Você está na página 1de 74

Arquidiocese de Natal

Paróquia de São Francisco de Assis – Cidade Satélite

Instruções Litúrgicas para a Santa Missa


Por: Thiago César Viana Nunes

Natal – RN
PREFÁCIO

É com imenso prazer e satisfação que inicio a

elaboração desta coletânea de informações acerca das

instruções para a celebração do Sagrado Sacrifício da Santa

Missa. Não podíamos imaginar que a grandiosidade de tal

culto divino pudesse ser condensado e expresso em um

simples compêndio de informações, pois ele nos leva a

buscar, a cada dia e com amor, a verdadeira e mais valorosa

forma de prestar o devido culto a Deus pela sua santa

liturgia e tudo o que ela encerra.

Vale ressaltar que os ensinamentos e as orientações

são informações extraídas de documentos da Igreja Católica

Apostólica Romana ou com sua autorização. Nada é de livre

pensamento do autor desta compilação. Espero que esse

subsídio nos leve a enriquecer o sentido real e esperado da

Santa Missa em qualquer momento de nossa vida.

Thiago César Viana Nunes

i
Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

Sumário
1. O SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA .............................................................................. 6
1.1 Partes da Santa Missa – Ritos iniciais .............................................................................. 9
1.1.1 ENTRADA ....................................................................................................................... 9
1.1.2 SAUDAÇÃO DO ALTAR E DA ASSEMBLEIA .......................................................... 9
1.1.3 ATO PENITENCIAL .................................................................................................... 10
1.1.4 KYRIE, ELEISON (SENHOR TENDE PIEDADE) .................................................. 10
1.2 Partes da Santa Missa – Liturgia da Palavra ................................................................. 12
1.2.1 LEITURAS BÍBLICAS ................................................................................................. 12
1.2.2 ACLAMAÇÃO ANTES DA LEITURA DO EVANGELHO ....................................... 13
1.2.3 HOMILIA ....................................................................................................................... 13
1.2.4 PROFISSÃO DE FÉ .................................................................................................... 13
1.2.5 ORAÇÃO UNIVERSAL ............................................................................................... 14
1.3 Partes da Santa Missa – Liturgia Eucarística ................................................................. 14
1.3.1 PREPARAÇÃO DOS DONS ...................................................................................... 14
1.3.2 PREPARAÇÃO DOS DONS ...................................................................................... 15
1.3.3 ORAÇÃO EUCARÍSTICA........................................................................................... 15
1.3.3.1 Ação de graças ......................................................................................................... 15
1.3.3.2 Aclamação ................................................................................................................. 15
1.3.3.3 Epíclese ..................................................................................................................... 16
1.3.3.4 Narração da instituição e consagração ................................................................ 16
1.3.3.5 Anamnese ................................................................................................................. 16
1.3.3.6 Oblação...................................................................................................................... 16
1.3.3.7 Intercessões .............................................................................................................. 17
1.3.3.8 Doxologia ................................................................................................................... 17
1.3.4 RITO DA COMUNHÃO ............................................................................................... 17
1.3.4.1 Oração dominical ..................................................................................................... 17
1.3.4.2 Rito da Paz ................................................................................................................ 18
1.3.4.3 Fração do Pão .......................................................................................................... 18
1.3.4.4 Comunhão ................................................................................................................. 19

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 3


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

1.4 Partes da Santa Missa – Rito de conclusão ................................................................... 20


2. OBJETOS LITÚRGICOS UTILIZADOS PELA SANTA IGREJA NA SANTA MISSA
OU EM OUTRAS CELEBRAÇÕES .................................................................................20
2.1 Espaços Celebrativos ........................................................................................................ 20
2.2 Objetos litúrgicos ................................................................................................................ 22
2.2.1 ALFAIAS ....................................................................................................................... 22
2.2.2 VASOS SAGRADOS .................................................................................................. 23
2.2.3 OBJETOS DIVERSOS ............................................................................................... 25
2.3 Paramentos e vestes Litúrgicas ....................................................................................... 30
2.4 Livros Litúrgicos .................................................................................................................. 37
2.5 Símbolos Católicos ............................................................................................................. 38
3. TEMPOS E CORES DA IGREJA ................................................................................41
3.1 Tempo do advento - ROXO............................................................................................... 42
3.2 Natal do Senhor – BRANCO ............................................................................................. 43
3.3 Tempo da quaresma – ROXO .......................................................................................... 44
3.4 Tempo Pascal – ESPECIAL .............................................................................................. 45
3.5 Tempo comum – VERDE .................................................................................................. 46
4. COMPOSIÇÃO DA IGREJA – TEMPLO .....................................................................48
4.1 Presbitério ............................................................................................................................ 48
4.2 Altar ....................................................................................................................................... 49
4.3 Ambão .................................................................................................................................. 49
4.4 Lugar dos fiéis ..................................................................................................................... 49
4.5 Lugar do Canto.................................................................................................................... 49
4.6 Lugar da reserva da Santíssima Eucaristia .................................................................... 50
4.7 Lugar das imagens sagradas ............................................................................................ 50
5. OS GESTOS E ATITUDES CORPORAIS ...................................................................51
5.1 De pé .................................................................................................................................... 51
5.2 Sentados .............................................................................................................................. 51
5.3 De joelhos ............................................................................................................................ 52
6. A MÚSICA DENTRO DA LITURGIA ...........................................................................52
7. CELEBRAÇÕES ESPECIAIS AO LONGO DO ANO ..................................................52
7.1 Advento e Natal do Senhor ............................................................................................... 52
7.2 Quarta-Feira de cinzas....................................................................................................... 53

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 4


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

7.3 Quaresma ............................................................................................................................ 54


7.4 Domingo de ramos da Paixão do Senhor ....................................................................... 54
7.5 Tríduo Pascal ...................................................................................................................... 56
7.5.1 MISSA DA CEIA DO SENHOR ................................................................................. 56
7.5.2 CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO DO SENHOR ............................................................. 58
7.5.2.1 liturgia da palavra ..................................................................................................... 59
7.5.2.2 Adoração da Santa Cruz ......................................................................................... 60
7.5.2.3 Comunhão ................................................................................................................. 61
7.5.3 VIGÍLIA PASCAL ......................................................................................................... 62
7.5.3.1 Benção do fogo e preparação do Círio ................................................................. 63
7.5.3.2 Procissão ................................................................................................................... 64
7.5.3.3 Precônio pascal ........................................................................................................ 65
7.5.3.4 Liturgia da palavra .................................................................................................... 66
7.5.3.5 Liturgia batismal ....................................................................................................... 67
7.5.3.6 Renovação das promessas do batismo................................................................ 69
7.5.3.7 Liturgia eucarística ................................................................................................... 70
7.6 Tempo Pascal...................................................................................................................... 71
7.7 Tempo Comum.................................................................................................................... 71
7.7 Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo.................................................. 72
7.7 Comemoração de todos os fiéis defuntos....................................................................... 73
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................73

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 5


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

1. O SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA

O mistério da santíssima eucaristia, instituída pelo sumo sacerdote Jesus

Cristo e, por vontade sua, perpetuamente renovada pelos seus ministros, é como

a súmula e o centro da religião cristã, o sacrifício único da cruz foi oferecido pelo

próprio Cristo e nos entregue de forma esplendorosa e singular para que a sua

esposa dileta – A igreja, através de seus sucessores, a propagassem até o fim

dos séculos. (Mediator Dei – 59-60).

A celebração eucarística é a ação do próprio Cristo e da Igreja, na qual,

pelo ministério do sacerdote, o Cristo Senhor, substancialmente presente sob as

espécies de pão e vinho, se oferece a Deus Pai e se dá como alimento espiritual

aos fiéis unidos à sua oblação. No Banquete eucarístico, o povo de Deus é

chamado a reunir-se sob a presidência do Bispo ou, por sua autoridade, do

presbítero, que faz às vezes de Cristo. Unem-se na participação todos os fiéis

presentes, clérigos ou leigos, cada um a seu modo, segundo a diversidade de

ordens e funções litúrgicas. A celebração eucarística se ordena de tal maneira

que todos os participantes recebam os muitos frutos, cuja obtenção Cristo Senhor

instituiu o Sacrifício eucarístico. (Código de direito canônico – Cân. 899).

A natureza sacrificial da Missa, solenemente afirmada pelo Concílio de

Trento, de acordo com toda a tradição da Igreja, foi mais uma vez formulada pelo

II Concílio do Vaticano quando, a respeito da Missa, proferiu estas significativas

palavras: “O nosso Salvador, na última Ceia, instituiu o sacrifício eucarístico do

seu Corpo e Sangue, com o fim de perpetuar através dos séculos, até à sua

vinda, o sacrifício da cruz e, deste modo, confiar à Igreja, sua amada Esposa, o

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 6


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

memorial da sua Morte e Ressurreição”. (Instrução Geral do Missal Romano –

Cap.I).

É possível encontrar esta doutrina do Concílio, expressamente enunciada,

de modo constante, nos próprios textos da Missa. Assim, o que já no antigo

Sacramentário, vulgarmente chamado Leoniano, se exprimia de modo inequívoco

nesta frase: “todas as vezes que celebramos o memorial deste sacrifício, realiza-

se a obra da nossa redenção”, aparece-nos desenvolvido com toda a clareza e

propriedade nas Orações Eucarísticas. Com efeito, no momento em que o

sacerdote faz a anamnese, dirigindo-se a Deus, em nome de todo o povo, dá-Lhe

graças e oferece-lhe o sacrifício vivo e santo, isto é, a oblação apresentada pela

Igreja e a Vítima, por cuja imolação quis o mesmo Deus ser aplacado; e pede que

o Corpo e Sangue de Cristo sejam sacrifício agradável a Deus Pai e salvação

para todo o mundo. (Instrução Geral do Missal Romano – Cap.I).

O mistério admirável da presença real do Senhor sob as espécies

eucarísticas, reafirmado pelo II Concílio do Vaticano e outros documentos do

Magistério da Igreja, no mesmo sentido e com a mesma doutrina com que o

Concílio de Trento o tinha proposto à nossa fé, é também claramente expresso na

celebração da Missa, não só pelas próprias palavras da consagração, em virtude

das quais Cristo se torna presente por transubstanciação, mas também pela

forma como, ao longo de toda a liturgia eucarística, se exprimem os sentimentos

de suma reverência e adoração. É este o motivo que leva o povo cristão a prestar

culto peculiar de adoração à tão admirável Sacramento, na Quinta-feira da Ceia

do Senhor e na solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Instrução

Geral do Missal Romano – Cap.I).

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 7


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

Na Missa ou Ceia do Senhor, o povo de Deus é convocado e reunido, sob

a presidência do sacerdote que faz as vezes de Cristo, para celebrar o memorial

do Senhor ou sacrifício eucarístico. A esta assembleia local da santa Igreja se

aplica eminentemente a promessa de Cristo: “Onde estiverem dois ou três

reunidos em meu nome, aí estou Eu no meio deles” (Mt 18, 20). Com efeito, na

celebração da Missa, em que se perpetua o sacrifício da cruz, Cristo está

realmente presente: na própria assembleia congregada em seu nome, na pessoa

do ministro, na sua palavra e, ainda, de uma forma substancial e permanente, sob

as espécies eucarísticas (Instrução Geral do Missal Romano – Cap.II).

A carta encíclica Mediator Dei – Sobre a sagrada Liturgia, em seu

parágrafo 73, nos exorta a prática da devida e necessária veneração do santo

sacrifício eucarístico, ou como dizia o Papa Pio XII: Augusto Sacrifício do Altar.

Tornando a nossa participação em uma forma mais ativa deixando de lado a

negligência e a distração, unindo-se, de forma íntima, com o Sumo sacerdote,

como diz o Apóstolo: "Tende em vós os mesmos sentimentos que Jesus Cristo

experimentou", oferecendo com Ele e por Ele, santificando-se com Ele.

A Missa consta, por assim dizer, de duas partes: a liturgia da palavra e a

liturgia eucarística. Estas duas partes, porém, estão entre si tão estreitamente

ligadas que constituem um único ato de culto. De fato, na Missa é posta a mesa,

tanto da palavra de Deus como do Corpo de Cristo, mesa em que os fiéis

recebem instrução e alimento. Há ainda determinados ritos, a abrir e a concluir a

celebração. (Instrução Geral do Missal Romano – Cap.II).

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 8


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

1.1 Partes da Santa Missa – Ritos iniciais


(Instrução Geral do Missal Romano – Cap.II)

1.1.1 ENTRADA

O momento inicial da Santa Missa para os leigos acontece na entrada no

Templo, nesse momento devemos voltar toda a nossa atenção para as

maravilhas e grandiosidades que estão por ocorrer, façamos todo o silêncio

possível tanto externa quanto internamente, preparando o nosso coração para

adentrarmos no mais sublime e incrível mistério de nossas vidas. Deixando de

lado todo o nosso mundo físico e vivendo o nosso mundo espiritual.

De acordo com os relatos de Ana Caterina Emmerich (beata) em sua obra:

A Dolorosa Paixão de Jesus Cristo, os apóstolos ao entrarem no cenáculo para a

celebração da ceia pascal (última ceia) entraram em procissão, com o olhar fixo

no altar, postura ereta, palmas das mãos juntas apontadas para frente, com os

polegares cruzados em cima. Postura que demonstrava uma veneração enorme

por tudo que havia de acontecer fixando o nosso olhar no centro de nossa vida: O

altar de Deus, o altar do Sacrifício de Nosso Senhor; essa expressão de fixação

do olhar, nos mostra que ao iniciarmos a nossa participação na Santa Missa os

nossos olhares devem estar única e exclusivamente voltados para o altar, que é

Deus, e é ali onde o sacrifício único e maior aconteceu e que, por amor, volta a

acontecer.

1.1.2 SAUDAÇÃO DO ALTAR E DA ASSEMBLEIA

Chegados ao presbitério, o sacerdote, o diácono e os ministros saúdam o

altar com inclinação profunda.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 9


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

Em sinal de veneração, o sacerdote e o diácono beijam então o altar; e, se

for oportuno, o sacerdote incensa a cruz e o altar.

Terminado o cântico de entrada, o sacerdote, de pé junto da cadeira, e

toda a assembleia fazem sobre si próprios o sinal da cruz; em seguida, pela

saudação, faz a comunidade reunida sentir a presença do Senhor. Com esta

saudação e a resposta do povo manifesta-se o mistério da Igreja reunida.

Depois da saudação do povo, o sacerdote, ou o diácono, ou outro ministro,

pode, com palavras muito breves, introduzir os fiéis na Missa do dia.

1.1.3 ATO PENITENCIAL

Em seguida, o sacerdote convida ao ato penitencial, o qual, após uma

breve pausa de silêncio, é feito por toda a comunidade com uma fórmula de

confissão geral e termina com a absolvição do sacerdote; esta absolvição, porém,

carece da eficácia do sacramento da penitência.

Ao domingo, principalmente no tempo pascal, em vez do costumado ato

penitencial pode fazer-se, por vezes, a bênção e a aspersão da água em memória

do batismo.

1.1.4 KYRIE, ELEISON (SENHOR TENDE PIEDADE)

Depois do ato penitencial, diz sempre o Senhor, tende piedade de nós

(Kýrie, eléison), a não ser que já tenha sido incluído no ato penitencial. Dado

tratar-se de um canto em que os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua

misericórdia, é normalmente executado por todos, em forma alternada entre o

povo e a schola ou um cantor.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 10


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

Cada uma das aclamações diz-se normalmente duas vezes, o que não

exclui, porém, um maior número, de acordo com a índole de cada língua, da arte

musical ou das circunstâncias.

1.1.5 GLÓRIA IN EXCELSIS (HINO DE LOUVOR)

O Glória é um antiquíssimo e venerável hino com que a Igreja, congregada

no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus e ao Cordeiro. Não é permitido

substituir o texto deste hino por outro. É começado pelo sacerdote ou, se for

oportuno, por um cantor, ou pela schola, e é cantado ou por todos em conjunto,

ou pelo povo alternando com a schola, ou só pela schola. Se não é cantado, é

recitado ou por todos em conjunto ou por dois coros alternadamente.

Canta-se ou recita-se nos domingos fora do Advento e da Quaresma, bem

como nas solenidades e festas, e em particulares celebrações mais solenes.

1.1.6 ORAÇÃO DE COLETA

Em seguida, o sacerdote convida o povo à oração; e todos, juntamente

com ele, se recolhem para um instante em silêncio, a fim de tomarem consciência

de que se encontram na presença de Deus e formularem, interiormente, as suas

intenções. Então o sacerdote diz a oração que se chama coleta, pela qual se

exprime o caráter da celebração. Segundo a tradição antiga da Igreja, a oração

dirige-se habitualmente a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo, e termina com a

conclusão trinitária, isto é, a mais longa, deste modo:

– se é dirigida ao Pai: Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que

é Deus convosco na unidade do Espírito Santo;

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 11


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

– se é dirigido ao Pai, mas no fim é mencionado o Filho: Ele que é Deus

convosco na unidade do Espírito Santo;

– se é dirigido ao Filho: Vós que sois Deus com o Pai na unidade do

Espírito Santo.

1.2 Partes da Santa Missa – Liturgia da Palavra


(Instrução Geral do Missal Romano – Cap.II)

A liturgia da palavra é constituída de: Leituras bíblicas, dentre elas

podemos encontrar uma ou duas leituras, intercaladas pelo salmo responsorial e

o evangelho, a homilia, a profissão de fé (Creio) e a oração dos fiéis. O silêncio é

algo incentivado pela igreja como forma de interiorização da palavra de Deus,

inspirada pelo Espírito Santo, devemos respeitar o silêncio em dois ou três

momentos:

 depois da (s) leitura (s);

 depois da homilia.

1.2.1 LEITURAS BÍBLICAS

As leituras bíblicas são um sinal de unidade da palavra de Deus com a

história da salvação, por isso não convém substituir alguma das leituras ou salmo

responsorial por textos que não sejam bíblicos.

As leituras são sempre proclamadas no ambão. A leitura do evangelho é

proferida pelo diácono ou pelo sacerdote, tal proclamação é de tão grande

importância que é precedida da benção e onde todos os fiéis a escutam de pé.

O salmo responsorial é parte integrante da liturgia da palavra tendo

fundamental importância na meditação da palavra por parte dos ouvintes, é

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 12


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

conveniente que a sua proclamação seja com a participação da assembleia,

cantando e/ou repetindo o refrão.

1.2.2 ACLAMAÇÃO ANTES DA LEITURA DO EVANGELHO

A saudação da palavra de Deus é realizada pelo canto imediatamente

antes da proclamação do evangelho, cantando-se o ALELUIA (ou canto levando

em consideração o tempo litúrgico). Ato esse que possui valor próprio no rito

levando a assembleia dos fiéis a acolher e a saudar a palavra de Deus que será

proclamada.

1.2.3 HOMILIA

A homilia é parte da liturgia e muito recomendada, servindo de elemento

necessário para alimentar a vida cristã, devendo conter reflexões dos textos lidos.

Ela é proferida pelo sacerdote presidente da celebração ou por um sacerdote

concelebrante, ou em algumas vezes (se for oportuno) por um diácono, mas

nunca por um leigo. Nos domingos e festas de preceito não se deve omitir a

homilia, senão por causa grave.

1.2.4 PROFISSÃO DE FÉ

A profissão de fé tem como finalidade permitir que todo o povo reunido,

responda à palavra de Deus anunciada nas leituras da sagrada Escritura e

exposta na homilia, e que, proclamando a regra da fé, segundo a fórmula

aprovada para o uso litúrgico, recorde e professe os grandes mistérios da fé,

antes de começarem a ser celebrados na Eucaristia.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 13


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

1.2.5 ORAÇÃO UNIVERSAL

Na oração universal os fiéis apresentam a Deus as suas preces pela

salvação de todos, dentre elas temos:

 pela igreja;

 pelas autoridades e salvação do mundo;

 pelos que sofrem;

 pela comunidade local.

1.3 Partes da Santa Missa – Liturgia Eucarística


(Instrução Geral do Missal Romano – Cap.II)

Na última ceia o Senhor instituiu o sacrifício e o banquete pascal e cada

vez que o sacerdote o realiza, na pessoa de Cristo, se torna continuamente

presente o sacrifício da cruz.

1.3.1 PREPARAÇÃO DOS DONS

A preparação dos dons é a nossa oferta a Deus de todos os frutos de

nosso trabalho, que estaremos apresentando às mãos do sacerdote que irão se

converter em corpo e sangue de Cristo. Acrescido das ofertas do pão, vinho e

água, pode-se recolher alguma oferta material para as necessidades da igreja

e/ou dos necessitados da comunidade, mas que não sejam misturados ou

colocados sobre a mesa eucarística. Segue-se o canto de apresentação das

ofertas pelo menos até que as ofertas sejam dispostas sobre o altar.

Caso haja a incensação, segue a ordem: Os dons depositados sobre o

altar; a cruz; e o próprio altar. Simbolizando, assim, que as ofertas apresentadas

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 14


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

se elevam aos céus, da mesma forma que a fumaça do incenso. Após isso o

sacerdote é incensado e depois o povo.

Seguido a incensação o sacerdote lava as mão como forma de demonstrar

a vontade da purificação interior.

1.3.2 PREPARAÇÃO DOS DONS

É a parte que encerra a preparação das ofertas e inicia-se a oração eucarística.

1.3.3 ORAÇÃO EUCARÍSTICA

A oração eucarística é por si só um rito de ação de graças e de

consagração, é por isso o fato de que a introdução do prefácio nos chama a unir-

nos o nosso coração ao céu, levando toda a assembleia a se unir a Cristo na

proclamação das maravilhas de Deus. Dentro da parte central da missa

encontramos diversas divisões e que cada uma apresenta um sentido próprio:

1.3.3.1 Ação de graças

Expressa durante o prefácio, onde o sacerdote glorifica a Deus Pai e

rende-lhe graças por toda a obra da salvação, ela é própria do dia, festa ou tempo

litúrgico.

1.3.3.2 Aclamação

Toda assembleia em comunhão com todos os coros celestes canta o

Santo.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 15


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

1.3.3.3 Epíclese

Consta de invocações especiais onde a igreja implora ao Espírito Santo

que os dons oferecidos pelo homem sejam consagrados e que se convertam em

Corpo e Sangue de Cristo, e que a Sagrada Comunhão opere salvação em todos

aqueles que irão participar.

1.3.3.4 Narração da instituição e consagração

É revivido o sacrifício do próprio Cristo mediante as palavras e gestos,

quando Ele ofereceu o seu próprio corpo e sangue na última ceia. Dando-os para

que os apóstolos comessem e bebessem e perpetuassem esse mistério.

1.3.3.5 Anamnese

Em obediência a este mandato, recebido de Cristo Senhor através dos

Apóstolos, a Igreja celebra a memória do mesmo Cristo, recordando de modo

particular a sua bem-aventurada paixão, gloriosa ressurreição e ascensão aos

Céus.

1.3.3.6 Oblação

Oferecimento da igreja a Deus Pai no Espírito Santo a hóstia imaculada,

levando a uma apresentação por parte da assembleia não somente a hóstia, mas

o oferecimento de si próprio por mediação de Cristo para que, da mesma forma

que no Céu, haja aqui na terra uma perfeita união entre todos e de todos com

Deus.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 16


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

1.3.3.7 Intercessões

Por ela se exprime que a eucaristia é celebrada em comunhão tanto na

terra como no céu e que a oblação é feita em proveito dela e de todos os seus

membros, vivos e defuntos, chamados todos a tomar parte na redenção e

salvação adquirida pelo Corpo e Sangue de Cristo.

1.3.3.8 Doxologia

Exprime a glorificação a Deus que é confirmada com o AMÉM.

1.3.4 RITO DA COMUNHÃO


É a parte da Santa missa que os fiéis, devidamente preparados, se

encaminham para a participação no banquete pascal, recebendo o Corpo e

Sangue de Cristo.

1.3.4.1 Oração dominical

Na Oração dominical pede-se o pão de cada dia, que para os cristãos

evoca principalmente o pão eucarístico, igualmente se pede a purificação dos

pecados, de modo que efetivamente “as coisas santas sejam dadas aos santos”.

O sacerdote formula o convite à oração, que todos os fiéis recitam juntamente

com ele. Então o sacerdote diz sozinho o embolismo, que o povo conclui com

uma doxologia. O embolismo é o desenvolvimento da última petição da oração

dominical; nele se pede para toda a comunidade dos fiéis a libertação do poder do

mal. O convite, a oração, o embolismo e a doxologia conclusiva dita pelo povo,

devem ser cantados ou recitados em voz alta.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 17


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

1.3.4.2 Rito da Paz

A igreja implora a paz e a unidade para si própria e para a família humana,

sendo expressa pelos fiéis antes da participação no banquete do cordeiro. O

desejo de paz pode ser realizado de forma conveniente com as tradições locais

ou necessidades do presidente. Ao se desejar a paz é conveniente que possamos

dar a paz aos que estão mais perto de nós.

Em uma nova orientação realizada pela congregação para o culto divino e

a disciplina dos sacramentos, divulgada em 2014, a Santa Sé pede que algumas

atitudes sejam evitadas, são elas:

 a introdução de um "canto para a paz", inexistente no Rito romano;

 os deslocamentos dos fiéis para trocar a paz;

 que o sacerdote abandone o altar para dar a paz a alguns fiéis;

 que em algumas circunstâncias, como a solenidade de Páscoa ou de Natal,

ou Confirmação, o Matrimônio, as sagradas Ordens, as Profissões

religiosas ou as Exéquias, o dar-se a paz seja ocasião para felicitar ou

expressar condolências entre os presentes.

(Carta circular: o significado ritual do dom da paz na missa - 2014).

1.3.4.3 Fração do Pão

É um rito reservado ao sacerdote, onde ele parte o Pão Eucarístico, gesto

que foi praticado pelo próprio Cristo na última ceia, significando que mesmo os

fiéis sendo muitos, se tornam um só corpo, pela comunhão do mesmo pão da vida

que é Cristo morto e ressuscitado pela salvação do mundo. Essa parte da

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 18


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

celebração inicia-se logo após a Paz, e enquanto o sacerdote deita uma parte da

hóstia no cálice, o canto ou alguém designado pelo sacerdote, recita ou canta o

cordeiro de Deus, quantas vezes forem necessárias até que se conclua o rito da

fração do Pão, devendo-se terminar com o Dai-nos a paz.

1.3.4.4 Comunhão

O sacerdote, juntamente com os fiéis, deve se preparar para receber a

Santa Comunhão rezando em silêncio, assim o sacerdote mostra aos fiéis, em ato

de humildade, o Pão Eucarístico sobre a patena ou sobre o cálice, mencionando

as palavras próprias do momento. A igreja recomenda que tanto os sacerdotes

quanto os fiéis recebam a Hóstia consagrada na própria missa, como forma de

demonstração de comunhão, ou seja, como participação no sacrifício que está

sendo celebrado. Enquanto o sacerdote toma a comunhão, inicia-se o canto da

comunhão, que deve expressar a união espiritual dos comungantes e a alegria de

receber no coração o Senhor. Dessa forma, realça melhor o caráter da procissão

daqueles que vão receber a eucaristia. O canto prolonga-se até que todos tenham

recebido a comunhão.

A antífona da comunhão, quando não é cantada pelo coral, pode ser

recitada por alguém designado pelo sacerdote, ou pelo próprio sacerdote após ele

ter comungado e antes de distribuir a comunhão aos fiéis.

Após a distribuição da comunhão aos fiéis pode-se orar por alguns

momentos em silêncio e, também, ser cantado algum salmo ou cântico de louvor.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 19


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

1.4 Partes da Santa Missa – Rito de conclusão


(Instrução Geral do Missal Romano – Cap.II)

O rito de conclusão é composto de:

 notícias breves;

 saudação e benção do sacerdote;

 despedida da assembleia realizada pelo sacerdote ou diácono;

 beijar o altar (pelo sacerdote e diácono) e reverência profunda ao

altar (pelo sacerdote, diácono e demais membros).

2. OBJETOS LITÚRGICOS UTILIZADOS PELA SANTA IGREJA NA SANTA

MISSA OU EM OUTRAS CELEBRAÇÕES

2.1 Espaços Celebrativos

ALTAR: Mesa fixa ou móvel destinada à celebração eucarística, local mais

importante da igreja, onde se renova,

constantemente, o sacrifício redentor de

Cristo. É o local que se sobressai no

presbitério.

CREDÊNCIA: Pequena mesa litúrgica que fica próxima ao altar, onde são

colocados os objetos litúrgicos a

serem utilizados nas celebrações.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 20


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

AMBÃO: Também chamada de Mesa da palavra, é a

estante onde se proclamam a palavra de Deus, não

pode ser confundida com a estante do comentarista.

PRESBITÉRIO: Local ao redor do altar

onde se realizam os principais ritos

sagrados. É no presbitério onde são

colocadas as cadeiras do sacerdote

presidente, do(s) diácono(s) e do(s)

sacerdote(s) concelebrante(s). A cadeira

do diácono deve ser colocada ao lado da do Celebrante presidente.

SACRÁRIO: Chamado também de tabernáculo, é

uma urna onde são guardadas as reservas

eucarísticas, Hóstias consagradas na Santa Missa.

Recomenda-se que seja localizada em ambiente

digno e próprio: CAPELA DO SANTÍSSIMO.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 21


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

2.2 Objetos litúrgicos

2.2.1 ALFAIAS

Os panos da sagrada mesa, especialmente os que recebem as sagradas

espécies devem ser sempre conservados limpos. É louvável que a primeira

lavagem seja feita à mão e descartada em local apropriado na igreja ou sobre a

terra em lugar adequado, após isso pode-se proceder a lavagem como de

costume. (Constituição Redemptionis Sacramentum – Cap.III).

Algumas orientações nos remete à purificação dos panos sagrados com

utensílios novos e exclusivos para esse fim, não sendo utilizados para outros

meios. Portanto, as bacias, os panos, o ferro de engomar, os produtos de

limpeza, dentre outros, devem ser destinados, unicamente, para a purificação das

alfaias sagradas.

CORPORAL: Pano sagrado em formato

quadrangular, dobrado em 9 partes. Podemos

encontrar uma cruz (ou símbolo conveniente)

bordada no cento. No corporal são repousados o

cálice com o Sangue e a patena e/ou âmbulas

com o Corpo de Cristo. O corporal simboliza o

Santo Sudário, pano que envolveu Cristo após morto e que serviu de testemunha

da Ressurreição.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 22


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

SANGUINHO: Tecido de formato retangular onde o

sacerdote purifica o cálice após a comunhão e ser

for necessário os dedos e a boca. Podemos

encontrar uma cruz (ou símbolo conveniente)

bordada no centro ou em ambas as extremidades.

MANUSTÉRGIO: Toalha usada pelo sacerdote e

ministros da sagrada comunhão para enxugar às

mãos após purificada no lavabo.

2.2.2 VASOS SAGRADOS

Requer que os vasos sejam feitos com material nobre conforme normas da

tradição e dos livros litúrgicos. Reprova-se o uso, para a celebração da Santa

Missa, de vasos comuns ou de escasso valor, como: cristal, argila, porcelana e

outros materiais que apresentem facilidade de quebrar. Eles devem ser benzidos

com rito próprio (Constituição Redemptionis Sacramentum – Cap.III).

CÁLICE: Vaso onde o vinho é consagrado

durante a Santa Missa.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 23


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

ÂMBULA OU CIBÓRIO: Recipiente utilizado para

conservação e distribuição da Sagrada Comunhão

aos fiéis. Ele se diferencia (algumas vezes)

fisicamente do cálice pela presença de tampa.

PATENA: Prato de metal, geralmente de

formato circular, onde se coloca a Hóstia

Magna durante a celebração da Santa Missa.

Também se utiliza, pelo acólito ou pessoa

delegada pelo sacerdote, uma patena em

outro formato durante a distribuição da

Comunhão, evitando que fragmentos do

Corpo de Cristo se percam caindo no chão,

sendo comumente chamada de “patena de

acólito”.

TECA: Vaso sagrado onde se coloca o viático (alimento

celeste: Corpo de Cristo); levado para os enfermos, idosos

e pessoas impossibilitadas de ir à Santa Missa.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 24


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

2.2.3 OBJETOS DIVERSOS

PALA: Cartão quadrado revestido de pano (rígido)

que cobre a patena e o cálice.

CALDEIRINHA: Pequeno recipiente onde se coloca a

água benta para a aspersão.

ASPERSÓRIO: Pequeno objeto com o qual se joga a água

benta, sobre os fiéis ou sobre objetos.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 25


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

LAVABO: O lavabo é composto pela bacia e a jarra, a

qual contém água para a purificação das mãos do

sacerdote, do diácono e dos ministros da Sagrada

Comunhão. Fica na credência e é levada pelos acólitos

após a apresentação das ofertas.

GALHETAS: Recipientes (dois) onde se colocam o vinho e a água (filtrada ou

mineral, já que será consumida) e são

apresentadas durante as ofertas, seja

pelos fiéis em procissão ou pelos acólitos.

HÓSTIA MAGNA: Pão sem fermento, em um

tamanho maior do que as partículas, para uma

melhor visualização dos fiéis, que será

apresentada pelo sacerdote durante a

consagração e consumida por ele na comunhão.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 26


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

PARTÍCULAS: Compostas de pão sem fermento,

apresentadas pelo povo como fruto do trabalho do

homem e que são consagradas e distribuídas aos

fiéis.

OSTENSÓRIO: Objeto Sagrado onde a Hóstia consagrada

é colocada para a adoração e benção do Santíssimo Sacramento. Existem

modelos mais simples e outros mais “preciosos”.

CUSTÓDIA: A custódia é a parte central do ostensório onde se coloca a Hóstia

consagrada para exposição, mas pode ser, também,

um pequeno ostensório sem maiores detalhes.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 27


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

INCENSO: Resina aromática extraída de várias plantas

usadas sobre brasas nas celebrações solenes.

NAVETA: Pequeno vaso onde se transporta o

incenso nas celebrações litúrgicas, geralmente

em formato de nave.

TURÍBULO: Vaso onde se colocam as brasas e o

incenso. Utilizado nas celebrações solenes onde se

realiza a incensação.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 28


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

CASTIÇAIS: É um suporte para velas. Pode ter formatos

diferentes. São usados liturgicamente em sinal de

veneração e de celebração festiva. Podem ser

dispostos sobre o altar ou ao seu redor, em pares.

CRUZ PROCESSIONAL: É uma cruz, alta e com

crucifixo, usada para guiar, ou seja, ir à frente das

procissões litúrgicas. É levada pelo cruciferário.

MATRACA: Instrumento de madeira firmado

por tabuinhas movediças que se agitam

manualmente. Dá um ruído próprio das

cerimônias quaresmais.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 29


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

ESTANTE: Serve para acomodar o Missal, é

colocado sobre o Altar para que o sacerdote

acompanhe os ritos das celebrações litúrgicas.

2.3 Paramentos e vestes Litúrgicas

As vestes utilizadas na celebração da Santa Missa seguem as cores do


tempo litúrgico da igreja. Elas apresentam características específicas para os
seus participantes (Constituição Redemptionis Sacramentum – Cap.III).

ALVA ou TÚNICA - veste longa, de cor branca ou neutra,

comum aos ministros de qualquer grau.

AMITO - Pano que o ministro coloca ao redor do pescoço

antes de outras vestes litúrgicas (pouco usado).

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 30


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

CASULA - Veste própria do sacerdote que preside a

celebração. Espécie de manto que se veste sobre a alva

e a estola. Acompanha a cor litúrgica do dia.

ESTOLA - Veste litúrgica dos ministros ordenados. O

bispo e o presbítero a colocam sobre os ombros de

modo que caia pela frente em forma de duas tiras,

acompanhando o comprimento da alva ou túnica. Os

diáconos também a usam, porém em diagonal, sobre o ombro esquerdo,

prendendo-a do lado direito.

CAPA PLUVIAL - Capa longa, que o sacerdote

usa ao dar a bênção do Santíssimo ou ao conduzi-

lo nas procissões. Usa-se também no rito de

aspersão da assembleia.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 31


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

CÍNGULO - Cordão com o qual se prende a alva ao

redor da cintura (Opcional).

VÉU UMERAL - Chama-se também véu de ombros. Manto

retangular usado pelo sacerdote sobre os ombros, ao dar

a bênção com o Santíssimo ou ao transportar o ostensório

com o Santíssimo Sacramento.

DALMÁTICA - Veste própria do diácono. É colocada

sobre a alva e a estola.

BATINA - É uma veste eclesiástica, própria de diáconos,

presbíteros, bispos e seminaristas. Tradicionalmente,

possui 33 botões de alto a baixo, representando a idade

de Cristo, e cinco botões em cada punho, representando

as cinco chagas de Cristo. Pode ser usada com uma faixa

à cintura, cuja cor varia segundo o grau na hierarquia católica.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 32


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

MANÍPULO - É uma faixa de pano, do

mesmo tecido e cor da casula. É preso ao

braço esquerdo. Antigamente, servia para

limpar o pó ou suor da fronte durante as

caminhadas e trabalhos, ou ainda, com suas

dobras, fazia-se as vezes de algibeira. Recorda as cordas com que Jesus foi

manietado. Simboliza o amor ao trabalho, ao

sacrifício e as boas obras. Ao acomodá-la ao

braço, o sacerdote reza: "Que eu mereça, Senhor,

trazer este manípulo de dor e penitência, para que

possa, com alegria, receber os prêmios dos meus

trabalhos". Utilizada nos ritos tridentinos e pré-

conciliares. Hoje encontra-se em desuso.

BÁCULO – Insígnia episcopal que

representa o cajado que o bispo, pastor

diocesano, usa para conduzir o seu

rebanho. É usado somente em seu

território de jurisdição, com a curva

voltada para frente durante a procissão

de entrada, para ouvir a leitura do

evangelho, fazer a homilia, para receber os votos, as promessas e a profissão de

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 33


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

fé e, finalmente, para abençoar as pessoas, exceto quando tiver que fazer a

imposição das mãos.

FÉRULA – É o báculo papal, uma espécie de

cruz hastil, sem o crucificado.

MITRA – Habitualmente usada pelo Bispo:

quando está sentado; quando faz a homilia;

quando faz as saudações, as alocuções e os

avisos, a não ser que logo a seguir tenha de

tirar a mitra; quando abençoa solenemente o

povo; quando executa gestos sacramentais;

quando vai às procissões. O Bispo não usa a

mitra: nas preces introdutórias; nas orações;

na oração universal; na oração Eucarística;

durante a leitura do Evangelho; nos hinos,

quando estes são cantados de pé; nas procissões em que se leva o Santíssimo

Sacramento, ou as relíquias da Santa Cruz do Senhor; diante do Santíssimo

Sacramento exposto. As tiras pendentes na parte posterior é chamada de

ÍNFULAS.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 34


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

SOLIDÉU – O

solidéu é uma

pequena calota

que os clérigos

usam na cabeça.

Sendo preto para os padres e preto com frisos violáceos para todos os

monsenhores. Todo violeta para os bispos, vermelho para os cardeais e branco

para o papa.

BARRETE – O barrete é um objeto

quadrangular provido geralmente de 3

palas e quase sempre de um pompom.

Sua cor varia de acordo com o clérigo,

podendo ser usado por todos. O barrete

tem uma representação de autoridade.

MURÇA – Pequena sobrecapa usada nas vestes corais

sobre a sobrepeliz ou o roquete e sob a cruz peitoral. Sua

cor varia de acordo com o grau hierárquico do clérigo.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 35


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

SOBREPELIZ – Veste branca usada pelos

sacerdotes em rituais que não se juntou à missa, por

vários ministros no exercício de suas funções.

A sobrepeliz é usada por acólitos que servem à

missa como turiferário, cruciferário, ceroferário, etc,

tanto na forma ordinária como na

forma extraordinária do rito romano.

ROQUETE – Trata-se de uma "túnica" de cor branca.

Geralmente feita de linho fino ou tecido semelhante.

Atinge os joelhos. Distingue-se da sobrepeliz,

principalmente, pelas mangas mais

estreitas, frequentemente enfeitadas com rendas. Pode

ser forrada nos punhos e/ou na barra.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 36


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

2.4 Livros Litúrgicos

EVANGELIÁRIO - O livro contém os evangelhos

para os domingos e festas do Ano Litúrgico, ou seja,

contêm trechos dos evangelhos

de Mateus, Marcos, Lucas, e de João.

Sua entrada no começo da Missa, é bem

solene, geralmente é trazido por um Diácono. Antes

da proclamação do Evangelho é mantido sobre

o Altar. Na aclamação ao Evangelho, ou seja, no

Aleluia (que é omitido na Quaresma por algo como Louvor a Vós, ó Cristo Rei, rei

da eterna glória!, ou Louvor e glória a ti Senhor, Cristo Palavra de Deus!), é

levado ao ambão, ou Mesa da Palavra, de onde se proclama as leituras na Missa.

Também é conhecido como Livro dos Evangelhos.

MISSAL – Livro utilizado pelo celebrante com

orações e leituras próprias. Nele encontramos o

ordinário da missa e as orações eucarísticas. O

missal foi revisto depois do concílio ecumênico

Vaticano II.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 37


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

LECIONÁRIO DOMINICAL, SEMANAL E SANTORAL – Livro utilizado para a

proclamação das leituras durante a celebração da Santa Missa. O lecionário

dominical ABC é utilizado nas missas dominicais, nas festas e solenidades

durante os anos A, B e C. No lecionário semanal encontramos as leituras dos dias

da semana em seus respectivos tempos. No lecionário santoral, ou das missas

votivas, encontramos leituras para celebrações da Virgem Maria, dos santos e

santas, nas missas votivas e nas diversas circunstâncias.

2.5 Símbolos Católicos


IHS: Monograma do nome de Jesus Cristo.

Desde o século terceiro, o nome de nosso

Salvador vem sido ocasionalmente

abreviado. No Final da Idade média, IHS

se converteu em um símbolo, assim como

o chi-rho durante o período Constantino.

IHS se converteu em característica

iconográfica adaptada por São Vicente Ferrer e por São Bernardino de Siena,
Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 38
Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

Santo missionário, que ao final de seus sermões acostumava exibir devotamente

este monograma em sua audiência: "Jesus Hominum Salvator" - Jesus O

Salvador dos Homens.

ALFA E ÔMEGA: Primeira e última

letra do alfabeto grego. No

Cristianismo aplicam-se a Cristo,

princípio e fim de todas as coisas.

PX: Estas letras, do alfabeto grego,

correspondem em português a C e

R. Unidas, formam as iniciais da

palavra CRISTÓS (Cristo). Esta

significação simbólica é, porém,

ignorada por muitos.

TRIÂNGULO: Com seus três ângulos iguais (equilátero), o triângulo simboliza a

Santíssima Trindade. É um símbolo não muito conhecido pelo nosso povo.

INRI: São as iniciais das palavras latinas Iesus Nazarenus Rex Iudaedrum, que

querem dizer: Jesus Nazareno Rei dos Judeus, mandadas colocar por Pilatos na

crucifixão de Jesus (Cf. Jo 19,19).

ÁGUA - A água simboliza a vida (remete-nos sobretudo ao nosso batismo, onde

renascemos para uma vida nova). Pode simbolizar também a morte (enquanto por

ela morremos para o pecado). Nesse sentido, ela é mãe e sepulcro, de acordo

com os Santos Padres. (Ver a referência litúrgica do nº 67, em que se fala da

água, nos ritos do Batismo, do Lavabo e do "asperges").

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 39


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

FOGO - O fogo ora queima, ora aquece, ora brilha, ora purifica. Está presente na

liturgia da Vigília Pascal do Sábado Santo e nas incensações, como as brasas

nos turíbulos. O fogo pode multiplicar-se indefinidamente. Daí, sua forte

expressão simbólica. É símbolo sobretudo da ação do Espírito Santo (Cf. Eclo

48,1; Lc 3,16; 12,49; At 2,3; 1Ts 5,19), e do próprio Deus, como fogo devorador

(Cf. Ex 24,17; Is 33,14; Hb 12,29).

LUZ - A luz brilha, em oposição às trevas, e mesmo no plano natural é necessária

à vida, como a luz do sol. Ela mostra o caminho ao peregrino errante. A luz

produz harmonia e projeta a paz. Como o fogo, pode multiplicar-se

indefinidamente. Uma pequenina chama pode estender-se a um número infinito

de chamas e destruir, assim, a mais espessa nuvem de trevas. É o símbolo mais

expressivo do Cristo Vivo, como no Círio Pascal. A luz é, pois, a expressão mais

viva da ressurreição.

PÃO E O VINHO - Símbolos do alimento humano. Trigo moído e uva espremida,

sinais do sacrifício da natureza e do trabalho realizado pelas mãos humanas, que

serão oferecidos a Deus. Elementos tomados por Cristo para significarem o seu

próprio sacrifício redentor.

INCENSO - Sua fumaça simboliza, pois, a oração dos santos, que sobe a Deus,

ora como louvor, ora como súplica (Cf. Sl 140(141)2; Ap 8,4).

ÓLEO - Temos na liturgia os óleos dos Catecúmenos, do Crisma e dos Enfermos,

usados liturgicamente nos sacramentos do Batismo, da Crisma e da Unção dos

Enfermos. Nos três sacramentos, trata-se do gesto litúrgico da unção. Aqui vemos

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 40


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

que o objeto - no caso, o óleo - além de ser um símbolo, faz nascer uma ação,

isto é, o gesto simbólico de ungir.

Tal também acontece com a água: ela supõe e cria o banho lustral, de

purificação, como nos ritos do Batismo e do "lavabo" (abluções), e do "asperges",

este em sentido duplo: na missa, como rito penitencial, e na Vigília do Sábado

Santo, como memória pascal de nosso Batismo. A esses gestos litúrgicos e tantos

outros, podemos chamar de "símbolos rituais".

A unção com o óleo atravessa toda a história do Antigo Testamento, na

consagração de reis, profetas e sacerdotes, e culmina no Novo Testamento, com

a unção misteriosa de Cristo, o verdadeiro Ungido de Deus (Cf. Is 61,1; Lc 4,18).

A palavra Cristo significa, pois, ungido. No caso, o Ungido, por excelência.

CINZAS - As cinzas, principalmente na celebração da Quarta-Feira de Cinzas,

são para nós sinal de penitência, de humildade e de reconhecimento de nossa

natureza mortal. Mas estas mesmas cinzas estão intimamente ligadas ao Mistério

Pascal. Não nos esqueçamos de que elas são fruto das palmas do Domingo de

Ramos do ano anterior, geralmente queimadas na Quaresma, para o rito

quaresmal das cinzas.

3. TEMPOS E CORES DA IGREJA

A duração do ano litúrgico, assim como no calendário civil, possui um

período cíclico de 12 meses. Porém, a divisão do ano litúrgico não se dá em

meses, mas em 5 ciclos, chamados de tempos litúrgicos. Os tempos litúrgicos são

os seguintes e na ordem: O Advento, Natal, Quaresma, Páscoa e Comum. Estes

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 41


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

tempos também possuem a peculiar característica de que não são 5 tempos

divididos de maneira iguais, mas cada tempo possui um período, podendo ser

maiores ou menores. Cada Tempo é caracterizado por uma cor específica.

O tempo litúrgico da Igreja não leva apenas um ano para se completar,

mas sim, três anos, divididos em Ano A, Ano B e Ano C. Este é o tempo que a

Igreja utiliza para se fazer a solene proclamação dos quatro santos evangelhos.

Os tempos litúrgicos são tempos, pautados dia-a-dia na inteira vida de

Jesus Cristo, desde o seu Nascimento até a sua Ressurreição. Nos intervalos de

cada período se celebram todos os aspectos da vida de Jesus Cristo. Por isso, os

Católicos devem ser atentos ao calendário que rege a nossa vida cristã, pois,

para nós batizados, a razão do tempo em que vivemos não é outra se não

confIrmar a nossa vida com a vida de Jesus Cristo.

Se observarmos bem os tempos litúrgicos, teremos elementos suficientes

para manter uma vida de oração e adequação de nossos atos conforme os

desígnios do próprio Cristo, que desejou estar conosco, no nosso tempo.

Queiramos também nós, viver o tempo de Cristo.

3.1 Tempo do advento - ROXO

A festa do Natal é preparada pelo tempo do Advento, o qual reveste dupla

característica: tempo de preparação para as solenidades do Natal, nas quais se

recorda a primeira vinda do Filho de Deus ao meio dos homens; e

simultaneamente tempo em que, com esta recordação, nosso espírito se dirige

para a expectativa da segunda vinda de Cristo no fim dos tempos. Nesta dupla

perspectiva, o tempo do Advento apresenta-se como tempo de devota e jubilosa

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 42


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

espera. No tempo do Advento, o órgão e os outros instrumentos musicais devem

ser usados, e o altar ornamentado de flores, com aquela moderação que convém

ao caráter próprio deste tempo, de modo a não antecipar a plena alegria do Natal

do Senhor.

No domingo Gaudete (III do Advento), pode-se usar o cor-de-rosa, uma cor

mais alegre.

Segundo antiquíssima tradição da Igreja de Roma, no dia do Natal do

Senhor, podem-se celebrar três vezes a Missa: de noite, à aurora e de dia,

respeitando-se o tempo verdadeiro (Cerimonial dos Bispos – Parte IV - Cap.I).

Este período contém quatro semanas e vive dois momentos distintos.

Primeiramente, conforme as leituras dos Santos Evangelhos trata-se da espera

da volta do Senhor. Possui como lema a frase “Vinde, Senhor Jesus!”. Outra

particularidade deste tempo é que há também a referência ao primeiro Advento,

quando pela promessa realizada ao Povo Judeu, o Salvador nasceria na Cidade

de Davi, em Belém.

3.2 Natal do Senhor – BRANCO

O tempo do Natal começa pelo próprio Anúncio do Nascimento do

Salvador, nas vésperas e no dia de Natal (25 de dezembro – Dia de Guarda). O

ciclo do Natal segue por mais três semanas e é identificado pela cor branca.

Durante esse ciclo há também outras Celebrações Litúrgicas, são as Celebrações

da Sagrada Família, Santa Mãe de Deus (1º de janeiro - Dia de Guarda), Epifania

e o Batismo do Senhor.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 43


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

3.3 Tempo da quaresma – ROXO

A observância anual da Quaresma é tempo favorável pelo qual se sobe ao

monte santo da Páscoa. Pela sua dupla característica, o tempo quaresmal

prepara os catecúmenos e os fiéis para a celebração do mistério pascal. Através

da catequese, inculque-se no espírito dos fiéis, juntamente com as consequências

sociais do pecado, aquela natureza genuína da penitência que leva a detestar o

pecado como ofensa a Deus. Não se ponha de parte o papel da Igreja na ação

penitencial e insista-se na oração pelos pecadores.

A penitência quaresmal não há de ser meramente interna e individual, mas

também externa e social orientada para as obras de misericórdia a favor dos

irmãos. Aos fiéis recomenda-se participação mais intensa e frutuosa na liturgia

quaresmal e nas celebrações penitenciais. Exortem-se principalmente as que, são

de acordo com a lei e tradições da Igreja, aproximem-se neste tempo do

sacramento da Penitência para que purificados possam participar das alegrias do

domingo da Ressurreição. Muito convém que, no tempo da Quaresma, o

sacramento da Penitência seja celebrado de forma mais solene, como vem

descrito no Ritual Romano.

Durante este tempo, é proibido ornar o altar com flores e, o toque dos

instrumentos musicais só é permitido para sustentar o canto.

Excetuam-se o domingo Laetare (IV da Quaresma), bem como as

solenidades e festas. Neste domingo pode-se usar o cor-de-rosa (Cerimonial dos

Bispos – Parte IV - Cap.III).

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 44


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

3.4 Tempo Pascal – ESPECIAL

Os cinquenta dias que decorrem desde o Domingo da Ressurreição até o

Domingo de Pentecostes, são celebrados com alegria e júbilo, como se fora um

único dia de festa, como se fora um “grande domingo”.

São dias em que tem particular relevo o canto do Aleluia. Onde for

costume, mantenha-se a tradição de celebrar no dia de Páscoa, as Vésperas

batismais e, enquanto se cantam os salmos, vai-se em procissão ao batistério.

O círio pascal acende-se em todas as celebrações litúrgicas mais solenes

deste tempo, tanto na Missa como em Laudes e Vésperas. Depois do dia de

Pentecostes, o círio pascal conserva-se honorificamente no batistério, para se

acender na celebração do Batismo e dele se acenderem as velas dos batizados.

Durante o tempo pascal, na administração do Batismo, utiliza-se a água

benzida na noite pascal.

Os oito primeiros dias do tempo pascal constituem a oitava da Páscoa e

celebram-se como solenidades do Senhor.

Na Missa e na Liturgia das Horas acrescenta-se à despedida o duplo

aleluia ao Vamos em paz, com a resposta: Demos graças a Deus, aleluia, aleluia.

No quadragésimo dia depois da Páscoa ou onde não for de preceito, no VII

Domingo da Páscoa celebra-se a Ascensão do Senhor. Solenidade na qual se

põe, diante dos olhos, Cristo que à vista dos discípulos subiu ao Céu, onde está

sentado à direita de Deus, revestido de régio poder, a reservar para os homens o

reino celeste, e de onde há de vir novamente no fim dos tempos.

Encerra-se, finalmente, este sagrado tempo de cinquenta dias com o

Domingo de Pentecostes, no qual se comemora o dom do Espírito Santo aos


Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 45
Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

Apóstolos, os primórdios da Igreja e o início da missão desta em todas as línguas,

aos povos e nações. Neste dia, o Bispo, por via de regra, deve celebrar a Missa

estacional, e presidir a Liturgia das Horas, mormente em Laudes e Vésperas.

(Cerimonial dos Bispos – Parte IV - Cap.XII).

3.5 Tempo comum – VERDE

Além dos “tempos” que revestem um caráter próprio, sobram trinta e três

ou trinta e quatro semanas no círculo do ano em que não se celebra nenhum

aspecto peculiar do mistério de Cristo; antes se comemora, na plenitude, esse

mesmo mistério, de modo especial aos domingos.

O tempo comum começa no dia da semana que segue a festa do Batismo

do Senhor e prolonga-se até a terça-feira antes da Quaresma, recomeça na

segunda-feira depois do domingo do Pentecostes e termina antes das I Vésperas

do I domingo do Advento.

Devendo o domingo ser considerado como o dia festivo primordial, bem

como o núcleo e o fundamento do ano litúrgico, procure o Bispo que, nos

domingos do tempo comum, mesmo quando se comemoram dias dedicados a

temas especiais, se celebre a liturgia própria do domingo. (Cerimonial dos Bispos

– Parte IV - Cap.XIII).

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 46


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

http://www.pnsconceicaoguarapari.com.br/paroquia/arquivos/pastorais/ANOLITURGICO

Dentro da distribuição e divisão dos tempos litúrgicos, cada um é seguido

de uma cor específica para cada época. O que se modifica um pouco no Tempo

Pascal, uma vez que a diversidade de celebrações que ele contempla é bastante

grande, convencionou-se dividir da seguinte maneira: Domingo de ramos

(vermelho); segunda, terça e quarta-feira santa (roxo); Missa da ceia do senhor

(branco); Sexta-feira da paixão (vermelho); sábado santo e domingo da páscoa

(branco).

Existe ainda a cor Azul, que é utilizada nas festividades dedicadas à Nossa

Senhora com grande difusão no Brasil. Não é uma cor mencionada pela IGMR

(Instrução Geral do Missal Romano), mas que ganhou muitos adeptos por ser

uma cor que, culturalmente, remete à Santíssima Virgem e que não é condenada

pela IGMR, já que ele refere no parágrafo nº 347, que:

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 47


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

“As Missas rituais celebram-se com a cor própria ou branca ou festiva; as

Missas para várias necessidades com a cor do dia ou do Tempo, ou então com a

cor roxa, se se trata de celebrações de carácter penitencial, como por exemplo, as

Missas para o tempo de guerra ou revoluções, em tempo de fome, para a remissão

dos pecados (nn. 31, 33, 38); as Missas votivas celebram-se com a cor

correspondente à Missa celebrada ou também com a cor própria do dia ou do

Tempo.”

4. COMPOSIÇÃO DA IGREJA – TEMPLO

A celebração eucarística se tem de fazer em lugar sagrado, a não ser que,

em um caso particular, a necessidade exija uma exceção; neste caso, a

celebração deve se realizar em um lugar digno. Nunca é lícito a um sacerdote

celebrar a Eucaristia em um templo ou lugar sagrado de qualquer religião não

cristã. (Redemptionis Sacramentum - Cap.V).

Os edifícios sagrados e destinados ao culto divino devem ser dignos e

belos como sinais e símbolos das realidades celestes. É por isso que a Igreja

recorre sempre à nobre ajuda das artes, e admite as formas de expressão

artística próprias de cada povo ou região. Mais ainda, não só se empenha em

conservar as obras de arte e os tesouros que nos legaram os séculos passados e,

na medida do possível, as adapta às novas necessidades, mas também se

esforça por estimular a criação de novas formas, de acordo com a maneira de ser

de cada época. (Instrução Geral do Missal Romano - Cap.V).

4.1 Presbitério
É o local onde se sobressai o Altar, o local onde se proclama a palavra de
Deus e onde os diáconos, os sacerdotes e os outros ministros exercem as suas
Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 48
Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

funções. Deve ser diferenciado da nave da igreja, seja por certa elevação ou por
uma ornamentação especial.

4.2 Altar
É o centro da ação de graças celebrada na Eucaristia. Deve ser produzido
com pedra natural e ser fixo, mas pode-se utilizar outros materiais para a sua
elaboração segundo critérios fixados pela conferência episcopal, contanto que
sejam dignos e artisticamente trabalhados. A santa Sé aconselha uma moderação
na ornamentação do altar, principalmente em tempos especiais como o advento e
a quaresma. Neste não é permitido adornar o altar com flores, excetuando-se o IV
Domingo (Domingo Laetare), as solenidades e as festas.
Sobre o altar devem-se colocar somente coisas necessárias para a
celebração da Santa Missa: o evangeliário (do início da celebração até a
proclamação do evangelho); o cálice com a patena, a(s) píxede(s), os panos
sagrados (desde o início da apresentação das ofertas); o missal; os castiçais; um
crucifixo, voltado para os fiéis (quando não houver outra de maior visibilidade); e
instrumentos para a amplificação da voz do sacerdote, mas de forma discreta.

4.3 Ambão
É o local reservado e adequado para a proclamação da palavra de Deus.
No ambão deve-se realizar somente a proclamação das leituras, o salmo
responsorial e o Precônio pascal. Pode-se, também, fazer a homilia, além de
proporem-se as intenções da oração universal ou a oração dos fiéis.

4.4 Lugar dos fiéis


Deve ser um lugar onde se possa propiciar a todos uma completa
participação no Santo Sacrifício da Missa, compondo-se por bancos e cadeiras,
de modo que o(s) sacerdote(s) e o(s) diácono(s) possam, além de vistos, ouvidos.

4.5 Lugar do Canto


Deve ser um lugar que permita aos seus componentes exercerem as suas
funções de forma adequada e que, acima de tudo, os possibilitem a participação
plena na Santa Missa.
Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 49
Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

4.6 Lugar da reserva da Santíssima Eucaristia


Deve ser guardado em um sacrário, em um local de honra da igreja,
insigne, visível e devidamente ornamentado e adequado à oração. Deve ser único
e imóvel, não transparente e fechado. O sacrário pode ser localizado no
presbitério ou em alguma capela adequada para a adoração e oração privada dos
fiéis, mas localizada na própria igreja.
Segundo o costume tradicional junto ao sacrário deve estar continuamente
acesa uma lâmpada especial.

4.7 Lugar das imagens sagradas


Pela liturgia da terra a Igreja participa, saboreando-a já, da liturgia celeste

celebrada na cidade santa de Jerusalém, para a qual como peregrina se dirige,

onde Cristo está sentado à direita de Deus e onde espera ter parte e comunhão

com os Santos, cuja memória venera. Por isso, de acordo com a antiquíssima

tradição da Igreja, expõem-se à veneração dos fiéis, nos edifícios sagrados,

imagens do Senhor Jesus, da bem-aventurada Virgem Maria e dos Santos, as

quais devem estar dispostas de tal modo no lugar sagrado, que os fiéis sejam

levados aos mistérios da fé que aí se celebram. Tenha-se, por isso, o cuidado de

não aumentar exageradamente o seu número e que a sua disposição se faça na

ordem devida, de tal modo que não distraiam os fiéis da celebração.

Normalmente, não deve ter na mesma igreja mais do que uma imagem do mesmo

Santo. Em geral, no ornamento e disposição da igreja, no que se refere às

imagens, procure atentar-se à piedade de toda a comunidade e à beleza e

dignidade das imagens.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 50


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

5. OS GESTOS E ATITUDES CORPORAIS

Os gestos e atitudes corporais, tanto do sacerdote, do diácono e dos

ministros, como do povo, visam conseguir que toda a celebração brilhe pela

beleza e nobre simplicidade, que se compreenda a significação verdadeira e

plena das suas diversas partes e que se facilite a participação de todos. Para isso

deve atender-se ao que está definido pelas leis litúrgicas e pela tradição do Rito

Romano, e ao que concorre para o bem comum espiritual do povo de Deus, mais

do que à inclinação e arbítrio de cada um. A atitude comum do corpo, que todos

os participantes na celebração devem observar, é sinal de unidade dos membros

da comunidade cristã reunidos para a sagrada Liturgia: exprime e favorece os

sentimentos e a atitude interior dos presentes. A uniformidade de gestos é

importante, pois mostra a unidade da assembleia.

5.1 De pé
Os fiéis devem estar de pé desde o início do cântico de entrada, ou

enquanto o sacerdote se encaminha para o altar, até à oração colecta, inclusive;

durante o cântico do Aleluia que precede o Evangelho; durante a proclamação do

Evangelho; durante a profissão de fé e a oração universal; e desde o invitatório

“Orai, irmãos”, antes da oração sobre as oblatas, até ao fim da Missa, exceto nos

momentos adiante indicados.

5.2 Sentados
Estão sentados durante as leituras que precedem o Evangelho; durante o

salmo responsorial; durante a homilia; durante a preparação dos dons ao

ofertório; e, se for oportuno, durante o silêncio sagrado depois da Comunhão.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 51


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

5.3 De joelhos
Estão de joelhos durante a consagração, exceto se razões de saúde, a

estreiteza do lugar, o grande número dos presentes ou outros motivos razoáveis a

isso obstarem. Aqueles, porém, que não estão de joelhos durante a consagração,

fazem uma inclinação profunda enquanto o sacerdote genuflecte após a

consagração.

6. A MÚSICA DENTRO DA LITURGIA

A tradição musical da Igreja é um tesouro de inestimável valor, que excede

todas as outras expressões de arte, sobretudo porque o canto sagrado,

intimamente unido com o texto, constitui parte necessária ou integrante da Liturgia

solene. A música sacra será, por isso, tanto mais santa quanto mais intimamente

unida estiver à ação litúrgica, seja como expressão delicada da oração, como

fator de comunhão ou como elemento de maior solenidade nas funções sagradas.

A Igreja aprova e aceita no culto divino todas as formas autênticas de arte, desde

que dotadas das qualidades requeridas. (Constituição Sacrosactum Concilium –

Cap.VI).

7. CELEBRAÇÕES ESPECIAIS AO LONGO DO ANO


(Cerimonial dos Bispos – Parte IV)

7.1 Advento e Natal do Senhor


Depois da celebração anual do mistério pascal, a Igreja nada tem em maior

apreço do que a comemoração do Nascimento do Senhor e das suas primeiras

manifestações. É o que chamamos: tempo do Natal. Esta comemoração é

preparada pelo tempo do Advento, o qual reveste dupla característica: tempo de

preparação para as solenidades do Natal, nas quais se recorda a primeira vinda


Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 52
Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

do Filho de Deus ao meio dos homens e, simultaneamente, tempo em que, com

esta recordação, as almas se dirigem para a expectativa da segunda vinda de

Cristo no fim dos tempos. Nesta dupla perspectiva, o tempo do Advento

apresenta-se como tempo de devota e jubilosa espera.

No tempo do Advento, instrumentos musicais devem ser utilizados , e o

altar ornamentado de flores, com aquela moderação que convém ao caráter

próprio deste tempo, de modo a não antecipar a plena alegria do Natal do Senhor.

No domingo Gaudete (II do Advento), pode-se usar cor-de-rosa.

7.2 Quarta-feira de cinzas


Na quarta-feira antes do 1º Domingo da Quaresma, os fiéis que recebem

as cinzas iniciam o tempo instituído para a sua purificação. Por este sinal de

penitência, que vem já da tradição bíblica e se tem mantido até aos nossos dias

nos costumes da Igreja, é significada a condição do homem pecador;

confessando exteriormente a sua culpa diante do Senhor. Exprime assim a

vontade de conversão, confiado em que o Senhor seja benigno e compassivo

para com ele, paciente e cheio de misericórdia. Por este mesmo sinal, enceta o

caminho da conversão, cuja meta será atingida na celebração do sacramento da

Penitência, nos dias anteriores à Páscoa.

Depois do Evangelho e feita a homilia o celebrante, de pé e de mãos

juntas, convida o povo a orar; e, após breve oração em silêncio, benze as cinzas,

que um acólito sustenta diante dele, recitando, de mãos estendidas, a oração do

Missal. Depois asperge as cinzas com água benta, sem dizer nada. Terminada a

bênção, aquele a quem tal compete, ou um celebrante ou diácono, impõe as

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 53


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

cinzas ao Presidente da celebração, dizendo: Convertei-vos e crede do

Evangelho, ou: Lembra-te que és pó e ao pó hás de voltar.

Terminada a imposição das cinzas, o celebrante lava as mãos. Segue-se a

oração universal e a Missa prossegue como de costume.

7.3 Quaresma
A observância anual da Quaresma é tempo favorável pelo qual se sobe ao

monte santo da Páscoa. Pela sua dupla característica, o tempo quaresmal

prepara os catecúmenos e os fiéis para a celebração do mistério pascal. Nos

textos bíblicos e litúrgicos essa dupla característica é bem enfatizada: caráter

BASTIMAL e PENITENCIAL. O tempo de 40 dias faz alusão a dois fatos da

história da salvação: os 40 anos de peregrinação do povo de Israel pelo deserto e

os 40 dias e 40 noites pelas quais Nosso Senhor, sustentado pelo Espírito Santo,

passou no deserto sendo tentado por satanás. O tempo quaresmal inicia-se na

quarta-feira de cinzas e conclui-se no início da celebração da ceia do Senhor na

quinta-feira Santa.

Durante este tempo usam-se, com moderação, flores, e o toque dos

instrumentos musicais só é permitido para sustentar o canto. Excetuam-se o

domingo Laetare (IV da Quaresma), bem como as solenidades e festas. No

domingo Laetare, pode-se usar a cor-de-rosa.

7.4 Domingo de ramos da Paixão do Senhor


No Domingo de Ramos, da Paixão do Senhor, a Igreja entra no mistério do

seu Senhor crucificado, sepultado e ressuscitado, que ao entrar em Jerusalém,

preanunciou a sua majestade. Os cristãos levam ramos em sinal do régio triunfo,

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 54


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

que, sucumbindo na cruz, Cristo alcançou. De acordo com a palavra do Apóstolo:

“Se com ele padecemos, com ele também seremos glorificados”. Deve-se, na

celebração e catequese deste dia, salientar o duplo aspecto do mistério pascal.

No lugar em que a procissão não se pode efetuar fora da igreja, a bênção

dos ramos pode-se realizar sob a forma de entrada solene. Os fiéis reúnem-se

diante da porta da igreja ou mesmo dentro da igreja, com os ramos nas mãos. O

celebrante e os ministros, com uma delegação de fiéis, dirigem-se para um local

da igreja, de onde pelo menos a maior parte dos fiéis possa acompanhar o rito.

Enquanto o celebrante se dirige para o referido local, canta-se a antífona Hosana,

ou outro canto apropriado. Após a monição, o celebrante junta as mãos e recita a

oração da bênção dos ramos e asperge-os com água benta, sem dizer nada.

Depois da bênção dos ramos e antes da proclamação do Evangelho, pode

distribuir os ramos aos concelebrantes, aos ministros e a alguns fiéis. Ele próprio

recebe do diácono ou de um dos concelebrantes o ramo que lhe está destinado e

entrega-o ao ministro, enquanto distribui os ramos. Enquanto isso executa-se um

canto adequado. Antes de se iniciar a procissão, o celebrante ou o diácono pode

proferir a monição: Meus irmãos, imitando o povo, nos mesmos termos do Missal

Romano, ou noutros termos equivalentes. À frente, vai o turiferário com o turíbulo

fumegante, a seguir, o acólito com a cruz, ornada com ramos de palmeiras,

segundo o costume local, ladeado de outros dois acólitos com velas acesas.

Segue-se o clero, o diácono com o livro dos Evangelhos, outros diáconos, se os

houver, com o livro da história da Paixão; os concelebrantes, o presidente da

celebração, segurando o seu ramo; um pouco atrás do presidente, os dois

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 55


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

diáconos assistentes (quando se têm) e por fim, os fiéis. Ministros e fiéis vão

todos com os seus ramos.

Enquanto a procissão avança, a escola e o povo executam os cantos

indicados no Missal, ou outros adequados. No momento em que a procissão entra

na igreja, canta-se o responsório: Ouvindo o povo que Jesus entrava, ou outro

canto alusivo ao ingresso do Senhor.

Começando o canto antes do Evangelho, todos, com exceção do

presidente da celebração, se levantam. Não se usa incenso nem velas durante a

história da Paixão. Os diáconos que vão ler a história da Paixão pedem e

recebem a bênção. Em seguida, o presidente levanta-se: e lê-se a história da

Paixão. Omite-se a saudação ao povo e o sinal da cruz sobre o livro. Depois de

anunciada a morte do Senhor, todos se ajoelham, e faz-se uma breve pausa. No

fim, diz-se: Palavra da salvação, mas não se beija o livro. Terminada a história da

Paixão, o presidente da celebração profere breve homilia. No fim, conforme os

casos, pode haver um momento de silêncio. E prossegue a Missa como de

costume.

7.5 Tríduo Pascal

7.5.1 MISSA DA CEIA DO SENHOR


A missa da ceia do Senhor se celebra na tarde da quinta-feira santa, sendo

o marco litúrgico do início do Tríduo Pascal, fazendo-se memória da instituição da

Eucaristia, memorial da Páscoa do Senhor, na qual se perpetua no meio de nós,

através dos sinais sacramentais, o sacrifício da nova Lei; da instituição do

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 56


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

sacerdócio, pelo qual se perpetua no mundo a missão e o sacrifício de Cristo e,

também, da caridade com que o Senhor nos amou até a sua morte.

Enquanto se canta o hino: Glória a Deus nas alturas, tocam-se os sinos, os

quais, depois deste toque, ficam silenciosos até à Vigília Pascal dentro deste

mesmo período. Podem-se utilizar o órgão e outros instrumentos musicais, mas

só para sustentar o canto.

O rito da missa da ceia do Senhor segue o rito da missa estacional até o

término da comunhão. Terminada a comunhão dos fiéis deixa-se em cima do altar

a píxide (âmbula) com as partículas para a comunhão do dia seguinte, e reza-se a

oração depois da comunhão. Dita esta, e omitidos os ritos de conclusão, o

celebrante, de pé diante do altar, impõe incenso no turíbulo, benze-o e, de

joelhos, incensa o Santíssimo Sacramento. Depois recebe o véu de ombros, sobe

ao altar, genuflete e, ajudado pelo diácono, recebe a píxide nas mãos, cobertas

com as extremidades do véu. Organiza-se a procissão, na qual, através da igreja,

é levado o Santíssimo Sacramento ao lugar de reposição, preparado numa

capela. À frente, vai um acólito com a cruz, acompanhado dos acólitos que levam

os castiçais com as velas acesas; a seguir, o turiferário com o turíbulo

fumegando, o celebrante com o Santíssimo Sacramento, um pouco atrás o(s)

diácono(s) assistente(s). Todos levam velas e, junto do Santíssimo Sacramento,

levam-se tochas. Ao chegar ao lugar da reposição, o celebrante entrega a píxide

ao diácono. Este deposita-a sobre o altar ou dentro do sacrário, cuja porta deixa

aberta. E enquanto se canta: tão sublime sacramento, ou outro canto apropriado,

incensa, de joelhos, o Santíssimo Sacramento. Depois, o diácono introduz o

Santíssimo no sacrário ou fecha a porta.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 57


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

Em tempo oportuno, desnuda-se o altar e, sendo possível, retiram-se as

cruzes da igreja. É conveniente cobrir as cruzes que ficarem na igreja a não ser

que já esteja cobertas por decisão da Conferência Episcopal.

Exortem-se os fiéis a que façam adoração diante do Santíssimo

Sacramento, durante a noite, conforme as circunstâncias e os lugares o

permitirem. A partir da meia-noite, porém, esta adoração deve ser feita sem

solenidade.

7.5.2 CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO DO SENHOR


Neste dia, em que “Cristo nossa Páscoa foi imolado”, torna-se clara

realidade o que desde há muito havia sido prenunciado em figura e mistério: a

ovelha verdadeira substitui a ovelha figurativa, e mediante um único sacrifício

realiza-se plenamente o que a variedade das antigas vítimas significava. Com

efeito, “a obra da Redenção dos homens e da perfeita glorificação de Deus,

prefigurada pelas suas obras grandiosas no povo da Antiga Aliança, realizou-a

Cristo Senhor, principalmente pelo mistério pascal da sua bem-aventurada

Paixão, Ressurreição de entre os mortos e gloriosa Ascensão, mistério este pelo

qual morrendo destruiu a nossa morte e ressuscitando restaurou a nossa vida. Foi

do lado de Cristo adormecido na cruz que nasceu o admirável sacramento de

toda a Igreja.

Ao contemplar Cristo, Senhor e seu Esposo, a Igreja comemora o seu

próprio nascimento e a sua missão de estender a todos os povos os salutares

efeitos da Paixão de Cristo, efeitos que hoje celebra em ação de graças por dom

tão inefável.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 58


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

Pelas três horas da tarde, salvo se razão pastoral leve a escolher hora

mais tardia, celebra-se a paixão do Senhor que consta de três partes: liturgia da

palavra, adoração da cruz e sagrada comunhão. O altar deve estar

completamente desnudado, sem cruz, sem castiçais, sem toalhas.

7.5.2.1 Liturgia da palavra


Estando todos sentados, proclama-se a primeira leitura, do Livro do profeta

Isaías, com o respectivo salmo. Segue-se a segunda leitura, da Epístola aos

Hebreus. Começando o canto antes do Evangelho, todos se levantam, exceto o

celebrante (caso haja diácono para a bênção). Para a leitura da história da

paixão, não se usam incenso nem luzes. O diácono que vai ler a história da

paixão pede a bênção do celebrante (caso haja diácono) e recebe-a como de

costume. Em seguida, lê-se a história da Paixão segundo São João. Omite-se a

saudação ao povo e o sinal da cruz sobre o livro.

Depois de anunciada a morte do Senhor, todos se ajoelham, e faz-se

pequena pausa. No fim, diz-se: Palavra da salvação, mas não se beija o livro.

Terminada a história da Paixão, o celebrante profere breve homilia.

Após a homilia, o celebrante de pé e de mãos estendidas recita a oração

universal, como vem no Missal, escolhendo, se for necessário, as orações mais

apropriadas. As fórmulas invitatórias, que exprimem as intenções desta oração

podem, se for conveniente, ser proferidas pelos diáconos do ambão. Durante todo

o tempo destas orações, os fiéis podem permanecer de joelhos ou de pé.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 59


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

7.5.2.2 Adoração da Santa Cruz


Segue-se a isto a apresentação e adoração da Santa Cruz, adotando uma

das formas propostas pelo Missal:

a) Primeira forma de apresentar a Santa Cruz: Enquanto um diácono leva a

Cruz velada até ao altar, acompanhada de dois acólitos com velas acesas, o

celebrante dirige-se para o altar com os seus diáconos assistentes. Aí, de pé,

recebe a Cruz e vai descobrindo-a sucessivamente por três vezes, apresentando-

a aos fiéis para que a adorem entoando, cada vez, a fórmula invitatória:

“Eis o lenho da cruz” e todos respondem:

“Vinde, adoremos”.

Terminado o canto, todos se ajoelham e adoram em silêncio durante um

breve momento, enquanto o celebrante se mantém de pé, sustentando a Cruz

levantada. Em seguida, acompanhado por dois acólitos com velas acesas, o

diácono leva a Cruz para a entrada do presbitério, ou para outro lugar adequado,

e a coloca ou a entrega aos ministros para que a sustentem, depois de colocarem

as velas à direita e à esquerda da Cruz.

b) Segunda forma de apresentar a Santa Cruz: Enquanto o celebrante

permanece de pé, o diácono, acompanhado dos acólitos, dirige-se para a porta da

igreja e recebe a Cruz descoberta; os acólitos tomam-se os castiçais com as

velas acesas, e organiza-se a procissão pela igreja em direção ao presbitério.

Junto à porta, ao meio da igreja e à entrada do presbitério, o diácono eleva a Cruz

e canta-se a fórmula invitatória:

“Eis o lenho da Cruz”, e todos respondem:

“Vinde, adoremos”.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 60


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

Depois de cada resposta, permanecendo o celebrante de pé, todos se

ajoelham e adoram em silêncio por uns breves momentos. Em seguida, o diácono

coloca a Cruz à entrada do presbitério, ou noutro lugar, como foi dito acima.

Para a adoração da Cruz, vai primeiro o celebrante, sem casula e, se lhe

parecer bem, sem sapatos. Ajoelha diante da Cruz, beija-a, retoma o calçado e a

casula, e senta-se. Após o celebrante, vão os diáconos e depois os fiéis.

Vão passando em forma de procissão, saúdam a Cruz com a simples

genuflexão ou com outro sinal adequado, de acordo com os costumes de cada

região, por ex., beijando a Cruz. Enquanto isso, canta-se a antífona: Adoremos

Senhor, vosso madeiro, os Lamentos do Senhor, ou outros cantos apropriados. À

medida que adoraram a Cruz todos se sentam nos seus lugares.

A Cruz exposta à adoração deve ser uma só. Se os fiéis, por serem muitos,

não puderem aproximar-se um a um, o celebrante depois dos fiéis terem adorado,

toma a Cruz e, no estrado do altar, com breves palavras convida o povo à

adoração da Santa Cruz; em seguida, sustenta-a levantada durante algum tempo,

e os fiéis adoram-na em silêncio.

7.5.2.3 Comunhão

Terminada a adoração, a Cruz é levada pelo diácono para o seu lugar no

altar, enquanto o celebrante retorna. Os castiçais acesos são colocados junto do

altar ou perto da Cruz. Estende-se a toalha sobre o altar e coloca-se o corporal e

o Missal.

Em seguida, o diácono com o véu de ombros, leva o Santíssimo

Sacramento, pelo caminho mais curto, do lugar de reposição para o altar.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 61


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

Acompanham o Santíssimo Sacramento dois acólitos com castiçais acesos, que

colocam junto do altar ou sobre ele. Enquanto isso, o celebrante e todos os

demais levantam-se e ficam de pé em silêncio.

Quando o diácono colocar o Santíssimo Sacramento sobre o altar e

descobrir a píxide, o celebrante aproxima-se com os diáconos, genuflete e sobe

ao altar. Recita-se a oração dominical com o respectivo embolismo e distribui-se a

comunhão, na forma indicada no Missal.

Terminada a distribuição da Comunhão, o diácono, com o véu de ombros,

leva a píxide para o lugar preparado fora da igreja ou, se as circunstâncias assim

o exigirem, coloca-a no sacrário; em seguida, o celebrante, observando se

convier, algum tempo de silêncio sagrado, recita a oração depois da Comunhão.

Ao final da celebração o celebrante genuflete à cruz e todos retiram-se em

silêncio e em tempo oportuno desnuda-se o altar.

7.5.3 VIGÍLIA PASCAL


Segundo antiquíssima tradição, esta noite deve ser comemorada em honra

do Senhor, e a Vigília que nela se celebra, em memória da noite santa em que

Cristo ressuscitou, deve considerar-se “a mãe de todas as santas Vigílias”.

Pois, nela, a Igreja mantém-se de vigia à espera da Ressurreição do Senhor, e

celebra-a com os sacramentos da Iniciação cristã.

Toda a celebração da Vigília Pascal se realiza de noite, mas de maneira a

não começar antes do início da noite e a terminar antes da aurora do domingo.

Além das coisas necessárias para a celebração da Missa estacional, deve

preparar-se:

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 62


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

Benção do fogo:

 uma fogueira fora da igreja, onde o povo se reúne;

 o círio pascal;

 os cinco grãos de incenso;

 velas para a vigília.

Liturgia Batismal:

 Recipientes com água.

7.5.3.1 Benção do fogo e preparação do Círio


Na sacristia ou noutro lugar adequado, o celebrante e o(s) diácono(s)

revestem-se, desde o início da Vigília, com os paramentos de cor branca para a

Missa.

O celebrante, o(s) diácono(s) e os demais ministros, dirigem-se para o local

onde o povo está reunido para a bênção do fogo. À frente dos ministros vai um

dos acólitos com o círio pascal. Não se leva a cruz processional nem velas

acesas. O turiferário leva o turíbulo sem brasas. O celebrante, voltado para o

povo, diz: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; e saúda o povo

acrescentando: A paz esteja convosco. Depois, ele, junto a um diácono, dirige-se

brevemente ao povo e explica a importância desta celebração, servindo-se das

palavras do Missal: Meus irmãos. Nesta noite santa, ou de outras semelhantes.

Em seguida, o celebrante benze o fogo, dizendo, com as mãos estendidas,

a oração: Ó Deus, que pelo Vosso Filho. Terminada a oração, ajudado pelo

diácono acende do fogo novo o círio pascal sem dizer nada. O turiferário põe no

turíbulo carvões em brasa de fogo novo.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 63


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

Se, atenta a mentalidade do povo, se considerar oportuno realçar a

dignidade e o significado do círio pascal com determinados símbolos, depois de

benzido o fogo novo, o acólito leva o círio pascal ao celebrante; e este, de pé,

grava com um estilete uma cruz no próprio círio pascal. Depois, grava por cima da

cruz a letra grega Alfa e por baixo da mesma a letra Ômega; e, entre os braços da

Cruz, os quatro algarismos designativos do ano corrente; enquanto isso, diz:

Cristo ontem e hoje. Depois de ter gravado a cruz e os outros símbolos, o

celebrante pode, também, espetar no círio cinco grãos de incenso em forma de

cruz, dizendo: Pelas suas santas chagas. Com o fogo novo acende o círio pascal,

dizendo: A luz do Cristo que ressuscita. Podem utilizar-se todos ou só alguns dos

elementos antes referidos, conforme as circunstâncias locais e conveniências de

ordem pastoral. Vale ressaltar que as Conferências Episcopais podem determinar

outros elementos mais conformes com a mentalidade dos povos.

7.5.3.2 Procissão
Depois de acender o círio, o celebrante deita incenso no turíbulo, e o

diácono recebe do acólito o círio pascal. Organiza-se a procissão, que entra na

igreja. À frente do diácono com o círio pascal, vai o acólito com o turíbulo

fumegando. Segue-se o celebrante com o(s) seu(s) diácono(s) assistente(s), o

povo, todos com velas apagadas na mão. À porta da igreja, o diácono para, ergue

o círio e canta:

“Eis a luz de Cristo!” e todos respondem:

“Graças a Deus!”

O celebrante acende a sua vela na chama do círio pascal. Depois, o

diácono avança até ao meio da igreja para, ergue o círio e canta segunda vez:
Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 64
Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

“Eis a luz de Cristo!” e todos respondem:

“Graças a Deus!”

Todos acendem as suas velas, passando o lume de uns aos outros. Ao

chegar diante do altar, o diácono para, e voltando para o povo canta pela terceira

vez:

“Eis a luz de Cristo!” e todos respondem:

“Graças a Deus!”

Em seguida, coloca o círio pascal no candelabro preparado no meio do

presbitério, ou junto do ambão. E acendem-se todas as luzes da igreja.

7.5.3.3 Precônio pascal


Chegando ao presbitério, o celebrante, entrega a vela ao diácono e senta-

se. Em seguida, impõe incenso no turíbulo e benze-o como para o Evangelho na

Missa. O diácono (caso haja) aproxima-se do celebrante, pede e recebe a

bênção, enquanto o celebrante diz em voz baixa:

“Que o Senhor esteja em teu coração e em teus lábios, para que possas

proclamar dignamente a sua Páscoa. Em nome do Pai e do Filho e do

Espírito Santo.” O diácono responde: “Amém”.

Enquanto o diácono se retira, o celebrante levanta-se, para ouvir o

Precônio, segurando a vela acesa na mão.

Todos se conservam igualmente de pé, com as velas acesas na mão. O

diácono, depois de incensar o livro e o círio, canta o Precônio pascal, no ambão

ou na estante.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 65


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

7.5.3.4 Liturgia da palavra


Terminado o Precônio pascal, todos apagam as velas e sentam-se. Antes

de se iniciarem as leituras, o celebrante, sentado, faz uma breve monição de

introdução à liturgia da Palavra, a não ser que prefira confiar este encargo ao

diácono ou a um dos concelebrantes. Pode utilizar a monição, que vem no Missal:

Meus irmãos, tendo iniciado solenemente esta vigília, ou outra expressa em

palavras semelhantes.

Nesta Vigília, propõem-se nove leituras: sete do Antigo Testamento e duas

do Novo (Epístola e Evangelho). Se as circunstâncias pastorais o pedirem, pode

diminuir-se o número de leituras do Antigo Testamento; tendo em conta, porém,

que a leitura da Palavra de Deus é parte fundamental desta Vigília Pascal. Dizem-

se pelo menos três leituras do Antigo Testamento, e, em casos mais urgentes,

pelo menos duas. Mas nunca se omite a leitura do cap. 14 do Êxodo.

Estando todos sentados em atitude de escuta, o leitor dirige-se ao ambão

e proclama a primeira leitura. Depois, o salmista ou o cantor recita o salmo, e o

povo repete o refrão. Em seguida, o celebrante levanta-se e estando todos de pé,

diz: Oremos, todos oram em silêncio por um breve espaço de tempo, e o

celebrante recita a coleta correspondente à leitura. O mesmo se faz após cada

uma das leituras do Antigo Testamento.

Após a última leitura do Antigo Testamento, com o seu responsório e

respectiva oração, acendem-se as velas ao altar e é entoado solenemente o hino:

Glória a Deus nas alturas, que todos continuam, enquanto se tocam os sinos,

segundo os costumes locais. Terminado o hino, o celebrante diz, como de

costume, a coleta: Ó Deus, que iluminais esta noite santa.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 66


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

Depois senta-se. Estando todos novamente sentados, o leitor proclama no

ambão a leitura do Apóstolo. Terminada a Epístola, conforme as conveniências e

os costumes locais, um dos diáconos ou um leitor dirige-se ao celebrante e diz-

lhe: “Reverendíssimo Pai, eu vos anuncio uma grande alegria: o Aleluia”.

Após este anúncio ou sem ele, imediatamente após a Epístola, todos se

levantam. O celebrante, de pé, entoa solenemente o Aleluia, ajudado, se for

necessário, por um dos diáconos. Canta-se por três vezes, subindo gradualmente

de tom: e o povo repete-o cada vez no mesmo tom. Depois, o salmista ou o

cantor recita o salmo, e o povo responde: Aleluia.

Em seguida o celebrante senta-se, impõe o incenso e dá a bênção ao

diácono do Evangelho, como de costume. Para a proclamação do Evangelho, não

se levam luzes acesas.

Após o Evangelho, faz-se a homilia. Depois, procede-se à liturgia batismal.

7.5.3.5 Liturgia batismal


É de toda a conveniência que, nesta Vigília, o próprio celebrante administre

o sacramento do Batismo. A liturgia batismal pode efetuar-se junto da pia batismal

ou mesmo no presbitério. Onde, por antiga tradição, o batistério estiver localizado

fora da igreja, é lá que se tem de ir para a celebração da liturgia batismal.

Primeiro, faz-se a chamada dos catecúmenos, que são apresentados pelos

padrinhos, ou, se forem crianças, levados pelos pais e padrinhos. Depois, se

houver procissão até o batistério ou até a pia batismal, organiza-se

imediatamente.

À frente, vai um acólito com o círio pascal, logo atrás dele os catecúmenos

com os padrinhos, depois o(s) diácono(s), o celebrante. Durante a procissão,


Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 67
Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

canta-se a ladainha. Terminada a ladainha, o celebrante profere a monição: Caros

fiéis, apoiemos com as nossas preces.

Se a liturgia batismal se realizar no presbitério, faz-se a monição

introdutória: Caros fiéis, apoiemos com as nossas preces. Segue-se a ladainha,

entoada por dois cantores que respondem, de pé, por ser tempo pascal.

Terminada a ladainha, e feita pelo celebrante a monição como ficou dito

acima, este, de pé, junto da fonte batismal, com as mãos estendidas, benze a

água, dizendo a oração: Ó Deus, pelos sinais visíveis e, ao proferir as palavras:

Nós vos pedimos, ó Pai, pode, se for conveniente, introduzir na água o círio

pascal, uma ou três vezes, como vem indicado no missal.

Terminada a bênção da água e dita a aclamação pelo povo, o celebrante

senta-se. A seguir, interroga os “eleitos” adultos, para que façam a renúncia

segundo o rito da Iniciação Cristã dos Adultos, e os pais ou os padrinhos das

crianças, segundo o Rito para Batismo de Crianças. No caso de a unção dos

adultos com o óleo dos catecúmenos não ter sido já feita antes, no decurso dos

ritos imediatamente preparatórios, faz-se neste momento, segundo o Rito da

Iniciação Cristã dos Adultos, se for necessário, com a ajuda dos presbíteros.

Em seguida, o celebrante, depois de informado em tempo pelo respectivo

padrinho do nome de cada um dos batizados adultos, interroga um por um acerca

da fé, conforme o Rito de Iniciação Cristã dos Adultos. Tratando-se de crianças,

pede a tríplice profissão de fé a todos os pais e padrinhos ao mesmo tempo,

conforme o Rito para Batismo de Crianças.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 68


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

Concluído o interrogatório, o celebrante, levanta-se e batiza os “eleitos”,

ajudado, se for preciso, pelo(s) diácono(s), como vem no Ritual da Iniciação Cristã

dos Adultos e no Rito para Batismo de Crianças.

Depois, o celebrante senta-se novamente. Após o Batismo, as crianças

recebem das mãos do(s) diácono(s) a unção do crisma, sobretudo quando os

batizados são mais numerosos, dizendo o celebrante de uma só vez sobre todos

os batizados: Pelo Batismo, Deus todo-poderoso. A todos, tanto adultos como

crianças, é entregue uma veste branca, ao mesmo tempo que o celebrante diz: N.

et N., vós nascestes de novo. Depois, o celebrante ou o diácono recebe o círio

pascal da mão do acólito e diz: Aproximai-vos, padrinhos, e acendem-se as velas

dos neófitos, enquanto o celebrante diz: Deus tornou-vos luz em Cristo. No caso

de crianças, omite-se a entrega da vela e o rito do Effetha, como vem indicado no

Rito para Batismo de Crianças.

Terminada a ablução batismal e os ritos complementares, se tudo isto não

tiver sido feito diante do altar, efetua-se o regresso ao presbitério, em procissão

como antes, indo os neófitos e os padrinhos ou os pais com as velas acesas.

Durante a procissão, entoa-se um canto batismal, por ex.: Batizados no Cristo.

7.5.3.6 Renovação das promessas do batismo


Concluído o rito do Batismo e da Confirmação ou se não tiver havido nem

um nem outro, após a bênção da água, o celebrante recebe a renovação das

promessas da fé batismal dos fiéis, que se conservam de pé, com as velas

acesas na mão.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 69


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

Terminada a renovação das promessas do Batismo, o celebrante asperge

o povo com água benta. Enquanto isso, todos cantam a antífona: Vi a água, ou

outro canto de sentido batismal. Neste tempo, os neófitos são conduzidos ao seu

lugar entre os fiéis. Se a bênção da água tiver sido feita fora do batistério, o

diácono e os acólitos conduzem respeitosamente o recipiente com a água à pia

batismal. Terminada a aspersão, o celebrante regressa ao presbitério, e dali,

omitido o Símbolo, de pé, preside a oração universal, da qual os neófitos

participam pela primeira vez.

7.5.3.7 Liturgia eucarística


Depois começa a liturgia eucarística, que se celebra segundo o rito da

Missa estacional. É conveniente que o pão e o vinho sejam levados ao altar pelos

neófitos ou, tratando-se de crianças, pelos pais ou padrinhos.

Na Oração eucarística, faz-se menção dos batizados e dos padrinhos,

segundo as fórmulas indicadas no Missal e no Ritual para cada uma das Orações.

Antes da Comunhão, ou seja, antes do Eis o Cordeiro de Deus, o celebrante pode

fazer breve monição aos neófitos acerca da importância de tão grande mistério,

ponto culminante da iniciação e centro de toda a vida cristã.

Convém que os neófitos recebam a Sagrada Comunhão sob as duas

espécies, juntamente com os padrinhos, pais, parentes e catequistas.

À fórmula habitual de despedida dos fiéis: Vamos em paz, o diácono

acrescenta um duplo Aleluia; e o mesmo fazem os fiéis na resposta.

Para dar a bênção no fim da Missa, é conveniente que o celebrante use a

fórmula da bênção solene que vem no Missal para a Missa da Vigília Pascal, ou a

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 70


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

fórmula da bênção do rito do Batismo dos adultos ou das crianças, conforme as

circunstâncias.

7.6 Tempo Pascal


O tempo pascal se estende do domingo da ressureição até o domingo de

pentecostes, a igreja celebra esse tempo com sendo um único dia de festa, um

“grande domingo”.

O círio pascal acende-se em todas as celebrações litúrgicas mais solenes

deste tempo, tanto à Missa como em Laudes e Vésperas. Depois do dia de

Pentecostes, o círio pascal conserva-se honorificamente no batistério, para se

acender na celebração do Batismo e dele se acenderem as velas dos batizados.

Durante o tempo pascal, na administração do Batismo, utiliza-se a água benzida

na noite pascal.

7.7 Tempo Comum


Além dos “tempos” que revestem um caráter próprio, sobram trinta e três

ou trinta e quatro semanas no círculo do ano em que não se celebra nenhum

aspecto peculiar do mistério de Cristo; antes se comemora, na plenitude, esse

mesmo mistério de Cristo, de modo especial aos domingos. O tempo comum

começa no dia da semana que segue a festa do Batismo do Senhor e prolonga-se

até a terça-feira antes da Quaresma, inclusive; e recomeça na segunda-feira

depois do domingo do pentecostes e termina antes das I vésperas do I domingo

do advento.

Devendo o domingo ser considerado como o dia festivo primordial, bem

como o núcleo e o fundamento do ano litúrgico, procure o celebrante que, nos

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 71


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

domingos do tempo comum, mesmo quando se comemoram dias dedicados a

temas especiais, se celebre a liturgia própria do domingo.

7.7 Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo


É certo que a instituição da Eucaristia é recordada de modo especial na

Missa da Ceia do Senhor, quando o Cristo Senhor ceou com os discípulos e lhes

entregou o sacramento do Seu Corpo e Sangue, para ser celebrado na Igreja.

Mas nesta solenidade, propõe-se à piedade dos fiéis o culto de tão salutar

Sacramento, para que celebrem as maravilhas de Deus nele significadas e

realizadas mediante o mistério pascal, aprendam a participar do Sacrifício

Eucarístico e a viver dele mais intensamente, venerem a presença de Cristo

Senhor neste Sacramento, e por estes dons rendam a Deus as devidas ações de

graças. Como celebração peculiar desta solenidade, foi introduzida pela piedade

da Igreja a procissão. Nela, o povo cristão, acompanhando a Eucaristia através

das ruas em rito solene, com canto e orações, dá testemunho público de fé e

piedade para com este Sacramento.

Convém, por isso, que se as circunstâncias o permitirem onde ela se possa

tornar verdadeira manifestação comum de fé e adoração, esta procissão seja

mantida e fomentada. E até, no caso de uma cidade muito grande e a

necessidade pastoral o sugerir, é permitido, a juízo do Bispo (arqui)diocesano,

organizar outras procissões nas principais zonas da cidade. Compete ao Bispo

(arqui)diocesano julgar quer da oportunidade, atentas as circunstâncias, quer do

lugar e da organização desta procissão, de modo que tudo se realize com

dignidade e sem detrimento do respeito devido ao Santíssimo Sacramento.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 72


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

Onde, porém, nesta solenidade, não se puder fazer a procissão, convém

organizar outra celebração pública para toda a cidade ou para as zonas principais

da mesma, seja na igreja catedral seja noutro local mais apropriado.

É conveniente fazer esta procissão logo após a Missa na qual se consagra

a hóstia que há de ser levada em procissão. Nada impede, porém, que se faça

depois de uma adoração pública e prolongada que se siga à Missa.

7.7 Comemoração de todos os fiéis defuntos


A Igreja oferece o Sacrifício eucarístico pelos Defuntos e por eles

intercede, não só nas exéquias e dia do aniversário, mas também numa

comemoração anual de todos os seus filhos que adormeceram em Cristo. Neste

dia, não se ornamenta o altar com flores; e o toque do órgão e de outros

instrumentos só é permitido para sustentar o canto, no cemitério ou nas igrejas

em que estão sepultados os corpos dos defuntos, ou à entrada de jazigo, ou junto

da sepultura dos Bispos, a Missa pode ser seguida da aspersão e incensação dos

sepulcros.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final desta compilação de informações referente às instruções litúrgicas

para a Santa Missa, observamos que o universo que envolve a celebração do

Santo Sacrifício da Missa tem inúmeras e intermináveis características, mas que a

igreja tenta, de uma maneira uniforme, padronizar todas essas variáveis.

Os subsídios fornecidos pela Santa Sé, dentre eles: decretos, concílios,

cartas, declarações, constituições, dentre outros, nos proporciona um amplo e

vasto material para que o nosso culto seja o mais real e sagrado possível. As

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 73


Instruções Litúrgicas para a Santa Missa 2016

orientações aqui expostas não são, de forma alguma, os únicos documentos que

podem ser consultados. Mas duas coisas são importantíssimas quando nós

tratamos “das coisas de Deus”. Primeiramente, nós devemos ter em nossa mente

que o culto à Santa Missa e a Adoração ao Santíssimo Sacramento devem ser,

sempre, conduzidos e orientados pela Santa Sé, mesmo que isso vá de encontro

aos seus próprios costumes, aos do seu pároco e aos de sua paróquia. Segundo,

é que se tivermos em nossos corações o amor incondicional por Jesus no

Santíssimo Sacramento do Altar e por tudo que o envolve, teremos boas e santas

atitudes.

Thiago Nunes | Paróquia de São Francisco de Assis – NATAL/RN 74

Você também pode gostar