O PROCEDIMENTO

FORMADOR
JOÃO VILAS BOAS
DISCIPLINAR Informações/Inscrições
223 399 400/27
SOUSA 3 de abril | 9h00/13h00 | Duração 4h (chamada para a rede fixa nacional)
Email: formacao@grupovidaeconomica.pt

Nº 2022 / 28 de março 2024 / Semanal / Portugal Continental 2,60 J FUNDADOR: João Peixoto de Sousa DIRETOR: João Luís Peixoto de Sousa

www.vidaeconomica.pt

Rendas em Lisboa entre Associações empresariais querem mecanismos

ágeis e robustos de monitorização e avaliação

as mais altas da Europa

As rendas em Lisboa e no Porto apresentam Atrasos no PRR
e PT2030
discrepâncias de 30,2% e 12,1%, respetivamente,
relativamente a 23 cidades europeias. A dispari-
dade apresentada pela Cidade Invicta é uma das
mais baixas da Europa. Ao contrário, Lisboa está
entre as mais altas. O preço dos apartamentos está
ao nível de Munique, Florença, Milão ou Paris.
Pág. 3 tendem
a agravar
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SUPLEMENTO METAL Nº 03 • março 2024 | Boletim Informativo da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica

DESTAQUE P. 2 DESTAQUE P. 4-5

AIMMAP visitou a CIP debateu no Porto

METAL PORTUGAL
FERNANDIGONDI o perfil e o futuro
da economia portuguesa

cresce acima ASSOCIADOS P. 2

• Palbit promoveu evento sobre Indústria 4.0
onde reuniu mais de 100 líderes do setor
ASSOCIADOS P. 3
• METALOGALVA acerela rota de
crescimento

EDITORIAL
INTERNACIONALIZAÇÃO P. 6
• METAL PORTUGAL em grande destaque na GLOBAL INDUSTRIE - MIDEST
2024
FORMAÇÃO P. 7
• AIMMAP e CENFIM realizaram webinar sobre a Capacitação e Formação
em Tecnologias de Produção Inovadoras
NOTA DE FECHO P. 8
• Simplex
COMÉRCIO EXTERNO P. 8
• METAL PORTUGAL começou o ano de 2024
com uma performance acima da economia
nacional

da economia
Simplificação e estabilidade Vítor Neves
Presidente da Direção
da AIMMAP

O
s eleitores portugueses
mandataram a coligação
eleitoral constituída pelo PSD
e pelo CDS para formar governo.
O líder da segunda força
eleitoral mais votada reconheceu
rapidamente o resultado eleitoral e
a legitimidade do Presidente do PSD
para liderar o novo executivo.
Com exceção dos pequenos
partidos da extrema-esquerda, a
criados pelo governo anterior no seu
relacionamento com as diferentes
corporações, particularmente
no setor público. Os membros
das polícias, os professores e os
profissionais de saúde e da justiça
reclamam urgência na mitigação das
injustiças que eventualmente lhes
foram infligidas nestes últimos anos.
Pelo que teremos de perceber que
fundamental que se simplifique
todo o edifício fiscal. A legislação
deverá ser mais previsível, estável
e transparente, a carga fiscal
aliviada de forma significativa, a
administração fiscal menos hostil aos
contribuintes e o estado proibido
de continuar a litigar de má-fé nos
Tribunais Administrativos e Fiscais,
protelando o trânsito em julgado de
produtividade.
Entrar em aventuras de resultado
imprevisível, como por exemplo
a eventual redução dos tempos
de trabalho, teria neste momento
resultados catastróficos na indústria
portuguesa.
Defendemos que empresas e
trabalhadores possam ajustar e
adaptar os horários às necessidades
de ambas as partes, nomeadamente

• Fundos de 42,5 mil milhões

ninguém ocorreu pôr em causa que através da implementação de
Luís Montenegro fosse indigitado regimes flexíveis como o banco

nacional
Primeiro-Ministro e pudesse
executar o programa de governo
que os portugueses sufragaram nas
urnas.
Depois de oito anos cujo balanço
ficará irremediavelmente marcado
por uma forte instabilidade e por
uma política assente no curto prazo
e em taticismos quase pueris,
neste momento, tanto a sociedade
portuguesa como a economia
precisam urgentemente de um rumo
bem definido e alicerçado numa
estratégia de longo prazo.
Todos temos a consciência de
que, no imediato, o novo governo
Arrumada a casa, o foco do futuro governo deverá passar de horas. Aceitamos que tal
pela criação de estímulos ao crescimento da economia regime possa ser melhorado,
portuguesa, com medidas simples e eficazes. nomeadamente no que se refere
à compatibilização das obrigações
profissionais dos colaboradores com
as suas vidas pessoais e familiares.
Mas imaginar que a indústria
as prioridades de curto prazo do decisões a favor dos cidadãos e das portuguesa poderia manter-
governo venham a centrar-se nesse empresas. se competitiva com a redução
âmbito. Em simultâneo, apesar de a do tempo de trabalho seria
Arrumada a casa, o foco do futuro legislação laboral portuguesa estar absolutamente irresponsável. E,
governo deverá passar pela criação longe de ser perfeita, no imediato de igual modo, assumir qualquer
de estímulos ao crescimento da o governo deve abster-se de a redução adicional do tempo de
economia portuguesa, com medidas alterar de forma profunda. As trabalho da função pública seria
simples e eficazes. empresas portuguesas precisam de totalmente inaceitável.
Numa primeira fase, serão duas estabilidade também nesse domínio, Por uma vez, foquemo-nos no

de euros “encalhados”
estará fortemente comprometido as áreas a que o governo deverá ao mesmo tempo que necessitam essencial e deixemo-nos de ilusões

Pág. 8
com a necessidade de corrigir manifestar especial atenção. igualmente de instrumentos vãs e sem qualquer fundamento
as distorções e os desequilíbrios Por um lado, será absolutamente que as ajudem a fazer crescer a económico.

ATUALIDADE em burocracia e má gestão

TECNOLOGIAS
Economia portuguesa poderá continuar
a crescer
Pág. 7

EMPRESAS
António Marto, criador
da Bolsa de Empregabilidade,
alerta
Falta de mão de obra
é grave problema
para o setor do turismo
Bruxelas aprova Pág. 22
regulamento COTEC Portugal lança programa de proteção
das “Fábricas da propriedade intelectual para PME
da Inteligência Artificial” Pág. 21
Pág. 3
eDreams ODIGEO pede medidas
TURISMO da Comissão Europeia contra o
incumprimento da Google
Pág. 20

Sonae quer atingir paridade de género

em 2026
Pág. 11

MERCADOS
Francisco Correia, gerente da Ancor, admite
Portugal atrai reformados Mercado da papelaria está em processo
europeus de consolidação Págs. 8 e 9
Pág. 23 Pág. 25

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o de
LIVRO DA SEMANA

É DA RESPONSABILIDADE DOS CONTABILISTAS nt

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2 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024

ABERTURA

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS FRANCISCO JAIME

QUESADO
Economista e Gestor
TRANSIÇÃO JUSTA EM MATOSINHOS jaime.quesado@gmail.com

Tive conhecimento de que estavam previstos apoios para as empresas afetadas pelo encerramento da refinaria de Matosinhos. Quando no início da pandemia, em Março de 2020,
Que apoios são esses? Tenho uma empresa em Matosinhos e gostava de saber se me posso candidatar.
lancei o meu livro manifeso THE NEW WAY – uma
Abriu recentemente um concurso a ex-funcionários da refinaria; limite de 100.000 J no caso de uma Agenda de Competência para uma Sociedade de Con-
do Sistema de Incentivos de 6. Possuir certificado PME; empresa única que efetue o transporte fiança, vivíamos um tempo de grande expectativa so-
Base Territorial, financiado pelo 7. Não ser empresa em dificuldade; rodoviário de mercadorias por conta bere o futuro. Quatro anos depois, agora que estamos
Fundo para uma Transição Justa, 8. Dispor de contabilidade de outrem. na primavera, vivemos tempos complexos e incertos
específico para as empresas do organizada; São elegíveis, entre outras, as e como sempre uma vez mais vai ser fundamental o
concelho de Matosinhos. São 9. Não ter salários em atraso; despesas com: imperativo estratégico da mudança para agendar uma
apoiadas operações de diversificação, 10. Enquadrar-se nos setores: • Máquinas e equipamentos, base sustentada de competitividade para a nossa econo-
modernização e/ou reconversão • da indústria transformadora; equipamentos informáticos;
económicas e novos serviços do • dos transportes rodoviários de • Direitos de patentes, licenças, mia e a sociedade. A agenda de mudança deverá assen-
tecido empresarial de proximidade mercadorias; software standard ou desenvolvido tar na inovação e criatividade como fatores centrais de
afetados pelo encerramento da • da restauração; especificamente para uma nova confiança, de uma ambição global, de uma
refinaria de Matosinhos, envolvendo • do comércio a retalho, exceto de determinado fim; capacidade de construir soluções para novos problemas.
o apoio a pequenos investimentos veículos automóveis e motociclos, • Estudos, diagnósticos, auditorias, Uma Sociedade da Inteligência. Precisamos dessa ati-
produtivos em PME, que conduzam de combustível para veículos planos de marketing e serviços de tude neste novo tempo e por isso impõe-se uma cultura
à diversificação, modernização e a motor, de combustíveis para arquitetura e de engenharia; de mudança. Precisamos de um NEW WAY para re-
reconversão económicas e/ou à uso doméstico, de produtos • Participação em feiras e forçar a nossa confiança estratégica numa sociedade de
transição energética e climática. farmacêuticos e de comércio a exposições no exterior; confiança baseada na competência.   
Podem candidatar-se as micro retalho por correspondência ou • Certificação de produtos,
e pequenas empresas com via Internet. processos ou serviços, custos
estabelecimento no concelho O projeto deve cumprir as seguintes de conceção e registo de novas
de Matosinhos que cumpram as condições: marcas; ECONOMIA MAIS
seguintes condições: • Apresentar uma duração máxima • Custos indiretos;
1. Não assumir a forma de de execução de 24 meses • Construção de edifícios, obras
Empresário em Nome Individual e • Apresentar um investimento de remodelação e outras ECONOMIA VERDE - Apesar de ser um tema
de Estabelecimento Individual de elegível mínimo de 25.000 J e construções; ainda relativamente recente, o certo é que a área da
Responsabilidade Limitada; máximo de 250.000 J; • Custos salariais pela contratação Economia Verde começa a ter cada vez mais impac-
2. Dispor, no mínimo, de um posto • Não estar iniciado à data de de um máximo de dois novos to ao nível da gestão das principais organizações, em
de trabalho remunerado; apresentação da candidatura; quadros técnicos para execução termos de cadeia de valor e mobilização da agenda
3. Apresentar uma autonomia O apoio, a fundo perdido, corresponde da operação, pelo máximo de 24 dos principais responsáveis. O PRR e o novo Portu-
financeira mínima de 15%; a 65% do investimento elegível, meses, se houver criação líquida gal 2030 dão a maior ênfase a esta agenda, reforçan-
4. Ter iniciado a atividade há, estando limitado pela regra dos de postos de trabalho.
pelo menos, 3 anos, à data da auxílios de minimis, que refere As candidaturas encontram-se abertas
do a aposta que o Green Deal já tinha assumido ao
candidatura; que uma empresa única não pode até 21/06/2024. nível das prioridades europeias para o futuro;
5. Não ter candidatura exceder 200.000 J de apoios de WWW.SIBEC.PT VALOR MULTINACIONAL - As várias mul-
aprovada ao abrigo do Aviso minimis durante um período de SIBEC@SIBEC.PT tinacionais instaladas no nosso país têm tido um
NORTE2030-2023-4, destinado três exercícios financeiros, sendo o 228 348 500
papel central na dinamização de ecossistemas de
inovação que têm juntado PME e start-ups, em ar-
ticulação com Universidades e Centros de Compe-
85,7 do mês precedente. As
Nesta edição Imprensa perspetivas das empresas
tência. Trata-se duma experiência muito inovadora,
EM REVISTA tornaram-se bastante menos com resultados positivos em termos de cadeia de
pessimistas. O Ifo admite que valor e de posicionamento de uma nova fileira es-
a economia alemã começa a tratégica com dimensão de futuro;
ver a luz ao fundo do túnel.
China no equilíbrio A forte melhoria do clima FILEIRAS CENTRAIS - As áreas mais tradicio-
da abertura e do de negócios dá sinais de nais - calçado, moda, agro-alimentar, entre outros
protecionismo esperança aos empresários, - têm sabido agarrar de forma muito inteligente os
sendo que os aumentos das
A China está num difícil taxas de juro e os preços da
desafios colocados pelas novas agendas da gestão,
equilíbrio entre a sua energia começam a atenuar- com particular destaque para a inteligência artificial
obsessão pela segurança e se. A Alemanha terá entrado e o customer experience. Neste tempo pós pande-
as promessas de abertura numa nova recessão técnica
económica. O investimento mia caberá muito a estas fileiras ter um papel de li-
no primeiro trimestre do ano, nha da frente na agenda de recuperação e resiliência
estrangeiro cai para o nível depois de uma contração
mais baixo em três décadas da sua economia de 0,3% que se impõe para a nossa economia;
e o Governo chinês promete

05 22 25
Atualidade Mercados Mercados no último trimestre do ano
uma abertura económica passado.
Atrasos no PRR Falta de mão Mercado pouco credível.
e PT 2030 tendem a
de obra é grave da papelaria está Os funcionários chineses ECONOMIA MENOS
agravar asseguram que vão abrir mais
problema para o setor em processo de as portas aos investidores
do turismo consolidação estrangeiros e reduzir as Estados Unidos querem COOPERAÇÃO INTELIGENTE - A crise
restrições de acesso a alguns reavivar indústria de chips atual está a pôr à prova a capacidade dos agentes
Atualidade.....................Pág. 03 Fiscalidade.................... Pág. 17 mercados. Mas também Os semicondutores são vitais económicos poderem desenvolver linhas de con-
há muitas dúvidas sobre se para a economia moderna. vergência estratégica para o futuro. A convergência
Rendas em Lisboa Fisco não terá dificuldades em é compatível manter uma A administração Biden vai económica não se faz por decreto mas sim através do
entre as mais altas processar declarações do IRS economia aberta ao mesmo investir 39 biliões de dólares
da Europa tempo que se pretende para ajudar as empresas a desenvolvimento de redes de cooperação inteligente
Formação...................... Pág. 19 aumentar a vigilância e o construírem mais fábricas nos estratégica que assumam o valor global como o seu
Atualidade.....................Pág. 05 International Sharing School – controlo interno, com duras leis Estados Unidos. Mas mesmo grande objetivo. Este é um desafio claro que a nossa
de espionagem e de proteção com essas construções a economia tem que assumir de uma vez por todas;
Grenke afirma serem muito raros Madeira tem novas instalações de dados, sob o argumento de indústria de chips vai manter-
os casos de fraude proteção às ameaças contra a se decididamente global. CAPITAL ESTRATÉGICO - Muito se tem fa-
Mercados.......................Pág. 23 segurança nacional. A parte americana da lado nos últimos tempos da necessidade de reforçar
Opinião......................... Pág. 06 Portugal atrai reformados europeus indústria mundial de chips
caiu para 12%, atualmente, o investimento num interior cada vez mais deserti-
O tempo da tática não acabou, vai
Automóvel.....................Pág. 28 contra os 37% nos anos ficado e com mais problemas em termos de capital
recomeçar como nunca
Automação e aumento da noventa. Os Estados social básico. Ao nível dos talentos o balanço é infe-
Clima de negócios Unidos querem recuperar lizmente cada vez mais negativo, conforme se reco-
Negócios e Empresas.. Pág. 13 produtividade são essenciais nos melhora na Alemanha a produção para tornar as nheceu numa conferência digital sobre o papel dos
CEO: O segredo do sucesso está componentes automóveis redes de fornecimento
O sentimento dos talentos realizado no Porto. A pandemia e todos os
na liderança! empresários alemães mais resilientes e evitar os
Automóvel.................... Pág. 29 melhorou em março, com o cortes da distribuição de desafios associados poderão ser uma oportunidade
Negócios e Empresas...Pág. 16 Toyota apresenta novo crossover índice do clima de negócios semicondutores a bque se para reposicionar este tema;
a fixar-se em 87,8, contra os assistiu durante a pandemia.
A PAC e os agricultores com motor 1.8 Hybrid FORMAÇÃO CÍVICA - As bases para uma so-
ciedade com elevados níveis de civismo começam
na escola e só com uma verdadeira educação posi-
EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA Rua Gonçalo Cristóvão, 14 RC * 4000-263 Porto: • NIF: 507258487 • DETENTORES DE 5% OU MEMBRO DA TIRAGEM A PRESENTE EDIÇÃO TEVE
tiva para a sociedade se conseguem atingir índices
MAIS DO CAPITAL DA EMPRESA: João Carlos Peixoto de Sousa - 57,14%; Jornal Fiscal, Lda. - 20,00%; João Luís Marinho Peixoto de Sousa - 5,71%;
Miguel Gil Marinho Peixoto de Sousa - 5,71%; Paulo Alexandre Marinho Peixoto de Sousa - 5,71% • ADMINISTRAÇÃO: João Luís Peixoto de Sousa •
EUROPEAN
BUSINESS PRESS
CONTROLADA
PELA:
UMA DISTRIBUIÇÃO TOTAL satisfatórios nesta matéria. Os números relativos ao
DE 103.750 EXEMPLARES,
DIRETOR: João Luís Peixoto de Sousa • REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Guilherme Osswald, Rute Barreira e Teresa Silveira;
E-mail agenda@grupovidaeconomica.pt; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Dias • SEDE DA REDAÇÃO: Rua de Gonçalo Cristóvão, 14 RC, 4000-263 Porto. - Tel. EM DIGITAL E PAPEL
nosso país não são os melhores e continua a faltar
223 399 400 (chamada para a rede fixa nacional). Fax. 222 058 098 • ESTATUTO EDITORIAL: https://www.vidaeconomica.pt/vida-economica-1/ 4000 Município (Porto) uma verdadeira aposta estratégica num roadmap ao
outras-1/ficha-tecnica-vida-economica • PUBLICIDADE PORTO Rua Gonçalo Cristóvão, 14, RC 4000-263 Porto - Tel 223 399 400 (chamada para a rede TAXA PAGA
fixa nacional) • Fax 222 058 098 • E-mail: comercial@grupovidaeconomica.pt; • ASSINATURAS Tel 223 399 400 (chamada para a rede fixa nacional)• Registo na D G C S nº 109 477
• Depósito Legal nº 33 445/89 •
nível dos currículos e práticas pedagógicas na escola
E-mail assinaturas@grupovidaeconomica.pt; IMPRESSÃO Naveprinter Indústria Gráfica do Norte, SA. - E.N. 14 (km 7,05), Lugar da Pinta, Apartado
1121, 4471-909 Maia. - Telf: 229 411 085 (chamada para a rede fixa nacional) • Fax: 229 485 631 DISTRIBUIÇÃO VASP, SA - Cacém • E-mail geral@
ISSN 0871-4320 • Registo do ICS
nº 109 477
que permita avançar de forma positiva neste con-
vasp.pt • Tel 214 337 000 (chamada para a rede fixa nacional) - Fax 214 326 009 texto.
NotíciasFlix

QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024 3

Criada estrutura de missão para licenciamento de renováveis

ATUALIDADE
Está criada a nova Estrutura de Missão para o Licenciamento de Projetos de Energias Reno-
váveis 2030, com o objetivo de ser cumprido o Plano Nacional de Energia e Clima 2030. A
EMER 2030 vai ficar na dependência do membro do Governo responsável pela área da ener-
gia.

PREÇO DOS APARTAMENTOS AO NÍVEL DE MUNIQUE, FLORENÇA, MILÃO OU PARIS Bruxelas aprova

Rendas em Lisboa entre

regulamento
das “Fábricas da
Inteligência Artificial”

as mais altas da Europa A Comissão da Indústria, Investigação e

Energia (ITRE), no Parlamento Europeu,
aprovou recentemente, com 47 votos favorá-
veis, três contra e três abstenções, o relatório,
As rendas em Lisboa e no Porto apre- Preço mediano Variação anual de que é relatora a eurodeputada do PSD
sentam discrepâncias de 30,2% e 12,1%, Discrepância Taxa de Maria da Graça Carvalho, sobre a iniciativa
Preço mediano da renda previsto da taxa de
Cidade entre preços discrepância
respetivamente, relativamente a 23 cida- das rendas (J) pelos inquilinos discrepância “Fábricas da Inteligência Artificial”, cujo prin-
(absoluta, J) (delta, %)
des europeias. Esta é uma das principais (J) (%) cipal objetivo é incentivar o desenvolvimento
conclusões do estudo Rent Gap Moni- Amesterdão J2200 J1,800 J400 22,2% -37.5% de modelos de Inteligência Artificial (AI) por
tor da HousingAnywhere. A disparidade Barcelona J1,550 J1,399 J151 10.8% -21.1% parte das PME e “start-ups” inovadoras, mas
apresentada pela Cidade Invicta é uma Berlim J1,570 J1,304 J266 20.4% 2.4% também de outros atores públicos e privados,
das mais baixas da Europa. Ao contrário, Bruxelas J1.220 J1.047 J173 16.5% -25.5% garantindo-lhes acesso ao poder dos super-
Lisboa está entre as mais altas. Budapeste J980 J729 J251 34.4% 10.0% computadores e a outros recursos essenciais.  
De um modo geral, a taxa de discre- Colónia J1,490 1,013 J477 47.1% 25.2% Formalmente, este relatório constitui uma
pância na Europa diminuiu em relação Florença J1,600 J1,409 J191 13.6% -10.4% emenda ao Regulamento sobre a Parceria Eu-
ao ano passado, com reduções em 14 das Frankfurt J1.350 J1.153 J197 17.1% 122.5% ropeia de Computação de Alto Desempenho
23 cidades, refletindo o abrandamento Hamburgo J1,570 J1.170 J400 34.2% 149.0% (EuroHPC), do qual a eurodeputada portu-
europeu do aumento das rendas. A Hou- Helsínquia J1,250 J940 J310 33.0% 13.8% guesa também foi relatora, o qual visou dotar
singAnywhere, maior plataforma de ar- Lisboa J1,693 J1.300 J393 30.2% -44.2% a União Europeia de uma rede de supercom-
rendamento de médio prazo da Europa, Madrid J1.500 J1,300 J200 15.4% 84.6% putadores, entre os quais se conta o Deuca-
lançou o primeiro Rent Gap Monitor, Milão J1.800 J1.500 J300 20.0% -35.1% lion, já instalado na Universidade do Minho.
expondo a diferença entre os preços de Munique J1.770 J1,310 J460 35.1% -11.9% “Com este novo relatório pretendemos
mercado das rendas e as expetativas dos Paris J1.834 J1,600 J234 14.6% -5.3% adaptar esta rede de supercomputadores eu-
Porto J1.184 J1,056 J128 12.1% 525.8% ropeus às exigências da Inteligência Artifi-
inquilinos quando procuram alojamento.
Roma J2.000 J1.479 J521 35.2% -15.0%
O relatório, que analisa as disparidades de cial, o que implicará upgrades significativos
Roterdão J1,542 J1,495 J47 3.1% -77.4%
rendas em 23 cidades europeias, mostra aos equipamentos existentes e previstos ou a
Haia J1.750 J1,484 J266 17.9% -10.7%
que Lisboa e Porto apresentam discrepân- aquisição de novos equipamentos”, explica
Turim J950 J800 J150 18.8% -27.7%
cias de 30,2% e 12,1%, respetivamente.
Utreque J1,750 J1,500 J250 16.7% -21.8%
Segundo o mesmo estudo, o preço me- PME
Valência J1,300 J1,000 J300 30.0% 38.4%
diano da renda de um apartamento em Viena 8.3% -15.3%
J1,200 J1,108 J92 Devem ter um sistema de acesso
Lisboa é de 1693 euros, os inquilinos housinganywhere.com
esperavam encontrar um apartamento simples
por 1300 euros, o que conduziu a uma Em Espanha o cenário é variado RECURSOS HUMANOS
diferença em números absolutos de 393 LISBOA
euros. No Porto, a renda mediana é atual- Preço mediano da renda é de 1693 Investimento em competências
Embora Madrid e Valência não apre- potenciar tecnologia
mente de 1184 euros, mas os inquilinos euros sentem as taxas de discrepância mais
esperavam encontrar um alojamento ade-
quado por 1056 euros, o que expõe uma INQUILINOS elevadas da Europa (15,4% e 30%, res-
petivamente), estas aumentaram consi-
diferença de 128 euros. Pagam mais cerca de 400 euros do que deravelmente no último ano. A taxa de Maria da Graça Carvalho. “Mas, além disso,
contavam discrepância de preços de Madrid au- precisamos também de investir em compe-
Subida das rendas no Porto mentou 84,6% e a de Valência aumen- tências, porque nos faltam os recursos huma-
aumenta diferença de preços tou 38,4%. Por outro lado, Barcelona nos para potenciar esta tecnologia”.
Discrepâncias além fronteiras segue uma tendência diferente, com um “No fundo”, resume a eurodeputada, “exis-
O Porto registou o maior aumento em decréscimo de 21,1% na diferença, re- te todo um ecossistema em torno da Inteli-
comparação com o ano passado, apesar Considerando as 23 cidades analisadas, sultando numa taxa de discrepância de gência Artificial que tem de ser construído.
de ainda registar uma das menores taxas Roterdão tem a diferença mais pequena 10,8%. Precisamos de um sistema de acesso simples,
de discrepância da Europa, com apenas em termos absolutos (47 euros), enquan- principalmente por parte das Pequenas e Mé-
12,1% - passando de uma diferença de 19 to Roma tem a maior diferença (521 eu- Itália lidera em números absolutos dias Empresas, removendo barreiras e crian-
euros para 128 euros. Este aumento vem ros). Em termos relativos, Colónia é a do interfaces, de forma a fazermos da Europa
na sequência de um dos maiores aumen- cidade com a maior diferença (com uma Roma regista a segunda diferença de uma referência mundial neste setor”.
tos anuais de preços dos apartamentos diferença de 47,1%), enquanto Roterdão preços mais elevada da classificação, com Sublinhando a “boa cooperação” dos eu-
(16,9%), no quarto trimestre de 2023, volta a ocupar a posição mais baixa (uma 35,2%. No entanto, mantém a primeira rodeputados na produção deste relatório “em
também este registado no Porto. diferença de 3,1%). posição em números absolutos. No final tempo recorde, com pouco mais de uma se-
Por outro lado, a discrepância entre o Djordy Seelmann, CEO da Housin- de 2023, os inquilinos que procuravam mana para negociar, a social-democrata con-
preço de arrendamento e o previsto em gAnywhere: “A disparidade entre os pre- um apartamento em Roma esperavam siderou que esta era a iniciativa que faltava
Lisboa diminuiu substancialmente, de ços de mercado e as expetativas dos ar- pagar 1479 euros, enquanto o preço para se criarem condições para que o esforço
667 euros para 393 euros, influenciada rendatários é significativa em algumas mediano da renda era de dois mil euros, legislativo e os investimentos que têm sido
por uma diminuição anual de 10,9% do cidades europeias, refletindo os desafios resultando numa diferença de 521 euros. dedicados à Inteligência Artificial se tradu-
preço das rendas dos apartamentos. que os arrendatários enfrentam para en- Milão, Turim e Florença também apre- zam em benefícios tangíveis para a economia
O Rent Gap Monitor da HousingAny- contrar alojamento a preços acessíveis em sentam discrepâncias de 20%, 18,8% e e para a sociedade”.
where compara o preço mediano dos mercados de arrendamento sob pressão. 13,6% respetivamente, tendo todas di- “Recentemente, a União Europeia aprovou
apartamentos (na sua maioria mobilados) No entanto, em 14 das 23 cidades, ob- minuído em comparação com o ano an- aquele que é o primeiro regulamento sobre
listados na plataforma de arrendamento servámos uma diminuição desta diferença terior. Inteligência Artificial a nível mundial. É um
de médio prazo, com o preço máximo em relação ao ano passado. Juntamente Depois de registar a descida mais acen- regulamento altamente inovador, orientado
mediano definido pelos utilizadores no com o facto de os preços das rendas na tuada das taxas, a diferença em Roterdão por princípios éticos sólidos, mas que abre ca-
filtro de pesquisa quando procuram um nossa plataforma terem registado o au- é de 3,1% com uma diferença de 47 eu- minho a um crescimento sustentado deste re-
apartamento para arrendar. O relatório mento anual mais baixo no final de 2023 ros. Já Amesterdão apresenta um cenário curso essencial”, lembra. O regulamento das
analisou mais de 2,9 milhões de pesquisas nos últimos dois anos, isto oferece uma diferente, com uma diferença de 22,2%, Fábricas da Inteligência Artificial constitui o
em 23 cidades europeias nos últimos tri- luz de esperança no meio da crise da ha- resultando numa diferença de 400 euros passo seguinte, que é criar as condições ope-
mestres de 2023 e 2022. bitação”. devido aos preços elevados. racionais para concretizar esse crescimento”.
4 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024

ATUALIDADE

Programa ClimateLaunchpad decorre até 8 de maio
A União Europeia procura as melhores ideias para fazer face às alterações climáticas. O Cli-
mateLauncpad tem a decorrer até 8 de maio as candidaturas ao programa internacional, com
10 mil euros em prémios. Os três vencedores da final nacional representarão Portugal na final
regional do concurso.
Galp reduz preço da eletricidade e do gás
A Galp anunciou em comunicado que vai descer os preços da eletricidade e do gás natural,
em média, em 28% e 19%, respetivamente. Adianta que as reduções “refletem a descida dos
preços da energia nos mercados internacionais durante o primeiro trimestre”. Terão efeito a
partir do início de abril.

Conferência reforça franchising

como forma de empreendedorismo
A Conferência de Empreendedorismo
e Franchising 2024, uma co-organização
da Associação Portuguesa de Franchi-
sing e do IAPMEI, decorre nos dias 10 e
11 de abril, nas instalações do IAPMEI,
em Lisboa.
Com a missão clara de inspirar e mo-
tivar empreendedores a iniciar ou ex-
pandir os seus negócios, esta conferência
pretende destacar o empreendedorismo
como um catalisador essencial para a
inovação e o crescimento económico.
Este evento, que reforça o franchi-
sing como uma forma de empreende-
dorismo, destina-se a empreendedores
interessados em expandir e dinamizar o
seu negócio, entre eles franchisadores vi-
sionários e/ou franchisados ambiciosos,
mas também a académicos e estudantes
apaixonados por empreendedorismo e
franchising e, de uma forma geral, todos
os que pretendam obter mais informa-
ções sobre o tema.
Para além de oferecer palestras e pai-
néis inspiradores, a Conferência de Em-
preendedorismo e Franchising 2024 tem
como objetivo facilitar um ambiente
propício para estabelecer parcerias estra-
tégicas e duradouras, promovendo assim
o crescimento e a inovação nos negócios.
“Estamos entusiasmados por trazer de
volta esta importante plataforma para
a comunidade empreendedora”, disse
Cristina Matos, responsável da Associa-
ção de Franchising. “Acreditamos firme-
mente no poder do empreendedorismo
para impulsionar a economia e estamos
empenhados em fornecer recursos e ins-
piração para aqueles que procuram ini-
ciar ou expandir os seus negócios.”

Formação Online

SIMPLEX URBANÍSTICO
4 de abril | 14h30/17h30 | Duração 3h00
PROGRAMA
MÓDULO I:
Resumo das principais novidades, entrada em vigor e aplicação no tempo
MÓDULO II:
Alterações aos procedimentos de controlo prévio

MÓDULO III: FORMADOR

Simplificação da tramitação processual Manuel Henriques
Advogado na Sérvulo
MÓDULO IV: e Associados
Competências dos municípios e poderes de análise técnica e de decisão

MÓDULO V:
Eliminação dos alvarás enquanto títulos urbanísticos e impacto nas
transações imobiliárias e propriedade horizontal
MÓDULO VI:
Outras alterações

PREÇO* INFORMAÇÕES/INSCRIÇÕES
Assinante GrupoVE 75€ Vida Económica - Editorial SA.
223 399 400/27 (chamada para a rede fixa nacional)
Não Assinante 85€
Email formacao@grupovidaeconomica.pt
* Acresce IVA à taxa em vigor
www.vebs.pt
 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024
Rendas estabilizam em cadeia
O custo médio do arrendamento estabilizou em março face ao mês anterior, mas registou
um aumento de 33% em termos homólogos, refere o Imovirtual. Beja, Setúbal, Lisboa, Faro,
Évora e Santarém foram os distritos com as maiores subidas dos valores de arrendamento, re-
lativamente a março do ano passado. Portalegre foi o distrito que apresentou a maior descida.
A renda média fixou-se em 1300 euros.
EMPRESAS VÍTIMAS DE CONTRATOS FORJADOS FORAM DENUNCIADAS POR CONLUIO
Grenke afirma serem muito raros
os casos de fraude
Está a decorrer um processo
de averiguação a um conjunto
de contratos falsos de renting
que envolvem a Grenke e
várias empresas. Conforme
foi referido na última edição
da “Vida Económica”, a
falsificação terá partido de um
parceiro da Grenke que forjou
os contratos de fornecimento
e falsificou as assinaturas
nas autorizações de débito
bancário. Os processos de
renting foram entregues na
Grenke e o falso fornecedor
obteve os pagamentos dos
equipamentos que nunca foram
encomendados nem entregues
às empresas.
A fraude foi detetada com a cobrança
das rendas por débito nas contas das em-
presas envolvidas.
Ao contrário do que seria de esperar, a
Grenke não deu explicações sobre o suce-
dido com as empresas envolvidas mas to-
mou a iniciativa de suspender a cobrança
das rendas. Em alguns casos chegou a ser
feita a cobrança da renda inicial pela Gren-
ke  e o valor nunca foi devolvido.
“… A partir do momento em que se
levantam suspeitas de burla por parte do
fornecedor dos equipamentos e as mesmas
são corroboradas pelo cliente que afirma
LLYC  abre escritório em Bruxelas
A LLYC acaba de abrir o novo
escritório em Bruxelas.
O evento teve lugar no Mu-
sée BELvue e contou com a
presença de Marcos Alonso,
embaixador representante per-
manente de Espanha na União
Europeia, Carme Artigas, co-
-presidente do grupo de peri-
tos de alto nível sobre IA nas
Nações Unidas, e Jaume Duch,
diretor-geral de Comunicação
do Parlamento Europeu. Por
parte da consultora intervieram
Luis Miguel Peña, sócio e CEO
Europa, Pablo García-Berdoy,
líder de Assuntos Públicos na
Europa, Paloma Baena, dire-
tora sénior de Assuntos Euro-
peus & Next Generation EU,
5
ATUALIDADE
Portugal abaixo da média no poder de compra da UE
O Luxemburgo é o Estado-Membro da União Europeia com o maior poder de compra,
ficando 140% acima da média em termos de PIB per capita, referem os dados do Eurostat.
Portugal ocupa a 18ª posição, sendo que fica 17% abaixo da média comunitária. No segundo
lugar está a Irlanda (112% acima da média), seguindo-se os Países Baixos (30%). Os valores
mais baixos de poder de compra vão para a Letónia, a Grécia e a Bulgária.
não ter assinado o contrato de locação nem de fornecedores em esquemas de fraudes a de controlo interno destinados à mitigação
ter recebido os bens locados, suspendemos relação é suspensa”. da ocorrência de fraudes e/ou infrações co-
a cobrança dos alugueres e reportamos o Foi igualmente colocada a questão de sa- nexas fazem parte da Cultura da nossa Or-
caso às autoridades competentes”- disse ber se na sequência do caso de fraude, os ganização. A GRENKE RENTING, S.A.
Stefan Wichmann  à “Vida Economica”. factos foram investigados internamente e adota de forma clara o princípio orientador
Sobre a denúncia de conluio de que foram se houve elementos da empresa suspensos. de tolerância zero para com a prática de
alvo as empresas vítimas da falsificação o “Para responder a esta pergunta, é ne- quaisquer atos fraudulentos, encaminhan-
diretor de Comunicação da Grenke afir- cessário saber de que caso estamos a falar. do-os prontamente para as autoridades
mou: “Não acusamos injustificadamente De que empresa se trata? Na Grenke, em competentes a fim de aferirem as respetivas
ninguém de conluio fraudulento”. Mas princípio, investigamos todos os casos de responsabilidades” - acrescentou.
de acordo com o que a “Vida Economica” fraude, como é óbvio” - referiu Stefan Wi- “Dispomos de um sistema antifraude
conseguiu apurar, a denúncia apresentada chmann. interno a vários níveis e muito eficaz” - re-
pela Grenke as autoridades contraria esta De acordo com o diretor da Grenke, “os feriu. “Este sistema está a ser continua-
afirmação. casos de fraude são muito raros”. mente melhorado, a fim de nos munirmos
O mesmo responsável referiu que “(…) “A implementação, monitorização e aper- contra novos métodos de fraude, se neces-
quando existem suspeitas de envolvimento feiçoamento contínuo de procedimentos sário” - disse Stefan Wichmann.
cessidades crescentes dos clien-
tes em inteligência e influência
Empresa apta a legislativa. A empresa de assun-
dar respostas em tos corporativos e marketing
decidiu dar este passo, após a
inteligência e experiência adquirida na gestão
influência legislativa dos fundos NextGen EU e num
momento importante para a
UE, com eleições europeias que
vão moldar o cenário de traba-
lho nos próximos anos.
Ibo Sanz, diretor global de Es-
“Os nossos clientes estão cada
tratégia de Inovação, e Ángel
vez mais a exigir mais serviços
Álvarez Alberdi, diretor sénior
de assuntos europeus em seto-
do escritório de Bruxelas. Estes
res como defesa, mobilidade e
estiveram acompanhados por energia. Contamos com os pro-
representantes do setor priva-
fissionais mais reconhecidos para
do e das instituições europeias.
oferecer o melhor serviço”, asse-
A presença física da LLYC em
gura Luis Miguel Peña, Sócio e
Bruxelas permite atender às ne- CEO da LLYC Europa. Equipa LLYC.
6 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024

ATUALIDADE/Opinião

Prorrogado pagamento do apoio extraordinário a transportes
públicos
O pagamento do apoio extraordinário a transportes públicos pesados de passageiros, tendo
em conta a necessidade de compensar o aumento do preço do combustível, foi prorrogado
até final de abril. Trata-se de um apoio de 16,2 milhões de euros para compensar os efeitos do
aumento de preços do combustível no setor dos transportes públicos pesados de passageiros.
Taxa de poupança das famílias estabiliza
A taxa de poupança das famílias estabilizou, no ano passado, em 6,3% do rendimento dispo-
nível bruto. Foi o mesmo valor do ano anterior, de acordo com o INE. A estabilização ficou
a dever-se ao aumento das remunerações. Com o aumento das remunerações médias, a taxa
de poupança manteve-se inalterada, apesar do agravamento dos preços e das taxas de juro.
Instalar

PAULO VAZ
Jurista e Gestor

O tempo da tática não acabou, vai recomeçar como nunca

T
emos um Primeiro-Ministro
indigitado e um novo Governo
prestes a tomar posse, dando assim
inicio a um ciclo político que se inicia e
que se teme seja curto pela fragilidade da
maioria que o apoia, sobretudo com a
posição do CHEGA, que vai fazer valer
ao limite o seu estatuto de charneira na
legislatura, jogando taticamente para ter o
maior ganho possível. Mas não só.
Luís Montenegro não vai ter uma tarefa
fácil e será obrigado a constituir um
Executivo politicamente forte, capaz de,
por um lado, governar bem e comunicar
melhor esse sucesso, e, por outro, ter a
capacidade de gerir a instabilidade que
o vai cercar em permanência, à esquerda
e à direita, com o necessário calculismo
para que a sua sobrevivência acabe por ser
igualmente uma vantagem para os seus
adversários.
Afinal, tirando os partidos da esquerda
radical, que andaram a ensaiar uma
outra “geringonça”, que nem sequer teve
motor de arranque, unicamente para
alinharem interesses e vontades, que, afinal,
não devem sequer ser tão convergentes
como apregoaram, nem o CHEGA tem
interesse em ser Governo, pois não está
sequer preparado para o efeito, mantendo-
se, mesmo com 50 deputados, um
“partido de um homem só”, nem o PS,
que, convenientemente, prefere ir para
a Oposição, reconstituir-se, eliminar as
divisões internas, libertar-se em definitivo
da tutela de António Costa, para ganhar
tempo e capitalizar o desgaste do Governo
de Montenegro, seja ele de meses ou de
anos, mostrando tanta responsabilidade em
estar fora do Poder como quando se voltar a
candidatar ao mesmo.
Entretanto, as eleições europeias previstas
para o próximo mês de junho dificilmente
mudarão as ilações retiradas dos resultados
da recentes legislativas, com a certeza,
porém, de que a abstenção voltará a
subir para valores significativos, e de que
o CHEGA terá, pela primeira vez, uma
representação no Parlamento Europeu, o
que reforçará à nossa pequena escala uma
perspetiva de viragem à direita e à extrema-
direita, com implicações em diversos
domínios no Governo da União, desde logo
na eleição do Presidente do Parlamento, do
Presidente do Conselho Europeu (o que
pode condicionar as ambições de António
Costa a este posto) e do próprio Presidente
da Comissão Europeia, o que poderá
impedir a renovação do mandato de Úrsula
Von der Leyen.
Montenegro tem a vantagem de encontrar
uma situação financeira desafogada e
o país com boa imagem nos mercados
financeiros internacionais, possibilitando-
lhe o cumprimento imediato de algumas
promessas eleitorais para grupos de classe
fortemente reivindicativos e mediáticos,
como os polícias ou os professores, mas
que abrirão caminho para outros como os
militares ou os profissionais de saúde, estes
que são apenas parte do problema maior do
Serviço Nacional de Saúde, que se encontra
em colapso há largos meses e que esperam
medidas eficazes para o retirar do desastre.
Por esta razão um orçamento retificativo
não pode ser inviabilizado nem pelo PS
nem pelo CHEGA, uma vez que muitas das
medidas que aí possam ser contempladas
estavam igualmente nos programas
partidários para a legislativas.
A questão da sobrevivência do Governo
colocar-se-á para o Orçamento de Estado
para 2025, onde tudo se vai jogar, pois,
se este passar, Montenegro pode sonhar
continuar Primeiro-Ministro até 2026,
atendendo às eleições presidenciais nessa
data e à impossibilidade do Presidente, em
fim de mandato, não poder dissolver o
Parlamento num prazo de seis meses antes do
sufrágio. Se governar bem e se a aprovação
dos portugueses for alta, será difícil e até
irresponsável por parte dos partidos com
maior representação parlamentar na Oposição
derrubar o Executivo, colocando Montenegro
em papel de vítima e melhor posicionado para
aumentar a sua representação parlamentar ou
mesmo ganhar uma maioria absoluta futura,
tal como já aconteceu com Cavaco Silva em
1987.
A História traz ensinamentos que não devem
ser negligenciados, pelo que os próximos
tempos serão marcados pela exigência da
excelência na governação da AD e por
jogadas táticas, profundamente refletidas,
por parte da Oposição, uma espécie de jogo
de xadrez em que ninguém arrisca perder
peças, mas precisa colocar-se da forma que
lhe permita ter vantagens futuras.
Não deixa, por isso, de ser irónico, que,
precisamente a frase que mais marcou
as declarações de Pedro Nuno Santos,
assumindo a derrota do PS e assumindo a
Oposição, tenha sido que “o tempo da tática
acabou”. Mal sabiam os portugueses que
estava prestes a recomeçar e com um alcance
nunca visto na política nacional.

ANTÓNIO PINTO RIBEIRO

Docente da PG em Fiscalidade da ISAG
Executive Academy (ISAG-European
Business School)

As exportações portuguesas poderão crescer ainda muito mais?

O setor exportador tem sido a máquina
que puxa pela economia portuguesa
a ponto de a nossa balança comercial
apresentar hoje valores positivos com
alguma consistência. Com uma boa
política económica que o apoie, é
possível melhorar as contas externas,
tornar a economia mais resiliente e criar
as condições para que os nossos jovens
não tenham que ser “exportados”. O
documento [The Atlantic Charter]1 com
apenas uma página, resultante de uma
reunião ocorrida a 14 de agosto de 1941,
em plena 2ª Guerra mundial, entre Franklin
Roosevelt e Winston Churchill, terá sido
o catalisador para a abertura dos países ao
comércio internacional. Nele se defendia a
promoção de todos no acesso ao comércio,
em igualdade de condições, por ser
considerado um fator de prosperidade.
A OMC – Organização Mundial do
Comércio, herdeira do GATT, tem tido um
papel relevante no crescimento do comércio
mundial, que tirou da pobreza milhões de
pessoas no planeta. A China, por exemplo,
que hoje é o maior exportador mundial,
com uma população superior a mil milhões
de pessoas, aumentou o seu rendimento per
1 - https://www.wto.org/
capita desde 2000 cerca de 10 vezes!
Portugal, que à escala global é quase
“irrelevante”, com uma cota de apenas 0,3%
das exportações mundiais de bens, viu o
seu crescimento aumentar com a entrada
na UE em 1986, e de forma ainda mais
significativa com o início do Mercado Único
em 1993, representando no ano transato
47,43% do PIB, quando lhe acrescentamos
as exportações de serviços.
Se recuarmos a 1974, ano da Revolução de
Abril, vemos que há hoje muitas empresas
em Portugal que, individualmente, exportam
muito mais do que Portugal, há época.
Ao revermos os últimos 20 anos, concluímos
que as exportações portuguesas de bens,
cresceram em valor, cerca de 90%, ainda
que em cinco desses anos com taxas de
crescimento negativas, destacando-se o ano
de 2009 com uma taxa de 22,7%! Releve-se
o notável esforço e empreendedorismo das
empresas exportadoras.
Mas exportar pode não ser fácil, e os nossos
empresários bem o sabem. Para além de
ser necessário um produto equivalente
mais competitivo, há que ter em conta o
cumprimento de normas “legais” que em
muitos casos se revelam autênticas limitações
de acesso aos mercados.
Entre 1995 e 2020, foram recebidas no
DSB (Dispute Settlement Body), organismo
da OMC, 488 queixas relativas aos mais
diversos tipos de barreiras ao comércio. E
em relatório elaborado pela UE em 2019
apurou-se que só as Normas sanitárias
e fitossanitárias e os OTC – Obstáculos
Técnicos ao Comércio representaram 42%
deste tipo de impedimentos.
Consciente destas barreiras, nem sempre
legítimas, a UE criou em 2007 a “Parceria
de Acesso aos Mercados”2, para aprofundar
a cooperação entre a Comissão, os Estados-
Membros e as empresas da UE, tanto em
Bruxelas como em países terceiros.
Aqui chegados, coloca-se a questão de saber
se as exportações portuguesas de bens podem
crescer ainda de forma mais acentuada.
A OMC dispõe de uma ferramenta muito
interessante que nos ajuda a adiantar um
número; o Export Potential Map3 do qual
se retira que o potencial total de exportação
não realizado para o exportador Portugal é
de 45 mil milhões de dólares.4, mostrando-
2 - Ponto de entrada único | Access2Markets (europa.
eu)
3 - https://exportpotential.intracen.org/en/
4 - Estimativa baseada em produtos abrangidos pela
metodologia de avaliação do potencial de exportação
do ITC
nos ainda, por tipos de produto, as
exportações reais e as potenciais.
A UNCTAD- Conferencia da
Nações Unidas sobre Comércio e
Desenvolvimento também nos ajuda com
uma ferramenta que poderá ser utilizada
em complementaridade – a RCA (Revealed
Comparative Advantage). A vantagem
comparativa revelada (RCA) baseia-se na
teoria comercial ricardiana, que postula que
os padrões de comércio entre os países são
governados pelas suas diferenças relativas
em produtividade. Esta ferramenta utiliza
uma codificação diferente da OMC, a
SITC REV3 (Standard International Trade
Classification (SITC) Revision 3).
Por força do aumento da exportação de
serviços, a balança comercial tornou-se
positiva a partir de 2012, ainda que tenha
sofrido um ligeiro revés com a pandemia
e a guerra da Ucrânia. Em 2023 já
apresenta um excedente de 3275,9
milhões de euros.
Ainda que as perspetivas de crescimento
global não sejam as melhores, (3,1% em
2024 é a previsão do FMI) há margem
para as exportações portuguesas crescerem
acima desse valor, e quando as empresas
crescem, todos ganham.
 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024
Custos do trabalho aumentam
Verificou-se uma subida do custo do trabalho de 0,5%, em 2022, para uma taxa de 6,6%,
no ano passado, a mais alta desde os 8,7% registados em 2020. Os custos do trabalho por
unidade produzida (CTUP) no ano passado resultam de um aumento de 8,1% da remune-
ração média, superior ao crescimento da produtividade, que registou uma taxa de variação
de 1,4%.
Portugal tem
condições para
manter um
crescimento
favorável
O saldo orçamental das contas
públicas portuguesas foi positivo
em quase 3,2 mil milhões de eu-
ros, o que se traduziu num exce-
dente orçamental de 1,2%. Este
foi o maior valor desde que o país
vive em democracia.
“Apesar da conjuntura desfavo-
rável em muitos países da Zona
Euro, sobretudo do maior motor
da economia europeia, a Ale-
manha, a economia portuguesa
poderá continuar a apresentar
um crescimento favorável, im-
pulsionada pela desaceleração da
Maior excedente
orçamental
da democracia
inflação, um suporte ao consu-
mo, e pelo PRR, um importan-
te apoio ao investimento”, refere
Paulo Rosa, economista sénior
do Banco Carregosa. Acontece
que nos últimos anos a economia
nacional tem sido suportada pelo
significativo acréscimo do empre-
go e pelo contributo robusto do
setor do turismo. Desde 2013,
a população empregada aumen-
tou mais de meio milhão de tra-
balhadores, tendo superado os
cinco milhões. Mais empregados
significa não apenas mais receita
parafiscal para os cofres da se-
gurança social, mas também um
acréscimo do PIB e consequente
aumento das receitas fiscais.
O responsável da entidade
bancária adianta que as receitas
orçamentais têm igualmente sido
impulsionadas pela resiliência
do setor do turismo. “Esta me-
lhoria das receitas globais deve-
rá suportar as contas públicas,
contribuindo para excedentes
orçamentais e descida do rácio
da dívida pública em relação ao
PIB nominal. Internamente, as
variáveis são positivas, mas Paulo
Rosa alerta para eventuais fatores
exógenos desfavoráveis.
Ajutec regressa à Exponor
A Exponor abre as suas portas
para o regresso da Ajutec – Fei-
ra de Saúde, Produtos de Apoio
e Acessibilidade. Entre os dias
23 e 25 de maio, o evento esta-
belece-se como uma ocasião para
impulsionar e promover não só o
setor em questão, mas também as
empresas que se destacam com
soluções inovadoras.
A Ajutec procura oferecer su-
Novidade
Título DESCOMPLICAR O ORÇAMENTO
DO ESTADO 2024
Autores Vários
Páginas 224
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223 399 400 (chamada para a rede fixa nacional)
7
ATUALIDADE
Reabilitação urbana aumentou 3,7% em fevereiro
A atividade da reabilitação urbana registou um aumento de 3,7%, em fevereiro, face a igual
mês do ano passado, de acordo com dados da AICCOPN. O índice qualitativo – que mede
a opinião dos empresários sobre a carteira de encomendas – sofreu um recuo de 4,7%. A
produção contratada desceu para 8,7 meses, o que compara com os nove meses de fevereiro
do ano precedente.
porte em diversas frentes, divi- para a prevenção e a reabilitação,
dindo-se por áreas como “heal- Evento destinado a enquanto elemento de transfor-
thcare”, fisioterapia, geriatria, empresas com soluções mação dos métodos clínicos e
produtos de apoio, prevenção e industriais. Outro destaque vai
bem-estar. Contará com um pro- inovadoras para a exposição de tecnologias
grama de atividades formativas de apoio da Sociedade Portugue-
paralelas, como uma mesa-re-
donda promovida pelo Instituto
sa de Engenharia de Reabilitação,
Tecnologias de Apoio e Acessi-
de Ciência e Inovação em Enge- bilidade. A feira disponibilizará
nharia Mecânica e Engenharia
Industrial sobre o papel funda- mental dos avanços tecnológicos
ainda um programa de conferên-
cias e palestras.
DESCOMPLICAR O ORÇAMENTO
DO ESTADO 2024
Pelo décimo ano consecutivo e tendo em conta a importância
que tem vindo a assumir o Descomplicar o Orçamento do Estado
para os profissionais das mais variadas áreas, propomo-nos
descomplicar o diploma orçamental.
Assim, desafiamos novamente especialistas das mais variadas
áreas de saber, para connosco, numa abordagem descomplicada,
partilharem a sua reflexão sobre as principais normas da Lei do
Orçamento do Estado para o ano 2024.
Prefácio de Paula Franco, Bastonária da OCC
Compre já em http://livraria.vidaeconomica.pt
IMEDIATO* ou encomendas@grupovidaeconomica.pt
CUPÃO ENCOMENDA
Nome Nº Contribuinte
Morada
C. Postal E-mail
Solicito o envio do livro Descomplicar o Orçamento do Estado 2024
Pago por transferência bancária para o IBAN PT50 0033 0000 45313889113 05 (é necessário enviar comprovativo)
Para o efeito envio cheque/vale nº , s/ o , no valor de € ,
Solicito envio de referência de multibanco para o email
Solicito o envio à cobrança. (Acrescem 5€ para despesas de envio e cobrança).
ASSINATURA
* Acrescem portes de envio de 3,50€ em encomendas inferiores a 30€.
£ Autorizo que a Vida Económica Editorial S.A. trate e utilize os meus dados pessoais, constantes deste formulário, para efeito de ações de marketing e promoção de
produtos, serviços, campanhas e eventos da Vida Económica Editorial S.A.. Mais declaro ter sido informado que a qualquer momento poderei requerer o apagamento
ou retificação dos meus dados pessoais, bem como opor-me a qualquer outra forma de tratamento desses dados, de acordo com a Política de Privacidade disponível
em: http://www.vidaeconomica.pt/politica-de-privacidade.
8 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024
ATUALIDADE
IGCP revê em baixa financiamento
com Bilhetes do Tesouro
O IGCP reviu em baixa o objetivo de financiamento líquido por via de Bilhetes do Tesouro. A desci-
da é de 23% face à estimativa inicial, para 4,7 mil milhões de euros. A agência que gere a dívida pú-
blica lançou o calendário de leilões para o próximo trimestre, 17 de abril, 15 de maio e 19 de junho.
ASSOCIAÇÕES EMPRESARIAIS QUEREM MECANISMOS ÁGEIS E ROBUSTOS DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO
Atrasos no PRR e PT2030 ten de
O PRR tem atualmente uma
taxa de execução a rondar os
26% e o PT2030 os 1,8%. A
complexidade dos processos,
a burocracia e a má definição
da gestão dos programas são
apontadas como principais
causas dos atrasos. As suspeições
levantadas no caso “Operação
Maestro” e que envolvem o
Compete e a AICEP podem
vir a complicar ainda mais o
acesso aos fundos europeus.
Esta é a convicção de alguns
responsáveis ligados ao setor
empresarial.
VIRGÍLIO FERREIRA
virgilioferreira@grupovidaeconomica.pt
O PRR, programa com um dotação glo-
bal de 22,2 mil milhões de euros, apresen-
ta à data de hoje uma taxa de execução de
26,2% no que toca aos incentivos às empre-
sas (4612 MJ de incentivo aprovado para
1211 MJ de incentivo pago). Ao nível das
Empresas 4.0 a execução ainda é mais bai-
xa: 19% (457 MJ aprovados para 87 MJ).
Como se não bastasse, o setor público (au-
tarquias e áreas metropolitanas, entidades
públicas e empresas públicas) conseguem
reunir um volume de incentivos aprovados
muito superior ao das empresas (9664 MJ
contra 4612 MJ).
O Portugal 2030 põe em prática o Acor-
do de Parceria entre Portugal e a Comis-
são Europeia para aplicar 23 mil milhões
de euros dos fundos europeus em projetos
que estimulem e desenvolvam a economia
portuguesa, entre 2021 e 2027.
O arranque do PT2030 sofreu um atraso
de cerca de dois anos. Os primeiros avisos
(13) foram lançados no final de março de
2023, abrangendo áreas que vão da forma-
ção à saúde, ferrovia, ambiente, informação
e comunicação, e assistência técnica, colo-
cando a concurso, no total cerca de 400
milhões de euros.
Em janeiro de 2024, o PT2030 apresen-
tava uma taxa de execução de 1,79%. No
período homólogo, o PT2020 já tinha exe-
cutado 2% da sua dotação, sem contar com
os fundos para a agricultura.
O Compete 2030, programa do PT2030
dirigido às empresas, dispõe de uma dota-
ção de 3904 mil milhões de euros de fun-
dos europeus para financiar investimentos
essencialmente nas regiões do Norte, Cen-
tro e Alentejo, dos quais 3504 milhões de
euros FEDER e 400 milhões de euros FSE.
A 31 de janeiro de 2024, o Compete tinha
549,2 milhões de euros a concurso, dos
quais 350,7 milhões de euros já fechados.
Hotelaria e retalho representam maioria
do investimento imobiliário
O investimento imobiliário, em Portugal, registou uma diminuição de 50%, no ano passado,
face ao exercício anterior. A entrada em imóveis comerciais totalizou 1,6 mil milhões de euros
e os setores da hotelaria e do retalho foram os que captaram a maior parte do investimento.
Em Portugal, o PRR foi transformado numa forma de financiamento de despesa pública corrente e num instrumento de materialização de investi-
mentos públicos.
Nessa data contabilizava 27 operações apro- série de dúvidas suscitadas pelas empresas funcionam. Pelo que, compreensivelmen-
vadas com o valor global de 72 337 926 eu- e pelas associações. Enquanto tais dúvidas te, a tendência será ainda mais a de adiar
ros. Contudo, as empresas não receberam não vierem a ser esclarecidas, não se sabe decisões”.
ainda qualquer euro de apoio. se alguns investimentos irão ou não ser
financiados pelo PRR. Naturalmente, na Setor privado é o mais penalizado
A má influência da “Operação dúvida, as iniciativas e os investimentos são
Maestro” adiados”, esclarece Rafael Campos Pereira. Para José António Azevedo, presidente da
De qualquer forma, os empresários que- Direção da AEBA, “as baixas execuções do
As explicações para os atrasos ao nível das rem que, com o novo Governo, a atual si- PRR são, naturalmente, motivo de grande
execuções do PRR e PT2030 são várias, tais tuação seja corrigida. Esta é a convicção do preocupação, devendo envolver todos os
como a burocracia, mas a principal deve-se à representante do setor da metalurgia, meta- responsáveis num forte compromisso para
sua conceção original dos programas. Esta é a lomecânica e afins: “A verdade é que, com inverter esta situação!”.
opinião de Rafael Campos Pereira, vice-presi- qualquer governo, seria absolutamente es- “Os objetivos e o plano estão traçados,
dente executivo da AIMMAP: “Em primeiro sencial tomar decisões, esclarecer as dúvidas porém falta agilidade e cumprimento de
lugar, relativamente ao PRR, é sabido que o colocadas e desburocratizar os processos. Se prazos na sua execução. A complexidade
mesmo foi mal concebi- isso não for feito rapi- dos processos, o peso burocrático, a demo-
do desde a sua origem. damente, tanto o PRR ra excessiva nas análises às candidaturas e a
Ao invés de se fazer como como o PT2030 serão falta de recursos fazem parte do problema
nos restantes países, em Fundos de 42,5 mil desperdiçados”. nas baixas execuções que se verificam. E es-
que os respetivos progra- milhões de euros Mas, por vezes, tes fatores afetam mais o setor privado do
mas foram direcionados complica-se em vez de que o setor público, levando à disparidade
para estímulos à econo- “encalhados” simplificar, tal como na taxa de execução”, acrescenta.
mia, em Portugal o PRR em burocracia expõe Rafael Cam- Na perspetiva do presidente da AEBA,
foi transformado por um pos Pereira: “Em todo “o atual momento político que se vive
lado numa forma de fi-
e má gestão o caso, compreendo em Portugal implicou, inevitavelmente,
nanciamento de despesa que, tendo em conta a um abrandamento na execução do PRR
pública corrente e por forma irresponsável e e PT2030. A janela de oportunidade para
outro lado num instrumento de materiali- caluniosa como a comunicação social e a atuar e aproveitar estes fundos está a fechar-
zação de investimentos públicos necessários justiça ainda muito recentemente trataram -se muito rapidamente e, por isso, é impe-
que tinham sido adiados”. publicamente responsáveis do COMPE- rativo atuar”.
“Isto é lamentável, mas ajuda a explicar TE e da AICEP (que são pessoas de ido- E deixa uma mensagem para o novo Go-
por que razão o peso do estado no PRR neidade à prova de bala), é absolutamente verno: “O novo governo deve rever as po-
é substancialmente superior ao dos priva- previsível que os processos venham ainda líticas e os procedimentos existentes para
dos”, acrescenta. a ser mais complicados e que a execução identificar e corrigir as falhas que estejam
Relativamente à baixa execução dos pri- dos programas seja ainda menos eficiente. a contribuir para as baixas taxas de execu-
vados, “não só é a mesma explicada pelo Naturalmente, as pessoas de bem não estão ção, procurando assegurar: lançar concur-
excesso de burocracia nos processos, como disponíveis para serem atiradas para a lama sos ajustados às necessidades das empresas,
importa ainda sublinhar que as entidades por quem vê fantasmas em todo o lado e da sua dimensão e áreas de atividade, e do
públicas continuam a não responder a uma não percebe realmente como os processos contexto em que se inserem; a definição
 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024 9

ATUALIDADE

Mota-Engil apresenta Declaração de Sustentabilidade Conferências do Estoril estão de volta

O Grupo Mota-Engil publica pela primeira vez um Relatório Único, com toda a infor- “Time to ReThink” é o tema da 9.ª edição das Conferências do Estoril, que volta ao
mação financeira e de sustentabilidade, reforçando desta forma o compromisso do Grupo Campus de Carcavelos da NOVA SBE, nos dias 24 e 25 de outubro de 2024, propon-
definido no seu Plano Estratégico Building 26, em que a Sustentabilidade é um dos eixos do o diálogo em direção a uma ação coletiva para superar os mais prementes desafios
principais. globais.

n dem a agravar
Maior eficiência da utilização dos fundos pelo setor empresarial privado
“A AEP afirma, desde a fase
mais preliminar do programa,
que o PRR devia ter tido uma
componente mais forte de
estímulo ao investimento do
setor empresarial privado,
nomeadamente direcionada ao
desenvolvimento e sofisticação
do perfil de especialização da
economia portuguesa. No que
toca, por exemplo, à aposta
nas Agendas Mobilizadoras,
um investimento bastante
reprodutivo, o PRR fica muito
aquém do esperado. Ademais,
a burocracia inerente às várias
fases de tramitação dos projetos
de investimento tem contribuído
fortemente para os atrasos na sua
aprovação no setor privado.
Apesar do setor empresarial
privado ter um montante aprovado
inferior ao setor público, está-
se a verificar uma mais célere
execução comparativamente
com o setor público, o que
demonstra uma maior eficiência
da utilização dos fundos pelo
setor empresarial privado”, afirma
à “Vida Económica” Luís Miguel
Ribeiro, presidente do CA da AEP.
“Num momento no qual já se
visiona o quinto pagamento do
PRR, a AEP vê como prioridade
máxima do próximo Governo a
célere execução deste e de outros
programas, como o PT2030, que
constituem importantes fontes de
cofinanciamento, absolutamente
cruciais num contexto em
que permanece o aperto das
condições financeiras, ainda
que com algum alívio. Este é o
caminho para Portugal assegurar
uma trajetória de crescimento
mais robusta, que permita elevar
o nível de vida para patamares
próximos dos países europeus
mais desenvolvidos”, acrescenta
Luís Miguel Ribeiro.

de metas realistas e o estrito cumprimento afetadas pelo cenário político internacional Fomento ter um papel activo, nomeada- ção política do PRR, é fundamental melho-
de prazos; adequar os recursos existentes às - assim como o custo de aquisição das mes- mente ao criar condições para simplificar rar os circuitos de análise e pagamento de
necessidades para colocar os programas de mas devido à inflação galopante, são tam- processos e instruir campanhas de literacia incentivos com o reforço dos recursos hu-
incentivos a funcionarem eficazmente e no bém fatores que podem ajudar a explicar a financeira que elucidem os pequenos sobre manos afetos ao PRR. Mas essencialmente
tempo certo; ter mecanismos ágeis e robus- baixa execução”, acrescenta Luís Ceia. os novos produtos financeiros disponíveis.” é fundamental apostar na clareza das regras
tos de monitorização e avaliação para acom- Sobre o que deveria ser feito para ace- “Os projetos apoiados, nomeadamente aplicáveis, já que a incerteza quanto a mui-
panhar o progresso da execução e identificar lerar a execução dos fundos, acrescenta: nas Agendas Mobilizadoras, devem in- tos procedimentos ainda é grande e, esse
rapidamente quaisquer “Impõem-se uma vi- troduzir valor no mercado, caso contrário facto gera receios e retração no investimen-
problemas que surjam; são estratégica sobre os esgotam-se em si mesmos. A avaliação dos to. Deverá ser feito um balanço sobre a exe-
promover o diálogo estrangulamentos que resultados deve ser feita pela aceitação pelo quibilidade de muitos investimentos para
mercado dos outputs do projeto e não pelo perceber a efetiva correlação entre o inves-
próximo e permanente
com os representantes
Janela de oportunidade afetam a economia e
redirecionar os recur- grau de execução do investimento.” timento aprovado e a previsão de realização.
do setor privado, para para atuar e aproveitar sos que venham a estar “O aumento da eficácia das estruturas ad- Neste contexto, é importante que se conso-
entender melhor as suas estes fundos está a disponíveis para o setor ministrativas que operacionalizam o PRR lidem os sistemas de informação para que
necessidades e desafios”. empresarial, colocando através da desburocratização de processos, seja possível um acompanhamento efetivo
“Em particular, as fechar-se” as empresas no centro requalificação e reforço dos seus quadros da execução, num contexto de crescimento
associações empresa- do Programa”. técnicos, será porventura a medida mais da economia relativamente anémico”.
riais podem ser um “Um PRR excessi- imediata e eficaz para melhorar os indica- “Em algum momento terá de se encarar
excelente parceiro para vamente centrado no dores do Programa”, conclui Luís Ceia. a questão de uma nova reprogramação de
apoiar o governo na definição estratégica Estado e no investimento público tende a metas e calendários, algo que dependerá de
e na execução das medidas previstas, pois substituir a despesa corrente do Estado, ao Necessidade de reprogramar metas um conjunto de factores externos, como as
conhecem a realidade do tecido empresarial invés de apoiar medidas que criem um am- e calendários eleições europeias, as situações de conflito
nacional, especialmente as PME, e as suas biente favorável ao estímulo e criação de ri- existentes, a evolução da situação econó-
necessidades e dificuldades. São também queza. O acesso ao crédito pelas PME deve Para Vieira Lopes, presidente da CCP, “há mica no conjunto dos países da UE entre
entidades habituadas a lidar com sistemas ser facilitado, devendo para tal o Banco de uma significativa necessidade de coordena- muitas outras variáveis”, conclui.
de incentivos e podem ser excelentes par-
ceiras para informar, esclarecer e dinamizar
o PRR e o PT2023 junto das empresas.
Devemos estar todos unidos e comprometi-
dos em encontrar as melhores soluções para
converter estas oportunidades em benefício
para o país!”, conclui José Antóno Azevedo.

PRR “mais amigo” do Estado

Luís Ceia, presidente da CEVAL, não

está surpreendido com o facto dos fundos
irem mais para o setor público do que para
o privado: “Sempre foi nossa convicção que
o PRR é muito mais amigo do Estado do
que das empresas, a parte atribuída ao setor
privado compara mal com a dirigida ao se-
tor público. Apesar de alguns investimentos
feitos no setor público recorrerem à contra-
tação de empresas privadas, estas sinergias
esgotam-se com o fim das empreitadas”,
afirmou à “Vida Económica”.
“A escassez de capitais próprios e os cons-
trangimentos no acesso ao crédito, agrava-
do pelo substantivo aumento das taxas de
juros, é um fator condicionante da boa exe-
cução dos investimentos aprovados do se-
tor privado. A escassez de mão de obra, de
matérias primas – cadeias logísticas muito
10
NEGÓCIOS
E EMPRESAS
AUMENTO DE 3% NUM ANO
LIPOR recicla mais de 68 mil
toneladas de materiais
A LIPOR reciclou, em 2023,
mais de 68 mil toneladas de
materiais, desde papel/cartão,
plástico, metal e vidro, prove-
nientes da recolha seletiva porta
a porta, proximidade com aces-
so condicionado, ecopontos e
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ecocentros, o que significa um
crescimento de +3% relativa-
mente a 2022.
Proveniente de Recolha Se-
letiva de Biorresíduos e em re-
sultado da expansão de projetos
de recolha porta a porta e de
QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024
Brisa e Técnico promovem inovação e talento
O grupo Brisa e o Instituto Superior Técnico vão ser parceiros no apoio à investigação e de-
senvolvimento (I&D) e no reconhecimento do talento. A parceria prevê o investimento de
100 mil euros por ano até 2026, com a atribuição de bolsas e prémios e o reforço da presen-
ça da empresa no apoio a projetos de inovação. No âmbito do acordo, o grupo Brisa vai atri-
buir prémios de mérito a estudantes com desempenho relevante que ingressem num curso do
Técnico.
proximidade com acesso condi-
cionado para os fluxos de resí-
duos alimentares e de resíduos
verdes, a LIPOR recebeu quase
52 mil toneladas, o que repre-
senta um aumento de +8% em
comparação com 2022. A produção de lixo dos munícipes foi reduzida em 1,2%.
PUB
Estes resultados demonstram
o forte investimento e aposta
da LIPOR na maximização e
incremento, em quantidade e
qualidade, de materiais a enviar
para Reciclagem e Valorização
Orgânica.
Municípios apostam
na recolha porta a porta
De realçar, o significativo
crescimento dos quantitativos
de resíduos alimentares reco-
lhidos seletivamente no setor
residencial, resultado da forte
aposta dos oito municípios LI-
POR na recolha porta a porta
ou de proximidade com acesso
condicionado.
Exportação para a
rede nacional da EDP
de 163 182 MWh de
energia elétrica
FORMADORA
Joana Caseira Azevedo
Formadora, Consultora e Analista
de Perfil Comportamental
Em 2023, a produção de lixo
dos munícipes foi reduzida em
1,2%, que representa menos
4519 toneladas face a 2022. A
LIPOR encaminhou quase 363
mil toneladas para Valorização
Energética, o que permitiu a
exportação para a rede nacional
da EDP de 163 182 MWh de
energia elétrica.
Foram depositadas 11 546
toneladas de lixo em aterro, o
que representou apenas 2% dos
resíduos produzidos nos oito
municípios associados. Os pro-
dutos LIPOR - nomeadamente
os Recicláveis (papel e cartão,
plásticos, vidro e metais), o
Composto Orgânico e Subs-
tratos Nutrimais® e a Energia
Elétrica exportada - tiveram um
impacto positivo na redução de
emissões de Gases com Efeito
Estufa (GEE) noutros setores
económicos na ordem das 105
000 tCO2e, o que equivale às
emissões de GEE associadas à
circulação anual de 40 mil au-
tomóveis.
 QUINTA-FEIRA, 28 MARÇO 2024
GMV lidera missão de demonstração em órbita
A GMV vai liderar uma missão de demonstração em órbita, o LEO PNT, para a ESA. O ob-
jetivo é desenvolver tecnologias para satélites em órbita baixa. A equipa portuguesa da GMV
tem um papel determinante no segmento do utilizador, liderando o desenvolvimento de um
dos recetores de teste. Assegura ainda a disponibilidade de sinais de simulação para testar os
satélites em terra e contribui para o conceito de integridade, a testar neste demonstrador.
Sonae quer atingir paridade
de género em 2026
A Sonae está comprometida
com a promoção da igualdade
de género, tendo estabelecido
o objetivo de 45% das posições
de liderança serem ocupadas por
mulheres em 2026. Este com-
promisso enquadra-se na estraté-
gia de diversidade e inclusão do
grupo, que entre 2019 e 2023
permitiu reforçar o peso das mu-
lheres em funções de liderança de
34% para 40%.
João Günther Amaral, admi-
nistrador executivo da Sonae,
afirma: “Na Sonae, estamos num
processo constante de aprendiza-
gem e adaptação, conscientes de
que temos de melhorar. Foi com
um claro sentido de propósito
que definimos o compromisso
de acelerar o equilíbrio de géne-
ro nas funções de liderança. Por
esse motivo, estabelecemos metas
para alcançar essa diversidade,
que é fundamental para promo-
ver a diversidade de pensamento,
variedade de experiências e pon-
tos de vista, impulsionar a ino-
vação e conduzir a decisões mais
ponderadas”.
Os valores de inclusão e di-
versidade são parte integrante
da matriz da Sonae desde a sua
génese, estando intrinsecamen-
te relacionados com a evolução,
crescimento e diversificação dos
seus negócios e integrando um
lugar de destaque nas agendas da
liderança de topo. A aposta em
planos de desenvolvimento de
talento para o género sub-repre-
sentado tem diferentes compo-
nentes, sendo uma delas a parce-
ria com o projeto PROMOVA,
que visa identificar e desenvolver
talentos femininos com potencial
de liderança, fomentando a sua
promoção a funções de topo nas
empresas. Outra variável impor-
tante são os programas de flexi-
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O grupo pretende alcançar 45% de mulheres em funções de liderança.
Compromisso
com as
mulheres
O compromisso da Sonae
com a igualdade de género
é uma realidade histórica.
Por exemplo, no âmbito da
European Round Table for
Industry (ERT), a Sonae
subscreveu em 2013 a
Women Initiative. Já em
2015, assinou o compromisso
com o Governo de Portugal
no sentido de continuar a
desenvolver diligentemente
os seus melhores esforços no
sentido de manter acima de
30% o nível de representação
do género sub-representado
no conselho de administração.
Em 2018, assinou o primeiro
compromisso europeu para
a diversidade e inclusão,
transversal a várias indústrias,
o Pledge Embrace Difference
(Diversity & Inclusion).
EDPR e Walmart assinam acordo de compra de energia
A EDP Renováveis e a Walmart assinaram um novo acordo para o fornecimento de energia
durante 15 anos que será produzida por um projeto solar que está a ser desenvolvido no Texas,
nos Estados Unidos. Este PPA complementa os restantes contratos corporativos de compra
de energia que a Walmart já tem com a EDPR e que chegam aos 395 MW em energia solar e
eólica de larga escala e cerca de 50 MWp em energia solar distribuída.
bilidade no trabalho, que têm
como missão contribuir de for-
ma ativa para a integração entre
a vida pessoal e profissional dos
colaboradores e, consequente-
mente, para o seu bem-estar e
realização profissional.
O compromisso do grupo na
promoção da igualdade de género
é reconhecido internacionalmen-
te, com a Sonae a integrar uma
posição de destaque no Bloom-
berg Gender-Equality Index, que
reúne as cotadas de todo o mundo
que mais contribuem para a pro-
moção da igualdade de género.
O desenvolvimento do talento
representa um dos pilares do mo-
delo de gestão estratégica de re-
cursos humanos e é uma área de
constante investimento, absolu-
tamente essencial para o cumpri-
mento da ambição de crescimen-
to e diversificação da Sonae. O
Grupo promove ativamente uma
cultura de meritocracia, onde a
diferenciação do desempenho e o
contributo das pessoas e equipas
NEGÓCIOS E EMPRESAS
é sustentado em processos e fer-
ramentas de avaliação e reconhe-
cimento. Avaliações de desempe-
nho, promoções, revisões salariais
e saídas são monitorizadas, de
acordo com as diferentes dimen-
sões de diversidade, incluindo o
género, de modo a garantir uma
gestão adequada em todas as
equipas.
João Günther Amaral conclui:
“Todos temos um papel a desem-
penhar para atingirmos a igual-
dade de género. Desenvolvemos
políticas inclusivas que abrangem
todas as fases do percurso dos co-
laboradores, desde a contratação
até à progressão, sem esquecer
o empoderamento das equipas,
para termos as ferramentas ne-
cessárias para concretizarmos
esta jornada. Sabemos que ainda
temos um longo caminho para
percorrer, mas estamos satisfei-
tos com os passos que já demos
e motivados para continuar o tra-
balho em prol de um ambiente
mais equitativo e diversificado”.
11
Jerónimo
Martins premeia
colaboradores
O Grupo Jerónimo Martins vai
investir cerca de 93 milhões de
euros na atribuição de um prémio
extraordinário a cerca de 90 mil
colaboradores das operações (na
sua maioria lojas e centros de dis-
tribuição) em Portugal, Polónia e
Colômbia.
O Conselho de Administração
de Jerónimo Martins aprovou a
proposta do seu Presidente, Pedro
Soares dos Santos, para a atribui-
ção deste prémio, que será pago
em abril, como reconhecimento
do trabalho e do contributo des-
tes colaboradores para os sólidos
resultados obtidos em 2023.
Pedro Soares dos Santos, Presi-
dente e Administrador-Delegado
de Jerónimo Martins, afirma que
“este prémio é uma forma de re-
Este prémio
extraordinário
será de 850 euros
conhecer e agradecer o grande
sentido de compromisso, a com-
batividade e a entrega dos nossos
colegas das operações, que deram
um contributo decisivo para o
excelente desempenho das nossas
Companhias num ano exigente
e que foi vivido num contexto
mundial muito complexo”.
Em Portugal, este prémio ex-
traordinário será de 850 euros,
mais 100 euros face ao último va-
lor pago, e será atribuído a mais de
21 mil colaboradores, num inves-
timento de cerca de 19 milhões de
euros. Este prémio acumula com
a remuneração variável mensal em
vigor e com os vários programas e
ações de apoio aos colaboradores
nas dimensões da saúde, da educa-
ção e do bem-estar familiar.
O Grupo Jerónimo Martins
emprega em Portugal mais de 35
mil colaboradores e cerca de 134
mil no conjunto dos países onde
está presente.
PUB
BLASQEM
12
NEGÓCIO E EMPRESAS
Grupo Ageas Portugal distinguido internacionalmente
O grupo Ageas Portugal foi distinguido internacionalmente na edição deste ano do Qorus
Reinvention Awards, tendo recebido a prata na categoria ESG. O prémio ficou a dever-se
à iniciativa “Por um mundo sem rótulos”, em que é colocado em debate a inclusão social,
sobretudo no mercado de trabalho.
Inovação estratégica na saúde: equilíbrio de transformação digital
e humanidade
No setor da saúde e bem-estar, as empresas
privadas encaram desafios estratégicos
significativos, especialmente na adaptação
à transformação digital. A digitalização
está a transformar profundamente o
setor, abrangendo desde a telemedicina
até aplicações de bem-estar e plataformas
de gestão de saúde pessoal, à medida que
procuram crescimento e desenvolvimento
nas suas atividades.
As empresas do setor de saúde precisam
adotar tecnologias inovadoras, garantindo
a segurança e privacidade dos dados dos
pacientes e cumprir com regulamentações
em constante mudança. Enfrentam o
desafio de controlar custos enquanto
oferecem serviços de alta qualidade
e precisam responder às crescentes
expectativas dos consumidores por serviços
personalizados, acessíveis e transparentes.
Manter serviços de alta qualidade é
vital para a reputação e sucesso das
empresas de saúde, exigindo melhores
práticas, formação contínua dos
profissionais e sistemas eficientes de
gestão da qualidade. Adicionalmente,
a adoção de práticas sustentáveis e de
responsabilidade social tornou-se um fator
diferenciador competitivo, valorizado
pelos consumidores e pela sociedade,
mais a mais sabendo da recente relevância
dos critérios ESG (ambiental, social,
governança), os três pilares centrais usados
para medir a sustentabilidade e o impacto
ético das iniciativas de uma empresa ou
negócio.
A constante inovação no setor de saúde
requer que as empresas invistam em novas
tecnologias e tratamentos, enfrentando
desafios financeiros e estratégicos. Formar
parcerias estratégicas, incluindo com
instituições de pesquisa e “startups”,
é essencial para fomentar a inovação
aberta, isto é, uma iniciativa colaborativa
para a inovação e expansão dos negócios
recorrendo a terceiros especialistas. Para
navegar com sucesso nesse ambiente, as
empresas de saúde e bem-estar precisam
“
A transformação
digital está a
remodelar a saúde
”
GONÇALO COELHO DE CARVALHO
Consultor em Estratégia de Negócios e
Doutorado em Gestão Empresarial Aplicada
desenvolver estratégias dinâmicas e
flexíveis, que permitam adaptar-se
rapidamente às mudanças do mercado e às
necessidades dos consumidores, enquanto
se mantêm alinhadas com a legalidade
e comprometidas com a prestação de
cuidados de alta qualidade.
É neste sentido de modernidade e
vanguarda que a transformação digital
na saúde está a redefinir o panorama do
cuidado médico, com empresas inovadoras
a utilizar tecnologias de ponta, como
a “machine learning” (aprendizagem
automatizada) e a “data analytics”
(análise de dados), para oferecer soluções
de saúde eficazes e acessíveis. Para ter
sucesso, as empresas de saúde devem
adotar estratégias flexíveis, ajustando-se
rapidamente às mudanças do mercado
e necessidades dos consumidores,
mantendo-se legais e focadas na qualidade
dos cuidados. A transformação digital
está a remodelar a saúde, com tecnologias
avançadas como a “machine learning” e a
“data analytics”, possibilitando soluções de
saúde eficazes e acessíveis.
Empresas como a Sword Health, HingeI
Health, Cureapp, Omada Health,
LivongoI e Peloton Interactive, estão
no topo dessa transformação e oferecem
soluções que combinam tecnologia
avançada com cuidado personalizado.
Por exemplo, a portuguesa Sword
Health está a revolucionar a reabilitação
musculoesquelética através de programas
digitais de gestão da dor e reabilitação. Ao
combinar tecnologias como sensores de
movimento e “coaching” digital, a Sword
Health oferece intervenções personalizadas
que melhoram os resultados dos pacientes.
A americana de San Francisco,
HingeI Health, concentra-se na saúde
musculoesquelética e oferece programas
digitais para problemas como a dor
lombar e a dor no joelho. Esta empresa
utiliza tecnologias como sensores de
movimento e “coaching” digital, para
fornecer intervenções personalizadas que
melhoram os resultados dos pacientes.
A Cureapp, baseada em Tóquio,
desenvolve aplicativos de saúde mental
para ajudar no tratamento da depressão,
insónia e tabagismo. As suas aplicações
combinam técnicas de terapia cognitivo-
comportamental com suporte digital e
monitoramento remoto, proporcionando
uma abordagem inovadora para o
tratamento de condições de saúde mental.
A Omada Health, também de San
Francisco, oferece programas digitais de
mudança de estilo de vida para prevenir e
gerir condições crónicas, como a diabetes
tipo 2, hipertensão e saúde mental. Com
o “coaching” virtual, monitoramento de
dados e comunidades online, a Omada
COTEC lança programa de proteção da propriedade intelectual
A COTEC Portugal, associação empresarial para a inovação, em parceria com a Organização
Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), anunciou o lançamento de um projeto-piloto
para apoiar as empresas em crescimento internacional na gestão e proteção dos seus ativos
intangíveis e direitos de propriedade industrial.
Health apoia os participantes nos seus
objetivos de saúde.
A californiana Livongo pertencente ao
grupo Teladoc Health, é especializada
em saúde digital para pessoas com
condições crónicas e oferece soluções
de monitoramento remoto e suporte
personalizado. Os seus serviços ajudam
os pacientes a gerir condições como
a diabetes e a hipertensão de forma
eficaz, promovendo uma vida saudável e
autónoma.
Finalmente, a nova-iorquina Peloton
Interactive, embora mais conhecida pelas
suas bicicletas de exercício conectadas,
também oferece serviços digitais de saúde
e “fitness”. Com aulas de exercícios online,
treino personalizado e acompanhamento
de desempenho, a Peloton Interactive está
a redefinir a forma como as pessoas se
exercitam e cuidam da sua saúde.
Essas empresas estão na vanguarda da
inovação em saúde digital e aproveitam
as tecnologias digitais mais avançadas
para melhorar os resultados dos pacientes
e promover um estilo de vida saudável.
Ao integrar aprendizagem automatizada,
análise de dados e outras tecnologias
inovadoras, estas empresas estão a
transformar a forma como pensamos
sobre o cuidado médico e inspiram para
mudanças positivas na saúde global.
Além disso, as “capacidades dinâmicas”
das organizações desempenham um
papel estratégico nesse processo de
transformação. As empresas de saúde
digital precisam de ser ágeis e adaptáveis
para inovar continuamente num ambiente
tecnológico de rápida mudança onde a
inteligência artificial ajuda ainda mais
a acelerar este processo. Isso envolve a
capacidade de identificar oportunidades,
aprender com experiências passadas e
reconfigurar recursos e processos internos
para dar resposta às exigências do mercado
e às necessidades dos pacientes.
A “machine learning” desempenha um
papel fundamental nesse cenário e permite
que as empresas analisem grandes volumes
de dados de forma rápida e eficiente,
identificando padrões e “insights” que
podem captar decisões estratégicas
e aprimorar a prestação de cuidados
de saúde. Ao aplicar algoritmos de
aprendizagem automatizada a conjuntos
de dados clínicos e de pacientes, as
empresas podem personalizar tratamentos,
prever riscos de saúde e melhorar os
resultados dos pacientes de maneira
significativa.
Essa combinação de “capacidades
dinâmicas” e de “machine learning”
permite que as empresas de saúde digital
se destaquem num mercado competitivo e
respondam às crescentes expectativas dos
QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024
“
As empresas do setor
de saúde precisam
adotar tecnologias
inovadoras
”
pacientes por cuidados de saúde acessíveis,
eficazes e personalizados. Ao investir
nessas áreas, as organizações podem não só
sobreviver, mas também prosperar na era
da transformação digital na saúde.
À medida que avançamos para uma era
de maior automação e conectividade na
saúde, é fundamental considerar uma série
de questões estratégicas que surgem com
essa transformação. Por exemplo, podemos
abordar o equilíbrio entre eficiência e
humanidade, assegurando que as soluções
digitais priorizem o cuidado personalizado
e a experiência do paciente. Isso pode ser
conseguido através do desenvolvimento
de algoritmos e sistemas que, embora
automatizados, ainda levam em
consideração as necessidades individuais e
o contexto clínico de cada paciente.
Além disso, a proteção de dados
e privacidade emerge como uma
preocupação central. Garantir a segurança
e a confidencialidade dos dados dos
pacientes requer a implementação de
medidas robustas de segurança cibernética,
criptografia de dados e práticas de partilha
de informações transparentes e éticas.
No que diz respeito à capacitação e treino
dos recursos humanos, é essencial investir
na formação de profissionais de saúde,
para que possam utilizar eficazmente
as tecnologias digitais na sua prática
clínica. Em relação à equidade no acesso,
as empresas de saúde digital podem
adotar abordagens inclusivas, como o
desenvolvimento de soluções acessíveis em
termos de custo e fáceis de usar, para uma
ampla gama de pacientes.
Por fim, em termos de responsabilidade
ética, as empresas de saúde digital devem
comprometer-se com princípios éticos
sólidos, como transparência, equidade e
prestação de contas. Isso pode incluir a
criação de conselhos consultivos de ética, a
realização de avaliações de impacto ético e
a implementação de políticas claras de uso
responsável de dados.
 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024
CEO: O segredo do sucesso está na liderança!
No mundo empresarial,
a figura do CEO é
crucial. Se uma empresa
se mantém no topo do
desempenho por uma
década ou mais, o seu
valor para os stakeholders
é incomparável. Este
fenómeno, conhecido
como “a curva do
poder”, destaca a
importância do papel
desempenhado pelo
CEO na criação de
valor, onde a sua
dinâmica de liderança é
fundamental.
Estudos recentes realçam o
“efeito CEO”, indicando que as
ações e decisões tomadas por es-
ses líderes têm um impacto cada
vez mais significativo no desem-
penho global das empresas. Ao
longo das últimas cinco décadas,
a influência do CEO na perfor-
mance corporativa duplicou,
destacando ainda mais a impor-
tância desse papel em toda a di-
nâmica da organização. Pensar
estrategicamente e não apenas
de forma operacional, é funda-
mental num mundo corporati-
vo onde a capacidade de agir (e
reagir) rapidamente e com foco,
é essencial.
Uma das grandes dificuldades
que enfrentam muitos CEO, lí-
deres de topo, é a sua “prisão”
à micro gestão, e a sua inabili-
dade em equilibrar a resolução
de problemas complexos diá-
rios, com decisões estratégicas
alinhadas com o propósito e
valores da organização. Diria
até que, em muitas das decisões,
bastaria que existisse bom senso,
não necessitando de modelos de
conhecimento complexos ou até
de ferramentas muito avançadas.
Podemos dizer que assumir
o cargo de CEO não é uma ta-
refa fácil. Os desafios são vastos
e complexos. Cerca de dois em
cada cinco CEOs enfrentam
FELICIDADE, TALENTO E
PRODUTIVIDADE
imagem: alphajwc
dificuldades nos primeiros 18
meses de mandato, enquanto
um em cada três é convidado a
sair, após três anos. Estas esta-
tísticas, juntamente com a cons-
tatação de que 60% dos CEOs
sentem que estão a “improvisar”,
refletem a complexidade ineren-
te ao cargo, que depois da pan-
demia do Covid-19, ficou ainda
mais incerto e “tenso”.
As cinco etapas do CEO
na criação de valor
A Harvard Business Review, em
conjunto com a Spencer Stuart,
levaram a cabo um interessante
estudo sobre as várias etapas na
performance e vida de um CEO,
analisando todos os mandatos de
747 CEOs do índice S&P 500
de 2004 a 2017, com as seguintes
conclusões sobre as cinco etapas:
Ano 1: A lua de mel. A maioria
dos CEOs alcança um desempe-
nho acima da média, no primei-
ro ano. Entram no trabalho com
baterias totalmente carregadas,
prontos para assumir a liderança,
o entusiasmo pela mudança eleva
o preço das ações e une os investi-
dores, o conselho e a organização.
Os excelentes resultados financei-
SÉRGIO ALMEIDA
FUNDADOR DO SEAL
GROUP
ros no 1.º ano podem ter estabe-
lecido um padrão irrealista. Ano
2: A crise do segundo ano. Após
a exuberância da lua-de-mel, o
pêndulo normalmente oscila na
direção oposta, muitas vezes im-
pulsionado mais por expectativas
não atendidas do que por reais
problemas significativos. Anos 3
a 5: A Recuperação. Se sobrevi-
verem à crise do segundo ano, a
maioria dos CEOs entrará num
período de ventos favoráveis. As
suas ações, nos primeiros dois
anos, começam a dar frutos,
nesta fase, estão a trabalhar para
o futuro, neste momento, a sua
marca já está em toda a organiza-
ção. Anos 6 a 10: A armadilha
da complacência: O período de
recuperação é, frequentemente,
seguido por um período de es-
tagnação prolongada e resulta-
dos medíocres. O desempenho
pode não ser totalmente nega-
tivo (e em alguns casos pode ser
camuflado por um mercado em
ascensão), mas os CEOs tendem
a ter dificuldades para apresentar
resultados ao nível dos anos an-
teriores. Anos 11 a 15: Os anos
dourados.
Os CEO que sobrevivem à ar-
madilha da complacência, nor-
malmente, passam por alguns
dos seus melhores anos de criação
de valor. O seu compromisso de
longo prazo e sua capacidade de
se reinventarem bem como da
empresa, deram bons frutos.
Os seis papéis
fundamentais
Mas então, como os CEOs
podem enfrentar esses desafios e
conduzir as suas empresas ao su-
cesso? O que separa os melhores
dos demais, neste cargo tão cru-
cial? Um estudo recente realizado
pela McKinsey identificou seis
papéis fundamentais que qual-
quer CEO deve desempenhar:
1. Estabelecer a direção: O
NEGÓCIOS E EMPRESAS
CEO deve definir uma visão clara
e estratégica para a empresa, esta-
belecendo metas e objetivos que
orientem todas as atividades.
2. Alinhar a organização: É
fundamental garantir que todos os
membros da organização estejam
alinhados com a direção definida,
trabalhando em conjunto para al-
cançar os objetivos estabelecidos.
3. Mobilizar os líderes: O
CEO tem o papel de inspirar e
capacitar os líderes da empresa,
garantindo que estejam prepara-
dos e motivados para liderar as
suas equipas, de forma eficaz.
4. Trabalhar com o Conselho
de Administração: Uma relação
sólida e colaborativa com o con-
selho de administração é essencial
para garantir uma liderança eficaz
e uma orientação estratégica con-
sistente.
5. Conectar-se com os sta-
keholders: Os melhores CEOs
entendem a importância de cons-
truir relacionamentos sólidos
com todas as partes interessadas
da empresa, desde acionistas e
clientes, até funcionários e comu-
nidades locais.
6. Gerir a eficácia pessoal: Por
fim, o CEO deve ser capaz de ge-
rir a sua própria eficácia pessoal,
Fonte: McKinsey&Company
13
focando-se nas áreas onde a sua
contribuição é mais valiosa e evi-
tando, assim, dispersar-se em ati-
vidades de menor impacto.
Além desses papéis fundamen-
tais, a pesquisa da McKinsey
identificou também as mentali-
dades-chave, que distinguem os
CEOs de sucesso: Ser audaz: Os
melhores CEOs não têm medo de
correr riscos e procurar oportuni-
dades de crescimento e inovação.
Priorizar a disciplina: Eles apli-
cam a mesma rigidez e disciplina
aos aspetos “soft” do negócio,
como a cultura organizacional e
a gestão de talentos, que aplicam
aos aspetos mais tangíveis e men-
suráveis. Focar na psicologia da
equipa: Em vez de se concentra-
rem apenas nos aspetos técnicos
da liderança, os CEOs eficazes
dedicam tempo e esforço para
compreender a psicologia de suas
equipas e motivá-las a alcançar
resultados excecionais. Colabo-
rar com o Conselho de Adm:
Em vez de ver o conselho como
um obstáculo, os melhores líde-
res encaram-no como um parcei-
ro estratégico, trabalhando em
conjunto para impulsionar o su-
cesso da empresa. Compreender
as motivações dos stakeholders:
Em vez de simplesmente respon-
der aos pedidos dos stakeholders,
os CEOs eficazes procuram com-
preender as suas motivações e
preocupações subjacentes, pro-
curando soluções que atendam
às necessidades de todas as partes
envolvidas. Priorizar o tempo e
os recursos: Por fim, de sucesso
reconhecem a importância de
gerir, eficazmente, o seu tempo
e recursos, concentrando-se nas
atividades que agregam mais va-
lor à empresa e delegando tare-
fas menos relevantes para outros
membros da equipa.
Ser CEO é, com certeza, uma
missão desafiadora, mas tam-
bém pode ser extremamente
gratificante, podendo fazer a di-
ferença na vida de muitas pessoas
e famílias. Ao adotar os papéis
e mentalidades certas, os líderes
conseguem não apenas enfrentar
os desafios com confiança, mas
também conduzir as suas empre-
sas ao sucesso sustentável a lon-
go prazo.
20
EMPRESAS/PME
Notícias
VIAGENS NA MINHA TERRA
O que vou comer?
Il Papero em Família
E
stamos em Moledo do Mi-
nho.
Uma Praia invejável com o
Forte da Ínsua, garboso, a orien-
tar as marés.
Onde estão os que ficaram
deste lado do Rio e do Mar. Do
outro lado, uma Galiza que não
deixa de se confundir connosco.
Na tradição, na língua, mas
também na cultura, no receituário
e na Dieta Atlântica que anima,
enobrece e qualifica estas duas
grandes cozinhas do Mundo.
A Praia de Moledo é procurada
por muitos portugueses, em es-
pecial do Norte que nela encon-
tram o retempero de uma segun-
da casa.
Há talvez por isso uma econo-
mia virada para este particular in-
teresse de um veraneio de proxi-
midade. Para os residentes não
habituais como agora se diz.
Claro que sendo uma terra
de matriz agrícola e de excelen-
te culinária, os restaurantes vão
abrindo ao sabor das divagações
da procura.
E, por isso, felizmente temos
muitos restaurantes a abrir en-
tre Afife e Vila Nova de Cerveira,
para não chegarmos a Tui ou La
Guardia onde também sempre
surgem propostas auspiciosas.
Desta vez fomos ao coração
de Moledo. Ali mesmo, nas cer-
canias da bonita estação fica este
restaurante – o “Il Papero”, insti-
tuído em plena pandemia por um
QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024
António de
Souza-Cardoso
Presidente da AGAVI
ex-bancário o Mário Machado.
Admitimos que é um homem de
convicções fortes por ter ido com
a sua adiante apesar das adversi-
dades. Nós queríamos muito co-
nhecer esta cozinha que nos foi
bem recomendada.
Sala bonita, envidraçada,
numa folha só, quadrada e aber-
ta como gostamos. O bar, os
fornos todos concentram-se de
frente para a sala com imacula-
da transparência. Uma mesa fa-
miliar mais alta dá á sala um tom
de aconchego, mas um conforto
elegante que já vimos noutras
capitais europeias.
O Rei da festa é a cozinha italia-
na. E nela se distinguem as pizzas
romanas conhecidas por serem
mais rusticas, maiores, quadra-
das de fermentação mais lenta,
destinadas aos operários ou tra-
balhadores que precisavam de
uma massa forte, fofa e de gran-
des dimensões e as napolitanas
circulares, mas como as conhece-
mos, de proporções mais indivi-
duais. Claro que antes temos as
focaccias de várias espécies, mas
também outras velhas novidades meio há um bacalhau à lagareiro das mais simples – mas a massa que oferecem também uns gela-
deste lado petisqueiro do Norte ou à braga e ao sábado há mes- era divina, grossa, intensa e fofa, dos artesanais muito recomenda-
de Portugal e de Espanha, como mo um exultante cozido à portu- a fazer lembrar as nossa bolas de dos.
os ovos com farinheira ou os ovos guesa. Da brasa sai uma posta ou antigamente. Gostamos deste regresso a
rotos com presunto ou outras um porco bísaro, para que perce- Vinhos que sem serem de um Moledo e havemos de voltar a
iguarias semelhantes. bam a grande versatilidade desta enorme portfólio cumpriam na namorar com este Il Papero que
As pastas fazem também par- grelha. diversidade e no preço. porque talvez por a visita se ter
te da carta, mas o curioso é que Regressemos às pizzas para Serviço muito atencioso. feito em Família nos pareceu
se isto começa, a verdade é que prestar a vénia devia. Em espe- A Panna Cotta é uma excelen- aconchegante e carinhoso. Hasta
não acaba na cozinha italiana. No cial às romanas – provamos uma te alternativa para as sobremesas la Vuelta!
 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024 15

EMPRESAS/PME

Associação Portuguesa para a Promoção da Gastronomia e Vinho, Produtos Regionais e Biodiversidade

O que vou beber?

As novas conquitas
da Quinta da
Alorna no Mundus
Vini

E
sta sexta-feira falo-vos das
novas conquistas da Quin-
ta da Alorna no 34º Con-
curso Internacional Mundus Vini
– Spring Tasting 2024.
O vinho Reserva das Pedras
Tinta Miúda 2020 da Quinta
da Alorna foi distinguido como
“Best in Show”. Este vinho, da
propriedade localizada em Al-
meirim, foi ainda distinguido
com uma medalha de ouro.
Ainda neste concurso, que é
considerado um dos mais impor-
tantes e conceituados do mun-
do, os vinhos Quinta da Alorna
Reserva Alvarinho & Viognier
2021 e Quinta da Alorna Sau-
vignon Blanc 2022 também re-
ceberam uma medalha de ouro.
Para completar, o vinho Quinta dalha de prata. das principais regiões vinícolas nho de 55 países. do Vinho 2024”, o produtor da
da Alorna Reserva Arinto e Char- O Mundus Vini é um concurso da Alemanha, este ano juntou Na altura em que a cidade de região do Tejo contabiliza agora
donnay 2022 conquistou a me- anul que decorre em Pfalz, uma mais de 250 especialistas de vi- Almeirim integra a rota “Cidade quatro distinções!

O que conhecer?
Menu de Páscoa do será acompanhado de uma oferta extra,
com referências italianas da temporada
Rocco a serem servidas.
O menu de Páscoa começa com a en-

O
Rocco, em Lisboa, tem uma be-
líssima oferta para esta Páscoa.
Este restaurante italiano vai
buscar inspiração à paradisíaca Costa
Amalfitana, no sul de Itália e traz um
menu especial de Páscoa entre os dias
29 e 31 de março. Também vão vender
doces da época.
O último fim-de-semana de março
trada de Cogumelos com creme de ba-
tata e trufa (juntamente com o Casal das
Aires Chardonnay Branco, de Lisboa);
no Primo Piatto a escolha será entre o
Orichieti em caldo de peixe aromati-
zado com açafrão, ostra em tempura e
caviar oschietra (a casar com Quinta de
San Michel, Malvarinto de Janas, Bran-
co, também de Lisboa) e o Abbacchio
alla Romana, o borrego típico da zona
de Roma, radicchio grelhado e puré de
maçã Fuji assada (acompanhado com
Quinta do Monte d´Oiro Tempera 2004,
Tinto, igualmente da região de Lisboa).
Para finalizar, a sobremesa incluída é o
imprescindível Tiramisù, com Vinho do
Porto Grahams Tawny 20 Anos.
O chef Claiton Ferreira e a equipa
de pastelaria também prepararam três
obras para venda: o Amelfi Egg, com-
posto por chocolate negro 70%, o Foler
Rocco e a coleção de Páscoa dos cho-
colates Rocco, com novos sabores fres-
cos.

Viagens a outras terras

Lisbon Bar Show cado pelo 2º Congresso promove a troca de expe- classes, workshops e concur-
Ibérico de Bartenders, uma riências no setor. Também sos.

O
Lisbon Bar Show vai
realizar a sua 9ª edi-
ção em maio.
O evento é considerado a
maior reunião de marcas de
bebidas, em Lisboa, e conta
com os maiores bartenders
do mundo.
O palco será no Turim
Boulevard Hotel nos dias 14
e 15 de maio e contará com
35 oradores internacionais
confirmados.
O primeiro dia será mar-
plataforma de debate que
vão ser realizadas master- Em todas as edições há
um país convidado. Em
2024 o Peru será o homena-
geado. Vão estar presentes
chefs de cozinha do país a
partilhar produtos típicos da
sua gastronomia e serão ser-
vidas bebidas peruanas.
O embaixador do Peru
em Portugal, Carlos Gil de
Montes, e Tom Dyer, um dos
melhores flair bratenders do
Mundo vão marcar presença
neste grande evento a não
perder!
16 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇ0 2024

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

Prorrogado prazo de candidaturas ao PRR componente C10-Mar
A DGRM – Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, informou
que foi prorrogado até 12 o prazo para entrega das candidaturas ao PRR Componente C10
– Mar. Este programa tem um fundo com uma dotação de cinquenta milhões de euros, para
apoio à transição energética e redução de emissões do transporte marítimo de mercadorias e
de passageiros.
Lactogal adquire a totalidade do Grupo Queijos Santiago
A Lactogal, empresa doo setor dos lacticínios em Portugal, anunciou a compra da totalidade
das empresas do grupo Queijos Santiago. O perímetro da operação inclui o portefólio de mar-
cas dos Queijos Santiago, três unidades de produção em Portugal – Montemuro, Palmela e
Portalegre – e um centro logístico na Venda do Pinheiro. A Lactogal pretende manter a matriz
identitária do Grupo Queijos Santiago.

JOSÉ MARTINO
Consultor de
Desenvolvimento
Territorial

Agora que os agricultores invadiram
Bruxelas, adensa-se a discussão sobre
se é legítimo politicamente dar-lhes
mais dinheiro público. Quando os
alimentos que produzem têm valor de
mercado, a UE autoriza importações de
produtos agrícolas de países terceiros
como moeda de troca nas relações
externas/internacionais de exportações
de produtos industriais europeus (e.g.
automóveis, aviões, etc.).
Os países terceiros, como têm moedas
fracas face ao euro, têm uma enorme
vantagem competitiva porque as
produções agrícolas são muito baratas
quando colocadas na Europa. Além
disso, os agricultores de muitos desses
países não têm de cumprir regras
ambientais, respeito pela biodiversidade,
rotações de culturas, etc.
A PAC e os agricultores
Podem utilizar livremente variedades acrescidas dos valores de venda das uma constante ao serem divididos
de plantas obtidas por técnicas OGM produções. por um valor maior, geram um valor
(organismos geneticamente modificados) Como resultado, a sustentabilidade unitário menor.
mais produtivos por serem resistentes a das explorações agrícolas, sobretudo Claro que para os ortodoxos que
pragas, doenças, as de pequena defendem que o dinheiro público só
herbicidas, e média pode ser gasto em bens públicos, a
etc., em “Nas fronteiras da UE os produtos dimensão, resposta terá que passar pelo equilíbrio
síntese maiores agrícolas importados terão que ser abaixo da e justiça do mercado. Isto é, nas
produtividades e taxados em função das regras que não economia fronteiras da UE os produtos agrícolas
menores custos de escala da importados terão que ser taxados em
de produção cumprem e, deste modo, o mercado atividade função das regras que não cumprem e,
unitários, seria mais justo para os produtores (dimensão da deste modo, o mercado seria mais justo
face aos seus europeus” exploração/ para os produtores europeus.
congéneres atividade que Estes não teriam necessidade de receber
europeus. gera menores subsídios, consequentemente, os preços
Assim sendo, custos fixos dos alimentos seriam mais altos para
os fundos financeiros da PAC deveriam por unidade de produto). Ou seja, a o consumidor. Esta mudança traz
servir para equilibrar a tesouraria dimensão da exploração/atividade que riscos políticos e, até esta altura, não vi
dos agricultores, isto é, as ajudas gera a maior produção para o mesmo nenhum responsável, fora dos partidos
ao rendimento e ao investimento, valor dos custos fixos, como estes são liberais ortodoxos, a defendê-la.
PUB

Formação Online

EMPRESAS-2024:
DIAGNÓSTICO ATUALIZADO
DAS OBRIGAÇÕES LABORAIS
10 de abril | 14h30/17h30 | Duração 3h00

PROGRAMA
FORMADOR
1 - Âmbito de aplicação subjetiva dos instrumentos de regulamentação
coletiva/relações entre a lei, os IRCT’s e o contrato Nuno Abranches Pinto
Advogado e sócio da DCM
2 - Prescrição de créditos laborais Litter
3 - Novidades introduzidas pela “Agenda do Trabalho Digno”
Trabalhadores independentes com dependência económica, falsos recibos verdes, igualdade
e não discriminação, dever de informação a cargo do empregador, período experimental,
pluriemprego e dever de lealdade, contratação a termo resolutivo, contratação de estudantes,
trabalho intermitente, teletrabalho, trabalho temporário, adaptabilidade / banco de horas,
faltas, trabalho suplementar, remissão abdicativa, compensação em caso de despedimento
por justa causa objetiva, trabalhador vítima de violência doméstica, contrato de estágio,
terceirização de serviços, cuidador informal, cumprimento da legislação laboral)

PREÇO* INFORMAÇÕES/INSCRIÇÕES
Assinante GrupoVE 75€ Vida Económica - Editorial SA.
223 399 400/27 (chamada para a rede fixa nacional)
Não Assinante 80€
Email formacao@grupovidaeconomica.pt
* Acresce IVA à taxa em vigor
www.vebs.pt
 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024
FISCALIDADE
Fisco não terá dificuldades
para processar declarações
do IRS
O Sindicato dos Trabalhadores dos
Impostos (STI) acredita que não ha-
verá dificuldades no funcionamento
da máquina fiscal no âmbito da en-
trega da declaração do IRS, apesar da
crescente falta de recursos humanos
nos serviços da Autoridade Tributá-
ria e Aduaneira (AT). No entanto, os
contribuintes devem evitar concen-
trar-se no início ou no fim do proces-
so declarativo.
Gonçalo Rodrigues, presidente do
STI, em declarações à Lusa, lembrou
que os contribuintes têm três meses
Aprovação de contas nas sociedades - observar prazos
legais evita penalidades
A
aprovação anual de contas
em sociedades comerciais é
um processo fundamental
para garantir a transparência e a
conformidade financeira, devendo,
assim, as sociedades em Portugal
cumprir as normas e os requisitos
legais estabelecidos e observar os prazos
legais para evitar penalidades.
A aprovação anual de contas é um
requisito legal obrigatório para
todas as sociedades comerciais em
Portugal. Este processo envolve a
análise e aprovação das demonstrações
financeiras da sociedade, qualquer que
seja o seu tipo, incluindo o balanço
patrimonial, a demonstração de
resultados e o relatório de gestão.
Estão ainda sujeitas à prestação de
contas, as sociedades civis sob forma
comercial, as sociedades anónimas
europeias, as empresas públicas, as
sociedades com sede no estrangeiro
e representação permanente em
Portugal (na parte respeitante à
própria representação permanente)
e os estabelecimentos individuais de
responsabilidade limitada.
Este procedimento é essencial para
garantir a transparência e a prestação
de contas a sócios e acionistas, a
fornecedores, a clientes e outras partes
interessadas. Ademais, a aprovação
anual de contas ajuda a avaliar o
desempenho financeiro da empresa e a
identificar eventuais áreas de melhoria
e atuação da sociedade.
O processo de aprovação anual de
contas nas sociedades comerciais,
para procederem à entrega da decla-
ração do IRS, pelo que há a possibili-
dade de sua entrega de forma desma-
terializada sem grandes dificuldades.
Acontece que o IRS é uma área em
que as pessoas já estão muito habi-
tuadas a lidar com a AT e em que há
muitos contribuintes abrangidos pelo
IRS Automático. Admite que possam
surgir picos, questões e dúvidas, mas
sem grande impacto. “Vamos ter um
problema grave na AT nos próximos
tempos, não por causa do IRS, mas
pela falta de pessoal”, adiantou o sin-
ROGÉRIO FERNANDES FERREIRA
MARTA MACHADO DE ALMEIDA
PATRÍCIA LARGUEIRAS
LUÍS ALMEIDA BRITO
INÊS DIAS DE PINHO
Advogados da RFF Lawyers
em Portugal, geralmente, segue as
seguintes etapas: preparação das
demonstrações financeiras pela
administração/gerência da sociedade;
revisão das demonstrações financeiras
pelo contabilista certificado e/ou
auditor externo, conforme aplicável;
convocação da Assembleia Geral de
acionistas/sócios para aprovação das
contas; apresentação das demonstrações
financeiras aos acionistas/sócios
durante a reunião de Assembleia Geral;
discussão e votação para aprovação das
contas da sociedade; e elaboração da
ata da reunião de Assembleia Geral, na
qual serão exaradas as deliberações que
aí sejam tomadas.
Após a aprovação das contas, deve
proceder-se ao registo da prestação
de contas, que consiste no depósito
da informação que dela faz parte. A
obrigação de registo é integrada e
cumprida através da entrega da IES
(Informação Empresarial Simplificada),
dando-se cumprimento às obrigações
de entrega da declaração anual de
informação contabilística e fiscal
para com a Autoridade Tributária,
a de prestação de contas para com a
Conservatória do Registo Comercial,
e prestação de informação para fins
estatísticos para com o INE, o Banco
de Portugal e a Direção-Geral das
Atividades Económicas.
O registo de prestação de contas
deve ser instruído com (i) a ata de
aprovação das contas do exercício e da
aplicação dos resultados, (ii) o balanço,
demonstração de resultados e anexo ao
Paula Franco recandidata-se a bastonária da OCC
A atual bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), Paula Franco, anunciou que
se vai recandidatar ao cargo para um novo mandato. As alterações introduzidas ao nível da reforma
da lei das ordens obrigam a que sejam convocadas novas eleições, as quais terão lugar a 21 de julho.
Paulo Franco está há cerca de seis anos no cargo e refere que “é com um novo patamar de excelência
em mente que me volto a recandidatar a bastonária”.
dicalista. Até 2025, a AT deverá per-
der cerca de dois mil trabalhadores,
ao que se junta um aumento do volu-
me de serviço.
Ainda relativamente à campanha
do IRS, Gonçalo Rodrigues consi-
dera que o novo regime de retenção
na fonte é uma medida positiva, pro-
curando aproximar o valor retido do
imposto devido. Mas alerta que pode
resultar numa redução do reembolso
ou até que haja imposto a pagar. Os
contribuintes devem estar preparados
para esta eventualidade.
balanço e demonstração de resultados,
(iii) a demonstração dos resultados;
(iv) a demonstração das alterações no
capital próprio/património líquido, (v)
a demonstração de fluxos de caixa, (vi)
o anexo às demonstrações financeiras,
a certificação legal das contas e (vii)
o parecer do órgão de fiscalização,
quando exista.
É importante observar os prazos
estabelecidos por lei para a
apresentação do registo da prestação
de contas, que no caso das sociedades
anónimas e das sociedades por
quotas (unipessoais ou não), deve ser
efetuado até ao 15.º dia do sétimo mês
posterior à data do termo do exercício
económico, por regra coincidente
com o “terminus” do ano civil, logo a
prestação de contas deve ser registada
até 15 de julho.
O não cumprimento dos prazos
estabelecidos pode resultar em
penalidades financeiras e outras
consequências legais, incluindo a
impossibilidade de distribuição de
dividendos aos acionistas/sócios
ou a conclusão de registos junto da
Conservatória do Registo Comercial
competente.
Notamos, pois, que a aprovação anual
de contas em sociedades comerciais é
um processo fundamental para garantir
a transparência e a conformidade
financeira, devendo, assim, as
sociedades em Portugal cumprir
as normas e os requisitos legais
estabelecidos e observar os prazos legais
para evitar penalidades.
17
AGENDA FISCAL
MARÇO
Até ao dia 31
• IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas sin-
gulares
- Declaração Modelo 13 - Entrega da pelas instituições
de crédito e Sociedades financeiras que intervenham
nas operações com valores mobiliários, warrants autó-
nomos e instrumentos financeiros derivados.
• IRS-IRC
- Declaração Modelo 30 – Envio, por transmissão ele-
trónica de dados, pelas entidades devedoras ou paga-
doras de rendimentos a sujeitos passivos não residen-
tes em território português, no mês de janeiro.
• IRC - Imposto sobre o rendimento das pessoas co-
letivas
- Declaração de alterações - Envio para opção pelo re-
gime especial de tributação de grupos de sociedades
(RETGS), ou para comunicação de inclusão ou de saí-
da de sociedades do perímetro ou ainda de renúncia
ou cessação de aplicação do regime nos casos em que
o período de tributação coincida com o ano civil.
• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado
- Pequenos retalhistas – Entrega pelos retalhistas su-
jeitos ao regime de tributação previsto no art. 60º do
CIVA, da Declaração Modelo 1074, em triplicado, don-
de constarão as aquisições efetuadas durante o ano
anterior.
• Adicional ao IMI
- Entrega pela herança indivisa, através do cabeça de
casal, da declaração identificando todos os herdeiros
e as suas quotas, caso pretenda afastar a equiparação
da herança a pessoa coletiva, para efeitos do Adicional
ao Imposto Municipal sobre Imóveis (AIMI), conforme
previsto no artigo 135º-E do Código do IMI.
• IUC - Imposto Único de Circulação
- Liquidação e pagamento do Imposto Único de Circu-
lação - IUC, relativo aos veículos cujo aniversário da
matrícula ocorra no mês de Março.
ABRIL
Até ao dia 5
• IRS–IRC–IVA
- Comunicação, por transmissão eletrónica de dados,
dos elementos das faturas emitidas no mês anterior
pelas pessoas singulares ou coletivas que tenham
sede, estabelecimento, estável ou domicílio fiscal em
território português e que aqui pratiquem operações
sujeitas a IVA.
Até ao dia 10
• IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas sin-
gulares
- Declaração Mensal de Remunerações - Envio, por
transmissão eletrónica de dados, pelas entidades de-
vedoras de rendimentos do trabalho dependente sujei-
tos a IRS, ainda que dele isentos, bem como os que
se encontrem excluídos de tributação, nos termos dos
artigos 2.º, 2.º-A e 12.º do Código do IRS, para comu-
nicação daqueles rendimentos e respetivas retenções
de imposto, das deduções efetuadas relativamente a
contribuições obrigatórias para regimes de proteção
social e subsistemas legais de saúde e a quotizações
sindicais, relativas ao mês anterior
IRC
Prorrogação da entrega da Mod. 22
Através do Despacho do Secretário de Estado dos As-
suntos Fiscais n.º 176/2024 XXIII, de 14 de março,
foi determinado que a entrega da declaração periódica
de rendimentos de IRC modelo 22, relativa ao período
de tributação de 2023 e o pagamento do respetivo im-
posto possam ser cumpridas até 15 de julho de 2024,
sem quaisquer acréscimos ou penalidades.
Esta prorrogação é justificada pelo facto dos formulá-
rios da declaração modelo 22 apenas terem sido dispo-
nibilizados pela AT no passado dia 14 de março, sendo
que, nos artºs 120 e 121 do código do IRC, se encon-
tra expressamente previsto que os formulários para o
cumprimento das obrigações declarativas devem estar
disponíveis no Portal das Finanças com uma antece-
dência mínima de 120 dias em relação à data-limite
do cumprimento da obrigação declarativa.
18 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024

FISCALIDADE

Incentivos fiscais ao desenvolvimento do mercado de capitais
Foi aprovado um conjunto de diplomas, na generalidade, que constam da pasta de tran-
sição deixada ao novo executivo e que constituem reformas fundamentais para que seja
efetuado o quinto pedido de pagamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Destaque para a proposta de lei que cria incentivos fiscais com vista ao desenvolvimen-
to do mercado de capitais e à promoção da capitalização das empresas não financeiras.
Deco alerta para eventual pagamento de IRS
Os contribuintes podem receber um reembolso do IRS mais baixo este ou podem mesmo ter de
pagar este imposto. Isto porque as tabelas de retenção na fonte foram alteradas em julho, dando
um alívio imediato aos contribuintes. A associação de defesa do consumidor aconselha a que os
contribuintes verifiquem se o valor das deduções calculado pela AT (disponível no portal das Fi-
nanças) engloba a totalidade das faturas com NIB. Se houver faturas em falta deverão reclamar.

CONTAS & IMPOSTOS

Cálculo de mais-valias em sede de IRS na venda de imóvel

As mais-valias de imóveis resultam dos ganhos obtidos que, não sendo considerados rendimentos empresariais e profissionais, de capitais ou prediais,
provenham da alienação onerosa de direitos reais sobre bens imóveis
Como deve ser calculada a mais-valia de um
imóvel vendido com o recheio? O valor do
recheio pode ser considerado como despesa
e encargo?
Destaque: .
A questão colocada refere-se com o cálculo
das mais-valias em sede de IRS, com a
alienação de um imóvel mobilado.
Depreendemos que tal imóvel esteja afeto
ao património particular do sujeito passivo
e, como tal, a mais-valia será tributada no
âmbito das regras da categoria G, devendo
ser declarada no anexo G. No que se refere
à venda do mobiliário, admitimos que este
não seja considerado um ato de comércio,
isto é, o sujeito passivo adquiriu tais
equipamentos para o seu uso e não com
intenção de venda, pelo que tal operação
não originará qualquer tributação.
Os incrementos patrimoniais constituem
uma das categorias de rendimentos
definidas no artigo 1.º do Código do IRS,
onde se incluem os ganhos gerados pela
venda de imóveis (ou direitos sobre bens
imóveis) pertencentes ao património
particular do sujeito passivo do imposto.
De acordo com a definição do artigo 9.º do
Código do IRS, constituem incrementos
patrimoniais, ou seja, rendimentos da
categoria G, desde que não considerados
rendimentos de outras categorias, as mais-
valias, tal como definidas no artigo 10.º do
mesmo Código.
As mais-valias de imóveis resultam dos
ganhos obtidos que, não sendo considerados
rendimentos empresariais e profissionais,
de capitais ou prediais, provenham da
alienação onerosa de direitos reais sobre
bens imóveis, assim como da afetação
desses bens do património particular
a atividade geradora de rendimentos
empresariais e profissionais exercida em
nome individual pelo seu proprietário -
alínea a) do n.º 1 do artigo 10.º do Código
do IRS.
O ganho obtido na alienação resulta da
seguinte fórmula:
MV = VR - (VA x coef. + EV + DA), sendo
VR - valor de realização
VA - valor de aquisição
Coef. - Coeficiente de desvalorização
monetária
EV - encargos com valorização
DA - despesas com a alienação e com a
aquisição
Para efeitos de tributação, a mais-valia
apurada pelos serviços da administração
tributária será reduzida em 50 por cento,
conforme estabelece o n.º 2 do artigo 43.º
do Código do IRS.
A norma de referência para efeitos de
determinação do valor de aquisição a título
oneroso de imóveis é o artigo 46.º do Código
do IRS. Como regra, o valor de aquisição
de imóveis adquiridos a título oneroso é o
que tiver servido de base à liquidação de
IMT ou, não tendo havido lugar à liquidação
deste imposto ou outro equivalente, aquele
que lhe serviria de base (artigo 46.º do
Código do IRS).
No que respeita ao valor de realização
deve atender-se ao disposto no artigo
44.º no Código do IRS, designadamente
ao disposto na alínea a) do n.º 1 e no n.º
2 que estabelecem, no caso de troca,
se considera o valor dos bens recebidos
em troca acrescido de quaisquer outras
contrapartidas e a prevalência do valor
patrimonial tributário quando este é
superior ao praticado.
Relativamente às despesas e encargos
a considerar devemos atender à recente
redação do artigo 51.º do Código do IRS:
«(...) Para a determinação das mais-valias
sujeitas a imposto, ao valor de aquisição
acrescem:
Os encargos com a valorização dos bens,
comprovadamente realizados nos últimos
12 anos, e as despesas necessárias
e efetivamente praticadas, inerentes
à aquisição e alienação, bem como a
indemnização comprovadamente paga pela
renúncia onerosa a posições contratuais
ou outros direitos inerentes a contratos
relativos a esses bens, nas situações
previstas na alínea a) do n.º 1 do artigo
10.º (...).»
As despesas inerentes à aquisição e
alienação serão as que forem indissociáveis
dessas operações, tal como consta de
informação vinculativa emitida pela
Autoridade Tributária (Despacho de 2008-
08-12 - Processo: 12/2008), abrangendo-
se aqui as despesas de escritura, registos
e comissão da imobiliária, quando, neste
último caso devidamente comprovada
de acordo com o que consta daquela
informação:
«(...) preenchidos todos os requisitos
necessários para demonstrar de forma
inequívoca a conexão do montante pago
ao mediador imobiliário com a transação
concreta que originou a mais-valia tributável
e estando devidamente documentada a
intervenção do respetivo mediador nos
termos legais aplicáveis, poderá considerar-
se a comissão de intermediação como
“despesa necessária” para efeitos da alínea
a) do artigo 51.º do CIRS.»
Face ao exposto, a aquisição do mobiliário
para o imóvel, no nosso entendimento
não configuram despesas para efeito do
cálculo da mais-valia, nos termos expostos
anteriormente.
Assim, caso a que a escritura evidencie
as diferentes quantias atribuídas ao
imóvel e mobiliário, admitimos que para a
determinação da mais-valia com a venda do
imóvel seja unicamente considerado como
valor de realização o valor de venda do
imóvel.
No que se refere à venda do mobiliário,
sendo esta uma operação pontual e
realizada na esfera particular do sujeito
passivo, à partida não é considerado um
ato de comércio, logo, eventual rendimento
que possa existir não se qualificando no
âmbito da sujeição a IRS não será tributado.
Alertamos, contudo, que, caso o mobiliário
tenha sido previamente adquirido com
intenção de venda, então tal operação já
se qualificaria no âmbito das regras de
incidência da categoria B.
Caso não evidencie na escritura qualquer
valor referente ao mobiliário o valor de
realização deve ser considerado o valor total
da venda (com o mobiliário incluído).

Herança indivisa é tributada em regime de contitularidade

Os rendimentos que pertençam em comum a várias pessoas são imputados a estas na proporção das respetivas quotas, que se presumem iguais quando
Existem dúvidas na entrega de um IRS em
que ambos os cônjuges faleceram, um em
maio e outro de novembro, tendo a conta
bancária sido já fechada. Eram ambos
reformados com rendimentos elevados e
com retenção na fonte. O casal tem dois
filhos. Como proceder neste caso? O cabeça-
de-casal tem de ir às finanças solicitar NIF e
senha e por aqui fazer o IRS ou existe outra
solução mais prática?
Determinados sujeitos passivos, que
obtinham rendimentos da categoria H,
faleceram ambos no mesmo ano. Neste
sentido é questionado sobre as obrigações
fiscais relacionadas com o seu falecimento.
No que se refere a obrigações que ocorram
pelo óbito, sugerimos a consulta do portal
eportugal.gov.pt, que poderá consultar nesta
ligação.
O artigo 2079.º do Código Civil (CC) estipula
que a administração da herança, até à sua
liquidação e partilha, pertence ao cabeça-
de-casal.
No artigo 2080.º do CC podemos encontrar
a ordem pela qual é deferido o cargo de
cabeça-de-casal.
A herança indivisa é considerada, para
efeitos de tributação como uma situação de
contitularidade. Desta forma, cada herdeiro
será tributado relativamente à sua quota-
parte dos rendimentos por ela gerados,
atento o disposto no artigo 19.º e alínea a)
do n.º 2 do artigo 22.º, ambos do Código do
IRS.
Nos termos do artigo 19.º do Código do IRS,
os rendimentos que pertençam em comum
indeterminadas
a várias pessoas são imputados a estas na
proporção das respetivas quotas, que se
presumem iguais quando indeterminadas.
Incluem-se neste preceito, portanto, as
situações de contitularidade, onde se
incluem as heranças indivisas, ou seja,
aquelas que tenham sido aceites, mas
ainda não tenham sido partilhadas (herança
aberta, aceite e ainda não partilhada).
Tratando-se de rendimentos da categoria B,
cada contitular englobará a parte do lucro
tributável que lhe couber, na proporção das
respetivas quotas hereditárias, observando-
se os seguintes procedimentos:
- O englobamento efetua-se mediante a
apresentação do anexo respetivo (anexo D),
em conjunto com a declaração modelo 3;
- Incumbe ao contitular a quem
pertencer a administração da herança
indivisa apresentar na sua declaração de
rendimentos a totalidade dos elementos
contabilísticos exigidos para determinação
do rendimento líquido da categoria B, nela
identificando os restantes contitulares
e a parte que lhes couber (anexo I).
Este procedimento é efetuado mediante
apresentação de anexos próprios, em
função de o estabelecimento estar
no regime simplificado ou no regime
normal de tributação, que evidenciará os
elementos necessários para a determinação
do rendimento líquido, e de um outro
anexo, onde serão identificados todos os
contitulares e será feita a imputação não
apenas do rendimento, mas também dos
montantes dedutíveis (nomeadamente por
retenções na fonte) a que tenham direito
(n.º 3 do artigo 57.º do Código do IRS).
Tratando-se de rendimentos das restantes
categorias, por exemplo, rendimentos
prediais (categoria F), mais-valias (categoria
G), e rendimentos de pensões (categoria H)
cada contitular englobará os rendimentos
ilíquidos e as deduções legalmente
permitidas, na proporção das respetivas
quotas hereditárias - alínea b) do n.º 2 do
artigo 22.º do Código do IRS.
Havendo rendimentos empresariais, deverá
o cabeça-de-casal ou administrador da
herança indivisa, apurar o rendimento
líquido dos anexos B ou C, conforme o caso.
Os deveres tributários relativos a uma
pessoa falecida e ao período em que foi viva
devem ser cumpridos por aquele a quem
for deferida a administração da herança, ou
seja, ao cabeça-de-casal ou administrador
contitular da herança indivisa - n.º 2 do
artigo 57.º do Código do IRS, através do
anexo I.
Conforme instruções de preenchimento
do anexo I (quadro 8) «(...) na imputação
dos rendimentos líquidos apurados de
acordo com o regime simplificado (anexo
B), será de considerar que os rendimentos
respeitantes aos herdeiros são os obtidos
depois da data do óbito. Se os rendimentos
líquidos forem apurados no anexo C, a parte
correspondente aos herdeiros determina-se
em função do número de dias que decorreu
desde a data do óbito até 31 de dezembro
(...).»
Cada um dos herdeiros deverá preencher
o anexo D onde incluirá os rendimentos
imputados de acordo com a sua quota na
herança.
Assim, considerando que no caso em
concreto apenas existem rendimentos
da categoria H até ao falecimento, para
efeitos de IRS, de acordo com o disposto
no n.º 2 do artigo 57.º do CIRS, no
caso de falecimento do sujeito passivo,
incumbe ao administrador da herança
apresentar a declaração de rendimentos
em nome daquele, relativa aos rendimentos
correspondentes ao período decorrido de 1
de janeiro até à data do óbito.
Relativamente ao prazo de entrega da
declaração de rendimentos, ao ter auferido
rendimentos da categoria H durante o
presente ano, a declaração de rendimentos
será feita pelo administrador de herança, no
prazo previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo
60.º do CIRS.
No que se refere ao imposto selo, o n.º 1
do artigo 26.º do Código do Imposto do
Selo (CIS) estipula que, «o cabeça-de-casal
e o beneficiário de qualquer transmissão
gratuita sujeita a imposto são obrigados a
participar ao serviço de finanças competente
a doação, o falecimento do autor da
sucessão, a declaração de morte presumida
ou a justificação judicial do óbito, a
justificação judicial, notarial ou efetuada
nos termos previstos no Código do Registo
Predial da aquisição por usucapião ou
qualquer outro ato ou contrato que envolva
transmissão de bens.»
O prazo de participação do imposto do
selo deve ser feito até ao final do 3.º mês
seguinte ao do nascimento da obrigação
tributária.

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS - COMUNICACAO@OCC.PT

 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024 19

Clan tem 30 ofertas para Técnicos de Manutenção

FORMAÇÃO
A Multipessoal, através da sua solução de emprego 100% digital, o Clan, tem disponíveis 30
vagas para Técnicos de Manutenção em: Vila Nova de Famalicão, Loures, Alverca, Lisboa e
Évora. São requeridos conhecimentos de eletricidade e AVAC e conhecimentos práticos em
mecânica e das várias áreas de manutenção de um edifício.

International Sharing School - Madeira tem novas instalações

O Sharing Education Group
realizou recentemente um evento
de apresentação das novas insta-
lações da International Sharing
School - Madeira, dirigido às
entidades locais e aberto à comu-
nidade em geral. O Grupo opera
atualmente na Madeira, em Lis-
boa e no Algarve.
Graças ao método de ensino
mais orgânico, assente no cur-
rículo individual de cada aluno,
as escolas do Grupo tem recebi-
do diversos prémios nos últimos
anos, incluindo o ranking das
Top 10 Must Watch Internatio-
nal Schools in Europe pelo K12
Digest, bem como o prémio de
Learning Community of the
Year 2023 pela Portugal Prestige
Awards.
O novo campus, que será inau-
gurado já em setembro deste
ano, tem como objetivo atrair
mais famílias madeirenses para
este modelo educativo inovador,
tendo em conta que atualmente
60% dos alunos são estrangeiros
e apenas 40% locais. Para tal, os
madeirenses vão ter acesso a ins-
crição e ingresso prioritário, bem
como um desconto de 25% nas
mensalidades, resultado do proto-
colo estabelecido com a Câmara
Municipal do Funchal.
De acordo com Miguel Ladeira
Santos, CEO do Sharing Edu-
cation Group: “Este trabalho de
aproximação e incentivo à comu-
nidade local representa a nossa in-
tenção de dar mais oportunidade
às famílias madeirenses de bene-
ficiar de um projeto educativo de
excelência”.
O investimento global, avalia-
do em 15 milhões de euros, vai
permitir acolher o dobro dos alu-
nos, dos atuais 250 para 500, e
aumentar o corpo docente de 40
para cerca de 70 colaboradores.

MANUEL ALEXANDRE
HENRIQUES
Advogado - Sérvulo & Associados

Simplex Urbanístico – Notas sobre uma reforma!

Depois de um amplo debate nacional, que
durou cerca de um ano,foi publicado, no
passado dia 8 de janeiro, o Decreto-Lei
n.º 10/2024 que procedeu à reforma dos
licenciamentos no âmbito do urbanismo,
ordenamento do território e indústria.
As alterações entrarão em vigor de forma
faseada (até 2030), embora a parte mais
relevante (os procedimentos!) já esteja em
vigor desde o passado dia 4 de março.
O Simplex Urbanístico procurou uma
mudança “radical” faceao paradigma
anterior. O legislador reduziu os poderes
dos municípios no controlo das operações
urbanísticas, direcionando a atividade
municipal para a fiscalização “sucessiva”
(em obra) onde é aferido o cumprimento
dos planos e outra legislação de construção,
simplificando o início das obras, e
responsabilizando “prima” facie técnicos
e promotores. Desta reforma, de forma
sumária, podemos destacar:
1. A simplificação do saneamento e
apreciação liminar, na medida em que
os procedimentos apenas se poderão
suspender se os particulares demorarem
mais de 10 dias úteis a responder às
notificações da Administração com vista
ao aperfeiçoamento dos pedidos.
2. A ampliação dos casos de mera
comunicação prévia, onde a
responsabilidade dos requerentes, e
sobretudo dos técnicos é maior, sempre
que a operação urbanística se encontre
abrangida por planos de pormenor,
unidades de execução (figura agora
tornada mais central) e loteamentos.
3. Novas isenções de controlo prévio:
Cresceu o número de obras de edificação
isentas de qualquer controlo prévio.
Destacamos aqui as obras de reconstrução
e ampliação das quais não resulte
um aumento da altura das fachadas
dos edifícios, mesmo que impliquem
“internamente” o aumento do número
de pisos (com obras necessariamente de
impacte estrutural) ou o aumento da área
útil.
4. Pedidos de Informação Prévia - Perante
um PIP favorável, agora válido por dois
anos, e ao abrigo dos nos 2 e 3 do artigo
14.º do RJUE, o particular obterá da
Administração um ato administrativo
confirmativo do seu “ius aedificandi”.
De igual forma um PIP aprovado passa a
ser uma das novas situações objectivas de
isenção de controlo prévio.
5. Deferimento tácito e prazo de decisão
– É “instituida” uma redução dos prazos
de decisão nos processos de licenciamento.
Os prazos passam a ser contados da data
da submissão do pedido e,no silêncio da
Administração, forma-se um deferimento
tácito. Assim, ainda que os municípios
não se pronunciem no prazo previsto,
após o decurso desse prazo, a pretensão
considerar-se-á deferida. A formação do
deferimento tácito passa a consubstanciar
a licença para a realização das obras.
6. A padronização/normalização
de procedimentos – É reduzida
a “autonomia regulamentar” dos
municípios, “maxime” impedindo a
criação de regulamentos administrativos
de natureza procedimental ou instrutória,
que até aqui distorciam uma desejada e
uniforme aplicação nacional da lei e seus
requisitos.
7. O fim dos alvarás e das licenças de
obra/utilização – Que são substituídos,
nas obras sujeitas a licença, pela prévia
aprovação municipal acompanhada do
pagamento das taxas. Na utilização das
edificações, quando tenha havido controlo
prévio, desaparecem as autorizações de
utilização, substituídas pelo mero depósito
da documentação referida no artigo 62º-
A do RJUE e documentos instrutórios
previstos na Portaria n.º 71-A/2024 de
27 de fevereiro. Nas alterações de uso, é
introduzida a figura das comunicações
prévias com prazo, podendo os
municípios rejeitar, se justificado, a
pretensão de mudança de uso, no prazo
de 20 dias úteis. Referir,por fim,que a
transmissão de prédios urbanos passa a ser
realizada sem a apresentação de qualquer
título urbanístico.
8. Por último, e em matéria de planeamento
urbano, o Simplex tenta criar condições
para o fomento da habitação, por via
dos planos municipais como é o caso,
a título de exemplo, da instituição de
um procedimento simplificado de
reclassificação dos solos rústicos para
urbanos, tendo em vista uma maior
disponibilidade de áreas destinadas a
habitação.
Em conclusão, o novo quadro normativo
publicado a 8 de janeiro, e que a reunião
de Conselho de Ministros do passado dia 21
de março prometeu vir trazer alterações,
traduz-se indiscutivelmente num desafio
para o modelo urbanístico vigente até 4
de março (assente num moroso controlo
prévio como regra) com a introdução de
uma necessária maior responsabilização de
técnicos autores de projeto e requerentes
fruto do aumento das situações de total
ausência de controlo prévio.
PUB
20
EMPRESAS
eDreams ODIGEO pede medidas
da Comissão Europeia contra
o incumprimento da Google
A eDreams ODIGEO juntou-se a
outras empresas online independentes
para denunciar o atual incumprimento
da Lei dos Mercados Digitais (DMA,
na sua sigla em inglês) por parte da
Google, numa reunião em Bruxelas so-
bre o seu plano de conformidade.
A empresa acredita que a resposta da
Google à DMA apenas dá continuida-
de à sua prática profundamente enrai-
zada de auto preferência – uma questão
de longa data que se opõe diretamente
aos objetivos da regulamentação. Esta
abordagem perpetua o “status quo” an-
terior e prejudica o propósito da DMA.
Por conseguinte, a eDreams ODIGEO
apela veementemente à Comissão Eu-
ropeia para que tome medidas decisivas
contra a Google.
Duas semanas após a entrada em
vigor da DMA, a reunião de Bruxe-
las proporcionou um fórum para a
eDreams ODIGEO e outras plata-
formas independentes partilharem os
seus comentários e expressarem as suas
preocupações relativamente ao grau de
conformidade da Google.
Apesar das várias sessões de feedback
e de uma extensa comunicação com a
Google antes da data de aplicação da
DMA, tendo em vista orientar esta para
se alinhar com a regulamentação, tor-
nou-se claro que as medidas delineadas
no plano de conformidade da Google
não cumprem as normas regulamenta-
res estabelecidas pela DMA.
Formato de apresentação
não é uniforme em todos
os países da UE
Entre outros pontos, verificou-se que
o formato de apresentação não é uni-
forme em todos os países da UE, o que
indica que a Google está a apresentar
formatos que não refletem de forma
precisa o seu próprio relatório de con-
formidade. Nomeadamente, alguns
destes formatos continuam a incluir o
Google Flights como uma página de
resultados de pesquisa (SERP, na sua
sigla em inglês) separada, o que cons-
titui uma clara violação das normas da
DMA.
Estas discrepâncias evidenciam uma
lacuna significativa entre os compro-
missos de conformidade declarados
pela Google e o estado real da sua ade-
são, salientando a necessidade urgente
da aplicação rigorosa para salvaguardar
uma concorrência mais justa no merca-
do digital europeu.
Incumprimento da DMA
Apesar das recentes declarações de
Margrethe Vestager, EU Comissio-
ner for Competition, a favor de uma
Construção global com crescimento modesto este ano
O setor da construção deverá registar um crescimento global de 2%, este ano, com um au-
mento que varia entre os 1,8% nas economias avançadas e 2,2% nos mercados emergentes. A
turbulência imobiliária na China está a pesar sobre as perspetivas globais do setor, a par dos
custos de materiais e mão de obra que permanecem elevados em muitas economias. O que
está a colocar pressão adicional sobre as margens.
aplicação mais rigorosa, a eDreams
ODIGEO lamenta que continue sem
haver uma resposta substancial quan-
to a este incumprimento por parte da
Google.
Guillaume Teissonnière, General
Counsel da eDreams ODIGEO, co-
mentou: “Duas semanas após o início
da aplicação da DMA, é agora eviden-
te que a Google optou por um cami-
nho de incumprimento. As alterações
implementadas resumem-se a alguns
ajustes que não abordam a questão
central em causa: a Google continua
a perpetuar as práticas de auto prefe-
rência dos seus serviços em detrimento
de empresas concorrentes sediadas na
UE, subvertendo assim o panorama
competitivo que a Lei dos Mercados
Digitais procura proteger. Isto não é
apenas dececionante; é um desafio di-
reto à equidade e à competitividade
do mercado digital europeu. A Co-
missária Vestager tem um mandato
claro e o momento de atuar é agora.
Com as próximas eleições europeias
a aproximar-se, este momento oferece
uma oportunidade única para a Co-
missão Europeia provar aos cidadãos
e às empresas da UE que dá priorida-
de aos seus interesses e está disposta
a protegê-los. Apelamos vivamente à
Comissão Europeia para tomar medi-
das imediatas contra o flagrante in-
cumprimento da DMA por parte da
Google.”
QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024
M. Margarida
Pereira-Müller
Cláudia Azevedo
Presidente do CA da SONAE
Maria Cláudia Teixeira Azevedo, a segunda mulher mais
poderosa do país Segundo a Forbes Portugal, nasceu em
janeiro de 1970 no Porto, a mais nova de três irmãos, filha
de Maria Margarida Carvalhais Teixeira, farmacêutica, e de
Belmiro de Azevedo, self made man, que dizia que a filha
tinha herdado dele o seu feito feitio, tinha um verdadeiro
killer instinct. Tendo por base numa empresa fundada em
1959, a Sonae (Sociedade Nacional de Estratificados), na
qual Belmiro de Azevedo ingressou em 1965, tem hoje
um volume de negócios consolidado de vários milhões
de euros, com negócios em áreas tão distintas como a
distribuição, as telecomunicações, os centros comerciais e
o imobiliário
Após o ensino secundário no Porto, licenciou-se em
Gestão na Universidade Católica Portuguesa, tendo feito
mais tarde um MBA no INSEAD (Instituto Europeu de
Administração de Empresas). Acreditando na apren-
dizagem ao longo da vida, atualizando requalificando
competências, cujo importância realçou em janeiro deste
ano na Conferência Anual do Fórum Económico Mundial
em Davos, alertando para as transformações em curso no
mercado laboral, decorrentes da transição verde e digital,
tem frequentado diversos cursos de gestão, entre eles nas
universidades de Harvard e Stanford nos EUA.
Aos 24 anos, em 1994, entrou para o grupo Sonae no
projeto Visa Universo, tendo assumido a Direção de Mar-
keting e Particulares da Optimus, em 1998.
Entre 2001 e 2018, passou para a Sonae Investment Mana-
gement, empresa dedicada à gestão de investimentos em
tecnologias de informação aplicadas ao retalho e teleco-
municações.
Em 2013 substitui o pai na liderança do grupo Sonae,
quando foi nomeada CEO da Sonae Capital, empresa
cotada no PSI 20 e responsável pela gestão de um porte-
fólio de empresas diversificado nos sectores de energia,
imobiliário, turismo, fitness e indústria. É Chief Executive
Officer da Sonae desde 2018.
É considerada workoholic e já impregnou a gestão do
grupo com o seu estilo próprio, empresa segundo os
valores da sua liderança, sustentados na sustentabilidade,
flexibilidade, diversidade e meritocracia. Tem colocado
muitas mulheres em lugares de liderança e para compen-
sar a pegada ecológica das empresas do grupo Sonae,
plantou uma floresta.
Além de ser membro do Conselho de Administração de
inúmeras sociedades, é presidente do CA da Cape Techno-
logies Limited, Digitmarket – Sistemas de Informação, S.A.,
da Efanor – Serviços de Apoio à Gestão, S.A.. da Imparfin,
SGPS, S.A., da Linhacom, SGPS, S.A., da Lugares Virtuais,
S.A., da Mainroad – Serviços de Tecnologias de Informação,
S.A., da Miauger – Organização e Gestão de Leilões Electró-
nicos, S.A., da Praesidium Services Limited, da Saphety Le-
vel – Trusted Services, S.A., da WeDo Technologies Australia
PTY Limited e da WeDo Technologies (UK) Limited.
Pelo seu trabalho, já recebeu diversos prémios de carreira,
entre eles, em 2023, o Prémio BPI Mulher Empresária,
atribuído com o objetivo de reconhecer o talento e a
excelência profissional das empresárias portuguesas e
fomentar as redes de contato com outras gestoras líderes.
Ao receber o prémio, destacou a importância do “legado
de valores e princípios muito fortes, primeiro com o meu
pai e, depois, também com o meu irmão”, não tendo
esquecido o papel fundamental da equipa Sonae.
 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024
COTEC Portugal lança programa de proteção
da propriedade intelectual para PME
A COTEC Portugal, associa-
ção empresarial para a inova-
ção, em parceria com a Organi-
zação Mundial da Propriedade
Intelectual (OMPI), anuncia
o lançamento de um projeto-
-piloto para apoiar as empresas
em crescimento internacional
na gestão e proteção dos seus
ativos intangíveis e direitos de
propriedade industrial.
A iniciativa IP Management
Clinic tem como objetivo prepa-
rar as empresas – PME, smallcaps
e start-ups com modelo de negó-
cio estabelecido - acesso a um
programa de coaching com es-
pecialistas e um conjunto abran-
Climate
Launchpad abre
candidaturas
Estão abertas as candidatu-
ras para a edição 2024 do Cli-
mate Launchpad, o programa
internacional que procura as
melhores ideias de negócio que
estejam a combater as alterações
climáticas.
Em Portugal, a maior compe-
tição “cleantech” do mundo é
organizada pela UPTEC — Par-
que de Ciência e Tecnologia da
U. Porto, OERN - Ordem dos
Engenheiros Região Norte e Fó-
rum Oceano/Hub Azul.
Empresa já receberam
mais de 500
milhões de euros em
investimento externo
A iniciativa da União Euro-
peia quer fazer crescer os proje-
tos “cleantech” de todo o mun-
do nas categorias de agricultura,
ar e meio ambiente, energia
limpa, indústria limpa, armaze-
namento de energia, eficiência,
transporte e água.
Os três vencedores da final
nacional do Climate Launchpad
vão representar Portugal na final
regional da competição, usu-
fruir de incubação gratuita na
UPTEC durante quatro meses,
além de mentoria, formação e
outros prémios atribuídos pelos
parceiros do programa avaliados
em 10 mil euros.
Em Portugal, são vários as en-
tidades que se associam à maior
competição cleantech. Esta edi-
ção conta com o apoio da 3xP
Global, Câmara Municipal de
Matosinhos, Crowe, Galp, Prio,
Vieira de Almeida, Smart Waste
Portugal e Pacto Português para
os Plásticos.
As cinco mil empresas “ver-
des” que passaram no programa
já receberam mais de 500 mi-
lhões de euros em investimento
externo.
Novidade
Cordenação Luísa Bernardes,
Susana Castanheira e Vera Mar-
garida Cunha
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21
EMPRESAS
gente de recursos e orientações O programa tem a duração
com vista a retirar o máximo par- de quatro meses e estará assen-
tido dos ativos intangíveis como te em quatro momentos prin-
parte integrante das suas estraté- cipais com os participantes,
gias empresariais. O programa é começando por um exame aos
gratuito para os participantes e principais ativos intangíveis e
as empresas podem candidatar-se situação de proteção, estratégia
através do preenchimento de um de propriedade intelectual ao
questionário, disponível no site que se seguirá um processo de
da COTEC Portugal. mentoria na elaboração de um
O IP Management Clinic plano de gestão e proteção dos
arrancou com a abertura de ativos intangíveis mais relevan-
candidaturas. Serão seleciona- tes.
das entre 15 e 20 empresas, de O programa permitirá criar
acordo com o seu perfil, estra- uma base de conhecimento e de
tégia de crescimento e impor- casos de estudo assentes na ex-
tância da Propriedade Indus- periência e resultados obtidos
trial na sua competitividade. pelas empresas participantes.
“Mulheres Incomuns” resulta da visão de 3 mulheres,
3 voluntárias - Luísa, Susana e Vera – que, acreditando
num mundo onde todas as mulheres possam expressar
livremente a sua singularidade, sabem que para que
isso aconteça é necessária ação.
A missão da iniciativa “Mulheres Incomuns” é, preci-
samente, criar uma comunidade de celebração do
sucesso feminino, aberta a toda a sociedade, dando
visibilidade às mulheres para que estas possam ins-
pirar outras a acreditar num mundo mais equitativo e
com oportunidades para todas e, assim, promover a
mudança. É preciso inspiração e ambição contribuindo
para que as mulheres possam desenvolver a confiança
que lhes permita encontrar o seu espaço e construir o
seu caminho.
O Livro “Mulheres Incomuns” apresenta doze mulheres
com projetos e trajetos pessoais e profissionais muito
diversos: na academia, na economia social, na investiga-
ção, no jornalismo, em grandes empresas, na política, em
grandes organizações.
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Solicito envio de referência de multibanco para o email
Solicito o envio à cobrança. (Acrescem 5€ para despesas de envio e cobrança).
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£ Autorizo que a Vida Económica Editorial S.A. trate e utilize os meus dados pessoais, constantes deste formulário, para efeito de ações de marketing e promoção de
produtos, serviços, campanhas e eventos da Vida Económica Editorial S.A.. Mais declaro ter sido informado que a qualquer momento poderei requerer o apagamento ou
retificação dos meus dados pessoais, bem como opor-me a qualquer outra forma de tratamento desses dados, de acordo com a Política de Privacidade disponível em:
http://www.vidaeconomica.pt/politica-de-privacidade.
22 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024

PSI-20 (26.03) 6222,03

Dow Jones 26/mar ..... 39410,62
Var Sem ................................0,77%
1,62% Var. Semana
6240
Var 2024................................4,57%
DAX 26/mar................. 18384,35
Var Sem ................................2,21%
Var 2024................................9,75%

MERCADOS
6220

6200
Nasdaq 26/mar ........... 16427,84 CAC40 26/mar ............... 8184,75
6180 Var Sem ................................1,60% Var Sem ...............................-0,20%
Var 2024................................9,42% Var 2024................................8,51%

Pontos
6160

6140

6120

6100
IBEX 35 26/mar ............10997,60
20/mar 21/mar 22/mar 23/mar 24/mar 25/mar 26/mar
Var Sem ................................2,77%
-2,73% Var. 2023 Var 2024................................8,87% COLABORAÇÃO: BANCO SANTANDER

ANTÓNIO MARTO, FUNDADOR DA BOLSA DE EMPREGABILIDADE, ALERTA

Falta de mão de obra é grave

problema para o setor do turismo
As bolsas de empregabilidade
estão em estreita colaboração
com os municípios e as
entidades regionais de
turismo, tendo em conta a
necessidade de garantir uma
abordagem mais direcionada
e localizada. As feiras de
emprego devem ser cada
vez mais descentralizadas
para promover também o
desenvolvimento em áreas
menos favorecidas – referiu
à Vida Económica António
Marto, presidente da
Associação Fórum Turismo
e fundador da Bolsa de
Empregabilidade, um “hub”
de contratação no setor do
turismo. O Porto recebeu
recentemente a Feira de
Emprego. A falta de mão de
obra é o maior problema da
indústria turística.
Vida Económica – Que análise faz do
turismo no ano passado?
António Marto - Em 2023, o setor do
turismo registou o seu melhor desempe-
nho de sempre, com um total de mais de
30 milhões de hóspedes, que geraram um
número impressionante de 77 milhões
de dormidas. As receitas provenientes
deste setor ascenderam a cerca de 25 mil
milhões de euros. Os principais países
emissores de turistas para Portugal foram
o Reino Unido, a Alemanha, os Estados
Unidos, a Espanha e a França, segundo
dados fornecidos pelo TravelBI, uma pla-
taforma do Turismo de Portugal.
VE – Quais as perspetivas para este
ano?
AM - A Organização Mundial do Tu-
rismo (OMT) prevê que “o turismo in-
ternacional recupere completamente os
níveis pré-pandémicos até 2024, com
estimativas iniciais apontando para um
crescimento de 2% acima dos níveis re-
gistados em 2019. Esta projeção central
está condicionada ao ritmo de recupe-
ração observado na Europa e à evolução
dos riscos económicos e geopolíticos
existentes.” No entanto, a escassez de
pessoal continua a ser um desafio crítico,
uma vez que as empresas do setor enfren-
É preciso estimular
o desenvolvimento local
VE – As parcerias estratégicas fazem
parte da vossa atividade?
AM - Os nossos parceiros desempe-
nham um papel fundamental na opera-
cionalização do nosso projeto e, entre
eles, com um peso particularmente sig-
nificativo, está o Turismo de Portugal,
que tem uma forte presença e ativação
de marca dentro do espaço das Bolsas de
Empregabilidade. Além disso, contamos
com o apoio de instituições como o IEFP,
a Câmara Municipal do Porto, a Câmara
Municipal de Coimbra, a Câmara Muni-
cipal de Évora e as Entidades Regionais
de Turismo do Algarve, Alentejo, Centro
e Lisboa, entre muitos outros. Gostaria
também de destacar a colaboração da
Merytu, de grande valor para nós.
VE – Qual a importância da presen-
ça digital numa estratégia ampla de
recrutamento?
AM - A presença digital é essencial
numa estratégia alargada de recrutamen-
to, permitindo um alcance global, pou-
“As bolsas de empregabilidade estão presentes nas cinco regiões turísticas de Portugal continen- pança de recursos, atração de talentos
tal, tornando-se assim uma iniciativa cada vez mais importante na fixação de talentos nos locais qualificados e interação contínua com
candidatos. Através de plataformas onli-
onde o evento ocorre”, adiantou António Marto.
ne, as empresas podem promover a sua
tam dificuldades em encontrar mão de AM - A relevância é sem dúvida signi- marca empregadora, partilhar informa-
obra suficiente para lidar com a elevada ficativa. Na minha opinião, quanto mais ções sobre cultura corporativa e opor-
procura. descentralizado o evento, maior é a ca- tunidades de carreira. Adicionalmente,
pacidade de considerar o território onde a análise de dados das atividades online
VE – Verifica-se uma consolidação ele se realiza, em vez de tentar concentrar proporciona insights valiosos para oti-
da abrangência nacional da bolsa de Portugal inteiro no mesmo local. O ob- mizar o processo de recrutamento. Uma
empregabilidade? jetivo é estimular o desenvolvimento lo- forte presença digital não só amplia o
AM - As bolsas de empregabilidade es- cal, promovendo o crescimento de áreas alcance da empresa, mas também refor-
tão presentes nas cinco regiões turísticas menos desenvolvidas, proporcionando ça a sua reputação no mercado de traba-
de Portugal continen- oportunidades de em- lho, destacando-a como um empregador
tal, tornando-se assim prego local e incenti- de eleição e assegurando uma vantagem
uma iniciativa cada vando investimentos competitiva. É desta forma que solidifi-
vez mais importante Digital é essencial numa em infraestrutura e camos a cada dia a importância da pre-
na fixação de talen- recursos humanos.
tos nos locais onde o
estratégia alargada de A descentralização
sença no digital.
evento ocorre. Além recrutamento das feiras de empre- VE – Qual a estratégia da Associação
disso, a Bolsa de Em- go também garante Fórum Turismo?
pregabilidade tem vin- um acesso mais equi- AM - A Associação Fórum Turismo
do a realizar um traba- tativo. Ao fazê-lo, as tem vindo a reforçar, ao longo do ano
lho ainda mais específico, colaborando oportunidades de emprego e networking de 2024, a ligação entre as áreas de for-
com os Municípios, Entidades Regionais tornam-se mais acessíveis para pessoas mação, profissionais e superiores com o
de Turismo e outras entidades, numa que podem não ter a capacidade de viajar mundo empresarial, através de iniciativas
abordagem mais direcionada e localizada. para grandes centros urbanos onde esses como a Bolsa de Empregabilidade. Esta-
eventos costumam ocorrer. Isso promove mos empenhados em expandir as nossas
VE – Qual a relevância da descen- uma distribuição mais justa de oportuni- atividades para além de Portugal, atuan-
tralização de eventos como as feiras dades de carreira e contribui para a coe- do cada vez mais noutros mercados in-
de emprego? são territorial. ternacionais.
 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024 23

MERCADOS

EURODÓLAR (26.03) 1,0829 Euro/Libra 26/mar ....0,8573 EURIBOR 3M (26.03) 3,9020 Euribor 6M 26/mar ...3,9020 PETRÓLEO BRENT (26.03) 86,58 Ouro 26/mar ............2176,72
Var Sem ........................-0,37% -0,84% Var. Semana Var Abs Sem .................-1,31% -0,90% Var. Semana Var Sem .........................0,90%
-0,34% Var. Semana Var 2024.........................5,53%
6240
Var 2024......................... 1,13% 3.91 Var 2024........................-0,08% 87

3.9
6220
3.89 86.5
6200

Prata 26/mar ...............24,46

3.88

6180 Euro/Iene 26/mar 164,0800 3.87

Euribor 1Y 26/mar ....3,6750 86

3.86
6160

6140
Var Sem ........................ -0,10% 3.85 Var Abs Sem ................. -2,16% 85.5
Var Sem ........................-1,80%
3.84

6120 Var 2024........................ -5,10% 3.83 Var 2024.........................4,61% 85

Var 2024.........................2,82%
3.82
6100 84.5
20/mar 21/mar 22/mar 23/mar 24/mar 25/mar 26/mar
20/mar 21/mar 22/mar 23/mar 24/mar 25/mar 26/mar 20/mar 21/mar 22/mar 23/mar 24/mar 25/mar 26/mar

-1,90% Var. 2023 -0,18% Var. 2021 12,40% Var. 2021 COLABORAÇÃO: BANCO SANTANDER

Portugal atrai reformados europeus

Portugal é um país bastante procurado
pelos séniores para passar a reforma. O Life Plan Resorts desenvolve
país, conhecido pela sua cultura, história resort para envelhecimento
e paisagens deslumbrantes, foi considerado
pela International living em 2024 o me- saudável
lhor país da Europa para passar a reforma.
Neste sentido, a Life Plan Resorts desta-
ca as cinco principais razões que fazem de
Portugal o lugar perfeito para desfrutar de um país com um clima favorável, o que
uma vida plena na reforma: clima ameno, permite um envelhecimento ativo com
custo de vida acessível e qualidade de vida, atividades ao ar livre, a par de uma Dieta
hospitalidade e diversidade cultural e gas- Mediterrânica, enriquecida pela excecional
tronomia gastronomia portuguesa, e que estará pre-
O clima e a gastronomia são dois dos sente na Life Plan Resorts graças ao cuida-
principais motivos pelos quais Portugal do de nutricionistas e chefs especializados,
é tão procurado. Note-se que a gastrono- além de uma horta orgânica que fornecerá
mia portuguesa foi considerada a quarta ingredientes frescos.”
melhor gastronomia do mundo pela Taste “Complementar a estas vantagens, a
Atlas em 2023. infraestrutura de saúde de Portugal, reco-
Comparativamente a outros destinos po- nhecida pela sua eficiência e custos acessí-
pulares entre os reformados, Portugal ofe- veis, reforça o nosso compromisso com a
rece um custo de vida significativamente saúde dos nossos residentes. Na Life Plan
mais baixo, incluindo aspetos como saúde, Resorts, serão oferecidos diversos serviços
habitação, alimentação e lazer, permitindo exclusivos de modo a garantir uma gestão
desfrutar de uma qualidade de vida elevada a desenvolver o resort mais completo do Para Jack Shevel, fundador e CEO da proativa da saúde e um envelhecimento
a um custo acessível. mundo dedicado ao envelhecimento sau- Life Plan Resorts. “O envolvimento social digno e confortável.”, acrescenta.
dável, à vitalidade do cérebro e à diversão, é fundamental para a Saúde Cognitiva, e Neste sentido, a Life Plan Resorts ofere-
Impacto do envolvimento social escolheu Portugal para desenvolver o seu Portugal destaca-se pela sua notável hos- ce uma solução integrada e holística, num
na saúde primeiro projeto na Europa devido a fato- pitalidade e rica diversidade cultural, o resort de cinco estrelas que se centrará nos
res como o envolvimento social, a ativida- que promove uma fácil integração na so- cinco pilares que apoiam o envelhecimen-
A Life Plan Resorts, empresa que está de física, a dieta e o serviço e saúde. ciedade. Além disso, Portugal é também to ativo e a saúde cerebral.

VÍTOR NORINHA
Jornalista
vnorinha@grupovidaeconomica.pt
Hermenêutica

Os salários têm de subir

“
1 - O que esperar do novo Governo um pouco com meses com saldo da balança subida dos salários.
relativamente ao crescimento económico? comercial positiva, e o imobiliário, com O outro lado da equação é a banca que nos
Os opinion makers, os analistas e os destaque para a compra de habitação últimos anos viveu de comissões e só depois
economistas esperam pouco, talvez mais própria e todo o recheio inerente. Longe da subida dos juros conseguiu recuperar
do mesmo. E a razão da perceção é de que
a economia só mexe quando os salários
vai o tempo em que contávamos com as
transferências dos emigrantes.
a margem financeira, tendo mantido a
estratégia de somar comissões à margem
O paradoxo disto é
subirem de forma expressiva. Claro que Ora, em Portugal desde há muito que a financeira. O resultado está à vista com que os mais críticos
se coloca a questão da inflação e todo o única forma de as pessoas ganharem riqueza recordes nos resultados no ano passado.
impacto que vem atrás, mas é inevitável é passarem 30 anos da sua vida a pagar 2 – Luís Montenegro, o novo PM, tem foram partidos
dizer que o ponto de estrangulamento a casa ao banco e, no final da vida terem mostrado fibra, quer na ida imediata a
está nos salários e só depois na habitação uma casa para deixar aos filhos. A riqueza Bruxelas para falar com a presidente da de esquerda que
numa forma muito menos expressiva e, por dos portugueses está na propriedade das comissão europeia, Ursula von der Leyen,
último, nos impostos. habitações compradas com crédito mas logo após a indigitação, quer com o grupo se abespinharam
E o paradoxo disto é que os mais críticos os salários baixos impede a população de PPE (Partido Popular Europeu), quer nos
foram partidos de esquerda que se acumular riqueza. Isto também revela a sinais que tem dado para a eventual inclusão contra os salários
abespinharam contra os salários milionários ignorância dos partidos políticos que se da IL com duas pastas, o que poderá gerar
superiores a três mil euros, o que fazendo sentiam ofendidos com o excesso de crédito ciúmes do parceiro da coligação. O mais milionários superiores
pequenas contas significa 1800 euros bancário, o que é diferente do crédito difícil será a negociação com o Chega. O
a três mil euros

”
líquidos e com um terço aplicado a um discricionário atribuído a quem não tinha líder André Ventura tem feito declarações
empréstimo à habitação, cerca de 600 manifesta capacidade para o gerir. A verdade que podem ser um problema se resultar
euros, ficamos sem perceber onde encontrar é que a poupança-obrigação é muito mais na queda do Governo em outubro,
habitações para arrendar ou comprar com efetiva do que a poupança convencional de após a apresentação do OE para 2025.
esse valor na Grande Lisboa, no Porto ou depósitos. Ao longo das últimas dezenas Entretanto, Montenegro tem tempo para
em Faro. Isto é ainda pior quando sabemos de anos é inequívoco que ao inverter- implementar medidas populares e se isso
que o salário médio bruto não vai além dos se o paradigma da velha poupança de acontecer Ventura irá pensar duas vezes
1400 euros, o que impede a aquisição de acumulação para a seguir se comprar, para antes de chumbar o OE se a popularidade
habitação. o modelo de crédito a pagar a longo prazo, do líder do PSD for elevada. Relembremos
Ora dos salários que não chegam para permitiu-se a milhões de cidadãos o acesso à que a partir de certa altura o Presidente elenco terá de ser forte e não deverá contar
poupar e/ou comprar casa passamos para habitação e isto também porque os salários da República não poderá dissolver o apenas com os óbvios, muito menos com
outro problema de grande amplitude. o permitiram. Isto é um alerta daquilo parlamento e depois estará tudo nas mãos aqueles que estão habituados a viver da
Os motores da economia nacional são o que deve ser uma das prioridades do novo de Montenegro e Ventura. As escolhas dos política e do parlamento, pois isso não fará
turismo, as exportações, que espevitaram Governo na criação de condições para a membros do Governo são nucleares, pois o o PSD crescer em votos.
24 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024

MERCADOS

Nissan quer parceiros no Japão e nos Estados Unidos
A Nissan anunciou que vai explorar novos parceiros no Japão e nos Estados Unidos. Entre-
tanto, vai continuar a apoiar-se na sua aliança com a Renault e a Mitsubishi na Europa, na
América Latina, na Asean e na Índia. Os construtores automóveis mantêm a tendência de
garantir parcerias, no sentido de obterem sinergias e abrirem novas perspetivas de mercados.
Altri ganha menos 72%
O grupo Altri obteve um resultado líquido de 42,8 milhões de euros, no passado, o que re-
fletiu uma quebra de quase 72% relativamente ao exercício anterior. O EBITDA da empresa
baixou 54,4%, para cerca de 137 milhões de euros. As receitas totais ascenderam a 788,2
milhões de euros, numa redução de 26,1%, face ao ano precedente.

Vendas de automóveis novos crescem Preço do cacau bate

10% na UE
As matrículas de viaturas novas
na União Europeia aumentaram
10%, em fevereiro, face a igual
mês do ano passado, para 883 608
unidades. Este crescimento foi
sustentado sobretudo pelo consu-
mo em França e na Itália, de acor-
do com os dados da Associação de
Construtores Europeus de Auto-
móveis (ACEA).
Entretanto, importa notar que o
crescimento das vendas de veículos
elétricos abrandou claramente em
fevereiro, em grande medida de-
vido ao recuo de 15% das vendas
na Alemanha, o primeiro mercado
automóvel do espaço comunitário.
As matrículas de viaturas total-
mente elétricas aumentaram 9%,
para 106 mil unidades.
Em janeiro tinam registado um
aumento de 29%. A parte de mer-
cado destes veículos manteve-se
em 12% no período em análise,
ainda segundo a ACEA.
As vendas de viaturas híbridas
avançaram 24,7%, impulsionadas
por um crescimento sustentado
nos quatro principais mercados
da União Europeia, designada-
mente Alemanha, França, Itália e
Espanha. Estes automóveis repre-
sentavam quase 29% do mercado
europeu.
Os construtores assistiram a
um acréscimo das suas vendas na
União Europeia, em fevereiro. As
matrículas da Stellantis, detento-
ra das marcas Peugeot, Citroën,
Fiat e Opel, aumentaram 12%, do
grupo VW cresceram 9,8% e da
Renault avançaram 5,8%. A Mer-
cedes-Benz sofreu uma quebra 4%
e as vendas da BMW evoluíram
3,3%.
recordes
O cacau continua a bater recor-
des. Lidera as subidas dos recur-
sos básicos, com uma grande dife-
rença relativamente aos restantes.
O recurso agrícola superou mes-
mo os preços de uma dos metais
industriais mais cobiçados neste
momento, o cobre.
O preço do grão subiu já cerca
de 135% desde o início do ano
e esta semana bateu os 10 mil
dólares a tonelada pela primei-
ra vez na sua história. Este forte
aumento tem a sua origem nas
más perspetivas para as colheitas
na Costa do Marfim e no Ghana,
dois países que são responsáveis
por quase 60% da oferta mundial
de cacau, não sendo as perspetivas
as melhores para o futuro. Só em
março, os futuros sobre o preço
do cacau encareceram 50%. Este
produto lidera o ranking das ma-
térias-primas que mais encare-
ceram a nível global e que se vai
refletir no preço do chocolate,
provavelmente no médio prazo,
já que muito está agora depen-
dente das colheitas de cacau, es-
pecialmente naqueles dois países.

PEDRO MOURA
Responsável pela Oferta Phygital
da Minsait em Portugal, uma
empresa da Indra

Pacto Ecológico Europeu: Rumo a um futuro mais sustentável

No início do ano, o Parlamento Europeu e
o Conselho Europeu celebraram um acordo
histórico sobre as novas regras propostas
pela Comissão Europeia para as águas
residuais urbanas, reformulando os seus
métodos de tratamento e monitorização.
Este feito assinala um marco significativo
que promete águas subterrâneas, rios, lagos
e mares mais limpos. A direção tomada
pela União Europeia (UE) é louvável,
visando garantir um futuro melhor para
todos os cidadãos europeus. No entanto,
para alcançar plenamente esses objetivos,
é crucial disponibilizar e implementar as
melhores tecnologias que possam reduzir o
consumo de energia e os níveis de poluição.
A nova legislação está inserida no contexto
mais amplo do Pacto Ecológico Europeu,
um pacote de iniciativas políticas lançado
em 2019, que visa orientar a UE rumo a
uma transição ecológica. O objetivo final é
atingir a neutralidade climática até 2050.
Dentro deste contexto, os legisladores
europeus decidiram intervir e atualizar as
normas de tratamento de águas residuais,
que remontam a 1991. Apesar dos
progressos realizados nos últimos 30 anos,
o setor carecia de uma revisão regulamentar
que reduzisse ainda mais a poluição,
melhorasse a monitorização dos agentes
patogénicos na água e garantisse um melhor
saneamento para os cerca de 10 milhões de
pessoas na UE que ainda não têm acesso a
saneamento básico.
Quais são então as áreas chave dessa nova
legislação onde a tecnologia terá um
papel crucial na realização dos objetivos
propostos?
Comecemos pela eficiência energética.
Um dos pontos centrais desta diretiva
diz respeito à otimização do consumo de
eletricidade em instalações com capacidade
superior a 10.000 equivalente de
população (e.p.). Em breve, os operadores
serão desafiados a identificar diretrizes
de referência para medir e analisar o
consumo de energia de cada instalação,
a fim de avaliar a eficiência energética,
identificar áreas de melhoria e monitorizar
o desempenho ao longo do tempo. Para
responder a essa necessidade, já existem
soluções tecnológicas plug-and-play que
simplificam o processo de monitorização e
gestão do consumo de energia das estações
de tratamento de águas residuais.
Outra questão crucial diz respeito aos novos
requisitos, muito mais restritivos, relativos
aos valores de azoto e fósforo, os principais
poluentes das águas residuais tratadas, para
as estações com um e.p. superior a 10.000.
Esta exigência de redução empurrará os
operadores das estações cada vez mais
para a adoção de tecnologias inovadoras,
preferencialmente não invasivas, que
aumentem a remoção de poluentes por
meios biológicos, reduzindo drasticamente
a utilização de reagentes químicos, a fim
de evitar que os resíduos do processo
permaneçam no efluente.
Além disso, destaca-se a questão da
neutralidade energética. Até 2045, o setor
de águas residuais terá de tornar-se neutro
em termos de carbono e reduzir as suas
emissões de gases de efeito estufa, que
atualmente representam cerca de 0,85%
do total das emissões da UE. Para garantir
um tratamento eficiente das águas residuais
e, ao mesmo tempo, reduzir os custos
energéticos associados, será essencial adotar
tecnologias que cumpram esses requisitos,
mas que não exijam alterações estruturais
nas instalações, a fim de reduzir os custos e
o tempo de instalação.
Atualmente existem soluções no mercado
que permitem aos operadores do setor de
águas residuais um avanço rápido neste
sentido, com uma abordagem única e
disruptiva e um processo biológico mais
eficiente e estável, reduzindo os custos
operacionais. Este tipo de soluções têm
um impacto positivo nas estações de
tratamento de águas residuais, incluindo
a redução na fatura energética, a remoção
de lodo e produtos químicos, o aumento
da capacidade de tratamento e a melhoria
dos parâmetros dos efluentes, atingindo
uma qualidade de água de acordo com
as normas mais restritivas, além de
proporcionar uma instalação rápida e
fácil, evitando esvaziamento de tanques,
intervenção em equipamentos elétricos e
modificações estruturais.
A nova legislação da UE representa uma
oportunidade única para os operadores de
estações de tratamento de águas residuais
anteciparem a mudança, investirem em
soluções tecnológicas inovadoras que
melhorem o desempenho, reduzam o
consumo de energia e minimizem a
quantidade de aditivos utilizados. Através
da adoção de sistemas avançados, o setor
de águas residuais poderá contribuir
significativamente para os objetivos do
Pacto Ecológico Europeu e desempenhar
um papel de liderança para um futuro
europeu mais verde e sustentável.
PUB

Assessoria especializada B2B

Cambial * Taxas de Juro * Commodi?es * Economia

Vale a pena falar connosco!

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 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024
Intermediação financeira cai em fevereiro
O valor das ordens sobre instrumentos financeiros recebidas pelos intermediários totalizou
31 891,4 milhões de euros, em fevereiro, uma queda de 8,4% face a janeiro. Desde o início
do ano, este indicador aumentou 38,6% face a igual período do ano passado. O valor mensal
caiu 1,9% nos instrumentos financeiros de dívida pública e 34,8% na dívida privada. Nas
ações caiu 21%. O BCP teve a maior quota de mercado nas transações sobre ações Na dívida
(pública e privada), a maior quota pertenceu ao BNP Paribas.
FRANCISCO CORREIA, GERENTE DA ANCOR, ADMITE
Mercado da papelaria está
em processo de consolidação
O mercado da papelaria
defronta-se com vários
desafios, entre os quais
se contam a instabilidade
económica global, a
necessidade de digitalização
e a escassez de mão de obra.
Mas há boas notícias no
setor. Os preços das matérias-
primas tendem a estabilizar e,
para já, não há falta de papel.
As empresas têm de adotar
medidas de melhoria de
produtividade – referiu à Vida
Económica Francisco Correia,
gerente da Ancor, empresa de
papelaria. O setor continua
a passar por um processo de
consolidação.
Vida Económica - Como caracteriza
a atual situação no mercado nacional
da papelaria?
Francisco Correia - Atualmente, ob-
servamos um ambiente dinâmico e desa-
fiante, influenciado por diversos fatores
que moldam as tendências e as necessi-
dades dos consumidores. Em primeiro
lugar, a digitalização continua a ter um
impacto significativo na forma como as
pessoas trabalham, estudam e comuni-
cam. Apesar da crescente predominância
dos meios eletrónicos, muitos estudos
têm vindo a corroborar a teoria de que a
escrita e a leitura em papel têm inúmeras
vantagens, face aos formatos digitais, sob
o ponto de vista da aprendizagem.
Além disso, notamos um aumento sig-
nificativo na consciencialização ambien-
tal entre os consumidores. Estão cada
vez mais preocupados com a origem dos
produtos que consomem e com o seu
impacto no ambiente.
Como resultado, há uma procura cres-
cente por produtos de papelaria que
sejam sustentáveis, fabricados com ma-
teriais reciclados e ou recicláveis, com
certificações que garantam uma explora-
ção sustentável da floresta e processos de
produção ecologicamente mais respon-
sáveis. Paralelamente enfrentamos uma
forte incerteza económica e política que
nunca é favorável ao desenvolvimento
dos negócios. Em resumo, embora en-
frentemos desafios significativos, vemos
oportunidades para inovar, diversificar
e satisfazer as necessidades em evolução
dos consumidores.
25
MERCADOS
Airbus retira encomendas à Boeing na Ásia
A Airbus obteve a encomenda de 65 aviões por parte de dois dos priuncipais clientes asiáticos
da Boeing. Pela primeira vez, o grupo europeu vai fornecer aparelhos à Japan Airlines. Trata-
-se de uma encomenda de quase 12,4 mil milhões de dólares. A segunda empresa a preferir a
Airbus é a sul-coreana Korean Air, desta feita numa encomenda que ascende a cerca de 13,7
mil milhões de dólares. A Boeing está a defrontar-se com problemas nos seus processos de
produção.
Empresa está presente em 34
países
a subir de forma contínua desde o final do
último trimestre do ano passado.
VE - Este é um setor com uma forte
concorrência?
FC - O “core business” da Ancor cen-
tra-se no desenvolvimento, produção e
comercialização de produtos de papelaria.
Este é um setor de forte concorrência, em
consequência de ser um mercado muito
maduro, marcado por crescimentos resi-
duais e onde a oferta supera largamente a
procura. Dada esta realidade, nos últimos
anos temos vindo a assistir a uma crescen-
te consolidação de mercado, sobretudo
O setor da papelaria é madura e a oferta supera largamente a procura, de acordo com Francisco derivada do desaparecimento de algumas
Correia. empresas do setor e consequente redistri-
buição dessas quotas de mercado. Aliás, na
VE - Quais os principais problemas aumentos foi mais moderado, o que con- nossa opinião, essa consolidação irá con-
que se colocam à vossa atividade? jugado com medidas de melhoria de pro- tinuar de forma progressiva até se atingir
FC - Nos últimos anos, a economia tem dutividade, entretanto adotadas, permitiu um novo equilíbrio entre oferta e procura.
vindo a caracterizar-se por ciclos económi- um regresso a um desempenho económico
cos cada vez mais curtos e agudos, o que mais alinhado com o nosso histórico. No VE - Como opera a Ancor no mercado?
implica uma alteração profunda nos mo- que toca à questão energética, a atividade FC - A Ancor opera de forma diferente
delos de análise dos negócios e da capaci- da Ancor não é intensiva no consumo de nos seus mercados. Em Portugal, apresen-
dade de planear a longo energia. De facto, o nos- ta-se como uma marca e um fabricante de
prazo. Neste enquadra- so custo energético ao referência. Ou seja, somos um operador
mento, sou da opinião Tem havido alterações longo dos anos não su- que trabalha todos os canais de distribui-
que os principais pro- na capacidade de pera 1% do volume de ção, desde armazenistas de papelaria, pas-
blemas que enfrentamos negócios. No entanto, o sando por retalhistas do mercado tradicio-
podem ser divididos em planear a longo prazo aumento deste custo tem nal, até retalhistas da distribuição moderna
duas grandes categorias. um forte impacto no (generalista e especialista). Nestes canais,
Por um lado, temos os preço das nossas princi- vendemos as nossas marcas mas também
problemas mais ou menos globais relacio- pais matérias-primas, uma vez que o custo fabricamos marcas de distribuidores (mar-
nados com a forte instabilidade económi- da energia é um dos principais custos de cas brancas). Operamos assim como um
ca, que se materializam em inflação eleva- produção do papel, do cartão e dos acessó- parceiro global dos nossos clientes. No que
da, taxas de juro altas e forte possibilidade rios metálicos. toca a Espanha, trabalhamos genericamen-
de recessão económica em Portugal e na te da mesma forma, havendo uma diferen-
UE. Por outro lado, a necessidade da em- Possibilidade de rutura nas cadeias ça fundamental relativamente à dimensão
presa se adaptar aos desafios da economia de abastecimento dos clientes onde estamos presentes (é ne-
circular, da descarbonização, da escassez de cessário garantir uma dimensão mínima,
mão de obra e da digitalização dos negó- VE - Continua a verificar-se a falta de por forma a tornar possível a rentabiliza-
cios, nomeadamente no que toca à utiliza- papel? ção dos custos logísticos).
ção da inteligência artificial. FC - O mercado do papel voltou a en-
contrar um equilíbrio entre a oferta e a VE - Como está a decorrer o processo
VE - Como tem reagido a Ancor ao au- procura, sendo que neste momento os pra- de internacionalização?
mento dos preços das matérias-primas zos de fornecimento das principais fábri- FC - Na Ancor a procura de novos mer-
e da energia? cas na Europa se situam dentro de tempos cados tem uma constante ao longo das úl-
FC - Em 2022, o forte e rápido aumen- absolutamente normais. No entanto, com timas duas décadas. De facto, há já muitos
to do custo das matérias-primas afetou de a crise do mar vermelho e o consequente anos que a proporção de vendas no mer-
forma muito significativa o desempenho aumento dos prazos de trânsito e da subi- cado internacional é superior às vendas no
económico da empresa. Num cenário em da dos preços dos fretes marítimos da Ásia, mercado nacional, refletindo assim uma
que não foi possível aumentar os preços de volta a reaparecer o fantasma da rutura das forte veia exportadora da empresa. No ano
venda ao ritmo do aumento do gasto com cadeias de abastecimento e do consequen- de 2023 voltamos a crescer em número de
matérias-primas as margens foram esma- te desequilíbrio entre oferta e procura de países onde estamos presentes passando a
gadas e a rentabilidade muito afetada. Já matérias-primas, nomeadamente do papel. operar em 34 países diferentes, sendo que
em 2023, pese embora tenha permaneci- Aliás, os preços da pasta de papel, e conse- o último a entrar na nossa lista foi a Eslo-
do um cenário inflacionista, o ritmo dos quentemente do próprio papel, têm vindo vénia já no final do ano.
26 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024

MERCADOS

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O PSI recuperou O DAX valorizou de forma
terreno na última constante ao longo da
semana, tendo última semana, tendo
ressaltado dos 6 050 voltado a estabelecer novos
pontos e renovado máximos históricos nos
máximos de início 18 411 pontos. É esperado
de março em torno que o índice alemão
dos 6 250 pontos. continue a sua tendência
Espera-se que o índice de valorização ao longo das
português consiga próximas semanas, com
utilizar o nível dos um suporte nos 17 900
6 200 como suporte. pontos.

FILIPE GARCIA RUI COSTA ruicosta@imf.pt

Economista da IMF – Informação
Eur/Usd com suporte
MERCADO MONETÁRIO
INTERBANCÁRIO de Mercados Financeiros
filipegarcia@imf.pt

Euribors perderam força nos $1.0800

As taxas Euribor perderam alguma
força ao longo dos últimos dias, com
principal destaque para o prazo a 6
meses que registou o maior recuo.
A curva de rendimentos pouco se
alterou, numa altura em que os
mercados descontam um corte de
25 pontos base nas taxas de juro de
referência não só do Banco Central
Europeu como também da Reserva
Federal nas respetivas reuniões de
junho.
Não obstante, Christine Lagarde
voltou a reiterar que o BCE não
se pode comprometer com uma
trajetória pré-definida de cortes
nas taxas, mesmo depois de o
primeiro ser concretizado, uma
vez que o seu ritmo dependerá dos
dados divulgados até cada reunião.
Tal como a Presidente do BCE,
também o economista-chefe da
instituição, Philip Lane, afirmou que,
conjuntamente com os seus colegas,
irá “calibrar durante muito tempo” o
nível adequado das taxas de juro de
referência.
Voltamos a assistir a mais uma
reunião da FED na semana passada
que, tal como era esperado, decidiu
manter inalteradas as suas taxas de
juro de referência. Ainda assim, a
maioria dos membros do Conselho
de Política Monetária voltou a
sinalizar três cortes até ao final
deste ano. A instituição descreveu,
assim, a inflação como “continuando
elevada”, numa altura em que as
novas projeções apontam para um
crescimento do PIB de 2.1% em
2023, um pouco acima dos 1,4%
previstos em dezembro, e uma taxa
de inflação subjacente de 2.6%,
também ligeiramente acima da
projeção passada. Jerome Powell
apresentou um discurso menos
agressivo, mais sugestivo de redução
dos juros, apesar de reiterar que
o calendário dos 3 cortes estará
dependente de se os responsáveis
estão seguros de que a inflação
continuará a descer em direção aos
objetivos pretendidos, mesmo que
a economia continue a superar as
expectativas. O Banco do Japão
decidiu abandonar a sua política
monetária de taxas de juro negativas EUR/USD
e anunciou a sua primeira subida
em 17 anos, colocando também um
ponto final a outros instrumentos não
convencionais, como o controlo da
curva de rendimentos. Por sua vez,
o Banco de Inglaterra deixou as suas
taxas de juro inalteradas, depois da
inflação ter recuado para mínimos de
dois anos e meio.
No que respeita às taxas fixas, a
trajetória foi também de baixa,
sobretudo nos prazos mais longos. O
rendimento das obrigações soberanas
alemãs abrandou e o prazo a 10 anos
retomou valores abaixo dos 2.4%,
num momento em que o sentimento
económico alemão subiu pelo 8º
mês consecutivo e renovou máximos
desde fevereiro de 2022, superando
as expectativas do mercado e o
registado no mês passado. As
expectativas económicas foram
impulsionadas pela antecipação do
mercado sobre potenciais cortes nas
taxas de juro por parte do BCE.
ANÁLISE PRODUZIDA A 26 DE MARÇO
DE 2024

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)

25.março.2024 18.março.2024 26.fevereiro.2024

1M 3,842% 3,855% -0,013 3,843% -0,001

3M 3,886% 3,928% -0,042 3,952% -0,066
6M 3,855% 3,915% -0,060 3,901% -0,046 Eur/Usd inicialmente quebrado o suporte
1Y 3,658% 3,750% -0,092 3,732% -0,074 Na última semana, o Eur/Usd dos 163,7 ienes. No entanto, nas
recuou, tendo renovado mínimos sessões seguintes o par valorizou,
TAXAS EURIBOR E REFI BCE FUTUROS EURIBOR de 1 de março no suporte dos tendo voltado a transacionar aci-
Data 3 Meses Implícita
maio 24 3,775% $1.0800, tendo ainda posterior- ma do nível mencionado.
julho 24 3,565% mente valorizado ligeiramente,
dezembro 24 3,055% atingindo os $1.0850. O par de- Eur/Gbp
setembro 25 2,505%
março 26 2,385% verá transacionar entre o suporte A última semana foi positiva
setembro 26 2,345% mencionado e da resistência dos para o Eur/Gbp que superou a
CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS $1.0900 nas próximas sessões. resistência das £0.8550 e reno-
Euro Refinancing Rate 4,50% vou máximos de janeiro de 2024
BCE Euro Marginal Lending Facility 4,75% Eur/Jpy em torno das £0.8600. A próxi-
Euro Deposit Facility 4,00%
*desde 7 de março 2024
Na semana passada, o Eur/Jpy ma resistência do par está presen-
EUA FED Funds 5,50% desvalorizou ligeiramente, tendo te no nível das £0.8630.
R.Unido Prime Rate 5,25%
Brasil Taxa Selic 10,75%
Japão Repo BoJ -0,10% Var. Semanal Var. a 30 dias Var. desde
26/março/2024
EURO FRA’S (%) (%) 1 jan (%)
Forward Rate Agreements
Tipo* Bid Ask
EUR/USD 1,0855 0,01% -0,01% 1,61%
1X4 3,800 3,820
3X6 3,595 3,645
EUR/JPY 164,40 0,63% 0,83% 17,75%
YIELD 10 ANOS PORTUGAL 1X7 3,757 3,777
3X9 3,532 3,582
6X12 3,221 3,271 EUR/GBP 0,8585 0,47% 0,26% -3,14%
12X24 2,766 2,786
*1x4 – Período termina a 4 meses, com início a 1M EUR/CHF 0,9810 1,87% 2,79% -0,64%
EURO IRS
InterestSwapsvs Euribor 6M EUR/NOK 11,6260 0,24% 1,71% 10,58%
Prazo Bid Ask
2Y 3,174 3,184 EUR/SEK 11,4530 0,94% 2,44% 2,57%
3Y 2,918 2,958
5Y 2,709 2,739 EUR/DKK 7,4590 0,03% 0,05% 0,29%
8Y 2,643 2,647
10Y 2,644 2,648 EUR/PLN 4,3093 -0,27% -0,14% -7,95%

Obrigações 5Y 10Y EUR/AUD 1,6574 -0,46% 0,05% 5,57%

2,61 3,03
2,86 3,19 EUR/NZD 1,8036 0,55% 2,47% 6,81%
2,69 2,84
2,38 2,36 EUR/CAD 1,4718 -0,33% 0,46% 1,46%
3,21 3,66
3,87 3,98 EUR/ZAR 20,5294 -0,07% -1,17% 12,97%
4,25 4,26
0,38 0,74 EUR/BRL 5,4067 -1,28% 0,23% -5,23%
Fontes: Reuters e IMF
 SEXTA-FEIRA,
QUINTA-FEIRA,1628DE
DESETEMBRO 2022
MARÇO 2024 25
27

MERCADOS

BPI conquista cinco prémios nos Global Private Banking Awards Lucro do grupo Ramada cai 48%
Greenvolt lucra mais 17%
O BPI foi eleito, em 2024, como “Best Domestic Private Bank in Portugal” nos Euromoney
Repsol vende parte do negócio de “upstream”
O grupo Ramada obteve um resultado líquido de 10,4 milhões de euros, no ano passado, o
Global
A Private
Greenvolt Banking
obteve Awards 2024.
um resultado líquidoPara além
de 1,2 deste importante
milhões de euros, noprémio,
primeirofoi ainda distingui-
semestre, o que re- que se traduziu
A Repsol vendeunuma
25% quebra de 48%
da sua área face ao exercício
de “upstream” anterior.
(exploração O EBITDA
e produção desceu 38,8%,
de hidrocarbonetos)
do com
fletiu ummais quatrol,de
crescimento designadamente
17%, face a igual“Portugal’s
período doBest
anofor High O
passado. Net Worth”,sofreu
EBITDA “Portugal’s Best
um avanço para cercanorte-americano
ao fundo de 17,8 milhõesEIG,
de euros. As recitasdetotais
num negócio cerca registaram um recuo
de 20 mil milhões dede 27,4%,
euros. para
A petro-
for Digital Solutions”,
significativo “Portugal’s
de 248%, para cerca deBest
36,8for Next-Gen”
milhões e “Portugal’s
de euros. Best
Já as receitas for Sustainability”.
apresentaram um acrés- 141,2 milhões deanunciou
lífera espanhola euros. o referido acordo, sendo que este inclui a entrada em bolsa desta
cimo de 170%, fixando-se em 113 milhões de euros, refere a empresa em comunicado à CMVM. divisão, provavelmente nos Estados Unidos, a partir de 2026.

PAULO ROSA
TÍTULOS EURONEXT LISBOA PAINEL BANCO SANTANDER Economista Sénior
do Banco Carregosa
Última
Última Variação
Variação Máximo
Máximo Mínimo
Mínimo EPS
EPS EPS Est
EPS Est PER Est
PER Est PER Est
PER Est Div. Yield
Div. Yield Div. Yield
Div. Yield
Título Data Act
Act Hora Act
Act
Título
Cotação
Cotação Semanal
Semanal 52
52 Sem
Sem 52 Sem
52 Sem Est Act
Est Act Fut
Fut Act
Act Fut
Fut Ind
Ind Est
Est
Data Hora
O maior excedente orçamental em democracia
ALTRI
Investidores focados em 2023
ALTRI SGPS
SGPS SA
SA 5,370
5,090 1,42%
6,09% 6,675
5,185 3,582
3,802 0,872
0,330 0,584
0,435 6,158
15,394 9,195
11,678 4,47%
4,91% 6,29%
4,24% 14/09/2022
26/03/2024 16:35:08
16:35:12 O saldo orçamental das contas públicas registado défices orçamentais crónicos
Os ciclos económicos
portuguesas em 2023 foiepositivoos mercados de quase desaceleram
desde a contratação2019
1974, excetuando de trabalhadores
e 2023,
IBERSOL
IBERSOL SGPS
SGPS SA
SA 6,000
6,600 0,00%
0,00% 6,600
7,360 4,590
6,260 0,390
0,347 0,467
0,450 15,385
19,020 12,848
14,667 2,25%
10,61% 2,12%
11,06% 14/09/2022
26/03/2024 10:45:14
16:35:26
3,2 milhõesnão
financeiros andamrepresentando
de euros, de mãos dadas. um e apenas alguns meses
mas saldos negativos das contas mais tardepúblicas
encetam
BANCO
BANCO COMERCIAL
COMERCIAL
0,143 -0,28% 0,203 0,120 0,018 0,031 7,961 4,623 0,63%- 0,00% 14/09/2022 16:35:11
Há uma velha
excedente perceção,
orçamental demais
1,2%, ouomenos
maior uma política
podem de despedimentos
não aumentar o rácio dasedívida a
0,301 2,24% 0,334 0,184 0,051 0,054 5,871 5,544 8,32% 26/03/2024 16:36:58
PORTUGUES-R
PORTUGUES-R consensual,
em democracia. entreApesar
os investidores
da conjuntura mais atividade
face ao PIB económica
nominal, realmente se agudizar,
caso o crescimento
F.
experientes de que “os mercados
desfavorável na Zona Euro, sobretudo antecipam culminandoseja
económico nessa altura numPor
considerável. agravamento
exemplo,
F. RAMADA
RAMADA INVESTIMENTOS
INVESTIMENTOS
SGPS
6,920
6,700 -1,70%
-0,30% 7,600
7,780 5,780
6,120 0,550
0,360 0,420
0,380 12,582
18,611 16,476
17,632 8,67%
12,28% 5,49%
5,37% 14/09/2022
26/03/2024 13:53:06
14:47:54 a economia
da economiaem 6 meses”,
europeia, ou pelo menos
a Alemanha, a do mercado
um crescimento de trabalho,
do PIB nominalsubida dadetaxa 5%
SGPS SA
SA
tentam, alicerçados
economia portuguesa nopoderá
máximo de
continuar de desemprego, e numa
consegue acomodar um défice orçamental eventual recessão,
aindicadores
apresentar avançados da economia. indiciada
5% sematualmente
aumentar pelos o ráciorendimentos
CORTICEIRA
CORTICEIRA AMORIM
AMORIM SA
SA 9,840
9,800 -0,20%
3,92% 12,601
10,517 9,180
8,794 0,636
0,660 0,706
0,802 15,472
14,818 13,938
12,195 2,03%
2,04% 2,95%
3,04% 14/09/2022
26/03/2024 16:35:29
16:35:24
um crescimento favorável, de da dívida.
CTT-CORREIOS
CTT-CORREIOS DE
DE
Atualmente ospela
impulsionada investidores
desaceleraçãofocam-se da cada Émais elevados
certo das obrigações
que a dívida pública crescedo tesouroem
3,265 1,08% 5,160 2,965 0,230 0,283 14,196 11,537 3,68% 3,68% 14/09/2022 16:35:12
PORTUGAL
PORTUGAL
4,180 16,92% 4,265 3,230 0,330 0,393 12,712 10,674 4,07% 3,90% 26/03/2024 16:35:20
inflação, um suporte ao consumo, e na
vez mais nas perspetivas para a inflação americano
termos a 2 anos
nominais, ourelativamente
seja, em termos aos das
primavera
pelo PRR, de um2023, mais precisamente
importante apoio ao na obrigaçõesacumulando
absolutos, a 10 anos. Aovariação mensal
défice orçamental
EDP-ENERGIAS
EDP-ENERGIAS DE desinflação e numa possívelanos,
reversãoa da alta da 5%,
inflação
isto éé,importante parae determinar
DE
PORTUGAL
4,956
3,532 0,75%
1,67% 5,210
5,226 3,652
3,452 0,212
0,300 0,275
0,302 23,377
11,743 18,022
11,666 3,83%
5,52% 3,83%
5,75% 14/09/2022
26/03/2024 16:35:16
16:35:28 investimento. Nos últimos de receitas fiscais parafiscais
PORTUGAL SA dos juros, facto corroborado pela evolução a tendência
SA
economia nacional tem sido suportada pelo 5% inferioresdos preços
a todas as no consumidor
despesas públicas
EDP
EDP RENOVAVEIS
RENOVAVEIS SA
SA 24,770
12,545 0,69%
-0,95% 26,870
21,250 16,600
12,240 0,741
0,540 0,726
0,637 33,428
23,278 34,118
19,733 0,36%
2,11% 0,41%
1,63% 14/09/2022
26/03/2024 16:35:01
16:35:14
mais favorável
significativo dos mercados
acréscimo acionistas
de emprego e pelonos e quaisquer
acrescidas dospotenciais
juros pagos espirais de preços
pelo total da
últimos 3 meses.
contributo robusto do setor turismo. Desde como a dos salários/inflação,
dívida pública existente (serviço da dívida), mas, ainda
GALP
GALP ENERGIA
ENERGIA SGPS
SGPS SA
SA 10,625
15,180 0,85%
-1,30% 13,060
15,660 8,060
9,832 1,394
1,140 1,388
1,172 7,622
13,281 7,655
12,918 4,80%
3,56% 4,88%
3,68% 14/09/2022
26/03/2024 16:35:22
16:35:28 No apassado
2013, população dia 17 de junho aumentou
empregada o S&P 500 assim,
mas existem
a dívida outrosemindicadores
pública que ou
termos relativos,
JERONIMO
JERONIMO MARTINS
MARTINS 22,880
18,560 2,79%
-2,47% 23,300
27,100 16,950
18,260 0,952
1,315 1,038
1,455 24,034
14,160 22,042
12,797 3,43%
3,53% 2,37%
3,90% 14/09/2022
26/03/2024 16:35:21
16:37:34 registou
mais o valor
de meio mais baixo
milhão do ano nos 3636
de trabalhadores, são mais
seja, como“leading”,
percentagem ou seja,
do PIB quemantém-se
estão a
MOTA
pontossuperado
tendo e nessa altura o mercado
já superado os 5esperava
milhões. montante Imaginemos
inalterada. da cadeia de que valoro ePIBmostram
nominal
MOTA ENGIL
ENGIL SGPS
SGPS SA
SA 1,224
4,880 1,83%
3,94% 1,436
5,940 1,108
1,474 0,107
0,240 0,160
0,303 11,439
20,292 7,650
16,073 4,23%
2,62% 3,10%
2,60% 14/09/2022
26/03/2024 16:35:27
16:35:13
que asempregados
Mais taxas de jurosignifica
da Reservanão Federal
apenas mais dos com
de umaalguma
economia antecedência
fixou-se em a tendência
100 mil
receita parafiscal para os cofres daasegurança
EUA (Fed) no final do ano, após última futura dos preços,emtais como e aas cotações
NAVIGATOR
NAVIGATOR CO
CO SA/THE
SA/THE 3,684
4,034 -0,43%
6,16% 4,240
4,044 2,804
3,012 0,495
0,350 0,345
0,337 7,442
11,531 10,678
11,976 7,63%
5,23% 6,65%
6,15% 14/09/2022
26/03/2024 16:35:17
16:35:02
milhões de euros 2022 dívida pública
NOS
NOS SGPS
SGPS 3,596
3,582 1,41%
4,37% 4,120
4,296 3,204
3,126 0,271
0,285 0,261
0,305 13,269
12,604 13,778
11,777 7,73%
9,77% 7,84%
8,43% 14/09/2022
26/03/2024 16:35:21
16:35:25
reuniãomas
social, da Fed
também no dia um 14acréscimo
de dezembro, de PIB atingiu o mesmo montante nesse ano,e
dos combustíveis fósseis, dos metais
PHAROL
PHAROL SGPS
SGPS SA 0,078 3,60% 0,098 0,072 -- -- -- -- -- -- 14/09/2022 16:35:15 eseconsequente
fixassem em aumento3,75%, dedas acordo
receitas com os
fiscais, dos produtosum
confirmando agrícolas.
rácio daMuitos
dívida destes
pública
SA 0,048 -1,23% 0,059 0,034 26/03/2024 16:35:23 futuros negociados no CME.
impulsionadas também pela resiliência Em meados indicadores
(face ao PIB antecedentes
nominal) de 100%. mostram Entretanto,
REDES
REDES ENERGETICAS
ENERGETICAS de agosto,
do setor doe turismo.
apesar deEsta as perspetivas
melhoria para os atualmente
no ano de 2023 sinais de deflação,
o PIB nominaltais dessacomo
2,570
2,195 -1,53%
2,81% 3,060
2,755 2,445
2,115 0,163
0,179 0,174
0,170 15,767
12,207 14,770
12,853 5,99%
7,02% 6,54%
6,83% 14/09/2022
26/03/2024 16:35:07
16:35:20
NACIONAIS
NACIONAIS juros da Fed
suportará se terem
as contas mantido
públicas ancoradas
portuguesas, o ouro e ocresceu
economia cobre. 5%, O metal amareloostem
alcançando 105
em 3,75% para o final de
contribuindo para excedentes orçamentais2022, o S&P 500 desvalorizado
mil milhões dedesde euros ose omáximos no início
défice orçamental
SEMAPA-SOCIEDADE
SEMAPA-SOCIEDADE DE
DE
INVESTIM
14,000
14,520 -0,99%
6,61% 16,300
14,580 10,660
12,600 3,025
2,730 2,140
2,685 4,628
5,319 6,542
5,408 3,66%
6,54% 5,21%
5,99% 14/09/2022
26/03/2024 16:35:21
16:35:26 ehavia recuperado
descida do rácioquase 20%pública
da dívida dos mínimos.
em de março,
das penalizado
contas públicas nãoEstado
desse só pela subida
soberano
No entanto,
relação ao PIB o discurso
nominal.“agressivo”
Internamente de dosdejuros
foi 5 mile valorização
milhões de euros, do dólar, mas
aumentando a
SONAE 0,965
0,878 -1,43%
0,29% 1,180
1,047 0,869
0,847 0,117
0,098 0,099
0,110 8,248
8,969 9,747
7,991 5,30%
6,42% 5,18%
6,83% 14/09/2022
26/03/2024 16:35:06
16:35:03 Powell
as em Jackson
variáveis Hole em
são positivas, mas26eventuais
de agosto também
dívida pela crescente
pública perceção
nesse montante, de uma
sendo agora
NOVABASE SGPS SA 4,630 1,76% 5,100 4,186 0,240- 0,290- 19,292- 15,966-
elevou novamente
fatores as perspetivassobretudo
exógenos desfavoráveis, dos juros descida
de 105 mil da milhões
inflação de noseuros,
próximosmantendomeses,o
6,400 -1,23% 6,800 4,180 6,56%- 9,29%- 14/09/2022
25/03/2024 16:29:45
25/03/2024
da Fed, agora das
agravamento paratensões
os 4%geopolíticas
no final do ano, a sobretudo
rácio na mesma em 2023.em 100%.A cotação do cobre
Se o crescimento
GREENVOLT-ENERGIAS
9,300 4,38% 10,920 5,037 0,266 0,472 34,962 19,703 14/09/2022 16:35:05
culminando
nível global ou numaumadesvalorização
evolução económica do S&P temPIB
do caído aindafor
nominal mais, cerca ao
superior de défice
25%
8,170 0,25% 8,345 4,872 0,081 0,513 100,802 15,916 - - 26/03/2024 16:35:13
RENOVAVEI 500 nasdesfavorável,
externa semanas seguintes poderão até penalizar
aos 3900 desde meados
orçamental, de abril,
o rácio cai. Apenalizada
dívida públicapelas
pontos. Apesar das subidas
uma economia nacional caracterizada dos rendimentospor perspetivas
alemã à voltamaisde 2800fracasmilpara a procura
milhões desteé
de euros
do tesouro
elevadoegrau das perspetivas
de abertura.mais No elevadas metal11 industrial diante àdadívidadesaceleração
TÍTULOS MERCADOS EUROPEUS PAINEL BANCO SANTANDER um
para as taxas da Fed, os mercados
década de 1960 e início da década de 1970,
final da
acionistas
quase
da 263
de economia
vezes superior
chinesamas
mil milhões, e dea germânica
portuguesa
uma potencial
têm
as continuado
contas públicasa mostrar
portuguesas umaregistaram
relativa recessão nos EUA e na
representa 65% do seu PIB nominal Europa, provocada
ea
Última Variação Máximo Mínimo EPS Est EPS PER Est PER Div. Yield Div. Yield resiliência eorçamentais
excedentes registaram mesmo perto dos cinco 2%,sessões pela postura99,1%.
portuguesa cada vez Uma mais agressiva
eventual dos
dívida
Título Data Act Hora Act
Cotação Semanal 52 Sem 52 Sem Act Est Fut Act Est Fut Ind Est consecutivas
tendo de ganhosnoaté
sido alcançado anoaode passado
1970 um dia bancos
de milhõescentrais para de
de euros travar
um aricoinflação.
pode ser
12 deorçamental
saldo setembro, cuja valorização
positivo de 2,48%. ascendeu O ráciopreocupante
menos entre o cobreque e oaouro
dívida é um
de um
BANCO SANTANDER SA 2,586
4,4600 8,43%
6,47% 3,482
4,475 2,324
3,007 0,510
0,704 0,529
0,748 5,070
6,335 4,888
5,962 3,87%
3,95% 5,49%
4,87% 14/09/2022
26/03/2024 16:38:00
16:35:06 a 6% e um dois
Existem índice pertomuito
saldos dos 4150 pontos.
importantes dos principais
pobre de algunsindicadores
euros. Tudo para prever do
depende a
INDUSTRIA DE DISENO Subidas essas travadas pelos
para avaliar a robustez de uma economia números evolução da atividade económica
património que está por trás dessa dívida. e cai
22,780
45,730 6,25%
-0,20% 32,410
46,950 18,545
28,723 1,236
1,881 1,321
2,031 18,430
24,312 17,245
22,516 2,77%
2,27% 4,96%
3,43% 14/09/2022
26/03/2024 16:38:00
16:35:06
TEXTIL edesfavoráveis
muito falados da noinflação
seio dosnoseconomistas,
EUA em 15% desde ode
A balança início
bensdeportuguesa
junho. Osépreços
REPSOL SA 12,850
15,425 -0,62%
-0,13% 16,230
15,870 9,603
12,455 3,818
2,975 2,984
2,835 3,366
5,193 4,306
5,450 4,90%
5,83% 5,04%
5,80% 14/09/2022
26/03/2024 16:38:00
16:35:06
oagosto, divulgados
orçamental e o das emcontas
13 deexternas
setembro, da madeira caíram
cronicamente mais de
deficitária, mas60%,temminério
sido
impulsionando
(balança corrente).os juros
Quando da Fed para o final
ambos de ferro 60%, memória
compensada na última década por um Ram (DRAM)
TELEFONICA SA 3,929
4,063 -2,02%
4,15% 5,064
4,147 3,614
3,486 0,320
0,335 0,347
0,356 12,278
12,143 11,323
11,427 7,64%
7,38% 7,64%
7,43% 14/09/2022
26/03/2024 16:38:00
16:35:06
dosaldos
os ano para sãoos 4,5% e oéS&P
negativos, habitual500os de novo 46% e petróleo
crescente 20%. Algodão
saldo positivo da balança e cereais
para os 3930falarem
economistas pontos.de défices gémeos aliviaram
dos serviços, acentuadamente
suportado pelodos máximos.
turismo,
SIEMENS AG-REG 102,720
175,300 -1,67%
1,31% 157,960
186,980 93,670
119,480 6,218
10,695 8,555
11,473 16,581
16,410 12,051
15,297 3,89%
2,68% 4,05%
2,83% 14/09/2022
26/03/2024 16:37:39
16:39:59 Parece
e dos seusser convicção
prejuízos parados investidores
a economia, Contudo, e apesar
contribuindo para umade existirem
gradual sinais
melhoria
CARREFOUR SA 16,655
15,865 3,19%
0,70% 21,370
19,190 14,515
14,885 1,529
1,898 1,803
2,252 10,893
8,375 9,237
7,058 3,12%
5,48% 3,43%
5,51% 14/09/2022
26/03/2024 16:35:23
16:39:48
de que a postura
sobretudo quandocada sãovez mais “agressiva”
crónicos. Os EUA deflacionistas,
da balança comercial as expectativas para a inflação
(bens e serviços),
da Fed
têm há seja
maisjustificada
de 20 anos pela excessivo
défices gémeos foco permanecem
cujo elevadasdesde
saldo é positivo e desancoradas.
2011 na maior E
BAYER AG-REG 53,730
27,315 5,23%
5,59% 67,990
61,910 43,905
24,960 7,832
5,225 8,121
5,622 6,874
5,218 6,630
4,850 3,72%
0,40% 4,08%
0,41% 14/09/2022
26/03/2024 16:35:22
16:41:49 do banco saldo
crónicos, centralorçamental
dos EUA em indicadores
negativo desde as taxas
parte dosdeanos.
juro Acaminham
balança depara “território
rendimento
DEUTSCHE BANK AG-
desfasados,
2002 e défice denominados de “lagging”,
da balança corrente desde restritivo”,(salários,
primário ou seja,juros,
valoresrendas
acimaeda taxa de
lucros)
9,020
14,230 10,07%
3,60% 14,636
14,286 7,525
8,623 1,614
2,166 1,791
2,609 5,591
6,574 5,039
5,458 2,22%
3,16% 3,33%
4,72% 14/09/2022
26/03/2024 16:35:07
16:35:12 como emprego
1982, excetuando e inflação.
o ano deOs números
1991. Em do jurocontribuído
tem natural de equilíbrio
negativamente,entre aforradores
mas o
REGISTERED
emprego omostram
recessão, um mercado
saldo orçamental das de trabalho
contas e tomadores
saldo da balança de crédito, os 2 a 3%
de rendimento nos EUA
secundário
RWE AG 41,460
30,990 0,95%
1,77% 43,970
43,030 29,670
30,080 3,637
2,788 2,633
2,322 11,416
11,133 15,769
13,368 2,17%
3,23% 2,17%
3,55% 14/09/2022
26/03/2024 16:35:46
16:39:47 resilientede
públicas nosum EUA,
governocorroborado pelo atual
tende agravar-se, e 1,5 a 2% remessas
(sobretudo na Europa, doscuja dimensãoéde
emigrantes)
pleno emprego,
penalizado mas a confiança
pela ativação empresarial
dos estabilizadores superação
positivo ditará a gravidade
e contrabalança da recessão.
o défice primário.
VOLKSWAGEN AG 198,200
140,350 3,39%
1,56% 301,400
162,650 162,400
105,950 35,679
30,735 35,350
32,910 5,563
4,575 5,615
4,272 3,78%
6,41% 5,19%
6,47% 14/09/2022
26/03/2024 16:35:33
16:35:03
americana medida
automáticos, mas opelo saldo PMI tem descido
as contas externas Nas perspetivas
Assim, um eventual parasaldo
os próximos
negativo6 da meses,
ING GROEP NV-CVA 9,610
14,926 11,50%
2,74% 13,625
14,980 7,693
10,374 1,071
1,814 1,351
1,973 8,973
8,234 7,113
7,570 6,04%
7,41% 8,10%
6,20% 14/09/2022
26/03/2024 16:38:21
16:35:19 consecutivamente
tende desde maio,
a melhorar, explicado pelaindiciando
menor os investidores
balança correnteoptaram por relegar
(bens, serviços, para
primário
uma crescente
procura preocupação
de produtos externos, dosredução
empresários esegundo
secundário)planotem as repercussões
de ser compensado de uma
Este relatório foi elaborado pela tesouraria do Banco Santander em Portugal, telf. 21 381 65 80, email: cashequi- quanto
das à evolução
importações económica.
e do poder de Também
compra, recessão
pelas nas receitas
balanças e nos destacando-se
de capitais, lucros das
ties@santander.pt, com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exac- a quedaaodoaumento
devido sentimento do consumidor
da taxa de desemprego empresas
fundos daeUnião
consequentemente
Europeia, e pela nasbalança
suas
tidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de edeverá penalizardos
à diminuição as vendas das empresas.
rendimentos (salários, cotações emoubolsa,
financeira, focando-se
seja, venda mais num
de património
compra ouAF_santander_Imprensa
venda em qualquer dos títulos
eBroken 257mencionados.
x60 mm.pdf 1 28/08/2019 12:10
Todavia,
juros, os empresários
rendas inicialmente
e lucros). Portugal tem potencialaoalívio
nacional da inflação em 2023.
estrangeiro.

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O acesso digital dos mercados
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 28 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024

Mazda 2 Hybrid disponível nos concessionários

Está nos concessionários da marca o novo Mazda 2 Hybrid, mantendo a mecânica e a imagem

AUTOMÓVEL
exterior do Toyota Yaris. No entanto, aparece com uma frente nova, com alterações subtis ao
nível da secção traseira. Mantém-se o bloco 1.5 a gasolina, com 92 cv, associado a um motor
elétrico de 81 cv. Em conjunto proporcionam uma potência de 116 cv. O principal ponto
forte é o consumo. Os preços começam em pouco mais de 26 mil euros.

Automação e aumento de produtividade são essenciais

na indústria de componentes automóveis
A transformação digital e a cibersegu- bersegurança, a maior parte das entida-
rança são aspetos centrais a ter em conta des inquiridas é de opinião que são de-
por parte das empresas que operam na tentoras de boa capacidade de proteção
indústria de componentes para auto- nas áreas do data center e da segurança
móveis. Neste contexto, a AFIA – As- de perímetro, bem como detentoras de
sociação de Fabricantes para a Indústria adequadas políticas relacionadas com
Automóvel apresentou um estudo sobre a prevenção e reposição dos sistemas
aquelas matérias, sendo que se colocam críticos em caso de incidente. De des-
desafios e há fragilidades a superar. tacar também a importância dada ao
No que diz respeito à transformação fator humano na prevenção, nomeada-
digital, 32% das organizações entendem mente a necessidade de se promover o
que a mesma deve passar pela automa- treino dos colaboradores das organiza-
ção e pelo incremento de produtivida- ções representadas. Pese embora 22%
de no posto de trabalho. A digitalização das organizações inquiridas considerar
de Processos (15%), o foco no aumen- ter um elevado nível de preparação, foi
to da agilidade (9%) e a Importância identificada a necessidade de se incre-
do acesso à informação foram aspetos mentar o conhecimento, a formação e o
também referidos como necessários treino dos comportamentos adequados
para garantir a desejada transformação para prevenção de ataques externos/in-
gigital emAF_HP_REVISTA_MARCO_2024_VIDA_ECONOMICA_257x194.pdf
curso no setor. Quanto à ci- ternos. 1 31/01/2024 09:16:40

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 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024 29

AUTOMÓVEL

Novo Hyundai Kauai chega ao mercado
O novo Kauai disponibiliza um dos pacotes de produtos mais completos no subsegmento
B-SUV. A nova versão está maior que a anterior e mais arrojada em termos de design. Oferece
ainda uma vasta gama de grupos motopropulsores, designadamente motor de combustão in-
terna de 120 cv, híbrido de 141 cv e elétrico, com uma autonomia de 514 km. Fabricado na
fábrica checa da marca, destina-se sobretudo ao mercado europeu.
Peugeot e-5008 com autonomia de 660 km
O Peugeot e-5008 vai chegar ao mercado no outono, surgindo em duas versões, Allure e
GT, com uma variedade de opções e motorizações elétricas. O espaço e a segurança são duas
características vincadas deste modelo, podendo transportar até sete passageiros. A autonomia
é de 660 km. A bagageira tem uma capacidade generosa, podendo ir até aos 1815 l em modo
de dois lugares.

ENSAIO

Toyota apresenta novo crossover

com motor 1.8 Hybrid
No mundo automóvel a
concorrência é enorme com
os fabricantes constantemente
à procura de inovação para
conquistar o consumidor.
Entre as opções disponíveis, o
Toyota Corolla Cross emergiu
como uma mais uma escolha,
combinando versatilidade e
funcionalidade num produto já
conhecido do Corolla.
JORGE FARROMBA
jorgefarromba@gmail.com
O Toyota Corolla Cross foi lançado pela
primeira vez em 2020 e representa mais um
produto que se adiciona à vasta linha de
produtos Toyota. Projetado para responder
às necessidades dos condutores modernos
o crossover oferece um equilíbrio entre es-
tilo urbano e capacidade off-road, combi-
nando com o legado do Corolla.
Com linhas suaves e proporções equi-
libradas num desenho contemporâneo,
apresenta uma grelha frontal proeminente,
faróis esguios e as rodas nas extremidades

da carroçaria o que lhe garante uma apa-
rência dinâmica e robusta e uma boa ha-
bitabilidade.
O interior mantém o foco em soluções
comprovadas onde a qualidade de constru-
ção e dos materiais sobressai.
A Toyota recorre neste crossover ao novo
motor 1.8 Hybrid a invés do 2.0 penaliza-
do na fiscalidade portuguesa e oferece 98
cv com a habitual caixa de variação contí-
nua que lhe garante consumos em estrada
na ordem dos 5.4 litros.
Como é de se esperar num veículo atual
o Toyota Corolla Cross possui os vários
recursos tecnológicos projetados para tor-
nar a condução mais segura. Além disso, o
compromisso da Toyota com a segurança é
evidente no Corolla Cross, com uma am-
pla oferta de recursos de assistência ao con-
dutor e sistemas de segurança ativa: ABS,
controle de estabilidade, assistência de tra-
vagem de emergência, alerta de colisão …
Preços a partir dos 37 000J aos 41 000J
da versão Luxury.

MotoGP Portimão registou a maior assistência de sempre

A corrida do passado fim
de semana teve todos os in-
gredientes necessários para
manter a luta pelos lugares do
pódio acesa até ao final
Jorge Martín liderou desde
o início com o piloto Acosta
a conseguir ir ao pódio e o
experiente Bagnaia a cair no
final da prova numa das várias
quedas que existiram, desta
vez com Marc Márquez numa
disputa normal de corrida
Num evento que teve mais
de 200 mil pessoas, “a maior
assistência de sempre numa
corrida de MotoGP e em
eventos motorizados no Al-
garve” segundo o diretor do
autódromo, isto é demonstra-
tivo do potencial que temos
em receber grandes eventos
nacionais e internacionais que
trazem ao país uma grande
notoriedade e economica-
mente têm um grande impac-
to.
Miguel Oliveira com
corrida regular
Miguel Oliveira efetuou
uma corrida regular manten-
do-se no 10ºlugar com que
iniciou a corrida numa apren-
dizagem com a nova equipa e
a nova mota
Acosta torna-se o terceiro
piloto mais jovem a estar no
pódio na história da MotoGP.
Jorge Martin falou do insu-
cesso que já teve nesta prova
com o acidente de 2021 onde
sofreu várias fraturas, cujos
impactos no solo foram ul-
trapassados segundo a Alpi-
nestars e que, fruto de uma
maior maturidade, permitiu-
-lhe controlar a corrida desde
o início.
Uma nota para a excelente
organização do evento, para
o comportamento do públi-
co e para o modo excecional
como a GNR tinha preparado
a saída dos espetadores desde
o autódromo até à via do In-
fante e, nesta com a utilização
de ambas as vias uma maior
celeridade. Jorge Martín, Enea Bastianini e Pedro Acosta conquistaram o pódio.

Investimentos estratégicos com novo sistema
de incentivos
Foi aprovado o novo sistema
de incentivos para investimentos
em setores estratégicos. A dota-
ção estimada é de mil milhões
de euros e ocorre no âmbito do
Regime Contratual de Investi-
mentos (RCI), sob o abrigo do
Quadro Temporário de Crise e
Transição.
Segundo a resolução do Con-
selho de Ministros, o valor será
suportado pelo Orçamento do
Procura de escritórios em Lisboa e no Porto
com forte recuperação
A procura de escritórios em Lis-
boa e no Porto registou uma forte
recuperação no passado mês de fe-
vereiro, conforme indicado no rela-
tório da consultora imobiliária JLL.
De acordo com um comunicado,
“em fevereiro, o mercado de escri-
tórios foi caracterizado por uma
procura dinâmica, com os níveis de
absorção aumentando mais de três
Avaliação bancária na habitação volta a subir
A avaliação bancária na habita-
ção voltou a subir em fevereiro,
com o valor mediano aumentando
em 10 euros, atingindo 1560 euros
por metro quadrado. Isso represen-
ta um aumento mensal de 0,6% e
um aumento homólogo de 5,5%,
de acordo com dados do INE.
Esta é a maior subida homóloga
Nº 2022/28 de março 2024 Semanal 2,60 J Portugal Continental
Estado, receitas da AICEP e dos
organismos da área governativa da
economia. Estes apoios podem ser
reembolsáveis ou não reembolsá-
veis, dependendo da tipologia de
projetos e dos resultados da aná-
lise dos indicadores de avaliação
e desempenho dos promotores, a
ser realizada pela AICEP.
No âmbito deste sistema de
incentivos, a execução financeira
dos projetos pode decorrer até
vezes em comparação ao mês an-
terior, tanto em Lisboa quanto no
Porto”.
Em termos acumulados, “Lisboa
é o mercado onde a recuperação
da ocupação é mais notável, apro-
ximando-se dos 50.000 m2 a um
mês do final do trimestre”. Foram
concretizadas 18 operações que to-
talizaram uma ocupação de 42.300
desde novembro e marca o fim de
três meses consecutivos de abran-
damento na evolução da avaliação
da habitação. O INE destaca uma
variação mais intensa na região
autónoma da Madeira, onde o va-
lor mediano da avaliação bancária
cresceu 19,1%, sem que tenha sido
registada qualquer descida homó-
2030, “sem prejuízo da possibili-
dade de recurso a garantias sobre
empréstimos ou benefícios fiscais,
dependendo do quadro legal apli-
cável”, conforme adianta a reso-
lução. Assim, será possível conti-
nuar a apoiar projetos estratégicos
para além de 2026, portanto do
PRR. A gestão, acompanhamento
e execução dos apoios financeiros
atribuídos são da responsabilida-
de do COMPETE.
m2 em Lisboa, um valor seis vezes
superior ao do mês anterior e ao do
mesmo período do ano passado.
Além disso, fevereiro foi marcado
pela conclusão de vários negócios
envolvendo áreas de grande dimen-
são, resultando numa área média
por operação de 2.350 m2 e em seis
operações envolvendo espaços su-
periores a 1.000 m2, conclui a JLL.
loga em nenhuma região.
No entanto, o mercado imobi-
liário está dando sinais de abran-
damento. A evolução registada em
fevereiro na avaliação bancária das
habitações foi a terceira taxa ho-
móloga mais reduzida desde no-
vembro de 2016, ainda segundo
o INE.
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NOTA DE FECHO
JOÃO LUÍS DE SOUSA DIRETOR
joaoluisdesousa@grupovidaeconomica.pt
Crescimento sem crédito
O crédito às empresas é um indicador essencial para o setor
produtivo.
Ao contrário do que seria previsível, a contração de crédito às
empresas manteve-se no pós-Troika, reduzindo a dívida mas
comprometendo a capacidade de investimento das empresas.
Nos últimos 10 anos a carteira de crédito às empresas baixou de
cerca de 100 mil milhões de euros para 70 mil milhões de euros,
significando uma quebra de 30% em termos nominais e uma
redução efetiva superior, considerando o efeito da inflação.
Hoje as empresas produzem, exportam e investem com muito
menos crédito bancário. Para manterem atividade produtiva, as
empresas tiveram que contar com mais financiamento por parte
dos sócios e acionistas. Estão menos dependentes dos bancos mas
perderam oportunidades de investimento.
Os resultados divulgados pelos bancos relativos a 31 de dezembro
passado revelam que a evolução do crédito às empresas depende
menos de fatores externos de conjuntura e mais da estratégia
seguidas pelos próprios bancos.
O Millennium BCP foi o banco que mais reduziu o crédito
às empresas com uma quebra de 7,5% no final de 2023, em
comparação com o final de 2022.
Ao reduzir o crédito às empresas em quase 1500 milhões de euros,
o Millennium BCP baixou para o terceiro lugar no financiamento à
economia quando no ano anterior estava muito próximo da CGD e
da primeira posição neste segmento.
Em sentido inverso, o Santander teve um crescimento de 13,7%,
aumentando o crédito às empresas em quase 2500 milhões de
euros, ultrapassando a Millennium BCP e a CGD e assumindo a
primeira posição no financiamento do setor produtivo.
À semelhança do que vem acontecendo em anos anteriores o BPI e
A subida das taxas de juro agravou o serviço
da dívida das empresas em mais de 30% para
os financiamentos existentes, limitando a
vontade e a capacidade das empresas para
contrair novos empréstimos.
o Crédito Agrícola ganharam quota de mercado no segmento das
empresas. Por seu turno, a CGD teve um crescimento de 0,7%
e perdeu quota de mercado e a primeira posição para o Banco
Santander.
Com a mesma conjuntura e os mesmos fatores externos há bancos a
aumentar e há bancos a reduzir crédito às empresas.
Entre as causas que determinam a redução do crédito em alguns
bancos ou o crescimento abaixo do que seria necessário para a
expansão do investimento destaca-se a quebra da procura por parte
das próprias empresas.
A subida das taxas de juro agravou o serviço da dívida das empresas
em mais de 30% para os financiamentos existentes, limitando
a vontade e a capacidade das empresas para contrair novos
empréstimos.
Mas, a concessão de crédito às empresas também tem sido afetada
pelo atraso no arranque do Portugal 2030. A suspensão dos
programas de incentivos tem provocado o adiamento de novos
investimentos.
Por outro lado, o sistema de garantia mútua reduziu os linhas
existentes a um escasso número de setores de atividade inviabilizando
a obtenção de garantias para a maioria das empresas em atividade. A
garantia mútua teve um papel determinante com a disponibilização
de linhas de apoio Covid. Atualmente, com um reduzido número
de linhas em atividades, a garantia mútua terá atingido o nível mais
baixo de garantias emitidas para apoiar o crédito bancário das PME.
A diminuição da garantia mútua tem vindo a ser compensada pelo
aumento de garantias do BEI e do FEI, que assumem uma parte dos
riscos das carteiras de crédito dos bancos, são mais ágeis em termos
de acesso e envolvem menos custos para as empresas.
Mas, a par dos instrumentos europeus será necessário que Portugal
tenha instrumentos nacionais para dinamizar o investimento,
ultrapassar a estagnação, e promover o crescimento das empresas.
 Este suplemento faz parte integrante da Vida Económica nº 2022, de 28 de março 2024

Legal &
Imobiliário MARIA DOS ANJOS GUERRA
marianjosguerra-3012p@adv.oa.pt

REGIME JURÍDICO DO CADASTRO PREDIAL

IMPOSSIBILIDADE DE REGISTAR NEGÓCIOS RELATIVOS A IMÓVEIS

«Desde o fim do ano passado que
tento vender um prédio de que sou
proprietário em Tavira, mas o notário
disse-me que não é possível fazê-lo
por motivos legais.
Será que me pode explicar o que se
passa e, se possível, quando ou como
poderei ultrapassar o tal impedimento
legal?»
SOLUÇÃO PROVISÓRIA
caracterizar e identificar as propriedades
existentes no território nacional.
Para o projecto piloto do referido
SiNErGic, foram escolhidos sete
municípios, entre os quais figura
Tavira, para além de Loulé, São Brás
de Alportel, Oliveira do Hospital, Seia,
pelo Decreto-lei 72/2023 que foi
publicado em 23.08.2023 e entrou
em vigor em 21.11.2023, que aprovou
o regime jurídico do cadastro predial
e estabeleceu o Sistema Nacional de
Informação Cadastral, designado por
SNIC, e a carta cadastral, na medida em
queixas inerentes à inércia legislativa,
para desbloquear os negócios sobre
imóveis nos supra referidos concelhos
do programa piloto, em Conselho de
Ministros de 14 de Março, o governo
decidiu suspender a entrada em vigor
das normas cuja aplicação dependia
da existência da referida plataforma
informática, o que, ainda que
provisoriamente, permitirá desbloquear

P
elo que o Leitor refere, constata-se
que o imóvel que pretende vender
se localiza em Tavira, o que explica
o impedimento que refere.
Isto porque, no âmbito da política
de ordenamento do território,
particularmente florestal e agrícola, em
2006 foi criado o Sistema Nacional de
Exploração e Gestão de Informação
Predial, designado por SiNErGic com
o objectivo de dotar o cadastro Predial
em Portugal, com dados exaustivos,
metódicos e actualizados para
a situação.
A suspensão tem efeitos retroactivos a 21 de Novembro de A referida suspensão tem efeitos
2023 e vigorará até ao próximo dia 31.08.2024 retroactivos a 21 de Novembro de
2023 e vigorará até ao próximo dia
31.08.2024, pelo que a partir do
próximo dia 1 de Setembro se espera
Paredes e Penafiel, onde agora se verifica que, de acordo com este diploma legal, que a referida plataforma informática já
a impossibilidade de registar operações a plataforma informática do registo esteja operacional.
que envolvam imóveis, não só a sua predial, pressuposta na data da entrada
compra e venda, como é o caso exposto em vigor deste diploma, depois de
pelo leitor, mas também, doações, decorridos cerca de cinco meses, ainda
partilhas ou hipotecas, entre outros. não está operacional.
O referido bloqueio legal foi originado Pelo exposto e perante as inúmeras

PREVENÇÃO E MEDIAÇÃO DE CONFLITOS

Silke Buss
Casal em divórcio resolve conflito do baú estimado Mediadora de Conflitos,
Especialista
em Comunicação

T
anto no dia-a-dia de trabalho
como a nível particular, continuo
a encontrar imensas pessoas
que não sabem como funciona uma
mediação de conflitos. Pior ainda: Têm
uma ideia errada sobre este método de
resolução de divergências e, por isso,
não acreditam no seu sucesso. Resolver
conflitos através do diálogo com uma
pessoa neutra que nem sequer participa
na descoberta da solução? Estranho!
Para mostrar o que a mediação
consegue alcançar, vou contar hoje o
famoso caso do baú estimado. É um
excelente exemplo para transmitir como
funciona o método mais bem-sucedido
entre as alternativas ao processo
jurídico. No tribunal de família, este
caso poderia representar uma simples
partilha de bens. Seria uma questão
trivial. No entanto, o casal que se
queria divorciar dava uma enorme
importância ao tal baú. Enquanto
já tinham chegado a um acordo
sobre os bens, Humberto e Anabela
continuaram a discutir sobre a peça
histórica. Desde o século 17, a valiosa
arca veneziana de madeira encontrava-
se na posse da família de Humberto.
Quando ele a recebeu no casamento pela arca incluiu todos os sentimentos realizar uma mediação de conflitos.
com Anabela, a arca já estava bastante feridos que tinham levado à separação. Em resposta às perguntas do mediador,
degradada e necessitava de uma Como resolver o conflito? Quem devia falaram sobre o baú, o declínio do
profunda restauração que ultrapassava ficar com o baú? A solução jurídica do casamento e as suas necessidades no que
em muito o seu real valor. Assim, caso é simples. Baseia-se na situação da dizia respeito ao seu relacionamento
Anabela assumiu o trabalho e dedicou- propriedade e a arca é propriedade do no futuro. Com a cuidadosa condução
se, durante meses e com muita paixão, João. Portanto, em tribunal, ser-lhe-ia do mediador, conseguiram finalmente
à minuciosa recuperação do baú. Deu- atribuída e permaneceria na posse da sua desenvolver uma compreensão mútua
e, assim, encontrar uma solução.
Será que o Humberto pagou uma
indemnização à Anabela para reconhecer
Para mostrar o que a mediação consegue alcançar, o restauro efetuado? Não, o dinheiro
vou contar hoje o famoso caso do baú estimado. é uma fraca recompensa. Acordaram
que o baú continuaria na posse dos
É um excelente exemplo para transmitir como dois e que ficaria, alternadamente,
funciona o método mais bem-sucedido entre as na sala de cada um durante um mês.
A Anabela comprometeu-se ainda a
alternativas ao processo jurídico. No tribunal de realizar a manutenção do baú. Com
família, este caso poderia representar uma simples esta solução, ficaram ambos a ganhar.
partilha de bens. Seria uma questão trivial. No fundo, o casal não se queria separar
completamente, queria manter uma
ligação que, com a mudança mensal do
estimado baú, conseguiu assegurar.
-lhe de volta todo o brilho de outrora. família de origem. Desta forma, seria
Naturalmente, a linda arca recebeu um alcançada paz jurídica, mas o conflito
lugar especial na sala, sempre apreciada continuava porque Anabela ia considerar Silke Buss
938223762
pelas visitas do casal. O baú era o a sentença completamente injusta. sbuss@buss.pt
símbolo do amor do casal, representava O casal em divórcio procurou a paz www.mediacao.buss.pt
a sua união. E no divórcio? A luta geral, também pelos filhos, e decidiu BUSS Comunicação
II quinta-feira, 28 de março 2024
Casos da Vida Judiciária
Uma Lei (Inteligência Artificial) relevante
na prática humana da advocacia
A
Lei de Inteligência Arti-
ficial vem estipular um
quadro exigente para a
operacionalização e controlo
dos sistemas de inteligência ar-
tificial, mas, concretamente, irá
também levantar desafios no de-
senvolvimento da prática e exer-
cício quotidiano da advocacia.
De facto, com a aprovação desta
lei, a 13 de março de 2024, irá
certamente ser necessária uma
actuação de fundo jurídico que
imponha a defesa dos direitos
dos utilizadores, intervenientes
e “objecto” deste sistemas de IA,
e a que o exercício da advocacia
deverá atender como máxima
prioridade.
Esta Lei, propugna um esfor-
ço de estabelecimento de um
quadro jurídico aplicável aos
sistemas de Inteligência Artifi-
cial (IA). Mas os objectivos são
claros e passam pela articulação
de um sistema de classificação
de riscos dos sistemas de IA, que
visa dar aos cidadãos europeus
a confiança necessária para uti-
lizarem soluções baseadas nestes
mecanismos/ferramentas de IA,
confiança essa que também é
fundamental para o desenvolvi-
mento de um mercado seguro e
fiável (também neste âmbito).
Se os últimos anos foram mar-
cados, a um nível de abordagem
de compliance, pelo surgimento
de várias redes sancionatórias
– nomeadamente de prevenção
de branqueamento de capitais
- este regulamento da inteligên-
cia artificial parece adotar uma
estratégia de abordagem de risk
based approach (que já era uti-
lizada naqueles normativos e,
concretamente, em alguma dessa
legislação, por exemplo na ges-
tão de risco e desenvolvimento
do dever de controlo no âmbito
da prevenção de branqueamento
de capitais). De facto, adota-se
aqui a necessidade da adopção e
regulamentação dos sistemas de
IA terem de ser adequados àqui-
lo que são as concretas realidades
e necessidades das entidades que
os irão, hodiernamente, utili-
zar – afastando-se, assim, uma
utilização de trend, certamente
automática e/ou arbitrária. O
desiderato último é, por isso, a
construção de uma cultura de
utilização segura, mas também
responsável, de inteligência ar-
tificial.
Este Regulamento, no entanto,
vai para lá da simples categoriza-
ção dos sistemas de risco. De fac-
to, assume, como pontos chave;
JOÃO LUZ SOARES
Advogado Coordenador
RSA – Raposo Subtil e
Associados.
a) a protecção dos direitos fun-
damentais, a democracia, o Es-
tado de Direito; b) a promoção
da sustentabilidade ambiental da
IA de alto risco, impulsionando
assim a inovação; c) o desidera-
to de posicionar a Europa como
o centro de inovação de IA; d)
prevê, ainda, obrigações para a
IA com base nos seus potenciais
riscos e no seu nível de impac-
to. Debruça-se, concretamente,
sobre as temáticas quentes da
categorização biométrica, poli-
ciamento preditivo e pontuação
social.
Assim, e de forma perfunctória,
são estes os principais pontos de
pressão:
A – Proibição de sistemas de
categorização biométrica (ou
o problema do reconhecimento
facial): As novas regras proíbem
certas aplicações de IA que amea-
çam os direitos dos cidadãos,
incluindo sistemas de categori-
zação biométrica baseados em
A utilização de sistemas de IA deve ser feita
com limites bem definidos, e numa lógica de
complemento à actuação do elemento humano,
sublinhando o seu potencial, exigindo a sua
supervisão.
características sensíveis e recolha
não direcionada de imagens fa-
ciais da Internet ou imagens de
CCTV com o intuito de criação
de bases de dados de reconheci-
mento facial.
B – Proibição de sistemas e re-
conhecimento de emoções, po-
liciamento preditivo, pontuação
social (ou o problema da pontua-
ção social): O reconhecimento
de emoções no local de trabalho
e nas escolas, a pontuação social,
o policiamento preditivo (basea-
do exclusivamente no perfil de
uma pessoa ou na avaliação das
suas características) e a IA que
manipulem o comportamento
humano ou explorem as vul-
nerabilidades das pessoas serão
também proibidos.
C - Proibição de sistemas de
identificação biométrica (RBI)
pelas autoridades policiais (ou
o, ainda, problema do policia-
mento preditivo): A utilização
de sistemas de identificação bio-
métrica (RBI) pelas autoridades
policiais é proibida, exceto nas
situações enumeradas e estrita-
mente definidas, havendo um
conjunto de limites bem defini-
dos. Assim, como limites do RBI
teremos: a) tem de ser utilizados
no tempo e no âmbito geográfi-
co bem definido e previamente
autorizado; b) estando sempre
sujeitos a autorização judicial ou
administrativa prévia específica;
c) com a utilização de um sco-
pe específico: podendo incluir a
busca direccionada de uma pes-
soa desaparecida ou a prevenção
de um ataque terrorista; d) o
uso de sistemas post-facto (“RBI
pós-remoto”) é considerado um
caso de uso de alto risco, exigin-
do autorização judicial e estando
vinculado a um crime.
D – Requisitos apertados para
os GPAI (ou o problema dos
modelos de IA de uso geral):
Os sistemas de IA de uso geral
(GPAI), devem cumprir requisi-
tos de transparência, incluindo a
conformidade com a legislação
de direitos de autor da UE e a
publicação de resumos detalha-
dos do conteúdo utilizado para
formação.
Os modelos GPAI mais pode-
rosos que possam representar
riscos sistémicos enfrentarão re-
quisitos adicionais, incluindo a
realização de avaliações de mo-
delos, a avaliação e mitigação de
riscos sistémicos e a elaboração
de relatórios sobre incidentes.
E – Fenómeno de Deep Fake:
Terão de ser criados ambientes
de testes regulamentares e testes
em condições reais a nível nacio-
nal e tornados acessíveis às PME
e às empresas em fase de arran-
que, para desenvolver e treinar
IA inovadora antes da sua colo-
cação no mercado.
Se estes são os vectores princi-
pais, a Lei de Inteligência Ar-
tificial parece já apontar num
caminho claro. A utilização de
sistemas de IA deve ser feita com
limites bem definidos, e numa
lógica de complemento à actua-
ção do elemento humano, subli-
nhando o seu potencial, exigin-
do a sua supervisão.
PRR apoia inovação
na Justiça com mais
de 300 milhões
de euros
O PRR representa uma
oportunidade única para con-
solidar, alargar e acelerar a
transformação da Justiça que
está em marcha.
A 8 de março de 2024 es-
tava em curso cerca de 66%
(cerca de 175,7 milhões de
euros) do investimento total
atribuído à Componente 18 –
Justiça Económica e Ambiente
de Negócios (266,9 milhões de
euros), o que se traduz em 94
milhões de euros contratados e
81 milhões de euros em fase de
contratação.
Na Componente 8 – Flo-
restas, e no respeitante ao
BUPi – Balcão Único do Pré-
dio, na mesma data, estava em
curso cerca de 60,5% (cerca
de 33,3 milhões de euros) do
investimento total (55 milhões
de euros), o que representa 23
milhões de euros contratados e
10,1 milhões de euros em fase
de contratação.
Elegendo a transição digi-
tal como uma das principais
alavancas para inovar, sem se
circunscrever a medidas tecno-
lógicas, o Justiça + está a apos-
tar, igualmente, no reforço e na
capacitação de recursos huma-
nos, na gestão mais eficiente do
edificado e dos equipamentos,
na proteção dos mais vulne-
ráveis ao cuidado da Justiça,
entre outras respostas para
continuar a avançar na trans-
formação deste setor.
Estes dados foram tornados
públicos na área da Justiça do
Governo, através do site mais.
justica.gov.pt, onde de realiza
o balanço do trabalho desen-
volvido nos últimos dois anos
para a transformação digital
do setor, no âmbito do Plano
de Recuperação e Resiliência
(PRR).
“Enquanto exercício de
prestação de contas, este do-
cumento agrega as concretiza-
ções alcançadas, o trabalho em
curso e previsto, dando conti-
nuidade a um esforço assumi-
do em 2015 para trazer mais
eficiência, mais inovação, mais
proximidade e mais humani-
zação a este setor”, refere em
comunicado o Ministério da
Justiça..
“Nos tribunais, a estraté-
gia de transformação do plano
Anonimização
das decisões judiciais
com recurso
a um algoritmo
de Inteligência Artificial
Justiça+ permitiu passar a um
novo paradigma participado e
colaborativo, que tornou pos-
sível criar o eTribunal: o novo
ecossistema tecnológico dos
tribunais, cujas interfaces, em
desenvolvimento, são cocria-
das com os seus utilizadores
em função das suas necessida-
des. Destaque, ainda, para o
piloto, em curso nos Tribunais
Central Administrativo Sul e
Norte, e no Supremo Tribunal
Administrativo, para a anoni-
mização das decisões judiciais
com recurso a um algoritmo
de Inteligência Artificial (IA).”
 Nº 03 • março 2024 | Boletim Informativo da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica

DESTAQUE P. 2 DESTAQUE P. 4-5

AIMMAP visitou a CIP debateu no Porto

FERNANDIGONDI o perfil e o futuro
da economia portuguesa

ASSOCIADOS P. 2 INTERNACIONALIZAÇÃO P. 6 NOTA DE FECHO P. 8

• Palbit promoveu evento sobre Indústria 4.0
onde reuniu mais de 100 líderes do setor
ASSOCIADOS P. 3
• METALOGALVA acerela rota de
crescimento
• METAL PORTUGAL em grande destaque na GLOBAL INDUSTRIE - MIDEST • Simplex
2024
COMÉRCIO EXTERNO P. 8
FORMAÇÃO P. 7
• METAL PORTUGAL começou o ano de 2024
• AIMMAP e CENFIM realizaram webinar sobre a Capacitação e Formação com uma performance acima da economia
em Tecnologias de Produção Inovadoras nacional

EDITORIAL

Simplificação e estabilidade Vítor Neves

Presidente da Direção
da AIMMAP

O
s eleitores portugueses
mandataram a coligação
eleitoral constituída pelo PSD
e pelo CDS para formar governo.
O líder da segunda força
eleitoral mais votada reconheceu
rapidamente o resultado eleitoral e
a legitimidade do Presidente do PSD
para liderar o novo executivo.
Com exceção dos pequenos
partidos da extrema-esquerda, a
ninguém ocorreu pôr em causa que
Luís Montenegro fosse indigitado
Primeiro-Ministro e pudesse
executar o programa de governo
que os portugueses sufragaram nas
urnas.
Depois de oito anos cujo balanço
ficará irremediavelmente marcado
por uma forte instabilidade e por
uma política assente no curto prazo
e em taticismos quase pueris,
neste momento, tanto a sociedade
portuguesa como a economia
precisam urgentemente de um rumo
bem definido e alicerçado numa
estratégia de longo prazo.
Todos temos a consciência de
que, no imediato, o novo governo
estará fortemente comprometido
com a necessidade de corrigir
as distorções e os desequilíbrios
criados pelo governo anterior no seu
relacionamento com as diferentes
corporações, particularmente
no setor público. Os membros
das polícias, os professores e os
profissionais de saúde e da justiça
reclamam urgência na mitigação das
injustiças que eventualmente lhes
foram infligidas nestes últimos anos.
Pelo que teremos de perceber que
Arrumada a casa, o foco do futuro governo deverá passar
pela criação de estímulos ao crescimento da economia
portuguesa, com medidas simples e eficazes.
as prioridades de curto prazo do
governo venham a centrar-se nesse
âmbito.
Arrumada a casa, o foco do futuro
governo deverá passar pela criação
de estímulos ao crescimento da
economia portuguesa, com medidas
simples e eficazes.
Numa primeira fase, serão duas
as áreas a que o governo deverá
manifestar especial atenção.
Por um lado, será absolutamente
fundamental que se simplifique
todo o edifício fiscal. A legislação
deverá ser mais previsível, estável
e transparente, a carga fiscal
aliviada de forma significativa, a
administração fiscal menos hostil aos
contribuintes e o estado proibido
de continuar a litigar de má-fé nos
Tribunais Administrativos e Fiscais,
protelando o trânsito em julgado de
decisões a favor dos cidadãos e das
empresas.
Em simultâneo, apesar de a
legislação laboral portuguesa estar
longe de ser perfeita, no imediato
o governo deve abster-se de a
alterar de forma profunda. As
empresas portuguesas precisam de
estabilidade também nesse domínio,
ao mesmo tempo que necessitam
igualmente de instrumentos
que as ajudem a fazer crescer a
produtividade.
Entrar em aventuras de resultado
imprevisível, como por exemplo
a eventual redução dos tempos
de trabalho, teria neste momento
resultados catastróficos na indústria
portuguesa.
Defendemos que empresas e
trabalhadores possam ajustar e
adaptar os horários às necessidades
de ambas as partes, nomeadamente
através da implementação de
regimes flexíveis como o banco
de horas. Aceitamos que tal
regime possa ser melhorado,
nomeadamente no que se refere
à compatibilização das obrigações
profissionais dos colaboradores com
as suas vidas pessoais e familiares.
Mas imaginar que a indústria
portuguesa poderia manter-
se competitiva com a redução
do tempo de trabalho seria
absolutamente irresponsável. E,
de igual modo, assumir qualquer
redução adicional do tempo de
trabalho da função pública seria
totalmente inaceitável.
Por uma vez, foquemo-nos no
essencial e deixemo-nos de ilusões
vãs e sem qualquer fundamento
económico.
2 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024 BOLETIM INFORMATIVO DA INDÚSTRIA METALÚRGICA E METALOMECÂNICA
ASSOCIADOS
A empresa exporta mais de 50% da sua produção e constitui um notável exemplo de empreendedorismo
AIMMAP visitou a FERNANDIGONDI
C
riada em 2007, a FERNANDI-
GONDI dedica-se à fundição
e acabamento de acessórios,
maioritariamente para as indústrias do
calçado, moda e marroquinaria.
Depois de em 2021 a AIMMAP ter
realizado uma visita virtual à empresa,
contornando assim as limitações sa-
nitárias de então, no passado dia 19
de março uma comitiva da associação
composta por Mafalda Gramaxo, Sofia
Veloso Ferreira e Pedro Azevedo, visi-
tou novamente a FERNANDIGONDI,
testemunhando o notável empenho e
dedicação do sócio fundador Luís Vigá-
rio e da sua mulher Paula Vigário.
Ao longo dos anos esta empresa as-
sociada da AIMMAP tem crescido, tan-
to em volume de negócios, como em
número de trabalhadores, e desde
2015 tem as suas instalações em Foz
do Sousa, no concelho de Gondomar.
Com vinte trabalhadores, a FER-
NANDIGONDI conseguiu recuperar o
nível de faturação pré-pandemia e fa-
tura atualmente mais de 1,2 milhões de
euros.
Luís e Paula Vigário revelam grandes
preocupações com os seus trabalha-
dores e conseguiram mesmo atraves-
sar o período complicado vivido entre
ASSOCIADOS
Palbit promoveu evento sobre Indústria 4.0
onde reuniu mais de 100 líderes do setor
A
Palbit, empresa líder na fabri-
cação de ferramentas de corte,
promoveu um evento inovador
sobre Indústria 4.0, reunindo mais de
100 participantes, incluindo dirigentes
de entidades públicas, representan-
tes do setor industrial e membros de
instituições de pesquisa e desenvolvi-
mento.
A iniciativa em apreço, batizada
Open Day I4.0 da Palbit, teve lugar
nas instalações da empresa em Al-
bergaria-a-Velha no passado dia 6 de
março, e marcou um passo significati-
vo no compromisso da indústria com a
inovação e a cooperação tecnológica,
promovendo um ambiente de partilha
de conhecimentos e experiências en-
tre os principais players do setor.
Esta empresa associada da AIMMAP
é uma empresa centenária especiali-
zada na fabricação de ferramentas de
corte, dedicada a fornecer soluções
inovadoras para diversas indústrias,
tais como automóvel, ferroviária, ae-
ronáutica e moldes, entre outras.
Com um crescimento de 70% do
seu volume de negócios nos últimos
4 anos (2019-2023), possui um forte
investimento em atividades de inves-
tigação e desenvolvimento atingin-
do cerca de 1M€ por ano, de forma a
consolidar a sua posição mundial en-
quanto líder no fabrico de ferramen-
tas de corte.
Atualmente exporta para mais de 70
2019 e 2021, sem efetuar despedi-
mentos.
Nos últimos anos, para além de pro-
curar manter a faturação no mercado
interno, a empresa tem vindo a alargar
a sua área de atuação além-fronteiras,
procurando novos mercados e clientes.
Hoje, exporta mais de 50% da sua pro-
dução, maioritariamente para a vizinha
Espanha.
Luís Vigário, fundador e gerente da
FERNANDIGONDI, apresentou nesta
Jorge Ferreira salientou: “A tecnologia é crucial, mas
são as pessoas , com a sua criatividade e dedicação, que
realmente impulsionam a nossa inovação”.
países, representando as vendas ao
exterior mais de 90% do volume total
de faturação
Jorge Ferreira, CEO da Palbit, junta-
mente com Marisa Garrido, Vogal do
Conselho Diretivo do IAPMEI, inau-
gurou o evento realizado no início do
mês de março, enfatizando a impor-
tância da inovação e da competitivi-
reunião as suas principais inquietações
enquanto empresário, referindo com
preocupação o impacto negativo de
determinadas normas europeias, bem
como a dificuldade em encontrar mão-
-de-obra disponível para trabalhar.
Somando já cinco anos consecutivos
com o estatuto de PME Líder, a FER-
NANDIGONDI tem todas as condições
para encarar o futuro de forma otimis-
ta. O facto de ser uma empresa já com
alguns anos de mercado aporta matu-
dade no cenário industrial global. “A
procura incessante pela excelência e
inovação é um requisito fundamental
para competir internacionalmente.”,
afirmou Jorge Ferreira.
A sessão de apresentações desta-
cou projetos de investigação pionei-
ros a decorrer na Palbit, com espe-
cial destaque para as colaborações
ridade, know-how e, ao mesmo tempo,
uma constante procura de novas for-
mas mais eficientes de produção.
Desde a altura em que foi criada, a
FERNANDIGONDI tem mantido uma
relação muito próxima com a AIMMAP,
procurando alicerçar o seu crescimento
em ferramentas de apoio que a asso-
ciação lhe disponibiliza nas mais dife-
rentes vertentes, sempre numa lógica
de crescimento do conhecimento e
cooperação.
Nomeadamente, a FERNANDI-
GONDI tem participado em iniciati-
vas promovidas pela AIMMAP para
sensibilização de pequenas empresas
relativamente à importância da inter-
nacionalização, consubstanciadas por
exemplo em visitas de reconhecimento
em feiras industriais de referência.
Para além disso, a empresa tem mar-
cado presença em ações de formação
levadas a efeito pela AIMMAP, para ca-
pacitação de PME´s em áreas relevan-
tes, nomeadamente no âmbito do Pro-
grama de Formação-Ação.
Um exemplo real de empreendedo-
rismo, que, ano após ano, gera os seus
frutos materializados numa rota de
crescimento consciente, ponderada e
consolidada.
com Centros de Conhecimento como
FEUP-INEGI e INESC TEC. Daniel Fi-
gueiredo, Executive Board Member
da Palbit, Ana Reis, da FEUP – INEGI,
e Luís Rocha, do INESC TEC, partilha-
ram insights sobre como estas parce-
rias estão a moldar o futuro da maqui-
nação e quais os desafios futuros.
O encerramento foi liderado por Mi-
guel Araújo, Diretor-Geral da MOBI-
NOV, que ressaltou a importância da
fusão de conhecimento com a indús-
tria para gerar valor acrescentado e
impulsionar a inovação.
Um dos pontos altos do evento foi
a visita guiada à unidade produtiva da
Palbit, onde os participantes puderam
testemunhar o avançado processo de
fabrico e a implementação de tecno-
logias de ponta para a digitalização.
Jorge Ferreira salientou: “A tecnolo-
gia é crucial, mas são as pessoas, com
a sua criatividade e dedicação, que
realmente impulsionam a nossa inova-
ção.”
Foi uma iniciativa com enorme su-
cesso, demonstrando o compromisso
da empresa com a inovação e a capa-
cidade do seu processo para continuar
a atender aos exigentes requisitos dos
mercados em que está focada. A Pal-
bit continua empenhada em continuar
a investir em pesquisa e desenvolvi-
mento, em colaboração com Centros
de Conhecimento, para impulsionar o
futuro da indústria 4.0.

ASSOCIADOS
A empresa sediada na Trofa comprou duas empresas, uma no Reino Unido e outra na Polónia
METALOGALVA acelera rota de crescimento
A
Metalogalva, empresa asso-
ciada da AIMMAP fundada em
1971, continua a apostar numa
rota de crescimento acentuada e anun-
ciou recentemente a aquisição de duas
empresas estrangeiras.
Líder na área da engenharia e pro-
teção de aço, e tendo como missão
produzir estruturas metálicas, propor-
cionando de forma consistente os me-
lhores produtos, esta empresa sediada
na Trofa procura manter elevados ní-
veis de qualidade no serviço que pres-
ta, a par com uma gestão empresarial
responsável do ponto de vista financei-
ro, ambiental e social, apostando em
simultâneo na motivação e segurança
dos colaboradores.
Com 8 unidades industriais em Por-
INTERNACIONALIZAÇÃO
Principal Feira de Máquinas-Ferramenta realizada em território espanhol
AIMMAP organiza visita à Feira BIEMH
A
AIMMAP está a organizar uma
Visita de Verificação Tecnológi-
ca à Feira BIEMH - que irá de-
correr em Bilbau, de 3 a 7 de junho
2024.
Trata-se da principal feira interna-
cional de máquinas-ferramenta e ma-
nufatura avançada realizada em Es-
panha, e a terceira do ranking a nível
europeu.
A BIEMH é assim uma referência
mundial na sua especialidade, apre-
sentando ao mercado todas as no-
vidades em máquinas, ferramentas,
componentes e acessórios, automa-
ção, metrologia, controlo de qualida-
de, entre outros.
Além da importância do certame
que se realiza a cada dois anos no
Centro de Exposições de Bilbau, e
INTERNACIONALIZAÇÃO
AIMMAP organizou mais uma participação coletiva na maior feira de subcontratação industrial realizada nos Países Baixos
METAL PORTUGAL resgistou um forte impacto na ESEF 2024
E
m 2024, mais uma vez a AIM-
MAP promoveu e organizou um
stand coletivo na feira “ESEF”
que se realizou em Utrecht, na Holan-
da, de 12 a 15 de março.
Juntamente com a AIMMAP, des-
locaram-se a Utrecht cinco empresas
de destaque que operam na área da
subcontratação industrial em Portu-
gal: a FERESPE, a TECNIFORJA, a JÁ
EXISTE, a FAL – Fundição Alto da Lixa
e a SIROCO.
Estas empresas que integraram o
stand coletivo do METAL PORTUGAL,
causaram novamente um impacto mui-
to positivo, mostrando não só ao mer-
cado neerlandês, mas também aos prin-
cipais mercados vizinhos, aquilo que de
melhor se faz em Portugal, no que res-
peita à subcontratação industrial.
BOLETIM INFORMATIVO DA INDÚSTRIA METALÚRGICA E METALOMECÂNICA QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024 3
tugal que ocupam uma área total de
92.000m², e tendo ao serviço mais de
1.700 colaboradores, a empresa de-
senvolve diariamente e em cada passo,
uma cultura de investigação, desenvol-
vimento e inovação dos seus produtos.
Constituindo uma referência em to-
dos os segmentos e mercados onde
atua, esta associada da AIMMAP tem
adotado uma estratégia de crescimen-
to consolidada, e reforçada agora pela
compra da Fabrikat (Nottingham) Li-
mited, empresa sediada no Reino Uni-
do que conta com 92 colaboradores, e
da Contec Kromiss, vocacionada para
o setor dos postes tubulares de baixa,
média e alta tensão, na Polónia, com
124 colaboradores
A aquisição destas duas sociedades
que soma já 32 edições, assume tam-
bém grande relevância o facto de se
realizar no país vizinho, há muito des-
tacado como grande destino das ex-
portações do METAL PORTUGAL.
Com efeito, em 2023, ano em que
o METAL PORTUGAL exportou um to-
tal de 24.017 milhões de euros, o mer-
A ESEF é sem dúvida um certame
internacional com enorme poten-
cial de qualidade, e cujo histórico de
contactos obtidos pelas empresas
representadas pela AIMMAP e que
têm integrado as participações cole-
tivas, vem, ano após ano, a reforçar
a aposta desta associação na promo-
ção de participações coletivas nesta
feira, que se junta a um conjunto de
certames internacionais na área de
subcontratação de peças técnicas de
elevado valor acrescentado em que
o METAL PORTUGAL marca presen-
ça.
Esta que é a mais importante feira
de subcontratação industrial de pe-
ças técnicas de elevado valor acres-
centado realizada em solo neerlan-
dês, realiza-se de dois em dois anos e
que em 2023 faturaram, respetivamen-
te, 25 milhões de euros e 17 milhões
de euros, vai permitir à empresa nacio-
nal reforçar uma posição estratégica
nesses dois mercados.
Os responsáveis da empresa funda-
mentam que a compra da empresa lí-
der no Reino Unido em iluminação
pública vai permitir reforçar significati-
vamente a presença e quota num mer-
cado de elevada importância na estra-
tégia internacional da Metalogalva e,
por outro lado, a aquisição da Con-
tec vai fortalecer o posicionamento no
mercado polaco e na Europa Central,
onde tem vindo a crescer de forma sig-
nificativa, adicionando uma unidade in-
dustrial com capacidade de fabrico de
torres tubulares de grande altura para
cado espanhol voltou a ser o principal
destino recebendo cerca de 25% das
vendas da indústria metalúrgica e me-
talomecânica portuguesa ao exterior.
Assim, e sempre na ótica de alargar
as oportunidades de negócio para as
empresas suas associadas, a AIMMAP
decidiu promover esta visita de veri-
representa um oportuno e eficaz veí-
culo de acesso a outros mercados vi-
zinhos como o belga, o dinamarquês
e o alemão.
Já há muito que a feira ESEF inte-
gra a agenda das participações co-
letivas do METAL PORTUGAL nos
principais certames internacionais de
subcontratação industrial, sendo cer-
to que a presença nacional tem sido
uma constante quer na participação,
quer no sucesso e impacto positivo
que gera a todos os milhares de visi-
tantes que visitam o certame ao lon-
go de quatro dias.
O Vice-Presidente Executivo da
AIMMAP, Rafael Campos Pereira, e
a Diretora-Geral Mafalda Gramaxo,
marcaram naturalmente presença, vi-
sitando e apoiando todas as empre-
transmissão de energia, telecomunica-
ções e iluminação técnica.
Deste modo, a Metalogalva que em
2023 faturou cerca de 441 milhões de
euros, acelera a aposta na internacio-
nalização e crescimento, reforçando a
sua notoriedade em novos segmentos,
marcando presença em 12 mercados
e quatro continentes, incluindo cen-
tros de produção na Alemanha, Arábia
Saudita, Brasil, França, Ucrânia, Ango-
la, Polónia, Portugal e Estados Unidos
da América, acrescentando agora tam-
bém o Reino Unido.
Esta estratégia, prevê-se que dê frutos
já no curto prazo, visto que em 2024 a
empresa espera encerrar o ano com um
volume de negócios consolidado supe-
rior a 530 milhões de euros.
ficação tecnológica que coloca desde
logo em perspetiva mais uma feira a
acrescentar potencialmente ao plano
anual de internacionalização da asso-
ciação.
No âmbito da visita, a AIMMAP con-
seguiu assegurar junto dos responsá-
veis da feira condições especiais de
participação para as empresas suas
associadas, como a entrada gratuita
na feira, acesso à sala VIP e oferta de
duas noites de estadia num hotel de 4
estrelas, para um participante por em-
presa.
As empresas interessadas em par-
ticipar devem contactar a AIMMAP
com a maior brevidade possível e en-
viar a ficha de inscrição, no limite, até
ao dia 24 de abril de 2024, sendo ad-
mitido um participante por empresa.
sas que integraram o stand do METAL
PORTUGAL. No final do certame, Ra-
fael Campos Pereira sublinhou e enal-
teceu a qualidade das empresas por-
tuguesas, que “competem de igual
para igual com empresas de econo-
mias mais desenvolvidas, no que se
refere ao campeonato da qualidade,
tecnologia e inovação, diferencian-
do-se muitas vezes de forma positiva
face às demais.”
Pedro Carvalho, que acompanhou
e apoiou toda a participação das
empresas nacionais, fez um balan-
ço muito positivo desta edição, ba-
lanço esse que refletiu o feedback
que recebeu das empresas partici-
pantes que sublinharam a qualidade
dos contactos feitos ao longo dos
4 dias.
4 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024 BOLETIM INFORMATIVO DA INDÚSTRIA METALÚRGICA E METALOMECÂNICA

ASSUNTOS ATUAIS

O evento “Pacto Social. Mais economia para todos” reuniu centenas de personalidades no Centro de Congressos da Alfândega do Porto

CIP debateu no Porto o perfil e o futuro

da economia portuguesa
A
CIP – Confederação Empresa-
rial de Portugal, promoveu mais
um relevante congresso, desta
vez intitulado “Pacto Social. Mais eco-
nomia para todos”, que teve lugar na
cidade do Porto, nos passados dias 20
e 21 de fevereiro.
A iniciativa realizou-se no Centro de
Congressos da Alfândega do Porto,
um dos edifícios mais emblemáticos
da cidade localizado nas margens do
Rio Douro, e com uma carga histórica
de enorme importância económica e
comercial não só para a cidade como
para todo o país.
Constituiu, portanto, o local ideal
para, no período que antecedia as
eleições, debater as prioridades do
país e o futuro da economia nacional.
Assim, durante dois dias, desenvol-
veu-se uma grande iniciativa empre-
sarial de reflexão sobre o estado da
economia portuguesa, que teve como
missão alcançar um conjunto de con-
clusões verdadeiramente transforma- Tendo sempre como pano de fundo o Pacto Social, que
doras do perfil da economia do nosso a CIP apresentou ao país em setembro de 2023, com 30
País. medidas que visam o crescimento da economia, o aumento mas como o que estava em jogo nas
Tendo sempre como pano de fundo dos rendimentos do trabalho e a desburocratização da eleições de 10 de março, o que é que
o Pacto Social, que a CIP apresentou o país tem de fazer para reter talen-
ao país em setembro de 2023, com
atividade empresial, este congresso procurou levar a debate to, a estratégia fiscal, a estratégia de
30 medidas que visam o crescimen- o conjunto de questões que verdadeiramente importam crescimento para Portugal, a competi-
to da economia, o aumento dos ren- aos portugueses: Qual o modelo de desenvolvimento que tividade regional e o crescimento dos
dimentos do trabalho e a desburocra- queremos deixar às gerações vindouras? Qual a sociedade salários e a produtividade.
tização da atividade empresarial, este No final do primeiro painel, o Vice-
que queremos construir? -Presidente Executivo da AIMMAP, e
congresso procurou levar a debate o
conjunto de questões que verdadei- também Vice-Presidente da CIP, Ra-
ramente importam aos portugueses: contemplados no documento: o cres- gulho que o congresso se realiza no fael Campos Pereira, referiu que o país
Qual o modelo de desenvolvimento cimento económico, a simplificação Porto, o pulmão económico e finan- está à porta das mais importantes elei-
que queremos para Portugal? Qual o da atividade empresarial e o aumento ceiro do país”, e congratulou-se pelo ções dos últimos tempos, e nesse con-
País que queremos deixar às gerações dos rendimentos dos trabalhadores. facto dos vários programas de gover- texto, impõe-se que os partidos políti-
vindouras? Qual a sociedade que que- Não escondendo a enorme expec- no apresentados pelos vários partidos cos procurem concertação estratégica
remos construir? tativa, atenta a qualidade das perso- políticos, contemplarem várias das com os principais atores da economia
O Presidente da CIP, Armindo Mon- nalidades que aceitaram o convite da medidas apresentadas no Pacto So- e da sociedade portuguesa. Acrescen-
teiro, liderou naturalmente a sessão CIP para integrar os diversos painéis, cial. tou que “a CIP assume naturalmente
de abertura, focando precisamente a Armindo Monteiro referiu que foi com Esta iniciativa que teve o mérito de, um papel central enquanto interlocu-
importância do Pacto Social apresen- muito prazer que regressou à invic- ao longo de dois dias reunir centenas tor de referência do setor empresarial
tado pela CIP envolvendo um conjun- ta para presidir ao congresso, acres- de empresários, académicos, pensa- e um parceiro estratégico da afirma-
to de medidas notáveis tendo em vis- centando que “a macrocefalia não faz dores, gestores e administradores da ção do país, já que são as empresas
ta os três grandes eixos estruturantes qualquer sentido, e é com enorme or- “coisa pública”, abordou diversos te- o principal pilar da nossa economia. E

No final do congresso, Armindo Monteiro revelou uma
grande satisfação pela forma como decorreram os trabalhos
e com os relevantíssimos inputs que foram dados ao longo
de dois dias.
ciente da responsabilidade que tem,
reuniu no Pacto Social o conjunto de
medidas que considera prioritárias
para o país.”
No final do primeiro dia do congres-
so, o ex-líder do PSD, Luís Marques
Mendes, foi o keynote speaker do jan-
tar, juntando-se ao rol de personalida-
des das mais diversas áreas de atua-
ção. Luís Marques Mendes fez uma
análise do atual enquadramento, cen-
trando a sua preocupação no contex-
to político interno e alertando para a
necessidade de, depois do dia 10 de
março, nascerem consensos e estabi-
lidade política.
Também Pedro Nuno Santos, Luís
Montenegro e Rui Rocha marcaram
presença partilhando, ainda antes do
período oficial da campanha eleitoral,
as suas propostas de programas eco-
nómicos para o próximo governo, es-
clarecendo e informando as centenas
de pessoas que se dirigiram ao Centro
de Congressos da Alfândega do Porto
naqueles dois dias.
Para além dos nomes já referidos,
participaram também no congresso
da CIP, José Cunha Rodrigues, ex-Pro-
curador Geral da República, Pedro
Lourtie, Representante Permanente
junto da União Europeia, Pedro Siza
Vieira, Partner na PLMJ e ex-Ministro
da Economia, os Vice-Presidentes da
CIP Ema Paulino, Luís Miguel Ribei-
BOLETIM INFORMATIVO DA INDÚSTRIA METALÚRGICA E METALOMECÂNICA QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024 5
ro, Óscar Gaspar e João Almeida Lo-
pes, Nuno Amado e Pedro Ginjeira do
Nascimento da Associação Business
Roundtable Portugal, Miguel Fras-
quilho, Presidente do Conselho para
a Atração de Investimento Direto Es-
trangeiro (IDE) da CIP, Gonçalo Sarai-
va Matias, Presidente do Conselho de
Administração e da Comissão Executi-
va da Fundação Francisco Manuel dos
Santos, Isabel Capeloa Gil, Reitora da
Universidade Católica Portuguesa, Ca-
rolina Amorim, CEO & Co-Fundadora
da EMOTAI, Madalena Cascais Tomé,
CEO da SIBS, Isabel Vaz, Ricardo Arro-
ja, Gonçalo Regalado e Hermano Ro-
drigues, entre tantos outros.
No final do congresso, Armindo
Monteiro revelou uma grande satis-
fação pela forma como decorreram
os trabalhos e com os relevantíssimos
inputs que foram dados ao longo de
dois dias, e reforçou mais uma vez
que sobre o futuro governo vai certa-
mente cair uma grande responsabili-
dade, sendo imperativo que este sai-
ba agarrar e implementar as medidas
propostas no Pacto Social apresenta-
do pela CIP, ou pelo menos grande
parte delas. Aproveitou ainda para
sublinhar o dever de responsabilida-
de que a CIP assume, comprometen-
do-se a trabalhar lado a lado com o
futuro governo, na implementação
dessas medidas.
AIMMAP
AIMMAP realizou
webinar sobre
Seguros de Crédito
A
AIMMAP realizou, no passado
dia 7 de março, um webinar so-
bre Seguros de Crédito. A ses-
são foi promovida em parceria com a
Costa Duarte, que como é sabido é o
parceiro operacional da associação na
área da corretagem de seguros e ges-
tão de riscos.
Com efeito, em 2023, a Costa Duarte
fechou dois acordos de exclusividade
com duas seguradoras que até então
não estavam diretamente presentes
no mercado nacional, trazendo para
o mercado novos produtos que ofere-
cem soluções complementares e por
vezes diferenciadoras face às que exis-
tem atualmente. Neste cenário, a AIM-
MAP entendeu ser da maior utilidade a
realização desta sessão, para dar a co-
nhecer às empresas suas associadas as
novas soluções que podem ser impor-
tantes instrumentos de apoio à ativida-
de das empresas do setor metalúrgico
e metalomecânico, que é desde sem-
pre um setor altamente vocacionado
para a exportação.
João Silva, em representação da
empresa de corretagem de seguros e
gestão de risco, falou sobre novas so-
luções apresentadas fruto da parceria
AIMMAP
AIMMAP promoveu curso
de formação em Emergência
e Primeiros Socorros no local
de trabalho
N
os passados dias 19 e 26 de fe-
vereiro, a AIMMAP promoveu,
em parceria com a Fator Se-
gurança, um curso de formação em
Emergência e Primeiros Socorros no
local de trabalho, que contou com
mais de vinte participantes, represen-
tantes de empresas associadas.
Mais uma vez, a AIMMAP procurou
agilizar soluções para apoiar a ativi-
dade das empresas suas associadas.
Na verdade, esta iniciativa, que aliás a
AIMMAP já tinha promovido em mo-
mentos anteriores, permite capacitar
as empresas para dar cumprimento à
Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro.
Este diploma, que estabelece o re-
gime jurídico da promoção da segu-
rança e saúde no trabalho, define que
a entidade empregadora deve imple-
mentar uma estrutura interna que as-
segure as atividades de emergência
e primeiros socorros e deve formar,
em número suficiente, tendo em con-
ta a dimensão da empresa e os riscos
existentes, os trabalhadores respon-
sáveis pela aplicação das medidas de
primeiros socorros, de combate a in-
cêndios e de evacuação de trabalha-
com a CARTAN Trade, uma seguradora
francesa que nasceu em 2022, detida
na sua maioria pela Scor e com um ra-
ting de A pela S&P, e com a Nexus Un-
derwritting, uma seguradora sediada
no Reino Unido, com mais de 20 anos
no mercado e que subscreve riscos em
nome do Lloyd’s.
Os novos produtos procuram ofe-
recer soluções diferenciadoras, com
maior agilidade e adaptação às espe-
cificidades de cada empresa, e fazem
particular sentido enquanto instrumen-
tos de apoio à exportação num setor
altamente exportador e internacionali-
zado como o METAL PORTUGAL, que
em 2023 bateu um novo recorde ven-
dendo para o exterior mais de 24 mil
milhões de euros.
Acresce que, em 2023, as vendas do
METAL PORTUGAL para mercados di-
tos “não tradicionais” fora da União Eu-
ropeia, cresceram mais de 10%, o que
fundamenta ainda mais a importância
de instrumentos como aqueles que fo-
ram apresentados neste webinar.
Assim sendo, não surpreendeu o fee-
dback muito positivo dado pelas mais
de duas dezenas de participantes que
assistiram à sessão.
dores, bem como facultar o material
adequado.
Com efeito, esta iniciativa de for-
mação teve como grandes objetivos
dotar os trabalhadores de conheci-
mentos e competências, adequados
e específicos à realidade de trabalho
da empresa, permitindo aplicar as me-
didas de primeiros socorros em situa-
ções de emergência que ocorram no
contexto de trabalho, contribuindo
para minimizar as consequências ad-
versas na saúde dos trabalhadores.
Naturalmente que se trata de um
pacote formativo que procura respon-
der a aspetos específicos da empresa,
como especificidades da sua atividade
central, localização, instalações, entre
tantos outros fatores.
No final dos dois dias de formação,
o balanço foi muito positivo, e Carla
Gonçalves, responsável na AIMMAP
por este dossier, salientou a mais-valia
do curso para as empresas referindo
que “para além de todo o know-how
transmitido, no final foi ainda entre-
gue a todos os participantes, o Car-
tão de Socorrista, com a validade de
3 anos”.
6 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024 BOLETIM INFORMATIVO DA INDÚSTRIA METALÚRGICA E METALOMECÂNICA
INTERNACIONALIZAÇÃO
METAL PORTUGAL em grande destaque
na GLOBAL INDUSTRIE - MIDEST 2024
E
m 2024 a AIMMAP e o METAL
PORTUGAL marcaram novamen-
te presença no MIDEST, a maior
feira europeia de subcontratação in-
dustrial e uma das quatro grandes
exposições que integram a “Global
Industrie”, um grande certame que
engloba também a “SMART INDUS-
TRIES”, a “INDUSTRIE” e a “TOLEX-
PO”, dirigindo-se a diferentes sub-
setores da indústria metalúrgica e
metalomecânica, dando assim respos-
ta à enorme abrangência deste setor.
Depois de em 2023 a “Global Indus-
trie” ter tido lugar em Lyon, em 2024
regressou a Paris, cidade que acolheu
este certame de enorme dimensão e
relevância para a indústria mundial,
explorando o facto de ser uma grande
capital mundial, onde anualmente se
dirigem muitos milhões de pessoas de
todo o mundo.
Assim, de 25 a 28 de março, perto
de cinco dezenas de empresas nacio-
nais marcaram presença no stand co-
letivo do METAL PORTUGAL promo-
vido pela AIMMAP, nesta que é a mais
importante feira europeia de Enginee-
red Parts and Subcontract.
As empresas do METAL PORTUGAL,
AMBIENTE
Primeira Reunião do Grupo de Trabalho
de Acompanhamento do CBAM
C
arla Gonçalves e Sofia Veloso
Ferreira representaram a AIM-
MAP na primeira reunião do
Grupo de Trabalho de Acompanha-
mento do CBAM, o Mecanismo de
Ajustamento Carbónico Fronteiriço
(Carbon Border Adjustment Mecha-
nism) que entrou em vigor no passado
dia 1 de outubro de 2023.
Este grupo de trabalho promovi-
do pela CIP, conta desde a primeira
hora com a proativa colaboração da
AIMMAP e engloba as associações re-
presentativas de setores diretamen-
te abrangidos pelo CBAM, bem como
as três entidades nacionais que de for-
ma mais ou menos direta, interagem
com este regulamento: começando
pela Agência Portuguesa do Ambiente
(APA) que é a entidade competente res-
ponsável pela implementação, mas con-
siderando também a Autoridade Tribu-
tária e Aduaneira (AT) e a Direção Geral
das Atividades Económicas (DGAE).
Como é sabido, desde muito cedo
a AIMMAP começou a acompanhar
com preocupação este tema junto das
instâncias europeias, uma vez que afe-
ta diretamente as empresas do setor
metalúrgico e metalomecânico e afe-
tará seguramente a competitividade
nacional e europeia.
conforme sucede todos os anos, tira- Pedro Azevedo, em representação AIMMAP procuram prestar um apoio
ram partido desta importante oportu- da AIMMAP, apoiou de perto a parti- transversal, em função das reais ne-
nidade, recebendo diversos contactos cipação das dezenas de empresas do cessidades das empresas, envolvendo
de potenciais negócios, de grandes METAL PORTUGAL, assegurando a desde esferas mais técnicas, a outras
players mundiais, não só do mercado maximização das sinergias que segu- mais institucionais.
francês, mas também de toda a euro- ramente vão surgir desta participação Aliás, como acontece todos os anos,
pa. coletiva. as empresas participantes no stand
Com efeito, seja em Paris, seja em Aliás, tal como acontece com a par- coletivo do METAL PORTUGAL volta-
Lyon, ao longo dos últimos anos a ticipação nos demais certames que in- ram a ser visitadas por uma delegação
de alto nível da AIMMAP, constituída
por Rafael Campos Pereira, Vice-Pre-
sidente Executivo, e ainda Mafalda
Evidentemente que os resultados deste sucesso são Gramaxo, Diretora-Geral da associa-
bem visíveis nos resultados das exportações do setor ção.
para o mercado francês, que não só há muito ocupa E não há qualquer dúvida de que
um lugar no top 3 dos principais mercados, como em esta é uma estratégia diferenciadora,
2023 voltou a crescer a um bom ritmo apresentando que justifica um desempenho notável
do METAL PORTUGAL neste certame
um taxa de crescimento de 7,5%. e que tem sido por todos reconhecida
pela enorme qualidade e profissiona-
lismo com que este stand coletivo se
AIMMAP tem vindo a apostar na pro- tegram o Plano de Internacionalização apresenta.
moção da participação das empresas da AIMMAP, este é um acompanha- Evidentemente que os resultados
do METAL PORTUGAL no MIDEST, mento que começou muito antes do deste sucesso são bem visíveis nos re-
cuja oportunidade e interesse para os início da feira, durante toda a prepa- sultados das exportações do setor para
fabricantes portugueses é cada vez ração da participação, e não só acom- o mercado francês, que não só há mui-
mais uma certeza, e onde a delegação panhou o dia-a-dia das empresas du- to ocupa um lugar no top 3 dos princi-
portuguesa é há vários anos a mais rante o evento como irá prolongar-se pais mercados, como em 2023 voltou a
numerosa comitiva estrangeira, e este durante todo a fase de follow-up. crescer a um bom ritmo apresentando
ano não foi exceção. Por outro lado, os representantes da uma taxa de crescimento de 7,5%.
A AIMMAP considera que o CBAM E foi precisamente com o intuito de versas diligências quer junto do mun-
é um dossier da maior relevância e mitigar os obstáculos encontrados na do político nacional, quer junto das
por esse motivo, assim que o diplo- implementação do CBAM por par- instâncias europeias e associações
ma entrou em vigor, para além de te das empresas, e os custos que se europeias nomeadamente através da
ter promovido um webinar em cola- esperam no futuro próximo, que Car- Orgalim, denunciando o impacto ne-
boração com a APA, com o intuito la Gonçalves e Sofia Veloso Ferreira gativo da acumulação das Clausulas
de informar as empresas associadas apresentaram na reunião um conjun- de Salvaguarda com o CBAM, o que
acerca das especificidades da nova to de propostas, subscritas e comple- aumentará consideravelmente o custo
regulamentação, desde então tem mentadas pelas demais associações de importação de aço e alumínio para
também feito os maiores esforços presentes. os fabricantes de metalurgia e meta-
lomecânica e tecnologia, dificultando
o acesso a estas matérias-primas, para
As representantes da AIMMAP referiram que este as quais a Europa não é autossuficien-
te.
novo enquadramento legal e o impacto que tem na A AIMMAP aplaude a iniciativa da
competitividade da indústria europeia, deve gerar especial CIP que se materializou na constitui-
alerta, principalmente porque acumula com as Claúsulas de ção deste Grupo de Trabalho, e con-
Salvaguarda, assunto também acompanhado com especial tinuará certamente a participar nas
cuidado pela AIMMAP desde 2019. iniciativas agendadas, colaborando
ativamente na partilha dos desafios
e no debate sobre dificuldades de
execução, com vista a agilizar a im-
para apoiar as empresas na referida Além disso, as representantes da plementação das novas obrigações
implementação que se encontra re- AIMMAP referiram que este novo en- relacionadas com este mecanismo e
pleta de contornos de enorme com- quadramento legal e o impacto que contribuir para preparar o feedback
plexidade. tem na competitividade da indústria nacional junto da Comissão Europeia,
Embora nesta primeira fase em que europeia, deve gerar especial alerta, que se comprometeu em recolher os
decorre o período de transição as principalmente porque acumula com dados durante o período transitório
obrigações para as empresas sejam as Cláusulas de Salvaguarda, assunto para definir a metodologia única de
sobretudo a nível burocrático, existem também acompanhado com especial monitorização, comunicação de infor-
ainda muitos obstáculos, dúvidas e in- cuidado pela AIMMAP desde 2019. mações e verificação após o período
certezas. Na verdade, têm sido efetuadas di- transitório.
 BOLETIM INFORMATIVO DA INDÚSTRIA METALÚRGICA E METALOMECÂNICA QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024 7

FORMAÇÃO

CENFIM levou energia e futuro à QUALIFICA – Feira de Educação,

Formação, Juventude e Emprego

O
CENFIM voltou a estar presen-
te na QUALIFICA – Feira de
Educação, Formação, Juven-
tude e Emprego, a maior mostra de
Educação e Formação a norte de Por-
tugal, que se realizou entre os dias 6 e
9 de março, na Exponor, Porto.
Esta participação foi realizada ao
abrigo do projeto PRODUTECH R3 –
Recuperação, Resiliência e Reindus-
trialização, mencionado num outro
artigo desta edição, e que constitui
a Agenda Mobilizadora da Fileira das
Tecnologias de Produção para a Rein-
dustrialização e visa induzir uma alte-
ração estruturante neste cluster.
Foi mais uma oportunidade de apro- turo”, bem como as expetativas dos e intercâmbio de experiência e conhe-
ximação do CENFIM aos jovens, futuros jovens empreendedores, formandos cimento.
profissionais, apresentando a sua oferta e equipa do CENFIM partilharam as Com vários equipamentos educati-
vos e de experimentação foi possível
passar pela impressão 3D, realidade
Foram três dias marcados por uma participação de sucesso aumentada, soldadura, refrigeração e
do CENFIM, em que os núcleos de formação de Amarante, climatização, controlo industrial, me-
catrónica, entre outros.
Ermesinde, Oliveira de Azeméis, Porto e Trofa trouxeram a Foram três dias marcados por uma
sua energia para cativar todos os que se empenham em fazer participação de sucesso do CENFIM,
a indústria acontecer. em que os núcleos de formação de
Amarante, Ermesinde, Oliveira de
Azeméis, Porto e Trofa trouxeram a
formativa e as suas saídas profissionais. suas experiências e competências sua energia para cativar todos os que
Por se tratar de um evento que va- com todos os visitantes, gerando-se se empenham em fazer a Indústria
loriza as chamadas “Profissões do Fu- uma interessante rede de networking acontecer.

FORMAÇÃO

A sessão realizou-se no âmbito do projeto PRODUTECH R3

AIMMAP e CENFIM realizaram webinar sobre a Capacitação

e Formação em Tecnologias de Produção Inovadoras

A
AIMMAP e o CENFIM junta-
ram-se mais uma vez para uma
sessão conjunta, desta vez cen-
trada na divulgação das ações previs-
tas, no âmbito do projeto Produtech
R3, com vista à capacitação e forma-
ção em tecnologias de produção ino-
vadoras.
A sessão, liderada por João Girão
da AIMMAP e Vítor Dias do CENFIM,
realizou-se on-line no passado dia 8
de março, e destinou-se exclusiva-
mente aos membros do consórcio do
projeto Produtech R3.
Como é sabido, o projeto PRODU-
TECH R3 – Recuperação, Resiliência e
Reindustrialização, é a Agenda Mobi-
lizadora da Fileira das Tecnologias de
Produção para a Reindustrialização e
visa induzir uma alteração estruturan-
te neste cluster, capacitando-o para
explorar os significativos investimen-
tos que a indústria vai realizar com a
transição verde e digital, reduzindo
a dependência tecnológica externa,
aumentando o valor acrescentado
gerado no país, contribuindo, deste
modo, para uma profunda alteração
da especialização da economia por-
tuguesa.
Liderado pela COLEP PACKAGING,
e tendo como parceiros fundamentais,
entre outros, a AIMMAP, a PRODUTEH
e o CATIM, o consórcio é constituído
por 45 empresas fornecedoras de tec-
nologias de produção, 37 empresas
utilizadoras de tecnologias de produ-
ção, da indústria transformadora, 26
ENESIIs (Entidades do Sistema Cien-
tífico e Tecnológico Nacional, Centros
Tecnológicos, Entidades Setoriais)
Assim, alicerçado numa parceria que
reúne 108 empresas e outras entida-
des, o projeto prevê o desenvolvimen-
to colaborativo de 85 novos produtos
e serviços inovadores que serão de-
monstrados em empresas dos setores
utilizadores dessas tecnologias.
Além disso, o projeto prevê ainda
o desenvolvimento de ações comple-
mentares nas vertentes da educação
e formação, da internacionalização,
da disseminação e da capacitação, in-
duzindo uma alteração estrutural e a
criação de um dinâmico e sustentável
ecossistema de inovação na área de
tecnologias de produção.
E é precisamente com este cenário
de enorme complexidade e muito de-
safiante, que a AIMMAP e o CENFIM
têm vindo a trabalhar num dos work
package mais centrais do projeto,
dada a sua transversalidade, dedicado
à capacitação e formação em tecnolo-
gias de produção inovadoras.
Durante cerca de uma hora, largas
dezenas de membros do consórcio,
assistiram à apresentação do plano
de formação e capacitação elaborado
para dar resposta a este enorme de-
safio.
Um plano que desde logo tem como
grandes objetivos estratégicos dar
resposta à dupla transição, resiliência,
inovação colaborativa e criação de es-
cala sustentável, adotando um conjun-
to de linhas de ação que vão desde a
aquisição de novas competências, di-
ferentes perfis de formação e capaci-
tação, até à promoção, captação e re-
tenção de talento.
Por outro lado, conforme foi refe-
rido várias vezes durante a sessão, o
trabalho desenvolvido em conjunto
pela AIMMAP e pelo CENFIM, tem
um importante foco agregador, as-
sente numa estratégia de ESG – En-
vironment, Social and Governance
Sustainability, promovendo o desen-
volvimento de competências nas tec-
nologias para a digitalização, para a
transformação digital, para a susten-
tabilidade ambiental e para a gestão
industrial.
Foi uma sessão de enorme oportu-
nidade, deste projeto financiado pela
União Europeia no âmbito do progra-
ma NextGeneration EU através do Me-
canismo de Recuperação e Resiliên-
cia (MRR) e do Plano de Recuperação
e Resiliência, que visa tirar partido da
transversalidade das tecnologias de
produção e dos processos de fertiliza-
ção cruzada, alavancando o posiciona-
mento das empresas da fileira das tec-
nologias de produção e promovendo
efeitos de arrastamento ao conjunto
do tecido económico nacional.

A atualidade do setor
metalúrgico e metalomecânico
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8 QUINTA-FEIRA, 28 DE MARÇO 2024 BOLETIM INFORMATIVO DA INDÚSTRIA METALÚRGICA E METALOMECÂNICA
NOTA DE FECHO
SIMPLEX
E
ntre 2017 e 2022 terão surgido
502 novas obrigações europeias
dirigidas às empresas, que
representam 3670 páginas de
regulamentação. Esta inflação
normativa representa uma média de
7 novas obrigações e 51 páginas de
regulamentação por mês, as quais
dizem principalmente respeito à
política industrial, ao mercado interno
e à prestação de serviços.
Na realidade, a atual legislatura
europeia que terminará na próxima
primavera, ficou marcada por
uma sucessão de acontecimentos
profundos, que levaram a Comissão
Europeia a alargar o âmbito da
sua ação política: a coordenação
de diversas medidas no âmbito
do combate à pandemia, a
implementação de um plano de
recuperação histórico de 750 mil
milhões de euros e a conceção de um
Pacto Ecológico Europeu, entre tantas
outras iniciativas.
Este cenário desaguou num
autêntico oceano de medidas
regulamentares adotadas a nível
europeu, particularmente em
domínios que afetam as empresas.
Infelizmente, o que preocupa não é
só a dimensão desse oceano, mas o
quão tumultuoso ele é.
Geralmente, de Bruxelas a São
Bento, esta corrente de regulamentos
e normas europeias acrescenta várias
camadas de complexidade.
COMÉRCIO EXTERNO
METAL PORTUGAL começou o ano de 2024
com uma performance acima da economia nacional
D
epois de terminar o ano de
2023 com mais um recorde de
vendas ao exterior, com a soma
de 24.017 milhões de euros, o ano de
2024 parece começar bem para o ME-
TAL PORTUGAL.
Tendo sido recentemente publica-
dos os valores das exportações do
mês de janeiro, constata-se que no
mês em causa o METAL PORUGAL ex-
portou 1.921 milhões de euros, o que
representou um aumento de 1,6%
face ao período homólogo.
Por outro lado, as exportações da in-
dústria transformadora como um todo
registaram um crescimento homólo-
go muito residual de apenas 0,4%, e
as exportações nacionais registaram
mesmo uma pequena contração, cain-
do 0,7%, levantando sinais de preocu-
pação.
Perante estes resultados, Rafael
Campos Pereira salienta que “não há
dúvida nenhuma de que estamos pe-
rante um setor estruturante da econo-
mia nacional, e que mesmo na atual
FICHA TÉCNICA: PROPRIEDADE AIMMAP: Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal • Rua dos Plátanos, 197 • 4100-414 PORTO • Tel. 351-226 166 860 • Fax: 351-226 107
473 • Diretor: Vítor Neves • Subdiretor: Rafael Campos Pereira • Coordenação Gráfica: Cristina Veiga • Paginação: Flávia Dias
• Periodicidade: Mensal • Propriedade, Edição, Produção e Administração: AIMMAP - Associação dos Industriais Metalúrgicos,
Metalomecânicos e Afins de Portugal, em colaboração com o Jornal Vida Económica • Distribuição gratuita aos associados da
AIMMAP - Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal
Sofia Veloso Ferreira
Assessora da Direção da
AIMMAP
Portugal tem vindo a transpor generalidade das empresas conheça uma destas entidades, e mais ainda,
as regras europeias para o a informação de que existe um novo chegar à pessoa responsável por
enquadramento legal nacional, e regulamento referente a determinado determinado dossier, é tarefa para um
nessa matéria tem sido “muito bom tema. “ironman”.
aluno”, talvez até demais. A tendência Depois, a dita maioria de empresas A complexidade e exigência dos
é que essa transposição seja feita com de pequena dimensão tem de documentos legais transpostos
“excesso de zelo”, já que o nível de recrutar recursos, nomeadamente de é gritante. Muitas vezes, nem as
exigência das transposições nacionais tempo e colaboradores, para tomar próprias entidades responsáveis
é, a maior parte das vezes, bem conhecimento sobre o conteúdo da conseguem esclarecer determinados
superior ao das normas europeias. Em norma e a sua aplicação. E para tal pontos. Será razoável exigir que as
Portugal trata-se fundamentalmente é fundamental conhecer a entidade pequenas empresas tenham recursos
de espartilhar a atividade das nacional responsável pela sua para ver esclarecidas essas questões?
empresas e asfixiá-las em custos e aplicação, tarefa que geralmente é Tudo isto é de uma grande
burocracias. labiríntica. incoerência e altamente injusto,
até porque tantas e tantas vezes as
empresas falham o seu cumprimento
porque as entidades públicas não
Tudo isto é de uma grande incoerência e altamente injusto, disponibilizaram atempadamente
até porque tantas e tantas vezes as empresas falham determinadas ferramentas ou
o seu cumprimento porque as entidades públicas não formulários.
disponibilizaram atempadamente determinadas ferramentas Mudem ou não mudem os
governos, este cenário mantém-se há
ou formulários.
anos.
A bem da economia nacional, é
urgente fazer um detox do espírito do
Obviamente, não podemos Vamos imaginar, num cenário legislador, tornando-o mais próximo
esquecer que o tecido empresarial totalmente utópico, que até aqui tinha da realidade económica nacional, para
nacional é quase totalmente corrido tudo bem, e que as empresas que estas transposições deixem de
constituído por micro e PME, com não tinham encontrado nenhuma asfixiar as empresas.
recursos muito limitados. Este tsunami dificuldade nem obstáculo A bem da realidade socioeconómica
legislativo afunda estas empresas em Chegadas à fase de implementação, nacional, é urgente fazer igualmente
encargos e burocracias. seguramente que a realidade já não um emagrecimento nas entidades
Depois da transposição, vem a seria a mesma. Primeiro porque as publicas, tornando-as mais ágeis,
desorganização e desinformação. entidades públicas têm estruturas flexíveis, abertas e próximas dos
Primeiro porque decorre um longo pesadas e estão cada vez menos cidadãos e das empresas, porque
período desde a entrada em vigor acessíveis ao público, sejam cidadãos afinal é para servir o país que elas
das normas transpostas, até que a ou empresas. Entrar em contacto com existem.
conjuntura internacional e crise políti- enquanto, a situação de instabilidade portações para a União Europeia e
ca interna, continua o mesmo a ser um política que veio somar-se à conjuntu- com Espanha, França, Alemanha, Rei-
motor da economia portuguesa.” ra económica menos positiva dos prin- no Unido, Itália e EUA a assumirem
O valor registado no primeiro mês cipais parceiros de Portugal. especial destaque.
do ano vem assim interromper o ciclo Ainda que os números agora anun- “A economia nacional continua a
de cinco meses consecutivos em que ciados sejam inequivocamente positi- apresentar um crescimento muito
as exportações do METAL PORTUGAL vos, em 2024 é de esperar maior ar- anémico, apenas alavancado pelas ex-
portações e pelo investimento que as
empresas fazem para alimentar essas
Tendo sido recentemente publicados os valores das exportações. A análise comparativa
exportações do mês de janeiro, constata-se que no mês do setor metalúrgico e metalomecâni-
em causa o METAL PORTUGAL exportou 1.921 milhões co com a restante economia é inequí-
voca: este é um setor chave e estrutu-
de euros, o que representou um aumento de 1,6% face ao rante para o nosso país, do ponto de
período homólogo. vista socioeconómico. Assim sendo, e
numa altura em que o financiamento
às empresas está em queda e as ta-
registaram quebras homólogas. refecimento da economia e até um xas de juro apresentam uma subida
No entanto, não se pode afastar al- pequeno crescimento do desempre- gradual, temos de nos inquietar e, no-
guma apreensão quanto ao primeiro go. O consumo, por sua vez, deverá meadamente no que se refere ao PRR
semestre de 2024, até porque as ex- permanecer muito moderado e have- e ao PT2030, temos de ser capazes de
portações nacionais evidenciam já os rá uma maior retração da procura. exigir que sejam canalizados fundos
mais baixos índices de confiança e a O padrão do conjunto de países para a economia e não para financiar
contração da procura externa. Além que constituem o principal destino o Orçamento do Estado”, referiu o Vi-
disso, o recente resultado eleitoral das exportações tem mantido bas- ce-Presidente Executivo da AIMMAP,
não permitiu resolver, pelo menos por tante regularidade, com 76% das ex- Rafael Campos Pereira.