâncias
pastorais (esse debate pode ser virtual), para nortear
o debate sugerimos uma pergunta norteadora:
A que distância estou da história? Para dinamizar
o debate, pode se fazer uma linha do tempo.

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Pastoral da Juventude

PARTILHANDO

O PÃO DA
HISTÓRIA
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Marcos Sociais e Políticos


O caminho para celebrar 50 anos tem um contexto sócio-histórico.

Carmen Lúcia Teixeira1

A memória é uma riqueza que precisa ser alimentada. É próprio


da humanidade retomar o caminho para identificar as situações, os
fatos, além disso, precisa verificar como foram construídos e como
repercutiram em nossas vidas.
Convido você para fazer uma linha do tempo. Queremos
percorrer as trilhas e contextos sociais que vivemos, desde anos
atrás até os dias de hoje. Pode começar com seu município, o estado,
o país e o mundo pegando fatos a partir dos anos 60. Faça aí um
caracol pode ser no computador ou na parede com um papel que
possa ser visto e lido. Vamos fazer perguntas para estes fatos?
Vou colocar alguns aqui: o Brasil viveu as reformas de base,
desde a alfabetização, participação tanto no campo como na cidade.
Veja as ligas camponesas e tantas outras organizações. O mundo
está vivendo o auge da guerra fria, numa disputa de modelos
econômicos e sociais. No Brasil se instaura a ditadura civil-militar, ali
na década de sessenta. Ela é uma prática dos grupos dominadores
do capital no mundo. Espalha-se por todo o continente latino
americano. Tem uma desculpa que é a guerra contra as drogas,
como afirma Noam Chomsky.

1 Mestre em Ciências da Religião pela PUC/GO, especialista em Psicopedagogia pela PUC/


GO, graduada em Ciências Sociais pela UFG, da equipe de coordenação do Centro de Juventude
Cajueiro, professora aposentada do ensino público, educadora popular, trabalhou 28 anos na
Casa da Juventude - Caju, assessora da CNBB - Setor Juventude/PJs, por 5 anos, assessora do
CELAM por 13 anos e pesquisadora em juventude. É Membro do Observatório Juventudes na
Contemporaneidade.

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Pastoral da Juventude
Esses fatos vão desencadear a concentração de rendas na
mão de poucos, cresce a morte de pessoas negras, mulheres, jovens
de modo sistemático. Pesquisem os dados do índice Gini nestes
anos. Quem nunca ouviu falar busca aí e faça as análises. Veja que
populações sofrem, que políticas públicas estão ausentes e por
que. Não dá para celebrar um jubileu sem registrar todas as dívidas
que ao longo destes 50 anos foram acumuladas. Exige esforço.
Pesquisem o número de jovens mortos. Visitem os Mapas da
violência, visitem os dados sobre o feminicídio. Construa reflexões
com várias linguagens: textos, desenhos, mapas, linhas do tempo.
Conheçam a realidade para poder pensar a ação pastoral nesse
contexto.
Neste contexto de perseguição / ditadura acontece o fim da
Ação Católica que estava organizada no mundo. Conhece a Ação
Católica? Era uma ação que partia sempre da realidade, porque
tinha um método que provocava a ação e a reflexão, através do
método “ver-julgar-agir”. Difunde-se, nesse mesmo período, vários
movimentos eclesiais de encontro, com base no sentimento, no
testemunho… voltada para a vida privada, coordenado por pessoas
adultas. Um movimento que reúne muita gente e forma grupos nos
anos 70 e 80. Neste processo, há uma retomada das possibilidades
de organizar grupos onde os jovens sejam sujeitos.
O sistema capitalista reforça a privatização dos bens comuns,
a favor de um grupo de privilegiados. A riqueza produzida por
muitos ficam nas mãos de poucos. O chamado neoliberalismo
ganha adesão de vários governos, observem no Brasil desde as
decisões do presidente Collor entre outros que seguem. Veja por
exemplo, a venda da Vale. E depois visitem os crimes em Mariana
e Brumadinho. Podem visitar outras situações. Faça também um
tour pelos melhores hotéis, mansões e depois faça uma visita nas
periferias (comunidades e favelas, bairros periféricos…) E me digam:
como está organizado este sistema e a quem ele favorece? Quem
mora nesses lugares? Vejam a cor e quem chefia os lares….
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Celebrar o jubileu não é uma festa qualquer. Exige muitas


visitas. Sei que a Pastoral da Juventude que deseja a “vida do
meu povo”, como Ester pediu em seu tempo, saberá fazer esta
preparação. Voltar para Jerusalém, reafirmar a vida em comunidade,
criar grupos, superar racismos, a cultura patriarcal e patrimonialista.
Nesta festa jubilar precisa caber todo mundo. Por isso, as opções de
cuidar da vida das mulheres, fomentar grupos, preparar lideranças…
precisam de ousadia, criatividade. Então, vamos nos preparar para
construir um jubileu?

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Pastoral da Juventude
Marcos da nossa Organização

Irmão Joilson de Souza Toledo2

O Primeiro Encontro Nacional da PJ ocorrido no Rio de Janeiro


em 1973 é o marco inicial para nossa celebração de 50 anos das
articulações nacionais da PJ. Em 1981 é criado o Setor Juventude da
CNBB para concretizar a opção preferencial pelos jovens declarada
em Puebla. Em 1983 acontece o 4º Encontro Nacional da PJ, com o
apoio da CNBB. Deste nasce a Coordenação Nacional da PJ (CNPJ),
que era composta pelas representações dos regionais organizados
na época. Essa primeira composição da coordenação, depois pas-
sou a contar com representações das específicas da PJ que estavam
nascendo: PJMP, PJR e PJE. O assessor da PJB era o mesmo da PJ,
que também era o mesmo assessor do Setor Juventude na CNBB
O Dia Nacional da Juventude (DNJ) é criado numa reunião da
CNPJ em 1985 para marcar o Ano Nacional da Juventude decretado
pela ONU. Em 1992 também numa reunião da CNPJ visando uma
maior organização da PJ se decide ter um Secretário Nacional. Em
1993 se celebra 10 anos de CNPJ: 10 anos de luta e esperança.
Percebam que em 1993 celebra-se dez anos de coordenação na-
cional e vinte anos de articulação pastoral.
No final da década de 1990 potencializa-se um debate so-
bre a composição da CNPJ, que na época tinha um representante
de cada regional na Coordenação Nacional e um representante de
cada específica Na 11º Assembleia Nacional da PJB (ANPJB) em
1995 faz a definição da paridade, em que: cada PJ (PJ, PJE, PJMP,
PJR) passa a ter 5 representantes dentro da Coordenação Nacional
da PJB. Os representantes da PJ eram um de cada grande região e

2 É Irmão Marista. Possui Mestrado em Ciências da Religião. Atua na assessoria da PJ na


arquidiocese do Rio de Janeiro. E-mail: mistagogo@yahoo.com.br

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

formavam a Equipe Executiva da PJ encarregada não só da repre-


sentatividade na PJ, mas provisoriamente da articulação nacional.
Nesta época também, a Assessoria Nacional deixa ser a mesma
do Setor Juventude da CNBB, mas a assessoria do Setor Juventu-
de une-se a outros assessores em uma Comissão Nacional. Nesta
ANPJB surgem os projetos nacionais das PJs, que são referendados
em 1998, na 12º ANPJB, neste período alguns regionais e dioceses
já realizavam atividades bem fortes, como Missão Jovem e LOB.
Com a proposta de paridade, a PJ percebe a necessidade de
aprofundar sua especificidade. Claro, essa reflexão não impediu a
continuidade da caminhada conjunta com as demais PJs. É por isso,
que nesse momento, os Encontros Nacionais, da numeração que
seguimos hoje, passam a ser de representantes das regionais. A
partir deste período a PJ passou alguns anos rediscutindo sua orga-
nização e identidade. A pergunta “quem nós somos?” provocava re-
pensar de maneira de se organizar. A PJ tinha uma compreensão de
que: o que acontecia na ANPJB, era a nossa referência nas nossas
decisões, e os encontros nacionais iam nos ajudando a se organizar
como específica
O 5º ENPJ que aconteceu em Salvador em 1997, vai ser o
primeiro nos moldes de encontro de massa (500 pessoas com re-
presentação por diocese). Os quatros primeiros reuniam algumas
dezenas de participantes. Esses encontros ainda eram a instância
máxima de deliberação. No 6º ENPJ em 2000 a PJ delibera a criação
da Ampliada Nacional da Pastoral da Juventude, como instância
máxima de deliberação da PJ. Não se optou usar o nome assem-
bleia, visto que este já era usado pela PJB e se tinha a compreen-
são, na época, que a assembleia da PJB era muito importante. O
6º ENPJ foi organizado a partir dos projetos nacionais da PJB. Em
Ananindeua - PA, o 7º ENPJ ocorre em 2003, é o primeiro encontro
aos moldes os de hoje (não deliberativo). Eram cerca de 600 jovens
participantes.

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Pastoral da Juventude
Na ampliada seguinte, em Vila Velha/2004, estava muito pre-
sente a necessidade de organizar a estrutura da PJ. Esta Ampliada
deliberou a proposta de organização nacional atual: Um/a Secretá-
rio/a Nacional; Um/a CN de cada regional e uma Comissão Nacional
de Assessores/as e um plano trienal próprio. Para encaminhar es-
tas decisões que ocorreu outra Ampliada Nacional em Salgado em
2005. Os projetos nacionais são construídos em Salgado/2005 e
vão permanecer até Crato/2017 do mesmo molde.
Durante esse período, existia um assessor nacional e uma
equipe de assessores que não era eleita em ampliada, mas sim indi-
cada pelas grandes regiões do Brasil. Em 2008 acontece a ANPJ de
Palmas e da demanda de sistematizar o que é a PJ surge aí o texto
chamado: “Pastoral da Juventude: um corpo em construção”. Uma
profunda revisão desse texto e o aprofundamento dos projetos na-
cionais na Ampliada Nacional de Imperatiz (2011) deu origem ao li-
vro “Somos Igreja Jovem”, lançado no 10º ENPJ, em Maringá (2012).
Quanto a composição da assessoria, a ANPJ de Imperatriz (2011)
indica que a CNA passe a ter seis assessores/as composta por pa-
dres, religiosos e leigos. Em 2017 (2017) a Ampliada indica que a
CNA volte a ter cinco assessores/as.
Após a morte de Gisley, em 2009, a Campanha Nacional Con-
tra a Violência e Extermínio de Jovens, criada em 2008 na 15º As-
sembleia Nacional da PJB, ganha força e mobiliza incontáveis ações
no país. A presença e atuação da PJ nas conferências nacionais,
estaduais e municipais de Juventude configuram a PJ como uma das
organizações juvenis mais significativas no Brasil para a constitui-
ção das políticas públicas de juventude. E essa contribuição vem
desde as temáticas abordadas nos DNJs de 1998 a 2002.
Em 2017 acontece a ANPJ em Crato e nota-se que nessa am-
pliada se encerra alguns ciclos vitais da PJ e começa outros, em que,
surge a flor de Crato e a Campanha Nacional de Enfrentamento aos
Ciclos de Violência Contra as Mulheres.

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Este foi um breve olhar sobre a organização e algumas das es-


colhas importantes que fizemos como pastoral ao longo de nosso
caminho. Os momentos históricos sempre exigiram escolhas. Essas
escolhas foram ocorrendo nas Ampliadas, Encontros, Reuniões e
assembleias. Esse percurso, de alguma maneira, nos trouxe à Am-
pliada de Erexim em 2020. Ressalte-se que cada tempo histórico
exigiu respostas, iniciativas e processos diferentes.

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Pastoral da Juventude
Marcos Eclesiais
O pontificado de Francisco: luzes para nossa ação pastoral

Robson Oliveira3

O papado de Francisco tem sido uma primavera para a Igreja,


um papado que tem ajudado a igreja a respirar novos ares e com
opções bem definidas. Seu pontificado tem muito a nos ensinar, e
pode de forma concreta inspirar nossa ação pastoral.
Um cardeal com suas marcas próprias, frutos dos contextos
de sua vida e de sua formação, surpreende a cada momento com
seus gestos e seu jeito pastoral, dando continuidade aos caminhos
abertos pelo Concílio Vaticano II. Ao escolher o nome de Francisco,
o pobre de Assis, o atual Papa revela desde o seu primeiro dia o
sentido a ser dado em seu ministério pontifício. Podemos pontuar
aqui algumas características de seu pontificado que podem ajudar
muito em nosso trabalho pastoral, em nossa ação junto às juven-
tudes.
Francisco tem nos ensinado a pensar um outro modelo de
eclesiologia, uma nova eclesiologia pastoral onde o “verdadeiro
poder se torna o serviço”. Em sua primeira encíclica, a Evangelii
Galdium, ele nos aponta a característica principal que norteará seu
pontificado, disposto a construir uma Igreja em Saída: Sonho com
uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os cos-
tumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura ecle-
sial se tornem um canal destinado mais à evangelização do mundo
atual do que à autopreservação. (EG n° 27)4.

3 Historiador, Mestre em Planejamento Urbano e Regional (UNIVAP). No serviço da Coordenação


Nacional da Pastoral da Juventude pelo Regional Sul 1, agente pastoral no Centro MAGIS
Anchietnaum. E-mail: robs_pjsjc@hotmail.com
4 FRANCISCO, Evangelii Gaudium: a alegria do Evangelho; sobre o anúncio do Evangelho no
mundo atual. São Paulo: Paulus & Loyola, 2013.

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

A apresentação de uma Igreja em saída resgata a concepção


da essência missionária da Igreja. Todo batizado é missionário, ou
seja, é chamado a evangelizar, isto é, anunciar o amor de Deus no
mundo de hoje, comprometido com o promover, o cuidar, o defen-
der e o celebrar a vida. Essa missão precisa ser realizada a partir do
encontro com Jesus Cristo, numa opção preferencial pelos/as po-
bres e injustiçados/as deste mundo, para, dessa forma, contribuir na
construção de uma sociedade mais solidária e justa. Esse é nosso
primeiro convite, uma ação pastoral que não nos mantenha em mu-
ros, mas que fecunde pontes.
Uma outra característica de sua opção teológica-pastoral é
construir uma igreja comprometida com a realidade. Francisco
nos ajuda a pensar uma igreja que se situa, e está comprometida
com a realidade, sobretudo dos/as sofredores/as, com os processos
culturais, e particularmente com as situações conflitivas que sofre a
humanidade, sempre sob a luz do evangelho, construindo soluções
alternativas e caminhos para melhor viver. Nossa ação pastoral,
deve ser sempre comprometida com a realidade, com a vida dos
e das jovens. E muito bem disse Francisco: Até os bons teólogos,
assim como os pastores, têm de ter o odor do povo e da rua e, com
a sua reflexão e ação, derramam azeite e vinho sobre as feridas dos
homens e mulheres5.
Seu pontificado também nos ensina que todos os traços de
nossa ação teológica-pastoral tem que estar alicerçada no evan-
gelho. Ele nos inspira a não termos uma ação pastoral vazia, ele
nos indica uma posição radical, retornando as raízes da nossa fé.
O retorno à origem, porém, não é uma paralização sobre o ontem e
sobre anteontem, mas uma força para um início corajoso voltado ao
amanhã, operando no amor. Para ele, é um evangelho da alegria,
no sentido de uma plenitude superabundante de vida, que só Deus,
que é tudo em todos, pode dar (EG, n° 265).

5 PAPA FRANCISCO. Carta por ocasião do centenário da Faculdade de teologia da Pontifícia


universidade católica Argentina

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Pastoral da Juventude
Deus nos inspira, sua palavra tem que ser caminho e referên-
cia para a nossa ação pastoral, ele nos chama a sair para fora e não
temer. Como nós temos comunicado essa boa nova em nossa ação
pastoral? A radicalidade do evangelho nos inspira a criar caminhos
para comunicá-lo, vivê-lo e ter ele como fundamento das nossas
ações.
Olhar para o pontificado de Francisco é olhar para um papa-
do enriquecido pela diversidade, pela escuta, pela sinodalidade.
Francisco tem feito a opção por uma Igreja sinodal nas estradas
do mundo, encontrando as pessoas que passam, respeitando as
diversidades, tocando as feridas das realidades. Constrói agendas
proativas e com perspectivas para o todo da humanidade e da
nossa Casa Comum. Reforça a todos/as, que o olhar é mais para
fora, que para dentro da Igreja. Mostra-se livre, mas não inconse-
quente, pois a cada palavra e gesto há uma intencionalidade evan-
gélica. Seus documentos como a Alegria do Evangelho, sobre as
famílias - Amoris laetitia, sobre a Ecologia Integral - a Laudato Sì,
sobre a Santidade, os Encontros com os Movimentos Sociais e com
tantas outras forças presentes na diversidade da Igreja, bem como
o Ano da Misericórdia, dão conta de nos revelar seu sonho: uma
Igreja que quer “caminhar junto”, como Hospital de Campanha,
que acolhe os peregrinos feridos pelas mazelas do mundo. Mesmo
que esteja enlameado, ferido, permanece fiel ao Evangelho. Esta-
mos num momento estratégico de mostrarmo-nos como Igreja em
saída e comprometida com a realidade do Povo de Deus, aberta ao
sopro do espírito e disponível a causa sempre atual do Evangelho
apresentado pelo Moreno de Nazaré.

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Esse é um dos textos mais longos que temos


em nosso plano pastoral, mas sua leitura é de
fundamental importância, pois o mesmo vai dialogar
com a realidade da juventude contemporânea, de
modo especial a juventude urbana. O texto nos
provoca a pensarmos um novo ciclo pastoral para
a PJ, trazendo desafios do mundo juvenil como a
violência, a ecologia integral, o trabalho e um olhar
para diferentes formas de vivermos a experiência de
grupo de jovens.
Caso o grupo de jovens ou as lideranças pastorais
não estejam habituados/as com leituras maiores, o
texto pode ser lido em duas partes, aliás, todo o plano
pastoral pode ser lido aos poucos. Para iluminar o
debate desse texto, sugerimos a pergunta norteadora:
Que desafios identificamos em nossa realidade
que podem ser relacionados com o texto?
Para dinamizar o debate, cada jovem pode
anotar em um papel um sinal de esperança e um
sinal de preocupação, compartilhando com o grupo
posteriormente.

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Pastoral da Juventude

PARTILHANDO

O PÃO DA
REALIDADE
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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

O mundo urbano e a realidade


juvenil: por um novo ciclo
apostólico
Vanessa Araújo Correia1

Enquanto enfrento a tarefa dessa breve reflexão sobre reali-


dade juvenil e pastoral da juventude no mundo urbano, boa parte
do que reconhecemos como característico da vida nas cidades está
interrompida. Hoje, nas grandes avenidas, praças, universidades,
escolas, Igrejas, a aglomeração, o movimento e o barulho dão lugar
ao vazio, à quietude e ao silêncio.
Essa contradição, provocada pela pandemia de Covid-19, nos
alude algo importante: a cidade é, essencialmente, um lugar privi-
legiado de encontro, de convivência com o diferente, de viver junto.
Mas, como nos lembra o sociólogo panamenho Mario Luis Small2,
essa promessa de cidade tem se complexificado.
Hoje, 84,72%3 da população do Brasil vive em áreas urbanas.
Estratificando a população jovem, os dados seguem a mesma pro-
porção4. Na região sudeste, esse percentual chega a 93,14%. Na
região nordeste, temos o maior percentual de pessoas vivendo nas
áreas rurais5, somando 26,88%.

1 Coordenadora de Projetos, no Centro MAGIS Anchietanum, coordenadora da Especialização em


Juventude no Mundo Contemporâneo; graduada em comunicação social (Unisa), especialista em
juventude (FAJE) e mestre em Estudos Culturais (USP), doutoranda em Sociologia pelo Programa
de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade de São Paulo. E-mail: vanessaapac@gmail.com
2 Ver entrevista em Revista GAMA [https://bit.ly/2XkX1G5]
3 Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)
4 A amostra utilizada na Agenda Juventude Brasil (2013) mostrou que 84,8 % dos jovens vivem nas
cidades e 15,2 % no campo.
5 É importante observar que, embora a juventude rural seja recorrentemente referida em relação ao
seu êxodo para as cidades, ela é hoje reconhecida como uma categoria com especificidades que estão
para além do fenômeno da migração.

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Pastoral da Juventude
À época do grande êxodo rural que o Brasil viveu, na segunda
metade do século XX, mais intensamente entre as décadas de
1960 a 1980, as cidades eram vistas como lugar de oportunidades.
Junto com as maiores chances de escolarização, profissionalização
e ascensão social, no entanto, as populações urbanas se deparam
com diferentes conflitos, pobreza, desigualdade e violência.
Nas cidades6, observamos os principais fenômenos que hoje
caracterizam nossa época: da violência ao crescimento do conser-
vadorismo; do aumento da poluição à mercantilização da saúde; do
secularismo à influência das igrejas evangélicas; da conexão gene-
ralizada ao surgimento de novas formas de exclusão; da concentra-
ção de riquezas ao crescimento da desigualdade social; da evidên-
cia da diversidade ao crescimento da intolerância.
Em cidades cada vez mais densas, os/as jovens enfrentam: 1)
as consequências da reestruturação produtiva, que os confronta
com um mundo do trabalho mutante, caracterizado pelo desem-
prego, precarização, baixos salários, informalidade ou flexibilização
de direitos e exigência de altos níveis de capacitação; 2) as rápidas
transformações tecnológicas, que arquitetam novas formas de so-
ciabilidade e subjetividades, mas também promovem novas e dra-
máticas formas de exclusão; 3) o aumento da criminalidade violen-
ta e da violência de Estado, que endereça aos jovens negros suas
consequências mais letais7, 4) o decréscimo dos investimentos pú-
blicos em educação e o aumento da disparidade entre os sistemas
públicos e privado de educação; 5) as dificuldades de mobilidade e
acesso igualitário à cidade, sobretudo aos espaços de lazer e cultu-
ra; 6) o crescente descontentamento em relação às instituições po-
líticas, na medida em que cresce a sensação de desempoderamento

6 O campo também vem passando por grandes transformações, embora o mundo urbano e o
mundo rural tenham particularidades, há muitos aspectos em comum. Com as fronteiras espaciais e
tecnológicas mais diluídas o campo influencia a cidade e a cidade influencia o campo.
7 Homicídios entre jovens negros são quase três vezes maiores do que brancos (IBGE). Entre
2007 e 2017, o assassinato de negros aumentou dez vezes mais do que o de não negros (IPEA). As
mortes cometidas por policiais no Brasil subiram 4% no 1º semestre de 2019 (Monitor da Violência
– levantamento da USP, em parceria com o G1)

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

e atomização social8. Tudo isso afeta os/as jovens no país todo, mas
ganham contornos dramáticos nas cidades, em que a competição é
mais acirrada e as redes de solidariedade e apoio mais fragmenta-
das.
A sociedade em que os/as jovens são chamados/as a proje-
tarem suas vidas em direção ao futuro é cada vez mais marcada
por indeterminações, incertezas e instabilidades. Ao mesmo tempo
em que se veem diante de um mundo com mais possibilidades e
oportunidades, em que os indivíduos gozam de maior autonomia
e liberdade, eles/as não deixem de experimentar que o futuro na
sociedade contemporânea se mostra cada vez mais indeterminado
e indeterminável, governado pelo risco9. Se o futuro pode ser apre-
sentado como possibilidade, pode ser também ameaçador. Nesse
cenário, a dimensão temporal que predomina é o presente, na me-
dida em que é preciso obter no agora as formas de garantia de fu-
turo, diante da instabilidade e dos riscos.
Nesse contexto, à Pastoral da Juventude apresenta-se o enor-
me desafio de acompanhar os/as jovens rumo a um futuro de espe-
rança. Mais do que isso, é necessário propor a eles/as a elaboração
de projetos de vida que, considerando os desafios do mundo con-
temporâneo, não se deixe determinar. É preciso motivar a elabora-
ção de projetos de vida nem marcado por idealizações, em que só
importam os sonhos pessoais, nem por determinismos, que enfa-
tizam apenas as contingências impostas pela realidade e paralisa
a pessoa. É preciso, pois, considerar as saídas individuais, que cria-
tivamente cada jovem vai construir para si, mas também as saídas
coletivas, que criam condições de possibilidades para todos/as.

8 Fenômeno social em que, com a fragilidade dos laços sociais, acabamos por existir como seres
isolados, praticamente desvinculados uns dos outros, isto é: como átomos.
9 Ver mais em LECCARDI, Carmem. Para um novo significado do futuro: mudança social, jovens e
tempo. In Revista Tempo Social, 2005.

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Pastoral da Juventude
O mundo urbano e a ação pastoral
O tempo-espaço das cidades impacta as formas de sociabili-
dade de jovens e de culturas juvenis. No espaço urbano, marcado
pela velocidade, simultaneidade e diversidade eles/as constroem
formas de lazer, práticas de consumo, costumes, gostos, subjeti-
vidades e relações que nem sempre encontram respaldo na moral
religiosa. Iniciando as reflexões que devem inaugurar um novo ci-
clo apostólico, a Pastoral da Juventude deve se desafiar a (re) pen-
sar sua ação no mundo atual, de modo a permanecer pertinente e
anunciar, neste contexto, a boa nova do Reino.
A despeito de as cidades serem portadoras das promessas e
esperanças da maior parte da população do país, muito de nossa
ação pastoral segue inspirada exclusivamente por uma “gramática”
do mundo rural. Poderíamos dizer que isso decorre da inspiração
bíblica. No entanto, algo precioso que podemos aprender de Jesus,
lendo suas parábolas e narrativas do Reino – sempre inspiradas
pelo modo de vida rural que Ele e o povo bíblico experimentaram
– é precisamente o seu conhecimento profundo da realidade vivida
pelas pessoas e sua contextualização. Isso permitiu que sua ação
e seu anúncio estivessem profundamente conexos à realidade, aos
símbolos e às narrativas das pessoas de seu tempo.
Na próxima sessão, destaco algumas “imagens” e narrativas
da cidade que podem inspirar uma “agenda programática pastoral”
e mobilizar lideranças da Pastoral da Juventude a (re) pensar suas
estratégias metodológicas para uma ação profundamente contex-
tualizada no mundo urbano. Mas, vejam, contextualizar não é o
mesmo que “repaginar”, que dar aparência de atual. Contextualizar
é criar capacidade de responder aos desafios próprios do contexto
e do tempo histórico em que os/as jovens vivem. É o aggiornamento
proposto pelo Concílio Vaticano II.

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Imagens e narrativas do mundo urbano hoje:


desafios pastorais
Mobilidade: é ao mesmo tempo uma realidade e uma deman-
da permanente das cidades. Circular, deslocar-se, ir, vir, chegar,
partir. São ideias importantes para a pastoral no mundo urbano,
que postulam a necessidade de sair ao encontro, superar todo co-
modismo, fazer deslocamentos (físicos e conceituais) necessários.
O apelo que o Papa Francisco faz por uma Igreja em saída é um
convite a uma maior mobilidade apostólica. O deslocamento exi-
ge leveza, porque nos movimentamos pouco quando carregamos
grandes bagagens. Assim, a PJ precisa rever o que a detém fixa,
quais estruturas pesam e faz com que as lideranças esperem ser
encontradas, em vez de sair – leves, aos lugares onde estão outros/
as jovens. Ao crescer em mobilidade, a PJ será mais pertinente ao
mundo urbano e dará fecundo testemunho de um Deus que, Ele
mesmo missionário, busca-nos sempre e vem ao nosso encontro.
A busca do bem comum: de modo bastante peculiar, as ci-
dades têm sido lugar que desafia a viver junto. Mais do que com-
partilhar espaço, bens e serviços, o viver junto exige a busca de
um bem comum. Não à toa, as cidades têm sido palco de gran-
des lutas populares por direitos, que torne mais justa a vida. Sa-
bemos que grandes e recentes levantes por direitos que tiveram
as cidades como palco tiveram também os/as jovens como prota-
gonistas. Eles/as manifestam o desejo por uma ação política direta,
rejeitando, em muitos casos as medições institucionais. Sem negar
as instituições e sua relevância para a ordem democrática, em um
novo ciclo, é preciso considerar as possibilidades de envolvimento
pastoral numa ação política direta, de modo a dialogar tanto com
a sensibilidade dos/as jovens, quanto com as contingências do con-
texto político e econômico em que vivemos. Sem negar a impor-
tância das mediações institucionais, na política, isto é, na busca do
bem comum, é preciso que a PJ supere certa compreensão de que a
atuação marcada pelo pragmatismo possa ser sempre performáti-
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Pastoral da Juventude
ca, ingênua ou assistencialista. A Pastoral pode ajudar os/as jovens
a identificarem sinais de esperança, incentivando engajamento em
ações locais com finalidades imediatas, sem jamais perder de vista
as causas globais, como o compromisso com uma ecologia integral
e a justiça social.
Redes e conexões radicais: as cidades hoje são cada vez mais
lugar de amplas conexões – de informações, de causas, de grupos,
de pessoas –, o que nos estimula a superar a falta de imaginação e
coragem que produzem o isolamento pastoral. A PJ já se configura
como uma rede de amplas conexões internas, entre seus grupos e a
Igreja como um todo. É preciso, no entanto, ligar-se a outras redes,
promovendo conexões radicais com os que compartilham valores
convergentes. Mapear essas redes e conectar-se a elas é uma ta-
refa necessária e isolar-se num contexto conectado seria falta de
profetismo.
Sinais inconfundíveis de fé e esperança: os/as jovens con-
temporâneos do mundo todo enfrentam um forte sentimento de
descrença em relação ao futuro, como vimos. Frente a crescente
desigualdade, riscos ambientais e sanitários, como sonhar com um
futuro próspero e seguro? O mundo urbano apresenta-se como
uma promessa de variadas possibilidades e amplas oportunidades,
mas concretamente jovens enfrentam as desigualdades estruturais
que produzem numerosos desafios para projetar um presente e
um futuro com esperança. Nesse contexto, é importante uma ação
pastoral que fuja da distopia totalitária, essa noção de que não há
saídas, de que tudo já foi feito, que nos prende ao presente, sem
perspectivas de futuro. Mais do que nunca, faz-se necessária uma
ação pastoral radicalmente comprometida com a esperança, essa
que é bíblica. É preciso propor uma experiência da fé que é capaz
de abrir o futuro e acionar consistentes compromissos éticos, com o
cuidado do planeta e a justiça para os/as pobres.

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Fragmentação e ruptura: ainda que a PJ fale muito em pro-


cesso, é preciso pensá-lo num contexto de descontinuidades, que
marca nosso tempo, de modo especial nas cidades. Ainda há mui-
tas jovens lideranças confusas com a ideia de um processo de
educação na fé que se desenvolve de forma contínua, linear e as-
cendente. Ao não encontrarem paralelo entre a ideia de um proces-
so linear e ascendente (que se dá em etapas sucessivas) e a vida
concreta dos/as jovens, essas lideranças se veem constantemente
como fracassadas na tentativa de evangelizar outros/as jovens e
os/as educarem na fé. Os/as jovens, que deveriam viver um pro-
cesso formativo “completo” em seus grupos, permanecem neles
por períodos pequenos, vão e voltam depois, provocando rupturas
e fragmentações que confundem as lideranças. É que nas cidades
eles são confrontados com longas e desajustadas jornadas de tra-
balho e estudos, com competitivas formas de lazer e religião e com
tempos-espaços fragmentados e dispersos. Achar que não temos
como oferecer processos formativos que dialoguem com essa rea-
lidade seria o mesmo que duvidar da pertinência da Pastoral da Ju-
ventude hoje. No entanto, podemos nos ocupar de fazer com que o
grupo seja constantemente espaço de acolhida e formação integral,
funcionando no fluxo descontínuo de entradas e saídas que os mar-
cam hoje. Além disso, podemos e devemos pensar outras formas
de “pertencer” à Pastoral da Juventude, diversificando as propostas
e as possibilidades, para além da afiliação formal a um grupo de
jovens paroquial. Grupos temáticos e temporários, que agregam os/
as jovens por questões de interesse, podem muito bem constituir
espaços de evangelização e educação na fé. Assim, por que não um
grupo formado em torno dos desafios do mundo do trabalho? Ou
de interesses artísticos e culturais? Ou quem sabe grupos forma-
dos para ações concretas de solidariedade? Em todo caso, o desafio
proposto é o de refletir, com coragem e liberdade (isto é, sem apego

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Pastoral da Juventude
a compromissos e escolhas do passado), os meios (e nunca os fins)
utilizados como ferramentas metodológicas de evangelização na
Pastoral da Juventude no mundo urbano e também no rural.

É preciso continuar
As ações apostólicas possuem um ciclo vital10. Elas surgem
em um determinado contexto histórico, como respostas adequadas
para desafios presentes. Mas, com as mudanças no contexto social
e eclesial, sua capacidade de responder diminuem e surge a neces-
sidade de inaugurar um novo ciclo.
A Pastoral da Juventude, ao longo de seus quase cinquen-
ta anos, elaborou criativas e proféticas respostas aos desafios do
presente. Não será diferente nos próximos cinquenta anos. Certa-
mente, com o compromisso sempre alegre das jovens lideranças e
a generosa graça de Deus, a PJ seguirá atenta aos sinais do tempo
e saberá elaborar respostas que sigam preenchendo de sentido a
vida dos/as jovens, ao anunciarem a esperança do Reino.

10 Álvaro Mendonça Pimentel SJ. Revista de Espiritualidade Inaciana, n. 113, setembro 2018.

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Esse texto nos provoca a reconhecer a presença


do Mestre em nosso caminho, a não desistir e continuar
a construção do Reino de Deus. A postura de Jesus é
um convite para irmos até as Galileias juvenis. Que
respostas a PJ tem dado às dores existências dos
jovens? Que resposta a PJ tem dado no combate ao
racismo, a homofobia, ao machismo? Que ações da PJ
geram vida e vida em abundância (Jo 10, 10)?
Para nortear as reflexões desse texto, sugerimos
a pergunta norteadora: Quais as galileias juvenis
que reconhecemos em nossa realidade? Para
dinamizar o debate desse texto sugerimos que seja
feita uma oração com o grupo ou lideranças usando a
iluminação bíblica: João 21, 1-14.

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Pastoral da Juventude

PARTILHANDO

O PÃO DA FÉ
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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Lançar as redes
A Ampliada Nacional da Pastoral da Juventude em Erexim,
foi iluminada pelas palavras de João 21, 1-14. O texto bíblico é um
insistente chamado à lançarmos nossos olhares para nossa ação
pastoral, para nosso modo de “lançar as redes”, para melhor reco-
nhecer o Senhor. Este capítulo de João foi escrito, também como
uma forma de aguçamos nossa reflexão sobre nossa ação pasto-
ral diante do contexto em que vivemos. Em quase todas as tradu-
ções da Bíblia, o capítulo 21 de João é intitulado como “Epílogo” ou
“Apêndice”. Numa primeira edição, o Evangelho de João terminava
no capítulo 20, devido à situação da nova comunidade, tornou-se
necessário a adição deste último capítulo.
O texto Joanino se passa no mar de Tiberíades, apontando
assim para a missão junto com os pagãos. Estes versículos de João
vêm dar luzes à comunidade que no fim do primeiro século passa-
va por uma fusão de duas comunidades cristãs: uma de tradição
apostólica, representada pelos primeiros discípulos, hierarquizada
e buscando identidade, e outra que era a comunidade do Discípulo
Amado, tendo como único valor o amor que iguala todas as pes-
soas. A grande chave de leitura deste capítulo é a necessidade da
comunidade pensar como a presença de Jesus continua a manifes-
tar-se de maneira específica na vida da Igreja.
Este texto traz reflexões pontuais e concretas para a nossa
vida e ação pastoral. Os versículos 4 a 6 marcam a volta dos dis-
cípulos da pescaria frustrada, pela manhã, onde ali, encontram Je-
sus na praia, mas não o reconhecem. Jesus manda que eles voltem.
Eles acolhem essa palavra, mesmo sem saber que era Jesus. As
redes voltaram cheias. A atenção à Palavra de Jesus faz crescer a
comunidade (153 peixes – todas as espécies conhecidas na época),
mostrando que todas e todos têm lugar! Os peixes são os/as futu-
ros/as discípulos/as da comunidade de Jesus. Interessante pensar

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Pastoral da Juventude
a relação da “noite” – nada pescam e do “dia/luz” – redes cheias. A
escuridão, o tempo difícil, o desafio requerem confiança em Deus!
Eles ali são a Igreja, num barco, no mar, no coração das forças do
mal, pescando sem resultados... Eles estão na escuridão, porque o
Mestre está ausente: “Mas naquela noite não pescaram nada” (Jo
21, 3).
E nós enquanto Pastoral da Juventude, quantas vezes pesca-
mos na escuridão por não reconhecermos o Mestre, ou por não re-
conhecermos a própria presença de Jesus na juventude... O período
da pandemia pode fortalecer em nós essa sensação de estarmos
na escuridão. O dia nasce e há novas forças e formas para voltar ao
“mar da pastoral”. O Senhor não nos abandonou. Quais são os es-
paços e movimentos que podem nos ajudar a “relançar” as redes?
E de outros jeitos? Com outras organizações? Antes de tudo, deve-
mos ter o desejo de seguir “se jogando no mar”.
Vendo o resultado da pesca, o Discípulo Amado disse a Pedro:
“É o Senhor!” (Jo 21, 7). O amor é capaz de reconhecer a presença
de Jesus nas coisas que acontecem na vida. Ouvindo isso, Pedro,
que estava nu, colocou uma roupa no corpo e pulou na água. É o
Discípulo Amado que abriu os olhos de Pedro. Quando Pedro des-
cobriu a presença de Jesus, descobre também que ele mesmo está
nu. A gente sabe que não falta amor na PJ e, talvez, aqui está nossa
salvação. Dar-se conta da nossa identidade (nudez), das nossas re-
lações, do nosso testemunho, vai abrindo caminhos para “reconhe-
cer” Jesus.
Chegando à praia, os discípulos descobrem que Jesus já tinha
preparado uma refeição com pão e peixe assado nas brasas. É o cui-
dado do Mestre com os seus. Esse mesmo cuidado do Senhor que
segue amparando-nos nesses tempos de pandemia. Jesus manda
trazer mais uns peixes dos que foram apanhados na rede. Ele conta
conosco. Pedro sobe no barco e arrasta a rede para a terra. Fazendo
as contas, eram “153” (= totalidade) peixes grandes, e, “apesar de
serem tantos, a rede não se rompeu” (Jo 21,11). Tudo isto tem um
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valor simbólico muito grande. A rede simboliza as comunidades. É


Pedro que arrasta a rede, mas é o Discípulo Amado que reconhece
Jesus. Alguns acham que tudo isto se refere a um fato que aconte-
ceu no fim do século I. Diante das perseguições cada vez mais for-
tes contra os cristãos, as comunidades do Discípulo Amado uniram-
-se às outras comunidades coordenadas pelos outros apóstolos. E
aí todos juntos fizeram uma grande celebração da unidade, em cujo
centro estava o próprio Senhor Jesus, preparando a Ceia.
Aqui aparece a grande força também da comunidade juvenil.
A esperança vem daquilo que é mais importante para a PJ: os gru-
pos de jovens. Que mares são necessários enfrentar para que isso
se estabeleça? Que redes novas temos para a pescaria? Quais re-
des temos feito para nuclear, acompanhar, subsidiar os grupos de
jovens? Que redes usar para cuidar dos grupos nesses tempos de
pandemia e pós-pandemia?
No primeiro momento o Senhor está ausente e a pesca não
rende, e num segundo momento, com a luz do dia, Ele se torna
presente e o trabalho dos pescadores tem rendimento abundante.
Aqui Jesus lembra os principais nomes, a celebração e a partilha, os
carismas da liderança; diz como se dá a presença de Deus no meio
da comunidade, e explica como atrair novos discípulos. Com isso,
queremos nestes 50 anos que se aproximam, e neste momento his-
tórico, retomar o sentido da nossa ação ao longo do caminho da PJ.
É tempo de fazer memória de “como o caminho se faz na História da
Pastoral da Juventude”. Fazer memória e sonhar novos caminhos é
dar ainda mais sentido e força à luta pela vida das juventudes que
se encontram nas Galileias. Assim como Jesus pede aos pescado-
res para trazerem os peixes que eles pescaram, mesmo tendo peixe
e pão na fogueira, Ele quer unir a pescaria (a pastoral) dos/as discí-
pulos/as ao alimento que ele os/as oferece.
Os discípulos se reconstituem na Galileia, mas foi imprescin-
dível a presença de Jesus para reunir a comunidade e celebrar a
refeição do Senhor. O que permanece é a comunidade reunida em
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Pastoral da Juventude
volta do alimento segundo o amor e a fidelidade até o fim, é a co-
munidade fraterna que tem sua referência no homem de Nazaré.
A permanência nas Galileias é um chamado para as/os jovens da
PJ viverem um testemunho autêntico desse amor intransferível que
constitui o projeto de reino, tanto através dos gestos de cada dia
quanto nos embates históricos. E nós, como lideranças, estamos
também construindo essa mesma rede que entrelaça as histórias
e memórias do povo de Deus e da PJ com a vida dos/das jovens
que entram para os nossos grupos de jovens? Essa é uma rede que
não se rompe! Mesmo com os 153 peixes ela permanece firme e
integral, e pode ser vista como o grupo de base que é esse lugar
de cuidado, acolhida, escuta, de encontro e de compromisso com a
vida das juventudes.
Ir para a Galileia é por vezes ter sentimento similar ao dos dis-
cípulos que passaram a noite toda pescando, e por um bom tempo
tiveram as redes vazias… O desânimo bate, o trabalho duro faz o
corpo cansar, os calos aparecem… Assim também ficamos nós nos
trabalhos pastorais, quando vamos ao encontro das Galileias juve-
nis da PJ e surgem as dificuldades de romper as barreiras existen-
ciais para sermos comunidade em partilha por inteiro, quando da
dificuldade de nuclear os grupos, ou ainda nos desafios de fazer o
coração reconhecer o amor de Cristo conosco.
Jesus chama aqueles pescadores onde eles haviam sido cha-
mados pela primeira vez. O mandato aos discípulos é o seguimento
e por isso eles voltam para a Galileia para fazer memória do pri-
meiro amor… Eles tinham feito a experiência do primeiro chamado
com Jesus e por isso eles voltam, e assim percorrem a Galileia em
missão. Nesses 50 anos da PJ que se aproximam, queremos convi-
dar toda a Pastoral da Juventude a reviver esse primeiro amor, o pri-
meiro chamado de Jesus, tendo a certeza de que Cristo nos espera
à margem do mar, na Galileia. 1

1 Texto adaptado de Pe Maicon Malacarne para o Texto Base da ANPJ Erexim, em 2020.

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

O texto recupera a missão da Pastoral da


Juventude, nos convocando a agir. Ele introduz o
debate que será feito posteriormente no plano de
trabalho pastoral, que foi sistematizado a partir da
nossa organização, do caminho jubilar, da campanha
de enfrentamento aos ciclos de violência contra a
mulher, da comunicação e da sustentabilidade.
Ao refletirmos este texto, poderemos usar como
pergunta norteadora: Qual a missão da PJ? Para
dinamizarmos o debate podemos construir a exemplo
do que estará escrito nas próximas páginas, uma
tabela norteadora de nossas estratégias.

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Pastoral da Juventude

PARTILHANDO

O PÃO DA
MISSÃO
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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Um chamado: olhar para nossa


missão!
A Pastoral da Juventude ao longo dos seus quase 50 anos
de história, vem dando um bonito testemunho na construção do
Reino de Deus. Um Reino que começa agora, encarnado na reali-
dade. Nossa esperança não é futura, mas é a esperança dos/as que
trabalham, assumindo a perspectiva do papado de Francisco “Uma
Igreja em saída”.
Nossa missão enquanto Ação da Igreja para com a Juventu-
de, é inspirada e iluminada pelo projeto de vida de Jesus, somos
chamadas e chamados a sermos anunciadoras e anunciadores da
Boa Nova, para libertar aquelas e aqueles que se encontram presos
pelo peso desse mundo, ou cegos por falta de esperança, para li-
bertar todas as pessoas oprimidas e anunciar a graça de Deus, que
se dá em nossas vidas, na vida da juventude. (Lc 4 18-22)
Não podemos esquecer que a missão de Jesus é a missão da
Igreja, é a missão da PJ. É uma missão desafiadora, pois confirma o
amor especial de Deus pelos pobres e pequenos: “Bem aventura-
dos os que são perseguidos por causa da Justiça, bem aventurados
quando forem insultados, perseguidos e disserem todo tipo de ca-
lúnia contra vós, por causa de mim “(Mt 5,10-11).1
Nossa Missão se realiza nos pequenos gestos do dia a dia e
em ocasiões mais especiais, sendo a “pequena porção de fermen-
to, sal, luz, grão de mostarda” ( Mt 13 ). A PJ é desafiada a “ouvir
o clamor, descer e libertar”, na figura do texto de Êxodo 3, 5-8. A
missão é que dá a vida e sentido para a nossa ação pastoral, para
vida da PJ, no subsídio de estudos Somos Igreja Jovem, afirmamos
as características que definem nossa missão:

1 CNBB. Marco referencial da Pastoral da Juventude do Brasil. Coleção Estudos Num. 76. São
Paulo: Paulus, 1998.

página46
Pastoral da Juventude
1. A missão é o eixo determinante. É o agir concreto de
jovens participantes da comunidade eclesial, dando tes-
temunho de nossa fé, inspirados na pessoa e na propos-
ta de Jesus Cristo e animados pelo Espírito Santo.
2. A PJ, como parte da Igreja latino-americana, assume
a evangélica opção pelos pobres e pelos jovens. Como
jovens vamos ao encontro de todos os jovens nas diver-
sas realidades eclesiais e sociais, sendo sensíveis e so-
lidários às suas dores, desejos, alegrias, necessidades,
potencialidades e anseios...
3. Queremos que todos nós, jovens, sejamos compro-
metidos com a libertação individual e coletiva, resgatan-
do a cidadania.
4. Queremos ser capazes de denunciar as situações de
morte, anunciando e testemunhando o Reino de Deus.
5. Por isso, buscamos descobrir alternativas, propor
ações concretas que respondam aos problemas que nós,
jovens, vivemos, procurando utilizar recursos, pedagogia
e linguagem que contribuam para concretizar os sinais
da CIVILIZAÇÃO DO AMOR.2
Nossos grupos jovens são meios para sermos testemunhas do
Evangelho de Cristo, um evangelho que nos compromete com os/
as jovens mais pobres, com a construção de uma sociedade mais
humana e justa.
Para realizar essa missão, ao longo da história temos investido
em nossos eixos de articulação, formação, espiritualidade e ação.
Eles já se desdobraram em campanhas, projetos, bandeiras de lu-
tas, parcerias e nas mais diferentes estratégias rumo a missiona-
riedade, na nossa própria vida Pastoral. É sempre preciso retomar,
e ter explícitos e concretos estes eixos que nos orientam, que são

2 Somos Igreja Jovem, p. 38-39.

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

parte de nossa ação pastoral.


A Ampliada Nacional de Crato em 2017, nos fez perceber e
encontrar Jesus nas galileias e reconhecer a beleza da juventude
em sua diversidade, mas também as suas dores. Estamos em
missão junto às mulheres, os negros/as, os/as indígenas, os/
as homossexuais, os/as sem tetos, os/as sem-terra, os sem
trabalho, onde tiver um jovem em sofrimento físico, emocio-
nal ou na pobreza, a PJ quer ouvir, sentir,
compartilhar e lutar para que a vida
plena aconteça.
Na ampliada de Erexim
em 2020 reafirmamos
algumas de nossas
experiências na missão, e
nelas tiramos estratégias
para nossa organização, para
os processos pastorais e para
os grupos de trabalho. Nossa
organização é fundamental para
a missão da PJ, não há missão
sem organização, por isso se fez e faz
necessário revê-la constantemente, a fim
de que ela sempre seja espaço fecundo de
serviço.
Os caminhos que construímos para
pautar o Jubileu dos 50 anos da PJ e a
Campanha de Enfrentamento aos Ciclos de
Violência contra as Mulheres, são processos
pastorais que nos ajudam a olhar e agir in-
ternamente e externamente. São processos que
orientam nossa ação pastoral neste triênio, orien-
tam nosso modo de rezar, nossa formação, geram cami-
nhos de conversão e revisão. Dão elementos para continuar nossa
página48
Pastoral da Juventude
missão e apontam um novo ciclo pastoral. Os grupos de trabalho
(Comunicação e Sustentabilidade) são espaços que garan-
tem nossa articulação, neles o modo que nos comuni-
camos e nos sustentamos, são extremamente im-
portantes para garantir a dinamização de nossa
vida pastoral. Cada grupo de trabalho tem
características e demandas próprias que nos
ajudam a desenvolver a rotina da missão.
A missão pastoral acontece em dife-
rentes âmbitos, é por meio das lideranças
do grupo, das lideranças diocesanas, regio-
nais e nacionais. Precisaremos discernir o que
é animação missionária de cada espaço.
Desde já convidamos você a pensar
como viverá em sua comunidade a
defesa da vida das mulheres, a
caminhada jubilar rumo aos 50
anos, como irão se organizar, se
comunicar e colaborar como a
sustentabilidade da PJ.

Te aprochega, essa missão é de


todos/as!

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

A Ampliada Nacional da PJ em Erexim-RS foi


um intenso momento de refletir, planejar e organizar
a nossa esperança. Por meio da juventude reunida,
tiramos inúmeras deliberações, estratégias e
caminhos para os diversos processos, GTs e para a
nossa organização.
Queremos apresentar aqui nesta seção, os
planos que construímos a partir das deliberações
e estratégias pensadas pelos/as delegados/as da
ANPJ. A nossa Organização, o Caminho Jubilar,
a Campanha Nacional de Enfrentamento aos
Ciclos de Violência contra a Mulher, os GTs de
Comunicação e Sustentabilidade, oferecem
elementos e estratégias para a Pastoral da Juventude
Nacional e também para as diversas instâncias da
PJ, olhando sempre de onde partimos, para onde
queremos chegar e como fazermos esses caminhos.
Que estes planos ajudem a PJ do Brasil em sua
missão de caminhar junto às juventudes!

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Pastoral da Juventude

PLANOS DE
TRABALHO
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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Organização
“Como nós com tão pouco
podemos alimentar a tantas
pessoas famintas?” (MC 6,40)

Jesus é a expressividade
da partilha, é o contrário do
individualismo. Jesus não
caminhava e não caminha sozinho,
ele rompia barreiras e aglutinava
pessoas ao redor da crença no amor,
na inclusão, na coletividade. Quantas
vezes não nos sentimos como os apóstolos, nos questionando como
saciar a fome e a sede de tantos/as jovens sedentos/as e famintos/
as por horizontes de vida?
Jesus provoca os seus apóstolos a organizarem o povo em
grupos para que então aconteça o “milagre da multiplicação”,
enxergando a necessidade de organizar uma ação junto às pessoas
para saciar a fome de todos1.
A pedagogia de Jesus é uma pedagogia inclusiva, participativa
e solidária, onde todas e todos têm voz, são importantes e, em
grupos organizados, caminham melhor. Como Ele conseguiria
distribuir tantos pães e peixes para a multidão faminta sem a ajuda
de um grupo de apóstolos?
Ao redor dos milagres, das profecias e da proposta de Jesus,
uma comunidade. Homens e mulheres que se dispõem a viverem
um projeto de Reino coletivo! Inspirados/as na pedagogia de Jesus,
a Pastoral da Juventude existe e se organiza em grupos.

1 Somos Igreja Jovem, pág. 126

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Pastoral da Juventude
A organização da Pastoral da Juventude é fundamental para a
sua missão. como diz o Documento 85 da CNBB, “a organização é um
instrumento importante para a evangelização da juventude” (Doc.
85, nº 188). É sempre a partir do grupo que a PJ gera processos de
vida e transforma a vida e a realidade da juventude, na diversidade.
O GRUPO DE BASE é onde a PJ de fato acontece, onde o processo
de Educação na Fé é vivenciado, com uma metodologia própria e
protagonizado pela juventude. Em suas instâncias: PAROQUIAL,
ÁREAS PASTORAIS/VICARIATOS/FORANIAS, DIOCESANA,
REGIONAIS, a PJ faz opção pedagógica pelo coletivo, pela construção
coletiva, em que Jovens se colocam à frente para construírem e
dinamizarem a vida da Pastoral da Juventude, acompanhados e
acompanhadas por assessores e assessoras em suas diversas
instâncias. Como afirma a CNBB, “estas estruturas são importantes
para acompanhar os processos grupais de educação na fé (Doc. 85
– n 187)
Nacionalmente, a Pastoral da Juventude também assume
a opção pedagógica do Grupo, é composta pelos jovens que
se colocam a serviço dos 18 Regionais da CNBB, compondo a
Coordenação Nacional da PJ, acompanhados e acompanhadas pela
Comissão Nacional de Assessores e Assessoras, juntamente com
uma ou um jovem na Secretaria Nacional da PJ.
Ao longo da história, a Pastoral da Juventude se organizou
de vários modos diferentes. Nosso modo de se organizar foi se
moldando conforme a nossas necessidades e questões que o
tempo nos apresentava e para melhor evangelizar a juventude.
Atualmente, temos uma organização que segue o modo de se
articular da Igreja do Brasil (CNBB). Esta organização vem sendo
discutida desde a primeira Ampliada Nacional que aconteceu em
São Luís-MA em 2001. Em 2004, na ANPJ de Vila Velha vimos a
necessidade de uma organização ampliada em vista dos Grupos de
Base. Já 2005, na ANPJ de Salgado-SE, deliberamos a construção
da Secretaria Nacional e da Comissão Nacional de Assessores/as.
Em 2011, em Imperatriz-MA, pautamos os papéis de cada serviço.
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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

No que tange a assessoria, como nos aponta o documento


Civilização do amor: projeto e missão (2013), o/a assessor/a é
alguém que acompanha os/as jovens e os processos formativos.
O/A assessor/a vive a sua vocação de forma amorosa, ele/ela escuta,
cuida e respeita o protagonismo juvenil. Esse chamado pressupõe
a preservação da memória histórica, contudo, acolhe e reflete junto
aos jovens o contexto contemporâneo.
Ao organizarmos nossos grupos jovens e espaços de
coordenações, é desejável poder contar de preferência como
uma equipe de assessoria. Na instância Nacional o serviço de
acompanhamento é feito pela CNA – Comissão Nacional de
Assessores/as.

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Pastoral da Juventude
Na ampliada de Erexim-RS deliberamos que a partir de um
edital os regionais irão refletir e indicar nomes para a próxima
CNA, por meio de uma carta do regional que indicou e de um bispo
referendando. Divulga-se para regionais os nomes e históricos dos
indicados/as, em um momento posterior, a CN escolhe os nomes, a
partir das demandas e necessidades da PJ, respeitando se possível
a regionalidade, a paridade de gênero e estado religioso. Por fim, a
CN apresenta na Ampliada Nacional a nova Composição da CNA
para o referendo da assembleia.
Sempre em grupos, sempre em conjunto, na diversidade de
sonhos, falas, sotaques, experiências e realidades. A PJ não é e não
pode ser fragmentada. A organização da Pastoral da Juventude é
marcada pela vida de tantas pessoas que de mãos dadas, em círculo,
deixaram e deixam sua contribuição nos fios da evangelização.
Nossa organização é encarnada na realidade. Assim como Cristo
organizava grupos de pessoas, cada um/uma com suas marcas,
com seus jeitos, gostos e singularidades, a PJ também se organiza
a partir do chão da vida concreta das juventudes. Não somos uma
organização estática, não possuímos apenas um ou dois traços
de identidade. Nós somos uma organização dinâmica, que muda,
evolui, reinventa-se e revoluciona-se através do tempo. Estamos
em contínua mutação. Somos um reflorir de vida. Reflorir contínuo,
permanente. E como diria o poeta Milton Nascimento: Para nós “Tá
tudo o que importa onde está o irmão”.
Nas próximas páginas queremos oferecer provocações,
estratégias e caminhos pensados e construídos pela Ampliada
Nacional da PJ em Erexim para nossa organização pastoral.
Trazemos nossa realidade e para onde queremos chegar, assim
como estratégias que podem nos ajudar a fazer este caminho.

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Grupos de Jovens
DE ONDE PARTIMOS
Grupos de jovens da PJ organizados nos 18 regionais que
compõem a CNBB.
ONDE QUEREMOS CHEGAR
Grupos de jovens da PJ organizados em todas as dioceses do
Brasil.
ESTRATÉGIAS DA PJ NACIONAL
- Fortalecer a identidade dos grupos de jovens por meio da
formação, da cultura, da espiritualidade, do caminho jubilar e
do jeito de ser igreja das CEBs.
- Fomentar a nucleação de novos grupos de base e incentivar
o reconhecimento de novas formas de organização juvenil que
possam viver o processo de educação na fé com identidade
pejoteira (coletivos, grupos de danças, redes ambientais, gru-
pos de rimas, etc.)
- Continuar a fazer o mapeamento dos grupos de jovens da PJ,
analisando suas realidades, avaliando e divulgando as práti-
cas que vêm dando certo no trabalho com grupos de jovens
da PJ.
- Dialogar com a Comissão Episcopal Pastoral para a Juven-
tude (CEPJ), o incentivo aos bispos locais que suas dioceses
tenham grupos de jovens da PJ, organizados por meio de coor-
denações diocesanas e assessorias indicadas pelos jovens.

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Pastoral da Juventude
Equipes de coordenação e Assessoria
DE ONDE PARTIMOS
Equipes de Coordenações e Assessorias organizadas em di-
versas dioceses do Brasil.
ONDE QUEREMOS CHEGAR
Lideranças e assessorias articuladas e formadas1 a partir do
processo de educação da fé/formação integral em todas as
dioceses do Brasil.
ESTRATÉGIAS DA PJ NACIONAL
- Fomentar a criação de espaços de formação para lideranças,
coordenações e assessorias no Brasil.
- Fomentar a participação de lideranças e assessores/as da
PJ na Pós-Graduação em Juventude no Mundo Contemporâ-
neo, realizada pela Rede Brasileira de Centros e Institutos de
Juventude.
- Animar contínuos processos de formação permanente, à luz
do Processo de Educação na Fé.2
- Potencializar a relação e parceria entre a PJ e os Centros e
Institutos de Juventude3, CEBI, Rede Celebra, CNLB, REPAM,
CRB, Movimento Fé e Política, etc.

1 O “Sínodo reconhece a necessidade de preparar consagrados e leigos, homens e mulheres,


qualificados para o acompanhamento dos jovens” (CV, nº 244).
2 O documento 85 recorda que “desafia-nos, de modo especial, a promoção de um processo de
evangelização que leve em conta as diferentes dimensões da formação integral (nº 96).
3 O documento 85 lembra que “os centros de juventude prestam um serviço valioso, servindo de
referência na questão da assessoria e do estudo da realidade juvenil” (nº 213)

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Secretaria Nacional
DE ONDE PARTIMOS
Secretaria Nacional Missionária e liberada.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Manter a liberação da Secretaria Nacional, potencializando
sua missionariedade, e a articulação com a CNPJ e regionais.

ESTRATÉGIAS DA PJ NACIONAL
- Fortalecer o diálogo com as diversas instituições parceiras
da caminhada da PJ.
- Fortalecer o contato da SNPJ com as coordenações regionais.
- Divulgar as partilhas das atividades da SNPJ nas mídias so-
ciais;
- Visitar os Regionais, participando de suas atividades.
- Potencializar o projeto de sustentabilidade da secretaria da
PJ nacional, junto ao GT de Sustentabilidade.

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Pastoral da Juventude
Coordenação Nacional (CN) e Comissão
de Assessores e Assessoras
DE ONDE PARTIMOS
Coordenações e Comissões de Assessores organizadas em
16 dos 18 Regionais que compõem a CNBB.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Coordenações e Comissões de Assessores 4organizadas em
todos os Regionais que compõem a CNBB, com participação
na CNPJ.

ESTRATÉGIAS DA PJ NACIONAL
- Identificar lideranças nos locais onde não há coordenação
nacional e estabelecer diálogo, para que possam se organizar
e indicar uma/um jovem para a CN.
- Fortalecer o diálogo da CN com as coordenações diocesanas
dos Regionais desarticulados para que esses se organizem no
Regional.
- Visitar, se possível, os Regionais que não possuem repre-
sentação na Coordenação Nacional;

4 O documento 85 da CNBB orienta para “organizar e garantir equipes (comissões) de assessores


padres, religiosos, leigos e jovens adultos, cuidando para que sejam meios de apoio efetivo, troca
de experiências, revisão de vida, oração e elaboração de estratégias para melhorar o serviço de
acompanhamento (nº 215). Já a exortação Apostólica Cristo Vive relembra que “os jovens precisam
ser respeitados na sua liberdade, mas necessitam também de ser acompanhados” (nº 242).

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Comissão Nacional de Assessores e


Assessoras (CNA)
DE ONDE PARTIMOS
Comissão Nacional de Assessores a serviço da Pastoral da
Juventude

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Que a atuação da CNA seja cada vez mais um testemunho de
acompanhamento aos jovens e aos processos pastorais, bem
como contribua na articulação dos assessores/as nos regio-
nais, resguardando a memória histórica, respeitando o prota-
gonismo juvenil e acolhendo as realidades atuais.

ESTRATÉGIAS DA PJ NACIONAL
- Formar a rede nacional de assessores/as com os/as asses-
sores regionais;
- Incentivar encontros regionais ou diocesanos de assessores.
- Garantir que a CNA continue acompanhando todas as reu-
niões e atividades nacionais da PJ;
- Fortalecer a relação da PJ com os diversos Centros e Institu-
tos de Juventude, CEBI, Rede Celebra, CRB, CNLB, Movimento
Fé e Política, REPAM, CEPJ e demais Comissões da CNBB.
- Organizar e lançar o livro de memórias dos assessores/as
(50 memórias);
- Motivar que os/as assessores/as possam escrever reflexões
sobre o fazer pastoral;

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Pastoral da Juventude
Articulação Externa
DE ONDE PARTIMOS
Articulação com as PJs, as pastorais sociais, os movimen-
tos sociais, ONGs, organismos da sociedade civil e grupos
ecumênicos.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Fortalecer a articulação e relação com as PJs, as pastorais so-
ciais, os movimentos sociais, ONGs, organismos da sociedade
civil e grupos ecumênicos.

ESTRATÉGIAS DA PJ NACIONAL
- Fortalecer e animar as atividades permanentes (Semana da
Cidadania, Semana do Estudante e Dia Nacional da Juventu-
de5) como ferramenta de articulação, formação e compromis-
so social das PJs.
- Dialogar com expressões de juventude, pastorais sociais,
CONIC, REPAM, Centros e institutos de juventude, CEBs,
CEBI, Rede Celebra, CNLB, CRB e organismos da sociedade
civil.

5 Segundo o documento 85 da CNBB é preciso “organizar eventos de massa, envolvendo as várias


forças que trabalham com a juventude local (Movimentos, Pastorais da Juventude, Congregações
Religiosas, Grupos de Crisma, Pastoral Vocacional, Pastoral Familiar, Escolas, etc), principalmente o
Dia Nacional da Juventude (n º 172).

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Articulação com a Comissão Episcopal


Pastoral para a Juventude
DE ONDE PARTIMOS
Nacionalmente, somos parte da Comissão Episcopal Pastoral
para a Juventude da CNBB, sendo referência histórica e con-
temporânea no trabalho com grupos de jovens.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Fortalecer o diálogo com diáconos, padres, religiosos/as, bis-
pos, CEPJ e demais comissões e organismos da CNBB.

ESTRATÉGIAS DA PJ NACIONAL
- Fortalecer ainda mais o já existente vínculo e proximidade da
Coordenação Nacional da PJ e a Comissão Episcopal Pastoral
para a Juventude.
- Participar das atividades nacionais propostas pela CEPJ.
- Fortalecer o diálogo com as demais comissões e organismos
da CNBB.
- Ampliar o diálogo da PJ com os diáconos, padres, religiosos/
as e bispos.

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Pastoral da Juventude
Diretrizes Gerais da Ação
Evangelizadora da Igreja no Brasil
e Planos Pastorais dos Regionais e
Dioceses
DE ONDE PARTIMOS
A PJ historicamente caminha em sintonia com as Diretrizes
Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil e com os
Planos Pastorais dos Regionais e Dioceses. E sempre mantém
diálogo com as pastorais, movimentos e expressões de cada
Diocese/Regional, atenta às orientações de cada Igreja Parti-
cular e Regional.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Fortalecer a caminhada de pastoral orgânica nas Dioceses,
Regionais e nível nacional.

ESTRATÉGIAS DA PJ NACIONAL
- Fomentar o estudo das Diretrizes Gerais da Ação Evangeli-
zadora, do Documento 85 - Evangelização da Juventude, da
Exortação Apostólica Cristo Vive, Doutrina Social da Igreja,
Documento de Aparecida e outros documentos da Igreja.
- Acompanhar a participação da PJ no Setor Juventude das
Dioceses.

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Organização à serviço da missão junto a


juventude
DE ONDE PARTIMOS
A PJ sempre se preocupou de que sua organização esteja a
serviço da missão no mundo juvenil.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Fortalecer a dimensão missionária da estrutura organizativa
da PJ, de modo que esta responda aos desafios contemporâ-
neos da juventude.

ESTRATÉGIAS DA PJ NACIONAL
- Fomentar Missões Jovens.
- Ampliar a participação da PJ nas Conferências e Conselhos
de Direitos e demais formas de participação popular, reafir-
mando a construção de políticas públicas de juventude em de-
fesa da vida das juventudes.
- Estar atentos/as às diferentes Galiléias Juvenis;
- Fortalecer as ações da Campanha Nacional de Enfrentamen-
to aos ciclos de violência contra a Mulher.
- Revisar o Somos Igreja Jovem em um longo processo sino-
dal.
- Refletir constantemente sobre a estrutura de organização
da PJ, para que ela esteja cada vez mais a serviço da missão e
capaz de responder aos desafios atuais
- Revisitar e reafirmar os princípios da PJ.

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Pastoral da Juventude
Caminho jubilar – 50 anos da PJ
“Cuidado! Guarda-te muito de bem de não
esquecer os acontecimentos que seus
olhos viram, que não se afastem
de tua memória enquanto
viverem; conta-os.” (Dt 4, 9)

A memória desperta,
faz caminhar, trazendo em
seus passos os rostos e sonhos
partilhados ao longo da história. O
povo de Deus também faz memória
da história da salvação, inicialmente por
meio da oralidade e depois eterniza essas memórias através das
Sagradas Escrituras. É por isso, que conhecemos a ação de Deus na
vida do povo e também a história do Jovem Jesus.
No ano de 2018, a PJ completou 45 anos, um grande marco
que nos convidou a contemplar e refletir como cuidamos dessa me-
mória para que não morra nela mesma, mas que desperte horizon-
tes, que traga o frescor da novidade e do amor primeiro vividos no
Evangelho e celebrado na vivência da alegria dos grupos de jovens.
Inspirado nesses anseios, um caminho de cuidado com a memória
foi sonhado e sistematizado no Projeto de Celebração do Jubileu de
50 anos da Pastoral da Juventude.
Esse Projeto nos convida a caminhar junto ao Mestre. Assim
como a Pastoral da Juventude da América Latina e Caribe, entre
os anos de 2008 e 2015, fez o caminho até a Jerusalém da Res-
surreição em um processo de revitalização e aproximação com as
juventudes. A PJ do Brasil faz um Caminho Jubilar junto ao Jovem
de Nazaré, mas desta vez pelas cidades da Galileia. A partir de um

página65
PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

processo pessoal e grupal, na tentativa de conhecer as Galileias


juvenis para que possa virar essa página da história, fazendo mais
cinquenta anos de caminhada.
História essa que foi talhada a partir do seguimento do pro-
jeto de amor que Jesus viveu e por pessoas que fizeram e fazem a
PJ acontecer, nas diversas realidades, nos grupos, paróquias, dio-
ceses e regionais deste país. A história é dinâmica porque é feita
por pessoas, por conta disso, trazemos como proposta um caminho
sinodal, de escuta e aproximação, feito em conjunto com as bases e
construído pelas jovens e pelos jovens do Brasil.
Nesse processo, vamos olhar para dentro, reavaliar processos
e revisar o “Somos Igreja Jovem”, o último servirá como elemento
simbólico e formativo para fechar um ciclo para a revirada da histó-
ria, ou seja, início de um novo ciclo vital.
Nunca percam a esperança e a utopia, vocês são os profetas
da esperança, são o presente da sociedade e da nossa amada Igreja
e por sobre todo são os que podem construir uma nova Civilização
do amor. Joguem a vida por grandes ideais. Apostem em grandes
ideais, em coisas grandes; não fomos escolhidos pelo Senhor para
coisinhas pequenas, mas para coisas grandes! (Trecho da carta do
Papa Francisco para a PJ em ocasião do 11ºENPJ)
As palavras do Papa Francisco nos inspiram e ajudam a pla-
nejar esse novo ciclo vital, e suas atitudes nos provocam a trilhar
esse caminho a partir da escuta e da aproximação. A partir dis-
so, queremos fazer essa revisão envolvendo todos/as que tecem a
história da PJ: jovens, assessores/as, padres, bispos e religiosos/as.
Sendo também uma construção em que todos e todas são respon-
sáveis e livres para pensar iniciativas locais para a efetivação do
projeto.

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Pastoral da Juventude
A festa jubilar não acaba em si, mas nos projeta para o fu-
turo, o jubileu é tempo de esperançar, é seguir transformando os
espaços, as realidades e a vida. Renovando nossas esperanças e
envia-nos a construir mais 50 anos de amor e doação, nos passos
de Jesus e com os/as jovens, como Igreja.
Com o desejo de melhor celebrarmos o Jubileu, organizamos
um caminho de cinco anos, no qual refletiremos em cada ano uma
temática central, visitando um lugar bíblico, alimentando-nos de
sua mística. Nos anos de 2020, 2021 e 2022 vamos refletir aquilo
que compõe nossa identidade, nossa ação pastoral. É por isso que
discutiremos o fazer pastoral no mundo urbano, em sintonia com a
Igreja do Brasil. Além disso, dialogaremos sobre os grupos de jo-
vens e a assessoria. Já em 2023, o ano jubilar, queremos reafirmar
nosso compromisso com a vida das juventudes.
Outros elementos que dão corpo a cada ano do projeto são o
fazer memória (das pessoas, momentos, os caminhos, etc) e revisar
os passos metodológicos que temos dado no decorrer desses 50
anos (formação integral, processo de educação na fé, etc). Pode ser
visto na tabela que está “Anexo X” e resume todas as etapas.
No ano de 2019, o tema central foi “Mulheres” no qual “Mag-
dala” é o lugar teológico que traz Maria Madalena para o centro das
reflexões. Esse lugar inspirou e iluminou a realização do Encontro
Nacional de Assessores/as. Ano de diversas ações realizadas pelo
GT da Campanha Nacional de Enfrentamento aos Ciclos de Vio-
lência Contra a Mulher, destacando-se a produção do material “16
dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres”, contri-
buindo para que a campanha chegasse à base; e a articulação de
uma audiência pública no Senado Federal, em defesa da vida das
mulheres.
No ano de 2020 o tema central é o “Mundo Urbano” e o lugar
teológico/cidade bíblica é “Tiberíades”, que nos ajudará a discutir o
fazer pastoral no mundo urbano, em sintonia com a Igreja do Brasil.
página67
PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Como ato revolucionário nessa cultura urbana, a PJ do Brasil falou


“Te aprochega” e realizou a Ampliada Nacional da PJ em Erexim-
-RS. Como bem disse D. Amilton: é a proximidade que nos torna
cúmplices de uma nova história.
Em 2021 o tema central será “Grupo de Jovens” e o lugar teo-
lógico/cidade bíblica é “Cafarnaum”, onde ocorre o chamado dos
discípulos. Seguindo a linha de ação da PJ, após falar de grupo de
jovens, o ano de 2022 trará como temática central “Assessoria e
acompanhamento”, que vivenciaremos em Caná, lugar teológico
marcado pela presença de Maria como assessora. E encerrando o
nosso caminho jubilar com chave de ouro, o ano de 2023 tem como
tema central a “defesa da vida da juventude - Políticas Públicas de
Juventude”, no qual o lugar teológico/cidade bíblica é “Naim”.
Nas tabelas que se seguem, apresentamos os eixos e as es-
tratégias que articulam o caminho jubilar para a Pastoral da Juven-
tude Nacional e para as diversas instâncias da PJ (Grupos de Jovens,
Diocese e Regionais) pensadas e projetadas pelos pejoteiros e pe-
joteiras de todo Brasil na ANPJ de Erexim. Para a PJ Nacional, pau-
tamos os anos que compõem o caminho rumo aos 50 anos. Cada
eixo apresenta nosso ponto de partida e onde queremos chegar.
O desejo é que o caminho jubilar ajude a aprofundar nosso
compromisso com o Reino de Deus servindo e amando os/as jo-
vens, nos passos de Jesus.

página68
Pastoral da Juventude
Resgate Histórico
DE ONDE PARTIMOS
A PJ possui um acúmulo sistematizado de sua caminhada,
dispondo de algumas publicações sobre sua caminhada his-
tórica.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Que a PJ que conheça profundamente sua história, em todas
as instâncias.

ESTRATÉGIAS DA PJ NACIONAL
2020
Que a PJ que conheça profundamente sua história, em todas
as instâncias.
2021
Divulgar os métodos pastorais assumidos historicamente
2022
Retomar o histórico das Atividades Permanentes
2023
-Elaboração de um livro Bibliográfico da história da PJ (obs.:
contar com a parceria dos Regionais.
-Fazer um filme sobre a história da PJ

página69
PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Mística / Espiritualidade
DE ONDE PARTIMOS
A PJ possui longa vivência mística-litúrgica.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Queremos que todos os grupos de jovens tenham vivido in-
tensamente todos os elementos da espiritualidade da PJ: co-
munitária, celebrativa, encarnada, orante, cristocêntrica, Rei-
nocêntrica, mariana, martirial, leiga, missionária, profética e
libertadora. E que os grupos rezem a partir das Galiléias Juve-
nis e da mística dos lugares bíblicos propostos.

ESTRATÉGIAS DA PJ NACIONAL
2020
Criação de Roteiros de Oficio Divino para celebrar o Jubileu
2022
Propor um roteiro para um dia D da celebração jubilar da PJ,
onde todos os grupos de jovens no mesmo dia farão a mesma
celebração

página70
Pastoral da Juventude
Formação
DE ONDE PARTIMOS
Processo de formação integral e da realidade comunitária e
da experiência acumulada.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Jovens conscientes e comprometidos, tendo em vista o Projeto
de Reino de Deus, para que sejam atuantes na sociedade, à
luz da PALAVRA DE DEUS, da Doutrina Social da Igreja e do
Magistério Eclesial.6

ESTRATÉGIAS DA PJ NACIONAL
2020
Criação de um material formativo inspirado no “Na trilha do
grupo de jovens” sobre as temáticas de cada ano, à luz da
formação integral em em vista do compromisso radical com
a defesa da vida e na formulação de Políticas Públicas para
Juventude (2023) e atento às diferentes Galiléias Juvenis.7
2021
A Coordenação Nacional deve incentivar que os regionais rea-
lizem projetos missionários que contemplem a cada ano as
galileias juvenis, não abrindo mão da realidade LGBTQIA+, Ét-
nico-Racial, Mulheres e Encarcerados/as, levando em conta os
temas centrais de cada ano.

6 O Documento de Aparecida recorda que “a Doutrina Social da Igreja constitui uma riqueza sem
preço, que tem animado o testemunho e a ação solidária dos leigos e leigas, que se interessam cada
vez mais por sua formação teológica como verdadeiros missionários da caridade, e se esforçam por
transformar de maneira efetiva o mundo segundo Cristo” (nº 99).
7 Na exortação apostólica Cristo Vive o Papa Francisco lembra que “No Sínodo, exorta-se a
construir uma pastoral juvenil capaz de criar espaços inclusivos, onde haja lugar para todo o tipo
de jovens e onde se manifeste, realmente, que somos uma Igreja com as portas abertas” (CV, nº
234). O Papa ainda lembra que “Todos os jovens, sem excluir nenhum, estão no coração de Deus e,
consequentemente, também no coração da Igreja” (CV, nº 235).

página71
PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Assessoria
DE ONDE PARTIMOS
A assessoria é uma opção pedagógica da PJ na América Lati-
na e temos assessores/as nas várias instâncias.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Que os/as assessores/as tenham participado ativamente do
processo jubilar, contribuindo em suas realidades e sobretudo
acompanhando os/as jovens.

ESTRATÉGIAS DA PJ NACIONAL
2020
Incentivar que os assessores/as participem de Escolas de As-
sessores/as nas dioceses
2021
Livro de memórias dos assessores/as - 50 assessores/as da PJ

página72
Pastoral da Juventude
Planejamento Pastoral
DE ONDE PARTIMOS
A PJ busca ter planejamento pastoral de suas ações. Esse
planejamento parte da realidade e é iluminado pela Palavra
de Deus e pelo Magistério eclesial.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Queremos que o caminho jubilar tenha iluminado os proces-
sos de planejamento da PJ em suas diferentes instâncias e
fortalecido a caminhada orgânica da PJ em suas Paróquias e
Dioceses.

ESTRATÉGIAS DA PJ NACIONAL
2021
Revisão do “Somos Igreja Jovem”
2022
Revisão do “Somos Igreja Jovem”

página73
PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Sinodalidade
DE ONDE PARTIMOS
A PJ sempre valorizou e incentivou as visitas pastorais para
conhecer de perto a realidade e o chão em que se pisa. Além
disso, sempre prezou por decidir sua ação coletivamente em
encontros, ampliadas e assembleias, partindo da realidade e
à luz da Palavra de Deus e das orientações da Igreja.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Queremos viver um profundo processo sinodal na PJ, de es-
cuta e construção coletiva com todos os grupos de Jovens e
Dioceses do país, culminando com a revisão do Somos Igreja
Jovem

ESTRATÉGIAS DA PJ NACIONAL
2020
-Elaborar novo método de escuta para aproximação com os
regionais
-Processo sinodal construído de escuta aos/às jovens, Grupos,
Paróquias, Dioceses, Regionais, lideranças, padres, religiosos/
as, bispos e estudiosos/as de juventud
2021
Revisão do “Somos Igreja Jovem”
2022
Revisão do “Somos Igreja Jovem”
2023
Finalização da revisão do “Somos Igreja Jovem”

página74
Pastoral da Juventude
Possíveis estratégias para o desenvolvimento do Jubileu
de 50 anos da PJ nas demais instâncias pastorais
Resgate Histórico
DE ONDE PARTIMOS
A PJ possui um acúmulo sistematizado de sua caminhada,
possuindo algumas publicações sobre sua caminhada histó-
rica.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Que a PJ conheça profundamente sua história, em todas as
instâncias.

ESTRATÉGIAS
Estratégias para PJ Grupo de Jovens
-Resgatar sua história e a influência que ele tem na sua co-
munidade e nos 50 anos da PJ, compreendendo em que mo-
mento da linha do tempo está.
-Fazer levantamento das lideranças que surgiram a partir
dos grupos de jovens que já existiram e/ou existem na sua
Paróquia.
Estratégias para a PJ Diocese
-Resgatar o histórico da PJ nas Dioceses, resgatando espe-
cialmente: mulheres que participaram da história da PJ; a
história da articulação da PJ na Diocese; assessores/as; a con-
tribuição da PJ na formulação das Políticas Públicas e Conse-
lhos de Juventudes no território da Diocese; e a vivência das
atividades permanentes.
-Resgatar a história dos grupos de jovens da Diocese

página75
PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Estratégias para a PJ Regional


Resgatar o histórico da PJ no Regional, resgatando especial-
mente: mulheres que participaram da história da PJ; a história
da articulação da PJ no Regional; os modos de aplicação dos
métodos pastorais; assessores/as; a contribuição da PJ na
formulação das Políticas Públicas e Conselhos de Juventudes
no território do Regional; e a presença dos Centros e Institu-
tos de Juventude.

Mística / Espiritualidade
DE ONDE PARTIMOS
A PJ possui longa vivência mística-litúrgica.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Queremos que todos os grupos de jovens tenham vivido in-
tensamente todos os elementos da espiritualidade da PJ: co-
munitária, celebrativa, encarnada, orante, cristocêntrica, Rei-
nocêntrica, mariana, martirial, leiga, missionária, profética e
libertadora. E que os grupos rezem a partir das Galiléias Juve-
nis e da mística dos lugares bíblicos propostos.

ESTRATÉGIAS DA PJ NACIONAL
Estratégias para PJ Grupo de Jovens
Realizar atividades celebrativas em sintonia com o caminho
jubilar. Nesses encontros celebrativos convidar as pessoas
que fizeram parte da história da PJ na Paróquia
Estratégias para a PJ Diocese
Realizar Missões Jovens

página76
Pastoral da Juventude
Formação
DE ONDE PARTIMOS
Processo de formação integral e da realidade comunitária e da
experiência acumulada.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Jovens conscientes e comprometidos, tendo em vista o Proje-
to de Reino de Deus, para que sejam atuantes na sociedade,
à luz da PALAVRA DE DEUS, da Doutrina Social da Igreja e
do Magistério Eclesial.

ESTRATÉGIAS
Estratégias para PJ Grupo de Jovens
-Atividades Formativas
-Concursos Culturais
-Gincanas

página77
PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Assessoria
DE ONDE PARTIMOS
A assessoria é uma opção pedagógica da PJ na América Latina
e temos assessores/as nas várias instâncias.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Que os assessores tenham participado ativamente do proces-
so jubilar, contribuindo em suas realidades e sobretudo acom-
panhando os/as jovens.

ESTRATÉGIAS
Estratégias para a PJ Diocese
Formação de Assessores
Garantir que as Dioceses possuam assessoria e formação
para assessores/as.

página78
Pastoral da Juventude
Planejamento Pastoral
DE ONDE PARTIMOS
A PJ busca ter planejamento pastoral de suas ações. Esse pla-
nejamento parte da realidade e é iluminado pela Palavra de
Deus e pelo Magistério eclesial.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Queremos que o caminho jubilar tenha iluminado os proces-
sos de planejamento da PJ em suas diferentes instâncias e
fortalecido a caminhada orgânica da PJ em suas Paróquias e
Dioceses.

ESTRATÉGIAS
Estratégias para a PJ Diocese
Em parceria com os institutos de juventudes, criar um instru-
mental para conhecer a realidade nacional diagnóstico, com
apresentação dos resultados no ENPJ 2022.
Estratégias para a PJ Regional
Que os regionais incorporem o caminho jubilar na estrutura e
ação pastoral

página79
PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Sinodalidade
DE ONDE PARTIMOS
A PJ sempre valorizou e incentivou as visitas pastorais para
conhecer de perto a realidade e o chão em que se pisa. Além
disso, sempre prezou por decidir sua ação coletivamente em
encontros, ampliadas e assembleias, partindo da realidade e à
luz da Palavra de Deus e das orientações da Igreja.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Queremos viver um profundo processo sinodal na PJ, de es-
cuta e construção coletiva com todos os grupos de Jovens e
Dioceses do país, culminando com a revisão do Somos Igreja
Jovem.

ESTRATÉGIAS
Estratégias para a PJ Diocese
Elaborar novo método de escuta para aproximação com os
grupos de jovens.
Estratégias para a PJ Regional
Elaborar novo método de escuta para aproximação com as
dioceses.

página80
Pastoral da Juventude
A Campanha Nacional de
Enfrentamento aos
Ciclos de Violência
contra a Mulher
Os dados de violações de
direitos e dignidade, e de exposição às
diversas formas de violência, assustam,
alertam, e exigem tanto sensibilização
quanto ações proféticas, ou seja, que sejam
transformadoras de fato. Esse grito pela vida das
mulheres vinha sendo ecoado (e silenciado) há muito nos espaços
da Pastoral da Juventude, assim como em todos os espaços da so-
ciedade.
Foi pelo desejo de entender a complexidade dos ciclos de vio-
lência e as formas como se manifestam, e para não ser omissa dian-
te desses gritos, que a Pastoral da Juventude Nacional assumiu,
como uma de suas prioridades para o triênio 2017-2019, a constru-
ção da Campanha Nacional de Enfrentamento aos Ciclos de Violên-
cia Contra a Mulher, que abarca as diversas dimensões da realidade
destas violências: simbólica, psicológica, financeira, doméstica, se-
xual e midiática. Essa prioridade ousou expor um problema vivido
por muitas mulheres, de dentro e de fora da Igreja, bem como trazer
para o centro dos seus espaços formativos e de organização uma
ferida aberta há muito tempo.
A Campanha Nacional de Enfrentamento aos Ciclos de Vio-
lência Contra a Mulher, assumida em 2017 na Ampliada do Cra-
to, é um conjunto de ações articuladas pela Pastoral da Juventude,
em abrangência nacional, propondo aos grupos de jovens, instân-
cias de coordenação e assessoria, e militância em geral, o debate

página81
PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

e o enfrentamento às diversas formas de violência que atingem as


mulheres no Brasil. Essa Campanha enfrenta os ciclos de violência
contra a mulher e combate às discriminações que elas sofrem8. E
nasceu diante da necessidade de dar uma basta às violências que
ferem e ceifam a vida das companheiras. O Documento de Apare-
cida recordava, já em 2007, que “nesta hora da América Latina e
do Caribe, é imperativo tomar consciência da situação precária que
afeta a dignidade de muitas mulheres. Algumas, desde crianças e
adolescentes, são submetidas a múltiplas formas de violência den-
tro e fora de casa: tráfico, violação, escravização e assédio sexual;
desigualdades na esfera do trabalho, da política e da economia;
exploração publicitária por parte de muitos meios de comunicação
social que as tratam como objeto de lucro”9. O mesmo documento
lembra que “muitas mulheres são excluí­das, em razão de seu sexo,
raça ou situação sócio-econômica”10. As Diretrizes Gerais da Ação
Evangelizadora recordam que a Igreja deve “ser a voz dos que cla-
mam por vida digna. A comunidade, Casa da Caridade a serviço da
vida, não pode abdicar desta preocupação e desta responsabilida-
de” (DGAE 2019/2023, nº 184). E por não ser indiferente à essa
realidade, a PJ realiza essa Campanha.
Na Ampliada Nacional realizada em Erexim-RS, no mês de
janeiro de 2020, a Campanha foi assumida como prioridade nova-
mente, sendo apontadas algumas pistas de ação que deverão ser
desenvolvidas no triênio que compreende os anos de 2020, 2021
e 2022.
Para melhor organizar e dinamizar a Campanha Nacional
de Enfrentamento aos Ciclos de Violência contra a mulher, foram
constituídos Grupos de Trabalho ainda no primeiro triênio, que se

8 Em 2007, o Documento 85 da CNBB, já afirmava a existência de discriminação contra a mulher


(nº 107).
9 Documento de Aparecida, nº 48
10 Documento de Aparecida, nº 65

página82
Pastoral da Juventude
responsabilizam por conduzir os processos em sintonia e diálogo
constante com a Secretaria, Coordenação Nacional e Comissão Na-
cional de Assessores/as da PJ.
Denominado GT Central, o mesmo é composto por até 2 jo-
vens indicados/as por cada Regional, de fora da CNPJ, de preferên-
cia salvaguardando-se a paridade de gênero – ou seja, um homem
e uma mulher, de 15 a 29 anos, com disponibilidade para compor
a equipe até a ANPJ 2023. Atualmente o grupo de trabalho conta
ainda com a participação de 5 CNs (Bruno, Itaibele, Geovani, Sarah
e Thalita), com uma membra da CNA (Jassiara) e com a secretá-
ria Nacional (Michelle). Esse grupo possui a responsabilidade de
canalizar as demandas referentes à organização, sistematização e
memória histórica da Campanha, bem como ser referência para os
regionais. Ainda, será responsável pela demanda econômica e co-
municativa da Campanha, em diálogo direto com o GT de Sustenta-
bilidade e de Comunicação da PJ Nacional.
É preciso somar forças e fazer mutirão para que a campanha
seja ressoada e avance em todo o país, em cada canto, em cada
paróquia, em cada grupo e, sobretudo, em cada casa. Que à luz
do Evangelho, possamos juntas e juntos construir mulheres novas
e homens novos, segundo o desejo de Deus, com a igualdade e a
liberdade a que todas e todos têm direito de forma plena e inalie-
nável.
Abaixo segue um breve histórico de onde partimos com a
Campanha e o que a Ampliada de Erexim apontou para o triênio
para que assim possamos desenvolver e avançar ainda mais com a
Campanha em todas as instâncias pastorais.

página83
PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Potencialização da Campanha a partir


da ANPJ de Erexim
DE ONDE PARTIMOS
Lançamento oficial da Campanha e pauta de suas ações no
12º ENPJ em Rio Branco-AC; Relatos dos diversos regionais,
dioceses e grupos de jovens espalhados pelo Brasil, expondo
os frutos da campanha nas suas regiões (criação de coletivos
femininos, audiências públicas, rodas de conversa, participa-
ção nos conselhos municipais da mulher, encontros formati-
vos, produção de materiais e etc); Realização da Caminhada
Nacional em defesa da vida das mulheres, durante a Amplia-
da Nacional em Erechim-RS.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Potencializar o desenvolvimento da Campanha a partir das
propostas advindas da ANPJ 2020.

ESTRATÉGIAS DA PJ NACIONAL
2020
-Incentivo para ações mais concretas nas localidades; Calen-
dário Anual da Campanha;
2021
-Encontro presencial do GT Central;
-Incentivo para ações mais concretas nas localidades; Calen-
dário Anual da Campanha;
2022
-Incentivo para ações mais concretas nas localidades; Calen-
dário Anual da Campanha;

página84
Pastoral da Juventude
Fortalecer o reconhecimento e cultivo
do Sagrado Feminino
DE ONDE PARTIMOS
Relação do ENA, em 2019, trazendo muito forte a mística e
sagrado feminino a partir de Maria de Magdala.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Fortalecer o reconhecimento e cultivo do sagrado feminino
a partir da teologia feminista, pautando a temática de forma
transversal

ESTRATÉGIAS DA PJ NACIONAL
2020
Pautar a temática do sagrado feminino/teologia feminista.
2021
Pautar a temática do sagrado feminino/teologia feminista
como conteúdo do curso virtual de capacitação; e no Encontro
Presencial do GT Central;
2022
Pautar a temática do sagrado feminino/teologia feminista no
Seminário Nacional da Campanha;

página85
PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Capacitação para o enfrentamento aos


ciclos de violência contra as mulheres
DE ONDE PARTIMOS
Os vários subsídios oferecidos aos grupos com roteiros forma-
tivos e de preparação para realização das atividades da Cam-
panha.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Ampliar e aprofundar a capacitação para o enfrentamento
aos ciclos de violência contra as mulheres.

ESTRATÉGIAS DA PJ NACIONAL
2020
Materiais formativos11 sobre novas masculinidades e justiça
restaurativa.
2021
Curso virtual para capacitação de multiplicadoras/es da Cam-
panha.
2022
Seminário Nacional da Campanha

11 O documento 85 da CNBB afirma a necessidade de “elaborar subsídios que favoreçam o


amadurecimento juvenil e promover cursos e encontros com temáticas relacionadas à educação para
o amor, corporeidade, homossexualidade, questões de gênero, etnia, entre outras” (nº 114).

página86
Pastoral da Juventude
Parcerias com entidades e movimentos
em defesa da vida das companheiras
DE ONDE PARTIMOS
2017 como ano de concepção da Campanha, sendo des-
de então pauta primordial no processo de educação na fé
desenvolvido pela PJ; Formação do GT Central; Criação de
parcerias nacionais (CRB); Audiência Pública no Senado,
Brasília; Criação de GTs Regionais e Diocesanos como forma
de multiplicação da Campanha.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Avançar e consolidar parcerias com entidades e movimentos
em defesa da vida das companheiras

ESTRATÉGIAS DA PJ NACIONAL
2020
Revisão do projeto da Campanha, atualizando-o para os pró-
ximos anos e detalhando as atividades; Mapeamento a nível
nacional das redes de proteção e parcerias.
2021
Mapeamento a nível nacional das redes de proteção e
parcerias.
2022
Mapeamento a nível nacional das redes de proteção e
parcerias.

página87
PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Possíveis estratégias para o desenvolvimento da Campa-


nha Nacional nas demais instâncias pastorais

Potencialização da Campanha a partir


da ANPJ- Erexim
DE ONDE PARTIMOS
Lançamento oficial da Campanha e pauta de suas ações no
12º ENPJ em Rio Branco-AC; Relatos dos diversos regionais,
dioceses e grupos de jovens espalhados pelo Brasil, expondo
os frutos da campanha nas suas regiões (criação de coletivos
femininos, audiências públicas, rodas de conversa, participa-
ção nos conselhos municipais da mulher, encontros formati-
vos, produção de materiais e etc); Realização da Caminhada
Nacional em defesa da vida das mulheres, durante a Amplia-
da Nacional em Erechim-RS.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Potencializar o desenvolvimento da Campanha a partir das
propostas advindas da ANPJ 2020.

ESTRATÉGIAS
Estratégias para PJ Grupo de Jovens
Participar das ações propostas em nível diocesano; Realizar
encontros do grupo para trabalhar a Campanha; Realizar ofi-
cinas ou rodas de conversa sobre a Campanha nas escolas da
comunidade.

página88
Pastoral da Juventude
Estratégias para a PJ Diocese
Realizar estudo sobre as realidades locais (levantamento de
dados e possíveis identificações sobre situações de violên-
cias); Realizar encontros, marchas e mobilizações em torno da
Campanha.
Estratégias para a PJ Regional
A partir do Gt Regional e da CR, mapear quais as urgências de
atuação da Campanha nas localidades.

página89
PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Fortalecer o reconhecimento e cultivo


do Sagrado Feminino
DE ONDE PARTIMOS
Relação do ENA, em 2019, trazendo muito forte a mística e
sagrado feminino a partir de Maria de Magdala.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Fortalecer o reconhecimento e cultivo do sagrado feminino
a partir da teologia feminista, pautando a temática de forma
transversal

ESTRATÉGIAS
Estratégias para PJ Grupo de Jovens
Tomar a temática do sagrado feminino e teologia feminista
como referencial místico-teológico para iluminar os encontros,
eventos e atividades grupais.
Estratégias para a PJ Diocese
Tomar a temática do sagrado feminino e teologia feminista
como referencial místico-teológico para iluminar as reuniões,
eventos e atividades diocesanas.
Estratégias para a PJ Regional
Tomar a temática do sagrado feminino e teologia feminista
como referencial místico-teológico para iluminar as reuniões,
eventos e atividades regionais.

página90
Pastoral da Juventude
Capacitação para o enfrentamento aos
ciclos de violência contra as mulheres
DE ONDE PARTIMOS
Os vários subsídios oferecidos aos grupos com roteiros forma-
tivos e de preparação para realização das atividades da Cam-
panha.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Ampliar e aprofundar a capacitação para o enfrentamento
aos ciclos de violência contra as mulheres.

ESTRATÉGIAS
Estratégias para PJ Grupo de Jovens
Incluir no planejamento grupal e realizar com o grupo os en-
contros, rodas e outras atividades propostas pelos subsídios
da Campanha.
Estratégias para a PJ Diocese
Realizar cursos ou encontros de capacitação de lideranças a
partir dos subsídios da Campanha.
Estratégias para a PJ Regional
Estudar e divulgar os subsídios da Campanha no Regional;
Pensar e elaborar subsídios ou materiais de acordo com a rea-
lidade do regional.

página91
PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Parcerias com entidades e movimentos


em defesa da vida das companheiras
DE ONDE PARTIMOS
2017 como ano de concepção da Campanha, sendo des-
de então pauta primordial no processo de educação na fé
desenvolvido pela PJ; Formação do GT Central; Criação de
parcerias nacionais (CRB); Audiência Pública no Senado, Bra-
sília; Criação de GTs Regionais e Diocesanos como forma de
multiplicação da Campanha.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Avançar e consolidar parcerias com entidades e movimentos
em defesa da vida das companheiras

ESTRATÉGIAS
Estratégias para PJ Grupo de Jovens
Mapear as escolas, movimentos e coletivos juvenis que exis-
tem na comunidade, buscando dialogar e construir ações con-
juntas de prevenção à violência contra as mulheres.
Estratégias para a PJ Diocese
Mapeamento a nível local das redes de proteção e parcerias.
Ampliar os canais de divulgação dos locais de atendimento e
acolhimento de vítimas de violência
Estratégias para a PJ Regional
Mapeamento a nível local das redes de proteção e parcerias.

página92
Pastoral da Juventude
Comunicação
A PJ, desde 2005, tem feito um
esforço de pensar e organizar um
processo comunicacional que gere
sinergia entre as instâncias e os
grupos de base. O Projeto
Teias da Comunicação
pavimentou esse
processo ao longo de
quase 15 anos adaptado às diversas realidades, ele
despertou uma grande riqueza de formas criativas de comunicação
que serviram e continuam servindo à evangelização.
Em 2017, no Crato, a PJ Nacional encerra os projetos nacio-
nais e passa a compreendê-los como linhas de ação. Não se perde
o acúmulo de conhecimento, metodologias e experiências, mas dei-
xa-se de haver uma articulação a partir deles. Com relação ao Teias
da Comunicação, a Pastoral da Juventude adota o formato de um
Equipe Nacional de Comunicação.
A Comunicação para a Pastoral da Juventude parte de uma
compreensão mística e teológica. A missão central do trabalho da
PJ é comunicar o Amor de Deus expresso pela pessoa de Jesus Cris-
to em seu ministério, tendo como grande mensagem o Evangelho e
o anúncio do Reino de Deus.
Sendo assim, toda ação evangelizadora é uma comunicação.
Mas ela também requer a abertura à diversidade de linguagens e
métodos que sejam próprios ao universo juvenil, além de serem ca-
pazes de promover a cultura do encontro com outros ambientes
que dialoguem com a missão exercida pela PJ. Não abandonamos o
página93
PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

termo “Teias da Comunicação”, tampouco seu espírito de ligar, co-


nectar, promover redes. Assim, quando a PJ cuida da comunicação
como uma linha de trabalho específica, ela entende que essa ação
é transversal e deve permear o fazer pastoral de modo a potencia-
lizá-lo e a garantir o maior êxito na escuta, aprendizagem e trans-
missão da Palavra.
O Papa Francisco faz importante leitura do conceito de redes
comunicativas, assim como compreendemos o conceito das teias
em nossa leitura simbólica.
Assim, podemos passar do diagnóstico à terapia: abrir o cami-
nho ao diálogo, ao encontro, ao sorriso, ao carinho... Esta é a rede
que queremos: uma rede feita, não para capturar, mas para libertar,
para preservar uma comunhão de pessoas livres. A própria Igreja
é uma rede tecida pela Comunhão Eucarística, onde a união não
se baseia nos gostos, mas na verdade, no «amém» com que cada
um adere ao Corpo de Cristo, acolhendo os outros (Francisco - Dia
Mundial das Comunicações 2019)
A Comunicação pejoteira, portanto, não se resume e não
entende a transmissão como centralidade da ação. Ela é, antes de
tudo, uma COMUNHÃO. Esse sentido teológico está presente na
práxis libertadora de Jesus que, antes de anunciar a si mesmo e
transmitir conceitos e ideias, comunica o Reino a partir da adesão
livre. Sua estratégia maior foi o testemunho. Sua linguagem foram
a simbologia, as parábolas, a simplicidade.
Deus cria o mundo comunicando o seu Amor. Sendo assim,
amar e comunicar podem ser compreendidos da mesma forma. Co-
municar é deixar-se imbuir pelo Espírito e levar a mensagem de vida
plena para todas as Juventudes. É refletir e cultivar a esperança no

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Pastoral da Juventude
Reino reafirmando num credo criativo, dinâmico, atual e diverso que
cremos num mundo sem opressão, injustiças e ódio. Comunicamos
a partir de nossas realidades e para nossas realidades.

Os Eixos de nossa comunicação têm que ser:


• Comunitária;
• Popular:
• Alternativa;
• Teológica e Teologal.
E para isso atualmente, a equipe de comunicação tem feito
um esforço para organizar as demandas comunicacionais da PJ:
• Construção de uma Política Nacional de Comunicação da PJ;
• Atualização do novo site nacional;
• Criação de conteúdo e gerenciamento das redes sociais;
• Produção e diagramação de materiais para a PJ e PJs (Ativi-
dades Permanentes);
• Colaboração nos encontros/atividades da PJ e de parceiros
(cobertura, arquivamento e produção de conteúdo).
E para atender as demandas e articular os processos, nos or-
ganizamos em várias frentes, pensando, produzindo e construindo
caminhos comunicacionais. Temos então dentro do GT de comu-
nicação um grupo que pensa e articula a reformulação do site, um
grupo responsável por pensar a construção do Plano de Comunica-
ção, e também um grupo de Produção (design, redes sociais, con-
teúdos).
Pensando na importância dos nossos processos comunica-
cionais, apresentamos neste plano a tabela que se segue. Ela sis-
tematiza as estratégias projetadas na ANPJ de Erexim para a co-

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

municação da Pastoral da Juventude Nacional, que também podem


iluminar os GTs de Comunicação nas diversas instâncias da PJ. As
estratégias estão distribuídas em diferentes eixos (Redes Sociais,
Criação gráfica e audiovisual, Financeiro, Gerenciamento de crise,
Assessoria de Imprensa, Site), sempre situados onde estamos e nos
projetando para onde queremos chegar.

Redes Sociais
DE ONDE PARTIMOS
A Pastoral da Juventude atualmente gerencia diversas redes
sociais (Facebook, Instagram, Site, Twitter, Youtube)

ONDE QUEREMOS CHEGAR


A nossa proposta é ser um canal de informação, formação e
articulação para a juventude, mantendo a nossa identidade,
sendo uma ação da Igreja com as juventudes.

ESTRATÉGIAS
- Criação e publicação de conteúdo para as diversas mídias
sociais da Pastoral da Juventude, dialogando com vários ins-
trumentos de comunicação (música, vídeo, texto, fotos, etc.)
- Interação com o público de modo respeitoso, objetivo e cola-
borativo, atender as principais dúvidas e interações nas pági-
nas, garantindo o respeito às normas legais e direitos huma-
nos quando houver casos de ofensas.12

12 O Documento 85 da CNBB relembra a necessidade de “provocar a comunidade eclesial para


o entendimento, valorização e utilização dos meios de comunicação social de forma ética, tendo
em vista sua contribuição na evangelização da juventude (nº 237). O Documento de Aparecida fala
de “suscitar leis para promover nova cultura que proteja as crianças, os jovens e as pessoas mais
vulneráveis, para que a comunicação não transgrida os valores e, ao contrário, criem critérios válidos
de discernimento” (nº 486).

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Pastoral da Juventude
Criação gráfica e audiovisual
DE ONDE PARTIMOS
A Pastoral da Juventude Nacional conta com um Grupo de
Criação Gráfica e Audiovisual.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Ampliação e mapeamento de um grupo de criação gráfica dos
Pjoteiros/as pelo Brasil.

ESTRATÉGIAS
- Mapeamento de jovens artistas, designers gráficos e jovens
comunicadores.
- Criação de uma Rede de jovens comunicadores e artistas
gráficos.

Financeiro
DE ONDE PARTIMOS
O GT de comunicação não conta com nenhum projeto finan-
ceiro.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Criação de um projeto de sustentabilidade do GT de Comuni-
cação em comunhão com o GT de Sustentabilidade, para a ga-
rantia de nossas atividades, bem como reuniões presenciais,
encontros formativos e aquisição de equipamentos e ferra-
mentas.

ESTRATÉGIAS
- Mapeamento de instituições financiadoras;
- Elaboração de um projeto conjuntamente com o GT de sus-
tentabilidade da PJ Nacional.

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Gerenciamento de crise
DE ONDE PARTIMOS
Ao longo de sua história, a Pastoral da Juventude vem sendo
cada vez mais atacada por setores reacionários da igreja e da
sociedade. Isto intensifica-se com a nossa inserção nas mí-
dias sociais. E muitas vezes, estas mediações geram desgas-
tes pastorais e pessoais.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Na comunicação, gerenciamento de crise é uma metodologia
usada para situações que envolvam crises de imagem da insti-
tuição/personalidade e, consequentemente, afetem a visão de
um grupo ou da sociedade sobre ela. É de grande importância
a construção de uma política de comunicação contendo um
plano de gerenciamento de crise que subsidie as várias ins-
tâncias da PJ.

ESTRATÉGIAS
- Organizar uma política de comunicação;
- Criação de um plano de gerenciamento de crise que atenda
a PJ em diversas instâncias.

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Pastoral da Juventude
Assessoria de Imprensa
DE ONDE PARTIMOS
Dentro do GT de Comunicação, a Pastoral da Juventude tem
uma equipe que articula as questões de assessoria e de im-
prensa.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Ter um planejamento organizado para assessoria de impren-
sa, para que possamos acompanhar as instâncias da PJ Nacio-
nal e Regional.

ESTRATÉGIAS
- Manter contato constante junto à Assessoria de Imprensa da
CNBB e com as instituições parceiras, no diálogo e na publici-
zação de nossas atividades e ações.
- Disparo de releases.
- Ter uma equipe responsável pela mediação com estas insti-
tuições e parcerias.
- Ter uma lista mailing.

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Site
DE ONDE PARTIMOS
A Pastoral da Juventude atualmente reformulou seu site com
a finalidade de dialogar e facilitar o acesso da juventude à
dinâmica e vida da PJ no Brasil

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Tornar o site um espaço cada vez mais dinâmico, de fácil aces-
so e interação com as publicações, notícias e processos da
Pastoral da Juventude. Ampliar o espaço dos regionais na ali-
mentação dos conteúdos do site.

ESTRATÉGIAS
- Criação de uma nuvem de materiais da Pastoral da Juventu-
de e de questões relacionadas à Juventude.
- Compartilhar notícias do site nas diversas mídias sociais da
PJ.
- Atualização das colunas “Luz na Caminhada” e “Nossa Voz”,
mantendo a atualização dessas colunas através da divulgação
dos textos dos/as parceiros/as.

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Pastoral da Juventude
Formação
DE ONDE PARTIMOS
A comunicação também faz parte de todo processo de for-
mação. Atualmente, o GT não tem nenhum processo especí-
fico de formação no que tange a comunicação.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Criação de processos, materiais e recursos formativos especí-
ficos e vinculados ao projeto de comunicação.

ESTRATÉGIAS
- Dicas dos processos de comunicação.
- Encontro formativo de comunicadores.
- Publicação de histórias da caminhada de pessoas da PJ.
- Fortalecer as parcerias, inclusive com a PJ dos Regionais para
a divulgação e criação de processos formativos.

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Sustentabilidade
Já faz algum tempo
que a sustentabilidade
tem sido tema de nossas
discussões pastorais, seja
em reuniões em suas res-
pectivas instâncias, seja
em atividades, ANPJ’s,
ENPJ’s, ENA, e até mesmo
em cartas, vídeos produzidos
para captação de recursos, rodas de conversas e etc. De fato, his-
toricamente, foi e é uma grande preocupação pastoral discutir os
recursos financeiros para o desenvolvimento dos projetos e ativi-
dades junto às juventudes. O que pretendemos com este texto é
apresentar uma proposta, uma maneira de organizar essa temática,
na intenção de que ela deixe de ser um trabalho administrativo de
captação e prestação de conta de recursos e passe a ser um teste-
munho de nossa organização pastoral, na contramão do sistema
político financeiro global.
Para tanto, o primeiro passo foi repensar o nome do grupo de
trabalho que deixou de ser GT de Finanças para GT de “Sustenta-
bilidade”. A palavra sustentabilidade deriva do termo sustentável,
que em sua etimologia origina-se do latim “sustentare”, que signi-
fica sustentar, defender, favorecer, apoiar, conservar e/ou cuidar. O
conceito de sustentabilidade como conhecemos hoje, teve origem
em Estocolmo, na Suécia, na 1ª Conferência das Nações Unidas so-
bre o Meio Ambiente, que ocorreu em junho de 1972.13 A confe-

13 LABORATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE (São Paulo). USP. Conceituação: Mas afinal, o

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Pastoral da Juventude
rência chamava a atenção para degradação ambiental, poluição e
mal uso dos recursos naturais, em virtude do “desenvolvimento e
produção desenfreada”. Diante disso, sustentabilidade trata-se de
organizar todas as atividades humanas necessárias, sem causar da-
nos ou comprometer o ambiente para as futuras gerações, trata-se
de desenvolver a vida, e mudar a lógica de produção para uma re-
lação de cuidado com o próximo e a nossa casa comum.
Para garantir que uma atividade seja sustentável, tem de ter
em vista quatro requisitos básicos: 1) Ecologicamente correto; 2)
Economicamente viável; 3) Socialmente justo e 4) Culturalmente
aceito pela sociedade. A sustentabilidade abrange vários níveis
de organização, desde a vizinhança local até o planeta inteiro.14
Pautar as nossas atividades a partir dessa reflexão é um exercí-
cio complexo, e uma novidade para o nosso jeito de fazer pasto-
ral. Compreendemos que vivemos hoje um momento de extrema
fragilidade financeira, visto que somos totalmente dependentes de
projetos externos para subsidiar nossas ações pastorais em âmbito
nacional. Mas isso é ruim? Por um lado, bastante! Ficamos limi-
tados pelo tempo de espera e pela dúvida sobre a aprovação dos
projetos, também ficamos condicionados aos valores aprovados e
a uma excelência para obtenção e aplicação dos mesmos: prazos,
elaboração escrita de relatórios, envio de notas, prestação de con-
tas... Por outro lado, há muito tempo, os projetos têm trazido uma
certa segurança financeira.

que é sustentabilidade?. Disponível em: http://www.lassu.usp.br/sustentabilidade/conceituacao/.


Acesso em: 15 maio 2020.
14 REIS, Gelma. Sustentabilidade, muito além da questão ambiental. Ecodebate: Site de
informações, artigos e notícias socioambientais, [s. L.], 22 nov. 2013. Disponível em: https://www.
ecodebate.com.br/2013/11/22/sustentabilidade-muito-alem-da-questao-ambiental-artigo-de-
gelma-reis/. Acesso em: 15 maio 2020.

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

A questão central a ser considerada quando ficamos à mercê


de projetos externos, como estamos agora, é: não somos nós que
sonhamos e planejamos nossa organização a partir dos fins que
desejamos alcançar? É o montante de recurso disponível que deter-
mina o que vamos fazer e como vamos fazer!?Essa inversão de per-
curso torna-nos frágeis, reduzidos, pouco sonhadores e criativos.
Para além disso, não podemos deixar de considerar que essa
conjuntura mundial de crise sanitária, afetou profundamente a
economia dos países e das financiadoras que subsidiaram nossos
projetos até aqui, as prioridades de investimento a partir dessas
circunstâncias e até mesmo condições econômicas podem não ser
mais favoráveis ao acesso a esses recursos. Essa fragilidade, nos
desperta a alçar novos caminhos, e despertar a potência que é a
nossa organização.
Vivemos um momento histórico em que nossa fragilidade in-
terna nos desafia a mudar nosso modo de organização pastoral em
âmbito nacional, e a sustentabilidade econômica é um dos princi-
pais sinais disso. É evidente para todos/as nós o convite e o impe-
rativo atual para estabelecermos novas relações pastorais, interna
e externamente, a partir do serviço fraterno e da partilha dos dons
numa vida em comum unidade. Pensar sustentabilidade é justa-
mente isso: rever, refazer, modificar, inovar nossas relações! Será
que conseguimos hoje estabelecer relações novas entre nós (lide-
ranças, coordenações, militância, assessorias, grupos, dioceses, re-
gionais...), e para além de nós, a fim de fazermos brotar, como boa
notícia esperada, uma política de sustentabilidade que nos renove,
dinamize, e enlace em permanente comunhão?

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Pastoral da Juventude
A potência de organização das primeiras comunidades cristãs
traz luz para este nosso caminho de construção. Vejamos em Atos
dos Apóstolos 2, 42 – 47: “Todos os que abraçaram a fé eram uni-
dos e colocavam em comum todas as coisas; vendiam suas proprie-
dades e seus bens e repartiam o dinheiro entre todos, conforme a
necessidade de cada um” (At 2, 44 - 45)
Já fazemos isso. Temos projetos financeiros aprovados e so-
mos capazes de estabelecer algumas redes de solidariedade e
ajuda mútua. No entanto, não conseguimos suprir todas as nossas
necessidades ainda. E muitos são os desafios apontados. Portanto,
precisamos avançar! E o caminho é a redescoberta do melhor de
nós, o (re)encanto pelo nosso primeiro amor! Qual é esta essência
da nossa identidade pastoral? Precisamos acreditar novamente: no
protagonismo criativo que busca estabelecer novas relações entre
toda a Casa Comum (Mt 20, 20 – 28); na utopia de uma cultura
sustentável que podemos construir já no hoje (Ap 21, 1 - 5; Is 65,
17); nas redes que ousamos lançar à pesca e fazer voltar cheias de
peixes (lc 5, 1 – 11); no simples e possível milagre da partilha de
tudo que somos e temos (Jo 6, 1 – 15).
Diante disso, O GT tem a missão de provocar um novo estilo
de vida, de relações - de organização, portanto, pautadas em di-
reção à vida, à ecologia, à economia solidária... É preciso ajudar os
grupos de jovens e toda juventude organizada a apensar isso. Des-
sa maneira, sistematizamos a seguir as propostas que partiram da
ANPJ de Erexim-RS, juntamente com as atividades que a equipe já
vem desempenhando nos últimos anos. Elas estão divididas, pelos
eixos que norteiam o nosso fazer pastoral e organizadas a partir do
que temos: o que queremos, e quais são as estratégias para alcan-
çar esses horizontes planejados.

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Grupo de Trabalho de Sustentabilidade


da PJ Nacional
DE ONDE PARTIMOS
Atualmente, o Grupo de Trabalho de Sustentabilidade da
Pastoral da Juventude Nacional é composto por 3 CN’s, 1
CNA, a SN e 3 colaboradores técnicos.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Queremos estabelecer uma articulação que nos permita pen-
sar a sustentabilidade de forma integral, dialogal e em parce-
ria.15

ESTRATÉGIAS
- Reuniões mensais do GT de Sustentabilidade.
- Realizar uma reunião presencial do GT de sustentabilidade
anualmente;
- Realizar parceria com Redes e Institutos e buscar patroci-
nadores;
- Conscientizar os regionais na manutenção do serviço da CN.

15 O sustento das Pastorais da Juventude apoia-se na corresponsabilidade entre a instituição


eclesial, a organização pastoral, os próprios jovens envolvidos. (Estudo 103 da CNBB, p. 47).

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Pastoral da Juventude
Economia de Francisco e Clara como
luzes para a nossa ação
DE ONDE PARTIMOS
Deixar de pensar a questão financeira como um trabalho
administrativo de captação e gestão de recursos é o nosso
ponto agora. Precisamos construir a compreensão de que a
Sustentabilidade é um testemunho da nossa Organização
Pastoral, estabelecendo novas relações de partilha do servi-
ço fraterno e dos dons da vida, na construção da sociedade
do bem viver.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


A luz da Economia de Francisco e Clara repensar o modo de
organizar a nossa sustentabilidade pastoral.

ESTRATÉGIAS
- Aprender e Fazer ressoar os Ecos da Economia de Francisco
e Clara, contando com a ajuda dos e das jovens pejoteiros/as
participantes do Encontro com o Papa sobre essa temática,
para construir um novo modelo de organizar a nossa susten-
tabilidade.

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Um novo Estilo de vida, de relações


econômicas da PJ
DE ONDE PARTIMOS
Compreendemos que vivemos hoje um momento de extrema
fragilidade financeira, visto que somos totalmente depen-
dentes de projetos externos para subsidiar nossas ações
pastorais em âmbito nacional.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Provocar um novo estilo de vida, de relações econômicas - de
organização, portanto, pautadas em direção à vida, à ecolo-
gia, à economia solidária, na contramão do sistema financeiro
global capitalista a fim de que nossa ação seja testemunho
da nossa organização pastoral na construção da civilização do
amor.

ESTRATÉGIAS
- Reunir-se e viabilizar captação de recursos em prol do ENPJ
que será realizado no Maranhão em janeiro de 2022;
- Efetivar uma Rede de Colaboradores da PJ por meio de cam-
panhas e divulgações que favoreçam doações pontuais ou pe-
riódicas para a missão da Pastoral. Exemplo: amigos da PJ,
padrinhos, etc;
- Promover um Dia de coleta solidária e arrecadação/ nacional
- Dia D.
- Criar uma Lojinha Virtual;
- Confecção de Materiais - Agendas, canecas, camisetas e etc.
- Amigos da PJ: Revista com assinatura mensalmente.
- Construir um plano de política de sustentabilidade que con-
templando todos os serviços, para reorganizar e estabelecer a
autonomia financeira da nossa organização;

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Pastoral da Juventude
Processos Formativos sobre
sustentabilidade
DE ONDE PARTIMOS
Atualmente, o Grupo de trabalho de Sustentabilidade não
tem nenhum caminho formativo.

ONDE QUEREMOS CHEGAR


Gerar processos formativos nas diversas instâncias da PJ so-
bre sustentabilidade pastoral, popular e solidária contando
com parceiros e parceiras que já fazem esses movimentos em
suas realidades.16

ESTRATÉGIAS
Sensibilizar e fomentar a Economia Popular Solidária e obten-
ção de recursos nos regionais através das lojinhas existentes,
vídeos e/ou subsídios.

16 O Documento de Aparecida recorda que “são muito importantes os espaços de participação da


sociedade civil para (...) uma verdadeira economia solidária e um desenvolvimento integral, solidário
e sustentável (nº 406)

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

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Pastoral da Juventude

PARTILHANDO

O PÃO DA
GRATIDÃO
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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

Fazer memória é um ato extremamente importante e preciso


em toda nossa caminhada. No evangelho de Marcos, Jesus ques-
tiona seus discípulos que estavam com os corações endurecidos
por conta dos desafios do presente, ele os pede para lembrar: “Não
vos lembrais de quando reparti cinco pães para cinco mil pessoas?”
(Mc 8, 18-19). A memória rompe a dureza do nosso coração, abre o
caminho para a esperança, é uma dimensão da nossa fé, ela sempre
nos faz testemunhas. A memória nos deixa mais fortes, como pes-
soa e como povo. Nos sentimos enraizados, nos faz entender quem
somos e que não estamos sozinhos: um povo que tem uma história,
tem um passado, tem uma vida1.
Fazer memória é também agradecer, ter gratidão a Deus pelo
caminho percorrido. E quem esquece de agradecer, passa apenas
ao lado das belezas da vida e não as contempla.
Agradecer é uma experiência humana, é adquirir a percepção
de que tudo é graça, é um ato de reconhecimento e correspondên-
cia. A gratidão é alegria, é amor, nos ajuda a desfrutar a eternidade
no cotidiano da vida. Ou seja, a memória agradecida ou grata de
nossa história nos faz sempre reconhecer a vida doada, os pães que
foram alimento e saciaram nossas fomes. Partilhar o Pão da Gra-
tidão, é um exercício concreto de fazer memória das pessoas, dos
momentos, dos caminhos que fizemos juntos e juntas, dos desafios
e acima de tudo, é celebrar a ação de Deus que nos deixa marcas
profundas na concretude da vida!
A Ampliada Nacional da Pastoral da Juventude de Erexim-RS,
que tem como um dos frutos este Plano Pastoral construído por
muitas mãos, quer ser também espaço de fazer memória agrade-
cida às pessoas que deram as mãos nessa construção. Queremos
começar partilhando o Pão da Gratidão com todas e todos que as-
sumiram o serviço de acolher a Ampliada Nacional da PJ, a juven-
tude PJoteira da Diocese de Erexim, que partilhou sua casa com a
PJ do Brasil, que partilhou o pão, o peixe e o chimarrão. Obrigada
a Coordenação Diocesana da PJ, a juventude dos grupos de Base,

1 Homilia do Papa Francisco, 02 de novembro de 2018.

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Pastoral da Juventude
bem como à Juventude do Regional Sul 3. Gratidão!
A nossa gratidão a todos os delegados e todas as delegadas
da ANPJ, que fizeram a Ampliada ser um testemunho de esperança,
beleza e profecia. Este Plano é fruto da dedicação e da doação de
vida de todas e todos vocês!
Gratidão aos convidados e convidadas dos centros e institutos
de juventude, pastorais, organismos, programas e movimentos, que
se colocaram para construir, conhecer e viver estes dias conosco,
bem como a Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, a quem
somos gratos e gratas pela presença enriquecedora, aos jovens e
as jovens que se colocaram a serviço nos diversos Grupos de Tra-
balho da ANPJ, a doação da vida de vocês foi sal e luz. A todos e
todas, nossa imensa gratidão!
O Pão da Gratidão também se faz partilhado com todos e to-
das que nos ajudaram de alguma forma nesse caminho da ANPJ.
Queremos manifestar nossa Gratidão a Carmem Lúcia e ao Ir. Joil-
son, pelo acompanhamento carinhoso da nossa metodologia. Fa-
lando em acompanhamento e de muita gratidão, queremos dar
graças a vida da CNA que caminhou conosco até a ANPJ: Sylene
Godoy, Pe. Maicon, Irmã Tomelina e Chiquinho D’Almeida. Foi lin-
do partilhar a vida, a missão e os sonhos com vocês bem como à
toda CNPJ, em especial aqueles e aquelas que findaram seu serviço
na ANPJ, gratidão. A nossa imensa gratidão ao querido Davi, por
sua vida doada à Secretaria Nacional da PJ neste triênio. Queremos
sempre celebrar a missão e os corações doados de vocês.
Gonzaguinha dizia que “Se depende sempre de tanta diferen-
te gente, e toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de
outras tantas pessoas”2, parafraseando, a ANPJ é a marca das li-
ções, da vida doada, das mãos operantes, do trabalho e do encon-
tro de todos e todas. Que esta memória agradecida não nos deixe
esquecer, mas celebrar nossa história cheia da presença de Deus,
que continua a nos inspirar a partilhar nossos dons a serviço das
juventudes.

2 Caminhos do Coração, de Gonzaguinha

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PLANO DE AÇÃO Triênio2020a2022

REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICAS
CNBB. Marco referencial da Pastoral da Juventude do Brasil.
Coleção Estudos Num. 76. São Paulo: Paulus, 1998.
LECCARDI, Carmem. Para um novo significado do futuro:
mudança social, jovens e tempo. In Revista Tempo Social,
2005.
LABORATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE (São Paulo). USP.
Conceituação: Mas afinal, o que é sustentabilidade?. Dispo-
nível em: http://www.lassu.usp.br/sustentabilidade/conceitua-
cao/. Acesso em: 15 maio 2020.
PIMENTEL, Álvaro Mendonça, SJ. Revista de Espiritualidade
Inaciana, n. 113, setembro 2018.
PASTORAL DA JUVENTUDE. Texto Base da Ampliada Na-
cional. Erexim, 2020.
PASTORAL DA JUVENTUDE, Pastoral da Juventude; organi-
zado por Joaquim Alberto Andrade Silva; Luis Duarte Vieira e
Roberta Agustinho da Silva. Pastoral da Juventude: um jeito
de ser e fazer: somos Igreja jovem. Brasília, DF: PJ, 2012.
PASTORAL DA JUVENTUDE. PJ 50 anos - rumo ao jubileu.
Passo Fundo/RS, 2018.
REIS, Gelma. Sustentabilidade, muito além da questão am-
biental. Ecodebate: Site de informações, artigos e notícias
socioambientais, [s. L.], 22 nov. 2013. Disponível em: https://
www.ecodebate.com.br/2013/11/22/sustentabilidade-muito-
-alem-da-questao-ambiental-artigo-de-gelma-reis/. Acesso
em: 15 maio 2020.

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Pastoral da Juventude

PASTORAL DA
JUVENTUDE
Coordenação Nacional
Felipe Santos - Norte 1
Robson Oliveira - Sul 1
norte1@pj.org.br
sul1@pj.org.br
Bruno Costa - Norte 2
Marcos Regazzo - Sul 2
norte2@pj.org.br
sul2@pj.org.br
Cleyton Batista - Norte 3
Ricieri José Pinto Benedetti -
norte3@pj.org.br Sul 3
Thalita Vasconcelos - Noroeste sul3@pj.org.br
noroeste@pj.org.br William Pereira Rocha- Sul 4
Geovani Santos - Nordeste 2 sul4@pj.org.br
nordeste2@pj.org.br
Felipe Gonçalves - Nordeste 3
nordeste3@pj.org.br Secretária Nacional
Edmar Mota - Nordeste 4 Verônica Michelle Gonçalves
nordeste4@pj.org.br secretarianacional@pj.org.br
Carlos Eduardo Santos - Nor-
deste 5 Comissão Nacional de
nordeste5@pj.org.br Assessores
Wesley Alexandre - Oeste 1 Atenágoras Alencar
oeste1@pj.org.br Luís Duarte
Patrícia Itaibele - Oeste 2 Jassiara Santos
oeste2@pj.org.br Marcos Dantas
Leandro Galdino - Leste 1 Roberta Agustinho
leste1@pj.org.br assessoria@pj.org.br
Sarah Suzan - Leste 2
leste2@pj.org.br

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