SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO

www.arquisp.org.br Ano 68 | Edição 3469 | 18 a 24 de outubro de 2023 www.osaopaulo.org.br | R$ 3,00

Reprodução
Editorial
Laudate Deum: os O diálogo proposto
pelo Papa Francisco em
Edição 06
18 de outubro de
2023

alertas do Papa sobre Em novo documen

reforça a responsa to, Papa documentos socioambientais
bilidade
as mudanças climáticas
Página 4
humana no agrava
mento
da crise climática
Encontro com o Pastor
Na exortação apostólica, publicada no
A ação missionária
dia 4, Francisco ressalta que a crise
faz parte da natureza
climática é um problema social global
da Igreja de Cristo
intimamente ligado à dignidade humana.
Fotos: Vatican Media

Página 2
Leia os pontos centrais do documento e
as primeiras impressões de especialistas.
TEMÁTICA QUE

Espiritualidade
JÁ trata de uma quest
HAVIA SIDO TRA ão secundária ou
TADA ideológica, “mas mundo não é um
NA ENCÍCLICA de
nos prejudica a todo um drama que objet
ção, utilização desen o de explora-
LAUDATO SI’, EM s”.
sem limites. Cons
freada, ambição
É APROFUNDADA2015, idera
lucidez e honestida que “é preciso

Lembremos que o
CRISE GLOBAL
de para reconhe-
PELO PONTÍFIC Reconhecendo que cer a tempo que
o nosso poder e
E gue ou relativize há quem ne-
prog o
NA EXORTAÇÃO global, Francisco
a crise climática resso que geramos estão a seus “progressos
e falimentos”, con-
afirma que os sinai rar-se contra nós vi- siderando que os
APOSTÓLICA

projeto é do Senhor,
da mudança climá s mesmos” (LD 28) acordos firmados
tica e que, pensando pelos países nesse
LAUDATE DEUM forma cada vez mais se impõem de também nas nova s encontros tivera
geraç ões, que pagarão a conta s um baixo nível de m
evidente. imple
Ele salienta que
já não se pode los dano s feitos atualment
e ao meio
pe- porq ue não se estabelece mentação
pôr em dúvida a ram
ambi mecanismos de contr adequa-

mas a missão é nossa

orige ente, todos devem se pergu dos
Fernando Geron mudança climática. m humana da qual ntar: ole, revis

‘Renovemos a alegria de contar com a Mãe de Deus’

o sentido de minh periódica e sançã ão
azzo Papa recorda que
Para explicar, o
nha passagem por a vida, de mi- o das violações.
a concentração dos esta terra? Sobre a próxima
gases com efeito COP28, que ocorr conferência, a
estuf
“Louvai a Deus por
todas as suas cria- que causam o aque a na atmosfera, POLÍTICA INTERNAC erá
em Dubai, nos Emir em novembro,
Página 5
turas”. Com essas cimento global, IONA L ados Árabes Uni-
palavras, o Papa mant eve-se relativame Ao falar sobre a dos, o Papa alime
Francisco começa ao nte estável até respo nsab ilidad nta a confiança na
a exortação apos século XIX. Mas, dos agentes polít e capacidade de o
tólica Laudate Deum - quele século, em em meados da- a crise climática,
icos na luta contr
a ser
cender os seus pequ humano trans-
crise climática, publi (LD), sobre a o progresso indu
coincidência com
a importância dos
o Pontífice ressalta
e pensar grande. enos interesses
outubro. cada em 4 de strial, as emissões acord os Em segui
começaram a aume terais entre os Estad mult ila- apelo para o fim da da, faz um
Dirigindo-se “a todas ntar – e vêm au- os. No entanto, “atitude irrespon-
mentando cada vez

as pessoas
de boa vontade”,
re ao convite feito
o Pontifice recor
-
por São Francis-
co de Assis, cuja
memória litúrgica
foi comemorada
naquela data, para
Liturgia e Vida
mais desde então observa que não sável” que apresenta
é conveniente con-
. fundir o multilater
alismo com uma como ambiental Luciney Martins/O
a questão apenas
, “verde”, romântica
SÃO PAULO
TECNOLOGIA E PODE autoridade mundial muitas vezes ridic ,
O Pontífice tamb R conc entrada em ulari zada por inte-
ém dedica uma uma só pessoa ou resses econômicos.
parte da exortação em uma elite com
apost excessivo poder.
ólica

‘É preciso obedecer
dar continuidade tratar do “paradigm para Francisco ressalta
à reflexão feita na a tecno a MOT IVAÇ ÕES ESPIRITUAIS
encíclica Laudato
si’ (LS), em 2015 tema que já apres
entou na Laudato
crático”, espaços de diálogo, necessidade de Dirigindo-se aos
quando partilhou , e que está na base si’ consulta, arbitra- fiéis católicos, o
sua gem, resolução dos Papa recorda as moti
ocupação pelo cuida profunda pre- do
de degradação ambi processo atual confl
visão. Perante as frequ itos e super- tam da sua fé para vações que bro-

antes a Deus que aos

mum, definindo do da casa co- ental. entes decepções o cuidado do meio
a atual crise climá O Santo Padre, com a ação dos ambi ente.
ca como “um prob ti- basea ndo-se em governos diante
lema social globa grande parte no crise climática, ele da Fran
que está intimamen l teólo go alemão Ro- indica a necessi- cisco lembra que Jesus
te ligado à digni- mano Guardini, dade de uma maio convidar os outro “podia
considera que “o r
dade da vida hum problema maior é sociedade, por meio participação da s a estar atentos

homens’ (At 5,29)

ana”. a ideologia que está beleza que existe à
O Santo Padre refor na base de uma
obsessão: aumentar, zações e moviment de suas organi- Ele próprio vivia
no mundo, porque
cupação com a mud ça que a preo- para além de as instâ
os, pressionando
nente
em contato perm
a-
ança climática ul- toda a imaginaçã ncias competentes para com a natureza e
trapassa uma abord pode r do hom o, o medi das que as uma prest ava-lhe
agem meramente em, para o qual a necessárias sejam atenção cheia de
ecológica e “os efeito dade não humana reali- tomadas. miração” (LD 64). carinho e ad-
climáticas recaem s das alterações
Página 19
é um mero recurso
sobre as pessoas ao seu serviço” (LD CONFERÊNCIAS CLIM Por fim, o Pontífice
mais vulneráveis” 22). ÁTICAS explica que
e, por isso, não se Contrariamente a O Santo Padre Laudate Deum é
tecnocrático, o Papa este paradigma sobre as várias confe
também escreve
“porque um ser hum
o título desta carta
,
afirma que o rências climáticas ano que preten-
realizadas ao longo da tomar o lugar
das décadas, com de Deus torna-se
pior perigo para si o
mesmo” (LD 73).

Festival de evangelização
reúne 60 mil pessoas
em São Paulo
Luciney Martins/O SÃO PAULO

Cardeal Odilo Scherer preside uma das dez missas celebradas no Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora Aparecida, na quinta-feira, dia 12

O dia 12 de outubro, Solenidade de Nossa Senho- participaram das dez missas que foram celebradas,
ra Aparecida, foi marcado por missas nas paróquias uma das quais presidida pelo Cardeal Odilo Pedro
da Arquidiocese e procissões e carreatas pelas ruas Scherer. “Honrar a Maria é reconhecer a obra re-
e praças com a imagem da Padroeira do Brasil. dentora de Deus”, disse o Arcebispo Metropolitano
No Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora de São Paulo.
Aparecida, no Ipiranga, cerca de 50 mil pessoas Páginas 3, 7 e 14 a 18

‘Por favor, não se derrame mais sangue inocente’

Após a oração do Angelus,
no domingo, 15, o Papa Francis-
co voltou a pedir que cessem os
conflitos na Terra Santa e em ou-
tros lugares do planeta, como na
Ucrânia. “Chega! As guerras são
sempre uma derrota, sempre!”,
enfatizou.
Desde que o conflito entre Is-
rael e o grupo terrorista Hamas foi
iniciado, já são mais de 4 mil mor-
tos, incluindo civis, e não há acor-
dos consolidados para a criação
de corredores humanitários. Na
terça-feira, 17, cristãos em todo
mundo fizeram um dia de jejum e
oração pela paz.
Páginas 8 e 9
UNICEF/Hassan Islyeh
O Summer Beats DNJ 2023,
realizado no domingo, 15, na
zona Norte de São Paulo, teve
missa, adoração ao Santíssimo,
pregações e shows musicais.
Página 20
Dom Odilo exorta católicos
à participação no Dia
Mundial das Missões
No domingo, 22, os fiéis são
chamados a refletir sobre a
missionariedade e a participar
da Coleta Missionária.
Israel bombardeia a Faixa de Gaza, após cidades israelenses terem sido atacadas pelo Hamas Página 10
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De onde vêm
os missionários?
CARDEAL
ODILO PEDRO
SCHERER
Arcebispo
metropolitano
de São Paulo
a vida das comunidades cristãs ainda nas a “conservar” o que já realiza- surgem missionários em comunida-
jovens dependem do apoio generoso mos e temos. Os bispos da América des desanimadas e voltadas apenas
e solidário da Igreja inteira. Latina e do Caribe recordaram isso sobre si mesmas e para seus pro-

O
4º Domingo de ou-
tubro é celebrado na
Igreja inteira como
“dia mundial das mis-
sões e da infância missionária”.
Muitas iniciativas são organizadas e
realizadas nas comunidades locais,
envolvendo crianças, jovens e adul-
tos. Entre essas iniciativas, estão os
testemunhos de algum missionário
sobre sua missão, sobre o trabalho
que realiza e sobre as situações que
envolvem seu trabalho. Muitas ou-
tras iniciativas podem ser organi-
zadas, mas é muito importante pro-
mover a consciência missionária
nas comunidades e a oração pelas
missões e os missionários.
Neste dia também é feita a coleta
em favor das missões e da infância
missionária em todas as comunidades
e em todas as celebrações. O que se
recolhe é destinado integralmente às
missões ad gentes, ou seja, às frentes
missionárias no meio dos povos ain-
da não evangelizados ou aos locais aos
quais a Igreja chegou recentemente. É
o caso dos países da África e da Ásia
em geral, mas também de vários pa-
íses da América Latina. Nesses luga-
res e países, o trabalho missionário e
Talvez alguém pense que o tem-
po de “fazer missão” já acabou e que,
agora, basta cultivar a fé nas comuni-
dades já estabelecidas. Isso, porém, é
um grande equívoco, pois a fé cristã,
católica e de outras confissões cristãs,
é professada por um pouco mais de 2
bilhões dos mais de 8 bilhões de habi-
tantes de nosso planeta. Isso significa
que apenas uma de cada 4 pessoas no
mundo está evangelizada. Há mui-
to trabalho missionário a ser feito! Já
lembrava o Papa São João Paulo II na
carta apostólica - Entrando no Novo
Milênio (2001) “que o trabalho mis-
sionário da Igreja, longe de estar con-
cluído, está apenas no começo”.
Não devemos esquecer que a
Igreja existe para a missão e que Je-
sus enviou os discípulos a anunciar
o Evangelho a toda criatura (cf. Mc
16,15) e não apenas a algumas pes-
soas ou povos. A ação missionária
faz parte da natureza da Igreja de
Cristo e se ela deixasse de realizar
seu trabalho missionário, ela deixa-
ria de ser a Igreja que Jesus quis. Por
isso, o dia mundial das missões nos
recorda sempre disso e nos ajuda a
mantermos os “corações ardentes e
os pés a caminho”, sem nos cansar-
mos e sem nos acomodarmos ape-
na Conferência de Aparecida, em
2007: não devemos contentar-nos
em fazer uma pastoral de conserva-
ção, mas é preciso desenvolver uma
pastoral decididamente missionária.
A renovação missionária da Igre-
ja foi tema do nosso sínodo arqui-
diocesano (2017-2023) e nos fez
perceber quanto é vasto o campo
missionário aqui mesmo entre nós,
em São Paulo. Há uma população
crescente que se dizia católica, mas
já deixou de participar da Igreja e de
praticar a fé católica. Mesmo dentro
de nossas comunidades e famílias,
há um grande e desafiador campo
missionário. Além disso, são sem-
pre mais numerosos os que já não
foram mais batizados e os imigran-
tes, que escolheram São Paulo para
morar e viver. A eles também somos
enviados para anunciar o Evangelho
e para os atrair ao encontro de Cris-
to Salvador e da Igreja.
A ação missionária da Igreja nas-
ce de “corações ardentes”, felizes pelo
amor de Deus e de Jesus Cristo que
experimentaram, que amam e valo-
rizam a própria fé e se convencem de
que cada batizado, a partir do muito
que recebeu, também pode e deve
partilhar os preciosos bens da fé. Não
blemas internos. Na Carta Pastoral
pós-sinodal – “Comunhão, partici-
pação e missão”, o tema missionário
perpassa todas as indicações e pro-
postas para a fase pós-sinodal, que
agora vivemos. Uma das orientações
destacava que é preciso “tornar mais
missionárias nossas comunidades
eclesiais”. A preocupação missionária
deve estar presente em todas as paró-
quias e comunidades, em toda orga-
nização pastoral, nas celebrações e na
formação do povo de Deus. Também
já deve estar presente na formação
das crianças e da juventude.
Na mesma Carta Pastoral, re-
cordava-se, como já havia sido dito
muito bem no Documento de Apare-
cida: não será missionário quem não
for discípulo. A boa formação cristã
é imprescindível para crescermos
como comunidades eclesiais missio-
nárias. Não é apenas questão de for-
mação intelectual, mas de aprofun-
damento da experiência do encontro
com Deus por Jesus Cristo e no dom
do Espírito Santo. Podemos esperar
um crescimento da consciência mis-
sionária e da ação missionária so-
mente quando há cristãos fervorosos
e comunidades fervorosas, cheias de
amor de Deus e do próximo.

SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação semanal impressa e online em www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto
• Redator-chefe: Daniel Gomes • Revisão: Padre José Ferreira Filho • Opinião: Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP • Administração e Assinaturas: Maria das Graças Silva (Cássia)
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Cardeal Scherer ordena diáconos dois religiosos rogacionistas

REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br
Em missa na Paróquia São Pedro
Apóstolo, na Região Lapa, os religiosos
da Congregação Rogacionista do Co-
ração de Jesus (RCJ) Marcelo Ferreira
Gonçalves Oliveira e Renan Pinheiro
de Oliveira receberam a ordenação dia-
conal no sábado, 14, pela imposição das
mãos do Cardeal Odilo Pedro Scherer,
Arcebispo de São Paulo.
Entre os concelebrantes estiveram
Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bis-
po Auxiliar da Arquidiocese na Região
Ipiranga; o Padre Geraldo Tadeu Fur-
tado, Superior Provincial dos Rogacio-
nistas; e o Padre João Inácio Rodrigues,
RCJ, Pároco.
Dom Odilo, na homilia, recordou
que os diáconos estão a serviço da Pala-
vra de Deus, da caridade e da evangeli-
zação. Afirmou, ainda, que uma vez que
recebem a ordenação diaconal “serão
diáconos para o resto da vida, como mi-
nistros da caridade”.
“Que a Palavra de Deus habite em
Sacerdos Photo
vocês e que dela fiquem impregnados”,
exortou o Cardeal, que ao final da ho-
milia pediu a Deus que “conceda muitos
frutos à comunidade rogacionista em
seu carisma” que é de servir à Igreja e ao
povo de Deus, trabalhando em favor das
vocações.
BIOGRAFIA E TRAJETÓRIA
O Diácono Marcelo Ferreira é natu-
ral de Cássia (MG). Ele ingressou nos
rogacionistas em 2005, tendo concluí-
do o postulantado. Em 2014, afastou-se
da congregação para cuidar da mãe.
Em 2016, reingressou e no ano seguin-
te foi enviado à cidade de Presidente
Jânio Quadros (BA), para reinserção Dom Odilo preside a ordenação diaconal dos rogacionistas Renan Pinheiro e Marcelo Ferreira
na comunidade religiosa e atividades
pastorais. Fez o noviciado em Brasília Congregação Rogacionista, em 2016, gia na capital paulista. Atualmente, faz
(DF), em 2018, e sua primeira profissão e ingressou no Seminário João Paulo I, o seu ano de estágio pastoral na sede da
religiosa em fevereiro de 2019. Cursou em Passos (MG), para um período de Província Rogacionista São Lucas, em
Teologia na capital paulista até 2022. convivência e conhecimento do caris- São Paulo (SP). Professou os votos per-
Depois, retornou a Presidente Jânio ma. Em 2017, foi para a cidade de Pre- pétuos em agosto último, na cidade de
Quadros onde, em agosto último, pro- sidente Jânio Quadros (BA), onde fez o Jânio Quadros.
fessou os votos perpétuos. postulantado. Realizou o noviciado em Os dois diáconos devem receber a
O Diácono Renan Pinheiro nas- Brasília (DF) e professou os primeiros ordenação presbiteral em abril de 2024.
ceu em Formiga (MG). Conheceu a votos em 2019. Depois, cursou Teolo- (Com informações da revista Rogate)

Dom Odilo preside missa no Mosteiro de Santa Teresa

Karen Eufrosino
Na manhã do domingo, 15, o Cardeal Odilo Pe-
dro Scherer presidiu missa na capela do Mosteiro de
Santa Teresa, na zona Sul de São Paulo, por ocasião
da memória litúrgica de Santa Teresa de Ávila. Fo-
ram concelebrantes o Padre Jorge Bernardes, Pároco
da Paróquia Santa Rita de Cássia, do bairro de Mi-
randópolis; Padre Luiz Carlos Ferreira Tose Filho e
Padre José Luís Zayas y Arancibia, EP. As monjas car-
melitas descalças participaram da missa na clausura.
Na homilia, Dom Odilo destacou a obra de San-
ta Teresa, seus escritos e sabedoria. Falou ainda das
grandes iniciativas missionárias que aconteciam no
período em que a Santa viveu, no século XVI, como
as missões dos jesuítas.
“A própria reforma do Carmelo, empreendida
por Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz, foi um
retorno ao que a Igreja deveria ser, uma vida dedi-
cada à busca de Deus, à oração. Alguns olham as
monjas carmelitas e pensam ‘o que fazem?’ Elas são
o verdadeiro testemunho da oração a Deus e de sua
busca incessante”, disse Dom Odilo. Ao final da ho-
milia, Dom Odilo ressaltou: “A Igreja do nosso tem-
po precisa reviver a missão. Não apenas a missão de
ir às ruas, de casa em casa, ou enviar missionários a
outros países. Precisamos ser também missionários
em nossas casas, os pais precisam evangelizar os fi-
lhos, ajudá-los a se sentir parte da Igreja”.
(Colaborou: Karen Eufrosino, da Pascom Ipiranga)

Lucas Sant’Anna Albertina Cirlei Cunha Paulo Petrachini

Na tarde da quinta-
-feira, 12, Dom Odilo
Pedro Scherer presidiu
missa na Paróquia
Nossa Senhora de
Aparecida, no Jardim
São Paulo, Região
Santana, por ocasião
da solenidade da pa-
droeira. Concelebrou o
Padre Luiz Carlos Fer-
reira Tose Filho e houve
a assistência do Diá-
cono Márcio Cesena.
(por Denilson Rabelo)
Edneia Pereira

No dia 11, o Cardeal Scherer presidiu a

missa de encerramento do novenário em
honra à padroeira da Paróquia Nossa Se-
nhora Aparecida, na Vila Souza, Região
Brasilândia, com a tradicional bênção e tro-
ca do manto da imagem mariana. “Viver a
devoção à Mãe de Deus e nossa é confiar
que ela é nossa intercessora junto ao seu
filho Jesus”, disse na homilia da missa, con-
celebrada pelo Padre Rafael Nolli, Adminis-
trador Paroquial, e assistida pelo Diácono
Paulo Roberto. (por Pascom paroquial)
O Cardeal Scherer, Arcebispo Metropo-
litano de São Paulo, presidiu missa na
Paróquia Nossa Senhora Aparecida,
na Vila Albertina, Região Santana, na
noite da quinta-feira, 12, por ocasião da
solenidade da padroeira. Concelebrou o
Padre Francisco Ferreira da Silva, Pároco,
assistidos pelo Diácono Geraldo Apare-
cido Braga. (por Lene Zuza)
No domingo, 15, aconteceu o 3º dia da Festa da Padroeira da Paróquia Nossa Senho-
ra Mãe e Rainha, no Parque Panamericano, Região Brasilândia, com o tema “Com
a Mãe e Rainha, sejamos missionários da esperança”. A missa foi presidida pelo Car-
deal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, que pela primeira vez esteve na
Paróquia. Concelebraram os Padres Cilto José Rosembach, Paróco, e Ezael Juliatto,
Vigário Paroquial. (por Edneia Pereira)
4 | Ponto de Vista | 18 a 24 de outubro de 2023 |
O Papa e a evangelização pela ecologia
T
anto a Laudato si’ quanto a
Laudate Deum têm por ob-
jetivo denunciar o perigo
do aquecimento global e a
necessidade de ações coordenadas de
todos os países para minimizar seus
efeitos. Francisco, assim, se mantém
fiel a uma postura que acompanha a
Doutrina Social Católica há muito:
dialogar com a ciência, denunciando
os desvios do cientificismo, mas acei-
tando sua capacidade de descrever e
explicar os fenômenos naturais, indi-
cando as melhores soluções técnicas
para os problemas.
Seguindo essa linha, o Papa constata
que os sinais das mudanças climáticas
e de suas consequências são bastante
evidentes em nosso tempo: fenômenos
climáticos extremos, perdas materiais
e tragédias humanas bem noticiadas e
conhecidas. Além disso, a comunidade
científica internacional consegue expli-
car claramente como os gases liberados
pela atividade humana levam ao aque-
cimento global, mas não tem nenhu-
Laudate Deum: Francisco volta ao tema
LUIZ ANTONIO ARAUJO PIERRE
Em 2015, foi publicada a encíclica
Laudato si’, do Papa Francisco, com
a força de uma Rerum Novarum, de
1891, que, à época trouxe a mensagem
sobre a questão trabalhista, levando
os governos a legislar e respeitar estes
direitos e impulsionando a criação da
Organização Internacional do Traba-
lho (OIT), em 1919.
A Laudato si’ trouxe a mensagem
urgentíssima do respeito e cuidado
com a casa comum, com um convite
ao diálogo e ao debate sobre os perigos
que rondam a humanidade, caso não
cuide de uma ecologia integral com
abertura às categorias que transcendem
as ciências exatas ou biológicas. É pre-
ciso ir além disso, ir em direção à pes-
soa e ao respeito à dignidade humana.
Dia 4 de outubro de 2023, Francis-
co volta ao tema, convidando a louvar
a Deus por todas as suas criaturas, e
finaliza o documento lembrando que
“Laudate Deum é o título desta carta,
porque um ser humano que pretenda
tomar o lugar de Deus torna-se o pior
perigo para si mesmo.”
O parágrafo final do documento
remete à preocupação do Papa Fran-
cisco, ao constatar que não estamos
dando real atenção ao apelo de cuidar
da casa comum, à dignidade humana,
pois o impacto das alterações climá-
As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.
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Editorial
ma evidência tão forte para explicar a
origem e a velocidade desse fenômeno.
Daí também a conclusão de que se tor-
na urgente uma transição energética
global para o uso de energias “limpas”.
Abraçar a mudança, pensando no bem
comum e nas futuras gerações não é
uma questão ideológica ou partidária,
é um compromisso moral que nasce de
uma postura realista diante do mundo,
como o Pontífice deixa bem claro nos
dois documentos.
Aliás, é bom lembrar que Bento XVI
também fez alertas com relação às alte-
rações climáticas. No Dia Mundial da
Paz de 2010, promoveu a instalação de
painéis solares no Vaticano e o finan-
ciamento de uma floresta húngara, fa-
zendo do Vaticano o primeiro país a se
tornar neutro em emissões de carbono.
Contudo, existe também um diálo-
go evangelizador tanto na Laudato si’
quanto a Laudate Deum. Num mundo
cada vez secularizado, pragmatista e
individualista, no qual um êxito ma-
terial frequentemente tem um sentido
Opinião
ticas afeta a saúde, a alimentação, a
habitação e todas as condições de vida
da sociedade, em especial dos mais
pobres.
A Laudate Deum aborda: 1) A
crise climática global; 2) O crescente
paradigma tecnocrático; 3) A fragili-
dade da politica internacional; 4) As
conferências sobre o clima: progres-
sos e falimentos; 5) Que se espera da
COP28, em Dubai? 6) As motivações
espirituais.
Quanto à crise climática global,
deve-se observar que há “resistência e
confusão”, uma vez que se tenta desa-
humano e um valor afetivo, o movi-
mento ecológico representa mais do
que uma preocupação com a sobrevi-
vência física do planeta e de todos os
seres vivos: é uma busca por uma or-
ganização da realidade e por uma ra-
cionalidade que possa orientar a vida
das pessoas, algo maior que possa nos
dizer quais caminhos seguirmos para
sermos felizes.
Existe uma evidente afinidade entre
a ecologia, uma visão da realidade que
prega que todas as coisas estão interli-
gadas e as religiões, que procuram reli-
gar o ser humano com o Infinito. Exis-
te, nos movimentos ecológicos mais
autênticos, uma busca por uma espiri-
tualidade perdida no mundo moderno.
Trata-se, ironicamente, de uma busca
pela Lei Natural feita por aqueles que
rejeitaram a Lei Natural...
Nesse contexto, a mensagem de
Francisco representa, para muitos,
mais do que um posicionamento polí-
tico favorável. É uma palavra de sabe-
doria que revela, para além de um certo
Arte: Sergio Ricciuto Conte
creditar o real problema e até mesmo
apresentar conclusões com dados não
científicos, enquanto o aquecimento
global cresce por falta de cumprimen-
to das metas traçadas.
As atitudes muitas vezes a esse
respeito são tão ridículas que “na ten-
tativa de simplificar a realidade, não
falta quem culpe os pobres de terem
demasiados filhos e procure resolver o
problema mutilando as mulheres dos
países menos desenvolvidos” (LD 9).
A tecnocracia usa os recursos na-
turais, tais como o lítio e o silício, como
se eles fossem ilimitados, a partir de
catastrofismo recorrente nos discursos
ambientalistas, a capacidade de olhar
o mundo com amor e ternura, de ver
a esperança sem negar as dificuldades,
de referir-se à beleza deixando claro a
existência de uma Beleza maior. Ele é
o sábio que encanta os jovens e os co-
rações joviais. Para “quem tem ouvidos
para ouvir”, Francisco anuncia – em
seus documentos socioambientais –
um Deus de amor e de ternura capaz de
dar beleza, sentido e esperança à vida e
às lutas do ser humano.
Infelizmente, é a própria comu-
nidade católica que enfraquece essa
mensagem. Num extremo, alguns se
perdem numa querela ideológico-
-partidária e não querem atender aos
apelos papais. No outro extremo, há
os que se deixem fascinar de tal forma
pela adesão de Francisco à luta am-
biental que não percebem a mensagem
espiritual que ele leva a esse movimen-
to. Num extremo ou no outro, tanto o
mundo quanto nosso coração acabam
perdendo algo.
uma obsessão de aumentar o poder do
homem. É preciso repensar a utiliza-
ção do poder, pois “o mundo que nos
rodeia não é um objeto de exploração,
utilização desenfreada, ambição sem
limites.” (LD 25).
Na política internacional, há neces-
sidade de novos procedimentos, com
mais diálogo, consultas, com inclusão
dos mais pobres, para legitimar qual-
quer decisão e para se respeitar os di-
reitos de todos e não só dos mais fortes.
(LD 43).
As conferências sobre o clima com
a participação de cerca de 190 países
desde a do Rio de Janeiro de 1992 não
conseguem alcançar seus objetivos. A
Laudate Deum traz uma síntese de cada
uma delas, concluindo que as posições
de países que cuidam apenas de seus
interesses levam a um baixo nível de
implementação dos acordos firmados.
Todavia, mantém-se uma esperança
na próxima conferência, a COP28.
O Papa Francisco deixa a mensa-
gem: “Convido cada um a acompa-
nhar este percurso de reconciliação
com o mundo que nos alberga e a en-
riquecê-lo com o próprio contributo,
pois o nosso empenho tem a ver com
a dignidade pessoal e com os grandes
valores.” (LD 69).
Luiz Antonio Araujo Pierre é membro do
Movimento dos Focolares, professor, advogado
e bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais
 www.osaopaulo.org.br
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O que esperar de um mundo sem Deus?
LUIZ VIANNA
Não é preciso ser cristão para ter cla-
reza de que o mundo não anda bem. Já
escrevi sobre o motorista de Uber que me
expressou: “O mundo está muito ruim,
mas eu não consigo entender o porquê.”.
Recentemente, obtivemos resposta
unânime, entre quase cem alunos em um
encontro de catequese, ao perguntar quem
discordava da afirmação de que o mundo
estava em grande desordem.
Assim, está claro para todos que algo
saiu do prumo. As afirmações são varia-
das: o ser humano perdeu a mão, estão
todos “muito loucos”.
Como já afirmei, nós, católicos, sabe-
mos bem o porquê. Há muito o homem
decidiu separar-se de Deus, de novo!
Na primeira vez, sabemos bem o que
aconteceu. Nossos primeiros pais segui-
ram o “canto da serpente”, comeram o fru-
to proibido da árvore do conhecimento,
e pela razão tentaram “ser como deuses”.
O resultado foi a expulsão do Paraíso e o
pleno afastamento de Deus, até que Ele
viesse se revelar novamente na história da
salvação.
Mas, apesar do duro castigo, não
aprendemos a lição. No decorrer dos últi-
mos séculos, estamos repetindo o mesmo
erro. O racionalismo novamente tomou
Comportamento
conta do ser humano. Nossa “inteligência”
se rebelou e decidiu superar o espírito e ser
“como deus”.
Nessa onda, o homem, que por séculos
floresceu a sociedade ocidental movido
por seu propósito central da busca pela fe-
licidade verdadeira, deu lugar a uma mis-
tura melancólica de um sentimentalismo
egocêntrico.
Acabamos criando uma sociedade
envolta numa combinação horrenda, um
“hedonismo imediatista”. Juntando o he-
donismo, cujo propósito central da vida é
a busca do prazer, com o imediatismo que
exige que seja obtido num apertar de botões.
O resultado se vê numa juventude
mole, que só pensa em satisfazer prazeres,
profundamente impaciente e altamente vi-
timista, uma combinação nefasta que blo-
queia o despertar de qualquer virtude.
Mas isso não aconteceu de repen-
te. Estamos sendo “catequizados” neste
mantra há tempos com ideias como “o
importante é ser feliz” ou “faça o que te
faz sentir melhor”.
A tecnologia dos dispositivos móveis e
as redes sociais se tornaram um catalisador
para o homem olhar só para si. Nos torna-
mos uma sociedade de pessoas olhando
para um “umbigo retangular” que ampli-
fica o mesmo e velho “canto da serpente”.
Se antes éramos um grupo de pessoas
com vários pontos de vista, agora nos
tornamos um amontoado de arrogantes,
e cada um sabe mais do que o outro. Os
pontos de vista foram substituídos pela
“verdade de cada um”, e vivemos décadas
sendo cozidos nessa panela de pressão do
relativismo.
Agora, ultrapassamos o relativismo e,
segundo os não cristãos, fomos “promovi-
dos” a uma nova fase, como num videoga-
me: a “pós-verdade”. Esse período de nome
esquisito que me faz pensar que estamos
mesmo na fase do anticristo, algo como
que um “pós-Deus”, Ele sim a Verdade.
Nesta nova fase da sociedade, pronta
para um “reset” sem que os bons se mani-
festem, o Mal substituiu o Bem. O mundo
é governado por ímpios, enquanto a cla-
que dos meios de comunicação aplaude.
Nessa festa profana, todos se lambuzam
na mesma lama do pecado coletivo.
Assim, tudo segue o mesmo “canto”. O
cinema não é capaz de contar uma história
sem incluir seus conceitos ideológicos, a
imprensa não é capaz de fazer uma repor-
tagem sobre a morte de bebês sem evitar
adjetivos que ameacem sua causa.
A luz se apagou em todos os lugares.
Não é possível mais se perguntar sobre a
“moral da história” nos contos infantis. A
moral se tornou imoral; o amor de Deus,
intolerância; e a verdade, algo intragável.
Estamos vivendo o que previu com
precisão o apóstolo Paulo em sua segun-
da carta a Timóteo: “Porque virá tempo em
que os homens já não suportarão a sã dou-
trina da salvação. Levados pelas próprias
paixões e pelo prurido de escutar novida-
des, ajustarão mestres para si. Apartarão os
ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas”
(II Timóteo 4,3-4).
Nessa toada, não é de surpreender o
que estamos vendo acontecer: guerras,
desavenças e um mundo violento. Esse é
o mundo de onde Deus foi “expulso” pelo
pecado; um mundo sem olhar para a salva-
ção, mas com metas claras para o pecado.
Como digo: se o mundo se afastou de
Deus, agora é necessário que Ele desapa-
reça. Sua presença nos faz perceber nosso
pecado, e não podemos suportar isso.
Mas se sabemos a causa, sabemos tam-
bém que o remédio chegará em breve,
como disse Maria: “Por fim, o meu Ima-
culado Coração triunfará”. Estejamos aten-
tos, não entremos no “canto da serpente”.
Ao contrário, estejamos em dia com nos-
sos sacramentos e em oração, pois “aque-
le que perseverar até o fim será salvo.”
(Mateus 24,13).
Luiz Vianna é engenheiro, pós graduado em
marketing e CEO da Mult-Connect, uma empresa de
tecnologia. Autor dos livros “Preparado para vencer” e
“Social Transformation e seu impacto nos negócios”, é
também músico e pai de três filhos.

Espiritualidade Você Pergunta

Pensar a missão Na missa, a oração
do Pai-nosso deve ser
cantada ou rezada?
Deus, o povo e o missionário. Não raro, nos
perdemos nas estruturas e formalidades, es-
quecendo que a missão é, essencialmente, so-
DOM CARLOS bre as pessoas. PADRE CIDO PEREIRA
SILVA, O missionário é aquele que se levanta para osaopaulo@uol.com.br

OFMCAP. sair e encontrar o próximo, seguindo os passos

BISPO AUXILIAR Daquele que nos amou primeiro. A missão não A Ana Amélia, de Brasília (DF), pergunta se há alguma regra na
DA ARQUIDIOCESE
NA REGIÃO pertence exclusivamente aos clérigos e religio- Igreja a respeito de se cantar a oração do Pai-Nosso nas missas. Minha
BRASILÂNDIA sos; é um chamado que se estende a todos os co- irmã, no passado, o Pai-nosso era cantado em latim e nas missas sole-
rações fiéis. Desclericalizar a missão é reconhe- nes. Com a reforma litúrgica, o Pai-nosso pode ser rezado ou cantado,

N
o caminho da missão, à luz da Sa-
grada Escritura que nos é revela-
da, encontramos a profunda ver-
dade de que o ponto de partida
de nossa missão é o ser humano, o próximo,
aquele que compartilha conosco a jornada
da vida. Este ser humano, criado à imagem
e semelhança de Deus, é destinado a sair, a se
dirigir ao encontro do diferente, numa busca
constante de comunhão.
Sabemos que o diálogo é um ato plural,
nunca singular. Nele, encontramos a riqueza
da diversidade, que é a essência de reconheci-
mento mútuo. Em cada palavra trocada, em
cada gesto de compreensão, desdobramos
a reciprocidade, que é doar o que temos em
plenitude, sem restrições ou preconceitos.
No cerne desta missão, encontramos a
dimensão antropológica, a compreensão de
que não pode haver missão sem sair, sem ir
ao encontro do outro. Assim como Jesus saiu
dos céus e veio habitar entre nós, a missão é
um processo que acontece na Aliança entre
cer que o próprio Deus a tem em seu coração,
e que somos instrumentos de seu plano divino.
A missão de Jesus, nosso Divino Mestre, foi
a de revitalizar a vida, de renovar o espírito, de
trazer à luz aqueles que estavam na escuridão.
A dinâmica da missão é como o bater constan-
te de um coração, um movimento ininterrupto
de dar e receber, de compartilhar e aprender.
Nesse caminho, o missionário deve traçar
seu mapa, conhecer a direção e o endereço do
próximo, aquele que ele busca conhecer e com-
preender. A missão não é um dever, mas uma
vocação, que está enraizada na essência do ser
humano, na essência de todo cristão, pois o ho-
mem é um ser em saída permanente, sempre
em busca de encontro e redenção.
Lembremos que o projeto é de Deus, mas a
missão é nossa. A Igreja se revela como missio-
nária quando se lança ao mundo em busca de
servir e amar, espalhando a luz do divino amor.
Que a nossa Igreja seja sempre uma “igreja em
saída,” pronta para levar a Boa Nova a todos os
cantos da Terra, cumprindo a missão que nos
foi confiada desde o princípio dos tempos.
com a participação de todo o povo.
O Pai-nosso inicia o rito eucarístico. É uma oração chamada do-
minical e aqui esta palavra nada tem a ver com o domingo. Sim, por-
que é a oração do Senhor. Rezar ou cantar o Pai-nosso é se preparar
para a Santa Comunhão. Os filhos em torno da mesa do altar se diri-
gem ao Pai e lhe fazem os sete pedidos:
1. Santificado seja o vosso nome,
2. Venha a nós o vosso Reino;
3. Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu.
4. O pão nosso de cada dia nos dai hoje;
5. Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem
nos tem ofendido;
6. Não nos deixeis cair em tentação;
7. Mas livrai-nos do mal.
A oração do Pai-nosso se prolonga com o sacerdote dizendo: “li-
vrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados
pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado, e protegi-
dos de todos os perigos, enquanto vivendo a esperança, aguardamos a
vinda do Cristo Salvador”. E o povo irrompe numa declaração bonita:
“Por que vosso é o Reino, o poder e a glória para sempre!”.
Nas missas festivas, na Páscoa semanal que é a celebração da mis-
sa aos domingos, pode-se cantar o Pai-nosso. Soleniza muito mais a
celebração.
É isso, minha irmã. Um abraço fraterno a você.
6 | Publicidade | 18 a 24 de outubro de 2023 | www.osaopaulo.org.br
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Dom Odilo: ‘Honrar a Maria é
reconhecer a obra redentora de Deus’
ARCEBISPO DE SÃO
PAULO PRESIDIU MISSA
NA SOLENIDADE DE
NOSSA SENHORA
APARECIDA,
NO SANTUÁRIO
ARQUIDIOCESANO
FERNANDO GERONAZZO
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
A Solenidade de Nossa Senhora da
Conceição Aparecida atraiu milhares de
fiéis ao santuário arquidiocesano em hon-
ra à Padroeira do Brasil, no Ipiranga, na
quinta-feira, 12.
Cerca de 50 mil pessoas passaram pelo
templo histórico na zona Sul da capital
paulista, para participar de uma das dez
missas celebradas ao longo do dia. Uma
das celebrações, às 10h, foi presidida pelo
Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo
Metropolitano de São Paulo.
A Eucaristia foi concelebrada por di-
versos sacerdotes, entre os quais o Padre
Zacarias José de Carvalho Paiva, Páro-
co e Reitor do Santuário Nossa Senhora
Aparecida.
Na homilia, Dom Odilo meditou a
partir do Evangelho do dia, que narra o
milagre das bodas de Caná, quando Jesus
transforma água em vinho, após a inter-
cessão de sua mãe, que orienta os empre-
gados da festa a fazerem tudo o que seu
filho lhes dissesse.
CHEIA DE GRAÇA
“Nós, católicos, temos um carinho
todo especial para com a Mãe de Deus e
nossa”, afirmou o Arcebispo, recordando
o trecho do tradicional hino cantado pe-
los brasileiros em honra à padroeira.
O Cardeal enfatizou, ainda, que a de-
voção mariana se fundamenta na Sagrada
Escritura, especialmente nos Evangelhos,
que dizem que Deus escolheu a Virgem
Maria, a “cheia de graça”, para ser a mãe
do Salvador.
“O Senhor confiou uma missão muito
TIETÊ ESPERANÇA APARECIDA
Na quinta-feira, 12, Solenidade de Nossa Se-
nhora Aparecida, aconteceu mais uma edição
do projeto Tietê Esperança Aparecida, realiza-
do desde 2004 pelo Padre Palmiro Paes, do cle-
ro arquidiocesano.
A ação, que tem o apoio Arquidiocese de São
Paulo e da Secretaria de Infraestrutura e Meio
Ambiente do Estado de São Paulo, busca cons-
cientizar a população e as autoridades sobre a
urgência da despoluição do Rio Tietê e o resga-
te de suas boas condições naturais.
A atividade começou com missa às 6h na Cape-
la Santo Estêvão, na Região Ipiranga, seguida
do translado da imagem de Nossa Senhora em
carro aberto do Corpo de Bombeiros até a Pon-
te do Piqueri, onde ela foi venerada pelos fiéis
(foto). Depois, a imagem foi transladada até a
Catedral da Sé, sendo solenemente recepcio-
nada pelo Cura da Catedral, o Padre Luiz Eduar-
do Baronto, antes da missa conclusiva, às 11h.
(Colaboraram: Vera Gonçalves e Leandro Silva)
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Uma das missas realizadas no Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora Aparecida é presidida pelo Cardeal Scherer, na quinta-feira, dia 12
grande à mulher que trouxe ao mundo o
Filho de Deus na condição humana. Deus
enviou seu Filho ao mundo, nascido de
uma mulher… Essa mulher é Maria”, afir-
mou, acrescentando que “honrar a Maria
é reconhecer a obra redentora de Deus” e,
por outro lado, não valorizá-la seria me-
nosprezar a ação de Deus.
Recordando outro trecho bíblico,
quando o Senhor crucificado confia sua
mãe ao discípulo amado e este aos cuida-
dos da Virgem Maria, o Arcebispo subli-
nhou que “Maria é mãe da nova humani-
dade redimida por Jesus na cruz”.
Por fim, lembrando as palavras de São
João Paulo II que se referia a Nossa Se-
nhora como “Mestra da escola do Evan-
gelho”, Dom Odilo exortou: “Renovemos
a nossa alegria de contar com a Mãe de
Deus na nossa Igreja”.
FESTIVIDADE
As festividades no Santuário Nossa
Senhora Aparecida começaram no dia
3, com a novena preparatória. No dia da
padroeira, a primeira missa foi realizada
às 5h30.
Além das celebrações, houve atendi-
mentos de Confissões e bênçãos aos fiéis e
aos objetos sacros durante todo o dia. No
pátio do Santuário, ocorreu a tradicional
quermesse, com barracas típicas.
www.arquisp.org.br | 18 a 24 de outubro de 2023 | Reportagem/Geral | 7
Às 17h, aconteceu a procissão pelas
ruas do bairro com a imagem de Nossa
Senhora Aparecida.
SANTUÁRIO ARQUIDIOCESANO
Elevada à categoria de santuário ar-
quidiocesano em 2017 pelo Cardeal Sche-
rer, a igreja matriz da Paróquia Nossa
Senhora Aparecida tem sua história es-
treitamente ligada ao Santuário Nacional
de Aparecida, quando a Arquidiocese de
São Paulo recebeu uma imagem peregri-
na da Padroeira para a realização do IV
Congresso Eucarístico Nacional, entre 4 e
7 de setembro de 1942.
Após o Congresso, a imagem foi le-
vada em procissão até a Várzea do Ipi-
ranga, onde o então Arcebispo de São
Paulo, Dom José Gaspar d’Afonseca e
Silva, abençoou a pedra fundamental
da futura igreja dedicada à Padroeira do
Brasil. Em 19 de setembro daquele ano,
foi criada a Paróquia.
Nas paredes laterais do templo está re-
gistrada toda a história, por meio de pin-
turas em azulejo. De um lado, o encontro
da imagem de Nossa Senhora, no rio Pa-
raíba do Sul, em 1717. Do outro, a cons-
trução da igreja, com a bênção da pedra
fundamental, além de uma homenagem
às muitas pessoas que ajudaram a cons-
truir a igreja.
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Luciney Martins/O SÃO PAULO
No decreto de aprovação do Santuá-
rio, Dom Odilo destacou esse templo tem
a missão de ser um centro de propagação
da fé e da devoção à Padroeira do Brasil
na metrópole.
“O Santuário possui um grande valor
simbólico e a piedade popular, verdadeira
ação missionária espontânea do povo de
Deus, encontra nele um espaço privilegia-
do para sua manifestação”, acrescentou o
Arcebispo, na ocasião.
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Diariamente, no site do jornal O SÃO
PAULO, você pode acessar notícias
sobre a Igreja e a sociedade em São
Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir,
algumas notícias e artigos publica-
dos recentemente.
40º aniversário do Código de
Direito Canônico é tema de
simpósio em SP
https://curtlink.com/6YhP
Dia de Oração e Jejum pela
paz na Terra Santa conta com
missas e orações
https://curtlink.com/8pKQ
Sínodo, Hollerich: A Internet é
um novo território de missão,
os jovens devem nos conduzir
https://curtlink.com/T3H3
Francisco a crianças em
livro: ‘As guerras são sempre
erradas’
https://curtlink.com/yvWt
SP anuncia aumento de 85%
dos repasses para a saúde dos
municípios em 2024
https://curtlink.com/U6HO
Por que os católicos veneram
a Mãe de Deus?
https://curtlink.com/4b8
8 | Reportagem | 18 a 24 de outubro de 2023 |
Em meio ao conflito, cristãos
se unem pela paz na Terra Santa
FERNANDO GERONAZZO
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
“Um sinal muito bonito de unidade de
toda a comunidade cristã”. Com essas pa-
lavras, o Cardeal Pierbattista Pizzaballa,
Patriarca Latino de Jerusalém, definiu o
Dia de Oração e Jejum pela Paz na Terra
Santa, realizado na terça-feira, 17.
Atendendo ao pedido do Patriarca,
em nome dos bispos da Terra Santa e
em comunhão com os apelos do Papa
Francisco, dioceses de todo o mundo
se uniram para pedir o fim dos confli-
tos que, até o fechamento desta edição,
já tinham deixado mais 4,4 mil mortos,
sendo cerca de 3 mil palestinos e 1,4 mil
israelenses, a maioria civis.
“A dor e a consternação pelo que está
acontecendo são grandes. Mais uma vez,
nos encontramos em meio a uma crise
política e militar. Fomos subitamente ar-
remessados em um mar de violência sem
precedentes. O ódio, que infelizmente já
presenciamos por muito tempo, aumen-
tará ainda mais, e a espiral de violência
continuará causando mais destruição”,
manifestou o Cardeal Pizzaballa, na men-
sagem publicada no sábado, 14.
Em uma reunião on-line organizada
com jornalistas pela associação interna-
cional Iscom, o Patriarca classificou o ata-
que dos extremistas islâmicos do Hamas
no dia 7 como “injustificável, incompre-
ensível e inaceitável” e expressou seu te-
mor por um possível ataque terrestre de
Israel à Faixa de Gaza, manifestando sua
preocupação com um conflito que pode-
ria se espalhar e se tornar “regional”.
‘ESTAMOS PRONTOS’
O Cardeal Pizzaballa, que vive na Ter-
ra Santa há mais de 30 anos, como missio-
nário Franciscano, também manifestou
sua preocupação com os reféns israelen-
ses, especialmente as crianças, em poder
do Hamas. Ele não hesitou em declarar
que está pronto para se oferecer pessoal-
mente em troca das crianças que estão nas
mãos do Hamas.
“Se isso puder trazer liberdade, trazer
essas crianças de volta para casa, não há
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Cristãos participam do Dia de Oração e Jejum pela Paz na Basílica da Anunciação e no Santuário da Sagrada Família de Nazaré, no dia 17
problema. De minha parte, disponibilida-
de absoluta... É necessário encontrar uma
saída, encontrar uma maneira de liber-
tar os reféns. Temos que fazer isso. Caso
contrário, será muito difícil interromper
esses acontecimentos. Estamos disponí-
veis, também podemos nos comprome-
ter, estamos prontos, tudo o que puder
restaurar um mínimo de calma, estamos
prontos”, reiterou.
O Purpurado alertou para o risco de
esse confronto se transformar em um
conflito de civilizações. “Obviamente,
é importante evitar esse apelo às armas
para um choque de civilizações, porque
nada de bom resultará disso. A Terra San-
ta sempre foi um lugar onde o Oriente e o
Ocidente se encontram e se chocam, um
lugar de atrito”, observou, advertindo so-
bre o perigo de que a devastação se espa-
lhe também para a Cisjordânia.
CRISTÃOS EM GAZA
Ao todo, cerca de mil cristãos vivem
em Gaza. O Patriarcado Latino de Jeru-
salém informou que essas pessoas estão
reunidas nos complexos das igrejas em
Gaza, sendo 500 na Igreja Católica Roma-
na, outras 400 no abrigo na Igreja Orto-
doxa Grega. Cerca de 300, tanto cristãos
quanto muçulmanos, estão abrigados na
organização ecumênica cristã YMCA,
que tem o compromisso de apoiar prin-
cipalmente os jovens. Todos eles estão na
parte Norte da Faixa, de onde devem sair,
conforme o exército israelense.
Segundo a Fundação Pontifícia Aju-
da à Igreja que Sofre (ACN em inglês),
mesmo com o término do ultimato de
evacuação da Faixa de Gaza dado por Is-
rael, as Irmãs do Rosário decidiram ficar
na região, na única paróquia católica, que
também é um convento. Elas abandona-
ram a escola e estão agora na paróquia ca-
tólica da Sagrada Família, em Gaza. “Não
iremos. As pessoas não têm nada, nem
as coisas básicas; para onde devemos ir?
Para morrer na rua? Temos idosos, as ir-
mãs de Madre Teresa também estão aqui,
com pessoas com deficiência múltipla e
idosos. Precisamos de remédios. Muitos
hospitais estão destruídos. Para onde de-
vemos ir?”, disse Irmã Nabila Saleh, em
telefonema à ACN.
Christian Media Center/Custódia Terrae Sanctae
O Padre Gabriel Romanelli, um dos
dois sacerdotes da Paróquia de Gaza para
os Católicos Romanos, originário da Ar-
gentina, disse que os paroquianos não
tinham outra opção senão ficar. Ele apela
para a abertura dos corredores humani-
tários necessários ao bem dos milhares
de civis, à cessação dos bombardeamen-
tos de Gaza, à libertação dos reféns isra-
elenses e ao tratamento dos milhares de
feridos.
“Pedimos corajosamente a paz em
Gaza, em toda a Palestina e em Israel, para
que um raio de esperança possa se abrir
para todos os nossos povos”, disse o Páro-
co à agência SIR.
EM NAZARÉ
Na Basílica da Anunciação e no San-
tuário da Sagrada Família de Nazaré, o
Dia de Oração e Jejum pela Paz começou
em frente à gruta da anunciação, às 8h
local, com a exposição do Santíssimo Sa-
cramento, seguida da récita do Rosário, o
Angelus e o Terço da Divina Misericórdia.
À noite, houve uma missa presidida
por Dom Rafiq Nahra, Vigário Patriarcal
para Israel e Bispo Auxiliar do Patriarca-
do Latino de Jerusalém, e concluída com
a Coroa de São José.
“É um bom sinal ver como todos aqui
em Nazaré responderam ao apelo: além
do nosso programa, há também outras
iniciativas que foram organizadas por co-
munidades e grupos religiosos presentes
na cidade, por exemplo, o da italiana Fa-
tebenefratelli hospital. Não vamos parar
de orar. Graças a Deus, não houve con-
frontos entre os habitantes (em sua maio-
ria árabes) da cidade ‘baixa’ de Nazaré,
onde está localizado o santuário, e a cida-
de alta (Nazaré Illit, que agora se chama
Nof HaGalil), onde sabemos que residem
principalmente israelenses”, relatou o Frei
Wojciech Bołoz, Guadião da Basílica da
Anunciação, ao Christian Media Center.
(Com informações de CMS/Terra Santa, SIR e ACN)

Chega de derramar sangue inocente!
SÃO PALAVRAS DO
PAPA FRANCISCO
SOBRE A ESCALADA
DO CONFLITO ENTRE
ISRAEL E O HAMAS
FILIPE DOMINGUES
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO, EM ROMA
Manifestando dor e pesar pelo agra-
vamento do conflito entre israelenses
e palestinos na Faixa de Gaza, o Papa
Francisco pediu urgência na criação
de corredores humanitários para so-
correr a população civil. Após a oração
do Angelus, no domingo, 15, ele disse:
“Irmãos e irmãs, já morreram muitís-
simos. Por favor, não se derrame mais
sangue inocente, nem na Terra Santa
nem na Ucrânia ou qualquer outro lu-
gar! Chega! As guerras são sempre uma
derrota, sempre!”
Francisco afirmou que pensa, em
especial, nas crianças e nos idosos.
Pediu a libertação de reféns. “Peço
com força que as crianças, os doentes,
os idosos, as mulheres e todos os civis
não sejam vítimas do conflito. Res-
peite-se o direito humanitário, sobre-
tudo em Gaza”, completou. “A oração
é a força suave e santa para se opor à
força diabólica do ódio, do terroris-
mo e da guerra.”
CRISE HUMANITÁRIA
No dia 7 de outubro, o Hamas, gru-
po armado islâmico e radical que con-
trola o território palestino da Faixa de
Gaza, invadiu o território israelense de
surpresa. Foram lançados mísseis e, por
terra, milicianos do Hamas mataram e
sequestraram civis em Israel. O Hamas
tem como objetivo principal a completa
‘As guerras são sempre uma derrota, sempre!’, enfatiza Francisco; atual conflito entre Israel e Hamas já deixou mais de 4 mil mortos
eliminação do Estado de Israel, gover-
nando a Faixa de Gaza com métodos
violentos e autoritários.
Estima-se que 1,4 mil israelenses te-
nham sido mortos no atentado terroris-
ta que vem sendo descrito como o pior
da história de Israel. Em resposta, Israel
fechou as fronteiras da Faixa de Gaza e
cortou o acesso a água, alimentos e ener-
gia elétrica. Na contra-ofensiva, pelo me-
nos 3 mil palestinos já foram mortos na
Faixa de Gaza.
A resposta de Israel vem sendo dis-
cutida entre autoridades da comunida-
de internacional, pois, embora tenha o
direito de se defender das ameaças do
Hamas, o uso da força e os métodos para
assumir o controle de Gaza podem ter
sido desproporcionais do ponto de vista
humanitário.
Nesse contexto, o Papa convocou
toda a Igreja e todas as pessoas de fé, a
rezar e jejuar na terça-feira, 17. Ele tam-
bém recordou outros conflitos armados
em curso, como, por exemplo, na região
no Sul do Cáucaso, disputada por Armê-
nia e Azerbaijão.
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VATICANO DISPOSTO A MEDIAR
No momento atual, é quase impos-
sível falar em diálogo e mediação entre
Israel e o Hamas, mas a Santa Sé está dis-
posta a assumir o papel de pacificador, se
lhe for dada essa chance. Assim afirmou
o Cardeal Pietro Parolin, Secretário de
Estado, em entrevista às mídias oficiais
do Vaticano. Ele definiu o atentado do
Hamas contra Israel como “desumano”,
mas pediu “proporcionalidade” na práti-
ca do direito de legítima defesa por parte
de Israel.
“A Santa Sé exprime total e firme
condenação”, disse. “É necessário recu-
perar o sentido da razão, abandonar a
lógica cega do ódio e rejeitar a violência
como solução”, declarou.
Como a maior parte da comunidade
internacional, a Santa Sé defende que a
resolução última do conflito entre Israel
e Palestina – o que inclui outro territó-
rio palestino, a Cisjordânia, controlada
pela Autoridade Palestina, rival política
do Hamas – é a criação de dois Estados,
um isralense e um palestino. Essa solu-
ção “lhes permitiria viver lado a lado, em
ONU News/Ziad Taleb
paz e segurança, indo ao encontro das
aspirações de grande parte” dos povos da
região.
O Cardeal Parolin insistiu que o Ha-
mas deve libertar os reféns e que Israel
não deve colocar em maior risco a vida
dos civis palestinos que vivem na Faixa
de Gaza. A Santa Sé também está dispos-
ta a manifestar “proximidade espiritual e
material”, comentou. Entre os habitantes
de Gaza, há 150 famílias católicas, recor-
dou. “E quando um membro sofre, toda
a Igreja sofre.”
Outro cardeal, o Patriarca Latino de
Jerusalém, Dom Pierbattista Pizzaballa,
disse, em encontro on-line com jorna-
listas, que a barbárie promovida pelo
Hamas é “injustificável e inaceitável”.
Também se mostrou preocupado com
o peso da resposta de Israel e o risco de
que o confronto se espalhe além de Gaza.
Para resgatar os reféns sequestrados pelo
Hamas, ele se diz disposto a entrar na
negociação para salvá-los, e até mesmo a
se oferecer para trocar de lugar com eles.
“Mas é muito difícil dialogar com o Ha-
mas”, lamentou.
10 | Geral | 18 a 24 de outubro de 2023 |
Cardeal Scherer exorta católicos à
participação no Dia Mundial das Missões
REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br
No domingo, 22, será celebrado o
Dia Mundial das Missões, este ano com
o tema “Corações ardentes, pés a cami-
nho”, inspirado na passagem bíblica dos
discípulos de Emaús (cf. Lc 24,13-35).
Em mensagem para a data, o Papa
Francisco afirma que “a imagem de pôr
os ‘pés a caminho’ recorda-nos mais
uma vez da validade perene da missio
ad gentes, a missão confiada pelo Senhor
ressuscitado à Igreja: evangelizar toda a
pessoa e todos os povos até os confins da
terra”.
Na ocasião, acontecerá em todo o
mundo a Coleta Missionária, pela qual
será possível ajudar projetos de missão
de mais de 1,1 mil dioceses.
Em mensagem enviada aos padres e
diáconos da Arquidiocese de São Paulo,
na segunda-feira, 16, o Cardeal Odilo
Pedro Scherer ressaltou que “o campo
missionário da Igreja ainda é imenso e
basta recordar que, dos mais de 8 bilhões
de habitantes da Terra, os cristãos não
passam de 2 bilhões. Isso significa que
três de cada quatro pessoas ainda não
conheceram o Evangelho”.
Dom Carlos Lema: ‘Ser professor é um dom e uma tarefa recebida de Deus’
DANIEL GOMES
osaopaulo@uol.com.br
Em comemoração ao Dia do Profes-
sor, festejado em 15 de outubro, o Vica-
riato Episcopal para a Educação e a Uni-
versidade da Arquidiocese de São Paulo
promoveu uma missa em ação de graças
na tarde da segunda-feira, 16, na Cate-
dral da Sé.
A Eucaristia foi presidida por Dom
Carlos Lema Garcia, Vigário Episcopal
para a Educação e a Universidade, ten-
do como concelebrantes sacerdotes que
atuam no ambiente educacional. Partici-
param estudantes, professores, diretores
e membros da Secretaria Municipal de
Educação de São Paulo, bem como re-
presentantes do corpo diretivo do Cen-
tro Universitário Assunção (Unifai), da
PUC-SP, da Faculdade de São Bento e
da Faculdade Paulus de Tecnologia e Co-
municação (Fapcom).
UMA VOCAÇÃO
Na homilia, Dom Carlos Lema des-
tacou que todo mundo guarda na lem-
brança as vivências e os aprendizados
com professores, e não são poucas as
pessoas que relatam ter discernido um
caminho profissional a partir do diálogo
com seus educadores.
Nesse sentido, o Bispo enfatizou que
“ser professor não é apenas uma profis-
são, é um chamado, uma vocação, um
dom e uma tarefa recebida de Deus para
formar as gerações”. Ele ressaltou que
www.osaopaulo.org.br
www.arquisp.org.br
Coleta Missionária será realizada em todas as missas neste fim de semana, dias 21 e 22
O Arcebispo de São Paulo também
lembrou que “além dos povos ainda não
evangelizados, há uma premente neces-
sidade de evangelizar de novo aqueles
que já haviam sido evangelizados e vol-
taram a ficar longe do Evangelho”.
“A assembleia do Sínodo, que acon-
tece em Roma neste mês, tem uma forte
conotação missionária: a Igreja sinodal
precisa ser missionária, para ser fiel ao
mandato de Cristo. E a missão deve
ser assumida por todos os batizados.
Também nosso sínodo arquidiocesano
teve uma forte orientação missionária:
precisamos de uma verdadeira ‘con-
Dom Carlos Lema Garcia com professores e estudantes após a missa na Catedral da Sé, dia 16
quando o professor vive bem esta voca-
ção “supera-se a tentação de reduzir o
ensino a uma meta pragmática, limitada
ao retorno econômico e a considerar a
escola e a faculdade por uma visão pro-
dutivista ou utilitarista”.
A EXEMPLO DO MESTRE JESUS
Dom Carlos lembrou que em muitas
passagens do Evangelho, Jesus é chama-
do de Mestre, dada a sua “didática” em
atrair as pessoas, conjugando sua Palavra
com a coerência de seus atos.
“O Papa Francisco insiste que a co-
erência de vida é uma grande exigência
ao professor, uma vez que não poderá
ensinar aquilo que não vive; e dizer o
que é certo, mas não fazê-lo. Os profes-
sores têm que desejar se parecer com
Jesus neste esforço de ir à frente, com
Pontifícias Obras Missionárias
versão missionária’ em nossa pastoral
ordinária, indo além da preocupa-
ção pela mera conservação do que já
alcançamos”.
Na carta, Dom Odilo recorda a todos
que o Dia Mundial das Missões e da In-
fância Missionária “é uma bela ocasião
para abordar a questão missionária nas
celebrações e em outras iniciativas das
comunidades paroquiais e de todas as
outras expressões de vida eclesial orga-
nizada: pastorais, movimentos associa-
ções, novas comunidades e outras”.
Dom Odilo também diz ser oportu-
no que em cada paróquia se faça uma
Luciney Martins/O SÃO PAULO
uma vida coerente, arrastando seus
alunos para o caminho do bem”, enfa-
tizou o Bispo.
JAMAIS DESANIMAR
O Prelado também lembrou que a
Igreja tem dado permanente contribui-
ção ao mundo da educação, e exortou
que os professores não desanimem pe-
rante as dificuldades que encontram
– como a quantidade de aulas a dar, os
desafios em ensinar em uma metrópole
como São Paulo, os grandes deslocamen-
tos para chegar à escola ou mesmo a falta
de motivação dos alunos.
Por fim, dirigindo-se aos professores
católicos, exortou: “Professores, educa-
dores, quando vocês entram em uma
sala de aula, estão cumprindo uma mis-
são divina, uma vocação dada por Deus”.
reflexão sobre os desafios missionários
em âmbito paroquial. Aponta, ainda, que
uma das ações possíveis é a de se iniciar
grupos da Infância e da Juventude Mis-
sionária em cada paróquia.
O Cardeal explica que no Domingo
das Missões, “as coletas de todas as ce-
lebrações devem ser repassadas integral-
mente para a Cúria”; pede aos padres e
diáconos que incentivem os fiéis “à par-
tilha generosa com as missões”; e destaca
que o fruto da coleta “é repassado pela
Arquidiocese à Nunciatura Apostólica,
para que chegue ao Dicastério para a
Evangelização, na Santa Sé, encarregado
pelo Papa de cuidar da Igreja ‘nos paí-
ses e lugares de missão’. Com os valores
ofertados pelos fiéis, são sustentados os
trabalhos de numerosos missionários,
de dioceses, prelazias, seminários, casas
religiosas etc nos países da África, Ásia
e em vários países da América Latina.
Nesses lugares, a Igreja geralmente ainda
é jovem e pobre e não dispõe de recursos
para o seu trabalho missionário e pas-
toral. Ela depende, da partilha genero-
sa dos irmãos na fé de outras partes do
mundo”.
Saiba mais sobre a Coleta Missionária em:
https://pom.org.br/campanhamissionaria.
O TESTEMUNHO DE DOIS
PROFESSORES CATÓLICOS
“O ensino religioso tem a ár-
dua tarefa de religar os jovens,
mostrar significado e propor-
cionar experiências palpáveis.
Sinto-me chamado a viver mi-
nha vocação sendo provoca-
do pelas reações ou mesmo
a falta delas, buscando cons-
tantemente inspiração do Es-
pírito Santo para encontrar a
metodologia e o novo caminho
a ser trilhado e, acima de tudo,
nunca tirando Jesus Cristo do
foco do trabalho”.
Cléber Rodrigo Cordeiro, professor de
Ensino Religioso no Colégio Santa Catarina
de Sena e Colégio FraNSCarmo
“O testemunho cristão no co-
tidiano do meu trabalho se dá
no trato respeitoso com meus
alunos e colegas, na respon-
sabilidade com os compro-
missos assumidos, no preparo
das aulas, sempre buscando
dar o melhor, numa vida coti-
diana impregnada de oração e
da presença de Deus, que vai
me capacitando a ser fiel à mi-
nha missão na sociedade”.
Magna Celi Mendes da Rocha, pedagoga,
mestra e doutora em Educação; é professora
convidada da Faculdade de Teologia da PUC-SP
e do Centro Universitário Ítalo-Brasileiro

Fotos: Vatican Media
TEMÁTICA QUE JÁ
HAVIA SIDO TRATADA
NA ENCÍCLICA
LAUDATO SI’, EM 2015,
É APROFUNDADA
PELO PONTÍFICE
NA EXORTAÇÃO
APOSTÓLICA
LAUDATE DEUM
Fernando Geronazzo
“Louvai a Deus por todas as suas cria-
turas”. Com essas palavras, o Papa
Francisco começa a exortação apos-
tólica Laudate Deum (LD), sobre a
crise climática, publicada em 4 de
outubro.
Dirigindo-se “a todas as pessoas
de boa vontade”, o Pontifice recor-
re ao convite feito por São Francis-
co de Assis, cuja memória litúrgica
foi comemorada naquela data, para
dar continuidade à reflexão feita na
encíclica Laudato si’ (LS), em 2015,
quando partilhou sua profunda pre-
ocupação pelo cuidado da casa co-
mum, definindo a atual crise climáti-
ca como “um problema social global
que está intimamente ligado à digni-
dade da vida humana”.
O Santo Padre reforça que a preo-
cupação com a mudança climática ul-
trapassa uma abordagem meramente
ecológica e “os efeitos das alterações
climáticas recaem sobre as pessoas
mais vulneráveis” e, por isso, não se
Em novo documento, Papa
reforça a responsabilidade
humana no agravamento
da crise climática
trata de uma questão secundária ou
ideológica, “mas de um drama que
nos prejudica a todos”.
CRISE GLOBAL
Reconhecendo que há quem ne-
gue ou relativize a crise climática
global, Francisco afirma que os sinais
da mudança climática se impõem de
forma cada vez mais evidente.
Ele salienta que já não se pode
pôr em dúvida a origem humana da
mudança climática. Para explicar, o
Papa recorda que a concentração dos
gases com efeito estufa na atmosfera,
que causam o aquecimento global,
manteve-se relativamente estável até
ao século XIX. Mas, em meados da-
quele século, em coincidência com
o progresso industrial, as emissões
começaram a aumentar – e vêm au-
mentando cada vez mais desde então.
TECNOLOGIA E PODER
O Pontífice também dedica uma
parte da exortação apostólica para
tratar do “paradigma tecnocrático”,
tema que já apresentou na Laudato si’
e que está na base do processo atual
de degradação ambiental.
O Santo Padre, baseando-se em
grande parte no teólogo alemão Ro-
mano Guardini, considera que “o
problema maior é a ideologia que está
na base de uma obsessão: aumentar,
para além de toda a imaginação, o
poder do homem, para o qual a reali-
dade não humana é um mero recurso
ao seu serviço” (LD 22).
Contrariamente a este paradigma
tecnocrático, o Papa afirma que o
mundo não é um objeto de explora-
ção, utilização desenfreada, ambição
sem limites. Considera que “é preciso
lucidez e honestidade para reconhe-
cer a tempo que o nosso poder e o
progresso que geramos estão a vi-
rar-se contra nós mesmos” (LD 28)
e que, pensando também nas novas
gerações, que pagarão a conta pe-
los danos feitos atualmente ao meio
ambiente, todos devem se perguntar:
qual o sentido de minha vida, de mi-
nha passagem por esta terra?
POLÍTICA INTERNACIONAL
Ao falar sobre a responsabilidade
dos agentes políticos na luta contra
a crise climática, o Pontífice ressalta
a importância dos acordos multila-
terais entre os Estados. No entanto,
observa que não é conveniente con-
fundir o multilateralismo com uma
autoridade mundial concentrada em
uma só pessoa ou em uma elite com
excessivo poder.
Francisco ressalta a necessidade de
espaços de diálogo, consulta, arbitra-
gem, resolução dos conflitos e super-
visão. Perante as frequentes decepções
com a ação dos governos diante da
crise climática, ele indica a necessi-
dade de uma maior participação da
sociedade, por meio de suas organi-
zações e movimentos, pressionando
as instâncias competentes para que as
medidas necessárias sejam tomadas.
CONFERÊNCIAS CLIMÁTICAS
O Santo Padre também escreve
sobre as várias conferências climáticas
realizadas ao longo das décadas, com
Edição 06
18 de outubro de 2023
seus “progressos e falimentos”, con-
siderando que os acordos firmados
pelos países nesses encontros tiveram
um baixo nível de implementação
porque não se estabeleceram adequa-
dos mecanismos de controle, revisão
periódica e sanção das violações.
Sobre a próxima conferência, a
COP28, que ocorrerá em novembro,
em Dubai, nos Emirados Árabes Uni-
dos, o Papa alimenta a confiança na
capacidade de o ser humano trans-
cender os seus pequenos interesses
e pensar grande. Em seguida, faz um
apelo para o fim da “atitude irrespon-
sável” que apresenta a questão apenas
como ambiental, “verde”, romântica,
muitas vezes ridicularizada por inte-
resses econômicos.
MOTIVAÇÕES ESPIRITUAIS
Dirigindo-se aos fiéis católicos, o
Papa recorda as motivações que bro-
tam da sua fé para o cuidado do meio
ambiente.
Francisco lembra que Jesus “podia
convidar os outros a estar atentos à
beleza que existe no mundo, porque
Ele próprio vivia em contato perma-
nente com a natureza e prestava-lhe
uma atenção cheia de carinho e ad-
miração” (LD 64).
Por fim, o Pontífice explica que
Laudate Deum é o título desta carta,
“porque um ser humano que preten-
da tomar o lugar de Deus torna-se o
pior perigo para si mesmo” (LD 73).
2| Laudato si’ – Por uma Ecologia Integral |
Laudate Deum: uma exortação que
conscientiza e propõe ações concretas
Daniel Gomes
Na recém-lançada exortação apos-
tólica Laudate Deum (LD), o Papa
Francisco enfatiza as causas huma-
nas para a ocorrência das mudanças
climáticas e alerta sobre os impactos
que isso já tem trazido e que poderão
permanecer para as gerações futu-
ras. Apresentamos a seguir os pontos
centrais do documento, cuja íntegra
pode ser lida por meio do link a se-
guir: https://bit.ly/Laudatedeum.
POR QUE DECIDIU ESCREVÊ-LA?
Inicialmente, o Papa comenta que
passados oito anos da publicação da
encíclica Laudato si’, “dou-me conta
de que não estamos a reagir de modo
satisfatório, pois este mundo que nos
acolhe, está-se fragmentando e tal-
vez aproximando de um ponto de
ruptura. Independentemente desta
possibilidade, não há dúvida de que
o impacto da mudança climática
prejudicará cada vez mais a vida de
muitas pessoas e famílias. Sentire-
mos os seus efeitos em termos de
saúde, emprego, acesso aos recursos,
habitação, migrações forçadas e em
outros âmbitos” (LD2). “Trata-se de
um problema social global que está
intimamente ligado à dignidade da
vida humana” (LD 3).
NEGAÇÃO DOS SINAIS
EVIDENTES DA CRISE CLIMÁTICA
Dos parágrafos 5 ao 10, o Papa
fala dos sinais evidentes de uma crise
climática global, tais como os perío-
dos de calor anormal, secas, inunda-
ções, aumento do nível do mar, des-
gelo nos polos glaciais, enxugamento
de lagos e populações eliminadas por
maremotos. Ele lamenta, no entanto,
que haja quem negue ou relativize
estas evidências – “citam dados su-
postamente científicos, como o fato
de que o planeta sempre teve e conti-
nuará a ter períodos de arrefecimento
e aquecimento” (LD 6) – e refuta os
argumentos daqueles que até reco-
nhecem o problema, mas dizem que
a substituição de combustíveis fósseis
por formas mais limpas de energia irá
impactar os postos de trabalho – “o
que está a acontecer é que milhões de
pessoas perdem o emprego devido às
diversas consequências da mudança
climática (...) a transição para formas
renováveis de energia, quando bem
gerida, assim como os esforços para
se adaptar aos danos das alterações
climáticas, são capazes de gerar inú-
meros postos de trabalho em diferen-
tes setores” (LD 10).
DESINTERESSE DAS
POTÊNCIAS SOBRE O TEMA
Dos parágrafos 11 ao 14, o Papa se
detém sobre as causas humanas para
as mudanças climáticas: “É impossível
esconder a coincidência destes fenô-
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menos climáticos globais com o cres- mente um limite e o contenham den- promessas ilusórias, torna impossível
cimento acelerado das emissões de tro de um lúcido domínio de si’ [LS qualquer preocupação sincera com
gases com efeito estufa, sobretudo a 105]. Não é de estranhar que um po- a casa comum e qualquer cuidado
partir de meados do século XX. A es- der tamanho em tais mãos seja capaz pela promoção dos descartados da
magadora maioria dos estudiosos do de destruir a vida, já que a matriz de sociedade” (LD 31).
clima defende esta correlação, sendo pensamento própria do paradigma
mínima a percentagem daqueles que tecnocrático nos cega, não nos per- REDESENHAR O
tentam negar esta evidência. Infeliz- mitindo ver este gravíssimo problema MULTILATERALISMO
mente, a crise climática não é pro- da humanidade atual” (LD 24). Embora ressalte que para haver
priamente uma questão que interes- Contrariamente a este paradig- um progresso sólido e duradouro
se às grandes potências econômicas, ma tecnocrático, o Papa lembra que seja indispensável que se favoreça a
preocupadas em obter
o maior lucro ao menor
custo e no mais curto es-
paço de tempo possível”
(LD 13).
IMPOSIÇÃO DO
PARADIGMA
Do Papa Francisco
TECNOCRÁTICO
Francisco recorda
o conceito de paradig-
ma tecnocrático, sobre
o qual já havia falado
na encíclica Laudato si’:
“Trata-se de ‘um modo
desordenado de conce-
ber a vida e a ação do ser
humano, que contradiz
a realidade até o ponto
de a arruiná-la’ [LS 101].
Consiste, substancial-
mente, em pensar ‘como
se a realidade, o bem e a
verdade desabrochassem
espontaneamente do
próprio poder da tecno-
logia e da economia’ [LS
105]. Como consequên-
cia lógica, ‘daqui se passa Fenômenos extremos, calor incomum, secas (cf. LD 5).
facilmente à ideia de um
crescimento infinito ou
ilimitado, que tanto en-
tusiasmou os economis-
tas, os teóricos da finança
e da tecnologia’ [LS 106]”
(LD 20).
O Pontífice ressalta
que este paradigma se
alicerça em uma ideo-
logia com a obsessão de CO
“aumentar para além de
toda a imaginação o po-
der do homem, para o
qual a realidade não hu-
mana é um mero recur-
so ao seu serviço. Tudo
o que existe deixa de ser
uma dádiva que se deve
apreciar, valorizar e cui-
dar, para se tornar um
escravo, uma vítima de
todo e qualquer capricho da men- “o mundo que nos rodeia não é um ocorrência de acordo multilaterais
te humana e das suas capacidades” objeto de exploração, utilização de- entre os Estados (cf. LD 34), sem que
(LD 23). senfreada, ambição sem limites” (LD se centralize o poder em uma só pes-
25), mas que esta retórica de explo- soa ou elite (cf. LD 35), o Papa aponta
REPENSAR AS FORÇAS DE PODER ração é “disfarçada pelo marketing e para a necessidade de se redesenhar o
O Pontífice também alerta para a pela informação falsa, mecanismos multilateralismo global, envolvendo
necessidade de se repensar o grande úteis nas mãos de quem tem maiores demais atores, pois já se verifica que
poder nas mãos daqueles que detêm recursos para influenciar a opinião “‘muitos grupos e organizações da
a vanguarda econômica e tecnológi- pública por meio deles” (LD 29). sociedade civil ajudam a compensar
ca, uma vez que tal poder “carece de Também enfatiza que “a lógica do as debilidades da comunidade inter-
uma ética sólida, uma cultura e uma máximo lucro ao menor custo, dis- nacional, a sua falta de coordenação
espiritualidade que lhe ponham real- farçada de racionalidade, progresso e em situações complexas, a sua carên-

cia de atenção relativamente a direi-
tos humanos fundamentais’ [Fratelli
tutti, 175]... a sociedade civil e as suas
organizações são capazes de criar
dinâmicas eficazes que a ONU não
consegue” (LD 37).
Trata-se, portanto, de considerar,
também para as questões referentes
às mudanças climáticas, que “a médio
prazo, a globalização propicia inter-
câmbios culturais espontâneos, maior
conhecimento mútuo e modalidades
de integração dos povos, que levarão
a um multilateralismo ‘a partir de bai-
xo’ e não meramente decidido pelas
elites do poder” (LD 38).
Esse redesenhar do multilatera-
lismo, de acordo com o Papa, não
COMO CHEGAMOS A ISTO?
COP28 da ONU em Dubai
pretenderá substituir a política e a
diplomacia internacional (cf. LD
40-41), mas considerará que para as
respostas aos novos desafios de um
mundo multipolar e complexo (cf.
LD 42), deve ser adotado “um novo
procedimento para a tomada de de-
cisões e a sua legitimação, porque o
procedimento estabelecido há vários
decênios não é suficiente nem parece
ser eficaz. Neste contexto, são neces-
sários espaços de diálogo, consulta,
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arbitragem, resolução dos conflitos,
supervisão e, em resumo, uma espé-
cie de maior ‘democratização’ na es-
fera global, para expressar e incluir as
diversas situações” (LD 43).
POUCOS AVANÇOS NAS
CONFERÊNCIAS SOBRE O CLIMA
Dos parágrafos 44 ao 52, o Papa
recorda a realização dos eventos
mundiais para tratar das questões cli-
máticas, as anuais Conferências das
Partes (COP). Ele lista os avanços que
já ocorreram em algumas delas, como
a COP 21, da qual resultou o Acordo
de Paris, com vistas ao cumprimen-
to de metas ambientais, mas que não
estão sendo efetivamente postas em
Arte: Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral
prática. Diante disso, o Pontífice reto-
ma dois diagnósticos que já fizera na
Laudato si’:
“Hoje podemos ainda afirmar que
‘os acordos tiveram um baixo nível
de implementação, porque não se
estabeleceram adequados mecanis-
mos de controle, revisão periódica e
sanção das violações. Os princípios
enunciados continuam a requerer ca-
minhos eficazes e ágeis de realização
prática’ [LS 167]. E também que ‘as
| 18 de outubro de 2023 | Laudato si’ – Por uma Ecologia Integral | 3
negociações internacionais não po- tal processo se pode restaurar a cre-
dem avançar significativamente por dibilidade da política internacional,
causa das posições dos países que pri- pois só dessa forma concreta será
vilegiam os seus interesses nacionais possível reduzir significativamente o
sobre o bem comum global [LS 169]”. dióxido de carbono e evitar a tempo
(LD 52). males piores”. (LD 59).
“Oxalá que, a intervir na COP28,
PAUTAS PARA A COP 28 sejam estratégias capazes de pensar
O Pontífice é direto acerca do que mais no bem comum e no futuro
efetivamente precisa sair como resul- dos seus filhos, do que nos interes-
tado concreto da próxima COP, em ses contingentes de algum país ou
novembro, em Dubai, nos Emirados empresa. Possam assim mostrar a
Árabes Unidos: nobreza da política, e não a sua ver-
“Se temos confiança na capacida- gonha”. (LD 60).
de do ser humano transcender os seus
pequenos interesses e pensar grande, CUIDAR DA CRIAÇÃO
não podemos renunciar ao sonho de Francisco dedica alguns dos pa-
que a COP28 leve a uma decidida rágrafos finais da exortação apostóli-
aceleração da transição ca para lembrar aos católicos que se
energética, com com- engajar no cuidado da casa comum
promissos eficazes que também é uma questão de fé. O Papa
possam ser monitora- comenta que tudo foi criado por
dos de forma perma- Deus e todas as coisas a Ele perten-
nente. Esta Conferência cem, e não ao homem. “Assim, ‘esta
pode ser um ponto de responsabilidade perante uma terra
virada, comprovando que é de Deus implica que o ser hu-
que era sério e útil tudo mano, dotado de inteligência, respei-
o que se realizou desde te as leis da natureza e os delicados
1992 [conferência sobre equilíbrios entre os seres deste mun-
o clima no Rio de Janei- do’ [LS 68]”. (LD 62).
ro]; caso contrário, será O próprio Cristo – recorda o
uma grande desilusão e Pontífice – “vivia em contato per-
colocará em risco quan- manente com a natureza e presta-
to se pôde alcançar de va-lhe atenção com carinho e admi-
bom até aqui” (LD 54). ração. ‘Quando percorria os quatro
Ele também aponta cantos da sua terra, detinha-Se a
alguns aspectos que não contemplar a beleza semeada por
devem ser esquecidos seu Pai e convidava os discípulos a
pelos participantes da individuarem, nas coisas, uma men-
COP 28: sagem divina’ [LS 97]” (LD 64).
“Buscar apenas um
remédio técnico para UNIDOS E SEM TOMAR
cada problema am- O LUGAR DE DEUS
biental que aparece é Francisco comenta, ainda, que
isolar coisas que, na a vida humana não pode ser com-
realidade, estão inter- preendida nem se sustentar sem as
ligadas e esconder os demais criaturas, razão pela qual
problemas verdadeiros deve ser refutada “a ideia de um ser
e mais profundos do humano autônomo, onipotente e
sistema mundial’ [LS ilimitado, e repensarmos a nós pró-
111]... corremos o risco prios para nos compreendermos de
de ficar bloqueados na maneira mais humilde e mais rica”.
lógica do consertar, re- (LD 67).
mendar, retocar a situa- Destaca, também, que cada pes-
ção, enquanto no fundo soa deve se perguntar sobre como
avança um processo de tem agido para cuidar da Criação,
deterioração, que con- mas lembra que “as soluções mais
tinuamos a alimentar” eficazes não virão só dos esforços
(LD 57). individuais, mas sobretudo das
“De uma vez por to- grandes decisões da política na-
das, acabemos com a cional e internacional”. (LD 69); e
atitude irresponsável que “não há mudanças duradouras
que apresenta a questão sem mudanças culturais, sem uma
apenas como ambien- maturação do modo de viver e das
tal, ‘verde’, romântica, convicções da sociedade; não há
muitas vezes ridiculari- mudanças culturais sem mudança
zada por interesses eco- nas pessoas” (LD 70), mas que já
nômicos. Admitamos, percebe os esforços para esse ob-
finalmente, que se trata jetivo: “O simples fato de mudar
de um problema humano e social em os hábitos pessoais, familiares e
sentido amplo e em diversos níveis”. comunitários alimenta a preocu-
(LD 58) pação pelas responsabilidades não
“Só podemos esperar em fórmulas cumpridas pelos setores políticos e
vinculantes de transição energética a indignação contra o desinteresse
que tenham três caraterísticas: efi- dos poderosos” (LD 71).
cientes, vinculantes e facilmente mo- Por fim, ao retomar o título da
nitoráveis, a fim de se iniciar um novo exortação apostólica – Laudate Deum
processo que seja drástico, intenso e (Louvai a Deus), Francisco alerta:
possa contar com o empenho de to- “Um ser humano que pretenda tomar
dos. Isso não aconteceu no caminho o lugar de Deus torna-se o pior peri-
percorrido até agora, mas só com um go para si mesmo” (LD 73).
4| Laudato si’ – Por uma Ecologia Integral |
Em live, especialistas apresentam as
primeiras impressões sobre a Laudate Deum
Daniel Gomes
Entender os objetivos do Papa Francis-
co ao publicar a exortação apostólica
Laudate Deum e quais as mensagens
principais do documento foi a pro-
posta de uma live promovida, no dia
6, pelo jornal O SÃO PAULO, a rádio
9 de Julho e o Núcleo Fé e Cultura da
PUC-SP, com o apoio do site Aleteia.
Mediado pela jornalista e radialis-
ta Cleide Barbosa, o encontro on-line
teve as participações do jornalista Fi-
lipe Domingues, doutor em Ciências
Sociais pela Pontifícia Universidade
Gregoriana, vice-diretor do Lay Cen-
tre, em Roma, e colaborador do O
SÃO PAULO; da psicóloga Marlise
Bassani, professora titular da Faculda-
de de Ciências Humanas e da Saúde da
PUC-SP, onde desenvolve pesquisas na
área de psicologia ambiental; e do so-
ciólogo e biólogo Francisco Borba Ri-
beiro Neto, coordenador do Núcleo Fé
e Cultura da PUC-SP e que se dedica
ao estudo da Doutrina Social da Igreja
e das relações entre meio ambiente, re-
ligião e cultura.
RETOMADA DE PREOCUPAÇÕES
Inicialmente, os debatedores ana-
lisaram as motivações do Papa para
escrever a Laudate Deum. No entender
de Domingues, o Pontífice buscou re-
forçar preocupações sobre as questões
ambientais que ele já havia externado
há oito anos na encíclica Laudato si’,
mas que tiveram poucos avanços des-
de então. Também objetivou desfazer
as resistências e confusões sobre a te-
mática ambiental.
Marlise, por sua vez, observou que
o Papa retoma as falas de diferentes
conferências episcopais sobre a crise
climática, ressaltando, assim, que este
tema preocupa a toda a Igreja; vale-se
de dados científicos a respeito; aponta
que o ser humano é parte da natureza,
não devendo a ela sobrepor-se; e pede
que se valorizem as boas ações que já
são realizadas em diferentes locais.
De acordo com Borba, na nova
exortação apostólica, o Papa destaca
que já não há mais como duvidar de
uma crise climática global e que esta
é decorrente das atividades humanas.
Também ressalta a necessidade de que
haja uma transição enérgica; e diante
do atual paradigma cultural tecnocrá-
tico – uma espécie de idolatria ao po-
der da ciência, da técnica, do dinhei-
ro e dos governos para sobrepor suas
vontades perante a realidade –, o Papa
propõe o amor, pois aquilo que é justo,
bom e capaz de levar à realização hu-
mana é definido pelo amor. Além dis-
so, o Pontífice retoma a ideia de que “a
ternura de Deus por nós se manifesta
nos dons da natureza”.
UM PROBLEMA QUE SE PERPETUA
Domingues observou que já no iní-
cio do documento, o Papa sinaliza que
18 de outubro de 2023
“a questão ambiental é um problema
social global que está intimamente li-
gado à dignidade da vida humana, não
é algo meramente ecológico. O proble-
ma ambiental é um pecado estrutural,
de modo que enquanto esta estrutura
não mudar, vamos continuar errando”.
Citando os atuais projetos do go-
verno brasileiro para extrair petróleo
da Amazônia, o jornalista enfatizou:
“Os poderosos, incluindo os governos,
no fim das contas, parecem estar preo-
cupados apenas em como obter resul-
tados rápidos. Explorar petróleo na
Amazônia, por exemplo, nem deveria
ser cogitado por um país que quer se
apresentar ao mundo como um mode-
lo de preservação do meio ambiente”.
NOVAS INSTÂNCIAS DE DECISÃO
Diante do exemplo citado por Do-
mingues, Borba recordou que na exor-
tação apostólica o Papa faz um chama-
do para que as pessoas não fiquem à
espera das ações dos governos para so-
lucionar as problemáticas ambientais:
“É fundamental que as organizações da
sociedade trabalhem juntas para acele-
rar este processo de transição energéti-
ca, de conservação dos recursos natu-
rais, de recuperação de florestas”.
Marlise disse já perceber que di-
ferentes movimentos de base têm se
unido para cobrar dos poderes públi-
cos mudanças nas políticas ambientais
locais. Ela também citou uma pesquisa
feita em dez países da América Latina,
segundo a qual o Brasil é a única dessas
nações em que as pessoas se sentem
corresponsáveis pelos rumos da ques-
tão ambiental. Diante desse panorama
– lembrou a psicóloga – os governos
terão de ouvir mais os movimentos, as
A íntegra da live pode ser vista no Youtube da Arquidiocese:
https://www.youtube.com/watch?v=v4Lc1xSnI7U
| www.arquisp.org.br
www.osaopaulo.org.br/laudato-si
pessoas e as comunidades, já que estes
“passam a cobrar uma nova configura-
ção econômica e de participação nas
políticas públicas”.
TRANSIÇÃO ENERGÉTICA
Os participantes da live também
responderam a perguntas dos inter-
nautas. Um deles questionou se o Bra-
sil, ao não extrair petróleo na Ama-
zônia, não estaria na contramão de
potências como os Estados Unidos e o
Reino Unido que estudam a extração
deste recurso em reservas ainda não
exploradas.
Borba enfatizou que o melhor ca-
minho para o Brasil é investir na tran-
sição energética, com o uso de fontes
menos poluentes que o petróleo: “É
possível, sim, crescer com modelos al-
ternativos que minimizam o impacto
ambiental. A grande questão reside no
quanto a sociedade está disposta a pa-
gar o preço de uma transição cultural
para hábitos de consumo mais come-
didos – o que não significa perda de
qualidade de vida – e de fazer a troca
de certas tecnologias mais poluentes
por outras mais limpas”.
Já Domingues lembrou que a lógica
apresentada por Francisco na Laudate
Deum é a de que os modelos econô-
micos se moldem às necessidades das
pessoas e não o contrário. “O Papa está
insistindo que se deve colocar a vida no
centro, olhando o ser humano como
parte da Criação. Assim, parte-se da-
quilo que precisa ser produzido e dis-
ponibilizado para que todos tenham
vida, e não da preocupação primeira
de como ganhar dinheiro para depois
tentar achar um modelo que tente fazer
as pessoas se beneficiarem dentro dele”,
Reprodução
explicou, recordando que na exortação
apostólica o Pontífice fala de um mul-
tilateralismo construído de baixo para
cima, com a sociedade se organizando
a partir de suas necessidades para uma
vida mais sustentável.
IGREJA: MEDIAÇÃO E ESPERANÇA
Na parte final da live, tanto Domin-
gues quanto Marlise lembraram o aler-
ta feito pelo Papa no último parágrafo
da Laudate Deum: “Um ser humano
que pretenda tomar o lugar de Deus
torna-se o pior perigo para si mesmo”
(LD 73).
Domingues apontou que o Pontífi-
ce, retomando a figura de São Francis-
co de Assis, apresenta a Igreja compro-
metida com as questões ambientais,
dada sua preocupação com a sobrevi-
vência atual e a das próximas gerações.
“Francisco parte da ideia do ser huma-
no como guardião da Criação e não
seu proprietário”, ressaltou.
Marlise lembrou que o Papa tem
feito com que todas as pessoas, e não
somente os católicos, se questionem
sobre os próprios hábitos de vida, e
isso ajuda que avance o debate sobre
a questão ambiental. “Temos bens em
comum e uma relação compartilha-
da com a natureza, um compromisso
com a vida, com o outro e é nisso que
deve estar a prioridade de pensar em
mudanças de hábitos e nas relações
entre nós, para que sejam mais frater-
nas e solidárias, para que cresçamos
juntos. Não devemos nos esquecer de
que fazemos parte de um planeta, de
que somos a natureza e o somos com
o outro”.
Por fim, Borba destacou que com
mais este documento, o Papa mostra
como a natureza pode ser um sinal
fascinante da ternura de Deus com o
ser humano, fazendo um convite “para
que nós encontremos a Deus no amor
ao próximo, na luta por um meio am-
biente um pouco melhor e no esforço
por uma sociedade mais justa”.

Santa Teresinha ‘está mais viva do que
nunca no meio da Igreja em caminho’
EM NOVA EXORTAÇÃO
APOSTÓLICA, PAPA
FRANCISCO DESTACA
A CONFIANÇA DA
PADROEIRA DAS
MISSÕES NO AMOR
MISERICORDIOSO
DE DEUS
DANIEL GOMES
osaopaulo@uol.com.br
“Só a confiança e nada mais do que a
confiança tem de conduzir-nos ao Amor”.
Com estas palavras escritas em setembro
de 1896 por Santa Teresa do Menino Je-
sus e da Sagrada Face (1873-1897), o Papa
Francisco inicia a exortação apostólica
C‘est la Confiance (CC), publicada no do-
mingo, 15, por ocasião dos 150 anos do
nascimento de Santa Teresinha, como é
popularmente conhecida.
O documento, com muitas citações
aos escritos deixados pela Santa nascida
em Alençon, na França, e morta aos 24
anos no carmelo de Lisieux, ressalta o le-
gado espiritual da Padroeira das missões,
e que em 1997, no centenário de sua mor-
te, foi proclamada doutora da Igreja por
São João Paulo II.
No começo do documento, o Papa
explica o porquê de ter publicado a exor-
tação apostólica em 15 de outubro e não
na data da memória litúrgica da Santa, 1o
de outubro: “Far-nos-á bem aprofundar
a sua mensagem, ao comemorarmos o
150º aniversário do seu nascimento que
teve lugar em Alençon em 2 de janeiro de
1873 e o centenário da sua beatificação
[29 de abril de 1923]. Mas não quis pu-
blicar esta exortação em nenhuma des-
sas datas, nem no dia da sua memória,
para que a mensagem se situe além das
ocorrências e seja assumida como parte
do tesouro espiritual da Igreja. A data
da presente publicação [15 de outubro],
memória de Santa Teresa de Ávila, quer
apresentar Santa Teresa do Menino Jesus
e da Sagrada Face como fruto maduro da
reforma do Carmelo e da espiritualidade
da grande Santa espanhola” (CC 4).
MISSIONÁRIA A PARTIR DO AMOR A
CRISTO
O amor de Santa Teresinha a Jesus é
a razão principal para sua alma missio-
nária: “Como sucede em todo o encontro
autêntico com Cristo, esta experiência de
fé chamava-a para a missão. Teresa pôde
definir a sua missão com as seguintes
palavras. ‘Eu desejarei no Céu o mesmo
que na terra: amar Jesus e fazê-Lo amar’
[Carta 220, Ao Padre M. Bellière]. Escre-
veu que entrara no Carmelo ‘para salvar
as almas’ [Manuscrito A]. Por outras pa-
lavras, não concebia a sua consagração
a Deus sem a busca do bem dos irmãos.
Partilhava o amor misericordioso do Pai
pelo filho pecador e o do Bom Pastor
pelas ovelhas perdidas, distantes, feridas.
Por isso, é padroeira das missões, mestra
de evangelização” (CC 9).
A PEQUENA VIA, UM
ITINERÁRIO DE CONFIANÇA
Francisco aponta que um dos legados
de Santa Teresinha do Menino Jesus é a
sua pequena via – na tradução em portu-
guês de C‘est la Confiance chamada de ‘ca-
minhito’ – um caminho de confiança no
amor de Cristo (cf. CC 14), detalhado em
a História de uma alma.
“É o ‘doce caminho do amor’ [Manus-
crito A], aberto por Jesus aos pequeninos
e aos pobres, a todos. É o caminho da ver-
dadeira alegria. Diversamente da ideia pe-
lagiana de santidade, individualista e eli-
tista, mais ascética do que mística, que põe
o acento principalmente no esforço hu-
mano, Teresinha realça sempre o primado
da ação de Deus, da sua graça” (CC 17).
Santa Teresinha testemunha essa con-
fiança não apenas com vistas à salvação
futura, mas já nas ações cotidianas: “Nos
últimos dias da sua vida, Teresinha insistia
nisto: ‘Creio que nós, que corremos pelo
caminho do Amor, não devemos pensar
no que nos pode acontecer de doloroso no
futuro, porque é faltar à confiança’ [Últimos
Colóquios. Caderno Amarelo]. A verdade é
que se estamos nas mãos de um Pai que
nos ama sem limites, venha o que vier ha-
vemos de o ultrapassar e, de uma forma ou
de outra, cumprir-se-á na nossa vida o seu
projeto de amor e de plenitude” (CC 24).
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Luciney Martins/O SÃO PAULO
O Pontífice recorda que no manuscri-
to História de uma alma, a Santa aponta
para o amor de Jesus por todas as pessoas
(cf. CC 33) e ao final do texto “deixa-nos o
seu Oferecimento como Vítima de Holo-
causto ao Amor Misericordioso de Deus
[Oração 6]. Quando se entregou plena-
mente à ação do Espírito, recebeu, sem
clamor nem sinais vistosos, a superabun-
dância da água viva: ‘as ondas, ou antes,
os oceanos de graças que vieram inun-
dar-me a alma’ [Manuscrito A]. Trata-se
da vida mística que, mesmo privada de
fenômenos extraordinários, é proposta a
todos os fiéis como experiência cotidiana
de amor” (CC 35).
AMOR À IGREJA
Santa Teresinha fala de seu grande
amor pela Igreja “amante, humilde e mi-
sericordiosa” (cf. CC 40), que tendo um
coração assim “é uma grande luz também
para nós hoje, a fim de não nos escandali-
zarmos por causa das limitações e fraque-
zas da instituição eclesiástica, marcada
por obscuridades e pecados, e entrarmos
no seu coração ardente de amor, que se
incendiou no Pentecostes graças ao dom
do Espírito Santo. É o coração cujo fogo
se reaviva ainda com cada um dos nossos
atos de caridade”. (CC 41).
A este respeito, o Pontífice também
cita um dos últimos escritos da Santa:
“‘Conto não ficar inativa no Céu, o meu
desejo é continuar a trabalhar pela Igre-
ja e pelas almas’. [Carta 254, Ao padre A.
Roulland]” (CC 43).
E diante deste testemunho, conclui o
Papa: “Fecha-se o círculo. ‘C’est la confian-
ce’. É a confiança que nos conduz ao Amor
e assim nos liberta do temor; é a confian-
ça que nos ajuda a desviar o olhar de nós
mesmos; é a confiança que nos permite
colocar nas mãos de Deus aquilo que só
Ele pode fazer. Isso deixa-nos uma imensa
torrente de amor e de energias disponíveis
para procurar o bem dos irmãos” (CC 45).
‘DOUTORA DA SÍNTESE’
Francisco comenta que com esta exor-
tação apostólica, quer recordar a todos
que “em uma Igreja missionária, ‘o anún-
cio concentra-se no essencial, no que é
mais belo, mais importante, mais atraen-
te e, ao mesmo tempo, mais necessário’
[Evangelli gaudium 35]” (CC 47).
O Papa lembra que a contribuição da
jovem carmelita como santa e doutora da
Igreja não é analítica, mas sintética, ou
seja, consiste em sua genialidade em fazer
com que todos busquem aquilo que é es-
sencial e indispensável à fé (cf. CC 49).
Francisco pede, porém, que não se-
jam feitas apenas menções soltas dos es-
critos de Santa Teresinha nem somente
referências sobre sua vida de oração, de
sacrifício, de piedade eucarística e de tes-
temunhos. “‘Nem tudo o que um santo
diz é plenamente fiel ao Evangelho, nem
tudo o que faz é autêntico ou perfeito. O
que devemos contemplar é o conjunto da
sua vida, o seu caminho inteiro de santi-
ficação, aquela figura que reflete algo de
Jesus Cristo e que sobressai quando se
consegue compor o sentido da totalidade
da sua pessoa’ [Gaudete et exsultate, 22].
E isso vale com maior força de razão para
Santa Teresinha, sendo ela uma ‘Doutora
da síntese’” (CC 51).
A ATUALIDADE DE SANTA TERESINHA
Por fim, o Papa ressalta que em um
mundo marcado pelo individualismo e
pela busca de necessidades superficiais,
Santa Teresinha mostra a beleza de fazer
da vida um dom, testemunha a radicali-
dade evangélica, ajuda a cada um a redes-
cubrir a simplicidade e o primado absolu-
to do amor, da confiança e do abandono
em Deus, e a todos convida a uma saída
missionária (cf. CC 52), de modo que ela
“está mais viva do que nunca no meio da
Igreja em caminho, no coração do Povo
de Deus” (CC 53).
A exortação apostólica é concluída
com a seguinte oração:
Amada Santa Teresinha,
A Igreja precisa fazer resplandecer
A cor, o perfume, a alegria do Evangelho.
Enviai-nos as vossas rosas!
Ajudai-nos a ter sempre confiança,
Como fizestes vós,
No grande amor que Deus tem por nós,
Para podermos imitar cada dia
A vossa ‘pequena via’ de santidade.
Amém.
12 | Reportagem | 18 a 24 de outubro de 2023 |
Livro conta a história de Dom Julio Endi
Akamine, primeiro arcebispo nipo-brasileiro
Luciney Martins/O SÃO PAULO/Arquivo
FERNANDO GERONAZZO
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Dom Julio Endi Akamine, SAC, Ar-
cebispo de Sorocaba (SP) e Presidente
do Regional Sul 1 da Conferência Na-
cional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi
homenageado com a publicação de um
livro que narra momentos importantes
da vida e ministério do primeiro e único
arcebispo nikkey, como são chamados os
descendentes de japoneses.
Escrita por Akira Chinen, presidente
da Academia Nipo-Brasileira de Escrito-
res, publicada em português pela AMBE
Edições e em japonês pela editora Soul, a
biografia “Arcebispo Católico Dom Julio
Endi Akamine - Família, Vida e Obra” foi
lançada na sexta-feira, 13, na sede da Asso-
ciação Okinawa Kenjin do Brasil, no bair-
ro da Liberdade, centro da capital paulista.
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“Dom Julio enobrece a nossa comu-
nidade japonesa no Brasil e, por isso, sua
história merecia ser conhecida”, afirmou
o autor da obra ao O SÃO PAULO, su-
blinhando que também a comunidade
de Okinawa, região de origem dos an-
tepassados de Dom Julio, se orgulha de
ter um descendente com a dignidade
de arcebispo, o maior cargo eclesiástico
exercido por um herdeiro da população
dessa ilha japonesa.
Por isso, o mesmo livro foi publicado
em japonês, para ser distribuído para a
comunidades católicas, escolas e biblio-
tecas de Okinawa.
A ÁRVORE DA VIDA
Filho do casal Guengio Akamine (fa-
lecido) e Teruko Oshiro Akamine, Dom
Julio nasceu em 30 de novembro de
1962, em Garça (SP). Porém, para con-
tar a história do prelado nipo-brasileiro,
o livro volta a 1930, quando desembar-
caram em solo brasileiro os seus avós
paternos, Ken Akamine e sua esposa,
Maushi Akamine.
Como muitos dos imigrantes japo-
neses do início do século XX, o casal
Akamine também veio para o Brasil em
busca de melhores oportunidades eco-
nômicas. No entanto, como relatou o
próprio Dom Julio, seus avós encontra-
ram algo mais importante.
“Meu avô paterno me contava que, no
Japão, havia uma propaganda de que no
Brasil havia uma árvore que dava frutos
de ouro que, na verdade, era uma metá-
fora do pé de café. De fato, ele e muitos
outros japoneses pensavam que isso era
realmente verdade. Porém, ao chegar
aqui, não encontrou essa árvore. Só que,
na verdade, encontrou a verdadeira ár-
vore, a árvore da vida, a cruz, onde está o
fruto de ouro que é Jesus Cristo”.
O Arcebispo salientou que o fenô-
meno migratório pode ser explicado
por meio de fatores sociológicos, eco-
nômicos, históricos, mas isso não faz
justiça ao mistério de cada pessoa, cuja
história é conduzida pelo próprio Deus.
“Atraídos por essa árvore de ouro, provi-
dencialmente meus avós encontraram o
Cristo”, disse.
TESTEMUNHO DE FÉ
“Eu tenho muita gratidão aos católi-
cos do Brasil que testemunharam com
simplicidade e verdade a felicidade de
crer em Cristo, trazendo a minha família
para o Cristianismo”, acrescentou Dom
Julio, observando que a ação missionária
não acontece apenas indo a terras distan-
tes, mas acolhendo aqueles que chegam
em busca de uma vida nova. “Não houve
coação ou algo do tipo, meus avós se sen-
tiram atraídos pela fé cristã vivida pelos
brasileiros”, completou.
Foi neste ambiente familiar católico
do interior paulista que Dom Julio nas-
ceu e cresceu. “Meu avô era homem mui-
to devoto, de profunda vida de oração.
Frequentava a missa e me levava com
ele. Também reconheço o testemunho
dos meus pais, que me colocaram na ca-
tequese, me incentivaram para ser coroi-
nhas e foi neste contexto que nasceu mi-
nha vocação para o sacerdócio”, contou
Dom Julio, que ingressou no seminário
da Sociedade do Apostolado Católico
(Palotinos) em 1975.
Ordenado sacerdote em 1988, exer-
ceu inúmeros ofícios entre os Palotinos,
inclusive o de Reitor Provincial da con-
gregação, de 2008 a 2011. Neste último
ano, ele foi nomeado pelo Papa Bento
XVI Bispo Auxiliar de São Paulo, onde
atuou como Vigário Episcopal para a Re-
gião Lapa, cargo que exerceu até 2016,
quando foi nomeado pelo Papa Francis-
co como Arcebispo de Sorocaba.
CATOLICISMO NO JAPÃO
Embora seus avós tenham conhecido
a fé católica no Brasil, o catolicismo no
Japão tem raízes profundas, desde a che-
gada dos jesuítas em meados do século
XVI. Enfrentaram mais de 200 anos de
rígidas proibições, perseguições e mar-
tírios, que levaram muitos a praticarem
a religião como kakure kirishitan, isto é,
na clandestinidade, após a expulsão dos
clérigos do país no século XVII.
Esse testemunho corajoso de fé de
seus antepassados também é motivo de
admiração para Dom Julio. “Esses cató-
licos conservaram integralmente a fé por
sete gerações sem poderem manifestá-la
publicamente. Viveram sem sacerdotes,
sem missionários, sem culto público,
sem imagens sacras, sem Eucaristia e os
demais sacramentos, a não ser o Batis-
mo, que eles mesmos celebravam”.
“Por isso, houve também muitos ca-
tólicos japoneses que decidiram vir para
o Brasil, justamente por saberem que
aqui era um país católico. Esses não de-
sejavam se enriquecer e voltar para o Ja-
pão, mas, sim, lançar raízes em um país
católico”, disse, acrescentando que a pri-
meira ação desses imigrantes católicos
foi a construção de uma igreja em Lins
(SP), erguida com tijolos fabricados pela
própria população durante as folgas do
trabalho agrícola.
O LIVRO
Os dez capítulos do livro trazem um
breve histórico da província de Okinawa
e a corrente migratória no Brasil; o ciclo
histórico da chegada dos avós de Dom
Julio ao País; a trajetória educacional e
formativa do Arcebispo; a origem do ca-
tolicismo no Japão; o ministério episco-
pal do Arcebispo, especialmente à frente
da Arquidiocese de Sorocaba.
Ao recordar suas origens e sua histó-
ria vocacional, Dom Julio reconhece que
não é cristão apenas para si, mas para
aqueles antepassados que não tiveram a
oportunidade de conhecer Jesus Cristo e
pelos quais oferece suas orações e minis-
tério para que Deus também os alcance
com a salvação eterna.
O sucesso da obra foi tão grande que
os exemplares da primeira edição do li-
vro se esgotaram nos eventos de lança-
mento em São Paulo e em Sorocaba. A
Academia Nipo-Brasileira de Escritores
está preparando uma nova impressão,
que em breve será disponibilizada.
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Fundação Capella Menino Jesus e Santa Luzia

CNPJ nº56.462.237/0001-49
BALANÇO PATRIMONIAL BALANÇO PATRIMONIAL DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
(Valores expressos em reais) (Valores expressos em reais) (Valores expressos em reais)
ATIVO Nota 31/12/2022 31/12/2021 PASSIVO Nota 31/12/2022 31/12/2021 Nota 31/12/2022 31/12/2021
CIRCULANTE CIRCULANTE Receita operacional liquida
Caixa e equivalentes de caixa 4 81.932 32.379 Obrigações sociais e trabalhistas 6 18.405 54.254 Artigos Religiosos e Donativos 9 441.710 221.939
Adiantamentos a funcionários 241 - Obrigações tributárias 523 993 Despesas operacionais
Impostos a recuperar - 144 Fornecedores a pagar 616 2.376 Despesas com pessoal 10 (217.406) (232.458)
Outros valores a receber - 5.083 Adiantamentos de outras empresas 7 - 38.842 Despesas paroquiais 11 (38.323) (28.453)
82.173 37.606 Outras contas a pagar - 2.448 Despesas administrativas e gerais 12 (53.223) (21.051)
NÃO CIRCULANTE 19.544 98.913 Despesas com serviços de terceiros 13 (257) (5.580)
Imobilizado 5 NÃO CIRCULANTE Despesas com serviços públicos 14 (6.747) (8.221)
Imóveis 401.009 401.009 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Despesas com manutenções 15 (420) (1.918)
Móveis e utensílios 7.552 9.348 Patrimônio social 8 373.527 470.827 Despesas com depreciação e amortizações (10.056) (10.056)
Benfeitorias em imóveis próprios 16.217 24.477 Superávit do exercício 113.880 - Despesas com liquidação de processos - (6.000)
424.778 434.834 Déficit do exercício - (97.300) (326.432) (313.737)
TOTAL DO ATIVO 506.951 472.440 487.407 373.527 Superávit / Déficit operacional antes
TOTAL DO PASSIVO 506.951 472.440 do resultado financeiro 115.278 (91.798)
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. Resultado financeiro
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. Receitas financeiras 16 2.746 430
Despesas financeiras 17 (4.144) (5.932)
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (1.398) (5.502)
(Valores expressos em reais) Superávit / Déficit do Exercício 113.880 (97.300)
Patrimônio Superávit do Déficit do
Líquido exercício exercício Total As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.
Saldo em 31 de dezembro de 2020 506.547 - (35.720) 470.827
DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS ABRANGENTES
Incorporação do déficit do exercício anterior (35.720) - 35.720 -
(Valores expressos em reais)
Déficit do exercício - - (97.300) (97.300)
31/12/2022 31/12/2021
Saldo em 31 de dezembro de 2021 470.827 - (97.300) 373.527
Superávit / Déficit do exercício 113.880 (97.300)
Incorporação do déficit do exercício anterior (97.300) - 97.300 -
Outros resultados abrangentes - -
Superávit do exercício - 113.880 - 113.880
Resultados abrangentes do exercício 113.880 (97.300)
Saldo em 31 de dezembro de 2022 373.527 113.880 - 487.407
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (MÉTODO DIRETO)

(Valores expressos em reais)
NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 31/12/2022 31/12/2021
(Valores expressos em reais) Fluxos de caixa das atividades operacionais
Valores recebidos por venda de artigos
1. Contexto operacional  reconhecimento das receitas e despesas é efetuado em conformidade
O religiosos e doações 441.709 221.939
com o regime contábil de competência de exercício. Valores pagos a empregados (253.352) (191.477)
 Fundação Capella Menino Jesus e Santa Luzia é uma Entidade sem fins
A Valores pagos a fornecedores e
A receita com vendas de artigos religiosos são reconhecidas no resultado
lucrativos, e tem por finalidade propugnar pela formação cívica, moral, cultural e prestadores de serviços (96.117) (78.349)
em função de sua realização. Uma receita não é reconhecida se há uma
religiosa do povo brasileiro. Outros recebimentos/pagamentos
A Fundação é isenta da tributação do imposto de renda e da contribuição incerteza significativa na sua realização.
Receitas financeiras recebidas 2.746 430
social, de acordo com a Lei nº 9.532/97, que estabelece no seu art. 15, que a b. Estimativas contábeis
Despesas bancárias (4.144) (5.932)
Fundação deverá reunir as seguintes condições, cumulativamente, para fazer A elaboração de demonstrações financeiras de acordo com as práticas
Caixa líquido (aplicado nas) proveniente
jus a essa isenção: contábeis adotadas no Brasil requer que a Administração use de julgamen- das atividades operacionais 90.842 (53.389)
a. Não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados. to na determinação e registro de estimativas contábeis.
A Fundação revisa as estimativas e premissas pelo menos anualmente. Fluxos de caixa das atividades de investimentos
b. Aplicar integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos
seus objetivos sociais. c. Ativo circulante e não circulante Compra de imobilizado - (6.000)
c. Manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revesti- • Caixa e equivalentes de caixa Caixa líquido proveniente das atividades
dos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão. Caixa e equivalentes de caixa abrangem saldos de caixa, banco conta de investimento - (6.000)
d.Conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da data da Fluxo de caixa das atividades de financiamento
movimento e aplicações financeiras com vencimento original de três meses
emissão, os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a Captação/amortização de empréstimos
ou menos a partir da data da contratação, os quais são sujeitos a um risco
efetivação de suas despesas, assim como, a realização de quaisquer outros outras instituições (41.290) 6.139
insignificante de alteração no valor, e são utilizadas na quitação das obriga-
atos ou operações que venham a modificar sua situação patrimonial. Caixa líquido proveniente das atividades
ções de curto prazo.
e. Apresentar, anualmente, a declaração de rendimentos. de financiamento (41.290) 6.139
• Demais ativos circulantes e não circulantes
Todas as condições apresentadas são rigorosamente atendidas pela Fundação. Aumento (Redução) líquido de caixa
São apresentados ao valor líquido de realização. e equivalentes de caixa 49.552 (53.250)
d. Ativo imobilizado
2. Base de preparação Registrado ao custo de aquisição, formação ou construção, inclusive juros Aumento (Redução) líquido de caixa e equivalentes de caixa
e demais encargos financeiros capitalizados. No início do exercício 32.380 85.630
(a) Declaração de conformidade (com relação às normas IFRS e às nor- No fim do exercício 81.932 32.380
mas do CPC) e. Passivo circulante e não circulante
São demonstrados pelos valores conhecidos ou calculáveis, acrescidos, Aumento (Redução) líquido de caixa
As demonstrações financeiras foram elaboradas de acordo com as práticas e equivalentes de caixa 49.552 (53.250)
contábeis adotadas no Brasil. A presente demonstração financeira inclui quando aplicável, dos correspondentes encargos e variações monetárias
dados não contábeis e dados contábeis como, operacionais, financeiros. incorridas até a data do balanço. As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.
(b) Base de mensuração f. Demonstrações financeiras comparativas
As demonstrações financeiras foram preparadas com base no custo his- As demonstrações financeiras dos exercícios findos em 31 de dezembro de
tórico com exceção pelos instrumentos financeiros mensurados pelo valor 2022 e 2021 não tiveram saldos reclassificados.
justo por meio do resultado. 12. Despesas administrativas e gerais
(c) Moeda funcional e moeda de apresentação 4. Caixa e equivalentes de caixa 2022 2021
Essas demonstrações financeiras são apresentadas em Real, que é a moe- Alimentação (18.418) (6.745)
da funcional da Fundação e atualmente usada no país. 2022 2021
Donativos (22.500) -
Caixa e bancos conta movimento 13.114 3.406 Copa e cozinha (2.145) (998)
3. Resumo das principais práticas contábeis Aplicações financeiras livre de risco (a) 68.818 28.973 Material de escritório (294) (971)
81.932 32.379 Material de Limpeza (217) (470)
a. Apuração do superávit do exercício (a). Essas aplicações possuem características de equivalentes de caixa em Transporte (2.009) -
função de estarem em aplicações de curtíssimo prazo e livres de risco. Contribuições a entidades de classe (891) (657)
Gastos com eventos (2.336) (4.477)
5. Imobilizado Jornais e revistas - (506)
Materiais para manutenção de imóveis (2.254) (4.847)
2022 2021 Outras despesas administrativas (2.159) (1.380)
Descrição Custo Depreciação Custo líquido Custo líquido (53.223) (21.051)
Imóveis 401.009 - 401.009 401.009
Móveis e utensílios 19.007 (11.455) 7.552 9.348
Benfeitorias em imóveis próprios 94.232 (78.015) 16.217 24.477 13. Despesas com serviços de terceiros
Total 514.248 (89.470) 424.778 434.834 2022 2021
Lavanderia (257) (2.880)
5.1. Movimentação do custo Assessoria jurídica - PJ - (2.000)
Aquisição 2020 Adições 2021 Adições 2022 Limpeza patrimonial - (700)
Imóveis 401.009 - 401.009 - 401.009 (257) (5.580)
Móveis e utensílios 19.007 - 19.007 - 19.007
Benfeitorias em imóveis próprios 94.232 - 94.232 - 94.232
514.248 - 514.248 - 514.248
14. Despesas com serviços públicos
2022 2021
5.2. Movimentação da depreciação Telecomunicações (1.095) (1.510)
Depreciação 2020 Adições 2021 Adições 2022 Energia elétrica (4.243) (5.455)
Imóveis - - - - - Água e esgoto (1.409) (1.256)
Móveis e utensílios (7.863) (1.796) (9.659) (1.796) (11.455) (6.747) (8.221)
Benfeitorias em imóveis próprios (61.495) (8.260) (69.755) (8.260) (78.015) Despesas oriundas de utilização de serviços públicos e infraestrutura consumida,
(69.358) (10.056) (79.414) (10.056) (89.470) diariamente, nas atividades paroquiais.

15. Despesas com manutenções

6. Obrigações com pessoal e social 9. Receita operacional líquida 2022 2021
2022 2021 Manutenção e reparos – infraestrutura e mobiliário - (1.918)
2022 2021
Salários a pagar 6.527 33.750 Artigos religiosos 75.060 44.006 Manutenção de máquinas e equipamentos (420) -
Férias e encargos a pagar 8.749 12.314 Receita com doações 211.197 66.014 (420) (1.918)
INSS sobre folha de pagamento a recolher 2.319 5.138 Receita com dízimos 62.210 43.671 Esses gastos referem-se a despesas com manutenção e reparos de bens.
FGTS a recolher 744 2.707 Receita com arrecadações (eventos) 93.243 68.248
PIS sobre folha de pagamento a recolher 66 345 441.710 221.939 16. Receitas financeiras
18.405 54.254
Estas obrigações referem-se àquelas relacionadas com a remuneração de emprega- 10. Despesas com pessoal 2022 2021
dos e os respectivos encargos sociais incidentes sobre essas remunerações. Juros sobre aplicação financeira 2.746 430
2022 2021 2.746 430
Salários e ordenados (71.144) (100.132)
7. Adiantamento de outras empresas Côngruas (6.726) (18.088)
17. Despesas financeiras
Encargos sociais (30.399) (42.133)
2022 2021 Benefícios sociais (46.079) (48.444) 2022 2021
Mitra Arquidiocesana de São Paulo (a) - 38.842 Férias (11.527) (12.758) Tarifas bancárias (3.747) (2.766)
- 38.842 13º salário (6.879) (9.220) Despesas gerais de cobrança (53) (3.014)
(a) refere-se a adiantamento financeiro realizado pela Mitra à Capella utilizado Rescisão contratual (44.652) (1.683)
Juros e multas por atraso (2) (57)
para honrar obrigações trabalhistas, bem como outras despesas operacionais. (217.406) (232.458)
Impostos s/ rendimentos aplicação financeira (342) (95)
(4.144) (5.932)
Esses gastos referem-se a despesas com pessoal, sendo incluso eventuais benefí-
8. Patrimônio líquido cios sociais ofertados aos funcionários.
 patrimônio social é apresentado em valores atualizados e compreende
O 18. Aprovação das Demonstrações Financeiras
a somatória de: (i) Todos os bens constantes na escritura de instituição da 11. Despesas paroquiais  aprovação e emissão das demonstrações financeiras da Fundação Capella
A
Fundação, conforme escritura de alteração e consolidação dos estatutos da 2022 2021 Menino Jesus e Santa Luzia para o exercício findo em 31 de dezembro de 2022
Fundação registrado, microfilmado e digitalizado no Primeiro Oficial de Registro Velas (19.697) (13.416) foram autorizadas pela sua Diretoria em 24 de julho de 2023.
de Títulos e Documentos Civil de Pessoa Juridica, sob o nº 298.644, em 22 de Espórtula de missa (10.470) (6.168)
março de 2004. e (ii) Dos superávits e/ou déficits apurados anualmente. Os Artigos religiosos e imagens (44) (5.365) Diretoria
recursos da Fundação foram aplicados em suas finalidades institucionais, em Imagens (5.975) - Dom Odilo Pedro Scherer
conformidade com seu estatuto social, demonstrados pelas suas despesas e Vinhos e frascos (884) (163) Presidente
investimentos patrimoniais. O Patrimônio líquido da Fundação em 31/12/2022 é Cartelas, pulseiras, broches e outros (1.253) (3.341) Pe. Zacarias José de Carvalho Paiva Edivaldo Batista da Silva
de R$ 487.407 (R$ 373.527) em 31/12/2021. (38.323) (28.453) Diretor Financeiro Contador CRC 1SP212622/O-2
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BRASILÂNDIA
Dom Carlos Silva faz visita pastoral à Paróquia Santa Cruz
Daniel Procópio de Souza
JOÃO DE LIMA SILVA
COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO

Entre os dias 11 e 15, Dom Carlos Silva, OFMCap., fez

visita canônica à Paróquia Santa Cruz, no Jardim Peri Alto,
e foi recebido pelos Freis Carlos Lúcio Nunes Corrêa, OFM,
Pároco, e Marx Rodrigues dos Reis, OFM, Vigário Paroquial.
O Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia
foi às comunidades ligadas à Paróquia, participou de reuni-
ões com lideranças paroquiais, visitou famílias e pôde co-
nhecer melhor a realidade do bairro.
Na Solenidade de Nossa Senhora Aparecida, na quin-
ta-feira, 12, Dom Carlos participou da procissão e presidiu
missa na Comunidade que a tem como padroeira.
A visita pastoral terminou no domingo, 15, com uma
missa durante a qual foi conferido o sacramento da Crisma
a um grupo de jovens.
Lucas Sant’Anna

Fiéis da Vila Souza celebram

Nossa Senhora Aparecida
LUCCAS SANT’ANA
COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
Em 12 de outubro, os fiéis da Paró-
quia Nossa Senhora Aparecida, na Vila
Souza, celebraram a Padroeira do Brasil.
Cerca de 2 mil pessoas passaram du-
rante todo o dia pela Paróquia, que ofe-
receu uma programação especial. Foram
realizadas quatro missas, a última delas,
às 18h, presidida pelo Padre Rafael Nolli,
Administrador Paroquial. Houve ainda a
tradicional carreata e um almoço festivo.
A Paróquia realizou uma novena pre-
paratória entre os dias 3 e 11, com o tema
“Santa Maria, Mãe das Vocações”, em
consonância com o 3º Ano Vocacional
do Brasil. Entre os celebrantes das mis-
sas das novena estiveram o Padre Patrick
Fernandes, da Diocese de Marabá (PA),
que tem grande incidência nas redes
sociais; o Cardeal Odilo Pedro Scherer,
Arcebispo Metropolitano, e Dom Carlos
Silva, OFMCap., e Dom Ângelo Ade-
mir Mezzari, RCJ, Bispos Auxiliares da
Arquidiocese.

Uma jornada espiritual em honra à Padroeira do Brasil

PASCOM PAROQUIAL
De 1º a 12 de outubro, sob o tema
“Maria, ensinai-nos que vocação é gra-
ça e missão”, a Paróquia Nossa Senhora
Aparecida, na Vila Zatt, realizou uma
jornada espiritual que envolveu a comu-
nidade em momentos de reflexão, lou-
vor, solidariedade e celebração.
No dia 1º, aconteceu um almoço co-
munitário e a celebração de 28 anos da
dedicação do templo, seguida de uma
noite de louvores. Em cada dia da nove-
Pascom paroquial
na foi abordado um tema diferente, rela-
cionado às questões sociais, além de re-
flexões sobre vocação, promovidas pelos
sacerdotes convidados que presidiram as
missas, concelebradas pelo Cônego José
Renato Ferreira, Pároco.
Como gesto concreto pelo 3° Ano Vo-
cacional do Brasil, houve a arrecadação de
produtos de higiene e limpeza para apoiar
os três seminários da Arquidiocese.
Na quinta-feira, 12, a programação das crianças – com a participação das presidida pelo Pároco, com a assistência
começou com o Ofício de Nossa Se- famílias – e a coroação de Nossa Senho- do Diácono Benedito Camargo e do Di-
nhora, pela manhã, seguido da missa ra Aparecida. No fim do dia, a missa foi ácono seminarista Miguel Lisboa.
Pascom paroquial Pascom paroquial

No sábado, 14, a Paróquia Cristo Libertador vivenciou a primeira Missão Paroquial

A Paróquia Santos Apóstolos recebeu, no sábado, 14, a imagem peregrina de Nossa
Senhora de Fátima, vinda de Portugal. Durante todo o fim de semana, o Padre Silvio
Costa Oliveira, Pároco, conduziu uma programação que contou com momentos de ora-
ção e agradecimento. (por Luana Tosta)
Depois de peregrinar entre as comunidades e famílias do Jardim Rincão desde setembro,
aconteceu na manhã do domingo, 15, na Paróquia São Luís de Montfort, durante missa
presidida pelo Padre Robinson Sérgio dos Santos CRL, Vigário Paroquial, a despedida da
Imagem Peregrina da Mãe Rainha. Maria Rita Moreira, coordenadora de 20 capelinhas na
Paróquia, enalteceu a dedicação de cada cuidadora missionária e agradeceu pelos 23 anos
de existência do movimento na Paróquia. (por Patrícia Beatriz Lopes)
Porta a Porta, nas adjacências da Comunidade Nossa Senhora de Guadalupe. Famí-
lias foram visitadas por paroquianos missionários, que levaram a Palavra do Senhor, fi-
zeram orações, realizaram um censo sacramental e encaminharam os fiéis para Confis-
sões e atendimento com o Padre Maycon da Silva, Pároco, que permaneceu na capela
ao longo do dia. Houve ainda a celebração da vida, com pregação e louvor e adoração
ao Santíssimo Sacramento em uma praça do bairro, seguida de uma procissão até a ca-
pela e, depois, a missa. (por Pascom paroquial)
Precedido de um tríduo, a Comunidade Nossa Senhora Aparecida – Aparecidinha –, da
Paróquia São Francisco de Assis, Setor Dom Paulo Evaristo, celebrou na quinta-feira, 12,
a sua padroeira, com procissão pelas ruas do bairro, seguida de missa. (por Marco Rubens)
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IPIRANGA
Há 90 anos, sob a intercessão de
Nossa Senhora Aparecida em Moema
PADRE SAMUEL ALVES DA CRUZ
COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
Com o tema “Há 90 anos, aos pés da Rainha, que nos
conduz ao seu Filho Jesus Cristo”, a Paróquia Nossa Senho-
ra Aparecida, Setor Vila Mariana, por meio de uma doze-
na preparatória, celebrou Nossa Senhora e sua presença ao
longo de todos estes anos no bairro de Moema.
Na quinta-feira, 12, na Solenidade de Nossa Senhora Apa-
recida, foram celebradas oito missas, sendo a primeira às 5h.
Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arqui-
diocese e Vigário Episcopal para a Educação e a Uni-
versidade, presidiu a missa das 15h. O encerramento foi
às 19h, com missa presidida por Dom Ângelo Ademir
Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região
Ipiranga, tendo entre os concelebrantes o Padre Samuel
Alves da Cruz, SDS, Pároco.
No próximo dia 29, a comunidade celebrará os 90 anos
de criação da Paróquia, com missas às 8h, 10h, 11h30 (presi-
dida por Dom Ângelo), 17h30 e 19h (presidida pelo Cardeal
Na segunda-feira, 16, aconteceu a celebração da padroeira da
Paróquia Santa Edwiges, no Sacomã, com missa presidida
por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Ar-
Pascom paroquial
Os fiéis da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Setor An-
chieta, celebraram a padroeira na quinta-feira, 12. A pro-
gramação começou com a récita do Terço da Alvorada, às
5h30. Após a celebração das 10h, foi realizada uma carre-
ata pelas ruas da Vila Arapuá. Às 17h, encerrando as festivi-
dades, Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da
Arquidiocese na Região Ipiranga, presidiu a missa solene,
concelebrada pelo Padre João Bechara Ventura, Administra-
dor Paroquial, com a assistência do Diácono Feliciano Boni-
tatibus Neto. (por Karen Eufrosino)
Pascom paroquial
No sábado, 14, na Paróquia São José,
Setor Ipiranga, 40 jovens e adultos re-
ceberam o sacramento da Crisma du- A comunidade Nossa Senhora da Moradia, pertencente à Paróquia Nossa Se-
rante missa presidida por Dom Ângelo nhora Mãe de Jesus, Setor Cursino, recebeu no domingo, 15, Dom Ângelo Ademir
Ademir Mezzari, RCJ, e concelebrada Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, que presidiu a mis-
pelo Padre Gilmar Souza da Silva, NDS, sa, com a assistência do Diácono Anivaldo Blasques. Na celebração, os presentes
Pároco. (por Karen Eufrosino) fizeram um apelo pela paz no mundo.
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Pascom paroquial
Odilo Pedro Scherer). Na ocasião, haverá barracas e shows na
praça que circunda a igreja matriz, localizada na Praça Nossa
Senhora Aparecida, s/n°, Moema.
Reinaldo de Jesus Líbano
quidiocese na Região Ipiranga, e concelebrada por diversos
padres Oblatos de São José, entre eles o Padre Orestes Mon-
teiro de Melo, OSJ, Pároco. (por Pascom paroquial)
Karen Eufrosino
Na quinta-feira, 12, Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, presidiu
missa no Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora Apa-
recida, concelebrada pelos Padres Zacarias José de Carvalho
Paiva, Pároco e Reitor; Ediclei Araújo, LC, Vigário Paroquial; e
Sidnei Lang e Arlindo de Souza Trindade, colaboradores do
Santuário. Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Re-
gião Ipiranga conclamou os fiéis a pedirem a Nossa Senho-
ra Aparecida que os ajude a aumentar a fé em Jesus Cristo.
“Agraciada, cheia de graça, que nos deu seu filho, Jesus, nos
ajude a fazer tudo o que Ele nos disser”. (por Karen Eufrosino)
Maria da Graça Feltrin
(por Karen Eufrosino)
Atos da Cúria
INCARDINAÇÃO AO CLERO DA
ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO:
Em 09/10/2023, foi incardinado ao clero da
Arquidiocese de São Paulo o Reverendíssi-
mo Padre Evander Bento Camilo, até então
incardinado na Diocese de São João da Boa
Vista (SP).
NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO:
Em 04/10/2023, foi nomeado e provisionado
como Pároco da Paróquia Nossa Senhora da
Piedade, no bairro do Jardim Francisco Men-
des, na Região Episcopal Sant’Ana, o Reveren-
díssimo Padre Paulo Ramos, pelo período de
06 (seis) anos.
NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE
ADMINISTRADOR PAROQUIAL:
Em 04/10/2023, foi nomeado e provisiona-
do como Administrador Paroquial da Pa-
róquia São Camilo de Lellis, no bairro da
Vila Nivi, na Região Episcopal Sant’Ana, o
Reverendíssimo Padre Rodrigo Custódio
Andrade Ramos.
NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO
PAROQUIAL:
Em 04/10/2023, foi nomeado e provisionado
como Vigário Paroquial da Paróquia São
José, no bairro do Jaguaré, na Região Episco-
pal Lapa, o Reverendíssimo Padre Severino
Gomes, CSC, pelo período de 01 (um) ano.
PRORROGAÇÃO DA NOMEAÇÃO E
PROVISÃO DE PÁROCO:
Em 02/10/2023, foi prorrogada a nomeação e
provisão como Pároco da Paróquia Santa Ge-
nerosa, no bairro do Paraíso, na Região Epis-
copal Sé, do Reverendíssimo Padre Cássio
Albério Pereira de Carvalho, pelo período de
03 (três) anos.
Em 06/10/2023, foi prorrogada a nomeação
e provisão como Pároco da Paróquia Nossa
Senhora Aparecida, no bairro da Vila Anglo,
na Região Episcopal Lapa, do Reverendíssimo
Padre José Donizetti Fiel Rolim de Oliveira,
pelo período de 01 (um) ano.
Em 06/10/2023, foi prorrogada a nomeação e
provisão como Pároco da Paróquia Santa Lu-
zia, no bairro da Vila Jaguari, na Região Epis-
copal Lapa, do Reverendíssimo Padre Eduar-
do Augusto de Andrade, pelo período de 03
(três) anos.
PRORROGAÇÃO DA NOMEAÇÃO E
PROVISÃO DE ADMINISTRADOR
PAROQUIAL:
Em 06/10/2023, foi prorrogada a nomeação e
provisão como Administrador Paroquial da
Paróquia São Mateus, no bairro do Jardim Es-
meralda, na Região Episcopal Lapa, do Reve-
rendíssimo Padre Antonio Roberto Pimenta,
CSSR.
NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE
ASSISTENTE PASTORAL:
Em 03/10/2023, foi nomeado e provisionado
como Assistente Pastoral da Paróquia Santa
Rosa de Lima, no bairro do Jardim Tremem-
bé, na Região Episcopal Sant’Ana, o Diácono
Permanente Felipe Ribeiro Neto, pelo perío-
do de 01 (um) ano.
POSSE CANÔNICA:
Em 03/10/2023, foi dada a posse canônica
como Pároco da Paróquia Santo Inácio de
Loiola e São Paulo Apóstolo, no bairro da
Vila Mariana, na Região Episcopal Sé, ao Re-
verendíssimo Padre Danilo Alves Lima, SSP.
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LAPA
Dom José preside missas na Solenidade

Sueli Santos
de Nossa Senhora Aparecida
BENIGNO NAVEIRA à Paróquia Santa Luzia, Setor Pirituba, tendo como con-
COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO celebrante o Padre Eduardo Augusto de Andrade, Pároco.
Também houve missas em outras comunidades e paróquias
Na quinta-feira, 12, Solenidade de Nossa Senhora da Con- dedicadas à Padroeira do Brasil: Comunidade Nossa Senhora
ceição Aparecida, Dom José Benedito Cardoso presidiu missa Aparecida, no Portal dos Bandeirantes, que pertence à Paró-
em duas comunidades. quia Santo Estêvão Rei, com missa presidida pelo Padre José
Às 9h, na Comunidade Nossa Senhora Aparecida, no Jar- de Assis Batista, Administrador Paroquial; Paróquia Nossa Se-
dim Rio Pequeno, que pertence à Paróquia São Thomas More, nhora Aparecida, no Jardim Ester, cuja celebração eucarística
tendo como concelebrantes os Padres Benedito Claret Pereira, foi presidida pelo Padre Cristiano de Souza Costa, Adminis-
SJC, Pároco, e José Policarpo Silva, SJC. trador Paroquial; e Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila
Às 11h, na Comunidade Nossa Senhora Aparecida Anglo-Brasileira, com a presidência da missa pelo Padre José
(foto), do Conjunto Habitacional Turístico, que pertence Donizete Fiel Rolim de Oliveira, Pároco.
Benigno Naveira Pascom paroquial
Em missa na Paróquia São
João Gualberto, Setor Piritu-
ba, no domingo, 15, Dom José
Benedito Cardoso conferiu o
sacramento da Confirmação a
35 jovens e adultos, sendo 21
deles da matriz paroquial e 14
da Comunidade São Francis-
co de Assis, no Parque Anhan-
guera. Concelebrou o Padre
Ailton Bernardo de Amorim,
Administrador Paroquial
(por Benigno Naveira)
Pascom paroquial

Nos dias 7 e 8, aconteceu o 2º Encontro de Jovens com Cristo (EJC) da Paróquia Sagra-
do Coração de Jesus, Setor Butantã, com a presença de 60 encontristas, entre 16 e 29
anos. Eles participaram de pregações, partilhas, teatros, orações e adoração ao Santíssi-
mo Sacramento. A missa de encerramento foi presidida por Dom José Benedito Cardoso
e concelebrada pelo Padre Pedro Augusto Ciola de Almeida, Pároco. (por Benigno Naveira)

Na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Setor Leopoldina, entre os dias 7 e 8, reali-
zou-se o 9º Encontro de Jovens com Cristo (EJC), com a presença de 150 jovens. Hou-
ve orações, adoração ao Santíssimo e reflexões, além de momentos de descontra-
ção, como teatro, jogos e diversão. A missa de encerramento foi presidida pelo Padre
Tarcísio Justino Loro, Pároco. (por Benigno Naveira)
No dia 7, na Paróquia São José, no Jaguaré, Setor Butantã, aconteceu o XXI retiro de ca-
tequistas da Região Lapa, com o tema “Catequese, experiência de fé” e o lema “Senhor,
aumentai a nossa fé” (Lc 17,5), conduzido pelo Padre Geraldo Pereira, Assistente Eclesi-
ástico Regional da Pastoral da Animação Bíblico-Catequética. Participaram cerca de 150
pessoas. A assessoria foi do Padre Carlos Alberto Contieri, Diretor do Pateo do Collegio.
(por Benigno Naveira)

SANTANA
Pascom paroquial Ricardo Soares Denilson Araújo

Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu a

missa em louvor à padroeira da Paróquia Nossa Senhora Aparecida da Boa Via-
gem, Setor Vila Maria, na quinta-feira, 12. Concelebrou o Padre Efigênio Rodrigues da
Rocha (Padre Estêvão), Pároco. (por Fernando Fernandes)
Lenivaldo Jacobino

No sábado, 14, na Paróquia Nossa Se-

A Solenidade de Nossa Senhora da Con-
ceição Aparecida, na quinta-feira, 12, foi
marcada por uma missa solene na Paró-
quia Nossa Senhora Aparecida, no Jar-
dim São Paulo, presidida por Dom Jorge
Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese
na Região Santana, com a assistência do
Diácono Vinicius de Andrade.
(por Denilson Rabelo)
nhora da Piedade, Setor Jacanã, aconte-
ceu a posse do Padre Paulo Ramos como
novo Pároco, durante missa presidida por
Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da
Arquidiocese na Região Santana, e con-
celebrada pelos Padres Andrés Gustavo
Marengo; Aléscio Aparecido Bombonati,
MSJ; Lucas Antônio Gobbo Custódio, CR;
No domingo, 15, na Paróquia Santa Inês, Setor Mandaqui, Dom Jorge Pierozan, Bispo Anderson Alvelino, SDB, e pelo novo Páro-
Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu a missa durante a qual conferiu o co, com a assistência do Diácono Márcio
sacramento da Crisma a 29 jovens e adultos. Concelebrou o Padre José Esteves Filho (Pa- Cesena. Também participaram as Irmãs
dre Gabriel), com a assistência do Diácono Márcio Cesena. (por Lenivaldo Jacobino) Guanellianas. (por Denilson Araújo)
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BELÉM
Dom Cícero aos fiéis: a Virgem
Missão Belém

Maria é o modelo para o cristão

FERNANDO ARTHUR
COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO
A festa da padroeira da Comunidade Nossa Se-
nhora Aparecida, sob os cuidados da Missão Belém,
aconteceu na quinta-feira, 12, com momentos de lou-
vor, oração e uma procissão pelas ruas da Favela Nel-
son Cruz, no Belenzinho.
O encerramento se deu com a missa solene presi-
dida por Dom Cícero Alves de França e concelebrada
pelos Padres Paulo Gomes da Silva Júnior (Padre Pau-
linho), Vigário Paroquial; André Alves, Colaborador;
e Arlindo Teles, Pároco da Paróquia São José do Ma-
ranhão.
Na celebração, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na
Região Belém discorreu sobre o primeiro milagre de Je-
sus, proclamado no Evangelho, ressaltando que o vinho
é símbolo da alegria. “Maria, portanto, é atenta e perce-
be quando as coisas não vão bem na nossa vida, e logo
Pascom paroquial Pascom paroquial
vai àquele que pode resolver: Jesus Cristo”, afirmou.
“Celebrar a festa de Nossa Senhora é, antes de
tudo, celebrar e pedir a Deus esta graça de também
nós levarmos os outros para Jesus, levá-los a encontra-
-Lo. E assim como Maria, também dizermos a Jesus o
que vemos, o que ouvimos e o que percebemos em re-
lação ao que falta na vida dos nossos irmãos. Isso é ser
cristão. Maria é o modelo de cristão, de cristã, porque
ela vai pedir a Jesus por nós”, destacou, afirmando que
Nossa Senhora é modelo de fé, pois tem convicção de
quem é Jesus.
O Bispo exortou os fiéis a confiarem na intercessão
de Maria, ressaltando ainda que não pode existir cris-
tão que não tenha Nossa Senhora como mãe.
Ao término da celebração, cerca de 20 jovens da
Missão Belém realizaram a consagração à Virgem
Maria, pelo método de São Luís de Montfort. Tam-
bém houve o momento da coroação de Nossa Se-
nhora, feito pelas crianças e jovens da comunidade.
Pascom paroquial

Dom Cícero Alves de França conferiu, na manhã do domingo, 15,

o sacramento da Confirmação a 25 jovens e adultos na Paróquia
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Vila Diva. Concelebrou
o Cônego Walter Caldeira, Pároco. (por Fernando Arthur)
Na manhã da quinta-feira, 12, Dom Cícero Alves de França presi-
Pascom paroquial diu missa na Paróquia Nossa Senhora Aparecida e São Lucia-
no, na Vila Ema, por ocasião da festa da padroeira. Concelebrou
o Padre Cláudio de Oliveira, Pároco. (por Kaique Mazaia)
Pascom paroquial
Na quinta-feira, 12, a Paróquia Nossa Se-
nhora Aparecida, na Vila Nova York, cele-
brou solenemente sua padroeira. Pela ma-
nhã, Dom Cícero Alves de França presidiu
a missa, concelebrada pelo Padre Paulo
Eduardo Santos, MPS, Pároco.
(por Kaique Mazaia)

Na quinta-feira, 12, a Paróquia Nossa Se-

nhora Aparecida, na Vila Carrão, celebrou
sua padroeira com uma programação es-
pecial. Pela manhã, houve missa presidi-
da pelo Padre Syllas Reschilliani, Pároco.
À tarde, dezenas de pessoas se reuniram
para uma procissão com a imagem da pa-
droeira e, em seguida, aconteceu a missa
presidida pelo Pároco, com a coroação da
imagem.
(por Pascom paroquial)
No dia 11, Dom Cícero Alves de França presidiu missa no 9º dia da
novena em honra à padroeira na Comunidade Nossa Senhora
Aparecida, pertencente à Área Pastoral São João Paulo II, no
Jardim Planalto. Concelebrou o Padre Adalberto Erwinski, CSSp.
(por Pascom da Área Pastoral São João Paulo II)
A Comunidade Nossa Senhora Aparecida, pertencente à Pa-
róquia Santa Adélia, em São Mateus, celebrou solenemente sua
padroeira com uma missa na tarde da quinta-feira, 12, presidida
por Dom Cícero Alves de França e concelebrada pelos Padres Jo-
natas Mariotto, Pároco, e Nicolò Stauble, Vigário Paroquial.
(por Fernando Arthur)

Na sexta-feira, 13, a Capela Santo Edu-

ardo, pertencente à Paróquia Menino
Deus, no Jardim Vila Formosa, celebrou
solenemente seu padroeiro com uma
missa presidida pelo Padre Neidson Go-
mes, Pároco. (por Pascom paroquial)

Na manhã do sábado, 14, as congregações

religiosas femininas presentes na Região
Belém se reuniram no Centro Pastoral São
José, no Belenzinho, para um momento de
partilha e encontro com Dom Cícero Alves
de França, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na
Região Belém. (por Giane Falavigna)

Na quinta-feira, 12, a Paróquia Nossa Se-

nhora das Graças, na Vila Califórnia, aco-
lheu o Diácono Permanente Celso Santos
Acuña como Assistente Pastoral, em missa
presidida pelo Padre Reginaldo Miranda,
Pároco. (por Pascom paroquial)
18 | Regiões Episcopais | 18 a 24 de outubro de 2023 | www.osaopaulo.org.br
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SÉ
Ministros extraordinários da
Marinez Raimondo

Sagrada Comunhão têm encontro anual

Fernando Rosa

RUY HALASZ A atividade teve início com a aspectos essenciais da Eucaristia.

COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
No sábado, 14, na Catedral
Metropolitana de São Paulo, Setor
Catedral, aconteceu o 20º Encon-
tro Anual dos ministros extraor-
dinários da Sagrada Comunhão
(MESCs) da Região Sé.
adoração ao Santíssimo Sacramen-
to, conduzida pelo Padre Helmo
César Faccioli, Assistente Eclesiás-
tico Regional dos MESCs.
O Padre José Elias Fadul, SAC,
Pároco da Paróquia Nossa Senhora
Rainha dos Apóstolos, Setor Acli-
mação, fez uma reflexão sobre os
O encerramento foi com a ce-
lebração eucarística, presidida por
Dom Rogério Augusto das Neves,
Bispo Auxiliar da Arquidiocese na
Região Sé, que após a homilia con-
duziu a renovação do compromisso
ministerial, até março de 2024, de
todos os MESCs.
Na quinta-feira, 12, foi celebrada a festa da padroeira da
Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Beatriz, Se-
tor Pinheiros. Houve procissão, partindo do Colégio Santa
Clara, seguida da celebração eucarística presidida pelo
Padre Cláudio José Ribeiro, Pároco. (por Marinez Raimondo)
Paulo Celso Takahashi

Fiéis festejam a padroeira da Paróquia

Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários
José Luiz Altieri
SOLANGE DOMINGUES
COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO

Na Solenidade de Nossa Senhora Entre os dias 6 e 8, na Paróquia Nossa Senhora Achiropi-

Aparecida, na quinta-feira, 12, foi cele-
brada a festa da padroeira da Paróquia
Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviá-
rios, Setor Brás, com a realização de três
missas.
O dia começou com uma procissão,
que saiu da capela histórica, construída
pelos fundadores nos anos 1930. Em
seguida, a primeira missa do dia foi pre-
sidida por Dom Rogério Augusto das
Neves (foto) e concelebrada pelo Padre
Lorenzo Nacheli, Pároco.
O Bispo Auxiliar da Arquidiocese na
Região Sé falou sobre o papel que Nos-
sa Senhora tem como intercessora junto
a Deus: “Uma característica de Maria
que permitiu a ela ser essa intercessora
é o fato de estar atenta. Ela se antecipou,
antes que outros percebessem; atenta à
vontade de Deus e atenta à necessidade
dos seres humanos”.
Ao término da celebração, aconteceu um momento simbólico para
marcar a conclusão do novo projeto artístico da Paróquia, iniciado com
uma grande reforma em 2020. De autoria de Sergio Riciutto Conte,
esta última arte é um grande painel intitulado “Histórias de Maria”,
trazendo passagens marianas, desde a Anunciação até Pentecostes. O
gesto conclusivo da obra foi a fixação de duas pedras – extraídas do
Rio Paranapiacaba –, uma por Dom Rogério e outra por estudantes
universitários.
Pascom paroquial
De 18 a 30 de setembro, as paróquias do Setor Brás
(Bom Jesus, Nossa Senhora Aparecida dos Ferro-
viários, Nossa Senhora de Casaluce, São Januário
[foto] e São Vito Mártir) se revezaram na acolhida
da imagem peregrina da Sagrada Família. Por
sua vez, de 1º a 14 de outubro, foi a vez das paró-
quias do Setor Catedral (Nossa Senhora da Assun-
ção e São Paulo - Paróquia Pessoal Nipo-Brasileira
São Gonçalo, Nossa Senhora da Conceição - Santa
Ifigênia, Nossa Senhora da Paz, Paróquia Pessoal
dos Fiéis Latino-Americanos, Paróquia Pessoal Ita-
liana São Francisco de Assis e Santa Catarina de
Sena e São Francisco de Assis). A Catedral da Sé,
a Igreja das Chagas do Seráfico Pai São Francisco
e a Igreja Menino Jesus e Santa Luzia também
acolheram a imagem peregrina, que continua seu
percurso, agora no Setor Bom Retiro.
(por Patrícia Coppio)
ta, Setor Cerqueira César, aconteceu o 86º Encontro de Ca-
sais com Cristo (ECC) 1ª etapa. O encerramento se deu com
a missa, presidida pelo Padre Roberto Silva, Pároco. Ele
destacou na homilia que a paróquia é a vinha do Senhor,
e que todos são convidados a dar muitos frutos, como os
que proporcionam o ECC. (por Cassiano e Norma Pesce)
Pascom paroquial
A Paróquia Santa Teresa de Jesus, Setor Jardins, realizou
entre os dias 6 e 14 uma novena com o tema “Porta do Cas-
telo” e lema “As virtudes de Santa Teresa”, a cada dia com a
reflexão dos frades carmelitas convidados. Os participantes
foram motivados a fazer a doação de produtos de higiene
pessoal e limpeza para a Casa de Recuperação Santa Tere-
sinha de Jesus, instituição mantida pela Província Carme-
litana Fluminense, em Mogi das Cruzes (SP). A solenidade
da padroeira foi celebrada no domingo, 15. Houve, ainda,
a “Festa dos Povos”, nos dias 14 e 15, com barracas de co-
mida, brincadeiras e shows. (por Erika Carvalho)
A Pastoral de Rua “Irmãos em Cristo” da Paróquia Nossa Se-
nhora do Rosário de Pompeia, Setor Perdizes, realizou mais
uma ação solidária. No domingo, 15, os agentes da pastoral
saíram ao encontro dos irmãos em situação de rua, na Praça
da Sé. Foram entregues 981 refeições, 1 mil frascos de suco
e mil kits com pão e fruta aos necessitados. (por Karine Lima)
No dia 9, a Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo So-
corro, Setor Jardins, fez a sua 31ª ação solidária “Perpé-
tuo Socorro com o Povo das Ruas”. Na segunda-feira,
23, a comunidade fará a 32ª ação social e convida a to-
dos que queiram colaborar como voluntários. Para tan-
to, basta entrar em contato com a secretaria paroquial,
pelo telefone (11) 3083-0033. (por Pascom paroquial)

Após acordo mediado pelo Catar, Rússia
entrega crianças raptadas da Ucrânia
JOSÉ FERREIRA FILHO
osaopaulo@uol.com.br
Segundo a Ucrânia, a Rússia raptou
mais de 20 mil menores do país des-
de o início da invasão, em fevereiro de
2022. No entanto, a Rússia concordou
em devolver quatro crianças ucrania-
nas – a mais nova com quatro anos e
a mais velha, com 17 – de volta às suas
famílias, em um acordo mediado pelo
Catar. O anúncio foi feito na segunda-
-feira, 16, pelo Ministério das Relações
Exteriores do Catar.
A repatriação de menores ucrania-
nos faz parte de um projeto-piloto que,
caso seja bem-sucedido, poderá iniciar
um amplo processo de retorno dessas
crianças tiradas de seu país por Moscou.
O envio forçado de crianças ucra-
nianas para a Rússia gerou uma de-
núncia contra Moscou e o presidente
Vladimir Putin no Tribunal Penal
Comitê da ONU pressiona governo
brasileiro a ‘avancar’ na legalização do aborto
O Comitê dos Direitos Econômi-
cos, Sociais e Culturais das Nações
Unidas propôs ao Brasil que “reveja
sua legislação criminal que proíbe o
aborto para torná-la compatível com
a integridade, autonomia e saúde das
mulheres, em particular descriminali-
zando o aborto”, ampliando assim, “as
circunstâncias em que o aborto é le-
galmente permitido” e “seja orientado
pelo comentário geral do Comitê nº 22
(2016) sobre o direito à saúde sexual e
reprodutiva e as Diretrizes da Organi-
zação Mundial da Saúde sobre o Abor-
to (2022)”.
As observações finais da 74ª Ses-
são do Pacto Internacional sobre os
Direitos Econômicos, Sociais e Cul-
turais ao Brasil foram divulgadas na
segunda-feira, 16. O evento ocorreu
em Genebra, na Suíça, entre os dias 25
de setembro e 13 de outubro, no qual
a delegação brasileira, liderada por
Rita Oliveira, secretária-executiva do
Ministério dos Direitos Humanos e da
Cidadania (MDHC), foi submetida a
uma sabatina por 18 peritos da ONU
sobre os processos de combate à po-
breza e implementação de políticas de
direitos humanos e sociais no Brasil.
DEFESA DA VIDA
No contexto do debate sobre a
questão do aborto, é preciso frisar os
esforços da Igreja na questão da defesa
da vida, como aconteceu recentemente
com seu posicionamento contrário à
ADPF 442, em tramitação (suspensa,
por ora) no Supremo Tribunal Federal
(STF), cuja proposta é legalizar o abor-
to no País até a 12ª semana de gestação.
Uma das iniciativas instituídas des-
de 2005 pela Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB), é a Semana
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Internacional (TPI), que emitiu um
mandado de prisão contra o líder rus-
so e à sua comissária para os direitos
da criança, Maria Lvova-Belova, por
deportação ilegal de crianças.
A Rússia justifica os atos por mo-
tivos humanitários, alegando que eva-
cuou centenas de milhares de menores
ucranianos para “protegê-los do peri-
go”. A Ucrânia alega que suas crianças
foram levadas à força e reeducadas
como russas.
No início da guerra, famílias do
leste ucraniano enviaram seus filhos
para aquilo que Moscou chama de
“acampamento de verão”. A promessa
era de segurança e alimentação sufi-
ciente durante os conflitos que destru-
íram cidades inteiras, como Mariupol.
Quando as famílias ucranianas
buscaram trazer seus filhos de volta
para casa, foram informadas de que
eles não tinham permissão para sair
Nacional da Vida, que engloba a cele-
bração do Dia do Nascituro, momento
para o qual são motivadas manifesta-
ções públicas em favor das crianças que
ainda estão no ventre materno e contra
o aborto, como a Marcha pela Vida,
que aconteceu no dia 8 em todo o País.
ONU
O Comitê da ONU pressiona o go-
verno brasileiro para que garanta, ain-
da, “a acessibilidade e a disponibilidade
de serviços e informações de saúde se-
xual e reprodutiva adequados e de boa
qualidade, inclusive o acesso a serviços
de aborto seguro, incluindo medica-
mentos para aborto, contracepção e
contracepção de emergência, para to-
das as mulheres e meninas adolescen-
tes que fazem parte desse Estado, espe-
cialmente em áreas rurais ou remotas”.
No dia 29 de setembro, a delega-
ção brasileira informou ao Comitê da
ONU que “melhorar a saúde sexual
e reprodutiva” das mulheres brasilei-
ras era uma “das principais priorida-
des do Ministério da Saúde” e que “o
Ministério estava criando medidas
| 18 a 24 de outubro de 2023 | Pelo Mundo/Fé e Vida | 19
dos acampamentos ou de que haviam
sido transferidos para outras cidades.
Poucas famílias conseguiram recupe-
rar seus filhos depois de meses sem
resposta do governo russo.
Outros milhares de menores foram
evacuados das zonas de bombardeio,
capturados em cidades ocupadas pelos
russos ou sequestrados dos orfanatos
invadidos no leste ucraniano. Muitos
acabaram inseridos no sistema de ado-
ção russo, sem qualquer menção à sua
origem ucraniana.
Durante o processo de russifica-
ção, as crianças perdiam o seu nome,
sua religião e qualquer contato com as
famílias.
Oficialmente, as famílias ucrania-
nas podem buscar seus filhos na Rússia,
mas a maioria não tem dinheiro ou co-
ragem para viajar até a terra do invasor.
Fontes: Valor Econômico e Heni Ozi Cukier,
cientista político e professor
ONU
para melhorar o acesso à contracep-
ção e ao aborto legal”, para “lidar com
o preconceito enfrentado pelas mu-
lheres que se submetem ao aborto”.
“Como parte de seu compromisso
de estabelecer um atendimento de saú-
de abrangente e baseado em direitos
para as mulheres”, lembrou ao Comitê
que, “o Brasil abandonou a Declaração
do Consenso de Genebra sobre a Pro-
moção da Saúde da Mulher e o Fortale-
cimento da Família”, no dia 17 de janei-
ro deste ano, primeiro mês do governo
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ainda durante a sabatina, a delega-
ção brasileira disse ao Comitê da ONU
que “o aborto era uma questão parti-
cularmente polarizadora no Brasil”. E
“em setembro de 2023, uma ação ques-
tionando a constitucionalidade da le-
gislação penal sobre o aborto foi apre-
sentada ao Supremo Tribunal Federal
(STF) a pedido de sua ex-presidente, a
ministra Rosa Weber, que se declarou a
favor da descriminalização dos abortos
realizados nas primeiras 12 semanas de
gravidez”. (JFF)
Fonte: ACI Digital
Liturgia e Vida
29º DOMINGO DO TEMPO COMUM
22 DE OUTUBRO DE 2023
A Deus o que é de Deus!
PADRE JOÃO BECHARA VENTURA
Fariseus e herodianos se uniram para
condenar o Senhor com uma pergunta: “É
lícito ou não pagar imposto a César?” (Mt
22,17). Respondendo que sim, Ele se mostra-
ria favorável a um regime nocivo aos judeus;
dizendo que não, seria tido pelos romanos
como insubordinado. Pediu-lhes, então, que
trouxessem uma moeda e perguntou: “De
quem é a figura e a inscrição?”. “De César”,
responderam. “Dai, pois, a César o que é de
César, e a Deus o que é de Deus” (Mt 22,21).
Este é o princípio que rege a delicada relação
entre a Igreja e o poder político.
Reconhecemos que “as autoridades que
existem foram estabelecidas por Deus” (Rm
13,1) e, portanto, devem ser obedecidas. Isso
não quer dizer que todos os governos sejam
justos, mas que foram permitidos por Aque-
le que “domina sobre o reino dos homens e
o entrega a quem Lhe apraz” (Dn 4,22). Por
isso, São Paulo ordenou que “se façam pedi-
dos, orações, súplicas e ações de graças pelos
reis e por todos que detêm autoridade” (1Tm
2,1); e Jesus, ao ser julgado, recordou a Pila-
tos que este não teria poder algum se não lhe
fosse dado do alto (Jo 19,11).
Contudo, se os governantes nos mandam
fazer coisas contrárias à Lei de Deus, temos
não somente o direito, mas inclusive o dever
de desobedecer-lhes, pois “é preciso obedecer
antes a Deus que aos homens” (At 5,29). Se-
gundo São João Crisóstomo, quando ‘damos
a César’ algo contrário a Deus, acabamos por
pagar tributo ao diabo. É preciso, além disso,
preservar nossas consciências das condutas
imorais permitidas pelo estado. Leis e tribu-
nais toleram, por exemplo, o adultério, a blas-
fêmia, o aborto e a pornografia; nós, porém,
jamais podemos aceitar tais condutas e temos
de fazer o possível para que sejam erradicadas.
Existem leis divinas reveladas diretamen-
te pelo Criador. Há também leis naturais que
Ele inscreveu no coração de cada homem, e
que podem ser deduzidas pelo reto uso da ra-
zão. Exemplos delas são a ilicitude do furto,
do homicídio, da bigamia, da calúnia etc. Os
governantes civis têm a obrigação moral de
respeitar semelhantes leis, bem como os di-
reitos naturais delas decorrentes, tais como o
direito à vida, à propriedade privada, à edu-
cação da prole e à prática da religião. Violan-
do o direito natural ou divino, legisladores e
magistrados atentam contra a paz e o bem
comum, pecam gravemente e usurpam um
poder que não lhes pertence.
Já os líderes da Igreja têm competência
para ensinar e julgar acerca da doutrina da fé,
da moral e dos sacramentos. Devem pregar
sobre Cristo, a Virgem, o amor, o pecado, a
justiça, o perdão, o Céu, o inferno etc. Têm,
outrossim, a missão de recordar a todos – ca-
tólicos ou não – os preceitos da lei natural.
Quando deixam de lado essas funções para se
imiscuir em assuntos temporais opináveis –
tais como especificidades econômicas, admi-
nistrativas ou ambientais – facilmente erram,
pois não receberam carisma sobrenatural
para isso. Assim, negligenciam a função que
lhes é própria e causam confusão e divisão
entre os fiéis.
20 | Reportagem | 18 a 24 de outubro de 2023 | www.osaopaulo.org.br
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Summer Beats DNJ 2023: um dia especial

para a evangelização da juventude Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
ROSEANE WELTER
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Jovens da Arquidiocese de São Paulo e

de várias partes do Brasil se reuniram para
um dia especial marcado por momentos
de oração, adoração ao Santíssimo Sacra-
mento, missa, acesso ao sacramento da
Reconciliação e shows musicais com artis-
tas como Adoração e Vida, Anjos de Res-
gate, Rosa de Saron, Colo de Deus, Fra-
ternidade São João Paulo II, Naldo José,
Davidson Silva, Frei Gilson entre outros.
Assim foi o festival Summer Beats DNJ
2023, realizado no domingo, 15, no Par-
que de Material Aeronáutico de São Paulo
(Pama-SP), anexo ao aeroporto Campo de
Marte, em Santana, na zona Norte da ca-
pital paulista.
O evento, promovido pelo Setor Ju-
ventude da Arquidiocese de São Paulo
(Sejusp) em parceria com a produtora
Summer Beats, marcou também as come-
morações do Dia Nacional da Juventude
(DNJ) e reuniu mais de 60 mil pessoas.

EXPRESSAR A FÉ
A atividade começou às 8h, com a
oração do Terço, conduzida por Dom
Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar de
São Paulo e Referencial para o Setor Ju-
ventude na Arquidiocese, que em segui-
da presidiu a missa.
Ao O SÃO PAULO, o Bispo destacou
que o evento é um momento que possibi-
lita aos jovens expressar a fé por meio da
oração, do encontro pessoal com Deus,
além de viabilizar um profundo exame
de consciência para despertar o desejo de
reconciliação com Deus.
“Estamos aqui para mostrar ao mundo
que os jovens amam a Deus, que querem
seguir Jesus Cristo de perto; que amam o
Papa, a Igreja, estão dispostos a contribuir
para que o mundo seja melhor e estão
abertos à reconciliação com Deus, consigo
e com os irmãos”, afirmou.
Dom Carlos ressaltou que a Arqui-
diocese, em sintonia com as propostas
do sínodo arquidiocesano, deseja estrei-
tar os laços com a juventude que está se-
denta de Deus.
“Jovens de todas as idades estão reuni-
dos em grupos ou com suas famílias para
celebrar a vida e a fé. Nosso compromis-
so como comunidade eclesial é apresen-
tar Cristo e seu Evangelho para que estes
possam pautar suas vidas na verdade e nos
valores cristãos”, pontuou.
Durante o dia, enormes filas se forma-
vam para as Confissões, que foram atendi-
das por diversos sacerdotes que se reveza-
vam no local. Inclusive Dom Carlos Lema
passou horas ouvindo Confissões.
Os jovens também puderam se reco-
lher em oração diante de Jesus Eucarísti-
co, que ficou exposto o tempo todo para
adoração.
‘BATIDA’ DA FÉ
Antonio Cerqueira Junior é o criador
do Summer Beats. Segundo ele, o evento
Em sua 17ª edição – a 4ª realizada no contexto do Dia Nacional da Juventude –, festival reúne cerca de 60 mil pessoas na capital paulista
surgiu em 2006 da inspiração e do dese-
jo de evangelizar a juventude. “O evento
nasceu na oração e tem o intuito de pro-
mover a fé. A motivação é atrair os jovens
de todas as idades para Deus por meio da
oração, adoração e shows”, disse, mencio-
nando que uma das marcas registradas do
evento são as caravanas com jovens de di-
versas partes do Brasil.
“Summer Beats significa ‘batida do
verão’, mas, com nosso evento, queremos
elucidar que a principal batida é a fé e a
oração”, afirmou o idealizador, destacando
que as experiências da atividade transcen-
dem e se refletem na dinâmica pastoral
das comunidades.
A banda Rosa de Saron, ao celebrar 35
anos de estrada, se apresentou no festival.
“Somos impactados pela mensagem do
Evangelho traduzida em nossas canções e
que atravessam gerações. Os jovens de 35
anos atrás são os pais que hoje trazem seus
filhos para cantar nossas músicas. Essa é a
força da evangelização e o legado que con-
firma nossa missão de cantar a fé”, ressalta-
ram os artistas.
Padre Fabrício Mendes de Morais, do
Setor Juventude da Arquidiocese, enfa-
tizou: “Os jovens vêm aqui com sede de
Deus e o Summer Beats DNJ é essa fonte
de água viva que os sacia e os impulsiona”.
JOVENS UNIDOS
Luiz Carlos Gonçalves levou uma ca-
ravana de 40 pessoas da Paróquia Nossa
Senhora do Carmo, da cidade de Cambuí
(MG). “Viajamos de ônibus por três horas
para chegar ao evento. Estar aqui repre-
senta a união do nosso grupo de jovens
paroquial que tem sede de Deus”, disse,
revelando a expectativa do grupo para
acompanhar a apresentação dos artistas
católicos. “As canções traduzem a nossa fé
por meio dos ensinamentos do Evangelho,
unidos à realidade de alegrias e desafios
enfrentados pelos jovens”, afirmou.
Cicera Sabino, 47, foi ao evento na
companhia da filha, Lara Mirella, que
muito insistiu para que fossem para parti-
cipar da missa, da adoração ao Santíssimo
e assistir aos shows. “Ver o gesto da minha
filha de querer estar aqui é Deus agindo na
nossa família. Eu rezo com minha filha to-
dos os dias”, falou, emocionada.
Ana Julia Laurentino, 14, é da Paróquia
Jesus no Horto das Oliveiras, na Região San-
tana. “Ver essa multidão de jovens reunida
e a uma só voz ecoando a mensagem de Je-
sus e Maria é um testemunho que revigora
a nossa fé”, comentou, já com voz rouca.
Tatiane Ferreira de Lima, 25, levou
uma caravana de 30 pessoas da Paróquia
São Francisco de Assis, de Suzano (SP).
“Sair da nossa paróquia para conhecer no-
vos jovens é uma riqueza que nos fortalece
na caminhada eclesial e missionária”, disse.
ENCONTRO PESSOAL COM CRISTO
Eduardo Domingues Peixoto, 21,
aguardou por duas horas na fila para
se confessar. “Estava afastado de Deus
e um amigo me convidou para vir ao
Summer Beats. Durante a celebração,
senti no coração o desejo de me aproxi-
mar, de retornar para Deus. Quero me
abrir à graça de Deus para que Ele faça
em mim morada”, falou.
Padre Alan Santos Leite, Vigário Pa-
roquial da Paróquia São Francisco Xavier,
na Região Santana, foi um dos sacerdotes
confessores. “A Confissão é o sacramento
da esperança. Ver os jovens buscando este
sacramento representa a semente do Evan-
gelho germinando e produzindo frutos de
paz, de vida nova em Deus”, afirmou.
De joelhos e em lágrimas diante
do Santíssimo Sacramento, Gabriel da
Silva, 16, agradecia a Deus o dom da
conversão: “Estava afastado da Igreja,
depois me tornei evangélico. E, recente-
mente, me converti e hoje sou católico.
Não consigo entender como consegui
ficar afastado de Jesus e Maria. Aqui é o
meu lugar. Deus me escolheu e me res-
gatou à vida nova”.
Frei Gilson exortou os jovens ao
encontro pessoal com Cristo. “Jovem,
priorize Cristo na sua vida. O encontro
pessoal com Jesus é transformador, per-
mita-se encontrar e ser encontrado por
Ele, que deve ser sua referência e guiar
seus passos”, disse.
DEFENDER A VIDA
No evento, os jovens foram lembrados
da importância da família e de que defen-
dam a vida da concepção até o seu fim
natural.
No palco, durante a participação de
Frei Gilson, a Associação Amparo Ma-
ternal apresentou a campanha “Amparo
pela Vida”. Lorenna Pirolo, diretora-pre-
sidente da instituição, mencionou que
a entidade há 84 anos oferece abrigo e
garante proteção integral a gestantes em
situação de risco. “A juventude é prota-
gonista e defender a vida e a família é
responsabilidade e compromisso de to-
dos. O aborto não é um direito; nascer e
viver é”, destacou.