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O CO N Q U I STAD O R

#ligadosemrede

JORNAL REGIONALISTA DE GUIMARÃES – MENSAL - ANO XVIII – N.° 646  DIRETOR: PAULINO ALFREDO DE OLIVEIRA CARVALHO  SEXTA-FEIRA 21 DE OUTUBRO DE 2022  PREÇO: 0,50€
DR

“ Braga e Famalicão
têm criado melhores
condições para a
instalação de novas
indústrias ”
JOSÉ ARANTES
Engenheiro Civil
P.10-11 | ENTREVISTA

P.03 A REFERENCIALIDADE DOGMÁTICA DA P.04 ESTAMOS JUNTOS! P.17 JMJ LISBOA 2023
TRADIÇÃO URGE SER TRADUZIDA!

A profecia Os missionários Sair ao


transgride do Verbo Divino Encontro
em Guimarães.
PUB
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Consigo somos

FICHA TÉCNICA

JORNAL REGIONALISTA PE. PAULINO CARVALHO


DE GUIMARÃES

“sereis minhas
Propriedade:
Fábrica da Igreja Paroquial de
Nossa Senhora da Oliveira
NIPC 501 129 928

Estatuto Editorial:

testemunhas”
https://arquidiocese-braga.pt/
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A profecia transgride!
A referencialidade dogmática da Tradição urge ser traduzida!

história. Por isso, não lhe bastam


a fundacionalidade magnética
da Escritura nem a referencia-
lidade dogmática da Tradição.
É necessário o discernimento, a
leitura atenta dos sinais dos tem-
pos ou a inteligência da fé.
PADRE PEDRO SOUSA Hoje, as interrogações, as
MEMBRO DA EQUIPA FORMADORA DO
culturas e as disposições dos hu-
SEMINÁRIO CONCILIAR manos são distintas de outrora
SÃO PEDRO E SÃO PAULO e, assim sendo, para que o Evan-
gelho seja Palavra Viva jamais
Há uns dias que tenho vin- poderá desprezar as condições
do a debruçar-me sobre gestos dos seus destinatários. Nes-
disruptivos de Jesus. Os textos te sentido, urge aprender, mes-
evangélicos narram, não raras mo se com custo, as linguagens
vezes, Jesus a elogiar o estran- e as culturas daqueles (tal-
geiro, aquele que é de fora e é vez estrangeiros…) a quem o
discriminado. É curioso. Quem anúncio do Evangelho se diri-
não se lembra da desconcertan- ge (como vivem, falam, como se
te parábola daquele samarita- compreendem, que arte fazem e
no que cuida um homem ferido, que vamos confirmar e por rumo. somos biograficamente e cul- ritos cultivam).
meio-morto na berma do cami- quem seremos confirmados? Assim sendo, como quer a turalmente situados? Portanto, como alerta o teó-
nho? Ou aquele samaritano, im- Se há quem decline encontros Igreja ser sal e ser luz? Em dis- A liberdade evangélica é acu- logo italiano Andrea Grillo, so-
puro de nascimento, considerado sem seguranças prévias e recu- puta com o mundo porque não tilante ao convidar a darmos mente uma tradução da tra-
estrangeiro, que, percorrendo se conversas francas, até no seio nos segue, estando nós conven- passos na hospitalidade e na dis- dição poderá dar à Igreja uma
um caminho transformador, da Igreja, não creio que esse se- cidos de que a Igreja tem po- ponibilidade para nos deixar- linguagem com a qual se pode-
se vê curado e muda de direcção ja o estilo de Jesus de Nazaré, o der para bloquear a evolução do mos interpelar e pôr em cau- rá exprimir, de modo novo, mas
para agradecer ao Mestre? Cristo. tempo? O mundo não é um obs- sa mediante encontros exigentes fiel, o Evangelho. Assim, fiéis
Dá ideia que Jesus escolhe Em 2015, no encontro com táculo ao qual fugir ou um ata- e arriscados, mas sempre cons- serão os cristãos e as comuni-
personagens tidas como impu- os participantes do V Congres- que do qual se defender. Será ciente do enriquecimento mú- dades crentes que, em contac-
ras segundo a prescrição reli- so da Igreja Italiana, em Floren- que a Igreja realiza a sua missão tuo. De facto, como nos recorda to vivo com o Evangelho, re-
giosa para simbolizar as pessoas ça, o papa Francisco reconhecia em disputa com a realidade? A José Pedro Angélico, com certo e cusando a autoreferencialidade,
mais francas e dignas de elogio: que hoje não vivemos uma época Igreja não perde a sua força pro- clarividência, a identidade cris- se aventurarem no ato exigen-
a mulher pecadora que O un- de mudanças, mas uma mudança fética por considerar que a carne tã nunca esteve à mercê do ca- te de tradução da tradição nu-
giu; Zaqueu, um publicano, e de época. A expressão poderia in- viva onde o Evangelho encarna pricho de um entendimento sem ma sociedade aberta e plural.
até um ladrão crucificado ao dicar somente um jogo de pala- é o mundo! coordenadas, mas sempre reco- Ao cristianismo nunca bastaram
lado de Jesus. vras, mas trata-se de um facto a Que Igreja nos cabe ser nheceu que o caminho a trilhar os copistas, sempre precisou de
Neste tempo áspero que vi- assumir. Hoje, as mudanças já no século XXI? Será o Evange- se decide na encruzilhada da tradutores.
vemos, em Igreja, com a ferida não são lineares, mas epocais, lho para conservar como se fos-
dos abusos sexuais, onde mui- tornando o tempo que vivemos se uma peça de museu? Ou será
tos não confirmam a pertinên- agressivo, mas sem ele não com- um evento vivo que pode reali-
cia da fé para a vida, o que nos preendemos Jesus como vivo e zar-se em existências, comuni-
quererá dizer este estilo de Je- presente no meio de nós. dades e em culturas concretas?
sus em permanente despren- Consequentemente, não bas- Como pensar e propor a fé, a Que Igreja nos cabe ser
dimento de Si mesmo e aber- ta viver a mudança limitando-se a identidade e a prática cristã no
to a quem encontrava no envergar um vestido novo mas, de- quotidiano de biografias reais no século XXI? Será o
caminho, mesmo se estrangeiro pois, permanecer como se era an- e no ambiente cultural que é o
e diferente? tes. Na verdade, de pouco ser- nosso? Será que é dizendo torna- Evangelho para conservar
O estilo de Jesus, num te-
cido cultural que não se reco-
ve fazer de conta, na aparência
confortável de que a fidelida-
-te um crente de 1950 e estás ap-
to para receber o Evangelho? De-
como se fosse uma peça
nhece como cristão, é alento a
saborearmos que nós só cumpri-
de ao Evangelho reside em sejamos regressar ao passado? de museu? Ou será um
deixar tudo como sempre es- Porém, a que passado regressa-
mos a identidade cristã na rela- teve. Também não serve reci- ríamos se a Igreja tem vinte sé- evento vivo que pode
ção com o outro, que é diferen- clar propostas dadas no passa- culos de história encadeada de
te e até pode ser estrangeiro! do para responder a questões variados passados, de diversi- realizar-se em existências,
Portanto, não será insuficien-
te dialogar somente com quem,
novas que hoje se colocam. O
mundo segue por conta pró-
dade de estilos e formas ecle-
siais? O modo de realizar o comunidades e em culturas
a priori, é dos nossos ou unica-
mente com quem pensa como
pria e, por isso, não nos vai pe-
dir permissão para seguir o seu
Evangelho é sempre diferen-
te ou já nos esquecemos que
concretas?
nós, falar com quem já sabemos
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Estamos juntos!
Quem vier da cidade e a par-
tir do Cano se dirigir à Madre de
Deus, encontrará, à sua esquer-
da, logo após o viaduto da circu-
lar urbana, um enorme edifício
que se vai revelando. Para os lo-
cais é uma presença forte há de-
zenas de anos e, mesmo agora
que já não acolhe seminaristas,
continua a ser conhecido pelo
Seminário do Verbo Divino, ca-
sa que desde 1962 recebeu e pre-
parou aspirantes a missionários.
A quebra de vocações sacer-
dotais e religiosas é um fenó-
meno que se tem vindo a acen-
tuar pelo que houve necessidade
de adaptar as instalações à ofer-
ta de novos serviços e utilizado-
res. Todavia, o objetivo primeiro,
ou seja, o apoio à função missio-
nária, continua ativo, albergan-
do uma pequena comunidade
de sacerdotes missionários que terras distantes, regressaram os acrescenta: “temos de estar sem- Foi um tempo mui-
dinamizam um conjunto varia- três a Portugal, em tempos di- pre de mala feita.” to rico.”
do de atividades, algumas delas ferentes, mas quase sempre por Peço-lhe para “regressar” ao Recorda-me al- “ não podemos
em resposta aos novos desafios
das comunidades cristãs como,
razões de saúde, impeditivas
da permanência em locais mui-
Paraguai, partilhando alguns dos
aspetos mais significativos desse
guns desses episódios
de maior tensão, so-
ganhar raízes
por exemplo, o assumir das res-
ponsabilidades pastorais em al-
to exigentes em termos físicos. trabalho missionário. Não refe- bretudo nos anos da onde estamos,” a
gumas paróquias do arciprestado
Contudo, como salientariam ao
longo da nossa conversa, o re-
re especiais dificuldades porque
trabalhou com “um povo aber-
guerra civil angolana
em que na sua vonta-
que acrescenta:
de Guimarães e Vizela ou a pasto-
ral universitária.
gresso a Portugal não significou to e disponível para acolher a no- de de defender a po- “temos de estar
a “reforma” da atividade missio- vidade da boa nova.” Guarda so- pulação pobre e inde-
Quisemos conhecer mais de nária, mantendo-se disponíveis bretudo recordações muito boas fesa e “ser a voz dos sempre de mala
perto o trabalho missionário que
vem sendo desenvolvido e de
para novos desafios adequados e positivas. Noto-lhe um sorriso que não falam”, foi feita.”
às suas possibilidades. especial ao referir que esse tem- maltratado e espanca-
que modo vão respondendo os Conversámos com o Padre po de permanência no Paraguai do, obrigando mesmo
Missionários do Verbo Divino Agostinho de Oliveira, dez anos “foram os anos mais belos da mi- ao retorno a Portu- essas populações, ajudando-as a
aos novos desafios. Portugal foi, de atividade missionária no Para- nha vida missionária.” gal para receber tratamento. To- superar as dificuldades. Salienta
durante séculos, um país com um guai, na América do Sul, junto de A mesma postura de per- davia, reafirma que se sente feliz que nunca a “falta de tempo” pô-
forte contributo na missionação comunidades locais que conta- manente disponibilidade para por “ter vivido aquela vida. Impa- de condicionar a sua disponibili-
dos povos; nas últimas décadas vam com uma forte presença de a partida é revelada pelo Padre gável”, como volta a referir. dade para ouvir. E, mais uma vez,
identifica-se uma espécie de in- emigrantes brasileiros. Concluí- Carlos Matos. Apesar das doen- O Padre Carlos Matos reve- ilustra estas vivências com casos
versão dos papéis, passando de da essa missão, regressou a Por- ças que o forçaram a regressar a la-se a cada instante um fabuloso concretos em que interveio.
país “missionador” a território tugal e ao desempenho de novas Portugal, afirma a mesma von- contador de histórias, enrique- Nesta altura junta-se à con-
de missão. Partindo desta análise, responsabilidades missionárias, tade de estar aberto à mudan- cendo-as com pequenos porme- versa o Padre Manuel Abreu, sa-
entrámos em contacto com o Pa- agora por um novo período de ça. Peço-lhe que nos fale da sua nores que as tornam cativantes lientando a importância do tra-
dre Manuel Abreu, responsável dez anos em Almodôvar, no Bai- experiência missionária, das e fazendo-nos como que entrar balho em equipa na atividade
pela comunidade, que desde o xo Alentejo. Uma nova experiên- memórias que guarda desses nesse mundo tão diferente que missionária. Para o efeito socor-
início deu o melhor acolhimento cia a que seguiria o regresso “à tempos de missão em regiões nos vai revelando. Os minutos re-se da sua experiência de traba-
à nossa pretensão de traçarmos base”, a Guimarães para assumir distantes, em contextos cul- vão avançando e quase não re- lho com o Padre Carlos Matos,
um retrato à atividade missioná- o serviço missionário nas paró- turais muito diferentes do seu sistimos à tentação de pedir mais permitindo que a paciência deste
ria destes novos tempos. Assim, quias do Vale de S. Torcato, du- Portugal de origem. Respon- uma partilha, mais um retrato para ouvir fosse fundamental pa-
no início de uma noite, juntámos rante mais dez anos. Contudo, de-me de imediato utilizan- desses povos que, sinto-o pelo ra o sucesso das missões em que
à volta de uma mesa três dos ele- como refere, isso não significa a do uma expressão que repetirá calor do seu discurso, continuam se empenhavam. A este propósi-
mentos mais experientes da co- paragem da atividade missionária ao longo nossa conversa: “fo- bem presentes nestes dias de me- to, o Padre Carlos Matos conta
munidade. Além do Padre Ma- e, embora não tendo um trabalho ram tempos impagáveis!” Ape- nor cuidado. mais uma história. Agora fala-me
nuel Abreu, conversámos com definido, continua, como salien- sar dos momentos muito difí- E deixo-me seguir nesses re- das três horas em que ouviu as
os padres Agostinho Saldanha de ta, “disponível para responder ceis em que várias vezes viu “a latos de uma vivência rica de ca- queixas de um dos homens que
Oliveira e Carlos Matos, homens aos desafios que me puserem.” vida a andar para trás, nos anos lor humano, mas também de vivia no território da missão…
com uma imensa experiência do Reafirma essa disponibilidade da guerra”, volta a salientar que tempos de forte provação. Re- Deixámos esse encontro ten-
trabalho missionário em África e referindo que “não podemos ga- foi “um tempo que não se paga; corda a permanente disponibili- do presente o convite que o Padre
na América Latina. nhar raízes onde estamos,” a que não há dinheiro que o pague. dade para ouvir e compreender Manuel Abreu nos fez para numa
Depois de muitos anos em
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outra ocasião conhecermos no- foi precisamente o de ser “semi- não é para levar a nossa palavra; Como Igreja. Para ir ao encon- e missionárias em Portugal.
vas histórias vividas nas missões. nário”, “escola”. Recorda que, em vender a nossa mercadoria. Te- tro das pessoas, principalmen- Tínhamos aprazado um en-
Aproveitamos para uma conver- 1969, quando foi professor, havia mos de levar a palavra de Deus.” te daqueles que estão fora”. E re- contro com dois dos missioná-
sa mais prolongada com o res- neste estabelecimento 64 alunos. Neste sentido questiono-o força: “A Igreja só existe porque rios que prestam serviço nas pa-
ponsável por esta comunidade. E não resiste a uma nota pessoal sobre qual será o grande desafio tem missão para fora; não é pa- róquias do Vale de S. Torcato,
No primeiro contacto, e após ao lembrar que um dos alunos dos Missionários do Verbo Di- ra se servir a si própria. Ir ao en- designadamente em Rendufe,
as saudações, agradeço-lhe o fac- de então é hoje o seu médico de vino, em Guimarães, nestes tem- contro; provocar o encontro. Co- Lobeira, S. Cosme e S. Damião,
to de ter acedido ao pedido de “O família. pos muito diferentes. Faz um bre- mo o Papa Francisco faz nas suas Atães, Gominhães e S. Torcato. À
Conquistador” e surpreende-me Em 1992 foi o último ano em ve silêncio, como se procurasse viagens. Descobrir que somos ir- nossa espera tínhamos os padres
desde logo com a resposta a esse que houve alunos. Esta nova rea- as palavras certas para transmi- mãos. Que temos o mesmo Pai e Valentim Oliveira Gonçalves e
agradecimento. Aceita-o mas, ad- lidade ditou outros modelos de tir o seu pensamento. Responde- Mãe.” E remata: “a missão nunca Dinis Bhalrai. Dois missionários
verte-me, desde que tenha o senti- intervenção, verificando-se a pre- -me calma e pausadamente. “Para termina! É sempre sem fim!” com distintas experiências de vi-
do que aprendeu nas missões em sença mais ativa de leigos mis- mim, pela minha visão, o gran- Ao finalizar a nossa conversa, da, origem geográfica e cultural.
África onde o “obrigado” é substi- sionários. Num primeiro tempo de desafio é darmos à Igreja, em falámos ainda sobre a parábola O primeiro nasceu em Portugal,
tuído pelo “estamos juntos!” com os familiares dos missioná- Portugal, hoje, o serviço de que da vinha e da necessidade de en- numa freguesia bem próxima de
Percorremos algumas memó- rios, depois com a intervenção ela precisa.” contrar trabalhadores para a vi- S. Torcato, Serafão, no vizinho
rias, desde esse tempo em que de antigos alunos, até à forma- Até este ponto a conversa fa- nha do Senhor. Ao despedirmo- concelho de Fafe. Foi missioná-
entrou no seminário, até à altu- ção dos Amigos do Verbo Divi- zia-se no interior do edifício que -nos, já não lhe digo “obrigado” rio em Lisboa, junto das comu-
ra em que sentiu que verdadeira- no, “grupos de leigos que se as- acolhe a comunidade. Primei- mas, “estamos juntos”! nidades emigrantes, sobretudo
mente queria partir para as mis- sociam a nós e querem trabalhar ro na biblioteca e depois na ca- as provenientes de África. Gen-
sões. Uma decisão pessoal mas connosco”, como me explica. pela. Proponho-lhe que conti- O SERVIÇO MISSIONÁRIO te que era afastada para a perife-
que, não duvida, foi inspirada Lembra-nos que a pastoral nuemos noutro lugar. Sugere-me ÀS PARÓQUIAS ria da grande cidade. A merecer
por Deus. Depois de 33 anos em universitária é mais uma das ver- que saiamos para o exterior e es- Numa manhã de sábado, saí- atenção redobrada e acompanha-
África, o regresso a Portugal, e tentes em que o Verbo Divino colhe uma pequena vinha que mos do Seminário do Verbo Di- mento de proximidade. Uma ex-
ao Seminário do Verbo Divino, pretende intensificar a ação mis- também lhes pertence. Convida- vino e tomámos a direção de S. periência que o marcou.
veio trazer-lhe novas responsabi- sionária, dispondo para o efei- -nos a provar as uvas que propo- Torcato. O caminho era de curta Já o Padre Dinis chegou ao
lidades, desafios diferentes rela- to de dois missionários, estran- sitadamente não foram colhidas distância desde a Madre de Deus, nosso país vindo de longe, de
tivamente à atividade que desen- geiros, recentemente chegados e para que pudessem continuar a mas que aproveitámos para ali- muito longe, da Índia onde os
volveu anteriormente. Contudo, que, mais à frente, procuraremos ser consumidas. nhar algumas das questões que portugueses chegaram no final
não deixa de referir que “temos conhecer melhor. Voltamos à nossa conversa. gostaríamos de colocar. O obje- do século XV e que se transfor-
de voltar a encontrar a missão. Contudo, uma parte essencial Procuro recolher novos elemen- tivo mantinha-se: a propósito de maria em terra de missão, aco-
Agora aqui. Sem deixar nunca a da atual atividade missionária em tos que possam traçar um retrato outubro, mês missionário, que- lhendo missionários enviados
perspetiva universal de ir onde Guimarães é desenvolvida no tra- o mais completo possível destes ríamos ouvir outras opiniões que desde Portugal e que agora pas-
não há.” balho nas paróquias. Um desafio novos modelos de missionação. nos permitissem compreender sava da condição de país que mis-
Perceber a realidade do pre- importante já que, como salien- Questiono-o sobre o que cada melhor o que entendíamos como sionava, para tomar o estatuto de
sente, seja qual for o contexto ta, “Esse é o grande trabalho! As um de nós pode esperar da mis- ser a transformação da realidade um novo território de missão. Se-
que temos em análise, implica o paróquias hoje são a grande pla- são. Responde-me convocando missionária em Portugal. Até que ria na sequência desta alteração
conhecimento do passado. Per- taforma da nossa ação. É mes- a sua experiência, mas também ponto missionários com diferen- que o Padre Dinis faria o cami-
ceber quais os caminhos que nos mo um novo campo que temos o que dizem os textos bíblicos. tes experiências de missão, com nho inverso. Desde 2013 que de-
trouxeram até esta realidade que que enfrentar.” Não obstante esta “Para mim, o principal que Deus distintas origens geográficas e senvolve a sua atividade missio-
procuramos compreender. Desa- disponibilidade, realça que “não quer é que a Igreja, nós cristãos, culturais, avaliavam o atual mo- nária nas paróquias do Vale de S.
fio o Padre Manuel Abreu a um podemos assumir paróquias de sejamos missionários. Todos! mento das vocações sacerdotais Torcato.
exercício de memória que per- qualquer maneira!”
mita comparar as principais di- Num novo tempo de inter-
ferenças entre a realidade que os venção missionária, procuro per-
Missionários do Verbo Divino ceber de que modo se compa-
encontraram há 70 anos e a atua- tibiliza com as orientações dos
lidade. Aceita o repto desde que, fundadores da congregação e se
como enfatiza, “ao olhar para estas continuam a balizar o traba-
trás, olhemos para a frente!” As- lho que desenvolvem. Responde-
sim, lembra que os primeiros 40 -me de imediato: “Tem que ser!”
anos, ou seja entre 1952 e 1992, a Lembra-me que “Verbo Divino
função principal deste Seminário é Palavra de Deus! Onde vamos

“ As paróquias hoje são a grande


plataforma da nossa ação. É
mesmo um novo campo que
temos que enfrentar”.
Padre Manuel Abreu.
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Filho de mãe hindu, isso não


o impediu de entrar num semi-
nário e ser ordenado sacerdo-
te católico. Esta circunstância le-
va-me a querer saber mais sobre
as razões que determinaram essa
escolha e ser missionário numa
terra estrangeira. Responde-me
que, na sua opinião, “ser missio-
nário é ser escolhido, chamado
e enviado.” É assim que se sen-
te. Complementa este sentimen-
to citando os Génesis e a ordem
que Deus deu a Abraão: “deixa
a tua terra, deixa a tua família,
deixa a tua casa do pai e vai pa-
ra aquela terra que Eu te indicar.”
Vai-me desenvolvendo es-
ta tríplice condição de “escolhi-
do”, “chamado” e “enviado”, mas
quero, todavia, avançar um pou-
co mais. Peço-lhe que me fale
das suas primeiras impressões
ao chegar a Portugal. Surpreen-
de-me a resposta quando me diz
que ao chegar cá sentiu-se como
“num encontro do filho com o
seu pai”. E justifica este sentimen-
to pelas históricas e profundas li-
gações dos missionários ibéricos
na Índia, ou seja, sente-se o fruto meados da década de sessenta do família, esteja ela onde estiver”.
de uma semente lançada por to-
dos esses missionários na sua Ín-
século passado.
Convoca a sua experiência
Percebo que está subjacente
ao discurso de ambos uma cer-
“O centro estará aberto a
dia de nascimento. Mesmo nu- com as comunidades emigrantes ta ideia de que a missão não tem todos e não apenas a quem
ma cultura tão diferente como a
que encontrou em Portugal, não
em Lisboa para tornar mais clara
a sua ideia de que o missionário
fronteiras. O Padre Dinis respon-
de-me de imediato socorrendo-
seja católico ou não. Não
sentiu especiais dificuldades de está onde for requerida a sua pre- -se de novo da já citada referên- queremos abrir a porta apenas
integração graças ao bom aco- sença. Assim, salienta a impor- cia a Abraão, a que acrescenta as
lhimento que recebeu. E rema- tância do acolhimento e do en- palavras de Jesus ao enviar os do- a um grupo de pessoas, mas
ta: “estou muito feliz aqui ao ser contro com o outro que chega até ze apóstolos: “Ide a toda a Ter- desenvolver uma pastoral
missionário”. nós. Ora, isso obriga a que tenha- ra e Eu estarei convosco!” A esse
Experiência diversa é a do pa- mos de “ser mais autênticos com propósito lembra a alteração das aberta a toda a comunidade
dre Valentim. Confessa que des- eles.” Seria neste sentido que pro- rotas dos missionários na Euro- académica.”
de muito jovem se sentiu atraído curava fazer com que esses emi- pa como já se referiu. Para o pa-
pelas histórias de missionários grantes não ficassem abando- dre Dinis, esta alteração dos flu-
em territórios tão distantes co- nados, mas antes criar-lhes um xos missionários demonstra que
mo era o caso da China. Mais tar- ambiente onde pudessem sentir- “estamos numa mesma casa, na caminhar “para o Senhor, aque- paróquia. Quero perceber de que
de viria a conhecer alguns desses -se na tal casa “que tinham direi- casa comum onde todos esta- le Senhor que nos põe sempre a modo olham para essa dupla con-
missionários depois da sua ex- to de encontrar e ao mesmo tem- mos irmãos e vamos ao encontro olhar para o próximo. E não po- dição. Tanto o padre Valentim co-
pulsão na sequência da “Re- po ser acolhidos, sempre com a uns dos outros ensinando o que demos caminhar sozinhos se não mo o padre Dinis não atribuem
volução Cultural” iniciada em mesma ideia que somos única aprendemos do nosso Mestre, Je- levarmos o nosso próximo.” Lem- especial importância a este facto e
sus Cristo.” bra que, no tempo atual, ser mis- que ele decorre da “abertura à uni-
Ora este sentido de perten- sionário não é apenas sair pa- versalidade” dos missionários, co-
“Estamos numa mesma casa, ça a uma mesma casa comum, ra África, Ásia ou América. Hoje
“sair, é antes de mais a pessoa sair
mo salienta o primeiro.
Despedimo-nos na promessa
como referia o padre Dinis, ou a
na casa comum onde todos uma única família na formulação de si mesma e ir para a circunstân- de que um destes dias voltaremos
cia que encontrar, que tanto po- a encontrarmo-nos. Em S. Torca-
estamos irmãos e vamos do padre Valentim, tem subjacen-
de ser aqui como na Ásia ou em to ou noutro qualquer lugar des-
te a ideia de não ser aconselhável
ao encontro uns dos outros criar raízes numa determinada África.” E remata lembrando a im- ta casa comum.
portância da descoberta do diálo-
ensinando o que aprendemos comunidade ou local. Ao mis-
go inter-religioso. A necessidade PASTORAL
sionário exige-se-lhe que tenha,
do nosso Mestre, Jesus Cristo.” permanentemente, a mala pron- deste diálogo também é acolhi- UNIVERSITÁRIA
ta para partir. da pelo padre Dinis, lembrando a Nesta “viagem” que estamos
Padre Dinis Bhalrai Responde-me o padre Valen- realidade do seu país de origem, a a fazer pela intervenção dos Mis-
tim, referindo que o missionário Índia, um território marcado pela sionários do Verbo Divino em
não pode “ter muitas peias a tra- presença de várias religiões. Guimarães, sobretudo a partir da
vá-lo”, estando sempre pronto a Dois padres missionários a de- sua instalação na Madre de Deus,
senvolver trabalho pastoral numa impunha-se uma visita ao Cavim
S E X TA- F E I R A / 2 1 D E O U T U B R O D E 2 0 2 2 Os missionários do Verbo Divino em Guimarães / O C O N Q U I S TA D O R pg.7

– Centro Académico Vimaranen- “Queremos que o centro seja um Em Portugal os jovens vivem a
se, a estrutura que suporta a inter- espaço adequado para receber os ilusão de uma juventude eterna.
venção na pastoral universitária. jovens e responder às suas neces- Como abordar isto?”
Dispondo de instalações próprias sidades e esperanças.” Perguntas que se lançam. De-
junto do campus da Universidade safios que se renovam.
do Minho, tem a dinamizar a sua A PASTORAL JUVENIL
atividade dois jovens sacerdotes Deixámos as instalações do Conclusão. Da breve via-
que, curiosamente, são mais dois Cavim. Despedimo-nos de quem gem que se fez aos novos
missionários estrangeiros a traba- nos recebeu de um modo tão afá- tempos dos Missionários do
lhar em Portugal. vel e voltámos ao local de partida Verbo Divino em Guimarães.
Quisemos conhecer mais de nesta viagem. Ao Seminário do
perto a atividade que vem sen- Verbo Divino. À nossa espera tí- Partimos de uma dúvida ini-
do desenvolvida e os objetivos nhamos o Padre Damião Paska- cial que se prendia com uma
que foram traçados para este no- lis Lelo, um jovem missionário eventual alteração da realida-
vo ano pastoral. Fomos simpati- indonésio. de missionária em Portugal atra-
camente recebidos pelos padres, Queremos perceber as razões vés de um olhar sobre a ativida-
João Maria Wianney Fuka e Fa- que o trouxeram a Portugal. Con- de dos Missionários do Verbo
biano Cofie. O primeiro veio de fessa que este país era apenas a sua Divino instalados em Guima-
Timor Ocidental, território per- terceira prioridade numa lista que rães. Procurávamos retratar es-
tencente à Indonésia, e o segun- à cabeça tinha os Estados Unidos tes novos tempos através do tes-
do desde o Gana, um país da cos- já que não via uma grande neces- temunho de missionários com
ta ocidental de África, no Golfo sidade de desenvolver atividade diferentes origens geográficas e
da Guiné. missionária na sociedade portu- culturais e com experiências de
Antes de nos falarem sobre o guesa. Contudo, acabaria por vir vida tão diversas.
Cavim, procurámos conhecê-los para Portugal reconhecendo nis- O objetivo era ambicioso.
melhor e compreender as moti- so “a vontade de Deus.” Talvez demasiado arrojado para
vações que os trouxeram até Por- Vamos conversando sobre a ser condensado em tão reduzido
tugal, um país culturalmente tão sua presença neste país, como o tempo e espaço de jornal. Temos
diferente dos territórios onde “Hoje os jovens afastam- vem observando. Fala-me sobre consciência que muito ficou por
nasceram. “o grito”. Uma figura que usa pa- trazer ao conhecimento de quem
Responde-nos o padre João se da Igreja. Em Portugal ra me explicar o olhar que tem nos está a ler. Houve outros ter-
Maria lembrando que o facto de
ter crescido em Timor Leste lhe
os jovens vivem a ilusão de sobre a sociedade que veio en-
contrar. Fala-me de um “grito
ritórios de intervenção que não
visitámos. Deveríamos, por
trouxe um conhecimento mais uma juventude eterna. Como denso e intenso. Um grito dos jo- exemplo, ter dado a conhecer o
aproximado de Portugal e da sua
longa tradição católica. Lembra
abordar isto?” vens. Um grito do povo simples.
Um grito dos ateus. Um grito das
trabalho dos leigos que comple-
mentam a ação dos missionários.
que um “Verbita” tem que es- Padre Damião crianças. Há uma voz perdida no Não o conseguimos. Dessas lacu-
tar disponível para servir a Igre- ar.” Face a estes “gritos” destaca nas nos penitenciamos, esperan-
ja em qualquer lugar onde este- a “falta de presença”. A “falta de do numa próxima oportunidade
ja a Congregação. Assim, viu uma claro e pausado. Como se quises- também se vai sentindo inte- presença dos pais, dos irmãos, dar-lhes o merecido destaque.
oportunidade de conhecer me- sem esbater qualquer dúvida que grado e com grandes esperan- até a presença dos padres…” É No final, ao recordar as mui-
lhor a cultura e a Igreja portugue- em nós pudesse ficar. ças para o trabalho que pretende assim que elege o que classifi- tas horas de conversa que tive-
sas. Chegou a Portugal em 2015 Para enquadrar as razões que desenvolver. ca “o marcar presença”, como a mos o privilégio de merecer, fi-
para aprender português. Diz- determinaram a sua partida pa- Queremos saber mais sobre principal dimensão do trabalho ca-nos um certo amargo por não
-nos que foi muito bem recebi- ra Portugal, cita o Papa Francis- as expectativas que alimentam que tenciona desenvolver. termos conseguido materializar
do e na experiência pastoral que co e a necessidade de uma “nova para este novo desafio. Respon- Peço-lhe que nos explique o que era o nosso objetivo inicial
desenvolveu na diocese de Avei- evangelização”. Agora, os missio- de-nos o Padre Fabiano, salien- melhor o que se pretende com a e a homenagem que merecem es-
ro reforçou os laços que o ligam nários dos povos anteriormen- tando que a população que pre- Pastoral Juvenil. Dá-nos a conhe- tes homens, alguns já de avança-
a este país. te evangelizados pelos europeus, tendem alcançar não é limitada cer algumas das realizações já ca- da idade, mas que não desistem
Pergunto-lhe sobre os moti- fazem o caminho inverso. Como à partida. Procurarão dirigir-se lendarizadas e outras que estão de levar a Palavra a todos os que
vos que o trouxeram até Guima- refere, “há uma necessidade de a todos os que quiserem acolher ainda em avaliação. Como refere, dela necessitam. Ou que a desco-
rães, depois do trabalho pastoral evangelizar os povos que antes o seu convite. Como refere, a sua Portugal é um país de missão, pe- nhecem. Nos lugares mais distan-
nas já referidas paróquias. Res- nos evangelizaram.” Diz-nos que missão dirige-se “a todos! Não lo que pretende que os jovens co- tes. Ou bem próximo de nós. Nos
ponde-me que se tratou de mais chegou a Portugal para estudar apenas aos mais carenciados, nheçam as realidades que lhe es- nossos ambientes. Hoje a missão
uma missão confiada pelos seus teologia, após o que foi ordenado mas a todos que quiserem falar tão próximas. Uma cultura de “ir também se faz em Portugal! Ou
superiores e que a encara como e passou de imediato a trabalhar e ouvir. Poderá haver grupos que ao encontro dos outros. Aquilo como nos dizia um missionário
“um desafio, uma possibilidade e nas comunidades de emigrantes precisem mais, ou que sejam ob- que o Papa diz como uma Igre- bem jovem: “Há um grito!”
uma esperança”. africanos. Sobre esta nova missão jeto de uma atenção mais imedia- ja em saída.” Se outra virtude não tiver,
Importava igualmente ouvir o na pastoral universitária, encara- ta, mas isso ver-se-á com o avan- A terminar a nossa breve mas que este modesto contributo
Padre Fabiano. Pergunto-lhe tam- -a igualmente como um novo de- çar da missão.” estimulante conversa, pedimos ajude a que ouvidos menos aten-
bém a que se deve a sua presença safio. Já está em Guimarães há al- O Padre João Maria comple- ao Padre Damião que conden- tos possam escutar esse “grito”. E,
em Portugal. Responde-me pau- guns meses e sente-se integrado, menta esta visão do trabalho na se em poucas palavras o objeti- acima de tudo, saibamos trans-
sadamente. Como se quisesse tor- apesar de sentir algumas diferen- Universidade com a abertura das vo fundamental deste trabalho formá-lo em sorriso. O tal sorri-
nar bem claras as suas palavras. ças relativamente ao que pôde instalações do Cavim a todos os missionário. Sorri. E avança com so que, numa sociedade tão mer-
Aliás, ao longo da conversa, am- conhecer em Lisboa. que aí se dirigirem. Pretendem duas palavras: “Presença.” “Proxi- cantilizada, não tem qualquer
bos se revelam atentos interlocu- Também o Padre João Ma- fazer do centro um lugar de aco- midade.” E complementa: “Hoje custo, como nos referia um outro
tores, desenvolvendo um discurso ria refere o curto tempo de per- lhimento aos jovens. Portugue- os jovens afastam-se da Igreja. missionário.
manência em Guimarães, mas ses e estrangeiros, como acentua.
pg.8 O C O N Q U I S TA D O R / Arciprestado de Guimarães e Vizela S E X TA- F E I R A / 2 1 D E O U T U B R O D E 2 0 2 2

Novos Chefes de Agrupamento AGRUPAMENTO 532 MASCOTELOS


Eleitos
Investiduras de 5 novas Dirigentes
No passado dia 8 de outubro
demos as boas vindas a 5 novas
dirigentes do agrupamento 532
de Mascotelos, Joana Maria Sou-
sa Mendes, Maria Celeste Carva-
lho e Sousa, Maria da Glória da Sil-
Saudamos os novos chefes de agrupamento eleitos nos va Pereira Soares de Freitas, Susana
agrupamentos. No 456 Santa Maria de Silvares, renovou o seu Cristina Fernandes Teixeira, Ve-
mandato o Chefe Porfírio Faria. No 386 São Cristóvão de Selho,
ra Sofia Gonçalves de Castro Estes
foi eleito Chefe Paulo Lemos, uma palavra de gratidão pelo ser-
viço ao longo de todos estes anos do Chefe Paulino que muito
são sempre momentos marcantes
abdicou em prol do agrupamento, sempre sem esperar outra na vida de um agrupamento, um
recompensa. No agrupamento 455 Vermil foi eleito o Chefe testemunho assumido pelos adul-
João Miguel que recebe o testemunho da chefe Margaria Sala- tos e um exemplo de compromisso
zar, para ela um Bravo, por todo o espírito de sacrifício e missão para os jovens. O chefe de núcleo
no serviço ao agrupamento. a todos agradeceu pelo caminho
Para os que terminam o mandato, Bravo pelo vosso Servi- feito por cada uma das candida- e à comunidade inicia-se agora e compromisso e encontre na ora-
ço. Para os novos eleitos votos de uma boa caça e que a vossa tas, mas lembrou que o verdadei- que espera de cada umas novas di- ção do dirigente a sua maior força
maior recompensa seja a felicidade dos jovens. rigentes assuma diariamente este para servir.
ro caminho de serviço aos jovens

AGRUPAMENTO 5 RONFE AGRUPAMENTO 84 SERZEDELO


BANDHU
Durante o último fim de semana o realizou a primeira edição da 70º Aniversário
atividade BANDHU!
O principal propósito da atividade foi mostrar à comunidade, O agrupamento 84 de que fez as pessoas saírem
em especial a crianças e jovens entre os 6 e os 18 anos, um pouco Serzedelo celebrou o 70º à rua para verem tantos e
deste que é o maior movimento juvenil do país. aniversário da sua funda- tantos escuteiros desfila-
Ao longo deste acampamento os participantes, juntamente ção com a realização de um rem orgulhosamente até à
com os escuteiros, realizaram diversos jogos e atividades, onde pu- acampamento nos dias 15 Igreja Paroquial que ficou
derem vivenciar o verdadeiro espírito escutista. E dentro deste mo- e 16 de outubro. Participa- repleta de jovens. A cele-
vimento somos irmãos, somos amigos, somos BANDHU! ram neste acampamento 28 bração da Eucaristia foi um
O Agrupamento 5 de Ronfe agradece a presença de todos os
agrupamentos num total dos momentos altos destas
participantes. Esperamos que esta atividade tenha sido o início da
vossa caminhada na família escutista.
de 650 escuteiros. O acam- comemorações, animados
pamento é o expoente má- pela Palavra dirigida pelo
ximo da atividade escutis- assistente de agrupamen-
ta. Nestas comemorações o to Rev. Padre Marques, os
Fogo de Concelho em que foram
agrupamento 84 proporcio- lobitos, escuteiros e adul-
apresentados muitos momentos
nou uma grande oportunidade tos, manifestaram a sua presença
escutistas partilhados ao longo do
educativa e uma enorme festa que com alegria e entusiasmo cantan-
dia. Apesar da ameaça da chuva,
deixou felizes muitos lobitos e es- do alegremente com o grupo co-
esta não foi suficiente para desani-
cuteiros, alguns deles realizaram ral do agrupamento. Bravo para o
mar as crianças e jovens em viver
o seu 1º acampamento. O sábado 84 de Serzedelo e que cumpram
a fraternidade escutista e a vida ao
foi todo preenchido com ativida- sempre a missão de servir o Jo-
ar livre. A manhã de Domingo foi
des que encheram as ruas da Vila vens e a Igreja rumo à felicidade
embelezada pelo enorme desfile
de Serzedelo, terminando com o que é Cristo.

29 de outubro
Encontro Regional de Guias

15 de novembro
Conselho Consultivo de Núcleo

5 e 6 novembro
Agenda Atividade da Zona
São Nuno de Santa Maria
S E X TA- F E I R A / 2 1 D E O U T U B R O D E 2 0 2 2 Arciprestado de Guimarães e Vizela / O C O N Q U I S TA D O R pg.9

50 anos XIII ENCONTRO NACIONAL


VERBUM JOVEM
O Centro Social e Pa- “A juventude é um caminho,
roquial de S. Martinho um percurso, um itinerário”, diz
de Candoso assinalou a Armando Matteo, teólogo italia-
no e subsecretário da Congre-
passagem dos 50 anos
gação para a Doutrina da Fé.
da instituição e continua A pastoral Juvenil e Vocacional
a desenvolver um traba- do Verbo Divino e a Equipa da
lho precioso em prol da JMJ´23 do Vale de São Torcato
comunidade. dinamizam o XIII Encontro Nacio-
As comemorações fi- nal Verbum Jovem que se realiza
caram marcadas pela ho- nas paróquias do Vale de São
menagem ao Reitor An- Torcato-Guimarães, nos dias
tónio de Freitas Moreira, 14,15,16 de outubro de 2022. Tem
que faleceu em julho des- como tema «LEVANTA-TE! DIZ
te ano, com a exposição SIM…», cujo eco recorda e reme-
“50 Anos de Histórias, 50 te para as mensagens do Papa
Anos de Memória”. Francisco para a Jornada Mun-
António Carlos Mar- dial da Juventude 2023.
O Encontro Nacional Verbum Jovem, que se destina a jovens a
tins foi nomeado o no-
partir dos 16 anos, é uma iniciativa de Pastoral Juvenil e Vocacional
vo presidente da direção, do Verbo Divino para congregar os mesmos, com dinâmicas muito
numa cerimónia come- específicas, tais como: envio missionário – Tarde Missionária -, conví-
morativa que contou com Freguesia Samuel Vilas Boas e respostas sociais para a infân-
vio, partilha da experiência de fé e da cultura, vivência em família de
o Presidente da Câmara de Gui- da Vereadora da Ação Social, cia - creche, pré-escolar e ATL
acolhimento, oração/vigília, reflexão, celebração da Eucaristia com
marães, Domingos Bragança, Paula Oliveira. —,servindo um universo de 140 toque intercultural através de dança de entronização da Palavra e
do Bispo Auxiliar de Braga, D. O Centro Social e Paroquial crianças, com 25 funcionários. das preces em várias línguas, criatividade da juventude.
Nuno Almeida, do Pároco da de S. Martinho de Candoso tem Tudo isso está sob o intuito de despertar e reforçar o sentido da
Igreja em saída, o que permite e impele os jovens a alcançar a «ma-
turidade humana e cristã, manifestada num compromisso eclesial,

Campanha
apostólico e social».
Este acontecimento conta com 89 participantes jovens e adul-
tos, a saber: 60 jovens e 29 adultos responsáveis, vindos de Lisboa,

do Pirilampo Mágico
Nisa, Alcanena-Minde, Aveiro, Guimarães e Fafe, de diferentes na-
cionalidades: Angola, São Tomé e Príncipe, China, Timor Leste, Filipi-
nas, Indonésia, Alemanha, Portugal. Todos eles vivem em Portugal.
Pastoral Juvenil e Vocacional do Verbo Divino e a Equipa da
É azul escuro o Pirilampo Má- Pirilampo Mágico é da responsa- mais de 30 mil pessoas por todo o JMJ´23 do Vale de São Torcato. Para mais informações podem con-
gico da campanha de 2022 que ar- bilidade da Federação Nacional de país. tactar: 963 818 140, responsável da organização.
rancou sábado e estende-se até dia Cooperativas de Solidariedade So- A CERCIGUI – Cooperati-
06 de novembro. Centenas de bo- cial (FENACERCI) e o lema deste va de Educação e Reabilitação de
nequinhos de olhos atentos e an-
tenas levantadas vão estar à venda
ano é “A verdadeira magia é o que
fazemos”.
Cidadãos com Incapacidades do
Concelho de Guimarães, sediada
FORMAÇÃO PARA
um pouco por todo o país… Esta é Os pirilampos custam 2 euros, em Guimarães, à semelhança de ZELADORES, SACRISTÃES
a campanha de solidariedade social
mais antiga no nosso país que, em
mas haverá também pins, canecas,
chávenas de café, t-shirts e sacos de
anos anteriores, está responsável
pela dinamização desta campanha
E EQUIPAS DE ACOLHIMENTO
Guimarães, vai apoiar a Cercigui. compras. A venda reverte para as 84 nos concelhos de Guimarães, San- O tema a abordar no encontro será “A beleza de ser Comuni-
Lançada em 1987, a campanha cooperativas CERCI que apoiam to Tirso, Vizela e Póvoa de Lanhoso. dade cristã, em tempos de crise”.
O Serviço de Ministérios Litúrgicos do Departamento Arqui-
diocesano para a Liturgia de Braga está a preparar uma forma-
ção para zeladores, sacristães e membros das equipas de aco-
lhimento. Este encontro está previsto para o dia 28 de Outubro,
às 21h15, no Espaço Vita, em Braga.
O tema a abordar nessa noite será “A beleza de ser Comu-
nidade cristã, em tempos de crise”, contando com uma palestra
inicial, orientada pelo Pe. Fernando Torres da Arquidiocese de
Braga, e com três testemunhos de Nazaré Dantas, zeladora; do
sacristão Óscar Ribeiro, e de António Sampaio, na qualidade de
membro de equipa de acolhimento e gestor.
"O objectivo deste encontro é dotar as pessoas que exercem
estes serviços de maior preparação para tornarem as Comuni-
dades cristãs mais acolhedoras, valorizando os diferentes dons
de cada um. Claro que, em tempos de crise, é preciso uma maior
contenção de gastos, sem que isso prejudique a qualidade do
exercício destes ministérios. Por isso, a participação nesta acção
formativa pode ser uma ocasião propícia para abrir horizontes
sobre a vivência destes ministérios", adianta o Serviço em comu-
nicado.um inconsciente” coletivo.
As exposições do ciclo Voz multiplicada poderão ser visita-
das durante o horário de funcionamento do CIAJG: terça a sexta:
10h00 - 17h00 e sábado e domingo: 11h00 - 18h00.
pg.10 O C O N Q U I S TA D O R / Entrevista S E X TA- F E I R A / 2 1 D E O U T U B R O D E 2 0 2 2

“Se queremos ser úteis e ajudar temos


de participar nas associações civis”
Cidadão ativo, solidário e empenhado em várias causas, José Arantes,
engenheiro civil, defende que as áreas classificadas de Guimarães devem ser
exclusivamente pedonais e aponta vários caminhos para a cidade e o concelho.
Foi dirigente e candidato à Presidência do Vitória numa altura em que, garante,
“as pessoas que tinham mostrado interesse na candidatura, não quiseram
enfrentar o poder instituído”. Discreto, José Arantes nasceu na freguesia de
São Paio – Guimarães e, aos 68 anos de idade, não descarta em absoluto uma
candidatura à autarquia vimaranense, apesar de achar difícil conciliar a gestão
de empresas com a política ativa.
Entrevista e fotos: José Luís Ribeiro e Esser Jorge Silva

Esteve envolvido na criação foi o meu objetivo; colaborar O futebol, para além do obriga à relação com políticos e Quais as razões por que tal não
do Complexo Desportivo, com o Vitória sempre. A bem da espetáculo, é emoção, a com a política. Como gere essa se consumou?
na reformulação do Estádio verdade, a candidatura em 2000, construção civil é gestão, tem que relação? Sou gestor de empresas, com
D. Afonso Henriques e foi resultou dum movimento que ser administrada com razão… Com respeito e absoluta muitos trabalhadores e sinto
candidato à Direção do Vitória. aceitei integrar para modernizar Mas quando construímos transparência, não abdicando essa responsabilidade. A política
Como descreve a sua relação o Vitória, que tinha cada vez aquilo que projetamos e nunca do meu ponto de vista. ativa exige dedicação absoluta
com o clube? mais uma gestão autocrática. conseguimos os objetivos É importante saber ouvir e e, no meu ponto de vista, não é
PAIXÃO. Ter colaborado no Nas semanas próximas das definidos também há emoção, perceber o ponto de vista de possível conciliar.
planeamento e execução do eleições, quando era necessário sentimos que acrescentamos quem tem o dever de gerir o
Complexo Desportivo do tomar opções, as pessoas que algo que vai perdurar no tempo. bem público, porque são eles os É visto como um grande
Vitória e do Estádio D. Afonso tinham mostrado interesse Quando projetamos e criamos eleitos. Se queremos ser úteis interventor e investidor no
Henriques foi uma honra, tendo na candidatura, não quiseram novas áreas urbanas, sente-se e ajudar nas decisões temos Centro Histórico. Foi uma opção
sido um trabalho enquanto enfrentar o poder instituído. um prazer enorme, porque se de participar nas associações estratégica ou o resultado de um
profissional de engenharia A minha candidatura resultou acrescenta mais cidade à cidade, civis, sugerindo soluções, nunca acaso?
encarado com um espírito de duma escolha dos sócios que sentimos que participamos no abdicando da nossa opinião. Foi uma estratégia investir nos
missão. Sendo sócio há mais de continuavam no movimento seu crescimento. centros urbanos, tê-lo feito em
50 anos, a minha relação com o e acreditavam que era possível Aventou-se, por vezes, o seu Guimarães foi uma opção por ser
Vitória vem desde os anos 50, fazer melhor. No decorrer da A sua atividade empresarial nome para candidato à Câmara. a minha cidade.
quando acompanhava o meu campanha, as eleições foram
avô e o meu pai aos jogos no politizadas, começaram a ser
campo da Amorosa. vistas também como disputa
política, o que fragilizou a
É muitas vezes apontado, e candidatura.
pelos vistos desejado, como
candidato ao Vitória. Por que Gosta mais de futebol ou da
razão nunca mais repetiu uma construção civil?
candidatura? São questões diferentes, são
Ser presidente do Vitória nunca mesmo complementares.

Guimarães precisa
de melhorar fluxos
do trânsito, construir
mais parques de
estacionamento e criar
áreas industriais
S E X TA- F E I R A / 2 1 D E O U T U B R O D E 2 0 2 2 Entrevista / O C O N Q U I S TA D O R pg.11

O Centro Histórico vai


perdendo moradores enquanto
se transforma num Centro
Comercial. É essa uma boa
estratégia para o concelho?
Não concordo que o Centro
Resolver a torre do relógio,
Histórico continue a perder
moradores. Nos últimos
criar uma iluminação
anos tem ganho unidades de
habitação. Nas intervenções
apropriada na fachada é
que participei no Centro urgente, porque a Basílica
Histórico foram acrescentados
mais de vinte apartamentos, de São Pedro situa-se na
sem interferir nos habitantes
que quiseram continuar a praça do Toural
residir no mesmo local. A
atividade comercial é que tem
diminuído. É importante que do Carmo da Penha têm os ?
se criem as condições para o para os seus habitantes e isto mesmos interesses e objetivos, Aceitei um convite para
Centro Histórico continuar a significa: Melhorar os fluxos do Existem, além do mais, servir os cidadãos especialmente pertencer aos órgãos sociais
ser um polo de atração, porque é trânsito criando alternativas de desigualdades na população e os Vimaranenses. da Irmandade do Príncipe
fundamental para a cidade e para acesso às vias de saída e entrada, pessoas a necessitar de apoio … Não existem divergências nos dos Apóstolos de São Pedro,
o concelho. pelo lado nascente da cidade; Num Estado com preocupações objetivos, mas há diferenças no formalizado pelo Padre Silvino.
construir mais parques de sociais, ninguém deve ficar para tempo da sua concretização e a A Basílica de São Pedro precisa
É manifesta uma segregação estacionamento na periferia do trás, essas são as pessoas que Irmandade da Nossa Senhora de alguns melhoramentos
entre habitantes do centro e Centro Histórico, de forma a ser devem ser ajudadas, sendo uma do Carmo da Penha não e ajudar nisso é o objetivo.
habitantes da periferia através possível que as áreas classificadas responsabilidade do Estado e entende o tempo que demora Resolver a torre do relógio, criar
dos custos de habitação. sejam exclusivamente pedonais; das Autarquias, apoios que no a sua aprovação. Nenhuma uma iluminação apropriada
Cidade rica em concelho pobre criar áreas industriais, de forma nosso concelho têm sido bem legislação deve ser interpretada na fachada é urgente, porque
é uma boa política? a ser célere a instalação de conseguidos. duma forma tão restritiva, a Basílica situa-se na praça do
Guimarães cidade não é uma novas indústrias, porque criam que torne impossível aprovar Toural que é a sala de visitas
cidade rica, nem o concelho emprego, fixam habitantes e Faz parte dos Órgãos Sociais do situações, que toda a gente está da cidade. O que me alimenta
é pobre, a atratividade de melhoram a economia global Teleférico assim como é membro de acordo e que só beneficiam a espiritualmente, é procurar ter
Guimarães gera riqueza para o do concelho. É a indústria da Irmandade da Penha. Sente comunidade. sempre uma profunda paz de
seu comércio. É um concelho que aumenta duma forma que, tal como um teleférico, espírito.
industrial e nesta área tem sustentável a economia duma pode unir o que está separado? Além disso, faz também parte
perdido influência, é necessário região. Os Órgãos Sociais do Teleférico da Irmandade de São Pedro. O

5
investir em planos que captem e a Irmandade da Nossa Senhora que o alimenta espiritualmente
mais investimento industrial. Concorda que concelhos
limítrofes como Braga e
Guimarães deve apostar na Famalicão se têm tornado mais
captação de mais turismo, mais atraentes do que Guimarães na
serviços ou mais indústria? captação de investimentos?
Que caminho considera mais São mais atraentes porque tem
sustentável para o concelho? criado melhores condições para
Guimarães deve criar condições a instalação de novas indústrias,
facilitando o investimento e
respostas
para que o aumento do turismo,
de serviços e de indústrias sejam tendo no P.D.M. grandes áreas
para instalações industriais.
rápidas
possíveis, sem constrangimentos
Sugestão gastronómica?
Um bom peixe, finalizado com
tortas de Guimarães.

Que livro está a ler?


“A Mais Breve História da Rússia”

É importante que se de José Milhazes e “Último


Olhar” de Miguel Sousa Tavares.

criem as condições A música que não


lhe sai da cabeça?
para o Centro Histórico “Let It Be” - Beatles, claro.

continuar a ser um polo Um filme de referência?


“O Leopardo” de Luciano
de atração Visconti.

Passatempo preferido?
Fotografia.
pg.12 O C O N Q U I S TA D O R S E X TA- F E I R A / 2 1 D E O U T U B R O D E 2 0 2 2

ENTRETENIMENTO 498 MEMÓRIAS

QUE NÃO SE APAGAM


Orientador: ANTÓNIO OLIVEIRA DA COSTA
Rua Mons. António Araújo Costa, 97 – 2º Dto.
4810-253 Guimarães
a.olicosta@gmail.com

PERGUNTA
O PAÍS ONDE NASCEU O PINTOR DIEGO RIVERA É:
1. URUGUAI 2. ARGENTINA 3. MÉXICO

CHARADAS
- - + TA = RABANADA
- - + TA = BASE AÉRA
adolescente constituiu para mim poderia socorrer, assim pensava
CONCEITO: SENSAÇÃO TÉRMICA
um sinal iniludível da grandeza eu. E foi isso mesmo que senti ao
- - + PA = PROTEÇÃO
do sacerdócio ministerial como aproximar-me do Francisco que
MONSENHOR JOSÉ MARIA
- - + PA = IMBECIL
serviço a Deus e aos irmãos. No espontaneamente, sem dar tem-
CONCEITO: SENSAÇÃO TÉRMICA O mês de outubro bem pode- princípio da tarde do dia 28 de fe- po sequer para o saudar, me fez o
rá considerar-se mês do reencon- vereiro de 1970, era sábado aque- acolhimento com estas palavras:
tro com o dinamismo da vida. Pa- le dia, aproveitando eu o cenário “ É assim, senhor prior; morre-se
PALAVRAS CRUZADAS
ra a maior parte das pessoas, que eloquente, balizado pela igreja de em qualquer idade”; e, neste tom
gostam e podem fazê-lo, terminou S. Dâmaso e o Castelo, o Campo e com espírito incrível de confor-
o período de férias e, para a gente de S. Mamede, para um breve tem- midade com a vontade de Deus,
nova, se depara a via aberta para po de oração, fui intercetado pelo o jovem recebeu os sacramen-
a descoberta e construção do fu- pai do menino João Laurindo de tos da Confissão e Eucaristia. As-
turo. Futuro que é sempre um no- Sousa Pimenta. Sorridente, mas sim aconteceu mais um momento
vo amanhã; futuro que assenta nas comovido, o senhor José Pimen- muito próximo de Cristo que fi-
experiências que se vão vivendo e ta trazia um recado do filho: - o cou bem guardado no escaninho
nunca se gastam, guardadas que João Laurindo quer confessar-se. das minhas memórias indeléveis.
ficam na consciência como me- Rimo-nos os dois e a curta distân- Diferente foi o caso da meni-
mórias. E é tão forte a vitalidade cia de casa, mesmo ali ao lado, na na Adosinda Manuela Teixeira Ri-
das memórias que muita gente faz rua D. Mafalda, bastou para ficar beiro da Silva, que vivia no lugar
longas deslocações, atraída parti- informado da gravidade da situa- das Cancelas da Veiga. A sua par-
cularmente por cenários que fa- ção: o menino estava atacado por tida para o Céu aconteceu a 20 de
zem memórias, como a contem- uma crise de garrotilho. Momen- dezembro de 1971, tinha ela oito
plação das belezas da Natureza ou to sublime: quando me aproximei aninhos. Um cancro no palato, de
o contacto com realidades e cul- do enfermo, deparei-me com al- forma acelerada lhe foi reduzindo
turas marcadas pela ação do ho- guém que, embora em grande so- a capacidade de respirar e fez de-
mem. Urbanismo, museus, aca- frimento, encarava, consciente e la uma vítima pura de holocaus-
HORIZONTAIS: 1. Tempo que o Sol gasta numa revolução aparente demias, monumentos de vária livremente, como pessoa adulta, to, tal era a força inacreditável de
em torno da Terra; tirar à força e repentinamente; via ladeada de ordem, clubes, empresas e mui- aquele encontro como incompa- fé e conformidade com os misté-
árvores. 2. Nota musical; vagueavas; fecha parcialmente as asas (a
ave) para descer mais depressa; “milímetro”. 3. Pátria; compartimento tas coisas mais constituem outros rável dom por que ansiava. Am- rios da vida, que o só o crente ma-
onde se leciona. 4. Canal do aparelho urinário que conduz a urina
da bexiga para o meio exterior, e que, em certos animais (machos), tantos pacotes de oferta para acu- bos experimentámos um momen- duro sabe encaixar perfeitamente
é um ducto comum às funções excretoras e genitais; tomar por mular memórias! Há, no entanto, to indizível de união com Jesus nos arcanos divinos. Sou testemu-
modelo. 5. Unidade monetária do Japão; vento brando e agradável.
6. Correnteza; rádio (s.q.); atravessar; maior. 7. Letra no plural, sobre outro modo de saciar o interesse Cristo. Visto que eu tinha um ser- nha da beleza da entrega da me-
a qual se colocam os pontos; observar; “Laboratório de Análises
Clínicas”; apelido. 8. Tive de pagar; fileiras. 9. Salário semanal do pelo alimento espiritual das me- viço de confissões na Costa e não nina em vários momentos da sua
operário; gradeamentos. 10. Espessamento e endurecimento da pele mórias, que é, passe a redundân- imaginava que o Senhor o vies- imolação, mesmo quando ficou
causado por atrito continuado; gracejavam. 11. Naquele lugar; poeira;
caminhe; braço de mar. 12. Letra grega; instrumento de corte, de folha cia, o exercício da memória. Lá, se chamar tão depressa, perdi a incapaz de receber a Sagrada Co-
curta; aparência. 13. Porco; “Santíssimo Sacramento”. 14. Dito de viva
voz; adição. 15. Planta do pé; motivo de afeição. nos escaninhos da consciência, oportunidade de o confortar com munhão. Não lhe faltou, em todo
encontramos tantas áreas de vi- o Viático e a Unção dos Doentes, o tempo desta via dolorosa, o ca-
vências passadas que efetivamen- todavia ficou-me, à mesma, a con- rinho e a doação total de sua mãe,
VERTICAIS: 1. Alcançar a posse de (qualquer coisa); automóveis. 2.
Casamento; acusados; representação do pénis em ereção como te podem proporcionar momen- vicção de fé de que o João Laurin- cujos cuidados a mantinham per-
símbolo de fecundidade; letra grega. 3. Castigo; Capital da Índia;
semelhante. 4. Barco de recreio; real; couro preparado para fazer
tos de prazer espiritual e razões do, com 11 anos,“ voou” naquele manentemente em ponto de parti-
calçado. 5. Abandonar; relembrei; planta completa. 6. Indivíduo que de viver. dia para o Céu. da para a grande festa com os an-
assalaria. 7. - 8. Relativo a assimilação. 9. Achavam piada; presa da ave
de rapina; ástato (s.q.). 10. Fêmea do elefante; tombar; determinante Nesta linha e precisamente Em 25 de fevereiro de 1971, jos do Céu.
e pronome demonstrativo que designa pessoa ou coisa afastada da
pessoa que fala e próxima da pessoa com quem se fala. 11. Peixe
porque estamos no recomeço de faleceu, com 14 anos de idade, o O João Laurindo, que aspira-
abundante no Algarve; ausentar-se; sensação audível. 12. O primeiro atividades de crianças e jovens Francisco Pinheiro de Carvalho, va ser sacerdote; o Francisco que
dos números naturais; argolas; peça de vestuário, geralmente feminino;
molibdénio (s.q.). 13. Pousaram no mar o hidroavião; assinalar. nos diversos níveis de crescimen- que morava na rua de S. Torcato, o percebeu perfeitamente o valor da
to, inclusive a catequese, permi- qual fora surpreendido por doen- vida na perspetiva da eternidade e
to-me partilhar três experiências ça rara. Pouco tempo antes, penso o silêncio fecundo de amor a Je-
que nunca se estancaram na mi- que mesmo na véspera, fui chama- sus da Nelinha são memórias pri-
SOLUÇÕES DO N.o 499
nha alma de sacerdote, antes pelo do para o assistir espiritualmen- vilegiadas, cujo valor ultrapassa
contrário. Era eu pároco em S. Dâ- te. Que vou dizer eu a um jovem certamente qualquer anseio e es-
“PALAVRAS CRUZADAS”
CAPELA; CAMADA; AI; UI; D; SE; AR; P; UR; MIM; IR; M; AI; OLIVEDO; maso quando, num breve espaço desta idade que, naturalmente, forço de conquista de circunstân-
BA; TAS; ACIDO; RAD; ATAR; ANO; SEIO; ZELAR; O; VAIAR; IAM; SOB;
NORAS; C; ZELAR; ORAR; RAS; REDE; VAS; SAVEL; RIM; ER; SAPATOS; de tempo (1970 e 1971), a partida apenas vê diante de si um traje- cias externas para fazer memórias.
RE; L; PA; ALA; OS; T; AR; IA; O; EM; PE; SABADO; TRAVAR.
“CHARADAS”: PEDRO; LINO. “PERGUNTA”: FRANÇA. para o Pai de duas crianças e um to interminável de vida? Só uma E mantêm viva a chama da alegria
graça atual do Espírito Santo me de ser sacerdote.
S E X TA- F E I R A / 2 1 D E O U T U B R O D E 2 0 2 2
Jornada Mundial da Juventude - Lisboa 2023 / O C O N Q U I S TA D O R pg.13

D. Delfim Gomes nomeado Bispo Congresso Internacional


Erguendo os Olhos e vendo
Auxiliar da Arquidiocese de Braga
O Papa Francisco nomeou, no Na Arquidiocese de Braga, comemoram-se os 450 anos da
passado dia 7 de Outubro de 2022, criação do Seminário Conciliar de São Pedro e São Paulo. As co-
D. Delfim Jorge Esteves Gomes co- memorações, iniciadas a 4 de outubro de 2021, prosseguem com
mo Bispo Titular de Dume e Auxi- um Congresso Internacional sobre a Problemática dos Seminários
liar da Arquidiocese de Braga. Católicos, intitulado Erguendo os olhos e vendo, que se realizará
entre os dias 16 a 19 de novembro, no Auditório Vita.
Delfim Jorge Esteves Gomes
O Congresso Internacional foi preparado por uma comis-
nasceu a 1 de Janeiro de 1962, em são científica em coordenação com o Centro Regional de Bra-
Bragança. Fez a sua formação teo- ga da UCP. No Congresso estarão investigadores de Portugal,
lógica no Porto e em Bragança. Foi França e Itália, que são representantes de prestigiadas escolas,
ordenado sacerdote a 3 de Setem- nas quais desempenham funções de direção de Programas de
bro de 1989 por D. António Jo- investigação.
sé Rafael. Docente do 2.º, 3.º ciclo O programa
e ensino secundário profissiona- a p rese nta-se,
lizou-se, em 1994, pela Faculda- assim, como
potenciador de
de de Teologia do Porto (Univer-
nos últimos 11 anos. Mesa da Assembleia Geral. momentos de
sidade Católica Portuguesa). Em elevada cultu-
1997 tornou-se professor do Qua- Actualmente é delegado do cle- Na área social fundou o Centro
ra de reflexão
dro de Nomeação definitiva da Es- ro, director do Secretariado dioce- Social Paroquial de S. Bartolomeu, sobre a emer-
cola EB 2,3 S de Vila Flor. Concluiu sano do Ensino de Educação Mo- em Vila Flor e foi membro, duran- gência de no-
em 2014, o mestrado integrado em ral e Religiosa Católica (EMRC). te vários triénios, das Mesas das As- vos paradig-
Teologia com a tese: "Pobreza e De 2016 a 2022 foi membro da sembleias Gerais das Misericórdias mas, em que a
Relações Humanas / Contributos equipa nacional de apoio à EMRC. de Vila Flor e de Bragança, bem co- Arquidiocese
para superar a pobreza, a partir da Entre 2019 e 2022 foi Arcipreste mo da União das Instituições Par- de Braga, uma
de Moncorvo. É reitor do Santuá- ticulares de Solidariedade Social vez mais, dese-
mudança de relações". É Pároco na
rio Diocesano de Nossa Senho- do distrito de Bragança. Responsá- ja estar à frente
Unidade Pastoral Senhora da As- como centro e
sunção, no concelho de Vila Flor, ra da Assunção, vice-presidente vel pela equipa do Projecto de Luta
luzeiro de refle-
na diocese de Bragança-Miranda, do Instituto Diocesano do Clero Contra a Pobreza “Vila Flor Solidá-
xão e de pro-
desde 20 de Setembro de 1992. e membro do Colégio de Consul- ria”, foi ainda, Presidente do Co- moção de uma
Membro activo do presbité- tores. Antes da sua entrada no Se- mité Director do Projecto de Lu- ampla reforma,
rio da Diocese de Bragança-Miran- minário, Delfim Gomes foi Presi- ta Contra a Pobreza, coordenador que ultrapasse
da, o sacerdote tem exercido vários dente da Associação de Estudantes distrital do Projecto Vida, Coor- as fronteiras da
ofícios. Foi Pároco da Paróquia Es- da Escola Emídio Garcia, membro denador do Instituto Português Igreja local.
colar, vice-reitor e responsável pe- da direcção da Casa da Cultura de da Droga e Toxicodependência no Além da
Bragança, animador sócio-cultural distrito de Bragança. reflexão, em
la formação integral do Seminário
do FAOJ, fundador e presidente da No dia 4 de Dezembro de 2022, comunicação
diocesano de S. José, arcipreste de e painéis, o programa tem previsto a atuação do Grupo vocal
Vila Flor, provedor suplente e con- Federação das Associações de Es- às 15h00, na Catedral de Bragança,
Cupertinos. E, encerrando o congresso, será interpretada, pela
selheiro da Fundação “Mensageiro tudantes do Distrito de Bragança. será ordenado Bispo. A apresenta- primeira vez, na igreja de S. Paulo, Passio et mors Nostri Jesu
de Bragança”, assessor da Vigararia Na década de 80 fundou o Mo- ção à Arquidiocese de Braga terá Christi secundum Lucam, de Joaquim Dos Santos, [obra comple-
Episcopal da Pastoral, Presidente vimento de Universitários de Bra- lugar no dia 5 de Dezembro, Fes- ta] pela Orquestra do Distrito de Braga, Coro do Distrito de Braga
da Comissão de Arte Sacra e Pre- gança e a Associação de Estudan- ta de São Geraldo, às 17h30, na Sé e Solistas.
sidente da Comissão para a Admi- tes da Faculdade de Teologia da de Braga. A participação no Congresso é gratuita. Na página https://
nistração dos Bens Eclesiásticos. Universidade Católica Portuguesa, DACS fazsentido.pt/fazsentido/ podem realizar-se as inscrições e en-
da qual também foi Presidente da contrar todas as informações.
Foi Vigário Episcopal para o Clero

Nomeação como prefeito do Dicastério


para a Cultura e a Educação
O Papa nomeou, no pas- missões anteriormente con- tura, à animação pastoral e
sado dia 26, o cardeal portu- fiadas à Congregação para a à valorização do património
guês Dom José Tolentino Men- Educação Católica e ao Con- cultural, e pela secção para
donça como prefeito do novo selho Pontifício para a Cultura. a Educação, que desenvolve
Dicastério para a Cultura e a O Dicastério para a Cultura os princípios fundamentais da
Educação. e a Educação “trabalha para educação com referência às
O responsável, de 56 anos, o desenvolvimento dos valores escolas, Institutos superiores
deixa assim o cargo de Biblio- humanos nas pessoas dentro de estudos e pesquisas cató-
tecário e Arquivista da Santa do horizonte da antropolo- licos e eclesiásticos e é com-
Sé, que assumiu em 2018. gia cristã, contribuindo para petente para os apelos hierár- dos Virtuosos do Panteão; a  cia  Mariana Internacional; a
O Dicastério para a Cultura a plena realização do segui- quicos em tais matérias”. Academia Pontifícia Romana AcademiaPontifícia ‘Cultorum
e a Educação é um novo orga- mento de Jesus Cristo”. Este organismo da Cúria de Arqueologia; a  Acade- Martyrum’; e a Academia Pon-
nismo, que surge da reforma O Dicastério é “formado Romana coordena também as mia Pontifícia de Teologia; a tifícia de Latinidade.
da Cúria Romana, promovida pela secção para a Cultura, atividades da Academia Pon- Academia Pontifícia  de São
por Francisco, assumindo as dedicada à promoção da cul- tifícia de Belas Artes e Letras Tomás; a Academia Pontifí- Agencia Ecclesia
pg.14 O C O N Q U I S TA D O R / Cooperação Missionária Braga - Pemba S E X TA- F E I R A / 2 1 D E O U T U B R O D E 2 0 2 2

PROJETO SALAMA!
Formação de Voluntariado
A “ousadia” de ser mulher…
Missionário
Uma das di-
em Moçambique!
mensões do tra-
balho do CMAB Ser mulher é ser alegria e ternura. É
é a coordenação ser cor e festa. É ter sorriso fácil e forta-
do projeto Sala- leza permanente. É ser mãe e gerado-
ma!, nos termos do ra de vida, independentemente da sua
acordo de coope- condição social, cultural ou religiosa…
ração missionária,
assinado por dez
Ser mulher… Sim, toda a mulher devia
anos, da Arqui- ser assim. Mas não é.
diocese de Bra- Em muitos lugares do mundo a
ga com a Dioce- mulher continua a ser ignorada na sua
se de Pemba, em dignidade, desvirtuada nos seus direi-
Moçambique. tos, marginalizada e, muitas vezes, re-
O projeto Sa-
duzida à servidão. O lugar e a missão
lama! Coopera-
ção Missionária da mulher continua a precisar de uma
Braga-Pemba tem maior consciencialização da socieda-
como objetivo ge- de. A igualdade de oportunidades, en-
ral contribuir para a criação e o aprofundamento de tre homens e mulher, ainda é uma uto-
laços de comunhão e de partilha espiritual e material pia. Guardo na memória uma frase do fizemos às comunidades. Perguntava- Rainha do Apóstolos, na apresenta-
entre as Dioceses de Braga e Pemba.
Papa Francisco na Praça de S. Pedro -lhe em que classe andava. Não enten- ção dos relatórios paroquiais, referiu
Temos enviado anualmente uma equipa missio-
nária que assume pastoralmente a Paróquia de San-
no dia 08 de Março de 2015: “O mun- dendo o que perguntei, o animador da que os trabalhos terminaram quando
ta Cecília de Ocua, no interior dessa Diocese. Esta do onde as mulheres são marginaliza- comunidade logo se prontificou a lhe uma mamã se levantou e questionou
Missão é constituída por 96 Comunidades, dispersas das… é um mundo estéril!” emprestar a voz e respondeu-me: “Ma- porque é que na paróquia deles não
em 115 km de extensão territorial. Neste momento en- Vivemos, em Moçambique, a ex- na, ela é uma rapariga”. Voltei a pergun- havia nenhuma mulher zonal ou ani-
contram-se destinados a esta missão as voluntárias periência de uma Igreja ministerial. A tar. Não porque não tivesse entendido madora da comunidade. Presente de-
Fátima Castro, Joana Peixoto e o Pe. Manuel Faria.
falta de sacerdotes faz com que a Igre- a resposta da primeira vez, mas por- pois como delegada, a mamã Maria do
Atividades do Salama!
ja dependa do trabalho dos leigos on- que senti a necessidade de escutar ou- Céu, dotada de uma capacidade de re-
1. Assumir a paróquia 552 da Diocese de Braga na de os vários ministérios e serviços co- tra coisa contrária ao que ele me esta- siliência impressionante, voltou a ques-
Diocese de Pemba; locam toda a Igreja em movimento. va a dizer! Aí ele respondeu em macua tionar o Sr. Bispo. Era mais uma tenta-
2. Dinamizar intercâmbios entre a Arquidiocese de Na sua grande maioria homens. A pa- e apontando para ela: “Tiana”, ou seja, tiva para encontrar o lugar justo que a
Braga e a Diocese de Pemba; róquia de Santa Cecília de Ocua não é “mulher”. Porque era mulher, a priori- mulher ocupa na família, na socieda-
3. Facilitar parcerias entre a Arquidiocese de Bra- exceção. Subdividida em 17 zonas e 98 dade (e a sorte) de frequentar a escola, de e na comunidade cristã. Outro no-
ga e a Diocese de Pemba;
4. Angariar recursos materiais para a Diocese de
comunidades, em nenhuma delas en- não era para ela. Que longo caminho me de mulher surgiu nesta assembleia
Pemba; contramos mulheres zonais ou anima- há a percorrer! e é para reter: Vilicia Macassine! Foi
5. Divulgar o projeto de cooperação missionária doras (responsáveis) da comunidade. O papel da mulher na Igreja foi um uma das 11 pessoas eleitas e vai repre-
entre as Dioceses de Braga e Pemba. Raríssimas são as catequistas. Dos ou- dos temas da IV Assembleia Nacio- sentar as mamãs da Diocese de Pemba
tros ministérios não me atrevo a falar. nal de Pastoral. Estamos a viver este na fase das províncias eclesiais. Ah, im-
Requisitos para ser voluntário missionário do A justificação mais frequente é porque tempo de graça (e de mudança, espe- portante dizer que esta mamã eleita é
Salama!
não sabem ler/escrever. ro) em Moçambique. No primeiro fim da nossa paróquia de Santa Cecília de
- Ter mais de 23 anos;
- Participar na formação geral, humana e es- Recordo o encontro com uma jo- de semana de Outubro decorreu a fa- Ocua! Vacani, vacani… (pouco a pou-
piritual, promovida pelo CMAB e pelas entidades vem numa das primeiras visitas que se diocesana. O pároco de Santa Maria co) chegaremos lá!
parceiras;
- Ser voluntário missionário para a cooperação,
assumindo um compromisso de, pelo menos, um ano
com as Dioceses de Braga e de Pemba, não só du-
rante a permanência na Diocese de Pemba, mas
também no regresso, na disseminação do projeto.
XV Jantar Africano conta com
D. José Cordeiro
Programa da Formação de Voluntariado
Missionário
19 novembro 2022 | 10h – 11h30 | Encontro inicial |
CMAB em Braga
Valor angariado com a realiza- O valor angariado com a reali- africano...", refere a organização.
Como apoiar este projeto
Pode acompanhar as suas atividades através das
ção do jantar será destinado inte- zação do jantar será destinado in- As inscrições devem ser realiza-
páginas de Facebook e do Instagram do CMAB ou gralmente ao projecto das mãos tegralmente ao projecto das mãos das até ao dia 25 de Outubro, atra-
pelo email: santaceciliadeocua@gmail.com. missionárias de Formação da Ju- missionárias de Formação da Ju- vés dos contactos que se encon-
Quem desejar partilhar algum bem com o projeto ventude em Jhabua, na Índia. ventude em Jhabua, na Índia. tram na imagem que acompanha
pode fazê-lo quer através de transferência bancária: O grupo Diálogos – Leigos SVD "Com uma ementa tipicamen- esta notícia.
Arquidiocese de Braga | Projeto Salama | IBAN: PT50 para a missão – realiza no próximo te Africana, um espaço dedica- O evento conta com a presen-
0079 0000 2352 9178 1018 3 | Banco BIC ou entrando
dia 29 de Outubro, pelas 20h00, o do aos mais pequenos, muita ani- ça de D. José Cordeiro, Arcebispo
em contato com o CMAB: centromissionario@arqui-
diocese-braga.pt XV Jantar Africano, no Seminário mação e surpresas, este promete Metropolita de Braga.
do Verbo Divino, em Guimarães. ser muito mais que um jantar
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PE. JOSÉ ANTUNES, SVD CARLOS POÇAS FALCÃO

Perguntas inquietas.
Sereis minhas A Igreja sinodal
testemunhas A Igreja, no seu conjunto, atravessa um dos períodos mais
conturbados da sua história. Pelo menos para nós, que o vive-
mos, assim nos parece e o sentimos: escândalo e vergonhas,
1. No dia 25 de agosto, missionários portugue- não tem outra missão se- hostilidade geral, abandono generalizado, confusão doutrinal.
quarenta e nove jovens en- ses anunciaram o Evange- não a de evangelizar. É uma Talvez esta última seja a mais perigosa, porque a mais dissimu-
traram oficialmente no no- lho nalgumas ilhas que ho- Igreja em saída até aos “con- lada. Assim que, mais do que nunca, há que resguardar o de-
viciado dos Missionários do je fazem parte da Indonésia. fins do mundo”, rumo aos pósito da fé, serenamente, com firmeza e esperança.
Verbo Divino, em Kuwu, na Em alguns locais, como La- novos horizontes geográfi- Seja como for, porém, as perguntas são muitas, as refle-
xões necessárias e as inquietações inevitáveis. Abro, por mero
Indonésia. O dia iniciou-se rantuka, na ilha de Flores, cos, sociais, existenciais pa-
exemplo, o site do Secretariado Nacional da Pastoral Litúrgica
com uma solene eucaristia, ainda existem tradições ca- ra “dar testemunho de Cris- e deparo com a consigna do processo sinodal em curso: «Para
abrilhantada com cânticos tólicas que remontam a es- to e do seu amor a todos os uma Igreja sinodal». Que significa isto? A Igreja não foi sempre
e danças tradicionais, nu- se período da missionação homens e mulheres de ca- sinodal, isto é, em caminhada unida no mesmo caminho e para
ma igreja repleta com fami- portuguesa. No passado, da povo, cultura, estado so- a mesma meta? Não é por isso que ainda cá está como Igre-
liares e amigos. Cada novi- os missionários partiam cial”. Jesus, ao despedir-se ja una, santa, católica e apostólica, mais de dois mil anos de-
ço trajava de acordo como da Europa para anunciar o dos discípulos, prometeu- pois de Cristo, no mesmo caminho (que é Ele), no mesmo sen-
tido (que é Ele) e para o mesmo fim (que é Ele)? Então, porque
o vestuário tradicional da evangelho longe da sua ter- -lhes o Espírito Santo. Ele é que se apresenta como novidade de graça e renovação es-
sua região. A maioria pro- ra. Hoje, há um movimento é o verdadeiro protagonis- piritual essa «Igreja sinodal» para que aponta a consigna? Pe-
vinha das ilhas de Flores e inverso: eles vêm de longe ta da missão: “é Ele que dá lo que vamos entendendo, a resposta é que a Igreja de sem-
de Timor, mas também ha- para anunciar o evangelho a palavra certa no momento pre precisa urgentemente de se adaptar aos tempos, às novas
via alguns das ilhas de Sum- aqui. justo e sob a devida forma”, condições antropológicas, históricas e sociais, promovendo o
ba, Sulawesi e West Papua. afirma o Papa. diálogo com a cultura sempre cambiante, estabelecendo con-
sensos, refazendo práticas, reinventando linguagens. Para isso,
A variedade dos trajes tra- 2. O mês de outubro é, todos estão convocados para a caminhada em conjunto – bis-
dicionais produzia um con- na Igreja, o mês das mis- 3. A Indonésia é um país pos, presbíteros, diáconos, homens e mulheres de vida consa-
junto colorido e juvenil. Os sões. Pelo batismo, ca- de maioria muçulmana. To- grada, todos os fiéis leigos e os leigos menos fiéis e mesmo os
desenhos e os padrões dos da um de nós é chamado a davia, a Igreja e a Congre- exteriores à Igreja, os não baptizados, sejam crentes, agnós-
tecidos portavam símbolos ser testemunha de Cristo e gação do Verbo Divino têm ticos ou ateus. Todos. Caminhar juntos, falar, ouvir-se mutua-
do clã ou da região de onde a colaborar, através da ora- sido abençoadas com mui- mente, acolher, escutar… Todos estes verbos apresentam uma
aura de bondade que nos inibe de quaisquer interrogações e
cada um vinha. Havia cha- ção ou da ajuda material, na tas vocações à vida sacer-
dúvidas. Mas há que perguntar. Por exemplo: caminhar juntos
péus de muitos feitios e co- obra da evangelização. Na dotal e missionária. Isto é é um fim em si mesmo? A questão certa não será antes: qual o
res, alguns rematados com mensagem para Dia Mun- uma grande responsabilida- caminho? Com quem caminhar e para onde? A mesma interro-
penas de pássaros exóticos. dial das Missões deste ano, de, pois é nosso dever pro- gação se pode e deve colocar em relação a todos aqueles ou-
Um ou outro jovem trazia o Papa Francisco detém-se porcionar um processo for- tros verbos, que também não se sustentam por si mesmos, mas
uma espada à cintura. em três expressões que re- mativo de excelência aos antes requerem assentamentos prévios de percurso, de discur-
so e de finalidade. Senão, tudo não passa de uma deriva vo-
sumem os alicerces da vida jovens que querem ser mis-
luntarista e necessariamente desastrosa.
Após a homilia, os novi- e da missão dos discípulos: sionários. O tempo de for- Para saber o caminho, qual o seu sentido e o seu fim, o po-
ços aproximaram-se do al- “sereis minhas testemu- mação deve ser um período vo de Deus sempre se socorreu (não podia jamais ser de outro
tar e cada um recebeu uma nhas”, “até aos confins do para fazer um discernimen- modo!) do cajado e do báculo que são as Escrituras e o Magis-
batina branca. Saíram pa- mundo” e “recebereis a for- to sério. Ao longo do pro- tério da Igreja. Cristo é claro: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a
ra uma sala anexa onde tro- ça do Espírito Santo”. Estas cesso formativo, alguns des- Vida» (Jo 14, 6). E São Pedro não o é menos ao afirmar que o fim
da fé é a salvação das nossas almas (cf. 1 Pe 1, 9). Os relatórios já
caram de roupa e, revesti- palavras encontram-se no tes quarenta e nove jovens,
apresentados no decurso do actual processo sinodal reflectem
dos com a batina branca, último colóquio de Jesus que este ano iniciaram o no- e manifestam, como era mais do que previsível e decerto inevi-
regressaram todos juntos à com os seus discípulos an- viciado, vão escolher outros tável, a pressão da opinião pública, afeita à mentalidade pre-
igreja. Em seguida, foi-lhes tes de subir ao céu (cf. Act caminhos e formas de vida. dominante no mundo ocidental moderno, pelo menos na sua
entregue o livro de orações 1,8). Jesus envia-os em mis- Aqueles que decidirem ser fortíssima expressão mediática e cultural. Pode essa opinião ser
em uso na Congregação do são até aos confins do mun- missionários na Congrega- tomada como critério de doutrina e de prática da Igreja Ca-
Verbo Divino. do e promete-lhes a assis- ção do Verbo Divino serão tólica, a par das Escrituras e do Magistério milenar? Nas ques-
tões sensíveis e incómodas para a mentalidade dominante do
tência e a força do Espírito enviados em missão, alguns nosso tempo, há que seguir a opinião pública, os novos teólo-
Hoje, há mais de 500 Santo. deles para além das pró- gos da ruptura com a Tradição, os filósofos da moda, as leituras
missionários do Verbo Di- prias fronteiras. Levantan- neo-kantianas ou neo-marxistas da religião? Haverá que silen-
vino naturais da Indonésia Todos os cristãos são do o olhar para lá das mon- ciar ou mesmo eliminar passagens inteiras e claras de S. Paulo?
a trabalhar no estrangeiro, chamados a ser testemu- tanhas e do mar da ilha de Haverá que corrigir ou relativizar a própria Palavra do Senhor
alguns deles em Portugal. nhas de Jesus. O Santo Pa- Flores, Portugal também fi- nos Evangelhos? Perguntas que obviamente nos inquietam.
A partir do século XVI, dre reafirma que a Igreja ca nos “confins do mundo”.
pg.16 O C O N Q U I S TA D O R / do número 580 da rua de São Dâmaso S E X TA- F E I R A / 2 1 D E O U T U B R O D E 2 0 2 2

AGRADECIMENTO
Setembro foi mês de recomeço para mui- prisional de Guimarães e os seus reclusos fo-
tos. Para outros, seguramente menos, mês de ram brindados (no mais belo significado e
paragem e férias. Para outros, mês de continui- sentido da palavra) com roupa para a prática
dade, numa sucessão de dias de trabalho e ro- desportiva, abrindo “portas” a múltiplas pos-
FILIPE FONTES tina, talvez de cansaço acumulado e descanso sibilidades de actividades e aprendizagem, na
ansiado. verdade, contribuindo e fazendo com que to-
SINAL DE ESPERANÇA Seja como for, quando nos oferecem amiza- dos, sem excepção, possam crescer e ficar
de e atenção, disponibilidade e afecto, não há melhor!

VERDADE contexto sem esperança, realidade sem alegria.


No mês de setembro, o estabelecimento
A quem autor de tão nobre gesto anónimo
que é DAR… muito obrigado!

A crueza da verdade é o nos- factual ou o aprofundamento e


so confronto com a realidade.
A verdade não é boa nem má,
descoberta da Verdade “per si”,
antes da verdade “para mim”.
ESCOLHAS…
não se repercute prejudicial nem Não se procura provar e demons- Escolher é optar. Não significa abdicar nem A pureza dos conceitos não resulta da ex-
significa benefício. É apenas fac- trar, antes convencer e arrebatar. transporta, necessariamente, a carga negativa piação e negação do nosso passado, nem da
tual e objectiva. Porque, na ver- A guerra inventada, a pande- do verbo preterir. promessa velada e repetida de um futuro ima-
dade, a verdade não tem opção mia como justificação, a fome Escolher é seleccionar em função do nosso culado, pelo contrário, representa a nossa afir-
nem partido, julgamento ou per- como consequência, as notícias interesse, conveniência ou gosto. É contexto de mação e o nosso compromisso de, em função
cepção. É única e imutável. O produzidas como criação pró- prazer ou referência identificada. da circunstância e do valor de cada um, sermos
que a altera, ou melhor, o que a pria e interessada são sinais po- Escolher é acto intrínseco e exigente. De al- melhores enquanto seres humanos e enquan-
diferencia de pessoa para pessoa bres de moralidade e riscos de guma forma, é reflexo do que somos e quere- to pessoas. E, assim, melhorando o nosso com-
é a percepção de cada um sobre cinismo desta realidade. Os seus mos ser. É nosso espelho e reflexo. Por isso, tão portamento humano no caminho utópico da
essa verdade. E o (ab)uso que se efeitos são verdade porque reali- importante, por isso oportunidade de me dar a pureza. Utópico não porque indesejado, mas
faz em função de tal. dade sentida (sentem-se fisica e conhecer. E de me ficarem a conhecer… porque infinito. E, assim, alimento que nos de-
Se só existe uma verdade, mentalmente). As suas motiva- ve motivar, equilibrar e partilhar.
a percepção e o ponto de vista ções são percepções porque rea- FRASE Ser “politicamente correcto” não é profe-
dessa verdade desmultiplicam- lidade consentida (expõem-se Compromisso não é sinal de fraqueza, an- rir o “discurso puro”, nem negar o que fomos.
-se por uma miríade de pessoas, lêem-se, …). tes de respeito pelo outro enquanto valor in- É saber reconhecer o que fomos, o que pode-
quase que se generalizando uma Andamos demasiado em- trínseco como ser humano, antes de sã convi- mos ser… e trabalhar para ser (sempre) me-
“verdade” por pessoa. E tal não é brenhados no nosso mundo e vência em comunidade enquanto sinal maduro lhor. Já agora… (sempre) para servir e nunca
estranho ou contranatura. Desde na nossa veradde para cuidar da de democracia e aceitação. para dominar!
que não negada a factualidade, Verdade. E não nos apercebemos
dir-se-á mesmo que é saudável e que essa Verdade vai-se perden-
desejável. Afinal somos produtos do, afastando-se num processo
de nós próprios e do nosso con- perigoso de empobrecimento e
texto, da nossa cultura e forma- de risco. Ficamos sempre mais
ção. E diferentes de todos! pobres quando distantes do que
O que importa, e como tal, o se é verdadeiramente.
que preocupa, é a seriedade que O momento que vivemos é
colocamos nessa interpretação e preocupante e movediço, preci-
percepção da verdade e do (ab) samente, porque a Verdade – en-
uso deturpado que fazemos dela quanto valor supremo que sus-
para nos defendermos e prevale- tenta e robustece a comunidade
cermos sobre os outros. – paira sobre pântano, perden-
Assistimos hoje a um pro- do estabilidade e previsão, her-
cesso incessante, não da verdade dando errância e instabilidade. E
mais próxima da Verdade impo- assim, para além de preocupan-
luta e pura, mas da fabricação do te, o momento é difícil e perigo-
contexto que favorecerá e justi- so, sendo avisado parar e voltar
ficará a minha “verdade”, no li- a cuidar da Verdade crua e des-
mite, inventando-se um mundo pida, velando pelo bem estar de
à minha imagem e meu interesse. todos e entre todos…Não há co-
Por consequência, ou na se- munidade saudável que resista
quência, assistimos hoje a um à sua falta! Não há comunidade
número sem fim de factos cria- forte que não precise de Verda-
dos na medida de cada um, numa de! Independentemente do meu
desagregação de argumentação, interesse e vontade. As coisas são
contextualização e interpretação como são!
que não visa o esclarecimento
S E X TA- F E I R A / 2 1 D E O U T U B R O D E 2 0 2 2
O C O N Q U I S TA D O R pg.17

Sair ao encontro… Inscrição para Peregrinos


O Comité Organizador Local (COL) da Jornada Mundial da
Ocorreu, no passado dia 4 de Juventude (JMJ) Lisboa 2023 acaba de anunciar as diversas mo-
outubro, no auditório de Azu- dalidades de Pacotes para que os peregrinos possam usufruir de
rém, o 1º Encontro de Coorde- um conjunto de serviços organizados pelo COL durante uma se-
mana ou no período escolhido. De realçar que o acesso a todas
nadores dos Comités Organi-
as iniciativas da JMJ Lisboa 2023 é de acesso gratuito, nomea-
zadores Paroquias (COP), dos damente a Missa de Abertura, Acolhimento do Papa, Via-Sacra,
Dias nas Dioceses – JMJ2023. Vigília com o Santo Padre e Missa de Envio, entre outros.
No Encontro estiveram pre- Com o objetivo de ajudar os peregrinos a terem acesso a um
sentes 34 coordenadores e 13 pá- conjunto de serviços de forma organizada como alojamento, ali-
rocos, entre o total de 85 partici- mentação, seguro de acidentes pessoais, transporte e o kit do
peregrino, o COL disponibiliza diversos Pacotes de acordo com o
pantes, em representação de 46
tempo de estadia do peregrino. Os valores dos Pacotes vão des-
paróquias, do Arciprestado de de 50 euros a 235 euros, mediante a opção escolhida. Os pere-
Guimarães e Vizela. grinos poderão estender a sua estadia por mais um dia, por mais
Desafiados a “pensar” de for- 20 euros.
ma criativa: … como chegar às Duarte Ricciardi, Secretário-Executivo do COL da JMJ Lisboa
famílias? … onde acolher? … 2023 reforça que “O acesso à JMJ é sempre gratuito para todas
as pessoas. À semelhança do que acontece em todas as Jor-
que ações a realizar? … no sen-
nadas, o COL organiza e disponibiliza opções de Pacotes para
tido de acolher os milhares de que os peregrinos se possam inscrever e aceder a um conjunto de
jovens peregrinos que virão pa- serviços, como alojamento, alimentação, transporte e segurança
ra Guimarães e Vizela, nos dias e o kit do peregrino”.
que antecederão as Jornadas As inscrições para a JMJ Lisboa 2023 vão abrir até ao final do
Mundiais da Juventude (DnD mês de outubro e serão feitas através do nosso site lisboa2023.org.
- JMJ2023); os resultados dos
grupos de trabalho, apresentados casa, através do testemunho de pes- peregrinação rumo às JMJ2023,
em plenário, foi bastante partici- soas próximas que tenham tido ex- somos também interpelados a
pado, diverso e rico em sugestões periências similares, mesmo que de orarmos e a partilharmos em
e propostas, das quais destaca- outro âmbito (Erasmus, formação comunidade; teremos também
mos algumas, que nos parecem profissional, estágios); … essa oportunidade de a 23 de
pertinentes: Este sair ao encontro das fa- dezembro o fazermos, coletiva-
A melhor forma de chegar às mílias é absolutamente crucial mente, no dia de oração pelas
famílias, é através dos jovens; para, por um lado, criar a opor- JMJ e, um pouco mais adian-
As ações devem ser descen- tunidade do acolhimento dos te, de 23 a 26 de fevereiro, de
tralizadas, sair ao encontro de … peregrinos e, por outro, poten- 2023, a grande manifestação,
“fora da igreja”; ciar a nossa identidade de cris- por ocasião da passagem dos
O convite/desafio deve ser tãos, de povo acolhedor, de ter- símbolos das JMJ – a cruz e o
próximo/pessoal, direcionado a ra com história e características, ícone de Nossa Senhora Salus
cada membro da comunidade, particularmente vincadas, nos Poluli Romani (símbolos entre-
começando pelos que estão mais costumes e tradições, que se ma- gues aos jovens pelo Papa João
próximos, os catequistas, os es- terializam e, de alguma maneira, Paulo II).
cuteiros, os membros dos gru- assinalam a nossa identidade, Coloquemo-nos todos a ca-
pos corais, os jovens dos diver- pela afabilidade e proximidade minho, para que estas Jornadas
sos grupos, …; na relação e “calor humano” e possam deixar marca, nas nossas
Desmistificar os receios/medos na alegria de bem receber! comunidades e nos muitos que
de acolher “estranhos” em nossa Nesta caminhada em nos visitarão!
S E X TA- F E I R A / 2 1 D E O U T U B R O D E 2 0 2 2
pg.18 O C O N Q U I S TA D O R

DR. MIGUEL COUTINHO


WWW.MIGUELCOUTINHO.PT
T. 968 096 996 BARROSO DA FONTE

Defeitos genéticos levam a malformações de esmalte


Estruturas culturais Vimaranenses
De acordo com um estudo
realizado no Centro de Medicina na viragem do século XX (2)
Dentária da Universidade de Zuri-
que, após a combinação de téc-
nicas genéticas, moleculares e de
Na edição de setembro último e D. Teresa é afastada do Conda- Ocupava eu, nessa data, o cargo de
imagem por parte dos investiga- assinei um artigo com este mesmo do, falecendo em 1130. O conda- vereador da Cultura. Propus que a
dores, concluiu-se que mutações título, resumindo uma narrativa ur- do desorganiza-até 1139. Mas com Câmara patrocinasse essa edição. E
numa determinada molécula (experimentada em ratinhos), bana, a partir da revolução dos cra- a retumbante vitória na Batalha de eu próprio que nessa altura, apenas
resultaram em danos graves na estrutura e composição mi- vos. Coincidiu essa revolução com Ourique, Afonso Henriques con- era licenciado em histórico-filosó-
neral do esmalte dentário. a minha chegada a esta cidade, on- sidera-se rei da Nação Portuguesa, ficas procurei imitá-la, com idênti-
O esmalte é um tecido orgânico muito complexo pois tem de nasceram: minha mulher, meus embora o primo, somente lhe re- cos graus académicos na UM, es-
uma estrutura que é composta por minerais e proteínas es-
filhos e meu neto. O Largo da Oli- conheça esse título, em 1143, pe- colhendo dois vimaranenses que
pecíficas produzidas por células exclusivas dos dentes cha-
madas ameloblastos. No entanto, por mais robusto que seja
veira, frente ao Padrão do Salado e lo tratado de Zamora. Em 1131 produziram imensa obra científica,
o esmalte dentário, este é ainda suscetível a danos, e os de- à real e insígne Colegiada de Nossa transfere a sede de Guimarães para figurando na toponímia local:
feitos do esmalte estão entre os problemas dentários mais Senhora da Oliveira, foi o ponto de Coimbra e é aqui que conhece São Vida e Obra de Alberto Sampaio
comuns, resultando, por exemplo, em dentes sensíveis à dor e partida e de chegada deste agrega- Teotónio que passa a ser o seu con- (1997) e Alfredo Pimenta da práxis
um risco acrescido de cáries. do familiar. fidente e confessor. libertária à doutrinação nacionalista,
Uma equipa de investigadores do Centro de Medicina O meio século de vivências Guimarães adquire o direito de (2005)». Dois Vimaranenses do
Dentária da Universidade de Zurique identificou pela primeira neste chão sagrado, que foi escolhi- ser, para sempre, o Berço da Nacio- tamanho do Castelo (1882-1950)
vez uma rede genética chave que é responsável por graves
do por Mumadona Dias e prosse- nalidade. Fora vila até 1853. Mas a e do miradouro da Penha (1941-
defeitos do esmalte dentário.
Usando vários modelos de rato geneticamente modifi-
guido por Afonso Henriques, fez Rainha D. Maria II promoveu-a a 1908). Do mais polémico, deu tes-
cados, os investigadores analisaram os efeitos da molécula de mim um peregrino do regresso cidade. E que cidade! temunho Luís Reis Torgal, em se-
Adam10, que está intimamente ligada à via de sinalização ao passado. te notas de rodapé, nas primeiras
Notch. Esta via de sinalização que permite a comunicação Não existindo datas verídicas, *** 20 páginas do «Catálogo à manei-
entre as células adjacentes, é essencial para o desenvolvi- recuamos a 868, ano em que Ví- A minha ligação a Guimarães, ra de prefácio, reflexões sobre Alfre-
mento embrionário, e desempenha um papel crucial no de- mara Peres recebe o governo do pelas razões que atrás menciono, do Pimenta»; do segundo falam os
senvolvimento de patologias humanas severas, como o AVC Condado Portucalense, que vai foi providencial. visitantes do Museu Alberto Sam-
e o Cancro.
ser retomado, na batalha de Pe- Chegara eu da guerra em An- paio e das Escolas de que é patrono,
Para estudar o papel da sinalização Adam10/Notch na
formação e patologia do esmalte dentário em detalhe e ana-
droso, em 1071. gola. Aqui casei, catolicamente, em Braga, e em Viseu. Esta produ-
lisar modificações celulares e estrutura de esmalte nos den- Nuno Mendes, líder do Conda- no antigo Mosteiro que Mumado- ção histórica e outras mais que, de-
tes após a mutação genética, os investigadores usaram fer- do Portucalense, 203 anos depois na Dias profetizou para Berço da zenas de historiadores constam na
ramentas genéticas, moleculares e de imagem de última ge- de confiado a Vímara Peres, é mor- Nacionalidade. Depressa me ren- Biblioteca da Sociedade Martins
ração e conseguiram demonstrar que existe uma ligação es- to pelo rei Garcia que recupera esse di ao fascínio da Rua de Santa Ma- Sarmento e, desde 1992, na Raul
treita entre a função Adam10/Notch deficiente e os defeitos condado por mais 25 anos. ria que Conceição Falcão Ferrei- Brandão, são motivos fortes para
do esmalte. "Os ratos que transportam mutações de Adam10 Mas em 1096, Afonso VI de ra elegeu para tese de mestrado, viver nesta cidade de cultura por
têm dentes com defeitos graves do esmalte", diz Thimios Mit-
Leão restaura o mesmo Condado e com o título de Uma rua de elite excelência.
siadis, professor de biologia oral no Centro de Medicina Den-
tária e líder deste estudo. "A eliminação de Adam10 causa a
doa-o à sua filha Teresa, como dote na Guimarães medieval. Seguiu-se- Enquanto servidor do Estado
desorganização dos ameloblastos, o que leva a graves de- casamento, com o conde D. Henri- -lhe «Guimarães: Duas Vilas, Um aprendi, sempre em sintonia com
feitos na estrutura e composição mineral do esmalte." que. Só que essa doação não con- só Povo - Estudo de história urbana os deveres cívicos. Como cidadão
A sinalização Notch dependente de Adam10 está, deste tentou o casal, porque os pais de (1250-1389)». livre e independente sempre man-
modo, não só envolvida em condições patológicas severas D. Afonso Henriques pretendiam Estas duas teses, de mestrado tive a conduta recomendável com
como o AVC e o Cancro, mas também na organização e es- metade da herança, tanta quanta e de doutoramento, são, até hoje, a ética dos valores sociais. Como
trutura dos tecidos em desenvolvimento, como os dentes. ,Afonso VI dera à filha Urraca, por das mais necessárias, mais deseja- jornalista atravessei o período ne-
Novas vias de prevenção e terapia
ser filha legítima. das e mais úteis para quem se inte- gro da censura, incluindo os quase
De acordo com os autores do estudo, compreender o có-
digo genético que controla o desenvolvimento dos dentes, o O conde D. Henrique mor- resse pelo conhecimento científi- quatro anos de serviço militar, em
conhecimento das ligações moleculares durante a formação reu, quando o filho teria entre dois co da cidade Berço e do Berço da que tive de requerer autorização ao
do esmalte, e o impacto das mutações que conduzem a mal- a três anos. D. Teresa foi rainha en- Lusofonia. ministério da defesa para usar a im-
formações de esmalte abrem novos horizontes no campo da tre a morte do marido (entre 1112 Na dissertação de mestrado, prensa, sem reservas.
prevenção e tratamento. ou 1114) e a batalha de S. Mame- em 300 páginas, estuda o período Do meio século de convivên-
"Os requisitos para a reparação do esmalte e a formação de. Apaixonou-se, entretanto, pe- temporal entre 1376 e 1520. Já a te- cia Vimaranense conservo um baú
de novo são extremamente complexos, mas novas ferramen- los irmãos Trava. Contudo Afon- se de doutoramento tem 816 pá- de resiliências culturais. Delas con-
tas genéticas e farmacêuticas direcionadas para a formação
de esmalte dentário com deficiência permitir-nos-ão melho-
so Henriques e os seus apoiantes ginas e, nelas aprofunda o estudo tinuarei a falar, em doses mais redu-
rar consideravelmente os cuidados dentários no futuro." não aceitavam essa promiscuida- da história urbana desde 1250 até zidas, porque não devo abusar do
E recorde: Ter Saúde Oral é ter melhor Qualidade de Vida! de. E vai ser a Batalha de S. Ma- 1389. espaço deste Jornal que está a ga-
Ganhe Saúde, cuide da Sua boca! mede que clarifica o litígio. As for- Dois tesouros históricos des- nhar leitores, pelo que se ouve nos
ças de D. Teresa perdem. Os Trava ta investigadora Bracarense que bancos do jardim e no conforto dos
e seus apoiantes são derrotados me inebriaram o corpo e a alma. lugares públicos.
S E X TA- F E I R A / 2 1 D E O U T U B R O D E 2 0 2 2
O C O N Q U I S TA D O R pg.19

ARTUR SOARES
NARCISO MACHADO
Juiz desembargador jubilado e investigador
COISAS SIMPLES, OU NÃO! (89)

Vladimir Putin Ucrânia, Vaticano


perante o Tribunal e Portugal
Penal Internacional
O Mundo sabe da presente guerra de 2022, iniciada pela invasão à Ucrâ-
nia, pelo exército Russo de Vladimir Putin, que já vai com mais de meio ano,
tem provocado diversos sofrimentos, mortes e feridos, contra os pacíficos
ucranianos.
Esta guerra (todas as guerras), como de costume, alterará a economia e
política em todo o mundo. Por que em qualquer conflito armado falha a paz,
cresce a fome, falta a esperança, cresce o medo e surgem novas doenças e
Mediante queixa das autoridades realidade, facilmente se chega à con- novos comportamentos, estes, por vezes, são o pior de uma sociedade em
ucranianas, a Rússia está a ser inves- clusão no sentido de que os orgãos guerra.
tigada pelo Tribunal Penal Inter- da ONU têm sido manifestamen- Putin, “o carniceiro”, o “criminoso de guerra”, o “Hitler do século XXI”, como
nacional (TPI) pela prática de fac- te incapazes de solucionar os vários já lhe chama o mundo, parece não querer parar com a guerra. Não escuta os
tos que podem constituir crimes de conflitos armados que a comunida- povos, e esconde tudo o que pode ao povo da Rússia. Putin, sabe que está a
guerra e crimes contra a humanida- de internacional está a assistir. perder a guerra e o mundo sente que este portador de profundo desequilíbrio,
de pelo uso de bombas de fragmen-         Essa incapacidade deriva do não vê a paz, não deseja o bem dos povos, para, ver somente o poder e beber
do sangue que manda verter, sangue que talvez o possa matar.
tação, bombas de estilhaços e bom- facto de existir o “direito de veto”,
Putin, é rapace de vidas e deve ter encarnado o Diabo deste século: entre
bas de vácuo, bem como pelo ataque concedido aos cinco membros per- militares e civis, neste espaço de nove meses de guerra, pensa-se que existem
a zonas habitacionais, hospitais, es- manentes do Conselho de Seguran- já sessenta mil mortos.
colas e orfanatos.  ça (China, França, Rússia, Reino Enquanto o povo russo (apenas) se vai apercebendo de que “algo espe-
A criação do TPI foi um grande Unido e Estados Unidos), a quem cial” se passa na Ucrânia pelo ódio de Putin, os seus militares vão morrendo
passo em direção à universalidade supostamente compete a manuten- no terreno invadido, os oficias/generais também, muitos outros fogem de pro-
dos Direitos Humanos e ao respei- ção da paz e a segurança internacio- gredir na caminhada e somente os familiares dos militares russos ceifados,
to pelo Direito Internacional. Pena nais. Com efeito, A Rússia, a China choram, mas um choro obrigatoriamente silenciado, porque proibido, contro-
é que o TPI, umas vezes por falta de e os EUA têm recorrido sistematica- lado e punido.
jurisdição, outras vezes por falta de mente ao “veto”, com base em razões Os Estados Unidos da América e a Europa, vê e sente a guerra de Putin.
O mundo inteiro começa a notar as alterações na paz, na política, na eco-
colaboração das autoridades políti- puramente políticas e sempre que
nomia e sobretudo na falta de segurança colectiva que pode surgir. Mas o
cas e do Conselho de Segurança da quiseram abafar um debate ou fazer povo ucraniano ainda não teve tempo de pensar nisso tudo. Apenas pensa na
ONU, não tenha sido tão eficiente prevalecer os seus pontos de vista. destruição que vê, nos mortos e feridos que se arrastam e busca a fuga que é
quanto se desejava. Deste modo, o Conselho de Segu- obrigado a fazer.
  O Conselho de Segurança da rança tem-se visto, assim, impossi- Esta guerra, que ninguém se aventura a dizer quando termina, trouxe a só-
ONU também tem poderes para bilitado, na maior parte dos casos, lida unidade europeia a caminhar ao lado dos EUA; trouxe o acordar da NATO
apresentar o caso ao Procurador do de desempenhar as suas responsa- e o seu valor de assegurar a paz e conheceu-se ainda esse “incrível” povo
Ministério Público junto do TPI. bilidades que a Carta lhe atribui na ucraniano, que levou Joe Biden a dizer: “vejam como eles têm estado à altura:
Porém, o papel do Conselho de Se- manutenção da paz.  mulheres e jovens, a enfrentar o raio de um tanque, dizendo apenas que não
vão sair da frente. O povo ucraniano tem uma grande fibra e muito coragem”.
gurança dá ao observador, atento e  O fim do “veto” e a implantação
Nós por cá, também sentimos a guerra na Ucrânia, que nem todos con-
independente, a imagem daquelas da democracia no Conselho de Se-
denam o invasor – a Rússia. Sentimos o Novo Governo liderado por António
organizações que apenas existem gurança, por forma a que os votos Costa e por ministros a quem o presidente da República já disse que formaria
para servirem interesses de pessoas dos membros permanentes sejam um Governo com gente diferente, mas que não é primeiro-ministro. O Presi-
ou grupos. Trata-se de um órgão iguais aos membros não permanen- dente Marcelo sabe que, praticamente todos estes ministros nomeados, não
cujo funcionamento é monopoliza- tes, seria a maior feito que Antó- são gente para servir o país, mas gente para se servir do país, engordando e
do pelos cinco membros permanen- nio Guterres, como Secretário Ge- ao serviço da partidarite. Eis porque o presidente terá de ser a oposição que
tes, com o direito de veto. ral, poderia oferecer à comunidade não existe.
   Atualmente, os conflitos inter- internacional. Sentimos a esquerdopatia e a canalhocracia hipocritizada, com esta
nacionais são resolvidos através guerra perpetrada pela Rússia. Sentimos a guerra interna no PSD e no CDS,
o apoio dos comunistas portugueses à Rússia e o medo dos Bloquistas (BE),
da Carta da ONU, nomeadamen-
em a Alemanha se rearmar como deve, a fim de enfrentar possíveis outras
tre através da Assembleia Geral, guerras.
Conselho de Segurança e Tribu- O Papa Francisco, sofre profundamente pelo sofrimento e mortes causa-
nal Internacional de Justiça.  das por esta guerra. Além de orações pedidas (e que continua a pedir) a nível
 A Carta da ONU impõe aos mundial para que haja diálogo e paz, o Santo Padre não teve pejo em afir-
Estados membros que resolvam mar que esta guerra “é vergonhosa para todos, para toda a humanidade”.
as suas controvérsias internacio- Pelo que, e segundo as aparições e o pedido da Virgem Maria em Fátima aos
nais por meios pacíficos, por for- pastorinhos, o Papa consagrou o Mundo, especialmente a Rússia e a Ucrânia
ma a que não sejam ameaçadas a ao Coração Imaculado de Maria no Vaticano, em simultâneo com o Altar do
paz internacional, a segurança e Mundo – Fátima, das aparições.
Acreditamos que Deus escuta o clamor e o sofrimento da Humanidade.
a justiça (art. 2º nº 3º). 
Mas os lideres e/ou representantes dos povos têm de escutar o que Deus pre-
      Confrontando as normas tende na vida de todos os homens: amor mútuo e paz.
do direito internacional com a
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Diretor do Centro Ciência Viva de Guimarães rado! Duas das novas oficinas da tantes da sua vida não
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DA TERRA
“por acaso” ou “ao aca-
para o ano letivo 2022-2023 são de so”, mas seguindo Deus
iniciação a estas duas áreas cada e fazendo a sua von-
Qual é a percentagem de elementos de ori- vez mais usadas no nosso quoti- tade. Na sequência de
gem geológica presentes nos telemóveis? "O Discernimento dos
diano. Mas há outras novidades!
Vinte, 30 por cento? Na verdade, é de 100 Espíritos" e "A Oração do
Disponível em www.ccvguimaraes.pt/ofertaeducativa Exame", a Editorial AO
por cento. Tudo o que o telemóvel tem re-
publica outra obra mar-
sulta de elementos geológicos. Acontece o EXPLORAR A PENHA cante do P. Timothy M.
mesmo com a maior parte dos objetos de Gallagher, radicada no
uso quotidiano. É por isso, como lembrou A Montanha da Penha tem testemunho de pessoas
Paulo Pereira, investigador da UMinho, na sempre recantos para des- que souberam encon-
Conversa Fora da Caixa organizada pelo cobrir. E biodiversidade. O trar a vontade de Deus

*até 10 de novembro de 2022


Curtir Ciência para assinalar o Dia Interna- Curtir Ciência promove, no nas circunstâncias mais diversas.
cional da Geodiversidade (6 de outubro), dia 29 de outubro, mais um
que alguns recursos podem ser extintos se percurso para famílias que
tem a Penha como destino.
A TARDE DO CRISTIANISMO
não forem protegidos. E porque não são re-
nováveis numa escala de tempo humano. Começa com uma subida O tempo da transformação
de teleférico, seguindo-se de Tomás Halík
A dependência dos recursos geológicos
para satisfação das necessidades hu- a observação da fauna e
Kairos, termo bíblico que significa momento oportu-
flora, antes do regresso, a
manas é cada vez mais complexa: há 200 no, apresenta-se como o objetivo desta nova obra de
pé, à cidade. Participação gratuita mediante inscrição. Tomáš Halík, na qual
anos eramos mil milhões, agora somos oito
mil milhões. Qual a capacidade de carga vem trabalhando há
da Terra? Há quem defenda que já foi ul- anos: a constituição
PRÉMIOS NOBEL de um método cairo-
trapassada. Outros dizem que não, que é
lógico, isto é, a inter-
possível prolongar essa capacidade. Mas pretação teológica
A Academia Sueca das Ciências atribuiu
isso implica parcimónia na utilização dos dos sinais dos tempos.
o Nobel da Medicina ao sueco Svante
recursos; mudança radical das práticas ex- Pääbo pelas suas descobertas sobre Considerado um dos
trativas; diversificar os recursos e fontes de o ADN de outras espécies humanas. autores religiosos mais
energia. Outra opção, como lembrou o in- O Nobel da Química foi atribuído a influentes do nos-
vestigador perante dezenas de alunos, será so tempo, apresenta
Carolyn R. Bertozzi, Morten Meldal e
o recurso à exploração espacial. agora uma verdadei-
K. Barry Sharpless devido ao desen-
ra obra-prima, uma
Partilhamos da apreensão deste investiga- volvimento da química do clique e da
análise perspicaz e
dor de renome face a um futuro que poderá química bio-ortogonal. desafiante dos cami-
não ser risonho. A maioria de nós não pen- nhos desta Tarde do
sa nisso, acha que é algo lá muito distante, Cristianismo.
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