SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO

www.arquisp.org.br Ano 68 | Edição 3467 | 4 a 10 de outubro de 2023 www.osaopaulo.org.br | R$ 3,00

Papa Francisco aos novos cardeais:

‘Temos como maestro o Espírito Santo’ Vatican Media

21 novos cardeais fazem a profissão de fé e o juramento de obediência à Igreja Católica na pessoa do Papa, durante consistório público, no sábado, 30 de setembro, na Praça São Pedro

Em consistório público no sábado, 30 de
setembro, o Papa Francisco criou 21 cardeais
para a Igreja. Agora, o Colégio Cardinalício –
corpo de conselheiros que colaboram com o
Bispo de Roma na sua missão como pastor
universal da Igreja – conta com 242 cardeais,
136 dos quais com menos de 80 anos, sendo,
assim, eleitores em um eventual conclave.
No mesmo dia, o Pontífice conduziu uma
vigília de oração na Praça São Pedro com
representantes de comunidades cristãs de
todo o mundo, um sinal de unidade da Igre-
ja universal às vésperas da 16ª Assembleia
Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que
começa na quarta-feira, 4, data na qual o
Pontífice também publica a nova exortação
apostólica ‘Laudate Deum’.
Páginas 12 e 13

Editorial Lançada a Novena de Pascom em Ação une Encontro com o Pastor

Façamos o esforço para que Natal 2023, com o tema agentes da comunicação Que o Sínodo ajude a Igreja
Cristo reine em cada pequena ‘Deus se faz família’ arquidiocesana a se renovar na comunhão,
ação do nosso dia Página 3 Página 8 participação e missão
Página 4 Página 2

Ritinha Ephrem tem Arquidiocese publica diretrizes para Clero arquidiocesano

uma doença ultrarrara
e uma inabalável fé
O sistema imunológico da jo-
vem de 29 anos produz células
que atacam o seu organismo.
Recorrentemente, ela precisa
ser internada, mas encontra na
amizade com Deus a força para
superar as adversidades.
Página 10
a proteção de menores contra abusos
O documento, promulgado em
23 de setembro, indica os cuida-
dos pastorais e as medidas pru-
denciais para promover ambien-
tes seguros, bem como a atenção
a eventuais vítimas, ressaltando
a responsabilidade de todas as
pessoas que representam institui-
ções, organismos e agregações
eclesiais e iniciativas pastorais na
prevenção desses delitos. Com a
publicação das diretrizes, a Arqui-
diocese se une aos esforços de
toda a Igreja Católica para o com-
bate a tais abusos.
Página 24
conclui aprofundamento
teológico-pastoral
O tema central do curso,
realizado em Itaici, de 25 a 28
de setembro, foi “A catequese
como caminho de iniciação à
vida cristã”. Participaram cer-
ca de 200 clérigos e o Cardeal
Odilo Pedro Scherer.
Página 7
2 | Encontro com o Pastor | 4 a 10 de outubro de 2023 | www.osaopaulo.org.br
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CARDEAL
Igreja sinodal e missionária
ODILO PEDRO
SCHERER membros precisam caminhar juntos
e se interessar uns pelos outros. Não
Arcebispo
metropolitano podem andar dispersos, de modo in-
de São Paulo dividualista, cada um pensando ape-
nas em si. A Igreja precisa viver em
comunhão, em torno de Jesus Cristo,
Mestre, Pastor e Senhor da Igreja. Em
comunhão de fé, no mesmo “creio”
des diversas dos membros da Igreja,
mediante os quais cada um colabora
com a vida e missão da Igreja. Quanta
necessidade temos de tornar mais par-
ticipativa nossa Igreja.
Enfim, a Igreja sinodal que Jesus de-
sejou é missionária. É formada por um
povo enviado em missão, após ter rece-
teressar-nos pela vivência religiosa de
outras pessoas, sobretudo de nossos
próprios familiares afastados da Igre-
ja e da prática da fé. Há muito espaço
missionário crescendo em nossas fa-
mílias e nos ambientes de nossa convi-
vência cotidiana. Quando lhes falamos
de Deus e da nossa fé, não lhes esta-

O
utubro, “mês das missões”,
inicia com a comemoração
de Santa Teresinha, Pa-
droeira dos missionários.
Jovem monja carmelita, falecida aos
24 anos de idade sem nunca ter ido a
algum “território de missão”, ela ardia
de amor pela Igreja, oferecia sua vida
e rezava continuamente pelos missio-
nários. Com vários deles em países
distantes, ela manteve intensa troca de
cartas para os animar e encorajar no
serviço missionário. Santa Teresinha é
um exemplo de como também se pode
ser missionário sem sair de casa.
A primeira semana de outubro des-
te ano, no Vaticano, está sendo marcada
por intensas atividades preparatórias à
celebração da 1ª parte da assembleia do
Sínodo sobre a “Igreja sinodal”. O Papa
Francisco chamou a Igreja inteira a re-
fletir sobre si mesma: afinal, quem tu
és, Igreja de Cristo? Para que existes?
Como te deves apresentar ao mundo
para seres aquilo que Jesus espera de ti?
A Igreja precisa ser “sinodal”, ou
seja, ser unida e não dividida; seus
da Igreja, vivendo do mesmo patri-
mônio da fé apostólica cultivada pela
comunidade eclesial. Em comunhão
na Palavra de Deus, na mesma Euca-
ristia, na mesma esperança e no mes-
mo mandamento do amor a Deus e
ao próximo. Em comunhão com os
legítimos pastores, o Papa, os bispos
que estão em comunhão com ele. Na
Igreja-comunhão, quantas intrigas,
rixas entre irmãos, partidos, ciúmes e
pequenas ou grandes guerrinhas po-
derão ser superadas!
A Igreja sinodal que Jesus deseja
é participativa, inclusiva e não exclu-
dente. É preciso superar a identifi-
cação pura e simples da Igreja com
o clero; a Igreja de Cristo não é uma
instituição clerical, mas a comunidade
de todos os batizados. Nela, todos par-
ticipam dos bens da graça divina, do
patrimônio da fé, da Palavra de Deus
e das dores da santificação. Nela, exis-
tem dons e carismas diversos, e todos
os membros da Igreja têm parte, de
algum modo, na vida e na missão da
Igreja. Nem todos fazem a mesma coi-
sa. Reconhecemos os dons e capacida-
bido tantos bens da graça de Deus. Os
dons de Deus não devem ficar retidos,
ou escondidos, mas partilhados e pos-
tos a serviço do anúncio e do testemu-
nho do Evangelho para que produzam
frutos de vida e santidade para si e para
a vida da Igreja. Temos a necessidade
de uma grande retomada missionária
em nossas comunidades, para continu-
arem a viver e a transmitir a fé e o pa-
trimônio espiritual, que nós herdamos
de Jesus e dos apóstolos e das gerações
de cristãos e filhos da Igreja que o tes-
temunharam com grande dedicação e
alegria e tantas vezes de forma heroica,
na perseguição e no martírio.
Outubro é o mês das missões em
toda a Igreja. É para tomarmos cons-
ciência renovada de que nossa Igreja
é missionária pela sua mesma natu-
reza. Ela nasceu para ser missionária
e existe para isso. Muitas podem ser
as iniciativas missionárias em nossas
comunidades. Antes de tudo, a oração
na intenção das missões, dos missio-
nários e das Igrejas jovens, que estão
nascendo do trabalho dos missioná-
rios. Ao mesmo tempo, podemos in-
mos propondo algo prejudicial, mas
algo muito bom para suas vidas. Po-
demos tornar-nos mais missionários,
apoiando e incentivando quem de nós
é conhecido e está vacilante na fé, com
o risco de perder a fé e o contato com a
comunidade eclesial.
Enfim, como indicado pelo síno-
do arquidiocesano: precisamos tornar
mais missionárias nossas comunida-
des. Estas são o verdadeiro “sujeito da
missão” e precisam manter viva a cons-
ciência missionária nos seus membros
e propor iniciativas que envolvam e
estimulem a todos para a missão. Que
a comunidade cristã fervorosa e mo-
tivada missionariamente vá produzir
muitos frutos. Mas, se falta a motiva-
ção missionária, a comunidade torna-
-se como uma fruteira que não recebe
água e adubo; ela adoece, envelhece rá-
pido e deixa de produzir frutos.
Faço votos de que o Sínodo que está
sendo celebrado sobre a “Igreja sino-
dal” ajude a Igreja inteira a se renovar
na comunhão, participação e missão. E
que os Santos Apóstolos e missionários
intercedam por nós.

SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
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• Redator-chefe: Daniel Gomes • Revisão: Padre José Ferreira Filho • Opinião: Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP • Administração e Assinaturas: Maria das Graças Silva (Cássia)
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Arquidiocese de São Paulo disponibiliza

subsídio para a Novena de Natal Divulgação

O TEMA ESCOLHIDO PARA 2023
É ‘DEUS SE FAZ FAMÍLIA’
DANIEL GOMES
osaopaulo@uol.com.br
A menos de três meses para o Natal, muitas já são
as notícias sobre os impactos positivos desta celebração
para a indústria, o comércio e o turismo no Brasil, mas
pouco se tem falado sobre os preparativos para o fato
principal: o nascimento de Jesus Cristo.
“Ao nosso redor, a preparação para as festividades
do Natal acontece mediante uma forte pressão comer-
cial, que marca este período do ano. Isso poderia levar
a esquecer o significado profundo do Natal cristão, que
recorda o nascimento de Jesus, nosso Salvador”, observa
o Cardeal Odilo Pedro Scherer, no texto da apresenta-
ção do subsídio “Novena de Natal em Família – 2023”,
da Arquidiocese de São Paulo.
“As Novenas de Natal ajudam a recuperar o clima de
fé e oração, a alegria do anúncio da ‘visita de Deus’ e a
fraternidade entre todos. O Natal é a Festa da Fraterni-
dade universal”, prossegue o Arcebispo Metropolitano
de São Paulo.
Este ano, a Arquidiocese imprimiu 80 mil exempla-
res do subsídio. A maior parte já foi enviada às sedes
das regiões episcopais, nas quais as paróquias poderão
fazer a aquisição dos livretos para revenda, com o preço
sugerido de R$ 3,00. Os valores arrecadados cobrirão as
despesas de produção do material.
ESTRUTURA DOS ENCONTROS
Na apresentação do subsídio, o Cardeal Scherer in-
centiva que as famílias ou mesmo grupos de amigos e
vizinhos celebrem a Novena de Natal durante o Adven-
to, que este ano será iniciado no dia 3 de dezembro.
No subsídio, a celebração de cada dia da novena tem
como base passagens referentes à gravidez da Virgem
Maria, ao nascimento de Jesus e seus primeiros meses
de vida: “O anjo do Senhor anunciou a Maria”; “José,
pessoa atenta ao que Deus lhe comunica”; “Maria e Isa-
bel: mulheres santas, fortalecidas pela fé”; “Não havia
lugar para eles!”; “Os pastores se alegram com o nasci-
mento de Jesus”; “Deus mostra aos Reis Magos o cami-
nho para o encontro do Salvador”; “Os Santos Inocentes
no céu cantam a alegria do Natal”; “Jesus cresce numa
família em que há sempre o diálogo”; e “Simeão: idoso
cheio de fé em Deus, feliz pelo Natal de Jesus”.
Cada encontro tem uma reflexão inicial, a invocação
ao Espírito Santo, cânticos, orações, preces, a leitura de
uma passagem bíblica, um breve texto de aprofunda-
mento sobre o tema; um momento de partilha entre os
participantes acerca do assunto tratado e a proposta de
um gesto concreto.
Também há orações para a Bênção do Presépio, a
Noite de Natal, a Oração à Sagrada Família e repertó-
rios musicais para a Novena de Natal, que além de es-
tarem impressos no livreto poderão ser encontrados
no Youtube da Escola de Cantores da Catedral da Sé
(www.liturgiacatolica.com.br/novena) ou acessados por
meio de um QR Code disponível no subsídio.
No livreto também há uma proposta de oração para
cada dia do tempo de Natal, entre 25 de dezembro e 8
de janeiro.
DEUS SE FAZ FAMÍLIA
Ao falar sobre o tema escolhido para a Novena deste
ano, o Cardeal Scherer explicou que “com o nascimento
de Jesus, Deus quis ‘reunir todos os filhos dispersos’, para
fazer de toda a humanidade ‘uma família de irmãos’. Em
torno de Jesus Cristo, somos uma única família de filhos
e filhas de Deus”.
Em entrevista ao O SÃO PAULO, o Padre Tarcísio
Marques Mesquita, Coordenador do Secretariado de
Pastoral da Arquidiocese de São Paulo, detalhou como o
tema escolhido é trabalhado ao longo da Novena: “Nós,
a partir da temática da família de Nazaré, vamos fazen-
do abordagens sobre os percalços da família, os desafios
na vida familiar, a defesa da criança, as circunstâncias
que envolveram a Sagrada Família – peregrina, migran-
te, sem lugar, com Jesus nascendo na pobreza – e que
são questões hoje relacionadas a uma série de proble-
mas sociais, como os enfrentados pelos migrantes, os
sem casa e toda a população empobrecida”.
Padre Tarcísio lembrou, ainda, que com o subsídio
da Novena o objetivo é fazer com que as pessoas va-
lorizem o sentido da celebração do Natal em família,
incluindo os momentos de oração e a montagem do
presépio, bem como se sintam unidas em oração aos
demais fiéis da Arquidiocese de São Paulo.
“As temáticas desenvolvidas na Novena de Natal
levam em consideração que nós estamos em um meio
urbano, em uma cidade como São Paulo, que tem mi-
grantes, além de muitas pessoas vivendo em cortiços,
em comunidades periféricas e uma vasta população em
situação de rua. Portanto, é uma novena que fala sobre
a cidade e seus desafios, e a ação evangelizadora da Ar-
quidiocese diante de tudo isso”, concluiu.
DICAS PARA UM BOM APROVEITAMENTO DA
NOVENA
Divulgue a novena;
Faça os encontros de forma participativa e
vibrante;
Siga as orientações do subsídio para a pre-
parar o ambiente do encontro;
Organize e distribua antecipadamente en-
tre as pessoas os textos a serem lidos, bem
como outras atividades de cada dia;
Assegure que o ambiente seja acolhedor,
especialmente às pessoas idosas, gestan-
tes ou com deficiEncia;
Organize o encontro para que não seja feito
às pressas, nem demorado demais;
Convide pessoas para a novena, mesmo se
já tiverem ocorrido encontros anteriores;
Que em cada casa seja montado o presépio;
Que ao longo do Advento os fiéis procurem
o sacramento da Confissão.
(Com informações do Subsídio da Novena de Natal 2023)

Divulgação Luciney Martins/O SÃO PAULO

PARTICIPAÇÃO NO SAMPACAST
O Cardeal Odilo Pedro Scherer foi um dos entrevistados do mês de setembro do progra-
ma SampaCast, o podcast da Câmara Municipal de São Paulo. O Arcebispo Metropolitano
falou sobre sua história com São Paulo e a presença da Igreja na maior cidade do País.
“Em primeiro lugar, a Igreja tenta cumprir a sua missão religiosa, e nesse sentido, estamos
atentos para melhorar e responder de maneira adequada a essa demanda, que envolve,
o anúncio do Evangelho e a assistência religiosa à população. E a Igreja Católica também
tem uma presença muito grande na área da assistência social, da caridade, enfim, da so-
lidariedade em relação à população carente, mais abandonada e descartada, e que ne-
cessita de ajuda nesta cidade”. A íntegra do podcast pode ser acessada pelo link a seguir:
https://curtlink.com/xvFAtH7R.
4 | Ponto de Vista | 4 a 10 de outubro de 2023 |
Vós sois o sal da terra
D
epois de dedicar agosto às
vocações e setembro à Sa-
grada Escritura, o costu-
me da Igreja no Brasil nos
convida a dedicar o mês de outubro às
missões – ao mandato apostólico que
Cristo nos deixou de ir pelo mundo
pregando o Evangelho a toda criatura
(cf. Mc 16,15). Poderíamos imaginar
que a Igreja escolheria como santo
padroeiro das missões um grande
missionário, como um São Francisco
Xavier, um São José de Anchieta ou
um Beato Inácio de Azevedo – que
heroicamente abandonaram as como-
didades de uma Europa renascentista
para enfrentar perigos de naufrágios,
de piratas, de índios canibais ou de
onças pintadas. Mas a escolhida foi
ninguém menos que… Santa Teresi-
nha do Menino Jesus – uma monja
de clausura, que, depois de entrar no
Carmelo aos 15 anos, ali permaneceu
até o final de sua vida, aos 24! Como,
então, entender esta escolha?
A chave para este paradoxo é en-
Santa Faustina: profetisa da misericórdia
MARCELO CYPRIANO MOTTA
Para celebração em 5 de outubro,
foi inscrita no Calendário Romano
Geral a memória facultativa de San-
ta Faustina Kowalska, virgem, pois,
o que ela descreveu no Diário da sua
alma, ouvindo o Senhor Jesus Miseri-
cordioso, tornou-se a inspiração para
um movimento destinado a procla-
mar e implorar a misericórdia divina
para todo o mundo, promovendo em
todos os membros do povo de Deus a
invocação da misericórdia divina e o
seu testemunho credível na vida dos
crentes (cf. decreto do Dicastério para
o Culto Divino, 18/05/2020). Deste
modo, ela pertence à linhagem profé-
tica cuja profetisa, por antonomásia, é
Maria, Mãe de Misericórdia: “Maria
torna-se profetisa da misericórdia do
Pai e também seu ícone: ela conhece
como ninguém o mistério da mise-
ricórdia que atinge o seu cume no
calvário” (Comissão Teológico-Histó-
rica do Grande Jubileu, “Deus, Pai de
Misericórdia”, cap. VII).
Há nisso uma doutrina implícita
já desenvolvida por Joseph Ratzinger,
segundo a qual, no tempo da Igreja,
não pode faltar a profecia como ele-
mento de esperança e de apelo à Re-
velação bíblica. À esperança se liga a
escatologia, como marcas da espiri-
tualidade profética: “Eu veria o nú-
cleo ou a raiz do elemento profético
[...] no ‘conversar com Ele como com
As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.
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Editorial
tendermos que a verdadeira santi-
dade (e a alma de todo apostolado)
não consiste em fazer grandes coi-
sas, mas em fazer com grande amor
as coisas (grandes ou pequenas) que
Deus nos pede. De fato, as coisas que
Teresinha fazia não tinham, exte-
riormente, nada de extraordinário:
como capelã, ela cuidava dos objetos
litúrgicos; como mestre de noviças,
dava formações para as jovens mon-
jas; como carmelita, ajudava nos ser-
viços normais do mosteiro: lavagem
de roupas, limpeza da casa… Mas
ela fazia tudo isso por amor a Deus,
e, portanto, com esmero, com capri-
cho e zelo nos detalhes que ninguém
percebia. Resumindo sua espirituali-
dade, ela dizia que “apanhar um alfi-
nete por amor pode converter uma
alma”.
No fundo, Teresinha imitava o
exemplo de Jesus, que proclamava o
Reino de Deus “pelo testemunho da
vida e pela força da palavra” (Lumen
gentium, nº 35). Embora a pregação
Opinião
um amigo’. Somente em virtude deste
encontro direto com Deus, o profeta
pode falar no tempo [...] Os profetas
são aqueles que colocam à luz a di-
mensão de esperança do Cristianis-
mo. Eles são os instrumentos para
chegar ao que deve ainda acontecer
e, portanto, para ultrapassar o tempo
com o objetivo de alcançar aquilo que
é essencial e definitivo”.
Nesse sentido, Santa Faustina é
profetisa da misericórdia: “Há uma
antiga tradição patrística que chama
Maria não de sacerdotisa, mas de pro-
fetisa. O título de profetisa na tradição
fizesse parte da missão de Nosso Se-
nhor, Ele, porém, não ficava o tempo
todo fazendo sermões – até mesmo
aos seus discípulos mais próximos,
que passavam dia e noite com Ele,
assuntos como a necessidade da
cruz ou sua identidade divina só
foram abordados depois de um longo
tempo de preparação. Cristo pregava
continuamente pela vida: o jeito com
que Ele se portava nas situações ordi-
nárias do dia a dia era uma contínua
evangelização a quem estava à sua
volta.
E, neste ponto, enxergamos como
os leigos têm, na Igreja, um papel
único, em que nenhum religioso, pa-
dre ou bispo consegue substituí-los:
o de ser presença de Cristo “naque-
les locais e circunstâncias em que só
por meio deles ela pode ser o sal da
terra” (LG 34) – ou seja, nas oficinas
e escritórios, nos comércios e lavou-
ras, na sala de aula e na diretoria da
empresa… Quando um padre fala
de Cristo e vive sua fé, uma pessoa
Arte: Sergio Ricciuto Conte
patrística é o título de Maria por exce-
lência. É em Maria que se define pre-
cisamente o que seja profecia, isto é, a
capacidade íntima de ouvir, de perce-
ber e de sentir, que consente na conso-
lação do Espírito Santo, acolhendo-o
em si, fecundando-o e tornando-o fér-
til ao mundo. Poder-se-ia dizer, num
certo sentido [...] que a linha mariana
representa a dimensão profética da
Igreja. Maria sempre foi vista pelos
Padres da Igreja como o arquétipo do
profeta cristão e dela parte a linha pro-
fética, que depois entra na história da
Igreja [...] A linha profética feminina
de fora da Igreja pode simplesmente
considerar que o que o padre prega,
“é coisa de padre”. Mas quando um
trabalhador comum vive com espí-
rito cristão “todos os seus trabalhos,
orações e empreendimentos apos-
tólicos, a vida conjugal e familiar, o
trabalho de cada dia, o descanso do
espírito e do corpo (…) e as próprias
incomodidades da vida”, ele pratica
um “modo de evangelizar com uma
particular eficácia por se realizar
nas condições ordinárias da vida no
mundo” (LG 34).
Queridos leigos, pais e mães de
família, profissionais celibatários, vós
sois o sal da terra! Façamos, então, o
esforço de fazer Cristo reinar em cada
pequena ação do nosso dia. Para isso,
não é preciso fazer estardalhaço: bas-
ta oferecer nossas obras cotidianas a
Cristo, fazendo-as com amor. Assim,
seremos discípulos missionários; as-
sim, atrairemos o mundo a Cristo e
incendiaremos todos os corações com
a chama do amor divino.
teve uma grande importância na his-
tória da Igreja” (entrevista do Cardeal
Ratzinger publicada originariamente
em 30Giorni, nº 1, 1999).
A perspectiva escatológica da Es-
perança e da Misericórdia torna Santa
Faustina um exemplo eminente desta
doutrina. Como escreveu Bento XVI,
os cristãos devem responder a propó-
sito do logos – o sentido e a razão – da
sua esperança (Spe salvi, 2; 1Pd 3,15),
e o anúncio do “Logos da Esperança”
é o anúncio de que tem necessidade
cada pessoa do nosso tempo, pois
nisso consiste a essência missionária
da Igreja (cf. Verbum Domini, 91). A
unidade do pensamento de Ratzinger
se revela numa entrevista como Papa
emérito, na qual trata da centralidade
da misericórdia na fé cristã a partir da
Irmã Faustina, enfatizando que o ho-
mem de hoje está à espera do anúncio
e do testemunho da misericórdia (cf.
L’Osservatore Romano, 16/04/2016).
Assim, anunciar o Logos da Espe-
rança, como anúncio profético da mi-
sericórdia, significa que a misericór-
dia é, ao mesmo tempo, um princípio
de intelegibilidade (logos) e de espe-
rança para o mundo atual, o verdadei-
ro “sentido” evangélico que o moverá
em direção a Deus, na medida em que
a profecia movimenta a História.
Marcelo Cypriano Motta, advogado,
contemplado com a Medalha “São Paulo
Apóstolo” 2018, atua na “Promoção da Cultura da
Misericórdia” no Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP.
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Comportamento
Contra a cultura da morte, um amor que acolhe
FRANCISCO BORBA RIBEIRO NETO
É natural e justo que nos sintamos
indignados diante do ativismo judicial
que tenta legalizar o aborto no Brasil a
qualquer custo. Como alertava São João
Paulo II na Evangelium vitae, essa é uma
manifestação da “cultura da morte” em
nossa sociedade.
O aborto, contudo, não gera essa cul-
tura da morte, é gerado por ela. Se o en-
frentarmos como apenas uma tendência
isolada e não o fruto de uma mentalida-
de que vai se consolidando, estaremos
apenas “enxugando o gelo” e seremos,
mais cedo ou mais tarde, superados pela
onda que vai crescendo. Para ser efetiva,
a luta contra o aborto tem que estar inse-
rida numa batalha maior, contra a cultu-
ra da morte.
Essa cultura é caracterizada por um
imediatismo desesperançado. Pode ser
a perda de esperança atormentada, que
leva ao desespero, de quem não vê ne-
nhuma chance de ser minimamente feliz
diante daquilo que lhe aconteceu. Pode
ser uma desesperança fria e calculista,
de quem se entregou a um pragmatismo
cínico, para o qual todo ideal e todo afe-
to são ilusórios, e por isso o que resta é
tentar controlar a vida, extraindo dela o
máximo de prazer imediato.
Segundo Bento XVI, na base das le-
gislações pró-aborto existe “por um lado,
um certo egoísmo e, por outro, uma dú-
vida sobre o futuro. E a Igreja responde
sobretudo a estas dúvidas: a vida é bela,
não é algo duvidoso, mas é um dom; e
também em condições difíceis a vida
permanece sempre um dom. Portanto, é
preciso voltar a criar esta consciência da
beleza do dom da vida. E depois, outra
coisa, a dúvida do futuro: naturalmente
há tantas ameaças no mundo, mas a fé
nos dá a certeza de que Deus é sempre
mais forte e permanece presente na his-
tória e, portanto, podemos, com con-
fiança, também dar a vida a novos seres
humanos. Com a consciência de que a fé
nos dá sobre a beleza da vida e sobre a
presença providente de Deus no nosso
futuro, podemos resistir a estes medos
que estão na base destas legislações”.
A cultura da morte é combatida com
essa consciência da beleza da vida, por
meio do afeto que acolhe e mostra uma
esperança onde antes só havia desespe-
ro ou cálculo individualista. Existe uma
luta jurídica, absolutamente necessária,
em defesa da vida. Contudo, temos que
ter claro que a luta contra a cultura da
morte deve transcender esse aspecto
legislativo, deve ser também um traba-
lho formativo e um acompanhamento
solidário que desperta para a confiança
no amor, a beleza da vida e a esperança
no futuro, pois todas essas três coisas
faltam na cultura da morte e na opção
pelo aborto.
Frequentemente, nossas campanhas
são deturpadas como se estivéssemos
apenas culpando e punindo as mulhe-
res, fazendo com que elas se sintam
menos amadas e respeitadas por causa
disso. Precisamos aprender sempre mais
a mostrar que a luta pró-vida é uma luta
por amor tanto às crianças que estão por
nascer quanto a suas mães. Uma mulher
grávida, em dificuldade, deve descobrir-
-se amada por aqueles que lutam contra
o aborto, ela e seu bebê devem receber o
afeto e o apoio necessários para que am-
bos levem a vida para frente, para que
a criança nasça e ambos, mãe e crian-
ça, experimentem a beleza da vida e do
amor.
Não se trata de um afeto abstrato.
Implica gestos concretos, apoios psicoló-
gicos, familiares ou mesmo econômicos.
Quando uma criança morre abortada, a
responsabilidade raras vezes é somente
da mãe; quase sempre, existe um con-
junto de pessoas que a levaram a isso
ou deixaram de lhe dar o apoio que lhe
permitiria levar a gravidez à frente. Uns
e outros, por empenho com o mal ou por
omissão diante do bem, colaboram com
a cultura da morte.
Francisco Borba Ribeiro Neto é coordenador do
Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP

Espiritualidade Você Pergunta

Deus está neste lugar e eu não o sabia
não dogmas. Søren Kierkegaard, teó-
DOM JORGE
logo dinamarquês, disse: “O homem
não se prepara para o Cristianismo
PIEROZAN pela leitura de livros, mas pelo apro-
BISPO AUXILIAR fundamento na existência. Apro-
DA ARQUIDIOCESE NA fundando o sentido da existência,
REGIÃO SANTANA
encontramos a luz da Verdade que
nos ilumina, cura e salva. Cada um
fique atento ao melhor de si, escute
sua voz mais íntima e sagrada, a voz
A Igreja aceita
Missa na Basílica de Sant’Ana, depois a teoria da
da procissão da padroeira, subi em
um palco – montado no pátio – para evolução?
abençoar o povo. No chão, bem em
frente, uma menina de uns 5 anos de PADRE CIDO PEREIRA
idade, me olhava, sorridente. Pensei osaopaulo@uol.com.br
que ela ansiava pela bênção que eu
daria, quando ela me olhou e saiu-se Quem fez a pergunta que dá título a este ar-
com essa: “Ô, tio, desce logo daí que tigo é o Reginaldo. Meu irmão, já houve muita
eu quero te dar uma flor!” Sim, ela discussão sobre isso. A questão se coloca no bi-

E
m assuntos de fé, as se-
mentes lançadas atingem
os corações que se deixam
conduzir. Os pequeninos
entendem, os humildes aceitam a
salvação trazida por Jesus. Os cora-
ções de pedra pensam somente em
cumprir preceitos e basta: não acre-
ditam na misericórdia. Este é o dra-
ma da resistência à salvação. Cada
um de nós carrega esse drama. Per-
guntemo-noss: como eu quero ser
salvo? Por uma espiritualidade que
me faz bem e não traz riscos? Do
meu jeito? Ou no caminho, com Je-
sus, que nos surpreende, abre as por-
tas para o mistério? Se Ele me ensina
a salvação, então, por que ir a outros
lugares para encontrar um guru que
me salve? Por que querer comprar a
salvação que Jesus me dá de graça,
que já conquistou para mim no alto
da Cruz?
Os livros podem esclarecer a fé,
mas também podem confundir. Cur-
sos podem oferecer pistas e luzes, e
também sombras que ofuscam a ma-
nifestação de um Deus que se revela
aos simples e pequeninos. As opini-
ões podem favorecer o diálogo da fé,
mas opiniões são sempre opiniões e
que ninguém pode escutar e, assim,
irá perceber como que um eco “suge-
rindo” a busca do Reino de Deus. A
espiritualidade de Santo Agostinho
nos ajuda: Cor unum et anima una
in Deum - Um só coração e uma só
alma voltados para Deus.
Maria é nossa aliada nessa busca.
Quando emitimos opinião positiva
sobre alguém, dizemos: “Fulano é
uma pessoa centrada!” A pessoa que
não se deixa alienar é uma pessoa
centrada, que tem um eixo de segu-
rança que lhe garante ser ela mesma,
harmonizada com o ambiente, com
suas relações. Na Cruz, o que chama
a atenção de Jesus é ver sua mãe de pé.
Maria está lá, esmagada pela dor, mas
de pé; ela não desfalece. Está pronta
a carregar o peso do sofrimento que
lhe foi reservado. Ela compreende o
sofrimento do Filho. Contemplamos,
então, dois martírios: o de Jesus; e um
martírio diferente, o de Maria... sen-
do martirizada na alma.
Maria diante da Cruz é um mis-
tério que nos escapa. Não temos a
total compreensão. Por isso é misté-
rio! Ali, ela entendeu as palavras do
velho Simeão: “Eis que uma espada
transpassará tua alma” (Lc 2,35). Em
uma das vezes em que presidi a Santa
havia surrupiado para mim uma flor
no andor da padroeira. Mistério!
Entreguemos a Jesus nossos de-
safios, fracassos, incertezas; e nossa
cruz não mais será motivo de queda,
mas será nossa força. Não será pri-
são, mas liberdade. Não será fracas-
so, mas vitória. Não será morte, mas
ressurreição. Busquemos a Deus não
somente quando nossa casa estiver
caindo. Busquemos a Deus para que
ela não caia. Tenhamos vigilância. Es-
tejamos atentos aos próprios anseios;
aos clamores dos outros, dos que so-
frem; escutemos a Palavra que res-
soa na criação; observemos o que se
passa por dentro dos acontecimentos
ao nosso redor; “ouçamos” a Sagrada
Escritura e, principalmente, busque-
mos encontrar Jesus Cristo.
A expressão de Jacó – Deus está
neste lugar e eu não o sabia (cf. Gn
28,16) – é também nossa, quando
não superamos a dispersão da alma
causada pelas “coisas do mundo”. Fir-
memos nossa fé, descobrindo as “pe-
gadas de Deus” neste momento da
história. Deus está neste lugar e neste
tempo e eu não sabia! São Pio de Pie-
trelcina nos convida: “Reaviva a cada
momento a tua confiança em Deus e
muito mais na hora das provações”.
nômio ciência e fé. A Igreja entende hoje que ci-
ência e fé não se opõem nem precisam se opor;
pois, se de um lado a ciência explica, do outro a
fé busca os porquês que se escondem por trás da
realidade explicada pela ciência.
Vamos exemplificar com a teoria da evolu-
ção. Tudo bem que a ciência explique como se
deu a evolução. Mas nós podemos tranquila-
mente afirmar que Deus estava por trás dessa
evolução e se revelou nesta história ao homem,
exatamente naquele momento em que o ho-
mem pôde tomar consciência de sua existên-
cia, pôde perceber que era diferente das demais
criaturas, pôde refletir sobre o seu passado, o
seu presente e o seu futuro.
A ciência nos explica como o homem, após
um grande caminho evolutivo, se tornou a pon-
ta de lança de toda a criação. A religião nos ex-
plica que este mesmo homem foi criado à ima-
gem de Deus e tem uma origem e um destino
divinos.
Na verdade, Reginaldo, o saudoso São João
Paulo II fez uma belíssima encíclica, em 1998,
em que fala da perfeita harmonia que pode exis-
tir entre a fé e a razão, a Fides et ratio.
Quanto aos questionamentos que você vai
ouvir de ateus criticando a Bíblia, a melhor res-
posta é: respeitamos as descobertas da ciência,
mas respeitamos também a Palavra de Deus que
nos dá o dom da fé para questionarmos a razão.
Na verdade, a fé não é absurdo como querem
muitos homens da ciência. A fé ilumina a razão.

Clero atuante na Arquidiocese conclui curso
anual de aprofundamento teológico-pastoral
JOSÉ FERREIRA FILHO
osaopaulo@uol.com.br
Durante quatro dias, entre 25 e 28
de setembro, no Mosteiro de Itaici, em
Indaiatuba (SP), aconteceu a 20ª edição
do Curso de Aprofundamento Teológico
e Pastoral do Clero da Arquidiocese de
São Paulo.
Com a participação de cerca de 200
ministros ordenados – entre bispos, pa-
dres e diáconos –, o curso contou com
a presença de Dom Odilo Pedro Sche-
rer, Arcebispo Metropolitano, e tratou
de diversos assuntos da vida do clero e
da Igreja em São Paulo, como a cateque-
se, a nova edição do Missal Romano, as
diretrizes para a proteção de menores e
vulneráveis em caso de abuso sexual, a
atualização do Plano de Manutenção, a
nova organização pastoral, entre outros.
O tema central desta edição foi “A
catequese como caminho de iniciação
à vida cristã”, assessorado por Dom Le-
omar Antônio Brustolin, Arcebispo de
Santa Maria (RS) e Presidente da Comis-
são Episcopal Pastoral para a Animação
Bíblico-Catequética da Conferência Na-
cional dos Bispos do Brasil (CNBB).
INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ
O Bispo frisou que, desde o Concí-
lio Vaticano II, ressurgiu na Igreja um
verdadeiro processo de educação na fé
que implicou diretamente a renovação
da compreensão da catequese. Ele ex-
plicou que, por meio dos documentos
conciliares, foi solicitado aos bispos o
restabelecimento do catecumenato, en-
tendido como um tempo para “conve-
niente instrução”, precedido pelo anún-
cio de Cristo, que suscita o seguimento
e a conversão. Trata-se de um itinerário
catequético que, mais do que expor dog-
mas e preceitos, se propõe a uma genuí-
na educação de toda a vida cristã.
Como resultado dessa indicação de
uma nova formação catequética, foi pu-
blicado, em 1972, o Ritual da Iniciação
Cristã de Adultos (RICA), que apresenta
um resgate da iniciação cristã, com ins-
piração nas origens do Cristianismo, e se
torna um referencial para uma pastoral
de iniciação cristã. Assim, surgiram in-
dicativos para abandonar a ideia de uma
catequese meramente como instrução da
fé, para acolher a original concepção da
iniciação à vida cristã.
“A iniciação à vida cristã depende de
um anúncio explícito da pessoa de Jesus
Cristo, pois conhecer Jesus é o melhor
presente que qualquer pessoa pode re-
ceber. Tê-Lo encontrado foi o melhor
que ocorreu em nossas vidas. Fazê-Lo
conhecido com nossa palavra e obras é
uma alegria. Assim, o Papa Francisco,
por meio da exortação apostólica Evan-
gelii gaudium, afirma que ‘também na
catequese, o primeiro anúncio ou que-
rigma tem um papel fundamental, que
deve ocupar o centro da atividade evan-
gelizadora e de toda a tentativa de reno-
www.osaopaulo.org.br
Reunido em Itaici, clero arquidiocesano participa de atualização anual com o tema ‘A Catequese como caminho de iniciação à vida cristã’
vação eclesial’”, afirmou o Arcebispo de
Santa Maria.
Dom Leomar salientou que a inicia-
ção cristã é um processo pelo qual a pes-
soa é introduzida no mistério de Jesus
Cristo e da Igreja pela escuta e acolhida
da Palavra de Deus, pela conversão de
vida, pela mediação dos sacramentos e da
vida litúrgica da comunidade: “Esse pro-
cesso possibilita ao cristão adquirir uma
identidade capaz de testemunhar o Evan-
gelho na comunidade e na sociedade”.
OUTROS TEMAS
Dom Edmar Peron, Bispo de Para-
naguá (PR) e responsável pela Comissão
Episcopal para a Liturgia da CNBB entre
2019 e 2023, apresentou detalhes sobre
a tradução brasileira da 3ª edição típica
do Missal Romano – que começará a ser
adotada nas celebrações em todo o Brasil
no 1º Domingo do Advento, em 3 de de-
zembro –, destacando o que foi revisto e
atualizado, bem como os acréscimos da
nova edição. Ele sublinhou, ainda, o fato
de que o Missal – que também é Magis-
tério da Igreja, como fora lembrado por
Dom Odilo –, com seus textos e orações,
deve conduzir os fiéis a uma concreta
vivência do sentido do que é celebrado,
tornando-se uma fonte de espiritualida-
de ao alcance de todos.
Por sua vez, Dom Odilo, com a co-
laboração do Padre Ricardo Cardoso
Anacleto, Vice-Diretor da Faculdade de
Direito Canônico São Paulo Apóstolo,
explicou a constituição e o regulamento
da Comissão Arquidiocesana de Tutela
contra abusos sexuais a menores e adul-
tos vulneráveis, bem como as diretrizes
que nortearão os trabalhos de proteção
às vítimas de possíveis delitos.
“O Papa Francisco pediu, por meio
do motu proprio Vos estis lux mundi, que
todas as dioceses e instituições da Igreja
tenham suas políticas de prevenção con-
tra abusos sexuais de menores e vulne-
ráveis. Assim, para conhecimento, divul-
gamos as orientações e diretrizes – que
são de nossa comum responsabilidade
–, para promover iniciativas que façam
com que não aconteçam abusos sexuais
nos ambientes da Igreja”, mencionou o
www.arquisp.org.br | 4 a 10 de outubro de 2023 | Reportagem/Geral | 7
Arcebispo.
Os Padres Zacarias José de Carvalho
Paiva, João Júlio Farias Júnior e Rodol-
pho Perazzolo, Procuradores da Mitra
Arquidiocesana, apresentaram as im-
plementações que foram promovidas no
Plano de Manutenção da Arquidiocese,
cujo objetivo é nortear a boa administra-
ção dos bens da Igreja, não somente no
que diz respeito aos ministros ordena-
dos, mas também às paróquias, igrejas,
capelas e demais instâncias eclesiais.
REORGANIZAÇÃO PASTORAL
Em outro momento, Dom Odilo, ci-
tando sua Carta Pastoral e as Propostas
Sinodais do 1º sínodo arquidiocesano,
lembrou que, em vista da evangelização
da cidade, foi percebida a necessidade de
se reorganizar a pastoral como um servi-
ço à vida e missão da Igreja. Para tanto, ele
explicou que foi constituída uma Comis-
são da Pastoral Arquidiocesana para ava-
liar, reorganizar e reformular a atividade
pastoral da Igreja em São Paulo, o que in-
clui, também, a elaboração de um Diretó-
rio de Pastoral para a definição de com-
petências. Essa reorganização, portanto,
levou à adoção de uma nova estrutura
organizacional, que agora contempla, sob
o Conselho Arquidiocesano de Pastoral,
as Comissões de Anúncio (que engloba
a Animação Missionária, a Animação
Bíblico-Catequética, Aprofundamento
da Fé, Ecumenismo e Diálogo Inter-Reli-
gioso, Novas Comunidades e a Comissão
Teológica para a Elaboração de Subsídios
da Arquidiocese), da Santificação (Li-
turgia, Sacramentos, Piedade Popular e
Cemitérios) e do Testemunho – Serviço e
Caridade (Coordenação a serviço da Jus-
tiça e da Paz, Vida e Família, Associações
do Laicato, Juventude, Mundo do Traba-
lho, Mundo da Cultura e Política, CEBs
e Caritas), a instituição do Coordenador
de Pastoral e a criação dos Decanatos e
seus respectivos Decanos.
Quanto aos Decanatos, trata-se de
unidades pastorais nas regiões episco-
pais que agrupam certo número de paró-
quias territoriais e pessoais – no mínimo
12 –, coordenadas por um sacerdote que
será, portanto, o Decano. Os Decanatos
Fotos: Arquivo pessoal
absorverão os atuais setores pastorais e
entre seus objetivos estão: agilizar e apri-
morar o acompanhamento pastoral na
Arquidiocese, acompanhar e envolver o
clero nas responsabilidades pastorais e
expressar a proximidade do Arcebispo e
dos bispos auxiliares em relação ao clero,
na vida e missão.
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Diariamente, no site do jornal O SÃO
PAULO, você pode acessar notícias
sobre a Igreja e a sociedade em São
Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir,
algumas notícias e artigos publica-
dos recentemente.
‘Aprendamos com as crianças’:
O convite do Papa para um
evento global em 06/11
https://curtlink.com/yEm
Francisco responde às
Dubia de cinco cardeais
https://curtlink.com/0HZ
CNBB se solidariza com os
cristãos armênios obrigados
a emigrar da região de
Nagorno-Karabakh
https://curtlink.com/Ecx
Mais de 30 entidades
assinam manifesto contra
a mudança na concessão
de visto e de residência
transitória a afegãos
https://curtlink.com/4Uk
Defesa da vida é assunto
em destaque em programa
da rádio 9 de Julho
https://curtlink.com/Sth
Por que os católicos
veneram a Mãe de Deus?
https://curtlink.com/4b8
8 | Reportagem | 4 a 10 de outubro de 2023 |
Pascom em Ação: um encontro sobre o agir
e a espiritualidade da Pastoral da Comunicação
170 pessoas participaram das múltiplas atividades realizadas no Pascom em Ação 2023, organizado pela Pastoral da Comunicação da Região Episcopal Lapa, no sábado, 30 de setembro
‘COMUNICAR PARA
ENCANTAR’ FOI O TEMA
DESTA EDIÇÃO, COM
OFICINAS, TED TALKS
E PALESTRAS
STELA LOPES
PELA PASTORAL DA COMUNICAÇÃO
ARQUIDIOCESANA NA REGIÃO LAPA
No sábado, 30 de setembro, aconteceu
o Pascom em Ação 2023, encontro anual
formativo da Pastoral da Comunicação
da Arquidiocese de São Paulo, desta vez
organizado pela equipe da Pascom da
Região Lapa no auditório das Faculdades
Integradas Campos Salles, vizinha à ma-
triz da Paróquia Nossa Senhora da Lapa.
Provenientes das seis regiões episco-
pais da Arquidiocese, 170 pessoas par-
ticiparam das oficinas, conferências de
curta duração (mais conhecidas como
Ted Talks) e palestras que versaram sobre
comunicação e evangelização. O tema do
encontro foi “Comunicar para encantar”.
A abertura do evento e acolhida dos
participantes foi feita por Dom José Be-
nedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Ar-
quidiocese na Região Lapa, pelo Padre
Antonio Francisco Ribeiro, Coordena-
dor Arquidiocesano da Pascom, e pela
Irmã Viviani Moura, vice-coordenadora
arquidiocesana desta Pastoral.
SER PASCOM E
FAZÊ-LA ACONTECER
As quatro Teds do evento ocorreram
pela manhã. A primeira, “Ser Pascom”, foi
apresentada por Paulo Ramicelli, coor-
denador da Pastoral da Comunicação na
Região Lapa. Ele falou sobre os alicerces
desta Pastoral na missão de comunicar
para encantar. “O sínodo arquidiocesano
nos questiona, de diversas formas, sobre
o modo de agir como Pascom, saindo e
indo ao encontro das outras pastorais”,
comentou.
Marco Jordan, da Pascom da Paró-
www.osaopaulo.org.br
www.arquisp.org.br
quia Nossa Senhora de Fátima, na Região
Lapa, apresentou a segunda Ted sobre a
identidade da Igreja Católica transcen-
dente no tempo. Ele se referiu ao peque-
no percentual de católicos que frequen-
tam as missas aos domingos, conforme
apontado pela pesquisa do sínodo, e o
papel da Pascom diante dessa realidade.
“Fotografia: da técnica ao despertar
do espectador” foi o tema da terceira
Ted, conduzida por Ronaldo Nina, fotó-
grafo e membro da Pascom da Paróquia
São Patrício, também da Região Lapa.
A quarta Ted foi ministrada por Patrí-
cia Midões de Matos, mestre em Comu-
nicação pela Faculdade Cásper Líbero e
membro da Pascom arquidiocesana. Ela
tratou da temática “Da fotografia docu-
mental à experiência espiritual”, tendo por
base a história de Santa Terezinha, apre-
sentada por meio de imagens. “Uma foto
pode ser e conter os elementos básicos de
um lide jornalístico, só que de forma con-
gelada. A foto documental conta a história
que pode ser a da sua paróquia”, ressaltou.
Após essas Teds, aconteceu uma ofici-
na de fotografia, em que todos os partici-
pantes foram à matriz da Paróquia Nossa
Senhora da Lapa para fazer registros fo-
tográficos com os próprios smartphones.
UMA ESPIRITUALIDADE
QUE COMUNICA
Também pela manhã, entre a segun-
da e terceira Teds, Wilma Steagall de
Tommaso, doutora em Ciências da Reli-
gião pela PUC-SP, ministrou no auditó-
rio da faculdade a palestra “A origem do
espaço litúrgico que comunica e nos leva
à transfiguração”, durante a qual lem-
brou que “a liturgia é a transfiguração do
mundo, e é preciso compreendê-la como
uma passagem. Quando celebramos
conscientes do que estamos fazendo,
estamos comunicando ao mundo a exis-
tência de Cristo, e isso é comunicação”.
Já a Irmã Viviani conduziu, no in-
terior da matriz paroquial, ao final da
manhã, a palestra “Espiritualidade da
Pascom: um caminho para falar com o
coração”, durante a qual falou da impor-
tância do espaço litúrgico e do papel do
silêncio na vida cotidiana. “O silêncio faz
parte do seu planejamento diário? O si-
lêncio é contemplado no seu dia a dia?
Silêncio e palavra são duas realidades
que se conectam, que convergem”, asse-
gurou, mencionando, ainda, um trecho
da mensagem do Dia Mundial das Co-
municações Sociais de 2012, escrita pelo
Papa Bento XVI: “O silêncio é parte inte-
grante da comunicação e, sem ele, não há
palavras densas de conteúdo”.
PRODUÇÃO DE ARTES E VÍDEOS
Após o almoço, servido nas depen-
dências da Paróquia, os participantes
retornaram ao auditório das Faculdades
Integradas Campos Salles, onde parti-
ciparam de um momento de animação
musical e louvores, conduzido pelo mú-
sico Mário Vieira, autor do jingle da Pas-
com em Ação 2023.
Depois, aconteceu a segunda ofici-
na do evento, com o tema “Canva: da
produção ao post”, durante a qual houve
troca de experiências não apenas sobre
esta ferramenta, que possui as versões
paga e gratuita, mas também de outras
ferramentas da Inteligência Artificial
(IA) úteis para a comunicação paroquial,
como o ChatGPT e o Midjourney.
A outra oficina do dia foi a respei-
to do tema “Edição de vídeo, roteiro e
podcast”, ferramentas com as quais muitas
paróquias ainda não lidam, até pelo fato
de muitas não terem grupos de Pastoral
da Comunicação. A oficina foi ministrada
por Joni de Oliveira, coordenador da Pas-
com da Paróquia Nossa Senhora do Líba-
no, que mostrou como se grava e se edita
um podcast e também um videocast. O Pá-
roco desta Paróquia, Padre José Antonio
Filho, participou ao vivo da gravação.
A PASTORAL DA
COMUNICAÇÃO E A LITURGIA
Recentemente nomeado cônego por
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Dom Odilo Pedro Scherer, o Padre Hel-
mo César Faccioli, Auxiliar do Cura da
Catedral da Sé, falou sobre a Pastoral
da Comunicação e a Liturgia. Ele parti-
lhou sua vasta experiência sobre o tema
e destacou: “A comunicação comunica
imagens visíveis e, também, o invisível,
e não é porque não vemos algo que ele
não aconteça, pois a beleza do mistério
é senti-lo”.
UM EVENTO MARCANTE
No encerramento do Pascom em
Ação 2023, o Padre Antonio Francisco
Ribeiro, Coordenador Arquidiocesano
desta Pastoral, afirmou que o encontro
“foi um marco na história da Pastoral
da Comunicação na Arquidiocese de
São Paulo, pois proporcionou às regiões
episcopais viver uma experiência de si-
nodalidade e comunhão na missão que
nos foi confiada”.
Em entrevista, Antonio Dominici, da
Pascom Brasilândia, lembrou que a Pas-
toral da Comunicação “deve ser inovado-
ra, audaciosa, criativa e em saída, como
nos propõe o sínodo arquidiocesano”.
Márcia de Oliveira é ministra ex-
traordinária da Sagrada Comunhão
e coordenadora do Apostolado da
Oração na Paróquia Nossa Senhora
do Líbano, no Setor Pirituba da Re-
gião Lapa. Ela se inscreveu no evento
e aprovou o que vivenciou, destacan-
do que ficou evidente o cuidado com
todo o tipo de comunicação que existe
na Igreja. “Minha experiência no en-
contro Pascom em Ação foi uma reto-
mada de ânimo para meus trabalhos
pastorais”, assegurou.
+ CONTEÚDOS
PASCOM EM AÇÃO
Na rádio 9 de Julho, todo os sábados,
das 7h20 às 8h;
No jornal O SÃO PAULO, caderno es-
pecial bimestral, também disponível em
https://osaopaulo.org.br/pascom-em-acao

Campanha Missionária 2023:
‘Ide! Da Igreja local aos
confins do mundo’
REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br
Em sintonia com o 3º Ano Vocacio-
nal do Brasil e com vistas a aprofundar
a relação entre a Igreja local e a missão
ad gentes, a Campanha Missionária
2023, iniciada no domingo, dia 1o, tem
como tema “Ide! Da Igreja local aos
confins do mundo”.
Neste ano, a Campanha Missioná-
ria, organizada pelas Pontifícias Obras
Missionárias (POM) e a Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
evidencia que cada Igreja local tem o
dever de evangelizar toda pessoa e to-
dos os povos até os confins da terra.
Destaca-se que este agir missionário
nasce da experiência do amor de Cristo
que cativa e impulsiona cada cristão.
Em 22 de outubro, Dia Mundial das
Missões, ocorrerá em todo o mundo a
Coleta Missionária, pela qual será pos-
sível ajudar os projetos de missão de
mais de 1,1 mil dioceses. Em 2022, a
Igreja no Brasil arrecadou mais de R$ 7
milhões em recursos financeiros, desti-
nados a centenas de projetos missioná-
rios nos países mais pobres.
Eleição aos conselhos tutelares tem
recorde de eleitores na capital paulista
No domingo, dia 1o, eleitores nos
5.570 munícipios do Brasil foram às
urnas para a escolha de seus represen-
tantes nos 6,1 mil conselhos tutelares,
órgãos permanentes e autônomos
criados pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), encarregados pela
sociedade de zelar pelos direitos das
crianças e dos adolescentes.
A votação não foi obrigatória e cada
eleito pôde votar em até cinco candi-
datos. Na capital paulista, 202,3 mil
“Corações ardentes, pés a caminho”
(cf. Lc 24, 13-35) é o lema da mensagem
do Papa Francisco para o Dia Mundial
das Missões. O texto focaliza a atenção
sobre o encontro com Jesus Ressuscitado
como a motivação central do ser e agir
missionários. Os pés dos discípulos – fin-
cados em uma realidade bem determi-
nada – se põem a caminho somente por-
que antes os corações se inflamaram no
encontro com Jesus que os ouviu, cami-
nhou com eles, explicou-lhes a Escritura
e ficou com eles para a partilha do pão.
“O mês missionário nos recorda
que todos podem colaborar concreta-
pessoas compareceram às urnas, 35%
a mais do que na última eleição para
conselheiros tutelares, em 2019. Foram
eleitos 260 conselheiros, cinco para
cada um dos 52 conselhos tutelares da
cidade de São Paulo.
O processo de escolha foi organiza-
do pela Prefeitura, por meio da Secre-
taria Municipal de Diretos Humanos e
Cidadania, e pelo Conselho Municipal
dos Direitos da Criança e do Adoles-
cente (CMDCA). A votação ocorreu
www.osaopaulo.org.br
www.arquisp.org.br | 4 a 10 de outubro de 2023 | Pelo Brasil | 9
CNBB
mente com o movimento missionário
por meio da oração e da ação, com
ofertas de dinheiro e de sofrimento,
com o próprio testemunho”, comentou
a Irmã Regina da Costa Pedro, diretora
nacional das POM.
Na Arquidiocese de São Paulo, a
abertura do mês missionário será no
sábado, 7, na Catedral da Sé. Às 11h,
haverá a récita do Terço e, em seguida,
às 12h, a missa presidida por Dom Ro-
gério Augusto das Neves, Bispo Auxi-
liar da Arquidiocese na Região Sé e Re-
ferencial para o Conselho Missionário
Arquidiocesano.
em 325 pontos da cidade e foram dis-
ponibilizadas pelo Tribunal Regional
Eleitoral 2.026 urnas eletrônicas. Fo-
ram contabilizados 1.011.930 votos,
somando válidos, brancos e nulos. A
posse dos conselheiros está marcada
para 10 de janeiro de 2024.
O resultado definitivo da eleição
na cidade de São Paulo será publica-
do em 11 de outubro; o preliminar
já pode ser visto no seguinte link:
https://curtlink.com/Ijk8uI8N.
Semana
Nacional da
Vida destaca
a adoção
CNBB
Dioceses, paróquias e comunidades
de todo o país celebram, até o sábado,
7, a Semana Nacional da Vida, iniciativa
proposta pela Comissão Episcopal para a
Vida e a Família da Conferência Nacio-
nal dos Bispos do Brasil (CNBB).
O tema deste ano é “Adoção: Amor
com laços do coração”. Segundo Dom
Bruno Elizeu Versari, Bispo de Campo
Mourão (PR) e Presidente da Comis-
são Episcopal Pastoral para a Vida e a
Família, a temática visa conscientizar as
famílias e comunidades da importância
da adoção na vida e na missão da Igreja.
Outro assunto a ser destacado nesta
semana é o risco da descriminalização do
aborto no País até a 12a semana de gesta-
ção, conforme proposto na Arguição de
Descumprimento de Preceito Funda-
mental (ADPF) 442, em julgamento no
Supremo Tribunal Federal (STF).
“A adoção para as famílias que não
desejam ter o filho pode ser uma verda-
deira resposta a esta discussão sobre o
aborto. Por isso, a Igreja incentiva e pro-
põe a reflexão como forma de proteger
essas crianças, que poderão encontrar
um lar para ser acolhidas e amadas”, co-
mentou o Padre Rodolfo Pinho, Assessor
da Comissão e Secretário Executivo Na-
cional da Pastoral Familiar.
A iniciativa será concluída com o Dia
do Nascituro, no domingo, 8, momento
para o qual são motivadas manifestações
públicas em favor das crianças que ain-
da estão no ventre materno e contra o
aborto. Na capital paulista, acontecerá a
Marcha pela Vida, a partir das 12h, com
missa na Paróquia Imaculada Concei-
ção (Avenida Brigadeiro Luís Antônio,
2.071), após a qual haverá uma cami-
nhada até o Monumento às Bandeiras e
a reza do Terço.
10 | Reportagem | 4 a 10 de outubro de 2023 |
‘A doença nunca vai conseguir me matar,
pois a minha alma permanecerá viva’
RITA EPHREM, A RITINHA,
29, TEM UMA DOENÇA
ULTRARRARA, MAS SUA
VONTADE DE VIVER E
A AMIZADE COM DEUS
A FAZEM SUPERAR
AS ADVERSIDADES
E TESTEMUNHAR A
BELEZA DA VIDA
JENNIFFER SILVA
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Do quarto de um hospital, ela foi
constantemente bombardeada por uma
desesperança comum às coisas lógicas
da vida. Dali, teve pouco mais de mil
dias para escrever sua história a um re-
metente que sempre esteve ao seu lado,
ensinando-lhe que, mesmo nos momen-
tos mais dolorosos, é preciso perseverar.
Rita Ephrem, 29, possui uma síndro-
me ultrarrara. Seu sistema imunológico
produz 100% de células anômalas, ou
seja, que atacam o próprio organismo
como algo invasivo, como ocorre no caso
de uma infecção por bactérias.
Mesmo diante de tantos desafios, ela
optou por levar a vida de forma leve e
esperançosa, confiando nos desígnios de
Deus.
Parte da história de perseverança de
Ritinha pode ser lida no livro “Você não
conhece o poder do meu Deus”. Escrita
durante os mais de três anos em que este-
ve internada, a obra, composta por cartas
destinadas a Deus, descreve o processo
de tratamento da jovem e a relação com
as dores que sentiu nesse período.
“O meu livro vem para ensinar a ser-
mos gratos pela vida extraordinária que
Deus nos deu e nos mostrar que somos
um milagre, que temos muito a crescer
espiritualmente para vivermos em pleni-
tude”, explicou.
Com o valor das vendas, Ritinha cus-
teia seu tratamento de saúde.
COMPLEXIDADE DOS SINTOMAS
Diferentemente de uma doença au-
toimune, a característica inflamatória
que Rita possui ocorre de forma gene-
ralizada, por todo o organismo, fazendo
com que seu corpo viva em constante
inflamação.
Outro aspecto de seu quadro clínico
é a imunodeficiência comum variável,
que faz com que Ritinha não produza os
anticorpos. Assim, ela fica vulnerável a
infecções gravíssimas.
INÍCIO DE UMA AMIZADE ETERNA
De família libanesa e muito católi-
ca, na adolescência Rita se considerava
ateia, pois não compreendia o porquê de
tanto sofrimento em sua saúde.
Naquele mesmo período, seu quadro
clínico se complicou substancialmente.
Os graves sintomas a afastaram dos ami-
gos e da família. Foi, então, que ela per-
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www.arquisp.org.br
Ajude a Ritinha!
Nas redes sociais: @juntoscomaritinha
cebeu que Deus permanecia ao seu lado,
dando-lhe forças para lutar pela vida e
ter esperança a cada nova recuperação.
“Quando descobri o imenso amor
de Deus por mim, entendi que não pre-
cisava de mais nada. Eu vou honrar essa
amizade até o último segundo da minha
vida”, falou.
Com este entendimento, ela se tor-
nou um exemplo de força, resiliência e
perseverança.
“A Rita não é a doença, é uma mu-
lher cheia de sonhos, planos, vontades
e desejos. Sempre me perguntam qual
o meu sonho e, desde criança, é deixar
uma marca no mundo. Eu sempre soube
o que é perseverar e como viver em ple-
nitude, antes mesmo de saber como seria
a minha vida”, manifestou a jovem.
PROTAGONISTA DA SUA HISTÓRIA
Devido à complexidade dos sinto-
mas, somente aos 23 anos de idade Rita
obteve o diagnóstico da doença, por
meio de um sequenciamento de exoma
completo. O teste genético também reve-
lou que ela possui duas síndromes: uma
chamada de TRAPS, outra ainda não ca-
talogada pela Medicina.
Sua infância e juventude foram vi-
Arquivo pessoal
vida, pois a minha vida está baseada na
minha alma e a minha alma está baseada
em um Deus vivo. A doença nunca vai
conseguir me matar, pois a minha alma
permanecerá viva”, continuou.
‘EU DECIDI SER FELIZ’
A fé, segundo Ritinha, é um dos gran-
des combustíveis que a fazem persistir na
luta pela vida. Ela acredita que tudo o que
passou tem um propósito muito maior:
“Eu passei pela morte muitas vezes, mas,
por algum motivo extraordinário, Deus
me deu forças para lutar pela vida”.
E assim, dia após dia, ela se mantém
confiante de que caminhar com Cristo é
experienciar o calvário – com quedas e
dificuldades, mas certa de que no final
haverá a Salvação: “Eu vivo em plenitude
dentro das minhas limitações e cada se-
gundo como se fosse o último. Ser feliz é
uma decisão. Eu decidi ser feliz”.
Essa felicidade ficou ainda mais com-
pleta em 2020. Durante a pandemia de
COVID-19 e já internada havia dois
anos, Ritinha conheceu o Padre Cássio
de Carvalho, Pároco da Paróquia Santa
Generosa, na Região Sé.
A partir de uma visita pastoral, Padre
Cássio organizou uma equipe de minis-
tros extraordinários da Sagrada Comu-
nhão, que desde então levam a Eucaristia
a Rita diariamente. Além disso, o Sacer-
dote a visita toda semana, e mobiliza a
comunidade paroquial para ajudar no
tratamento da jovem.
Para o futuro, Ritinha, que, no Líba-
no, havia iniciado os estudos em Enge-
nharia Mecatrônica com ênfase em ro-
bótica, deseja retomar a vida acadêmica,
mas desta vez cursando Psicologia.
venciadas entre o Brasil e o Líbano, uma
vez que sua família materna permanece UMA VIDA INSPIRADORA
em território libanês, mas, devido à tec-
nologia disponível na medicina brasi- “[Ritinha], o seu esforço me dá
leira, ela e a mãe se mudaram para São forças pra continuar tentando. Tive
Paulo, onde vivem desde o diagnóstico dois AVCs, um isquêmico que evo-
conclusivo. luiu para hemorrágico. Hoje convivo
Ao longo da vida, Ritinha teve que com as sequelas: lado esquerdo
aprender a conviver com dores articu- paralisado e não posso andar. Passo
lares, muitas febres, lesões na pele, me- os dias entre a cama e a cadeira de
ningites, intubações, tromboses e até um rodas”.
acidente vascular cerebral. Rose F. (postagem no Instagram)
Aos 11 anos, devido a uma dessas in-
fecções, chegou a perder completamente “Sua vida tem sido uma bênção
a visão, recuperando-a anos depois. para a vida de muitos. Estou lendo
Ela foi atleta profissional da seleção o seu primeiro livro pela terceira vez
libanesa de futsal no início da vida adul- e o que mais me emocionou foi sua
ta, mas a carreira foi interrompida quan- alegria por ver o sol da sala hospi-
do em um dia, ao acordar, havia perdido talar, a sua fé e o quanto ama viver.
o movimento das pernas. Você é uma bênção!”
Apesar dos inúmeros desafios, ela Sara B. (postagem no Instagram)
se mantém firme na decisão que tomou
quando reconheceu o amor de Deus e “A Ritinha é um exemplo extraordi-
leva consigo uma certeza: “Hoje, eu não nário de resiliência! Sua história é
sou mais espectadora da minha vida por um lembrete do poder do amor, da
um quarto de hospital, eu sou protago- resiliência e da união familiar. Ela
nista da minha história”. nos inspira todos os dias a valorizar
“Eu perdi, falando em coisas vitais, a vida e a enfrentar desafios com
tudo, mas eu entendi que a doença não determinação.
pode tirar a minha felicidade e a minha Lara Ephrem, irmão

La Civiltà Cattolica: uma revista dedicada
à fé e à cultura, agora em português
DANIEL GOMES
osaopaulo@uol.com.br
Publicada pela primeira vez em 1850,
por um grupo de jesuítas italianos, a revis-
ta La Civiltà Cattolica tornou-se ao longo
das décadas referência mundial na inter-
pretação da história, da política, da cultu-
ra, das ciências e das artes, à luz da fé cristã
e do magistério da Igreja, proporcionando,
assim, um diálogo entre o Cristianismo e a
cultura contemporânea.
Além do italiano, esta revista de cultu-
ra que já tinha versões em inglês, francês,
espanhol, russo, japonês, coreano e chinês
passa agora a ser publicada também em
português, editada pela Scripta Publicações
e Edições Loyola, a editora da Companhia
de Jesus no Brasil.
UMA AGUARDADA VERSÃO
Há tempos uma versão em português
de La Civiltà Cattolica era aguardada, uma
vez que este é o quinto idioma mais falado
do mundo, sendo a língua oficial em paí-
ses de diferentes continentes.
“E é justo que essa versão na língua
portuguesa seja produzida aqui no Brasil,
já que é o país que possui não só o maior
número de católicos no planeta, como
também é um dos que ostenta números
muito expressivos no que diz respeito à
organização da Igreja: além de possuir um
elevado número de circunscrições eclesi-
ásticas (cerca de 300), o Brasil concentra
quase que 10% de todo o episcopado cató-
lico (no início de 2023, eram 483 bispos no
Brasil, em um universo de mais de 5 mil
bispos). Além disso, a língua portuguesa
foi capaz de formular propostas de grande
valor para a Igreja como um todo, o que
sempre motivou uma grande atenção e so-
licitude por parte das várias instâncias ecle-
siais”, explicou, ao O SÃO PAULO, Ga-
briel Frade, editor da revista em português.
DIFERENCIAIS
Frade recordou que o Papa Francisco
considera La Civiltà Cattolica uma pu-
blicação “única em seu gênero”. O editor
ressaltou que a revista tem autores de di-
ferentes nacionalidades que já escreveram
sobre temas como teologia, moral, eclesio-
logia, cultura, história, política, economia,
sociologia e artes.
“Todo esse acúmulo será agora parti-
lhado com os leitores do Brasil, que po-
derão ter acesso em sua própria língua a
conteúdos de grande profundidade, mas
em uma linguagem simples e direta, de
modo que, como diz o Papa Francisco,
poderão ser ouvidas ‘as vozes [...] de tantas
fronteiras’, sempre com a garantia da orto-
doxia e da retidão de suas reflexões, prin-
cipalmente nos campos da fé e da moral”,
assegurou.
Frade lembrou ainda que os artigos são
acessíveis a todos os públicos, mesmo aos
leitores não especializados, “mantendo, ao
mesmo tempo, um rigor científico e um
aprofundamento substancial. Portanto,
apostamos que ela é importante para to-
dos os católicos que buscam informações
fidedignas sobre a nossa Igreja. Em tem-
pos difíceis como estes, já que vivemos em
meio a tantas fake news viralizadas a todo
momento contra a nossa Igreja, essa pu-
blicação poderá se configurar como um
bom remédio a esses males, ao nos trazer
uma leitura aderente à verdade, sob a luz
de nossa fé e de nossa doutrina católica”.
Na revista, a leitura e interpretação dos
fatos ocorre à luz do Concílio Vaticano
II. Frade mencionou de modo especial a
constituição conciliar Gaudium et spes.
“Em seu número 4, essa constituição nos
recorda que ‘é dever da Igreja investigar a
todo o momento os sinais dos tempos, e
interpretá-los à luz do Evangelho; para que
assim possa responder, de modo adaptado
em cada geração, às eternas perguntas dos
homens acerca do sentido da vida presen-
te e da futura, e da relação entre ambas. É,
por isso, necessário conhecer e compre-
ender o mundo em que vivemos, as suas
esperanças e aspirações, e o seu caráter
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Divulgação
tantas vezes dramático’. Tendo presente
essa afirmação do magistério solene da
Igreja, talvez se poderia dizer que La Civil-
tà Cattolica nada mais faz do que procurar
‘discernir’ os sinais dos tempos, buscando
entender o mundo e, em permanente di-
álogo, levar o Evangelho imutável do Se-
nhor a todos os homens e mulheres de boa
vontade”.
APROVADA PELA SANTA SÉ
La Civiltà Cattolica possui o chamado
“colégio dos redatores”, um grupo forma-
do por padres jesuítas com a missão de
escrever e acolher os artigos escritos por
autores de vários países.
“Esses artigos são posteriormente
enviados para a Santa Sé e passam por
nova recensão; só então são publicados
nos volumes produzidos no idioma ita-
liano. Dada a peculiaridade da natureza
dessa ação, estabeleceu-se que as versões
publicadas nas outras línguas modernas
– incluindo a nossa – poderão oferecer a
tradução desses artigos previamente publi-
cados na Itália, com certo grau de escolha
dentro dos vários números existentes. Em
nosso caso, os artigos são escolhidos por
um conselho que procura fazer uma sele-
ção acurada dos textos publicados não só
das edições mais recentes, mas, também,
de artigos escritos ao longo de edições an-
teriores e que possuem certa perenidade
em seus argumentos. O principal critério
de escolha é baseado na capacidade que os
artigos têm de dialogar em profundidade
com a realidade brasileira, mas também
com as várias realidades dos falantes da
língua portuguesa”, explicou Gabriel Fra-
de, assegurando que o conselho editorial
brasileiro da revista estará sempre aberto
a acolher e analisar a sugestão dos leitores
quanto aos assuntos que gostariam de ver
comentados na revista.
PRESENÇA NO AMBIENTE DIGITAL
O projeto editorial de La Civiltà Cat-
tolica em português incluiu a presença
nas redes sociais e coneúdos no site
www.laciviltacattolica.com.br.
“Nas redes sociais, daremos ‘spoiler’ do
que publicaremos de novidades em cada
edição de La Civiltà Cattolica; também
publicamos alguns conteúdos exclusivos
para esses canais, como vídeos e depoi-
mentos de figuras importantes dentro de
nossa Igreja; mas, além disso, os assinantes
da revista La Civiltà Cattolica terão acesso
a uma área exclusiva do assinante, em que
poderão acessar não só a edição vigente da
revista, mas também todas as edições an-
teriores já publicadas no Brasil”, detalhou
Frade.
SAIBA MAIS
La Civiltà Cattolica – em portugu+s
Editada pela Scripta Publicações e
Edições Loyola
Bimestral – 4 edições por ano
Site: https://www.laciviltacattolica.com.br
Facebook: civiltacattolica.pt
Para mais informações e assinaturas:
marketing@loyola.com.br
https://assinaturas.loyola.com.br
WhatsApp: (11) 3385-8555.
12 | Papa Francisco | 4 a 10 de outubro de 2023 | www.osaopaulo.org.br
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Francisco: o Colégio Cardinalício

representa a sinodalidade da Igreja
FERNANDO GERONAZZO
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
O Papa Francisco presidiu, na manhã
do sábado, 30 de setembro, na Praça São
Pedro, o consistório para a criação de 21
novos cardeais. A celebração reuniu os
demais membros do Colégio Cardinalí-
cio, entre os quais o Cardeal Odilo Pedro
Scherer, Arcebispo de São Paulo, além de
bispos, sacerdotes e inúmeros fiéis.
Na homilia, o Pontífice meditou so-
bre o trecho dos Atos dos Apóstolos pro-
clamado na celebração, que narra a vin-
da do Espírito Santo sobre os apóstolos
em Pentecostes. O Santo Padre destacou
que o texto enumera as pessoas de dife-
rentes lugares que testemunharam aque-
le fato em Jerusalém, “partos, medos,
elamitas…”.
“Esta longa lista de povos fez-me pen-
sar nos cardeais, que, graças a Deus, são
de todas as partes do mundo, das mais
diversas nações... Os Apóstolos eram
‘todos galileus’, enquanto o povo que se
reunira era ‘proveniente de todas as na-
ções que há debaixo do céu’, precisamen-
te como o são os bispos e os cardeais no
nosso tempo”, afirmou o Papa.
Francisco recordou que é preciso re-
pensar com gratidão no dom de ter sido
evangelizados e de ter sido tirados de
povos que, cada um no seu tempo, re-
ceberam o querigma, o anúncio do mis-
tério de salvação, e, acolhendo-o, foram
batizados no Espírito Santo e passaram
a fazer parte da Igreja: a Igreja Mãe, que
fala em todas as línguas, que é una e é
católica.
Dirigindo-se aos cardeais, o Pontífice
recordou que o Pentecostes – tal como o
Batismo de cada cristão – não é um fato
do passado, é um ato criador que Deus
renova continuamente. E, em seguida,
comparou o Colégio Cardinalício a uma
“orquestra”, que representa a dimensão
sinfônica e a sinodalidade da Igreja.
“A diversidade é necessária, é indis-
pensável. Mas cada som deve concor-
Papa Francisco com Dom Stephen Chow Sau-Yan, Bispo de Hong Kong, um dos 21 novos cardeais
rer para o resultado comum”, destacou
Francisco, que prosseguiu com um con-
vite: “Proponho de modo particular a
vós, membros do Colégio Cardinalício,
na consoladora confiança de que temos
como maestro o Espírito Santo: maestro
interior de cada um e maestro do cami-
nhar juntos. Ele cria a variedade e a uni-
dade, Ele é a própria harmonia”.
RITOS E SÍMBOLOS
Após a homilia, os novos cardeais fi-
zeram a profissão de fé e o juramento de
Vatican Media
obediência à Igreja Católica na pessoa do
Papa e de seus sucessores. Em seguida, o
Santo Padre impôs sobre cada cardeal as
insígnias próprias do cardinalato: o bar-
rete, uma espécie de chapéu, que, assim
como a veste do cardeal, é da cor vermelha
ou púrpura, significando sua prontidão e
fidelidade “até o derramamento de san-
gue, para o aumento da fé cristã, pela paz
e tranquilidade do povo de Deus e pela li-
berdade e difusão da Santa Igreja Romana”.
Logo depois, o Papa entregou o anel
a cada cardeal e disse: “Recebe o anel da
mão de Pedro e sabe que com o amor
do Príncipe dos Apóstolos se fortalece
o teu amor pela Igreja”. Por fim, o Pon-
tífice atribuiu a cada cardeal uma igreja
em Roma como sinal de participação na
pastoral do Papa na Diocese de Roma.
CARDEAIS
A palavra cardeal deriva do latim
“cardo/cardinis”, em português “gonzo
ou eixo”, algo que gira, neste caso, em
torno do Papa. Os cardeais não apenas
têm a missão de eleger o novo Pontífice
em um eventual Conclave, o que já sig-
nifica muito, como também constituem
o Colégio Cardinalício, isto é, o corpo de
conselheiros que colaboram com o Bis-
po de Roma na sua missão como pastor
universal da Igreja.
Originalmente, os membros do Co-
légio Cardinalício eram os clérigos da
Diocese Roma e bispos de dioceses vizi-
nhas, que, entre as funções, escolhiam o
novo bispo romano depois da morte ou
renúncia do anterior. A partir do século
XII, começaram a ser incluídos no Co-
légio Cardinalício também os prelados
residentes fora de Roma, que, ao se tor-
narem cardeais, passaram a ser simboli-
camente membros do clero da Diocese
de Roma.
NÚMEROS
Dos 21 novos cardeais, 18 têm me-
nos de 80 anos e, assim, serão eleitores
em um eventual conclave. A partir des-
se Consistório, o Colégio Cardinalício
passa a contar com 242 membros, dos
quais 137 com menos de 80 anos. Esse
número caiu para 136 no dia seguinte,
porque, no domingo, dia 1º, o Cardeal
Patrick D’Rozario, de Bangladesh, com-
pletou 80 anos.
Geograficamente, são 111 cardeais da
Europa; 34 da Ásia; 29 da África; 28 da
América do Sul; 27 da América do Nor-
te; 9 da América Central; e 4 da Oceania.
Para saber quem são os novos carde-
ais, acesse: https://tinyurl.com/2x5kyfrm.

Pontífice publica a exortação apostólica ‘Laudate Deum’

REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br
O Papa Francisco publica na quarta-feira, 4, na me-
mória litúrgica de São Francisco de Assis, a exortação
apostólica Laudate Deum (LD) – (Lovai a Deus), na
qual, conforme o próprio Pontífice adiantou nas últimas
semanas, apresenta observações complementares à en-
cíclica Laudato si’, por ele escrita em maio de 2015, em
que alerta para as urgências de proteger a casa comum,
buscar o desenvolvimento sustentável e integral e cons-
truir um futuro melhor tendo em atenção a atual crise
ambiental e os sofrimentos dos excluídos (cf. LS 13).
Na Laudate Deum, o Pontífice deverá partilhar suas
preocupações com as situações que continuam a maltra-
tar a casa comum e a falta de respostas efetivas da huma-
nidade diante de tais situações.
Em 21 de setembro, em um encontro com reitores de
universidades públicas e privadas da América Latina e
do Caribe, em que antecipou o título da nova exortação
apostólica, Francisco falou um pouco sobre as preocu-
pações que devem constar na Laudate Deum: “Há um
processo de degradação ambiental, podemos dizer, em
geral. Mas isso leva para baixo, para o fundo do barran-
co: degradação das condições de vida, degradação dos
valores que justificam essas condições de vida”.
Há a perspectiva de que no documento o Papa ressalte
as mudanças climáticas como um dos desafios centrais a
ser enfrentados pela comunidade global, em razão de sua
incidência não só nos diversos biomas, mas também para
a saúde humana, a geração de emprego e a ocorrência de
migrações forçadas, temáticas mencionadas pelo Pontí-
fice recorrentemente, como nos discursos de suas mais
recentes viagens apostólicas internacionais, à Mongólia
e à cidade de Marselha, na França, ambas em setembro.
Pela própria natureza do documento, uma exortação
apostólica, a expectativa é que o Pontífice não somente
aponte para os problemas decorrentes da degradação
da casa comum, mas exorte toda a humanidade a ações
efetivas, sejam as promovidas individualmente, em famí-
lia ou pelos grupos da sociedade civil organizada, sejam
aquelas próprias do âmbito da diplomacia internacional –
incluindo as que vêm sendo discutidas nas últimas déca-
das nas conferências sobre o clima. Preservar a beleza da
Criação também deve ser um chamado do Pontífice a to-
dos na Laudate Deum, em especial à comunidade cristã.
Já na quarta-feira, 4, no site do jornal O SÃO PAULO
– www.osaopaulo.org.br - estará publicada uma reporta-
gem com os principais pontos da nova exortação apos-
tólica. E na sexta-feira, 6, às 17h, pelas redes sociais da
Arquidiocese de São Paulo (@arquisp), da rádio 9 de Ju-
lho (@Radio9deJulho) e do jornal (@jornalosaopaulo),
acompanhe a live “Exortação apostólica Laudate Deum
– primeiras impressões”.
 www.osaopaulo.org.br
www.arquisp.org.br | 4 a 10 de outubro de 2023 | Papa Francisco | 13

Em vigília ecumênica, Papa diz que o silêncio é

‘essencial’ e orienta a vida do cristão e da Igreja Vatican Media
FILIPE DOMINGUES
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
NA CIDADE DO VATICANO

Diferentes, mas unidos, juntos, em

oração, representantes de comunida-
des cristãs de todo o mundo rezaram
na Praça São Pedro, no sábado, 30 de
setembro, em uma vigília ecumênica
convocada pelo Papa Francisco para dar
o tom da 16ª Assembleia Geral Ordiná-
ria do Sínodo dos Bispos. Além dos 18
mil peregrinos presentes, participaram
do encontro “Together” (“Juntos”, em
inglês) o Patriarca Ecumênico Bartolo-
meu, líder da Igreja greco-ortodoxa, e o
Arcebispo de Cantuária, Justin Welby,
principal clérigo da Igreja Anglicana –
entre outros.
Eles vieram a Roma como sinal de
unidade da Igreja universal, aquela fun-
dada por Jesus Cristo sobre os apóstolos,
que se reúne também hoje para pedir ao
Espírito Santo que oriente o caminho
e, em especial, ilumine os trabalhos do
Sínodo da Igreja Católica, que está em
andamento.
O Papa Francisco comentou que a
vigília foi um encontro da “comunidade
cristã que se originou no dia de Pente-
costes”. Todos chamados “à mesma es- Com o Papa Francisco, participantes da vigília ecumênica pedem ao Espírito Santo que dê sabedoria e coragem aos integrantes do Sínodo
perança”, apesar de suas diferenças cul-
turais, nacionais, linguísticas, pois todos da comunhão e testemunhas ousadas do toda a parte. Sons que eram interrompi- Igreja, completou Francisco, em que “o
foram batizados pelo mesmo Espírito. Teu perdão no mundo de hoje.” dos por momentos de profundo silêncio. Espírito Santo harmoniza pontos de vista,
Como anunciaram na oração de con- A vigília de oração antes da assem- Com efeito, a vigília previu oito minu- porque Ele é harmonia”.
clusão da vigília, pronunciada pelos líde- bleia sinodal foi organizada pela co- tos de silêncio, entre cantos e intercessões, No “caminhar juntos” dos cristãos –
res cristãos simultaneamente: “Espírito munidade ecumênica francesa de Taizé e o silêncio foi, justamente, o tema da me- expressão que vem do grego syn-hodos
Santo, sopro de Pentecostes, envia-nos – famosa pelos cantos que entoa, e que ditação do Papa Francisco. “O silêncio é – é preciso “aprender novamente a fazer
para anunciar Cristo e para acolher nas envolvem todos os que ouvem, e os con- essencial na vida daquele que crê”, disse o silêncio”, argumentou o Papa, “para escu-
nossas comunidades aqueles que ainda vidam a cantar. São melodias simples, Pontífice. “Deus não ama as proclamações tar a voz do Pai, a chamada de Jesus e o
não O conhecem. Desce, rezamos, sobre mas envolventes, que se repetem de for- e as exclamações, as fofocas e os rugidos”, grito do Espírito”. O Sínodo é um local
os participantes no Sínodo e sobre todos ma suave e eloquente, chamam à intros- afirmou. Deus prefere, pelo contrário, “o de fraternidade e para purificar a Igreja
os presentes, enchendo-os da Tua sabe- pecção, à reflexão e à sintonia com os sussurro de uma brisa leve” (1 Reis 19,12). “das fofocas, das ideologias e das polari-
doria e coragem para que sejam servos tons e acordes. Na Praça, ressoavam por Silêncio a ser vivido também na vida da zações”, comentou.

Assembleia do Sínodo começa com retiro espiritual

Os mais de 460 participantes da as-
sembleia sinodal, no Vaticano, partici-
param de um retiro iniciado em 30 de
setembro e concluido na terça-feira, 3. A
ideia do Papa Francisco era marcar o iní-
cio desta etapa do caminho sinodal com a
vigília ecumênica na Praça de São Pedro
e, em seguida, uma reflexão partilhada
sobre o processo que está para começar.
As orações do retiro, realizado em Sa-
crofano, nos arredores de Roma, foram
guiadas pela Madre Maria Ignazia An-
gelini, OSB, e as meditações pelo Padre
Timothy Peter Joseph Radcliffe, OP. Am-
bos são reconhecidos mundialmente por
estudos e escritos teológicos e espirituais.
Em todos os dias, houve uma oração da
manhã, duas meditações sobre a vida da
Igreja e o Padre presidiu a Santa Missa.
BELEZA TÃO ANTIGA E TÃO NOVA
“Meus irmãos e irmãs, podemos es-
tar divididos entre esperanças diferentes
[nesta assembleia sinodal], mas se ouvi-
mos o Senhor e uns aos outros, buscan-
do entender sua vontade para a Igreja
e para o mundo, estaremos unidos em
uma esperança que transcende nossos
desacordos, e seremos tocados por aque-
le que Santo Agostinho chamou ‘a beleza
tão antiga e tão nova’”, disse o Padre Rad-
cliffe em sua primeira reflexão.
“Viemos para este Sínodo com espe-
ranças conflituosas, mas isso não precisa
ser um obstáculo insuperável. Estamos
unidos na esperança da Eucaristia, uma
esperança que abraça e transcende tudo
o que desejamos”, continuou no segundo
encontro. Em seus discursos, ele citou
diferentes temas tocados pela consulta
sinodal realizada até aqui.
Os diferentes entendimentos do que
a Igreja deveria ser ou poderia se tornar,
disse ele, são algo normal e esperado em
um encontro como este, mas faz desta
reunião um verdadeiro sínodo é a “iden-
tidade cristã”.
“Nossas vidas são nutridas por ama-
das tradições e devoções. Sem elas, esta-
mos perdidos, de luto. Mas também te-
mos que lembrar todos aqueles que não
se sentem em casa na Igreja”, observou.
“Temos que fazer uma jornada rumo a
uma Igreja em que eles não estejam mais
às margens, mas no centro.”
REZAR PELA UNIDADE,
EM ‘CORAÇÃO E MENTE’
“Estamos reunidos neste Sínodo por-
que também nós estamos divididos e es-
peramos e rezamos pela unidade do co-
ração e da mente”, disse o Padre Radcliffe
na terceira meditação. “Este deve ser o
nosso precioso testemunho num mundo
dilacerado por conflitos e desigualdades.
O Corpo de Cristo deve encarnar a paz
que Jesus prometeu e pela qual o mundo
anseia.” Essa união provém da crença no
Reino de Deus, dentro do qual há muitas
“moradas” (João 14,1), comentou.
Mas como ouvir juntos à voz do Se-
nhor? “Este Sínodo será frutuoso se nos
levar a uma amizade mais profunda com
o Senhor e uns com os outros”, disse o sa-
cerdote dominicano. Ao chamar as pes-
soas de “amigos”, Cristo estabeleceu uma
relação conosco. “Pregamos o Evangelho
por meio de amizades que ultrapassam
as fronteiras. Deus atravessou a divisão
entre o Criador e a criatura. Que amiza-
des impossíveis podemos fazer?”
O caminho sinodal, portanto, passa
por “ser verdadeiros sobre nossas dú-
vidas e questões, uns com os outros, as
questões para as quais não temos respos-
tas claras”, e buscar juntos as respostas. “A
amizade floresce quando nos atrevemos
a partilhar as nossas dúvidas e a procu-
rar a verdade juntos. Qual é o sentido de
falar com pessoas que já sabem tudo ou
com quem estamos completamente de
acordo?”, afirmou.
Trata-se de fazer amizades. A amiza-
de é um esforço criativo, definiu ele, não
acontece naturalmente. Citando C. S.
Lewis, disse que “os amantes olham um
para o outro, mas os amigos olham na
mesma direção: podem discordar um do
outro, mas pelo menos partilham algu-
mas das mesmas questões.” (FD)
14 | Regiões Episcopais | 4 a 10 de outubro de 2023 |
Reestruturação pastoral e encontros
de formação são assuntos de reunião do CRP
BENIGNO NAVEIRA
COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO
Dom José Benedito Cardoso esteve
reunido, em 23 de setembro, com os mem-
bros do Conselho Regional de Pastoral
(CRP) da Região Lapa, na Paróquia Nossa
Senhora da Lapa. Também participou o
Padre Pedro Augusto Ciola de Almeida,
Coordenador Regional de Pastoral.
O Bispo Auxiliar da Arquidiocese na
Região Lapa iniciou o encontro refletin-
do sobre a Carta de São Paulo aos Efésios
5, 1-20, livro bíblico em estudo no Mês
da Bíblia.
Na sequência, foi apresentado o or-
ganograma da reformulação estrutural
da Arquidiocese de São Paulo, segun-
do o qual a Região Lapa será comtem-
plada com paróquias da Região Sé e da
Região Brasilândia.
Também durante a reunião houve al-
guns informes. Um deles é que entre os
dias 6 e 8 de novembro acontecerá um
encontro de formação sobre liturgia:
para os Setores Butantã e Rio Pequeno,
na Paróquia São José, no Jaguaré; para os
Dom José Benedito preside missa na festa da Paróquia Santa Terezinha
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LAPA
Setores Lapa e Leopoldina, será na Paró-
quia Nossa Senhora de Fátima; e para o
Setor Pirituba, acontecerá na Paróquia
São Domingos Sávio.
Monica Picco, coordenadora do Nú-
cleo Lapa da Caritas Arquidiocesana de
São Paulo, convidou todas as pastorais e
movimentos para participarem das ativi-
Benigno Naveira
Pacom paroquial
dades alusivas ao Dia Mundial dos Po- no Auditório das Irmãs Paulinas (Rua
bres, 15 de novembro, que ocorrerão na Dona Inácia Uchôa, 62, Vila Mariana).
terceira semana de novembro. O encontro será conduzido pelo Padre
Já Izabel Guimaraes, coordenadora Welington Cardoso Brandão, psicólogo
da Pastoral da Saúde da Região Lapa, in- e professor. Outras informações e ins-
formou sobre a realização da 4ª Manhã crições podem ser obtidas pelo e-mail
de Espiritualidade para profissionais da pastoraldasaudeasp@gmail.com ou pelo
saúde, em 21 de outubro, das 8h às 12h, telefone (11) 3660-3743.
Os fiéis da Paróquia Santa Tere- Cardoso e concelebrada pelo Padre
zinha, no Jardim Regina, Setor Piri- Admário Gama.
tuba, participaram das festividades Na homilia, o Bispo Auxiliar da
da padroeira, iniciadas com o tríduo Arquidiocese na Região Lapa lem-
entre os dias 28 e 30 de setembro. brou que Santa Terezinha tinha um
A missa do primeiro dia foi pre- temperamento calmo e um inigualá-
sidida pelo Padre Admário Gama vel sorriso, expressão daquela alegria
Cambraínha, Pároco; No dia seguin- ultraterrena, que “não está nos obje-
te, pelo Padre Eduardo Augusto de tos que nos circundam, mas reside
Andrade, Pároco da Paróquia Santa no íntimo mais profundo da alma”.
Luzia, Setor Pirituba; e no dia 30, Dom José recordou, ainda, que
pelo Padre Daniel Koo, Pároco da naquele dia se iniciava a Semana Na-
Paróquia Santa Mônica, Setor Piri- cional da Vida, e que no domingo, 8,
tuba. ocorrerá Dia do Nascituro.
Na memória litúrgica da padro- Antes do final da missa, Dom
eira, no domingo, dia 1o, a missa foi José fez a bênção das rosas, que fo-
presidida por Dom José Benedito ram distribuídas aos fiéis. (BN)
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BELÉM
Dom Cícero: ‘Como é confortante saber que Deus nos enxerga’
Pascom paroquial
FERNANDO ARTHUR
COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO

Na sexta-feira, 29 de setembro, a Igreja

celebrou a festa de São Miguel, São Gabriel
e São Rafael, Arcanjos. Dom Cícero Alves
de França presidiu missa na Paróquia São
Miguel Arcanjo, na Mooca. Concelebrou
o Padre Júlio Lancellotti, Pároco, com a as-
sistência do Diácono seminarista Miguel
Aguiar.
Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arqui-
diocese na Região Belém ressaltou que a
festa de São Miguel Arcanjo é um convi-
te para revestir-nos da força de Deus. “Ao
mesmo tempo, revestindo-nos de sua for- somos mais a mesma pessoa, alguma coisa Deus nos enxerga, saber que Deus olha jos, mensageiros de Deus, nos tragam hoje
ça, sentir que Ele está conosco e é o nosso em nós muda; alguma situação em nós se para a nossa indigência, olha para nossa essa grande mensagem: Deus nos quer ver,
protetor”, afirmou. torna diferente. Os encontros com Jesus pobreza, saber que Deus nos vê e nos quer.” Deus nos quer encontrar”.
O Prelado destacou o encontro entre são transformadores”, ressaltou. O Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Ao final da celebração, Padre Júlio
Jesus e Natanael, descrito no Evangelho Dom Cícero frisou ainda a proximida- Região Belém exortou os fiéis a exercitar Lancellotti, ao agradecer a presença de
proclamado. “Os encontros, na Bíblia, são de de Deus com seu povo. “Assim como a pedagogia do encontro, e ressaltou que Dom Cícero, recordou as obras de mise-
sempre repletos de transformação e ale- viu Natanael, portanto, Deus nos vê”, sa- se deve quebrar os muros que impedem o ricórdia feitas na Paróquia e presenteou o
gria. Quando encontramos Jesus, nós não lientou. “Como é confortante saber que encontro com Deus: “Que os Santos An- Bispo com a imagem do “Cristo das Ruas”.
Pascom paroquial

Bispo tem encontro com 400 jovens

A segunda edição do Encontro de
Jovens com o Bispo (EJB) ocorreu na
tarde do domingo, dia 1º, quando cerca
de 400 jovens dos Setores São Mateus,
Sapopemba e Conquista se reuniram
com Dom Cícero Alves de França na
Paróquia São Mateus Apóstolo, em São
Mateus.
No início do encontro, o Bispo Au-
xiliar da Arquidiocese na Região Belém
presidiu a adoração eucarística, com a
temática vocacional. No momento de
oração, ele exortou os jovens a pensarem
Pascom paroquial
qual a vocação de cada um, além de pe-
dir por seus familiares e amigos.
Em seguida, Dom Cícero conduziu
uma catequese sobre vocação e refletiu a
respeito do papel da juventude na socie-
dade, além de falar sobre a importância da
vida e do protagonismo jovem.
Ao final da atividade, os jovens pu-
deram fazer diversas perguntas a Dom
Cícero, sobre temas como o surgimento
de sua vocação, como foi sua infância e
juventude, dúvidas de fé e temas como o
risco da legalização do aborto. (FA)
Pascom paroquial

Um grupo de 78 jovens e adultos recebeu o sacramento da Confirmação pelas mãos

de Dom Cícero Alves de França, na tarde do sábado, 30 de setembro, na Paróquia
São Mateus Apóstolo. A missa teve entre os concelebrantes os Padres Edivaldo Batis-
ta da Silva, Pároco; e Felipe Batista da Silva, Vigário Paroquial, com a assistência do Di-
ácono Gilmar Freire. (por Kaique Mazaia)
Paróquia Nossa Senhora do Sagrado Coração
Na noite da sexta-feira, 29 de setembro, Dom Cícero Alves de França presidiu missa na Pa-
róquia São Miguel Arcanjo, no Jardim Conquista, por ocasião da festa do padroeiro. A
celebração, que reuniu centenas de fiéis, foi concelebrada pelos Padres Ailton Rodrigues,
MSC, Pároco; Sérgio de Jesus Azevedo, MSC, Vigário Paroquial; e Felipe Batista da Silva,
Vigário Paroquial da Paróquia São Mateus, com a assistência do Diácono Marcel Martins
e do Diácono seminarista Miguel Aguiar. (por Fernando Arthur)

Pascom paroquial

Entre os dias 26 e 28 de setembro, aconteceu na Paróquia Nossa Senhora do Sagrado

Coração, na Vila Formosa, a Semana de Liturgia do Setor Carrão/Formosa. Duran-
te os três dias, dezenas de fiéis das paróquias e comunidades do Setor puderam apro-
fundar e conhecer os aspectos históricos, teológicos e eclesiológicos do Tríduo Pascal.
A semana contou com a assessoria da Irmã Veronice Fernandes, Mestra em Teologia
pela PUC-SP; Felipe Köller, Doutor em Teologia pela PUC-PR; e Marcelo Furlin, Doutor
em Letras pela USP. (por Pascom paroquial)
Na manhã do sábado, 30 de setembro, Dom Cícero Alves de França teve um encontro
com os padres novos que atuam na Região Belém. A manhã de espiritualidade e di-
Na manhã do domingo, dia 1º, a Paróquia Nossa Senhora do Bom Parto, no Tatuapé, álogo ocorreu na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, na Água Rasa. Estiveram presen-
recebeu Dom Cícero Alves de França para presidir a missa, que foi concelebrada pelos tes, além dos padres novos, os Padres Marcelo Maróstica Quadro, Coordenador Regional
Padres Tarcísio Marques Mesquita, Pároco, e Atanásio Enchioglio. (por Fernando Arthur de Pastoral, e Jonatas Mariotto, Ecônomo da Região. (por Centro Pastoral São José)
16 | Regiões Episcopais | 4 a 10 de outubro de 2023 |
Pastorais Familiar e da Criança
organizam ações da Semana Nacional da Vida
KAREN EUFROSINO
COLABORADORA DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO
A Semana Nacional da Vida em 2023,
organizada pela Comissão Episcopal
para a Vida e a Família da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
tem como tema “Adoção: Amor com la-
ços do coração”.
Na Região Ipiranga, a abertura da Se-
mana, organizada pelas Pastorais Fami-
liar e da Criança, aconteceu no domingo,
dia 1o, com missa na Comunidade Nossa
Senhora de Guadalupe, presidida pelo
Frei José Maria Mohomed Jr., O. de M.,
Coordenador de Pastoral na Região e
Assistente Eclesiástico da Pastoral Fami-
liar no Ipiranga.
Durante a missa, o casal Jéssica e Mi-
guel Lodi, participantes do Encontro de
Pascom paroquial
No domingo, dia 1o, na Paróquia São Bernardo de Claraval, Setor Anchieta, nove minis-
tros extraordinários da Palavra foram instituídos, em missa presidida pelo Padre Hernane
Santos Modena, Pároco.
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IPIRANGA
Pastoral Familiar
Casais com Cristo da Paróquia São Vicen-
te de Paulo, no Moinho Velho, e da Paró-
quia Santa Cândida, deram um testemu-
nho sobre adoção. Hoje, eles têm a guarda
provisória de três crianças, com 8, 7 e 4
anos, e aguardam ansiosos a liberação da
guarda definitiva delas. “Quando o Padre
me falou que no casamento prometemos
criar os filhos que Deus nos confiar, e não
apenas aqueles que gerarmos, foi uma
quebra de paradigma”, disse Miguel.
Para Jéssica, alguém estar aberto à
vida, é estar aberto aos planos de Deus, in-
clusive para a adoção: “Embora preencha-
mos um perfil quando abrimos o processo nos propôs que um dos nossos filhos fosse Nossa Senhora de Sião, aconteceu o Ter-
de adoção, Deus nos prepara surpresas. uma criança atípica [aquela com transtor- ço pela Vida. Em ambos os eventos, fo-
Vimos casais que entraram no processo nos ou peculiaridades em seu desenvolvi- ram arrecadados itens de higiene, como
pensando em adotar uma criança, mas mento infantil]. Nós acolhemos o pedido fraldas descartáveis e lenços umedeci-
que adotaram quatro irmãos. Aconteceu de Deus com docilidade.” dos, que serão encaminhados à Associa-
conosco, que não prevíamos, mas Deus Na segunda-feira, 2, na Paróquia ção Amparo Maternal.
Comissão Arquidiocesana de Defesa da Vida
Em 27 de setembro, a Paróquia São Vi-
cente de Paulo, Setor Anchieta, celebrou
seu padroeiro com missa solene presidida
pelo Padre João Carlos Iankoski Portes,
CM, Pároco. Concelebrou o Padre Jaime
Estevão Gomes, assistidos pelo Diácono
Anivaldo Blasques. No próximo final de
semana, dias 7 e 8, haverá o encerramento
da tradicional Festa das Nações, que acon-
tecerá das 18h às 22h, na Praça Frederico
Ozanan, 01, Moinho Velho.
(por Karen Eufrosino)
Pascom paroquial
O 1º Fórum da Comissão Arquidiocesana de Defesa da Vida–SP (CADV) aconteceu
no domingo, dia 1o, na Paróquia Nossa Senhora da Saúde, Setor Vila Mariana, com a pre-
sença de Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese e Referencial da CADV.
O Fórum abriu, em nível arquidiocesano, a Semana Nacional da Vida, que vai de 1o a 7
de outubro, seguida do Dia do Nascituro, 8, quando acontecerá a Marcha Pela Vida, a
ser iniciada com missa às 12h na Paróquia Imaculada Conceição (Avenida Brigadeiro Luís
Antônio, 2.071, Bela Vista). (por Comissão Arquidiocesana de Defesa da Vida)
Após programação intensa na Quaresma de São Miguel, a Paróquia Santa Ângela e São
Serapião celebrou os Santos Arcanjos com festa. De 26 a 28 de setembro, aconteceu o
tríduo litúrgico. No dia 29, foi celebrada missa solene, presidida pelo Padre Christopher
(por Pascom Paroquial)
Velasco, Pároco. No sábado, 30, na praça em frente à Paróquia, aconteceu a Festa dos Ar-
canjos, com música, louvor e momentos de Adoração ao Santíssimo Sacramento.
Divulgação (por Pascom Paroquial)
Ana Paula Ricardo
A Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, Setor Imigrantes, celebrou a padroei-
ra das missões, no domingo, dia 1º. Antes, houve um tríduo preparatório de 28 a 30 de
setembro. No domingo também foram distribuídas rosas em alusão à fala da Santa: “De-
pois da minha morte, farei cair uma chuva de rosas”. Encerrando as festividades, houve a
procissão pelas ruas do bairro Bosque da Saúde, seguida da missa solene, presidida por
Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, e
concelebrada pelo Padre William Day Tombini, Pároco. (por Karen Eufrosino)
No sábado, 30 de setembro, o grupo da Infância e Adolescência Missionária (IAM) da Paró-
quia Imaculada Conceição, Setor Ipiranga, participou da peregrinação ao Santuário Na-
cional de Aparecida, por ocasião dos 180 anos dessa iniciativa de evangelização. Na oca-
sião, mais de 3 mil agentes da IAM, entre crianças, adolescentes e assessores dos grupos
de todo o Brasil, se reuniram em torno da Eucaristia para fortalecer o espírito missionário
e renovar o compromisso de colaboração e amizade cristã com as crianças e adolescentes
do mundo. O grupo paroquial foi acompanhado pelo Padre Rodrigo Thomaz, Vigário Pa-
roquial, e pelos seminaristas Leonardo de Morais e Rodolfo Mota da Silva.
(por seminarista Leonardo de Morais)

Mutirão Bíblico mobiliza
fiéis nos setores pastorais
PRISCILA ROCHA
COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
Os seis setores pastorais da Região
Brasilândia realizaram, nos dois últimos
finais de semana de setembro, o Mutirão
Bíblico, com o tema “Vestir-se da nova
humanidade” (Ef 4,24).
Durante o Mutirão, centenas de pes-
soas refletiram sobre o tema pela ótica da
unidade, da Palavra de Deus, da santifi-
cação, da partilha e do envio.
Além de momentos de reflexões so-
bre as leituras da Carta de São Paulo aos
Dom Carlos Silva preside
missa em comunidade dedicada
a São Francisco de Assis
JÉSSICA SILVA
COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
Na noite de 1o de outubro, os fiéis da
Paróquia Imaculado Coração de Maria
reuniram-se na Comunidade São Fran-
cisco de Assis para a abertura ao mês
missionário e o início do tríduo do seu
padroeiro, em missa presidida por Dom
Carlos Silva, OFMCap., e concelebrada
pelo Pároco, Padre Dorival Leite, CRL.
Na homilia, o Bispo Auxiliar da
Arquidiocese na Região Brasilândia
recordou que São Francisco de Assis
se converteu aos 33 anos. Ele era filho
de comerciantes que vendiam tecido, e
seu pai sonhava que ele se tornasse um
cavaleiro. Após lutar em uma guerra,
voltou para seu vilarejo e escutou os
clamores de Deus: “Francisco, recons-
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BRASILÂNDIA
Priscila Rocha
Efésios, apresentou-se formas de como
cada um pode se vestir pela paz, justiça,
solidariedade e verdade.
A celebração do Mutirão ocorreu
como finalização do Mês da Bíblia, du-
rante o qual a região também se orga-
nizou para a realização da formação
regional.
Dom Carlos Silva, OFMCap., Bispo
Auxiliar da Arquidiocese na Região Bra-
silândia, e os padres em seus respectivos
setores, estiveram presentes para refor-
çar a importância da Bíblia na caminha-
da sinodal.
Priscila Messias
trói a minha igreja”. Assim, ele foi e re-
construiu uma antiga igreja. Aos pou-
cos, foi realizando mais e reconstruiu
outras três. Dom Carlos lembrou que
São Francisco foi uma pessoa muito
gentil e que gostava de conversar com
católicos e não católicos.
O Bispo ressaltou que, muitas vezes,
as pessoas culpam a Deus ao tentar justi-
ficar os próprios erros e não reconhecem
que machucam os irmãos. “Precisamos
olhar para nós mesmos e refletir como
estamos conduzindo as nossas vidas, pois
assim como Deus chamou Francisco de
Assis para estar em missão e servir, Ele
nos chama todos os dias e precisamos
responder ao seu chamado, pois Ele vai
nos conduzir e iluminar nossos cami-
nhos porque tem grandes planos para
nós”, afirmou.
| 4 a 10 de outubro de 2023 | Regiões Episcopais | 17
Mai Lima
No domingo, dia 1º, a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Souza, realizou o pri-
meiro festival “Mãe das Vocações”, que reuniu mais de 300 fiéis e várias bandas católicas
da Região Brasilândia. O evento teve como objetivo cantar as vocações em suas diversas
instâncias, contemplar o 3º Ano Vocacional do Brasil e, de modo especial, a juventude que
vive a Jornada Regional da Juventude, para que se abra ao chamado vocacional. A missa foi
presidida pelo Padre Said Mamud, Vigário Paroquial do Santuário São Judas Tadeu, e conce-
lebrada pelo Padre Rafael Nolli, Administrador Paroquial. O evento abriu as festividades em
honra à padroeira. Entre os dias 3 e 12, acontecerá a novena, durante a qual haverá missas
presididas pelo Cardeal Scherer, Dom Carlos Silva, OFMCap., e Dom Ângelo Ademir Mez-
zari, Bispos Auxiliares da Arquidiocese, e outros padres. (por Luccas Sant’Ana)
Priscila Rocha
No domingo, dia 1o, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Zatt, ocorreu a missa
solene pelo aniversário de 28 anos de dedicação do templo, presidida pelo Cônego José
Renato Ferreira, Pároco e Vigário-Geral da Região Brasilândia. Durante a missa, foram re-
lembrados fatos e pessoas que se dedicam à Paroquia. Na sequência, houve uma carreata
pelas ruas do bairro, marcando a abertura da Festa da Padroeira 2023. (por Priscila Rocha)
Na manhã de sábado, 30 de setembro, foi realizada uma ação de cuidados de higiene
básica a pessoas em situação de rua, organizada pelas Conferências dos Vicentinos que
fazem parte do conselho particular da Brasilândia. Os confrades e consórcias convi-
daram pessoas que estavam em torno da Rua Morais Apocalipse, no Jardim do Tiro, para
tomar café da manhã, escolher novas roupas e tomar banho quente no trailer itinerante
do Central Norte. Foram atendidas 16 pessoas para o banho e kit higiênico; oito pessoas
cortaram os cabelos; e cerca de 50 tomaram café e lanche.
(por Karina Marta)
Anderson Braz
No Dia Internacional da Música, 1o de outubro, os músicos e equipe de liturgia da Paróquia
Nossa Senhora Mãe e Rainha e convidados de paróquias e áreas pastorais do Setor Jara-
guá receberam, na Comunidade Nossa Senhora de Fátima, uma formação sobre “A música
na liturgia”, com assessoria da Irmã Barbara Santana, das Paulinas Comep. A musicista apre-
sentou material para diferenciar música litúrgica da música religiosa, passando pelos cantos
processionais (entrada, ofertório, comunhão e final); deu exemplos práticos e terminou fa-
lando sobre a Comunicação na música, com dicas litúrgicas. (por Edneia Pereira)
Giovana Martins
Com o tema “Encontrei minha vo-
cação: no coração da Igreja, minha
Mãe, serei o amor”, a Paróquia
Santa Teresinha do Menino Je-
sus realizou, de 28 a 30 de setem-
bro, o tríduo em preparação ao dia
de Santa Teresinha, celebrado no
domingo, dia 1o. Dom Carlos Silva,
OFMCap., Bispo Auxiliar da Ar-
quidiocese na Região Brasilândia,
presidiu a missa da festa da padro-
eira, comcelebrada pelo Padre Ál-
varo Moreira Gonçalves, Adminis-
trador Paroquial. O Bispo lembrou
que, naquele dia, a Paróquia era a
primeira da Região Brasilândia a
fazer o uso da nova tradução do
Missal Romano. Durante as cele-
brações, houve a bênção das ro-
sas, símbolo de Santa Teresinha do
Menino Jesus. (por Eva Nascimento)
18 | Regiões Episcopais | 4 a 10 de outubro de 2023 | www.osaopaulo.org.br
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SÉ
Thais Menegetti Norma Pesce

No domingo, dia 1º, a Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, Setor Per-
dizes, celebrou o primeiro aniversário da dedicação do templo e da consagração do
altar e o quarto dia da novena em louvor à padroeira. A missa foi presidida por Dom
Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, e concele-
brada pelos Padres Mateus Locatelli, MI, Provincial Camiliano; Adailton Mendes, MI,
Pároco; Juliar Nava, MI, Vigário Paroquial; e Roberto Lacerda, Pároco da Paróquia Meni-
no Jesus e cerimoniário auxiliar da Arquidiocese de São Paulo. (por Karine Lima)
Realizou-se entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro, na Paróquia Santa Te-
resa de Jesus, Setor Jardins, a primeira etapa do 193º Encontro de Casais com
Cristo, cujo objetivo é o acolhimento do Cristo no centro da família, fortale-
cendo, assim, a Igreja doméstica. A missa de encerramento foi presidida pelo
Vigário Paroquial, o Frei Paulo Gollarte, O.Carm. (por Cassiano e Norma Pesce)

Pascom paroquial Pascom paroquial

No sábado, 30 de setembro, a Paróquia Imaculado Coração de Maria, Setor Santa Cecí-
lia, promoveu uma Gincana Bíblica para o encerramento do Mês da Bíblia.
(por Pascom Paroquial)
No sábado, 30 de setembro, no Colégio Sion, na Região Sé, 33 estudantes da PUC-SP
e 12 convidados participaram de Atividades Extensionistas, as quais complementam
sua formação integral e humana. A iniciativa é ligada ao projeto de pesquisa “Diálogo
entre a Igreja e sociedade”, conduzido pelo professor Padre José Ulisses Leva, Assisten-
te Doutor na PUC-SP. O evento foi chamado “A realidade social brasileira: como trans-
formá-la?” e reuniu estudantes das Faculdades de Teologia, Direito, Economia, Relações
Internacionais e Psicologia da PUC-SP. (Por Padre José Ulisses Leva)
No domingo, dia 1º, a Paróquia Nossa Senhora do Carmo - Basílica, Setor Cerquei-
ra César, celebrou a Festa de Santa Teresinha do Menino Jesus. A missa foi presidida
pelo Frei Thiago Borges, O.Carm, Pároco. Houve a chuva de rosas, simbolizando a in-
tercessão da Santa para a obtenção de graças e bênçãos. (por Pascom paroquial)
Em missa presidida por Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arqui-
diocese na Região Sé, e concelebrada pelo Conego Sérgio Conrado, Pároco, 16
adultos e seis jovens receberam o sacramento da Crisma, no sábado, 30 de setem-
bro, na Paróquia São Gabriel Arcanjo, Setor Jardins. (por Pascom paroquial)
Todos os sábados, os agentes da Pastoral do Menor da Paróquia Divino Espírito
Santo, Setor Santa Cecília, se reúnem para o projeto de auxílio às famílias que vivem
em vulnerabilidade social, nas ruas. O projeto é mantido por benfeitores e voluntários.
Em 23 de setembro foram entregues cerca de 120 refeições. (por Andrea Campos)
A Paróquia de Santa Teresa de Jesus, Setor Jardins, realizará no sábado, 14, das 18h
às 22h, e no domingo, 15, das 10h às 20h, a 41ª edição da Festa dos Povos, em home-
nagem à padroeira. O evento, que faz parte do calendário oficial de festas da cidade de
São Paulo, conta com o trabalho de voluntários e reverte toda a renda para as obras as-
sistenciais da Paróquia. A matriz paroquial está localizada na Rua Clodomiro Amazonas,
50, Itaim Bibi. Outras informações pelo telefone (11) 3168-8323. (por Erika Carvalho)

SANTANA
Pascom paroquial Pascom paroquial

Na quinta-feira, 28 de setembro, foi festejado o 4o ano de Dom Jorge Pierozan como

Bispo Auxiliar de São Paulo e Vigário Episcopal na Região Santana. A missa ocorreu
na Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, Setor Santana. (por Pascom Santana)

Pascom paroquial

No domingo, dia 1o, Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Na sexta-feira, 29, Dom Jorge Pierozan
Santana, presidiu missa solene na festa da padroeira da Paróquia Santa Terezinha presidiu pela primeira vez missa no
do Menino Jesus, no Setor Jaçanã. (por Pascom Santana)
novo templo da Capela Santos Arcan-
jos, no Jardim Labitary, pertencente à
Pascom paroquial Paróquia Nossa Senhora da Pieda-
No domingo, dia 1º, em missa
de, Setor Jaçanã. A Eucaristia foi con-
presidida por Dom Jorge Piero-
celebrada pelo Padre Tiago Costa, MS,
zan na Paróquia São Marcos
na liturgia da Festa dos Santos Arcan-
Evangelista, Setor Mandaqui,
jos – Miguel, Gabriel e Rafael. Durante
teve início o jubileu de ouro pa-
a missa, foi prestada homenagem ao
roquial e houve a apresentação
Padre Luís Izidoro Molento, morto em
do Padre Sérgio de Almeida
julho deste ano. Também participou
Gonçalves, IMC, como Vigário
o senhor Fábio Polillo, sub-prefeito do
Paroquial (foto). A missa teve
Jaçanã. Houve, ainda, a bênção da pra-
entre os concelebrantes o Páro-
ça remodelada ao lado do templo.
co, Padre Aquiléo Fiorentini, IMC.
(por Pascom Santana)
(por Lenivaldo Jacobino).
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Externato Popular São Vicente de Paulo - Mantenedora do Colégio Luiza de Marillac

CNPJ: 62.837.059/0001-96

Relatório da Administração
-
O Externato Popular São Vicente de Paulo é uma associação civil de caráter edu- Estrutura, desempenho e atuação

Estrutura
Mensagem da administração do Externato Popular São Vicente de Paulo -
-

-
-
-
-

-
Desempenho Operacional no último triênio (2022/2021/2020)
Receita operacional bruta
-

Outras receitas
Objeto social e missão 5.791.994 4.823.264 5.881.939
Deduções
O Colégio Luiza de Marillac

(2.319.977) (2.231.706) (2.440.410)

- Receita operacional líquida 3.472.017 2.591.558 3.441.529

rado nos ensinamentos cristãos; Despesas operacionais

-
alidade;
- Total das Despesas operacional (3.020.747) (2.542.506) (2.415.689)
-
Resultado operacional antes dos
mundo moderno; devedores duvidosos, depreciação 451.270 49.052 1.025.840
e amortização, contingências e

-
-
construção de uma sociedade justa;

Resultado do exercício 45.150 (69.207) 575.100

-
- Presidência do Externato Popular São Vicente de Paulo

BALANÇOS PATRIMONIAIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2022 E 2021 DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS

Nota 2022 2021

Ativo Passivo e patrimônio líquido Nota 2022 2021 Receita operacional líquida 3.472.017 2.591.558
Circulante Circulante Despesas operacionais

(3.279.602) (2.581.716)
Total circulante 557.630 550.597 Total circulante 2.665.053 2.637.872 192.415 9.842
Não circulante Não circulante

(147.265) (79.049)
45.150 (69.207)

Total não circulante 2.501.316 2.490.518 Total não circulante 1.017.682 1.072.182
Patrimônio líquido DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS ABRANGENTES

2022 2021
Total do patrimônio líquido (623.789) (668.939)
Total do ativo 3.058.946 3.041.115 Total do passivo e patrimônio líquido 3.058.946 3.041.115 - -
45.150 (69.207)

DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA ( MÉTODO DIRETO )

social do exercício exercício Total 2022 2021

Saldos em 31 de dezembro de 2019 (1.382.045) 207.213 - (1.174.832) Fluxo de caixa das atividades operacionais

- -
Saldos em 31 de dezembro de 2020 (1.174.832) 575.100 - (599.732)

- -
Saldos em 31 de dezembro de 2021 (599.732) - (69.207) (668.939)
(400.677) (364.478)
- - Outros recebimentos (pagamentos)
Saldos em 31 de dezembro de 2022 (668.939) 45.150 - (623.789)

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

-
Caixa líquido (aplicado nas) proveniente das
1 Contexto operacional atividades operacionais 119.083 (328.646)
-
Fluxo de caixa das atividades de investimento
1.1 Contexto operacional
a construção de uma sociedade justa;
Caixa líquido aplicado nas atividades de investimento (16.213) (9.297)

-
-
(176.388) 181.727
- (73.518) (156.216)
Aumento (Redução) líquido de caixa e equivalentes de caixa

- (i) Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre

tados; o Lucro Líquido (CSLL) Redução líquido de caixa e equivalentes de caixa (73.518) (156.216)

(ii) Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) e Imposto sobre Operações

Financeiras (IOF)
-
-
Unidade Educacional
-

-
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Externato Popular São Vicente de Paulo - Mantenedora do Colégio Luiza de Marillac

(iii) Programa de Integração Social (PIS) -
Custo amortizado -
- -

c) Avaliação do valor recuperável dos ativos

- -

- • Redução no valor recuperável (Impairment

(iv) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS)

- -
d) Redução ao valor recuperável (impairment)

Política aplicável a partir de 1º de janeiro de 2018

(v) Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e perdas:
-
-
-
-
- -

-
(vi) Contribuição patronal ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) -
(iii) Compensação
-
-
-
raria em outras transações, indicações de que o devedor ou emissor entrará em

(i) Mensuração das perdas com crédito esperadas

b. Reconhecimento de receitas e bolsas de estudo concedidas

-

a) Prestação de serviços educacionais

i) Renovar e atualizar seus recursos tecnológicos.

- b) Bolsas de estudos concedidas (gratuidade)

-
2 Base de elaboração e apresentação das demonstrações vinculadas
2022 2021
a. Declaração de conformidade
c) Receita de juros

-
-
1.113 74.631
(i) Referem-se a disponibilidades imediatas livres de risco que estão à disposi-
-
ção imediata do Externato.

5 Contas a receber de alunos

d) Subvenções e doações Descrição 2022 2021

b. Base de mensuração
-

e) Mensalidades antecipadas
- Subtotal 2.026.991 1.774.536
c. Moeda funcional e de apresentação

Total 410.678 343.815

d. Uso de estimativas e julgamentos

c. Caixa e equivalentes de caixa Não circulante - -
- 5.1 Composição por vencimento - Unidade educacional
-

- Taxa média
Saldo ponderada Provisão
contábil de perda para perda
31 de dezembro de 2022 bruto estimada esperada
-
Vencidos
e. Contas a receber

2.026.991 79,738% (1.616.313)

-
-
Taxa média
Saldo ponderada Provisão
3 Principais políticas contábeis f. Imobilizado contábil de perda para perda
31 de dezembro de 2021 bruto estimada esperada
-

(i) Reconhecimento e mensuração inicial

- 1.774.536 80,6% (1.430.721)

-
racionais no resultado
-
-
- -
Descrição 2021 Constituição Reversão 2022

- -
(1.430.721) (185.592) - (1.616.313)
-
Descrição 2020 Constituição Reversão 2021

-
2022 2021 - -
- (1.372.000) (68.649) 9.928 (1.430.721)

6 Depósitos judiciais

- 2022 2021

g. Provisões 2.408.812 2.389.536

a) Geral
- - 7 Imobilizado
-

b) Provisões para riscos judiciais

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7.1 Composição do saldo Obrigações de desempenho e políticas de reconhecimento de receita
2022 2021 Natureza e época do cumprimento das Reconhecimento da
Custo Custo obrigações de desempenho, incluindo receita conforme o
Descrição Custo Depreciação líquido líquido

Instalações
Total 450.747 (358.243) 92.504 100.982

Prestação de
7.2 Movimentação dos custos e das depreciações acumuladas serviços
31.12.2021 Adições Baixas Transferências 31.12.2022 educacionais
Custo
18 Despesas com pessoal
2022 2021

Instalações
Total 434.534 16.213 - - 450.747

31.12.2021 Adições Baixas Transferências 31.12.2022

Depreciação

(2.576.392) (2.370.952)
-

Instalações
Total (333.552) (24.691) - - (358.243)
Total líquido 100.982 (8.478) - - 92.504
19 Despesas com serviços de terceiros
31.12.2020 Adições Baixas Transferências 31.12.2021 2022 2021
Custo

Instalações
Total 425.238 9.296 - - 434.534
(266.106) (214.624)
-
31.12.2020 Adições Baixas Transferências 31.12.2021
Depreciação

20 Despesas administrativas e gerais

2022 2021
Instalações
Total (309.161) (24.391) - - (333.552)
Total líquido 116.077 (15.095) - - 100.982

8 Obrigações com pessoal (232.370) (41.995)

-
2022 2021 12 Adiantamento de mensalidade e matrículas
2022 2021
Total 252.151 209.462
Adiantamento de mensalidades
Total 192.358 177.841
2022 2021
9 Contribuições sociais
2022 2021
13 Adiantamento de outras empresas
10.215 7.721
Total 325.131 337.424 2022 2021
-
Total 209.971 105.971

-
Resultado Financeiro líquido (147.265) (79.049)
10 Obrigações tributárias
13.1 Movimentação
2022 2021 2021 Adições Pagamento 2022
-
Total 105.971 104.000 - 209.971
Visão geral

Total 2.016.447 1.949.615

14 Contingências judiciais -

-
• Risco de crédito
-

- -
-

-
2022 2021
a. Risco de crédito
-
Total 7.048 7.048

-
-
15 Empréstimos de outras instituições -
2022 2021
- Exposição a risco de crédito
Total 490.000 590.000

-
- Nota
16 Patrimônio líquido Explicativa nº 2022 2021

Total 411.791 418.446

-
-

- -
-
-
17 Receita operacional líquida -
2022 2021
- Receita bruta de serviços prestados

b. Risco de liquidez
Outras receitas
- 5.791.994 4.823.265
Bolsas de estudos
-

-
2022 2021
(2.319.977) (2.231.707)
Receita operacional líquida 3.472.017 2.591.707 -
Excedente de depósitos judiciais (solicitado devolução) 945.641 926.365

2022
11 Fornecedores
contábil ou menos meses anos anos 5 anos
2022 2021

Total 128.212 129.368

Total 677.804 187.804 - 490.000 - -

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c. Risco de taxa de juros -
- mensurados ao valor justo

Instrumentos de taxa variável 2022 2021

Ano-base de 2021 Jun./21 Dez./21

- -
- 2.871.285 - 2.871.285 Número de alunos pagantes 239 235

e.1 Hierarquia do valor justo

Total (548.479) (717.671)
Relação com alunos pagantes 34,3% 34,5%
Análise de sensibilidade à variação da taxa do CDI -

-
-
inputs) usadas nas 2022 2021

Cenário I - Cenário II
Cenário Deterioração Deterioração
provável de 25% de 50%

Valor efetivamente recebido 4.750.415 3.882.465

Gratuidade e custo do atendimento gratuito:
Diminuição/aumento 5.704 24.119 42.535

d. Estimativa do valor justo (1.346.561) (1.336.656)

Percentual total das gratuidades concedidas 28,35% 34,43%

e. Estimativa do valor justo

Valor justo versus valor contábil

2022 2021
23 Cobertura de seguros Valor total da isenção usufruída 583.519 526.782

-
-

Valor contábil da seguridade social - -

Valor justo Outros
por meio do Custo passivos -

Em 31 de dezembro de 2022
24 Gratuidade por meio de bolsas de estudo e projetos -
mensurados ao valor justo
-
-
- - 2022 2021
1.113 556.518 - 557.631 )

mensurados ao valor justo

- - Superávit do exercício ajustado 289.112 184.480

- 2.694.251 - 2.694.251 Variações nos ativos e passivos

Valor contábil
Outros créditos
Valor justo Outros
por meio do Custo passivos (285.420) (331.279)
Ano-base de 2022 Jun./22 Dez./22
Em 31 de dezembro de 2021
Número de alunos pagantes 230 232 115.391 (181.847)
ao valor justo Caixa líquido proveniente das atividades operacionais 119.083 (328.646)

Relação com alunos pagantes 30,9% 29,3%

- - João Júlio Farias Júnior Edivaldo Batista da Silva
74.631 475.966 - 550.597

Vaticano
Inteligência artificial é tema do Dia Mundial
das Comunicações Sociais do próximo ano
JOSÉ FERREIRA FILHO
osaopaulo@uol.com.br
Na sexta-feira, 29 de setembro, o
Vaticano anunciou o tema da mensa-
gem do Papa para o Dia Mundial das
Comunicações Sociais do próximo
ano: “Inteligência artificial e sabedoria
do coração: para uma comunicação
plenamente humana”.
O anúncio do tema ocorre em
meio a rápidos desenvolvimentos na
tecnologia de IA, bem como a crescen-
tes preocupações éticas sobre seu uso.
Nos últimos anos, a Pontifícia
Academia para a Vida do Vaticano
liderou diversas discussões sobre o
tema da inteligência artificial e atraiu
vários líderes da indústria tecnológica
– incluindo John Kelly, vice-presiden-
40 Dias pela Vida: ativistas do aborto
classificam os pró-vida como ‘perigosos’
Em 27 de setembro, começou a
campanha 40 Dias pela Vida, que
durará até 5 de novembro, em nível
mundial, inclusive no Brasil.
Os pró-vida da Espanha estão
orando perto de clínicas de aborto
em cerca de 20 cidades. Em Madri, na
Clínica Isadora, localizada no bairro
universitário, os defensores do abor-
to colocaram cartazes nos postes de
iluminação com os seguintes dizeres:
“Atenção: fundamentalistas religiosos
perigosos à solta”, “PARE o fanatis-
mo”, “40 dias de ódio às mulheres” e
“40 dias contra os direitos humanos.”
Em uma postagem no perfil do
Instagram dos 40 Dias pela Vida de
Madri, há um banner no topo onde se
lê “Atenção!” e é mostrada uma mu-
lher parada ao lado de um desses pos-
Para conter a violência, uma força
internacional será finalmente enviada ao país
Após um ano de adiamento, o
Conselho de Segurança da Organi-
zação das Nações Unidas (ONU)
votou, na segunda-feira, 2, pelo envio
de uma missão multinacional ao Hai-
ti, liderada pelo Quênia, para ajudar
a Polícia local a pôr fim à violência
desenfreada das gangues criminosas.
Estupros usados como arma de
terror, franco-atiradores nos telha-
dos, pessoas queimadas vivas, se-
questros para resgate... À medida que
a violência das gangues continua a
piorar, o primeiro-ministro haitia-
www.osaopaulo.org.br
www.arquisp.org.br
te executivo da IBM, e Brian Smith,
presidente da Microsoft – como sig-
natários de um pacto denominado
“Roma Call for AI Ethics”, concebido
para promover uma visão ética da in-
teligência artificial.
Numa declaração publicada junta-
mente com o tema do próximo ano, o
Vaticano disse que a evolução da inte-
ligência artificial “torna cada vez mais
natural a comunicação por meio das
máquinas e com elas, de modo que se
tornou cada vez mais difícil distinguir
a computação do pensamento, e a lin-
guagem produzida por um máquina
daquela gerada por seres humanos.”
“Como todas as revoluções, tam-
bém esta, baseada na inteligência
artificial, coloca novos desafios para
garantir que as máquinas não contri-
Espanha
tes de luz, segurando uma placa que
diz “Você não está sozinha, nós po-
demos ajudá-la”. O texto a seguir diz
“Dia 1 da campanha: Perigo!! Funda-
mentalistas religiosos à solta… arma-
dos com um rosário. ‘Se Deus está co-
nosco, quem estará contra nós?’ Hoje
confiamos [a Deus] todos os voluntá-
rios que participam da campanha de
40 dias para que Deus lhes dê forças
para permanecerem firmes mesmo
durante a perseguição!“…Coragem…
Eu superei o mundo”.
Durante a segunda conferência 40
Dias pela Vida na Espanha, realizada
em meados de setembro, Dom José
Ignacio Munilla, Bispo de Orihue-
la-Alicante, apresentou o livro “Qué
Decir Cuándo” (“O que dizer quan-
do”), um guia completo para discutir,
Haiti
no, Ariel Henry, e o secretário-geral
da ONU, António Guterres, apelam
desde o ano passado a uma missão
de apoio à Polícia local.
A comunidade internacional, po-
rém, escaldada pela experiência ante-
rior no país e pelos riscos de ficar presa
num atoleiro mortal, teve dificuldade
de encontrar um voluntário para assu-
mir a liderança. O Quênia finalmente
anunciou a sua disponibilidade para
comandar esta força não pertencente à
ONU e enviar mil homens para o em-
pobrecido país do Caribe.
| 4 a 10 de outubro de 2023 | Pelo Mundo/Fé e Vida | 23
buam para um sistema de desinfor-
mação em grande escala”, afirma o
comunicado.
Alerta-se também para o risco de
aumentar “a solidão de quem já está
sozinho, privando-nos do calor que só
a comunicação entre as pessoas pode
proporcionar”.
“É importante orientar a inteli-
gência artificial e os algoritmos para
que haja em cada indivíduo uma
consciência responsável da utilização
e desenvolvimento destas diferentes
formas de comunicação que andam
de mãos dadas com as redes sociais e
a internet. É necessário que a comu-
nicação seja orientada para uma vida
mais plena da pessoa humana”, afirma
o comunicado.
Fonte: Crux Now
com argumentos, o direito à vida. No
prólogo, ele enfatiza que “na causa
pró-vida, é importante mostrar a con-
fluência entre ciência, razão e fé”.
Segundo o Bispo espanhol, isto é
ainda mais relevante porque a fé reli-
giosa “nada faz senão dar uma visão
mais clara” daquilo que podemos
apreender pela razão pura. No en-
tanto, “o relativismo do nosso tempo
levou a obscurecer a consciência e o
próprio bom senso a limites inespera-
dos”, acrescentou.
O Ministério da Saúde da Espanha
publicou na quinta-feira, 28 de setem-
bro, as estatísticas oficiais do ano de
2022, registando um total de 98.316
abortos, o que representa um aumento
de 9,01% em relação a 2021. (JFF)
Fonte: ACI Prensa
O objetivo é “fornecer apoio ope-
racional à Polícia haitiana” na sua
luta contra as gangues e melhorar a
segurança o suficiente para organizar
eleições, uma vez que estas não são
realizadas desde 2016. Em coopera-
ção com as autoridades haitianas, a
missão pode, a fim de salvar vidas,
empregar “medidas de emergência”
temporárias e proporcionais “em
caráter excepcional”, incluindo pri-
sões, em conformidade com o direito
internacional. (JFF)
Fonte: La Croix International
Liturgia e Vida
27º DOMINGO DO TEMPO COMUM
8 DE OUTUBRO DE 2023
A Vinha do Senhor
PADRE JOÃO BECHARA VENTURA
Cristo propõe aos chefes dos sacerdotes
e anciãos outra parábola sobre a “Vinha”. Ci-
tando a profecia de Isaías (Is 5,1-7), compara
o povo de Deus a uma vinha pacientemente
plantada, cultivada, protegida e vigiada pelo
Senhor. Nela são estabelecidos vinhateiros –
isto é, líderes religiosos –, encarregados de
recolher os frutos até que chegue o Dono.
No momento de entregar os resultados do
cultivo, esses arrendatários espancaram, ma-
taram e apedrejaram os muitos “empregados”
– os profetas – que o Senhor lhes havia envia-
do. Por fim, Deus mandou à Vinha seu pró-
prio filho Jesus Cristo. Vendo-o, os vinhatei-
ros disseram as mesmas palavras dos irmãos
de José do Egito: “Vinde, vamos matá-lo!”
(Gn 37,20). Com inveja semelhante à deles,
pensavam: “Este é o herdeiro. Vamos tomar
posse da sua herança!” (Mt 21,38).
Agarraram o filho, jogaram-no para fora
da vinha – isto é, além dos muros de Jerusa-
lém, no Calvário – e o mataram. Jesus previa,
deste modo, a morte a que seria submetido,
motivada pelas intrigas dos judeus, seus in-
terlocutores. E perguntou-lhes: “Quando o
dono da vinha voltar, o que fará com esses
vinhateiros?”. Os chefes dos sacerdotes e an-
ciãos, sem perceber que a parábola se referia
a eles, deram uma resposta profética: “Com
certeza, mandará matar de modo violento
esses perversos e arrendará a vinha a outros
vinhateiros, que lhe entregarão os frutos no
tempo certo” (Mt 21,41).
A conclusão do Senhor é aterradora: “O
Reino de Deus vos será tirado e será entregue
a um povo que produzirá frutos” (Mt 21,43).
Um “povo” (éthnos) significa aqui um “povo
de gentios”, que não pertencem a Israel. Entre-
gue aos cuidados de Pedro, dos demais Após-
tolos e de seus sucessores, a Vinha do Senhor
passaria a incluir pessoas de todos os povos,
raças e origens. Com a fundação da Igreja –
Novo Israel –, a Vinha divina recebe toda a
sua fecundidade e se estende não somente do
Mediterrâneo ao Jordão, mas por toda a Terra.
Essa comparação indica que a Igreja é
como um organismo vivo a ser cuidado-
samente cultivado. Como uma planta, Ela
cresce, floresce, atravessa diferentes estágios
e estações, mas permanece sempre a mesma.
Possui regras vitais de desenvolvimento que
devem ser respeitadas e protegidas. Para a
Igreja, categorias como “revolução”, “refor-
mulação” e “renovação radical” não funcio-
nam. O seu crescimento é lento e natural,
como o de uma plantação ou jardim. Preci-
sa ser podada, regada, protegida e mantém
sempre a mesma identidade. Os movimentos
e cortes bruscos levam seus ramos infalivel-
mente à secura, à esterilidade e à morte.
A nós cumpre implorar ao Senhor que
proteja a sua Vinha! Que Ele a guarde cerca-
da com o cinturão verde dos Santos Padres
e Doutores. Que os seus vigias – os Bispos –
avisem, do alto, quando o mal se aproximar.
Que o seu lagar permaneça sempre inconta-
minado. Que não falte a chuva fecunda das
graças e bênçãos do Céu. E que todos nós
produzamos uvas boas de amor, fé, conversão
e obras santas.
24 | Geral | 4 a 10 de outubro de 2023 |
Arquidiocese de São Paulo publica
diretrizes para a proteção de menores e
pessoas vulneráveis contra abusos sexuais
FERNANDO GERONAZZO
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
A Arquidiocese de São Paulo promul-
gou, em 23 de setembro, as Diretrizes para
a Proteção de Menores e dos Adultos Vul-
neráveis contra Abusos Sexuais. Com essa
publicação, a Arquidiocese de São Paulo
se une aos esforços de toda a Igreja Católi-
ca, em sintonia com as determinações do
Papa Francisco e com os procedimentos
adotados pela Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB), na proteção dos
menores e dos adultos vulneráveis con-
tra abusos sexuais e todo tipo de abuso e
violência, promovendo ambientes seguros
contra tais delitos.
Na edição passada do O SÃO PAULO
(em 27 de setembro) foram publicados
os decretos que confirmam e atualizam a
Comissão Arquidiocesana de Tutela con-
tra Abusos Sexuais a Menores e Adultos
Vulneráveis e seu respectivo Regulamen-
to, bem como os nomes dos membros no-
meados pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer,
Arcebispo Metropolitano, para a referida
Comissão.
“Os abusos sexuais são atos de grave
desrespeito à pessoa e à sua dignidade e,
geralmente, deixam feridas profundas em
quem sofre esse tipo de abuso. Tanto são
mais graves quando as vítimas são crian-
ças, menores de idade e adultos vulnerá-
veis. E além de serem delitos previstos na
www.osaopaulo.org.br
www.arquisp.org.br
norma canônica e crimes conforme a lei
civil, com as correspondentes implicações
penais, tais abusos também são pecados
graves e profundas ofensas a Deus”, ressal-
ta a introdução das diretrizes.
O texto reitera que “o zelo para promo-
ver ambientes seguros contra abusos sexu-
ais de menores e adultos vulneráveis, e o
cuidado de eventuais vítimas é responsa-
bilidade de todas as pessoas que represen-
tam instituições, organismos e agregações
eclesiais e iniciativas pastorais”.
DELITOS
Os delitos tratados nas diretrizes são
aqueles cometidos contra o sexto manda-
mento do Decálogo (“Não pecar contra a
castidade”, isto é, atos de natureza afetivo-
-sexual) praticados por clérigos, membros
dos Institutos de Vida Consagrada ou de
Sociedades de Vida Apostólica, ou por fi-
éis que são ou foram moderadores de As-
sociações Internacionais de Fiéis erigidas
ou reconhecidas pela Sé Apostólica, na
Arquidiocese de São Paulo, envolvendo
menores de 18 anos, ou pessoas que habi-
tualmente têm o uso imperfeito da razão,
ou adultos vulneráveis.
Conforme prevê a legislação canônica,
são tipificados delitos de natureza sexu-
al os cometidos com violência, ameaça,
abuso de autoridade ou que obriguem
alguém a realizar ou sofrer atos sexuais;
os cometidos com um menor ou com
pessoa que habitualmente tem o uso im-
perfeito da razão ou com um adulto vul-
nerável; a produção e a imoral aquisição,
posse, exibição ou divulgação, por qual-
quer modo ou instrumento, de imagens
pornográficas de menores ou de pessoas
que habitualmente têm um uso imperfei-
to da razão; o recrutamento ou indução
de um menor ou de pessoa que habitual-
mente tem o uso imperfeito da razão, ou
de um adulto vulnerável, a expor-se por-
nograficamente, ou a participar em exi-
bições pornográficas reais ou simuladas.
O documento explica que, conforme
a legislação canônica, considera-se menor
“toda pessoa com idade inferior a 18 anos”
e acrescenta que “é equiparada ao menor a
pessoa que, habitualmente, tem o uso im-
perfeito da razão”.
Quanto ao conceito de adulto vulnerá-
vel, a norma considera “toda pessoa em es-
tado de enfermidade, deficiência física ou
psíquica, ou de privação da liberdade pes-
soal que, de fato, mesmo ocasionalmente,
limite a sua capacidade de entender ou que-
rer e, em todo o caso, de resistir à ofensa”.
CUIDADOS PASTORAIS
E MEDIDAS PRUDENCIAIS
O documento sublinha que, “em cola-
boração com as famílias, autoridades civis
e educadores, os bispos, padres, agentes de
pastoral zelem para que as igrejas, institui-
ções e espaços pastorais sejam lugares se-
guros para crianças e adultos vulneráveis”.
Para proteger menores e adultos vul-
neráveis e, também, resguardar os clérigos
e agentes de pastoral de falsas denúncias,
recomenda-se algumas medidas pruden-
ciais, como: atender confissões em lugares
visíveis da Igreja; haver portas com janelas
de vidro nas salas de aula e de atendimen-
to; presença de pais em atividades com
crianças; modéstia no vestir e nas mani-
festações físicas de afeto entre sacerdotes/
paroquianos, entre outras.
Também são destacados a prevenção
e cuidados no âmbito familiar, reforçan-
do ser imprescindível que os pais ou tu-
tores legais acompanhem as atividades e
companhias de seus filhos menores com
zelo e atenção, sobretudo em relação ao
uso das mídias digitais, assim como o
cultivo de um clima de confiança e diá-
logo com os filhos, de modo que possam
falar com os pais sobre qualquer situação
que lhes pareça anômala nas relações
com os adultos.
O documento pontua que aqueles que
afirmam ter sido vítimas de exploração, de
abuso sexual ou de maus-tratos no âmbito
eclesial, e os seus familiares, têm o direito
de ser recebidos, ouvidos e acompanha-
dos com interesse sincero e verdadeira
caridade pastoral e solidariedade. “O bem
das vítimas e de seus familiares deve ser a
principal prioridade”, reforça.
COMISSÃO ARQUIDIOCESANA
Instituída em 2020, a Comissão Ar-
quidiocesana de Tutela contra Abusos
Sexuais a Menores e Adultos Vulneráveis
atende a uma deliberação do Papa Fran-
cisco na primeira versão do motu proprio
Vos estis lux mundi, cuja versão atualizada
e definitiva foi promulgada em março pas-
sado pelo Pontífice.
Constituída por sacerdotes, religiosos
e leigos das áreas do Direito Canônico,
Direito, Teologia, Pastoral, Psicologia, As-
sistência Social, Educação, entre outras,
a comissão arquidiocesana tem a missão
de acolher as denúncias, levantar o máxi-
mo possível de informações e verificá-las,
para, então, elaborar um parecer à auto-
ridade competente, no caso, o Arcebispo,
que dará o devido encaminhamento, con-
forme se prevê no motu proprio e no regu-
lamento da Comissão.
As Diretrizes enfatizam a importância
da solidariedade para com as vítimas, rea-
firmando que a Arquidiocese “quer estar
ao lado das vítimas, rejeitar toda forma
de violência e abraçar a justiça, sobretudo
quando se trata de menores e de pessoas
que habitualmente têm o uso imperfeito
da razão”.
Os documentos referentes à Tu-
tela de Menores e Adultos Vulne-
ráveis estão disponíveis no link:
https://arquisp.org.br/comissaotutelasp.