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TEL. 231 422 870 [chamada para a rede fixa nacional] . noticias@jornalboanova.pt . comercial@jornalboanova.pt . N.o 3445 . 12 DE OUTUBRO DE 2023
> Município
prossegue com
páginas 10 e 11 a captação de
pub
SUMÁRIO Editorial
> Faleceu o advogado e
ex-jornalista Miguel
Reis, P.3
> Serviço de Atendimento No dia 4 de outubro teve início a XVI Assem- Numa das meditações do frade dominicano relaciona-se com duas questões: com a salva-
e Acompanhamento bleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, sobre Padre Timothy Radcliffe, a quem coube a tare- guarda da identidade e segurança, mas sem per-
Social aprovado, P.7 a temática geral “Para uma Igreja sinodal: comu- fa de guiar o retiro que antecedeu os trabalhos der a dimensão de abertura e itinerância; e com
nhão, participação, missão”, que se realizará em da Assembleia, refere-se que uma das fontes de a percepção de que Deus acampou entre nós
> Projeto da Arte Xávega duas sessões (a primeira, de 4 a 29 de outubro tensão na Igreja tem que ver precisamente com (Jo 1, 14), pelo que cada Igreja local é uma casa
distinguido em Veneza, P.8 de 2023; a segunda, em outubro de 2024). Para a conceção da Igreja como casa e com o tipo de para Deus, mas que Este também se encontra
acompanharmos os temas em debate neste Sí- casa que esta deva ser. Nessa meditação diz o «fora do acampamento, entre todos os “outros”
> Exposição de nodo são de grande importância: os muitos re- pregador: «Todos os seres vivos precisam de relegados para um lugar fora do acampamento»
Augustinha Galvão, p.9
cursos reunidos na seção dedicada do site do Sí- uma casa para se desenvolverem. Os peixes pre- (Carlos Aspiroz da Costa) e mesmo “sem casa”.
> Grande Plano, p. 10 e 11 nodo 2021-2024, www.synod.va (como é o caso cisam de água e os pássaros precisam de ninhos. Nesta casa que é a nossa, mas que, eventual-
do “instrumentum laboris”); a Const. Ap. “Episco- Sem uma casa, não podemos viver. As diferen- mente, por vezes não a sentimos totalmente
> Câmara renova apoio palis communio”; e os dois documentos da Co- tes culturas têm diferentes conceções do que como nossa, façamos experiência de todos nos
às associações culturais, missão Teológica Internacional, “Sinodalidade na é uma casa. […] Todos precisamos de um lugar sentirmos bem acolhidos. Entretanto, que o aco-
p.12 vida e missão da Igreja” (2018) e “O sensus fidei onde possamos ser aceites e, ao mesmo tempo, lhimento não deixe de ser tanto e tão-só o ponto
na vida da Igreja” (2014). A Secretaria Geral do Sí- desafiados. Em casa somos afirmados pelo que de partida para essa itinerância que, também a
> Região, p.13 a 15 nodo (DEC) escolheu a imagem bíblica da tenda somos e convidados a ser mais. O lar é o lugar todos, nos é pedida e se traduz por conversão -
que se alarga (cf. Is 54,2) para exprimir «o apelo a onde somos conhecidos e amados, onde esta- sinónimo de que temos consciência que a nossa
> Carolina Pessoa ser uma comunidade bem enraizada e, portanto, mos seguros, mas é também o lugar onde so- morada definitiva é o Céu e não esta Terra.
encanta Califórnia com capaz de se abrir» e também de impulsionar ca- mos desafiados a embarcar na aventura da fé».
Fado, p.16
minhos de verdadeira evangelização. A tensão neste particular, entre outros aspetos,
> Opinião, p. 19
Novo Ano Letivo - Nesta fase inicial de regresso e de adap- Com vista a melhorar e reaproveitar da melhor forma os moração estiveram presentes os seus familiares, o Provedor
tação, sobretudo para as crianças que estão a frequentar as espaços envolventes, foram executadas as obras necessá- da Misericórdia e o Administrador-delegado, além de toda
instalações da Santa Casa pela primeira vez, todo o processo rias para a requalificação de uma área desocupada adjacente a equipa da ERPI. A aniversariante torna-se, assim, a terceira
de acolhimento é muito importante de forma a promover a ao edifício da Creche Mãe. De forma a permitir que todas as centenária residente na Estrutura Residencial para Pessoas
ligação entre a criança/família e a Creche ou Pré-escolar. crianças usufruam de espaços exteriores, nomeadamente as Idosas da Instituição.
Tendo estas Respostas Sociais uma importância muito crianças de berçário e salas de 1 ano, foi colocado relvado A Santa Casa deseja-lhe as maiores felicidades e muita saú-
grande como fonte de experiências e vivência do seu quo- sintético e vedação adequada e segura criando, assim, mais de para continuar a festejar mais aniversários.
tidiano, compete a nós, educadores, como agentes da sua um espaço com materiais lúdicos. Para além dos já conhe-
socialização, proporcionar um leque diversificado de aprendi- cidos benefícios de brincar “lá fora”, este novo parquinho irá
zagens. Neste sentido, a equipa pedagógica proporcionará di- permitir a exploração livre, bem como diferentes atividades,
versas atividades que permitam às crianças encontrarem de- garantindo o crescimento e o desenvolvimento harmonioso.
safios novos, que as façam ser capazes de conhecer o mundo,
tornando-se mais autónomas, confiantes e conscientes de si
mesmas.
As crianças que já tinham frequentado as instalações da
Instituição regressaram com muitas saudades dos seus ami-
gos, das suas salas e das suas Educadoras e Auxiliares, para
mais um ano cheio de descobertas e brincadeiras. Como é
natural, nota-se alguma insegurança nas que vieram pela pri- Dia Internacional da Música, 1 de outubro - Como é habi-
meira vez. No entanto, há a certeza de que todas terminarão tual, esta data foi devidamente celebrada na Unidade de Cui-
este ano letivo enriquecidas e felizes. Tudo o que estiver ao dados Continuados Integrados (UCCI) da Santa Casa.
alcance da equipa educativa será feito nesse sentido. Criado em 1975 pelo International Music Council, organi-
O Projeto Educativo orientador a ser trabalhado durante o zação não governamental fundada com o apoio da UNESCO,
triénio 2021/2024 tem como tema geral “A brincar descobri- Mais uma residente a celebrar 100 anos – Desta vez foi a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e
mos a vida”. O último capítulo deste projeto terá como subte- Sra. Idalina Póvoa, natural de Cordinhã, freguesia do conce- a Cultura, tem com objetivo levar a música a toda a sociedade,
ma “Os Animais”. lho de Cantanhede, a festejar os 100 anos de vida. Na come- promovendo a paz e a amizade.
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Cerca de 300 mil vacinas contra covid-19 e gripe Faleceu o advogado e ex-jornalista
cantanhedense Miguel Reis
administradas na primeira semana. Saiba quais as farmácias dr
EVANGELHO - Mt 22,15-21
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, os fariseus reuniram-se para deliberar sobre a maneira de surpreender Jesus no Sugestão de cânticos
que dissesse. Enviaram-Lhe alguns dos seus discípulos, juntamente com os herodianos, e disseram-
-Lhe: «Mestre, sabemos que és sincero e que ensinas, segundo a verdade, o caminho de Deus, sem Entrada Eu vos invoco, Senhor (A.Cartageno)
Te deixares influenciar por ninguém, pois não fazes aceção de pessoas. Diz-nos o teu parecer: É lícito Apresentação dos dons A Vós, Deus e Senhor (D. Julien)
ou não pagar tributo a César?». Jesus, conhecendo a sua malícia, respondeu: «Porque Me tentais, Comunhão Dai a César (A.Frade)
hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo». Eles apresentaram-Lhe um denário, e Jesus perguntou:
Pós-comunhão O Senhor fez-se alimento (A. Cartageno)
«De quem é esta imagem e esta inscrição?». Eles responderam: «De César». Disse-lhes Jesus: «Então,
dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus». Final Grandes e admiráveis são as vossas obras (F. Santos)
ANÍBAL SANTOS CARVALHO
(GRUPO CORAL DE CANTANHEDE)
3445 :: 12 de outubro de 2023
Registos 5
50.o Aniversário do Agrupamento 382 - Início de ano de Catequese
Cantanhede e Promessa de Dirigente
5 de outubro de 2023 foi um dia marcante para a Catequese filhos, em diálogo com os Catequistas; estes, sentindo-se cha-
da Unidade Pastoral de Cantanhede, agora constituída pelas mados por Deus e convocados para a missão, compromete-
Paróquias de Cadima, Cantanhede, Outil, Portunhos, Sangui- ram-se a ser fiéis ao projeto de Deus e da Igreja, na medida das
nheira e Tocha, que se reuniu, num dos locais mais aprazíveis suas possibilidades, e a fazer ecoar o Evangelho junto dos Ca-
do Concelho, situado na Freguesia de Cadima, designado por tequizandos para que possam chegar à comunhão com Jesus
O fim de semana de 6 a 8 de outubro de 2023 marcou o en- Praia Fluvial dos Olhos da Fervença, para aí realizar um conjun- Cristo; finalmente, os Catequizandos afirmaram querer seguir
cerramento das comemorações do cinquentenário do Agru- to atividades que assinalaram o “Início de Ano de Catequese Jesus, fielmente e até ao fim, como seus amigos e discípulos,
pamento de Escuteiros 382 de Cantanhede. O agrupamento 2023/24”. participando na Eucaristia e na Catequese.
comemorou cinquenta anos de filiação no Corpo Nacional de As atividades desenvolvidas envolviam as várias vertentes da No final o Pároco teve palavras de agradecimento para o
Escutas, relembrando uma trajetória de serviço, aprendizagem formação humana com destaque para a cultural, recreativa e alto empenhamento da Junta de Freguesia de Cadima, sem
e crescimento, enquanto também testemunhou a realização religiosa e tiveram mais de meio milhar de participantes, entre a qual seria difícil esta realização, sem esquecer os elementos
da Promessa de Dirigente da sua escuteira Ana Sofia Freire catequizandos, catequistas, pais e familiares. das Capelas dos Olhos da Fervença e da Taboeira, o Cantar-Te,
Melo. Como é natural, começou-se pelo “acolhimento, quebra- os Escuteiros de Cantanhede e da Tocha, os Acólitos de várias
As festividades tiveram início na sexta-feira à noite, com o -gelo e os divertidos jogos tradicionais. Depois, e como ainda paróquias, a Sacristã de Cadima, os Catequistas, os Pais e as
acampamento de fim de semana, que reuniu escuteiros de to- se respira JMJ 23, ouvimos quatro testemunhos de quem teve crianças que vieram participar e trazer a sua alegria.
das as idades. As tendas foram montadas e o espírito de cama- participação bastante ativa nas mesmas, embora em setores Em seguida o Vigário Paroquial teve palavras de apreço para
radagem floresceu enquanto uma série de atividades e jogos, diferentes que nos deram conta de vivências necessariamente todos e , especialmente, para as crianças.
proporcionou momentos de diversão e crescimento pessoal a diferentes e inesquecíveis: tanto dos momentos únicos vividos Terminada a Eucaristia chegou a hora do piquenique que,
cada um dos lobitos e escuteiros do 382 Cantanhede. Sábado em Lisboa, como da preparação local, organização e acolhi- para alguns, se pôde prolongar por mais tempo, criando um
à noite, ao redor da fogueira, histórias e jogos apresentados pe- mento dos peregrinos estrangeiros aqui recebidos. espaço de convívio, mas, para outros, o tempo do piquenique
los jovens, reacenderam memórias preciosas. Chegou-se ao ponto mais alto do dia para onde tudo se en- foi seguido da participação no Peddy Paper.
O domingo trouxe uma Eucaristia especial, na qual os mem- caminhou: a Eucaristia. Esta foi presidida pelo nosso Pároco, As equipas concentraram-se no ponto de partida para rece-
bros do Agrupamento 382 de Cantanhede se uniram em ora- concelebrada pelo Vigário Paroquial e oficiada pelos Diáconos. ber as necessárias instruções tendo, em seguida, iniciado um
ção para comemorar o seu meio século de filiação ao Corpo O Acólitos de S. José serviram o Altar e a animação esteve a percurso que os levaria a vários pontos onde iriam encontrar
Nacional de Escutas. Foi um momento de reflexão e gratidão, cargo do Grupo Cantar-Te. enigmas, obstáculos e jogos que teriam de resolver para pas-
durante o qual a candidata Ana Sofia Freire Melo, após 13 anos Na Homilia, o nosso Pároco, além de se referir à Liturgia do sar ao ponto seguinte. Vencer um obstáculo implicava imagi-
de caminhada escutista, realizou a sua Promessa de Dirigente. dia, explicou o sentido e o significado do tema do encontro “ nação, perícia, determinação e conhecimentos adquiridos na
Este compromisso solene representa uma etapa significativa Alarga o espaço da tua tenda”. Se, no tempo do profeta Isaías Catequese. Mas, além de responder, também foram enrique-
no seu caminho escutista e um testemunho do seu compro- este já era um apelo necessário, quanto mais agora na Igreja e, cidos com uma série de conhecimentos, sem falar no espírito
misso em orientar, apoiar e inspirar as crianças e jovens do particularmente, na nossa nova Unidade Pastoral, onde é pre- de colaboração, de entrega, de entreajuda e de respeito pelos
agrupamento. ciso vencer o desafio da fraternidade e do acolhimento, onde outros e pela Natureza que foi criado.
Os momentos de partilha, pelo fundador e antigos chefes a Igreja seja realmente um povo de batizados que vive a comu- Foi grande o entusiasmo com que se entregaram à prova
de agrupamento, de memórias e histórias pessoais durante a nhão à imagem do nosso Deus, uno e trino. pois, na verdade, todos queriam ganhar. E mereciam… mas, o
Eucaristia trouxeram à tona a importância do agrupamento na Para o Ofertório Solene foi proposto a cada Centro de Cate- que é certo, é que todos correm para a meta, mas só um é
vida de tantas pessoas ao longo das décadas. quese que oferecesse um bolo, em forma de “emoji”, que re- o vencedor. Deste vez foi o Centro de Catequese de S. José
À tarde, um almoço convívio dinamizado pela Associação de presentasse uma atitude a viver neste novo ano de Catequese, que ganhou. Parabéns para S. José e para as restantes equipas,
Pais dos Escuteiros de Cantanhede juntou a grande família do cuja entrega seria acompanhada de breve explicação. Entre as uma vez que todas deram o seu melhor.
382, num espírito de unidade, destacando a forte ligação que atitudes estava a alegria, o amor e a oração. As atividades terminaram com a entrega de prémios.
une todos os membros do agrupamento, independentemente Depois da comunhão, Pais, Catequistas e Catequizandos fi- Em todos se espelhava alegria e felicidade por tudo o que
da passagem do tempo. zeram o seu compromisso, cujo texto, escrito num cartão em se viveu neste dia e, em quem organizou e colaborou, o senti-
O encerramento do acampamento e a sensação de missão forma de coração, foi oferecido a Nossa Senhora. Nele os Pais mento de que valeu a pena. Por isso, damos graças ao Senhor.
cumprida, à medida que as tendas eram desmontadas e que comprometeram-se a ser testemunhas e educar na fé os seus DIÁC. SEBASTIÃO
todos se despediam com corações cheios de gratidão e me-
mórias para toda a vida, demonstra bem o sucesso destes 50
anos no Corpo Nacional de Escutas, reforçando o compromis-
12 QUI (SMC) Tocha (VP) | 10h15: Outil (Pár.) 19 QUI
celebrações Fornos (P. Nog.) | 19h15: Lemede
so com os valores escutistas e o desejo contínuo de servir a 08h30: Missa em Cantanhede (Pár.) Missas: 18h00: Tocha (VP)*; | 10h30: Sanguinheira (VP)* | 08h30: Missa em Cantanhede (Pár.) (P. Nog.) | 19h30: Cadima (Pár.) |
comunidade e orientar as crianças e os jovens. A realização 10h30: Reun. de Arciprestado Varziela (Pár.)* | 19h15: Pena 11h30: Cantanhede, com 1 batismo 19h30: Missa em S. José (Pár.) 21h00: Cantanhede (Pár.)
da Promessa de Dirigente da Sofia Melo é um testemunho do (Cantanhede) 19h30: Missa nos (Pár.) | 19h30: Cadima (VP)* | (Pár.) | 12h00: Cadima (VP) 19h30: Missa na Tocha (VP) Celeb. Pal.: 18h00: Póvoa da L. (Dc.
Olhos da Fervença (Pár.) 19h30: 21h00: Cantanhede (Pár.)* 17 TER 21h00: Reun. Cons. Económico da Seb.); Varziela (Lurdes); Cochadas
compromisso contínuo do agrupamento em moldar um futu- Missa na Tocha (VP) 20h00: Celeb. Pal.: 18h00: Póvoa da L. S. Inácio de Antioquia (M) Tocha (+ repres. de lugares) (Mário); S. José (Ferra); Fervença
ro brilhante para as próximas gerações. Adoração Eucarística na Tocha (Lurdes); Fornos (Tito); Cochadas 08h30: Missa em Cantanhede (Pár.) 21h00: Adoração Eucarística em (C&S) | 19h15: Zambujal (Dc. Seb.);
(Dc. Mat.) (Dc. Mat.); S. José (Dc. Seb.); 17h00: Missa no Hospital (Pár.) Outil (Dc. Seb.) Pena (Lurdes); Caniceira (Mário);
Os nossos sinceros parabéns a todos os que um dia fizeram 13 SEX Fervença (C&S) | 19h15: Zambujal 19h30: Missa na Sanguinheira (VP) 20 SEX Taboeira (C&S); Miseric. (Ferra)
caminho no Agrupamento 382 Cantanhede por esta conquis- 08h30: Missa em Cantanhede (Pár.) (Tito); Lemede (Lurdes); Caniceira 21h00: Reun. Cons. Económico de 08h30: Missa em Cantanhede (Pár.) 22 DOM XXIX do Tempo Comum
12h30: Batismo em Cadima (P. Sam.) (Dc. Mat.)*; Taboeira (C&S); Outil (+ repres. de Vila Nova) 20h00: Missa e Procissão de Velas | Dia Mundial das Missões e seu
ta notável, e os nossos melhores votos para a Sofia Melo no 19h30: Missa na Quintã (Pár.) Miseric. (Dc. Seb.) 18 QUA no Casal - Festa de S.ta Iria (Pár.) ofertório
seu percurso como dirigente escutista. 21h00: Formação com Crismandos 22h00: Cantata a Nossa Senhora S. Lucas (F) 21h00: Formação com Crismandos Missas: 09h00: Portunhos (P.
21h00: Enc. de apresent. das (Cantar-Te) 08h30: Missa em Cantanhede (Pár.) 21 SÁB 11h30: Casamento em Nog.); Tocha (Pár.) | 10h15: Outil
Que os próximos cinquenta anos sejam tão repletos de reali- Catequeses de Iniciação Cristã ou 15 DOM XXVIII do Tempo Comum 11h00: Reun. da EMO (Cadima) Portunhos (Pár.) (P. Nog.) | 10h30: Sanguinheira
zações e impacto positivo quanto os últimos! Aprofundamento da Fé para Adultos | Festa do Acolhimento (1º ano)* | 19h30: Missa em St. António - 12h00: Enc. Familiar em Cantanhede (Pár.) | 11h30: Cantanhede (P.
(CP) Recolha de bens aliment. pelo GSC Cadima (Pár.) (Dc. Mat.) Nog.) | 12h00: Cadima (Pár.)
14 SÁB (em COP) 21h00: Reun. Cons. Económico de 15h00: Enc. de Acólitos da UPC 15h00: Missa e procissão no Casal -
ANTÓNIO AUGUSTO NEGRÃO
15h00: Conselho de Agrup. 1390 Missas: 09h00: Portunhos (Pár.); Portunhos (+ repres. da Pena) Missas: 18h00: Tocha (Pár.); Festa de S.ta Iria (Pár.)
6 por cá... 3445 :: 12 de outubro de 2023
Rota do Coração sensibilizou população para Luís Couto alcança título de Campeão Distrital
a prevenção de doenças cardiovasculares
de Estrada de Coimbra
90
3445 :: 12 de outubro de 2023 Por Cá... 7
Redução do IMI para os agregados familiares e Derrama para empresas mantém-se em 2024
Atleta do Centro Hípico de Sepins é campeão Regulamento do Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social aprovado
nacional pré-juvenil
Cantanhede participou nas Comemorações do II Centenário da morte de D. Pedro José Vito de Meneses
território de Cantanhede, e de como moldaram a história, a
cultura, o património e identidade deste território. “Falamos
de uma família que descendia da mais alta nobreza da pe-
nínsula ibérica e que, tendo servido a realeza ao longo de
muitos séculos, possuía uma folha de relevantes serviços
prestados à coroa”, detalhou.
Desta forma, continuou, “celebrar os 200 anos da morte
de D. Pedro José Vito de Meneses é uma forma de revisitar e
dar à luz mais conhecimentos sobre as inúmeras figuras de
Cantanhede, de grande relevância, nas mais diversas áreas,
a nível nacional - e isso é do maior interesse para conhecer
a história do nosso concelho”.
Para o autarca cantanhedense, esta iniciativa “coloca de
forma mais premente um novo desafio que é o de conhecer
muitas das outras figuras proeminentes desta família que
marcaram a História de Portugal e são ainda muito pouco
conhecidas”. E nesse caso em particular, agradeceu o con-
tributo de Fernando Larcher, professor do ensino superior
com fortes ligações familiares a Cantanhede e que “foi o
grande impulsionador” da realização da conferência que
decorreu no auditório da Biblioteca Nacional.
No âmbito das comemorações está também patente ao
público na Biblioteca Nacional, uma mostra bibliográfica em
que se expressa não só a importância da personagem ho-
Uma delegação “expressiva” de Cantanhede, com a 22 de novembro, há 200 anos”. menageada, mas também de toda a família dos Meneses de
presença institucional do Município, participou nas come- Para o autarca com o pelouro da Cultura, “esta iniciativa Cantanhede.
morações do II Centenário da morte do último Conde de constitui mais uma oportunidade para revisitar as referên- Estas comemorações estender-se-ão à cidade de Mêda e
Cantanhede e Marquês de Marialva, D. Pedro José Vito de cias fundamentais e identitárias das terras de Cantanhede, terão o seu epílogo, no dia 22 de novembro, no Palácio de
Meneses, comunicou a autarquia. com a mais-valia de ser feita de forma multidisciplinar por Chateaubriand, em Paris, França.
Presente nas comemorações realizadas em Lisboa, o vice- meio de conhecedores, estudiosos e sapientes académi- Recorde-se que D. Pedro José Vito de Meneses, enquanto
-presidente da Câmara Municipal, Pedro Cardoso, sublinhou cos, produtores de conhecimento científico, que nos dão embaixador de Portugal em França, privou em Paris com o
“a importância e o interesse desta iniciativa para aprofundar a garantia de boas e interessantes intervenções, para além escritor, político e diplomata que foi François-Auguste-René
o conhecimento pluridisciplinar da História de Cantanhede”, de contarmos com a chancela de importantes instituições de Chateaubriand, Visconde de Chateaubriand.
com novas abordagens de investigação, e “com a evocação académicas e científicas, cujo prestígio é sobejamente re- A Comissão Organizadora das comemorações integra a
desta ilustre figura de militar, diplomata e mecenas que foi conhecido”. Biblioteca Nacional de Lisboa, Universidade Aberta, Centro
D. Pedro José Vito de Meneses, sexto e último marquês de Ao intervir na sessão, Pedro Cardoso sublinhou ainda a im- de Humanidades da Universidade Nova de Lisboa, Socieda-
Marialva, e oitavo e último Conde de Cantanhede, falecido portância da ligação dos Meneses, senhores de Cantanhede de de Geografia de Lisboa, Centro Europeu de Estudos de
em Paris, onde era então embaixador, precisamente no dia e só depois/condes e mais tarde Marquês de Marialva, ao História Constitucional e Instituto Histórico da Beira Côa.
“+Mulher” é o título da exposição de Dai Moraes, que esta- “+ Mulher” teve a sua primeira edição no Rio de Janeiro, Fotógrafa orientará masterclass
rá patente a partir de 13 de outubro e até 17 de novembro em 2013, e a segunda edição, em 2019, realizou-se simulta-
na praça Marquês de Marialva, no âmbito da segunda edição neamente no Rio de Janeiro e em Lisboa, dedicadas exclusi- No âmbito da segunda edição do PHOTOfest Cantanhede,
do PHOTOfest Cantanhede, que se realiza na cidade a partir vamente à temática do cancro feminino. Dai Moraes orientará uma masterclass sobre “Retrato Femi-
de amanhã e até 15 de outubro. Agora, a autora decidiu alargar o universo de participantes nino - direção fotográfica e sensibilidade”.
Com esta mostra, a fotógrafa pretende resgatar a autoes- e fazer refletir, através das suas fotografias em grande for- A sessão decorre a 15 de outubro, no Museu da Pedra, en-
tima de mulheres com histórias de vida desafiantes. No fun- mato, todo o tipo de histórias desafiantes que deixam mar- tre as 10h00 e as 13h00, e tem um custo de 35 euros (para
do, empoderar as mulheres e fazer com que elas se sintam cas nos corpos e nas vidas de mulheres das mais variadas associados da Associação fotografARTE) e 45 euros (público
bem para que, através das fotografias, possam empoderar idades, nacionalidades ou etnias. em geral).
outras mulheres. Esta mostra fotográfica é complementada com uma com- Nesta masterclass, o foco incide no resgate da autoestima
Especialista em sessões femininas Boudoir – termo fran- ponente multimédia, com vídeos de Joana Mouta, que tra- da mulher em geral e das que enfrentam vidas mais difíceis
cês que se refere ao camarim privado de uma mulher, ou balhou em televisão na área da informação e lifestyle, mas em particular. Na sessão, Dai Moraes falará sobre os motivos
seja, a uma postura intimista –, Dai Moraes considera im- que, desde sempre, produziu vídeos mais ligados às emo- das mulheres quando procuram o serviço de fotografia, aju-
portante a conexão com a mulher retratada, para que esta ções. dará a orientar as poses da melhor forma possível de acordo
se veja com mais amor e carinho. Por isso, defende que a Convidada pela Dai Moraes a entrar nesta edição do com cada biótipo, a utilizar a sessão fotográfica como fer-
fotografia Boudoir é ferramenta essencial para o resgate da “+Mulher”, conta um pouco da história de cada uma destas ramenta para o resgate da autoestima da mulher, além de
autoestima. mulheres retratadas em vídeo. outros assuntos.
Exposição “Augustinha Galvão: a Fotografia como ofício” pode ser visitada durante o mês de outubro
Mais de três décadas dedicadas a retratar e a fixar as Sobre Maria Augusta Galvão
memórias Maria Augusta Galvão nasceu no dia 21 de maio de 1917,
Augustinha Galvão [1917-2017] contactou desde muito em Coimbra, onde viveu até aos 12 anos, altura em que veio
cedo com fotografia. Filha de uma família de comerciantes para Cantanhede com os seus pais e irmãos. Desde muito
que, para além da Pensão Galvão, tinha também um estúdio cedo revelou aptidão para as Artes, nomeadamente, desenho,
de fotografia, Foto Galvão, pelo qual o seu irmão mais velho pintura, música, fotografia, artes cénicas e poesia.
era responsável. Pouco se sabe do seu interesse pela atividade A partir de 1954, Maria Augusta Galvão foi fotógrafa profis-
antes de, em meados dos anos 50, adquirir a Casa de Retra- sional, profissão que exerceu até meados da década de 1970.
tos de José Ramos, ele próprio fotógrafo, casa essa que viria a Ao longo da sua vida, dedicou-se, igualmente, ao desenho a
Está patente ao público, na Biblioteca Municipal de Canta- ser conhecida pela marca Foto Estrela. Razões circunstanciais carvão e à pintura a óleo, tornando-se neste campo uma exce-
nhede, durante todo o mês de outubro, a exposição “Augus- que se prendem com a sua viuvez precoce e a consequente lente artista autodidata. Efetuou várias exposições coletivas e
tinha Galvão: a Fotografia como ofício”. Com a organização necessidade de criar os filhos fazem com que encontre na fo- individuais, no Luso, terra natal de sua mãe, em Coimbra e em
a cargo da Associação fotografARTE, a mostra integra a 2.ª tografia um modo de sobrevivência pouco convencional para Cantanhede. Na área da escrita, Maria Augusta Galvão obteve
edição do PHOTOfest Cantanhede que decorre de 13 a 15 de uma mulher do seu tempo. duas menções honrosas no concurso “Jogos florais”, em Can-
outubro. No documento enviado à redação, destaca-se que, “do es- tanhede, sob o tema “Gândara, terra ridente”. Ganhou, ainda,
Neste equipamento cultural estão presentes dezenas de fo- pólio que a família gentilmente colocou à disposição, resga- o 1.º prémio, em 1989, através de um acróstico sobre Canta-
tografias, desenhos e pinturas da autoria de Maria Augusta Gal- tou-se muito pouco do que terá sido uma vida de mais de três nhede e igual prémio com o trabalho “Louvor à Natureza”, em
vão, bem como outros objetos que lhe pertenceram, “numa décadas dedicadas a retratar e a fixar as memórias das pessoas 1990, no Centro de Saúde local. Obteve, ainda, o galardão com
demonstração clara da enorme qualidade e diversidade artísti- da terra, em ocasiões significativas das suas vidas como sejam a temática “Quem é o Idoso?”.
ca e cultural da autora”, comunica o Município de Cantanhede. batizados, comunhões, ou casamentos, tornando-se difícil fa- Com veia poética, compôs versos para vários convívios,
Os trabalhos expostos na mostra representam mais de 30 lar apropriadamente do seu trabalho enquanto fotógrafa”. bem como para festas de “Os Esticadinhos”, o grupo onomás-
anos de memórias que retratam pessoas da terra, em diversas É ainda sublinhado que “esta mostra é uma justa e devida tico “As Marias”, fazendo da arte cénica uma qualidade da sua
ocasiões marcantes das suas vidas, designadamente batiza- homenagem a uma mulher pioneira numa profissão marca- veia artística.
dos, comunhões ou casamentos. A exposição exibe, também, damente masculina para a época, trazendo a público alguns Em 2011, aos 94 anos, Maria Augusta Galvão editou “Uma
trabalhos da artista em outra área, como o desenho ou poesia, vestígios do seu trabalho na fotografia, na pintura, no desenho Vida”, o seu primeiro livro, onde estão compilados vários poe-
testemunhos de uma mulher com forte capacidade artística e ou na poesia, ressaltando uma personalidade artística plurifa- mas escritos ao longo da sua existência, sobre diversas temá-
multifacetada, que desempenhava uma profissão pouco con- cetada que ficou gravada na memória de todas e todos que ticas. Nesse mesmo ano, em junho, participou no programa “A
vencional, para uma senhora do seu tempo. com ela conviveram”. tarde é sua”, no canal televisivo TVI..
10 Grande Plano 3445 :: 12 de outubro de 2023
Apesar de terem personalidades completamente di- sua exposição “Trajes de Ofícios Antigos – Bonecos Ves- rados. Não é o dinheiro que está em questão. É a convi-
ferentes, Maria Isolete Pereira, Manuela (ou D. Nezinha tidos”, onde retratou figuras antigas de Cantanhede, da vência. O estar com pessoas, o falar, o ensinar - que gosto
como é carinhosamente apelidada pelos cantanheden- época da sua meninice, através de bonecos vestidos com muito - e de me sentir últil”.
ses), Fátima Lopes e Luís Cutelo têm algo em comum. trajes concebidos ao pormenor por si própria. São exem- Deu aulas um pouco por todo o concelho, mas recen-
Admitem-se idosos, tendo em conta que as suas idades plos o agricultor, alfaiate, carvoeiro, cesteiro, costureira, temente dava aulas na Sanguinheira (onde tinha, pelo
correspondem a essa faixa etária, mas, no dicionário de- lavadeira, leiteiro, moleiro, padeira, parteira, pastor, peixei- menos, 30 alunas e dois ou três alunos), em Outil e na
les, as palavras “envelhecer” e “parar” não são sinónimos. ra, sapateiro, tremoceira, vendedora de areia, a romeira da Tocha. Ensina de tudo um pouco. Sobretudo bordados,
Nossa Senhora de Vagos, de antigamente, entre outros. bordados em bastidor, tapete de arraiolos (este último já
Maria Isolete Pereira, de 85 anos, teve patente na Bi- “Eu fui criada pelas avós e por uma tia que era costu- não faz, pois foi proibida pelo médico) e até pinturas. De
blioteca Municipal de Cantanhede, no mês passado, a reira. Aos sete anos já tinha os meus deveres de tirar os um bom humor característico, acrescenta que nas suas
alinhavos da roupa - na altura, o primeiro trabalho para as aulas impunha uma regra: “haverá sempre uma anedota”.
meninas. Daí comecei a ter ideias, a fazer coisas novas e De todos os seus trabalhos, destaca uma toalha bor-
diferentes”, conta. dada a rigor e preceito, a pedido do pároco, que costuma
“Isto é a minha alegria”, remata, enquanto recorda vá- cobrir o altar-mor da igreja matriz de Cantanhede na As-
rios episódios que a inspiraram a produzir as peças. censão do Senhor.
A primeira vez em que expôs os seus trabalhos foi em A par com a vontade de voltar a dar aulas, dá “graças
2018 na “Feira do Pão e da Broa”, nas Franciscas, impul- a Deus”, pois “ainda estou com as minhas capacidades
sionada pelas amigas. Atualmente, da sua coleção já fa- todas”.
zem parte cerca de 50 bonecos.
Também integra o programa das Tardes Comunitárias Mais que um hobby
e já tem um outro projeto idealizado. O tema retratará o Fátima Lopes e Luís Cutelo, de 68 e 69 anos respeti-
antigamente da sua Pascoela, domingo seguinte ao da vamente, ambos membros dos órgãos sociais da Asso-
Páscoa, cuja celebração é bastante comum na localida- ciação FotografARTE, em Cantanhede, não têm problema
de da Varziela. As suas mãos são uma extensão da sua em assumir a sua idade.
memória, que todos os pormenores dessa época guarda O antigo engenheiro da Câmara Municipal tem uma lis-
como, por exemplo, a loiça, as toalhas e panos bordados, ta infindável de atividades que o fazem sentir ativo, além
a mobília e os bolos tradicionais que compunham a mesa. da fotografia e do seu papel na associação. “Tento manter
o tempo ocupado, exercitar o cérebro e o corpo. Quando
me aposentei, comecei por fazer muito puzzle, andar de
Dar aulas depois dos 90 bicicleta” - apesar de este último não tanto quanto o de-
Com 94 anos feitos recentemente, a dona Nezinha, de sejara, pois tem Parkinson que lhe afeta o lado esquerdo
seu nome Manuela Dinis, reúne-se todas as tardes à som- do corpo - dedica-se também à hidroginástica e à leitura.
bra das árvores, num largo perto de sua casa, com mais Frequenta, também, a Universidade dos Tempos Livres,
senhoras, para costurar. fez parte da Tuna dos Serviços Sociais do Município de
Subentende-se que esse período de tempo não lhe é Cantanhede e atualmente está num coro de Coimbra,
suficiente para se sentir completa. Apesar de se autointi- “diversificado e com pessoas de todo o país”.
tular uma pessoa ativa, recorda o tempo antes da pande- A fotografia entrou na sua vida também como um ho-
mia da Covid-19 em que dava aulas de costura e também bby, do que a colega Fátima discorda, porque “em termos
de pintura. “Tenho muita pena de estarem os cursos pa- de associação, [o Luís] é uma mais-valia. O saber dele vai
3445 :: 12 de outubro de 2023
Grande Plano 11
a um pouco de tudo, embora diga que usa a fotografia nhada como presidente”. Inclusive, “quando fiquei presi-
mais como um hobby”. dente da FotografARTE, disse que só ficava durante um
Luís conta que não tem preferência por um tema es- ano para ajudar na organização”. Pois “a ideia, na comuni-
pecífico. “Gosto de variar”, mas, ainda assim, destaca a dade, era dedicar-me às bibliotecas escolares - outra área
reportagem fotográfica que pôs em prática, por exemplo, que, para mim, é intuitiva e natural.” Pensou que era as-
no Happy Street Jazz - Festival Internacional de Dixieland sim que ia ocupar o seu tempo, mas depois foi “apanhada
e no FOLK Cantanhede - Semana Internacional de Folclo- na associação”, que “foi crescendo, tal como as nossas
re e em trabalhos para “colegas, amigos e outros traba- propostas e depois, quando se chega ao final do ano, nin-
lhos para a Associação FotografARTE”. guém tem tempo [para assumir a direção]”.
Já Fátima Lopes, presidente da direção da FotografAR- Eis que, durante a conversa, surge a questão de como Cerca de uma centena de pessoas, entre partici-
TE, vive o mundo da fotografia “por razões totalmente a sociedade deve dirigir-se às pessoas já reformadas. pantes das “Tardes Comunitárias”, utentes do Centro
diferentes”. Confessa que “quando me dizem que [a foto- “Essa é também uma coisa muito discutida. Se são ve- de Convívio Professora Maria Emília, de Vila Nova, e
grafia] é para eu me ocupar, fico muito zangada. Isto não lhos, idosos ou seniores”. Luís considera que “o corpo do Centro Social e Paroquial de S. Caetano, estiveram
é para me entreter”. identifica mais isso que a mente. Eu considero-me jovem presentes na Biblioteca Municipal de Cantanhede
Para a ex-professora, a reforma foi vista como “uma mentalmente”. Fátima defende que “nós estamos sem- para assistir à apresentação do musical “Canta-me
inquietação, visto que quando me reformei não fiquei pre a envelhecer desde que nascemos” e que, “quando um conto em Coimbra”.
propriamente feliz. A escola era o meu palco.” Continua se está bem, convive-se bem, embora seja evidente que Integrado no projeto “Tardes Comunitárias: Dar
a trabalhar num centro de apoio, apesar de lhe dedicar as pessoas nos olham de forma diferente quando sabem Mais Vida Aos Anos”, o espetáculo tem por base um
menos tempo, tendo em conta que “a associação tomou que temos mais idade. A nós sabe-nos bem trabalharmos texto original do ator e professor de Teatro Guilherme
proporção e exige muito de mim. E, enquanto se prepa- com todas as idades e os nossos colegas tratarem-nos de Bastos Lima, e a sua interpretação esteve a car-
ra e decorre o PHOTOfest, não posso ir para lá”, conta, como se fôssemos seus pares.” Na FotografARTE “saímos go dos alunos do nível 2, da Companhia de Teatro
sublinhando que “estar à frente da direção exige muita em viagens de fotografia, seja para resmungar, seja para Atrapalharte. A apresentação é pautada pelo humor,
concentração e foco”. as «palermices», chuta em tom de brincadeira. Ou seja, reconta algumas lendas históricas respeitantes à ci-
“O verdadeiro fotógrafo lá em casa era o meu marido. “[os colegas] não se comportam de maneira diferente só dade de Coimbra, segundo uma interessante aborda-
Ele pertencia a um grupo de fotógrafos. Eu sempre gos- porque nós temos uma idade diferente” e “isso é a parte gem da atualidade, aos olhos das novas gerações.
tei de fotografia”, recorda, acrescentando, num certo tom que acho gratificante. Trabalhar com os mais novos dá- Os elementos que compõem o elenco de “Canta-
de brincadeira, “que era assistente de fotógrafo, depois -nos isso”. -me um conto em Coimbra” integram um grupo eclé-
passei a assistente de fotógrafos, visto que andava atrás Sublinha que “a ideia que fazem de nós altera logo com tico, cujas idades estão compreendidas entre os 10 e
deles a fazer fotografia com uma câmara pequenina. Sou a idade. Eu sou a mesma. O Luís diz: «eu sinto-me um os 16 anos. A turma é composta por 15 alunos, todos
do tempo da analógica e era eu quem fazia as reporta- jovem». Eu acho que todos nós temos «sentires» diferen- naturais e estudantes no distrito de Coimbra, sendo
gens na escola” e “ainda fui para os vídeos”. Mas realça: tes”, pois, “com mais idade também pensamos diferente que um dos atores é aluno do Curso de Interpretação
“sempre com uma perspetiva diferente de quem faz a fo- e pensamos coisas diferentes”. No entanto, destacam e Teatro do Colégio São Teotónio, em Coimbra.
tografia como arte”. que a saúde também tem impacto numa reforma ativa. A AtrapalhArte Produções é uma companhia pro-
Já são nove anos à frente da FotografARTE. “O Jorge “Quando não se tem saúde as limitações são outras, os fissional de teatro, especialista em teatro infantil e
[marido] adoeceu e faleceu num curto espaço de tempo”. medos são outros…”. escolar, que encena e realiza espetáculos de obras
Na altura, “já se estava a pensar em criar a associação “Neste momento, o que mais gosto é de fazer trabalho- de leitura obrigatória na disciplina de Português.
(que já existia como grupo de fotografia, mas não como -projeto. Gosto de registar e uso o storytelling. Mas o que
associação). Ele fazia parte dos produtores da mesma e me dá mesmo mais prazer é trabalhar um tema, é a foto-
eu acabei por ficar na continuidade. Mais tarde, fui apa- grafia que nasce aqui [aponta para a cabeça] e o que vou
12 dinâmicas 3445 :: 12 de outubro de 2023
Câmara renova apoio às associações culturais do concelho Columbófila e Flatlantic rubricam acordo
Apoio financeiro totalizou mais de 58 mil euros e foi atribuído a 35 entidades culturais do concelho. de patrocínio para equipa sénior feminina
de basquetebol
ao público pela primeira vez em 26 de Março de 1981. Todos Aos mordomos, votos de boa união e boa disposição entre bastantes limitações foram criados os seguintes grupos:
os anos leva a palco peças de autores consagrados e também a comunidade. 1.º - Natalina Batista; 2.º - Natalina Batista; 3.º - Guida Maria;
algumas escritas por elementos ligados ao grupo, com que 5.º - Aurora Celeste; 6.º - Sandra Cadima; 7.º - Guida Maria; 8.º
participa nos Ciclos de Teatro de Cantanhede. Óbitos - Antonino Machado; 9.º - Fátima Silva e 10.º - Natalina Batista.
Adormeceu, no sono da paz, o Manuel Taipina de Jesus que Em Enxofães vamos ter o senhor Alcides com o 1.º ano e, no
se encontrava acamado há cerca de três anos. Contava com lugar de Mala, a Patrícia com o 8.º ano.
::: Caniceira 82 anos de idade, era natural e residente na Fontinha, casado Mas entretanto ainda vão suceder mais alterações. Sen-
com Maria Aldina dos Santos Fernandes e pai de Ilda e Fernan- do assim, agradece-se aos pais das crianças que informem
Cobrança da Maria Fernandes Taipina. Foi sepultado no dia seguinte, após atempadamente da necessidade dos catecismos, assim como
Informamos os nossos leitores de que o nosso amigo e co- a celebração das exéquias na igreja matriz. comunicarem aos catequistas (que agora fazem mais deslo-
laborador Manuel Felício já entregou a cobrança das assinatu- No dia 21, partiu para a eternidade Dorinda Maria de Jesus cações) da ausência dos seus filhos às sessões de catequese.
ras da localidade da Caniceira, relativamente ao ano de 2023. Oliveira Soares, mãe de Sandra Elizabete e de Jéssica Oliveira
Agradecemos aos nossos assinantes, bem como ao cobrador Azenha, residentes no estrangeiro. Tinha 65 anos, era natural Adiafa das Vindimas
que, de forma completamente gratuita, se disponibiliza para de Febres, sendo inumada no dia 24, no cemitério da mesma A Comissão de Festas de S. Jorge 2023 vai organizar, no pró-
realizar a tarefa. freguesia. ximo dia 15 de outubro, no Campo da Vista Alegre, a partir das
No dia 30 de setembro, partiu para a casa do Pai, depois de 12h30, a Adiafa das Vindimas. O almoço será arroz de molho
longo sofrimento, a Maria Donzília da Cruz Pataias, natural da pardo de galo caseiro (haverá opção sem sangue), acompa-
::: Cordinhã Chorosa, com 80 anos. Religiosa da Congregação do Amor de nhado pela atuação da Tuna Mista do Areeiro e mais surpre-
Deus, muito nova entrou nesta vida por uma sua tia, também sas. A animação prossegue com a “Vaca Cagona”. A partir das
Vindima comunitária religiosa. Durante alguns anos esteve em África (Cabo Verde 14h30 haverá serviço de bar. As inscrições têm um valor de 12
e Angola). Depois regressou ao continente, onde esteve em “cestos” e podem ser feitas através dos contactos (967 065
Ílhavo a cuidar de idosos e crianças abandonados. Como a sua 980 - Manuel Neves / 916 606 433 - Hugo).
saúde se foi degradando poucos dias antes, foi transferida para
Fátima, onde veio a falecer e onde foi inumada após serem rea- Óbito
lizadas as cerimónias fúnebres. Faleceu Alípio Alves Mamede, de 84 anos de idade, residente
As suas almas que brilhem a luz do eterno esplendor, entre em Enxofães. Era viúvo de Maria Edite dos Santos Campos Mar-
os seus anjos. Às famílias enlutadas, as nossas condolências. ques e pai de Lino e Maria da Glória Alves Mamede.
A BN expressa sentidas condolências à família.
Carolina Pessoa encanta a Califórnia com o Fado Português Festa D’Anaia regressa este fim de semana
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17 ANOS DE SAUDADE
14 DE OUTUBRO DE 2006
14 DE OUTUBRO DE 2023
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Telefone: 963 243 140 recordam com profunda saudade o seu ente querido na passagem
do décimo sétimo aniversário do seu falecimento, pedindo a Deus Pai
que o tenha no Seu eterno descanso.
Paz à sua alma.
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A família de Alfredo José Cera da Fonseca participa a missa do
décimo sétimo aniversário do seu ente querido, no dia 14 de outubro,
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à família, neste dia de profunda dor.
FICHA TÉCNICA Todos os artigos de opinião são da responsabilidade de quem os assina, não vinculando o jornal Boa Nova ao seu conteúdo. Estatuto Editorial disponível em www.jornalboanova.pt
Tiragem desta edição: 2.300 exemplares
FUNDADOR Padre Mário Oliveira de Brito REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: ADMINISTRAÇÃO
Rua dos Bombeiros Voluntários n.º 330 3060-163 Cantanhede Administradora Alexandrina Sousa.
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Redação | e-mail: noticias@jornalboanova.pt REDAÇÃO Sofia Mesquita - CP-8114A HORÁRIO: Atendimento a Assinantes de 2.ª a 6.ª feira, das 9h00 às 13h00.
Administração 231 422 870 [chamada para a rede fixa nacional] | e-mail: geral@jornalboanova.pt CORRESPONDENTES ASSINATURA ANUAL Portugal 22,50€; Digital 15€: Europa 45€, Resto do Mundo 70€
Publicidade 961 697 859 [chamada para a rede móvel nacional] | e-mail: publicidade@jornalboanova.pt Manuel Oliveira (Cadima); Sérgio Gaudêncio (Casal de Cadima), Antonino Machado (Murtede); António PERIODICIDADE: Bimensal
Parreiral (Ançã); Batista Fonseca (Sepins); Carlos Ramalho (Arazede); Dorindo Camarinho (Tocha);
PROPRIEDADE/EDITOR Fábrica da Igreja Paroquial de Cantanhede Eduardo Pessoa (São Caetano); Elsa Cavaco (Corticeiro de Cima); Filipe Figueiredo (Ourentã); Maria COMPOSIÇÃO, PAGINAÇÃO E SELEÇÃO DE COR
Rua dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede, n.º 330, 3060-163 Cantanhede José Carvalho (Pena); Iria Veloso (Cordinhã); Isabel Lourenço (Varziela); José de Jesus Pessoa (Febres); Pedro Ferreira – Designer de Comunicação
Pessoa Coletiva n.º 500968209 | N.º de Registo do ERC 101971 Manuel Fernando Jorge Felício (Caniceira); Manuel Sebastião (Lemede); Maria E. Marques (Portunhos);
Depósito Legal | 2013/83 Joaquim Pessoa (Covões); Raul Cruz (Bolho); Arménio Veríssimo (Outil); Vítor Baptista (Pocariça); NIB 0045 3020 4010 0214 5696 3 (Agradecemos comunicação via telefone ou e-mail)
Celestino Ramos (Zambujal).
DIREÇÃO DESPORTO José Malta (Ténis); António Parreiral (Futebol). IMPRESSÃO E EXPEDIÇÃO FIG - Indústrias Gráficas S.A.
Diretor João Pedro Lopes da Silva OPINIÃO Lurdes Boavida; Vasco Espinhal Otero; Vera Pascoal; Manuel Cidalino Oliveira; Nuno Cal- Telefs. 239 499 922/ 239 499 935 [chamada para a rede fixa nacional] – Fax 239 499 981
CP: TE-508 deira; Ana Marques e Luís Alves. Rua Adriano Lucas (Estrada de Eiras) – 3020 Coimbra
3445 :: 12 de outubro de 2023 opinião 19
> Linda> Costa
Anna
“Eu sou melhor do que tu.” – uma perigosa ilusão que nos captura. Kosmider
INTERNA DELeal
MGF
UCSPANTROPÓLOGA
CANTANHEDE
Existem vários tipos de olhar altivo: olhar de cima para bai- der. É o desejo que o indivíduo tem de controlar os meios a cada uma destas perguntas seria sempre igual: NÃO, NÃO
xo, olhar de soslaio, olhar artificialmente rápido ou simples- de influência sobre outros indivíduos. Tentar destacar-se e NÃO!
mente não olhar. O denominador comum de todos eles é o ou causar impacto de alguma forma diante de outros, em Já repararam como olham (ou não) os passageiros da pri-
sentimento de superioridade sobre o outro ser humano, ex- detrimento de trabalhar em algo que possa ter bom desem- meira classe para os de classe económica nos aviões? E os
presso nesta simples manifestação. Enquanto algumas for- penho, procurando ou disputando posições de liderança, festivaleiros com credencial VIP que passam à frente dos
mas de expressar a superioridade como a escrita sofisticada nas quais as suas ideias prevaleçam, mesmo que através de demais na entrada dos concertos?
ou a expressão verbal podem passar despercebidas, o olhar ordens e exigências e com isso alcançar status e prestígio. O O ser humano, para além de apenas existir, tem a obriga-
e a linguagem corporal que o acompanha é instantanea- tipo de motivação por que cada indivíduo é impulsionado ção de lutar contra os seus instintos primitivos, bloqueado-
mente compreendido por cada um de nós. O ser humano deriva das suas experiências de vida e das opiniões da sua res da inclusão e da paz. Os adultos ensinam o mundo às
tem uma invisível camada de sensibilidade, quase como um cultura. crianças e os gestos, os comentários e os olhares constroem
sensor eletrónico que imediatamente deteta um mau-trato Se esta distinção teórica pode justificar um olhar superior uma espécie de matriz que de forma inconsciente e natural
e uma inferiorização. de uma pessoa rica a outra pobre? De uma pessoa privile- passa dos progenitores aos seus filhos. Os perigos da ne-
A pergunta que me vem à cabeça é: por que têm os seres giada pelo dom da beleza a outra menos dotada? De uma cessidade de superioridade são inúmeros, começando pelo
humanos a necessidade de demonstrar a sua predominân- pessoa com mais habilitações a outra que nunca teve as simples nariz empinado, passando pelo terrível bullying, até
cia sobre o outro? mesmas condições para estudar? De uma pessoa mais forte chegar às catastróficas guerras. Daí a reflexão, que vale mes-
McClelland afirmou que todos nós temos diferentes tipos fisicamente a outra mais fraca? De uma pessoa que, por ra- mo a pena interiorizar, do Papa Francisco:
de motivação, independentemente da idade, sexo, raça ou zões aleatórias, ficou numa situação mais aclamada a outra “O único momento em que é lícito olhar alguém de cima
cultura. Mas assegura que um deles é a necessidade de po- que não? Podíamos multiplicar os exemplos, mas a resposta para baixo é para o ajudar a levantar”.
> A.M.
> Linda
Galopim
Costa
O soerguimento e afundamento de continentes, ou de 1889, pelo americano C. E. Dutton), como acontece com ca. A maior parte do território ocupado por Portugal e pela
porções maiores ou menores das respectivas áreas, resul- o bloco escandinavo. Presentemente, o continente antárc- Espanha é o que resta do arrasamento de uma importante
tam de movimentos verticais de há muito bem conhecidos tico, coberto por uma calote gelada que, em alguns locais cadeia de montanhosa formada no sul da Europa há mais
pela Geodesia, a disciplina que, com notável e reconhecido ultrapassa os 4 000m de espessura, afundou-se algumas de 300 milhões de anos. Referido entre os geólogos por ca-
rigor, se ocupa das formas de relevo da superfície terrestre centenas de metros, como se deduz da profundidade da deia Hercínica ou Varisca, este importante enrugamento da
e da sua representação. Foi no exercício das suas funções respectiva plataforma continental, muito mais acentuada do crosta, tão grandioso como os Alpes, ou talvez mais, foi qua-
que os geodesistas verificaram, por exemplo, que o bloco que as dos restantes continentes. Trata-se, pois, do mesmo se totalmente erodido ao longo dos milhões de anos que
escandinavo se está a elevar à razão de 10mm por ano. Co- fenómeno físico a que, diz-se, Arquimedes foi sensível no se seguiram, transformando-se na planura que tem vindo a
berta por uma camada de gelo, com dois a três mil metros banho. A mesma impulsão, de baixo para cima, sofrida por elevar-se e que caracteriza a Meseta Ibérica, expressão que
de espessura, durante a última glaciação, “Würm” (do nome um corpo mergulhado num líquido, formulada na conheci- alude à condição planáltica do interior da Península.
de um afluente do Danúbio) ocorrida entre 80 000 a 10 000 da lei que tem o seu nome e que todos aprendemos na es- Acontece, porém, que esta superfície está inclinada, ou
anos a.C., a Escandinávia afundou-se. No período que se se- cola, está na base destes quase imperceptíveis movimentos basculada, descendo de nordeste para sudoeste. Dos planal-
guiu, marcado pelo degelo e recuo da calote polar gelada, verticais dos continentes. Uma tal lentidão decorre do facto tos de Castela-a-Velha e do nordeste transmontano, alguns
este bloco continental, progressivamente aligeirado dessa de a astenosfera não ser um verdadeiro líquido, antes, sim, a mais de 1 000m de altitude, desce-se gradualmente até à
sobrecarga, tem vindo a soerguer-se numa procura de equi- um corpo de altíssima viscosidade, comportando-se como planície do Baixo Alentejo, à cota média de 200m. Esta dife-
líbrio ainda não atingido. um sólido para situações bruscas e como um líquido muito rença de altitudes reflecte-se, em Portugal, no carácter mais
Estes afundamento e soerguimento são comparáveis aos pastoso, para solicitações muito lentas e prolongadas. vigoroso do relevo no Norte do país. Aí, os rios estão muito
de um barco posto a flutuar na água, no qual se coloca ou O desaparecimento de uma grande montanha, por ero- mais encaixados e os vales são mais profundos. Quem viaja
da qual se retira uma carga, na procura de equilíbrio dito hi- são, dá lugar a uma superfície aplanada e rebaixada, sob a por estrada, percorrendo curvas e contracurvas, a subir ou a
drostático. Os continentes, com uma densidade média de qual permanecem, como um soco rígido, as corresponden- descer, interioriza uma sensação de relevo acidentado que
cerca de 2,7, flutuam sobre uma camada de grande viscosi- tes raízes. Uma vez aligeirado o peso correspondente a essa contrasta com as intermináveis rectas do Sul. As expressões
dade, a astenosfera, com uma densidade na ordem de 3,3, montanha, este soco começa a elevar-se, por isóstase, e “Norte montanhoso e planície alentejana” radicam neste
estando sujeitos a uma procura de equilíbrio semelhante toda a área aplanada ganha altitude, adquirindo as caracte- contraste.
ao hidrostático, mas muitíssimo mais lento, conhecido por rísticas de um planalto. Trata-se de uma situação comum a
equilíbrio isostático ou isóstase (conceito introduzido, em todos os continentes e que temos aqui na Península Ibéri-
Sam Shepard nasceu em Illinois. Escreve a primeira peça, para cuidar desta enquanto ela viaja ao Alasca. A peça tem mas eu já estou a trabalhar no meu projeto. Não tenho
de dezenas, em 1964. É galardoado com Prémio Pulitzer como som de fundo o uivo de coites e o canto de grilos. tempo para escrever dois argumentos. – Não, ele disse que
de Drama (1979) para a sua peça Buried Child, e com o Austin e Saul Kimmer (um produtor de Hollywood) reú- ia desistir do outro. - Ele vai desistir do meu argumento,
Pen/Laura Pels (2009), no qual é tido como um dos mais nem-se para discutir um projeto. - Para lhe dizer a verdade para fazer o teu?
importantes dramaturgos da sua geração. No cinema foi Austin, há muito tempo que não me sentia tão confiante Apesar das dificuldades, Lee tenta iniciar a redação. - De-
roteirista e teve uma carreira longeva de ator, até 2017, em relação a um projeto. Mas Lee, ao chegar a casa, inter- senrasca-te mano. Quiseste tudo só p`ra ti, não foi? (…) - `Tá
onde se destacam Os Eleitos de Philip Kaufman (1983), rompe a reunião - Tenho uma coboiada de histórias que bem preciso d`uns conselhos. (…) – Ah, já `tás com dúvidas,
que lhe valeu a nomeação de Óscar de Melhor Ator Secun- até lhe faziam saltar a tampa. – A sério? [pergunta Saul]. (…) é? Enquanto o Lee se empenha como roteirista, Austin de-
dário. Em 1986 é eleito para a Academia Norte-Americana – Claro qu`eu não sou escritor. (…) – Porque é que não dá cide iniciar-se nos furtos.
de Artes e Letras. ao seu irmão e ele escreve um pequeno resumo? Entretanto e apesar do caos que impera na casa, tornam
Nesta peça, Austin (trinta e poucos e roteirista de cine- Durante a noite Lee dita a Austin a história e no dia se- a unir-se para escrever o guião. Até que Lee revela – Ti-
ma) e Lee (dez anos mais velho, sem atividade lícita, rou- guinte vem com a novidade. Saul vai realizar o seu argu- nhas toda a razão, sabes? É uma história muito estúpida. E
bando eletrodomésticos em moradias) encontram-se, pas- mento. O contentamento é fraterno, até que Lee explica decide ir para o deserto. Austin, tresloucado, acomete-se
sados cinco anos, na casa da mãe, que pediu ao mais novo que é Austin que vai escrever o argumento. Incrédulo, este: contra ele num embate que poderá ser fratricida.
20 Última 3445 :: 12 de outubro de 2023
“Olhar Mulher” é o tema da segunda edição do PHOTOfest cadernos manufaturados, literatura e poesia.
Cantanhede, que decorre no próximo fim de semana, entre Neste local vai haver um palco disponível para os artistas e
13 e 15 de outubro em vários locais do concelho. Uma das autores apresentarem as suas obras, produtos e serviços.
novidades em relação à edição de arranque em 2022 é a Ainda no dia 14 de outubro, realiza-se um debate sobre
realização de atividades fora da cidade, nomeadamente nas “Mulheres na Fotografia”, com a presença das fotógrafas Dai
freguesias de Ançã, Cadima e Febres. O Jardim Municipal e a Moraes, Pauliana Valente Pimentel, Ana Brígida e Ana Abrão,
Biblioteca Municipal são outros dos locais por onde o evento seguido de uma roda de conversa denominada “Mais do que
passa. um Corpo”, pelo grupo “Feminismo para Tod*s”, com a convi-
A segunda edição do PHOTOfest Cantanhede fica marcada dada Ana Oliveira, testemunho de uma ex-doente oncológica.
por um programa multifacetado, com exposições, debates, O dia termina com uma pequena peça de Teatro intitulada
palestra, um mercado de artes, masterclasses e teatro. O de- “Coração de Mulher”.
nominador comum foca-se no olhar fotográfico da e sobre a Já no dia 15 de outubro, durante a tarde, o festival começa
mulher. por apresentar uma palestra intitulada “As mulheres do meu
A edição de 2023 inclui ainda exposições em estabeleci- país, de Maria Lamas”, apresentada por António Bracons e, de
mentos comerciais da cidade, que aceitaram receber, no seu seguida, a apresentação editorial “Kalasha”, o novo livro de Ana
espaço ou na montra, uma foto ou um conjunto de fotos. Abrão.
O evento arranque no dia 13 de outubro, pelas 18h30, na Na sessão de encerramento, haverá a entrega de Prémios
Praça Marquês de Marialva, com a inauguração da exposição do Concurso “Olhar Mulher” cujos trabalhos vencedores, serão
multimédia intitulada “+Mulher”, de Dai Moraes, seguida da ses- apresentados e acompanhados de música ao vivo em Foto-
são oficial de abertura do PHOTOfest Cantanhede, pelas 21h00, -Concerto.
com um foto-concerto, no auditório do Centro Paroquial, que A programação completa pode ser consultada em www.
inclui a projeção de 43 fotografias, com música ao vivo. photofestcantanhede.pt.
No dia seguinte, 14 de outubro, a praça Marquês de Marialva O festival é organizado pela Associação fotografARTE – As-
acolhe o Mercado de Artes, onde os artistas vendem as suas sociação de Expressão Artística e Fotográfica de Cantanhede,
obras, nomeadamente fotografias, foto-livros, foto-zines, ma- com o apoio da Câmara Municipal de Cantanhede, entre ou-
terial fotográfico usado, ilustração, desenho, pintura, escultura, tros parceiros.