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é simples
Simples
porque é feita
por gente como
a gente.
EXPEDIENTE
PRESIDENTE
Caríssimo leitor (a), Dom Severino Clasen
DIRETOR
Iniciamos o mês de março e, como Igreja, adentramos o tempo Pe. Nailson Bacon
litúrgico da Quaresma nos preparando para bem celebrarmos os
sagrados mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo CAPA / FOTO
no Tríduo Pascal. Para melhor aprofundarmos a dimensão cristo- Banco: Timoty P. Schmalz - 2012
lógica desse período, nosso arcebispo nos ajuda a compreender REDAÇÃO / SUPERVISÃO
em sua reflexão mensal que o Filho de Deus foi obediente ao Pai Fabiana Ferreira (MTB 7823)
até a morte de Cruz. Apresentamos ainda, para além da meditação
dos evangelhos dominicais, um artigo acerca do itinerário de uma PROJETO GRÁFICO
quaresma conduzida pelo Espírito Santo e das práticas de oração, Mitra Revista Maringá Missão
jejum e caridade e da Campanha da Fraternidade 2023.
DIAGRAMAÇÃO
A Igreja no Brasil está vivendo o Ano Vocacional, com o tema: Hugo Leonardo
“Vocação: graça e missão”. Na sua Exortação Apostólica Gaudete
et exultate, o Papa Francisco nos recorda que todos nós somos JORNALISTA RESPONSÁVEL
vocacionados de Deus por meio do Batismo e que precisamos dei- Fabiana Ferreira (MTB 7823)
xar que a graça batismal frutifique em nossa vida num caminho de
COLABORADORES
santidade. Nesse sentido, trazemos para você um artigo acerca do Raymundo de Lima, Luiz Alexandre, Denise Nochi,
Ano Vocacional e o testemunho dos nossos diáconos recém-orde-
nados, dos seminaristas que participaram da Semana Missionária EQUIPE DE PAUTA
na Diocese de Guajará-Mirim e dos religiosos que celebraram o 27º Naiara Luana, Marcela Miranda Egito, Flávia Zamoro
dia mundial da Vida Consagrada. Carraro, Adriana Aparecida Siqueira, Fabiana Ferreira,
Durante este mês, no próximo dia 18 de março, celebraremos a Hugo Leonardo, Mario Azanha
solenidade de São José que, neste ano, será antecipada para o dia REVISÃO
anterior ao dia 19 por este coincidir com o IV Domingo da Quares- Maria L. Pelissari Negreiros, Fernanda Carraro
ma. Com “Coração de Pai” São José amou Jesus, nos recorda o
Papa Francisco na Carta Apostólica Patris Corde; com coração de IMPRESSÃO
pai, São José acompanha a Igreja universal como protetor e patro- Gráfica Tuicial
no. Sobre São José, trazemos um artigo com o testemunho de nos- TIRAGEM
sos leitores acerca da devoção a este grande santo e, recordando 6.500 exemplares e Online
no próximo 8 de março o Dia Internacional da Mulher, prestamos
também as elas nossa homenagem, nosso carinho e agradecimen- DISTRIBUIÇÃO
to. Paróquias e livrarias
Por fim, não podemos deixar de recordar os 64 anos da fundação
REDAÇÃO
do Albergue Santa Luiza de Marillac que tanto bem tem feito para os R. Vitório Balani, 240 - Zona 05 - Maringá/PR
nossos irmãos em situações de vulnerabilidade, para a sociedade (44) 3346-5473 / jornalmgamissao@hotmail.com
maringaense e também para nossa arquidiocese. Agradecemos a Fale Conosco: (44) 3346-5473
Deus por essa expressão viva da dimensão caritativa da Igreja jun-
to aos pobres e sofredores, mostrando-se verdadeiramente como DEPARTAMENTO COMERCIAL:
Everton Barbosa - (44) 99952-2324
Igreja em saída, Hospital de campanha e Igreja samaritana. Para
além do testemunho dos religiosos que atuam junto ao albergue,
apresentamos um artigo sobre o despertar dos leigos e o nascer de
um novo olhar para os vulneráveis junto à Caritas.
Desejo a você uma excelente leitura e uma santa quaresma!
6 Reflexão: A prática do amor 18 Educação: Para quem tem 34 Psicologia: Você consegue
como expressão da unidade ouvidos para ouvir, olhos para dizer não?
com Cristo ver e pensar
36 CÁRITAS: O despertar de
8 Evangelhos Dominicais 20 27° Dia Mundial da Vida leigos e o nascer de um novo
Consagrada “Irmãos e Irmãs olhar para os vulneráveis
10 Conselho de Leigos: O laicato para a missão”
e a construção da paz 38 Novos diáconos testemunham
22 RCC: Quaresma conduzida pelo chamado vocacional
11 Notícias da Igreja Espírito Santo
42 Jejum: um convite à conversão
14 São Patrício: o santo que 24 Albergue Santa Luiza de
mudou o destino de um povo Marillac – 64 anos – Acolher, 44 A caridade nos movimenta em
através do evangelho cuidar, servir, para promover! direção ao outro
24 30 32 38
ANIVERSARIANTES DE MARÇO
Pe. Paulo Felipe dos Santos.............................................02/03 Pe. Nelson Molina............................................................26/03
Diác. Agostinho Eusébio Scalon....................................05/03 Pe. Gustavo Constantin Florêncio.................................28/03
Pe. Pedro Jorge Delgado Bento.......................................06/03 Ordenação Sacerdotal
Pe. Rodolfo Rodrigo Benedetti......................................17/03 Pe. Pedro Jorge Delgado Bento.........14/03/1998 - (25 anos)
Pe. Nailson Bacon............................................................20/03 Pe. Everaldo da Luz Silva....................14/03/2009 - (14 anos)
Diác. Bento Chinaglia......................................................20/03 Pe. Onildo Luiz Gorla Junior.............16/03/1997 - (26 anos)
Diác. Ademilson de Paula Alves....................................22/03 Pe. Darcy Maximino de Oliveira.......22/03/1981 - (42 anos)
Certa vez Jesus disse aos seus amorosa. O Pai ama o Filho, o Filho portamento narcisista, individualista
discípulos o seguinte: “Assim como nos ama e, seguindo essa ‘rede’, de- e autocentrado. Ama-se o outro, no
meu Pai me amou, eu também amei vemos amar uns aos outros. Como projeto de Jesus, doando-se inteira-
vocês: permaneçam no meu amor. seria demonstrado o amor? Jesus mente por todos quantos chamamos
Se vocês obedecem aos meus man- não deixa lugar para dúvida alguma: de irmãos. O Pai, o Filho e os discí-
damentos, permanecerão no meu “da mesma forma que meu Pai me pulos e discípulas formam um rela-
amor, assim como eu obedeci aos amou, eu também amei vocês”. cionamento mútuo de amor, onde a
mandamentos do meu Pai e perma- Não há como pensar a comuni- obediência é alegria espontânea e
neço no seu amor. Eu disse isso a dade sem o amor entre os irmãos não obrigação penosa. Amar, nesse
vocês para que minha alegria esteja e irmãs. O amor, nesse sentido, é sentido, é sair-se de si mesmo e ir ao
em vocês, e a alegria de vocês seja o cimento que dá unidade a todo o encontro das necessidades dos ou-
completa” (João 15,9-11). corpo. E Jesus é preciso em sua ca- tros. Aquele que vive “ensimesmado”
Permanecer em Jesus é funda- tequese: “Ninguém tem amor maior abdicou de amar e de ser amado. Re-
mental. Todavia, o fato de perma- do que aquele que dá a vida pelos fugia-se com medo de si mesmo e de
necer em Jesus nos leva, necessa- amigos”. O que nos lembra do texto todos. Todavia, o amor de Jesus nos
riamente, ao encontro dos outros. de 1° João 3,16: “Nisto conhecemos liberta para que, libertos, tenhamos
Assim, permanecer em Jesus não é o amor, em que Cristo deu a sua vida condições de amar a todos.
uma existência solitária e, sim, um por nós; e devemos dar nossa vida
chamado a viver amorosamente em pelos irmãos”. O padrão que Jesus
comunidade. O compromisso com deseja que apliquemos no amor é,
Jesus se revela na comunhão en- portanto, imensurável. Trata-se de
Prof. Dr. Luiz Alexandre Solano Rossi
tre irmãos e irmãs. Verifica-se, no um amor doador, desprendido, desin-
www.luizalexandrerossi.com.br
texto, uma relação de dependência teressado e a serviço do outro. luizalexandrerossi@yahoo.com.br
amorosa e, ainda, de ‘capilarização’ Afasta-se, dessa forma, o com-
Notícias
às 18h30 e sim no novo horário, às 18h. Com a mudança,
não haverá mais a Santa Missa na capela da Reconciliação,
que fica na Praça da paróquia, ao lado da gruta de Nossa
da Senhora de Lourdes.
Padre Nailson Bacon, pároco da paróquia Cristo Res-
Igreja
suscitado e responsável pelo Setor de Comunicação da
Arquidiocese de Maringá, diz que a mudança de local da
transmissão irá ampliar a participação dos fiéis na missa
televisionada. “Olhamos com gratidão por todo este tempo
que a Missa foi transmitida da capela. Mas agora, com a
Maringá presente na 42ª Assembleia da OSIB – nova igreja, temos a oportunidade de acolher a estrutura
Organização dos Seminários e Institutos do Brasil técnica para a que TV possa transmitir nossas celebrações”,
comenta. A Santa Missa diária da paróquia Cristo Ressusci-
tado será transmitida para 42 municípios da grande região
de Maringá.
*Criada em 1988 pelo monsenhor Gerhard Schneider,
a TV 3º Milênio passou a ser TV Evangelizar em 2011, em
uma parceria entre a Arquidiocese de Maringá e a Associa-
ção Evangelizar, do padre Reginaldo Manzotti.
*A capela a Reconciliação, também conhecida como
“capela de pedra”, agora ficará aberta durante todo o dia
para que os fiéis possam fazer suas orações.
Entre os dias 23 a 26 de janeiro de 2023 ocorreu a 42ª SETOR FAMÍLIA - MANHÃ DE ESPIRITUALIDADE
Assembleia da OSIB – Organização dos Seminários e Insti-
tutos do Brasil – do Regional Sul II da CNBB. O encontro foi
realizado no Centro Diocesano de Formação, em Umuara-
ma. Formadores e seminaristas refletiram sobre “A Dimen-
são pastoral-missionária na Formação inicial ao ministério
Ordenado”, sob a orientação do padre Leonel Brabo, da Dio-
cese de São José do Rio Preto-SP.
A Arquidiocese de Maringá esteve presente representa-
da pelo padre Sandro Ferreira (reitor do seminário de Teolo-
gia), padre Marcos André de Oliveira (orientador espiritual
do Propedêutico), os seminaristas Carlos Vinícius (prope-
dêutico), Gabriel Anaia (etapa do discipulado) e Thiago Ce-
sar Santiago (etapa da configuração).
o dade.
O santo faleceu em 17 de março do ano de 461, na cidade
ício
Sã
de Down, hoje chamada de Downpatrick (cidade de Patrício),
em sua homenagem. Atualmente, na Irlanda, existem mais de
duzentos santuários construídos em honra a São Patrício. Ao
enfrentar as armadilhas e relutância do paganismo na Irlanda
compôs e rezou esta oração por sua proteção e êxito na mis-
são:
Seminaristas participam
da Semana Missionária
na Diocese de Guajará-Mirim - RO
Santa Marcelina (linha 85); o seminarista Jonas dos Santos foi
para as comunidades Nossa Senhora dos Navegantes e Nossa
Senhora Aparecida (linha 33); o seminarista Luiz Felipe Ricciar-
di foi para a Comunidade Santa Rita de Cássia (linha 7) e Co-
munidade Sagrado Coração (linha 6); e o seminarista Paulo Ra-
mires foi para a Comunidade Quilombola de Pedras Negras às
margens do Rio Guaporé e Comunidade de Versalles-Bolívia.
O padre Genivaldo Ubinge, coordenador da Ação Evangeli-
zadora da Arquidiocese de Maringá, também participou da se-
mana missionária. Além das visitas às famílias, foram realiza-
Os seminaristas que integram o quarto ano da etapa da das diversas atividades nas comunidades, como celebrações,
Configuração, Seminário de Teologia Santíssima Trindade, da encontros e partilhas.
Arquidiocese de Maringá, participaram de 29 de janeiro a 5 de A Diocese de Guajará-Mirim é composta por doze paróquias
fevereiro, da Semana Missionária na Diocese de Guajará-Mi- – organizadas em três regiões pastorais. Atualmente, o padre
rim-RO, na Paróquia São Francisco, na cidade de São Francisco Diego Wesley Norberto, do clero de Maringá, está em missão
do Guaporé - RO, distante 2.485 km de Maringá. na diocese na Paróquia Cristo Rei, em Cabixi - RO.
A presença dos seminaristas de Maringá na Diocese de
Guajará-Mirim integra parte dos esforços para colocar em
prática o projeto “Igrejas Irmãs”, aprovado em 1972 pela Con-
ferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), visando com
esta iniciativa missionária, expressar a vitalidade e abertura
missionária das igrejas particulares no país. Enquanto proces-
so formativo inicial, a presença dos seminaristas na diocese
irmã de Guajará-Mirim integra a dimensão pastoral dos futuros
presbíteros.
Devido à pandemia, após três anos, nossos seminaristas
retornaram para esta ação missionária. Motivados pelo 3º Ano
Vocacional do Brasil com o tema: “Vocação: graça e missão” e
o lema: “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24, 32-33),
a semana missionária contou com dezoito missionários, entre
eles o bispo diocesano de Guajará-Mirim, Dom Benedito Araújo,
diáconos, religiosas, leigos e leigas.
A abertura da semana missionária e o envio dos missioná-
rios ocorreram no domingo, 29 de janeiro, na igreja matriz. O
Paulo Ramires
seminarista Drayton Cesar Endrice Massuria foi enviado para a Seminarista de Teologia
Comunidade Nossa Senhora da Salete (linha 95) e Comunidade Arquidiocese de Maringá.
Todos os serviços desempenhados tir, superar e encarar cada desafio vigente “Quando percebi estava completa-
por mulheres levam a marca do carinho à sua época. mente apaixonada pela agricultura”
e do amor materno, mesmo aqueles tra- Em cada área que atua, a mulher Tânia é solteira, formada em adminis-
balhos ou ações mais comuns ao mundo consegue mudar hábitos, transformar tração, mora e trabalha na propriedade
masculino, quando desempenhados por ambientes e despertar cada indivíduo da família. Na primeira conversa passa
mulheres trazem características peculia- que está ao seu lado, e isso não as trans- a impressão de que é muito simpática, a
res e típicas do traço feminino. Essa con- formam em super-heroínas, mulheres- partir da segunda conversa temos a cer-
quista por espaço, essa força capaz de -maravilhas, ou coisas assim, apesar de teza que além de simpática, é alegre e
diminuir sofrimentos usando apenas pa- que poderiam ser! São profissionais do acolhedora. A família trabalha no plantio
lavras, leva muitos a afirmarem: “Já não mercado de trabalho, esposas, mães, fi- e no cultivo da soja, milho, trigo e aveia.
se faz mulher como antigamente”! lhas, conselheiras, acolhedoras, amigas, Ela conta que o interesse pela agricul-
A delicadeza, a meiguice, a voz mansa fortes, ‘duronas’, corajosas, e precisam tura nasceu do convívio familiar, fazendo
eram sinônimos muito usados para quali- estar em boa forma física, psicológica e uma coisinha aqui, outra ali, participando
ficar uma mulher, e quando se falava em emocional, sempre bem arrumada e ‘bo- de reuniões com seu pai, o Sr. Ângelo, e
habilidades logo repercutiam as frases: nita’. E apesar de todas as ‘exigências’, quando percebeu já estava envolvida e
“Nossa, ela cozinha muito bem”; “lava na maioria das vezes, elas deixam que o completamente apaixonada lavoura. E a
uma roupa como ninguém”; “sua casa é coração fale mais do que a boca. decisão de trocar as tarefas domésticas
impecável”. Contudo, mesmo não deixan- Há décadas era comum ver mulheres pelo cultivo da terra já está completando
do a maioria dessas ‘qualidades’ de lado, exercendo profissões tipicamente ‘femi- ‘bodas de prata’, pois se vão vinte e cinco
as mulheres conquistaram o espaço para ninas’: professora, pedagoga, costureira, anos de trabalhos. Segundo a agricultora,
descontruírem-se e mostrarem um novo psicóloga entre outras, no entanto, elas o preparo para desenvolver a profissão
formato, onde se tornam protagonistas foram ocupando outras áreas, e assim, de também é fruto da lida do dia a dia, a qual
de suas vidas, de suas casas de suas maneira salutar, ocuparam também luga- se inspira em seu pai, o Sr. Ângelo e seu
áreas profissionais. res de destaque na sociedade. irmão Sidnei. “O meu pai e o meu irmão
Ao não se curvarem mais exclusiva- Com a história da agricultura Tânia Sidnei, foram a minha inspiração por todo
mente aos anseios masculinos, as mu- Magali Celestino, da cidade de Ivatuba/ o cuidado e carinho que eles têm com
lheres desta geração permitem-se ser PR, queremos bendizer todas as mulhe- a terra e com a lavoura, além de toda a
mais livres e completas em tudo que se res que lutam, persistem, e deixam na organização e precisão com que traba-
propõem a fazer. Apesar de ainda serem história a marca de carinho; mulheres que lham. Tudo é minuciosamente calculado
taxadas como o ‘sexo frágil’, a vida em so- são obra-prima do Criador, que não têm para não agredir a terra, especialmente
ciedade é marcada pela presença femini- medo ou têm, e enfrentam com coragem o controle de pragas e ervas daninhas.
na, mostrando que são capazes de resis- e amor os desafios impostos. Todo esse cuidado rendeu à propriedade
canva.com - degin
Irmã Maria Helena Teixeira, da
Congregação das Irmãs Missioná-
Por ocasião da data, a Arquidio- rias do Santo Nome de Maria (IMS-
cese de Maringá gravou uma série NM), explica que a vida religiosa é
de vídeos sobre a Vida Consagrada um seguimento radical e exemplar Para o irmão Joel dos Santos de
presente na Arquidiocese. Dom Frei a Jesus Cristo. Num primeiro mo- Souza, da Congregação dos Irmãos
Severino Clasen, arcebispo metro- mento, surgiu na Igreja como vida da Misericórdia de Maria Auxiliado-
politano, celebrou uma Santa Missa religiosa contemplativa monástica, ra, a vida religiosa consagrada tem
com a presença de todos os religio- ao longo dos anos essa dimensão foi como missão ser um sinal de vida e
sos na Paróquia Cristo Ressuscitado, ampliada em razão das guerras, das de esperança para as pessoas, onde
em Maringá. pestes, pandemias e das pessoas cada congregação, segundo o seu
Segundo a irmã Izabel Gomes da que passavam fome no mundo. Nes- carisma fundacional, expressa esta
Silva, coordenadora da Conferência te contexto, de acordo com a irmã missão de forma eficaz nos espaços
dos Religiosos do Brasil (CRB) na Maria Helena, a vida religiosa foi se onde se encontram. “E nós vivendo
Arquidiocese de Maringá, há dezoito dedicando às causas sociais como esta vocação, à luz do evangelho, o
congregações femininas e masculi- escolas, creches, orfanatos, asilos e, próprio Jesus é o nosso modelo de
nas, mais de cem religiosos que es- posterior ao Concílio Vaticano II, ao missão que nos impulsiona a viver
tão a serviço do povo de Deus, das trabalho pastoral. De modo geral, os esta missão conforme o nosso ca-
mais diversas formas: educação, religiosos estão engajados na vida risma. Que neste ano, todos possam
saúde, pastorais. A irmã salienta da Igreja e da Arquidiocese. rezar pelas vocações e também pe-
que cada uma dessas congregações las vidas consagradas para que con-
possui um carisma próprio, um jeito Como vivem os religiosos? tinuem sendo esse sinal do amor e
característico de ser consagrado e Irmã Maria Helena descreve que os da misericórdia de Deus”, enfatiza o
de se colocar a serviço do povo. “Ao religiosos vivem em comunidades, irmão Joel.
olharmos os consagrados de nos- onde há momentos de oração pes-
sa Arquidiocese podemos observar soal e comunitária. “Trazemos para a
aquilo que identifica cada uma das nossa oração a Igreja e as suas ne- (Entrevistas concedidas
congregações e ao mesmo tempo cessidades, a diocese e a paróquia à Arquidiocese de Maringá)
observar pontos que são comuns em onde vivemos. Como religiosos vi- Disponível em:
www.youtube.com/@ArquidioceseMaringa
todas elas: o amor, a dedicação, o es- venciamos os votos de pobreza, cas-
Adaptar-se é relacionar-se com os outros nossos desejos, usando sutis racionaliza- ângulos e controlar as compulsões.
sem dominar e sem ser dominado. É um ções. É esse o nosso azar: dispomos de A adaptação é certamente o problema
processo complexo, mais fácil de descrever uma excelente equipe de mecanismos de mais álgido entre as relações interpesso-
do que de definir. O avanço do amor pres- defesa para recriar todas as coisas de acor- ais. Adaptar-se quer dizer evitar colisões.
supõe que não se esteja preso a si mesmo. do com a nossa medida. Se nossos ramos se entrechocam, com pe-
É, portanto, a capacidade de sair do próprio Acho que há duas instituições que são rigo de incêndio, quantos centímetros você
círculo e de se abrir ao mundo do próximo. verdadeiras escolas de transformação: o terá que cortar, quantos eu terei que cortar,
Nosso mal é que o ser humano tende a casamento e a fraternidade. Porque são para que haja conjunção e não colisão?
adaptar todas as coisas a si mesmo, atra- instituições que, por sua própria estrutura Serei exclusivamente eu o culpado das coli-
vés da racionalização, em vez de se adap- humana, obrigam os membros a entrar em sões? Se estivermos a cinquenta metros de
tar ao todo. Se não fizermos uma severa inter-relação de profundidade. Relacionan- distância, quantos metros tenho que andar
autocrítica, ou se não permitirmos que nos do-se, os membros têm que enfrentar e eu, quantos metros tem que andar você,
critiquem construtivamente, é quase certo confrontar os traços da própria personali- para que haja encontro?
que vamos chegar ao abismo da morte car- dade, obrigando-se a superar as diferenças, Trecho do livro “Suba Comigo”
regando todos os defeitos congênitos de sem invadir e sem se deixar devassar. Frei Ignácio Larranãga
nossa personalidade, aumentados e cresci- Adaptar-se significa deixar se questionar Contatos: Sandra (99972-3391)
dos ao correr de nossos dias. pelos outros e, quando os ângulos de nos- Natalina (98413-3941)
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Revista Maringá Missão 23
Albergue Santa
Luiza de Marillac
Acolher, Cuidar, Servir, para Promover!
Localizado na Rua Fernão Dias desde a sua fundação, o Albergue completa 64 anos
O mais conhecido dicionário de língua portuguesa, des ininterruptas.
o Aurélio (1985), define a palavra albergue como: lugar A fundação do albergue ocorreu em 27 de março de
onde se recolhe alguém por caridade, refúgio ou abrigo, 1959, graças a sensibilidade de Dom Jaime Luiz Coelho,
hospedaria, asilo. No sentido literal, albergue é uma casa três anos após se tornar o primeiro bispo da recém-cria-
de acolhida ou de passagem para aqueles que não têm da ‘Diocese’ de Maringá. Desde o início, o local foi ge-
onde ficar e se encontram em situação de vulnerabilida- renciado por congregações religiosas, sendo a primeira
de social. a das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo
Quem mora em Maringá e região certamente já ou- (Vicentinas), que chegaram à Maringá em 1960, por meio
viu falar ou conhece o Albergue Santa Luiza de Marillac, das Irmãs Sebastiana Domingues, Delfina Gretter e Ivone
localizado próximo ao centro, na rua Fernão Dias. Neste Nazari. As religiosas seguiam os mesmos preceitos de
mês de março a instituição completa 64 anos de ativida- seu fundador, São Vicente de Paulo, que já em 1663, cui-
CASA DE PASSAGEM
• 75 vagas Acolhimentos
• 28 vagas Pernoite
• 5 Refeições/dia (Acolhimento)
• 3 Refeições/dia (Atend. Externo)
• 500 Refeições/Dia
• 100 Banhos quentes/Dia
• 1.500 Kg Roupas Lavadas/Mês
• 2.500 Atendimentos Psicossociais-Enfer-
magem/ Mês
• 3.000 Itens de Doação/Mês (Roupas; Cal-
çados; Utensílios; Cobertores; Prod. Higie-
ne; Móveis)
CASA DE PASSAGEM
• Regularização Documentos
• Grupos Operativos
• Elaboração de Currículos
• Encaminhamentos ao Mercado de Traba-
lho/ Trat. Saúde/ Recuperação Dependên-
cias.
• Cursos Profissionalizantes
• Internet/Informática
• Barbearia/Salão de Beleza
• Biblioteca
• Passeios
• Lazer (Jogos/Cinema)
• Espiritualidade (Missa, Terço, Grupo de
Oração, Catequese, Pastoral da Sobrieda-
de)
Ao falarmos da Vida Religiosa Consagrada, nos re- variados serviços (LG, 46).
ferimos às pessoas que se deixam mover e conduzir No concreto do dia a dia, vemos luz e transforma-
pelo Espírito Santo e testemunham o viver para Deus e ção na presença e atuação dos religiosos em todas
para os outros, com alegria e doação. as frentes de missão. Por exemplo, Educação, saúde,
Os que respondem ao apelo de Deus para seguir pastoral e promoção da vida.
Jesus na Vida Religiosa Consagrada buscam nortear Os religiosos atuam em meio a todas as realidades
suas vidas, tendo como princípio os ensinamentos e desafiadoras. Como explicar a alegria no testemunho
os exemplos de Jesus Cristo, nos conselhos evangéli- dos que seguem a Cristo? Mais do que com palavras,
cos de pobreza, castidade e obediência, à luz dos ca- isso se expressa na vida e nas atitudes dos consagra-
rismas e espiritualidade de cada congregação. dos que partilham o seu ser e a experiência do amor
A Vida Consagrada é sinal da bondade de Deus. E de Deus cotidianamente.
não poderia ser diferente, uma vez que a experiência É certo que o exercício diário da oração, o contato
do encontro com Cristo nos leva a estar em constante com Palavra de Deus e a participação na Eucaristia
movimento em direção a outras pessoas. Acolhidos e ajudam para que permaneçam impregnados e identi-
amados por Ele, somos chamados a colocar Cristo no ficados como pertença a Deus, em seu ser e em sua
centro de nossas vidas. Por isso, nos descentraliza- missão.
mos. Importa ser sinal para aos outros. Quantas vidas são tocadas e beneficiadas diaria-
A Vida Religiosa não é feita de pessoas perfeitas, mente pelo trabalho e pela presença da Vida Religio-
mas de pessoas que buscam constantemente confi- sa! Isso é dom, é graça de Deus! Rezemos para que
gurar-se com Cristo e quanto mais se dedicam nessa os consagrados(as) possam continuar sendo teste-
busca, mais se tornam presentes e imersos na histó- munhas do Deus vivo, promotores de comunhão, da
ria e na realidade de seu tempo e do povo onde estão justiça, da paz, da integridade da criação e nunca se
em missão. Assim afirma a Constituição Dogmática esqueçam de levar por meio de suas vidas a luz de
Lumen Gentium, quando diz que a Vida Religiosa em- Cristo a todas as pessoas.
beleza a Igreja por sua perseverante e humilde fideli- Ir. M. Helena Teixeira
dade à sua consagração e por prestar generosamente Provincial das IMSNM
São José:
patrono da Igreja Universal
“Jacó foi o pai de José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo” (Mt1,16)
No dia 19 de março, a Igreja celebra a (Mt1,18), José tinha duas opções, de acor- como ‘homem justo’ ao qual foi confiada a
solenidade de São José, esposo da Vir- do a Lei: ou levar Maria diante do tribunal missão de proteger a vida de Jesus e de Ma-
gem Maria e pai adotivo de Jesus, o Filho ou passar-lhe uma carta privada de repúdio. ria, na qualidade de esposo e pai; portanto,
de Deus. O início do culto ao santo ocorreu José escolhe a segunda opção com o obje- José desempenhou essas funções impor-
com a participação de São Bernardino de tivo de não a difamar e Maria constata que tantes no plano histórico da salvação e é
Sena (1444) que, em seus ensinamentos, José era um homem justo. reconhecido como patrono de toda a Igreja
destacava São José como “escolhido pelo O reconhecimento histórico da figura Universal.
Pai eterno para ser guarda fiel e providente de São José como ‘homem justo’ (Mt1,19)
dos seus maiores tesouros: o Filho de Deus ultrapassa sua decisão naquele momento, Pe. Claudemir Ricardo
e a Virgem Maria”. pois a fidelidade a Deus, em meio da escuta Pároco Paróquia Santa Teresa de Jesus/
No desenvolvimento histórico da Igreja de sua palavra “José filho de Davi, não tenha Marialva
de Jesus Cristo, a figura de São José perma- medo de receber Maria como sua esposa,
neceu durante séculos às escuras, ou seja, porque ela concebeu pela ação do Espírito Você é devoto de São José?
em seu característico apagamento; somen- Santo. Ela dará à luz um filho, e você lhe Como cultiva a devoção? Qual gra-
te com o Papa Pio IX em 1870, se declarou dará o nome de Jesus”(Mt1,20-21) o insere ça alcançou?
São José Patrono da Igreja universal e, em entre as grandes figuras da Antiga Aliança
1962 o Papa João XXIII mandou inserir o que, por fidelidade a Deus, assume sua mis- Maria de Fátima
nome São José no cânon romano da missa. são no projeto salvífico da humanidade. da Silva
No mistério da encarnação do Verbo, o Assim, após São José ter recebido, em Rocha
evangelista Mateus estrutura a genealogia sonho, o anúncio do anjo, fora-lhe incumbi- Eu sou apaixonada por
(ou origem) de Jesus em quatorze gerações do, como pai, dar o nome ao menino: “você São José e rezo o terço pe-
(Mt1,1-16), na qual se configura as promes- lhe dará o nome de Jesus, pois ele vai sal- dindo a sua intercessão todos os dias. Peço
sas do povo que se estende de Abraão a Je- var seu povo dos seus pecados” (Mt1,21). a São José pela minha casa, família, pelos
sus, por meio de José. A genealogia atesta Então, o sentido teológico desta perícope meus três filhos, inclusive, tenho a graça de
que José, juridicamente, é o pai de Jesus; é que Jesus (Jeshua significa: o Senhor é um deles ser um sacerdote, o qual ensinei a
por meio dele Jesus pertence, segundo a salvação) é o portador absoluto da salva- amar e a ser devoto. Faço questão de pro-
Lei, à tribo de Davi, cumprindo Jesus de Na- ção, ou seja, que pela encarnação do Filho pagar essa devoção e já recebi inúmeras
zaré a promessa sobre a vinda do messias de Deus instaura-se a presença definitiva do graças. Uma graça que quero testemunhar
esperado. Reino no meio do povo. é que eu tinha uma enfermidade no olho,
Outra dimensão acerca de São José Por fim, como atesta a Escritura “quan- corria certo risco de perder a visão e tive
a ser ressaltada é que era ‘homem Jus- do acordou José fez conforme o anjo do Se- que passar por uma cirurgia. No período
to’(Mt1,19), pois Maria, segundo os precei- nhor havia mandado: levou Maria para casa de recuperação começaram a aparecer al-
tos judaicos, era noiva de José e podia ser e sem ter relações com ela Maria deu à luz gumas manchas no meu olho e fiquei bem
chamada sua esposa e no caso da gravidez, um filho. E José deu a ele o nome Jesus” preocupada, mas logo recorri a São José e
que ocorreu pela ação do Espírito Santo (Mt 1,25), mais uma vez José é apresentado pedi que ele intercedesse pela cura total do
Quaresma, Jejum
e Campanha da
Fraternidade
A fé nos impulsiona a conside- A cada domingo, atentos à Palavra
canva.com
canva.com
de pensar que as coisas estão bem exercícios e, aproveitando a Quares-
se para mim correm bem. Por último, ma como tempo favorável para a con-
convida-nos a olhar para dentro de versão, aborda-os na perspectiva da
nós mesmos, com o jejum, que liberta conversão pessoal e coletiva, pois a
do apego às coisas, do mundanismo fé tem também uma dimensão social”
que anestesia o coração. Oração, ca- (Texto-base CF 2023, n. 3).
ridade, jejum: três investimentos num
tesouro que dura” (Santa Missa de 6 O texto-base da CF 2023, em seu
de março de 2019, homilia do Papa número 7, nos chama a atenção:
Francisco). “A fome é um contratestemunho
Podemos fazer um aprofunda- que não reconhece de forma prática
mento, destacando a prática do jejum. a dignidade integral das pessoas, não
Criticado pelo profeta Isaías (Is 58), considera a primazia do bem comum
quando desassociado da prática do como o conjunto de todos os bens
direito e da justiça, o jejum só tem ver- necessários para cada pessoa se
dadeiro valor quando nos leva a disci- realizar humanamente, além de gerar
plina, a adquirirmos o domínio sobre toda uma conjuntura que faz com que
nossos instintos e a liberdade de co- a pessoa em situação de fome esteja
ração, a aprendizagem de abandono em menores condições de participa-
de nossas vontades em detrimento as ção, como se fosse indigente, invisí-
do Senhor. Neste sentido, pode-se ci- vel, correndo o risco de reduzir a so-
tar algumas práticas bem específicas: lidariedade ao assistencialismo que,
jejum de língua: cuidar do que se fala; embora ajude nos momentos mais
jejum de passos: o cuidado com os lo- agudos, não transforma as estruturas
cais que se frequenta; jejum da vista: de pecado”.
evitar certas situações e programas A CF 2023, neste sentido, vem re-
de TV, por exemplo; jejum de coração: forçar a urgência de exercícios de pie-
o desapego de coisas que nos afas- dade verdadeiros. Um apelo para culti-
tam do projeto de Jesus. varmos um coração que, assim como
Não percamos, no entanto, a prá- o de Jesus, não habite a indiferença.
tica primeira do jejum, a abstinência Que tenhamos compaixão, que apren-
parcial ou total de alimentos por mo- damos, com os discípulos de Jesus
tivo de penitência ou disciplina. Para narrados no Evangelho, a assimilar a
nós, cristãos católicos, existem dois lógica da partilha e da solidariedade,
dias que devemos realizar uma úni- não podendo assistir indiferentes à
ca refeição completa, a Quarta-Feira fome do mundo. Que nossa partilha,
de Cinzas e a Sexta-Feira Santa. No- mesmo pequena, seja total e que de
vamente, o jejum perde o sentido se, nosso gesto de olhar compassivo, de
ao praticá-lo, a falta do alimento não responsabilidade, de disposição em
Nivaldo Bertolini
nos sensibiliza à dor de tantos irmãos partilhar, de ação de graças a Deus, Membro da Pastoral Litúrgica
e irmãs que são privados de uma ali- possa saciar nossos irmãos e ainda da Arquidiocese de Maringá
mentação digna. Aquilo que deixamos recolhermos doze cestos. Membro da Rede Celebra Núcleo Maringá
de comer deve transformar-se em par-
Eis o desafio nosso de cada dia: trar ao mundo que você também pode tas pelo outro, principalmente amigos,
aprender a dizer não. Essa é uma difi- fazer suas próprias escolhas e essas colegas de trabalho, chefe, familiares.
culdade mais corriqueira do que imagi- escolhas precisam ser respeitadas. “É Outras ainda, pela forma com que fo-
namos. Algumas situações evidenciam necessário encontrar um ponto de equi- ram educadas, sua cultura, onde devem
a complexidade em dizer não: comprar líbrio entre dizer sim e não, pois isso faz dizer “sim” a tudo e a todos e serão re-
coisas que não gostou para não desa- toda a diferença e a pessoa vive mais compensadas, como na infância. Essa
gradar o vendedor; não devolver objetos feliz”, aponta a psicóloga. Denise des- situação angustiante também se mani-
adquiridos e que vieram com defeitos taca mais alguns pontos importantes festa em adultos que receberam uma
ou quebrados; deixar que furem a fila na sobre aprender a dizer não. Confira: educação muito severa por parte dos
sua frente; atender a pedidos incabíveis pais. Neste ponto está um dos maio-
de amigos para não perder a amizade; Revista Maringá Missão – Por que res problemas, pois se você já se vê
aceitar convites para festinhas ‘chatas’ é tão difícil dizer não? incomodado com a situação e mesmo
de amigos ou do chefe somente para Denise Liliane Nochi: A maioria das assim não tem a coragem de dizer não,
não dizer não, entre tantas outras oca- pessoas têm receio em dizer não, mas, muito mal pode estar sendo gerado.
siões. conseguem. Outras nunca conseguem
O medo da rejeição, de não agradar dizer “não”. Por vezes, essa dificuldade RMM - Quem gosta de pessoas que
ou de ser mal compreendido estão en- está ligada à baixa autoestima ou à per- não sabem dizer NÃO?
tre algumas razões que levam muitas sonalidade. Geralmente essas pessoas Denise: Geralmente pessoas “es-
pessoas a responder sim a tudo, mes- são aquelas caracterizadas sempre pertalhonas”, que percebem a dificulda-
mo que isso vá contra seus valores, como “boazinhas” e apesar do sofri- de do outro em recusar o que ele está
costumes ou sentimentos. Existe uma mento de dizer sim a tudo, não querem pedindo e começam a se aproveitarem
necessidade de satisfazer o outro, não desagradar a ninguém. Contudo, aquela disso para tirar vantagens.
se indispor ou magoar. Em contraparti- pessoa muito “boazinha” nem sempre é
da, dizer sim a todos e a tudo limita o a mais valorizada, seja na família, no RMM – Como é o “não” nas rela-
indivíduo a não assumir o que pensa, trabalho e no meio social ao qual está ções interpessoais?
pois ele mal consegue perceber o que inserida. Denise: Dizer não pode magoar,
está fazendo a si mesmo. mas se você realmente quer ajudar o
Segundo a psicóloga Denise Liliane RMM – Mesmo sendo prejudica- outro, uma das opções é deixá-lo fazer
Nochi, é preciso ter em mente que qual- das, algumas pessoas não conseguem sozinho, cair e aprender a caminhar
quer relação precisa de limites, pois dizer não. Por quê? com as próprias pernas. Uma vez ou
além da amizade, do amor ou da ca- Denise: Primeiros as pessoas têm outra ajudar é fundamental, mas tornar
maradagem, é a individualidade do su- medo de serem rejeitadas ou rotula- algumas pessoas dependentes do seu
jeito que está em jogo. Logo, aprender das como chatas, por exemplo. Outras sim pode ser mais prejudicial do que
a posicionar-se é uma forma de mos- receiam não serem amadas ou acei- parece. Pense em você também e não
Ao longo dos últimos dois anos (2021- que ampliou o nosso olhar e permitiu que tos e também da caminhada de participa-
2022), enquanto alunos, nos dedicamos aprofundássemos o entendimento sobre ção da igreja-povo. Temos claro que a fé
ao curso de formação “Escola de Cultura, a “igreja-povo” e o necessário engajamen- demanda a ação socialmente consciente,
Fé e Política da Cáritas Arquidiocesana to dos leigos e leigas. Conhecer a DSI foi a partir do momento em que o leigo se
de Maringá” e, desde o princípio, um tema um despertar para o estudo contínuo dos coloca enquanto um observador crítico
permeava as nossas discussões: como documentos, não dissociado do exercício e sujeito transformador, envolvido com
constituir diálogo e despertar consciên- daquilo que institui a Doutrina Social. O segmentos e instituições da sociedade
cia em uma sociedade marcada pela ra- estudo de diferentes encíclicas nos levou que buscam promover ações no sentido
dicalidade de posições e pelo extremismo a perceber que o seu desconhecimento de erradicar as injustiças e a desigualda-
manifesto por parte de alguns? O texto, impede que o leigo se posicione a partir de social.
que ora apresentamos, não ousa respon- do social, do outro, do diferente, do ex- Em nossa formação enquanto sujei-
der a pergunta inicial, mas sim, registra o cluído, do explorado, do subalternizado. tos-leigos e observadores críticos, foi de
caminho que percorremos na revisão de A nosso ver, a Encíclica Rerum Novarum grande importância o entendimento do
nossas percepções e na elaboração de do Papa Leão XIII, sobre a condição dos neoliberalismo enquanto teoria, um mo-
novas formas de pensar e atuar enquanto operários; a Encíclica Laudato Si do Papa mento de reorganização das ideias volta-
leigos na sociedade contemporânea e em Francisco, que trata do cuidado com o das para a reformulação do capitalismo,
defesa do bem viver. Se a sociedade ain- meio ambiente e com todas as pessoas, que marca o processo de desvalorização
da não se transformou ao longo da cami- da relação entre Deus, os seres humanos do trabalho, impõe a intensificação do
nhada que percorremos, nossa maneira e a Terra; a Encíclica Fratelli tutti do Papa consumismo e de reformas estruturais.
de compreendê-la e de nos colocar me- Francisco sobre a fraternidade e a ami- Perceber que o processo de reestrutura-
diante as gritantes contradições sociais zade social; entre outros, oferecem um ção produtiva tem relação com as crises
se modificou. subsídio doutrinário que modifica a orien- políticas e econômicas no pós-guerra,
Certamente, o estudo aprofundado da tação da ação na Igreja. com a intensificação do fordismo (a má-
Doutrina Social da Igreja (DSI) foi encan- A partir do contexto doutrinário, his- quina substituiu o homem), até que a
tador e, principalmente, revelador. A opor- tórico e orientado para a ação social de produção entrasse em novo ritmo e, com
tunidade de conhecer o documento, de leigos e leigas em nossa formação, foi o neoliberalismo, o trabalho adquirisse
analisar seus aspectos e compreendê-lo fundamental o entendimento da socieda- condições ainda mais precárias, transfor-
em sua magnitude, paulatinamente nos de sob a perspectiva histórico-social, para mou a nossa compreensão das coisas na
distanciou da compreensão polarizada melhor compreensão do papel dos movi- realidade. Essas mudanças atingiram não
ou sectária da realidade, na medida em mentos sociais, dos partidos, dos sindica- somente as relações sociais de modo ge-
“Farei de vocês
pescadores de gente.” Mt 4,19
É incrível o amor de Deus para conosco. Então terminei a catequese e me tornei ca-
Temos um Deus que independente de nossa tequista. Comecei a participar do grupo de
condição, está disposto a nos resgatar com oração Fogo do Alto. Tanto o grupo quanto
Seu amor. No evangelho, Jesus fala que Suas a catequese foram decisivos para minha vo-
ovelhas conhecem Sua voz. Posso dizer que cação. Quanto mais eu estava com Deus e
tive a alegria de ouvir a voz do Bom Pastor. servia na paróquia, mais vontade eu tinha de
Venho de uma família com certa tradição estar com Deus e na paróquia. Os padres que
católica. Um pouco antes de meu nascimen- passaram pela paróquia ajudaram a impul-
to, a parte materna de minha família teve sionar a vocação, pois demonstravam alegria
um contato com a Renovação Carismática na doação e sentido em suas vidas.
Católica (RCC), que nos aproximou um pou- Entrei para o seminário em 2015. Eu que-
co mais da Igreja. Minha família sempre me ria, na realidade, corresponder ao apelo de
encaminhou a participar da Igreja, ensinando me doar mais, além do que Deus já me im-
valores. Por meio de meus pais, meus tios, pelia. No primeiro ano de seminário morei em
minha avó, fui conhecendo mais as coisas da Mandaguaçu e foi extremamente importante
Igreja. Fui criado desde pequeno na paróquia para aprofundar meus conhecimentos sobre
Menino Jesus de Praga, em Maringá, moran- as coisas de Deus e da Igreja. Depois, fiz os
do quase ao lado da igreja. Eu sentia, desde três anos de filosofia em Maringá, que me
criança, uma inquietação pelo ser padre. O serviram para melhorar a convivência com
padre Geraldo Schneider, que era muito pró- os outros seminaristas. A pastoral que fiz no
ximo da família, motivou muito minha vida de hospital Metropolitano de Sarandi e na Pasto-
fé, sendo para mim um grande exemplo, que ral Familiar nesta época, me ajudaram muito
quando criança já queria imitá-lo. Uma coisa a perceber o aspecto servil da Igreja.
marcante que me lembro de minha infância, Por fim, dos quatro anos da teologia em
foi que depois da minha primeira confissão, Londrina, a pandemia marcou praticamente
o padre Luiz Bento disse que se eu pensava dois anos. Vimos a importância de valorizar
mesmo em ser padre, que não desanimasse as coisas essenciais da vida e de crescer in-
e se dispôs a ajudar-me. teriormente. Neste período, tive uma certeza:
Como ovelha de Cristo, eu quis fugir das Jesus Bom Pastor esteve me acompanhando
pastagens seguras de Sua Igreja. Quando era por todo o período. Para confirmar, Ele me
adolescente parei de frequentar a catequese, encaminhou para a paróquia Jesus Bom Pas-
não queria mais saber de ir à missa e colo- tor de Paiçandu para exercer meu ministério
cava em questão os valores que aprendi. A diaconal e, com a graça de Deus, também o
moda que seguimos era a de curtir a juventu- presbiteral. Confio a Ele minha paróquia de
de como se Deus não existisse. Mas Jesus, origem e todas as paróquias que passei na
que disse que conhece Suas ovelhas, me co- pastoral que me deram muitas graças e ami-
nhecendo, sabia que eu não estava feliz da gos. Também confio a Ele e a Nossa Senhora,
maneira como vivia. a nova missão que o Senhor me confiou.
Deus chamou-me para segui-Lo e mani- Rezem por mim!
festava seu amor por mim por vários meios.
Em cada grupo de oração, adoração, missa,
Deus me amava me e recordava que nasci Diácono Rafael Xavier da Silva
para os céus. Numa adoração ao Santíssi- Colaborador na Paróquia Jesus Bom
Pastor, em Paiçandu.
mo, certa noite, percebi o chamado de Deus.
Conteúdo de Marca
A formação de professores ganhou novas possibilidades nova disciplina.
no Brasil desde que foi regulamentada, pelo Conselho Na- A vantagem da R2 é que encurta o caminho. Ao invés do
cional de Educação, a Formação Pedagógica R2. profissional começar do zero uma licenciatura (formação
Mas o que vem a ser a R2? Se você nunca ouviu falar, exigida para a docência), ele pode fazer um curso comple-
que tal ler este texto até o final? mentar em tempo mais curto e começar logo a dar aulas.
A R2 é uma formação complementar para quem já
possui um curso superior, seja de licenciatura (voltado à do- Onde fazer
cência), bacharelado ou tecnólogo, e deseja ampliar o seu O UniCV – Centro Universitário Cidade Verde, começou
campo de trabalho. a oferecer a formação R2 este ano. As opções são para os
É isso mesmo. A R2 é uma espécie de licenciatura em cursos de Artes Visuais, Ciências da Religião, Educação Es-
curto tempo para quem é graduado, deseja dar aulas, mas pecial, Educação Física, Filosofia, Geografia, História, Letras
não possui formação específica no campo pedagógico ou – Português e Espanhol, Letras – Português e Inglês, Letras
para quem já é professor e deseja novas opções para esten- – Português e Libras, Matemática, Pedagogia e Sociologia.
der a atuação em sala de aula. Os cursos são na modalidade a distância e podem ser
A formação permite que bacharéis e tecnólogos façam feitos em oitos meses, com uma carga horária de 1.000 ho-
uma complementação de estudos no campo pedagógico ras/aula, que está acima do mínimo exigido pela legislação.
para que possam dar aulas em áreas correlatas ao seu cam- Bacharéis ou tecnólogos que realizam a Formação Pe-
po de conhecimento. Um profissional formado em adminis- dagógica R2 podem atuar como professor do Ensino Fun-
tração, por exemplo, pode realizar a Formação Pedagógica damental II (6ª a 9ª série) e Médio; no EJA (Educação de
R2 em Matemática e atuar como professor desta matéria Jovens e Adultos), em escolas técnicas e participar de con-
no Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) e no Ensino Médio. cursos públicos para licenciados em sua área de atuação.
A complementação também é válida para quem quer Já para dar aulas nas séries iniciais (1º ao 5º ano) é preciso
uma segunda licenciatura. Por exemplo, um professor de que a formação seja em Pedagogia.
história que queira lecionar geografia, filosofia ou alguma
Vatican News
No século XIII, São Francisco de
Assis experimentou este processo
violento, como dizia. Tomou a firme
decisão de descer de seu cavalo,
símbolo de suas vaidades e riquezas,
e partiu ao encontro daquele pobre
que mais lhe causava nojo, o lepro-
so. Aproximou-se, tocou-o e abra-
çando-o, o beijou! Confessou depois: caridade da Arquidiocese, desde o a caridade. Todos podem saciar a
“aquilo que me era amargo, se me ano de 1959, o albergue se coloca fome. Os que têm sede, podem be-
converteu em doçura da alma e do de maneira concreta e efetiva nesta ber. Os sem roupa, são agasalhados.
corpo”. O pobrezinho de Assis, como contramão ousada em promover a Os fragilizados são amparados e os
ficou conhecido, teve assim sua vida experiência do amor! São infinitos os peregrinos, acolhidos. Para os doen-
transformada por meio deste gesto, exemplos reais de vidas alcançadas tes, se não podemos curar, ao menos
pois quando imaginava estar levan- pela caridade que foram transfor- buscamos aliviar! Ah! E os que esti-
"
do consolo ao irmão doente, acabou madas ao longo destes 64 anos de veram encarcerados? Quando vêm
sendo curado de suas próprias feri- trajetória. ao nosso encontro... abrimos os por-
das, suas lepras. tões!
Percebemos então que a prática Assim, em cada um destes ges-
da caridade, que apesar de desafia- tos, nos perguntamos cotidiana-
dora, não envolve coisas tão extraor- mente se poderia haver experiência
dinárias, leva-nos ao encontro do humana mais próxima ao mandato
próprio Cristo. Gestos pequenos, or- divino do Mestre Jesus à caridade:
dinários, simples, verdadeiros, ami-
gáveis, elevados ao sentido cristão Aproximou- "todas as vezes que fizestes isso a
um destes meus irmãos mais pe-
e evangélico do amor ao próximo, queninos, foi a mim mesmo que o
podem ser o passaporte rumo a uma se, tocou-o e fizestes" (Mt 25, 45). Para mim, por
vida muito mais feliz e realizada. A fim, resta-me dizer: Louvado sejas,
caridade, portanto, é capaz de des- abraçando-o, o meu Senhor! Pois não sou digno de
fazer o rancor, adoçar as amarguras, que entreis em minha morada, ao me
aliviar as tensões, dar cor às triste- beijou!" visitar pessoalmente todos os dias
zas e aquecer o coração. Quem ama, também em cada um destes irmãos
com certeza é muito mais feliz! que batem à nossa porta!
Esta experiência é algo perma- Paz e bem!
nente na realidade vivida em nosso Frei Carlos Burdin - Fraternidade São
querido Albergue Santa Luiza de Ma- No albergue todos são bem-vin- Francisco de Assis na Providência de Deus
Coordenador Geral das atividades do
rillac, de Maringá. Sendo uma das dos! A casa é grande. Há muitas re- Albergue Santa Luiza de Marillc
primeiras obras assistenciais e de gras, é verdade! Mas a maior delas é
A Quaresma é o tempo privilegiado de penitência e je- que se deva guardar “a abstinência e o jejum na Quarta-feira
jum. Para São Paulo, é "o momento favorável" para fazer "um de Cinzas”, que dá início à Quaresma, “e na Sexta-feira da
caminho de verdadeira conversão". Para Santo Agostinho, é Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo”, que precede
o símbolo da vida do homem. Este tempo, iniciado com a a solenidade do Domingo de Páscoa. São esses os dois dias
Quarta-feira de Cinzas, interpela os cristãos a viverem mais em que os fiéis estão obrigados a guardar o jejum.
intensamente o ápice do Ano Litúrgico, o Mistério Pascal.
Jesus convida-nos insistentemente à conversão – este E o que entende a Igreja por jejum?
apelo é parte essencial do anúncio do Reino: “Completou-se O jejum eclesiástico que se deve observar, nos dois dias
o tempo, o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e cre- assinalados, consiste em tomar uma única refeição comple-
de no Evangelho” (Mc 1,15). O desejo do Senhor é que os ta até a saciedade (o que não significa empanturrar-se, mas
seus discípulos descubram a verdadeira conversão que não comer o suficiente segundo a própria condição). Além dessa
se encontra nas obras exteriores, mas na verdadeira conver- refeição única, que pode ser feita à hora do almoço, do jan-
são que se manifesta no coração em formas de penitência tar ou mesmo no café da manhã, a disciplina tradicional da
interior. Igreja reconhece a possibilidade de se tomarem duas outras
O Catecismo da Igreja Católica (CIC n°1434), nos apresen- refeições, ligeiras e bem modestas, ao longo do dia. Essas
ta que a “penitência interior do cristão pode ter expressões refeições complementares têm de equivaler a um pequeno
muito variadas. A Escritura e os padres insistem, sobretudo, lanche, que sirva apenas para “enganar a fome”.
em três formas: o jejum, a oração e a esmola, que exprimem Este é o mínimo que a Igreja nos pede. Nada impede que
a conversão, em relação a si mesmo, a Deus e aos outros”. os que, por terem boa saúde ou se sentirem mais generosos,
abstenham-se por completo de toda comida ou, à hora das
Aprendamos sobre o Jejum1. refeições, se alimentem somente de pão e água.
O Código de Direito Canônico, no Cânon 1251, estabelece A lei da Igreja, no Cânon 1252, especifica ainda que: “à
Canção Nova
pastores de almas e os pais procurem que, mesmo aqueles
que, por motivo de idade menor não estão obrigados à lei da
abstinência e do jejum, sejam formados no sentido genuíno da
penitência”.
Referencias:
Pe. Vinícius Alves Martins
1
Texto retirado do site da Dra. Filó – Disponível em: https://www.drafilo.com.br/
orientacoes-para-jejum-e-abstinencia/ - acesso em 13/02/2023 – 09h28.
Pároco da Paróquia São Sebastião
2
Texto completo, disponível em: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/ de Mandaguaçu
cotidie/2018/documents/papa-francesco-cotidie_20180216_verdadeiro-jejum.html Assessor da PASCOM
Oração,
uma experiência
de intimidade com Deus!
Dentre os tempos litúrgicos, o qua- encontro, a realidade pascal. Sem dúvida, Como compreender a oração neste
resmal, talvez seja aquele que tem uma o tão conhecido tripé da espiritualidade tempo quaresmal?
proposta de caminhada mais forte, pois é quaresmal – Oração, Jejum e Esmola – Nosso modelo de oração é o próprio
o tempo que nos desafia a olhar a nossa nos direcionam para uma prática espiritual Cristo, que orou em circunstâncias dife-
humanidade a partir da Paixão de Cristo. de todas as nossas atitudes. Com estes rentes e de modo peculiar a cada situação.
Neste tempo acontece um verdadeiro en- exercícios espirituais, quer a Igreja pro- O Evangelho de Lucas aponta-nos todas
contro esponsal entre a misericórdia de por aos fiéis um caminho de santificação elas: diante de todos (11,1-2); com os doze
Deus, que nos encontra em Cristo, e os pessoal, comunitário e social. Caminho (9, 18-22); com apenas alguns escolhidos
limites humanos. Por isso mesmo, a qua- de santificação que não acontece sem um (9, 28-36); e, por fim, a sós (11,1-2). Em
resma é um período de grandes exercícios diálogo franco, claro e honesto com Deus, determinados momentos, Jesus orava
espirituais de toda a Igreja. Numa homi- a Oração. com exultação: “Vos louvo, ó Pai, Senhor
lia, São Leão chama o Tempo da Quares- A oração como experiência da intimi- do Céu e da Terra” (11,1); em outros, com
ma de um “remédio de quarenta dias de dade com Deus e vivência da graça divina sofrimento: “Pai, afasta de mim este cáli-
exercícios que a divina providência muito neste tempo, é a atitude que nos fortalece ce” (22,42).
saudavelmente nos dá”. É tempo da graça para que vivamos, de forma bem encarna- Então, não se pode entender e nem vi-
de Deus agir por meio de atitudes que de- da a realidade da cruz, o caminho do Cal- ver a quaresma sem a prática da oração,
finem a espiritualidade deste tempo: Ora- vário, sem perder o ânimo e mantendo viva já que ela é a maneira mais filial de reco-
ção, Jejum e Esmola. Estas atitudes, se a esperança da Ressurreição. nhecer a presença de um Deus que entra
bem vividas são meios de santificação do O Catecismo da Igreja Católica (CIC) no deserto de nossas vidas, com intuito
homem e do mundo. define a oração com um dos mais objeti- de vencer o inimigo mais feroz que propõe
vos, simples e curtos entre os conceitos. um desvio do Projeto de Deus. Diria, mais
Como podemos viver de forma salutar Diz-nos que a oração “é um impulso da ainda: sem oração não nos animamos
este tempo favorável à nossa santifica- alma para o alto”. Com isso, entendemos para o jejum, para a ascese tão necessá-
ção? que a oração é um movimento humano ria; sem oração, não nos sentimos de co-
Não podemos experimentar toda a ri- para Deus que tomou a iniciativa de nos ração dilatado de amor para a prática da
queza deste tempo sem uma profunda in- encontrar. Todavia, neste tempo, de modo caridade. Sem oração o Tempo Quaresmal
timidade com Deus, com a Trindade, pois especial ela deve ser vivida não como mo- será apenas mais um tempo a se cumprir
a centralidade de todos os tempos litúrgi- vimento verticalista, mas como modelo ritualismos.
cos, e de modo particular o da Quaresma, da Cruz de Cristo, ou seja, movimento de
é a história de uma relação amorosa entre descida de Deus e subida do ser humano Pe. Francisco Gecivam Vieira Garcia -
Deus, que toma iniciativa de nos encontrar, e com uma prática horizontal de mãos que Ms. Espiritualidade
com seu povo que é desafiado a abrir-se se abrem para o próximo. Reitor do Seminário Propedêutico e vigário da
para uma nova realidade que brota deste Paróquia São Sebastião, em Mandaguaçu.
DE 18 A 28 DE SETEMBRO 2023
11 DIAS DE VIAGEM
SAÍDA DE MARINGÁ
Visitando :
Lisboa
Cascais, Sintra e Cabo da Roca
Óbidos, Nazaré, Batalha
Fátima
Coimbra , Guimarães e Braga
Santiago de Compostela
Viana do Castelo
Porto com passeio de barco
Vale do Rio Douro e Lamego
Aveiro e Costa Nova
INFORMAÇÕES E RESERVAS: