COBRANÇA DE DÍVIDAS

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Nº 2015 / 9 de fevereiro 2024 / Semanal / Portugal Continental 2,60 J FUNDADOR: João Peixoto de Sousa DIRETOR: João Luís Peixoto de Sousa

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Aumento da procura de livros pelos mais jovens impulsionada
pelas redes sociais

Mercado livreiro
ATUALIDADE
está a crescer SUPLEMENTO
SEGUROS

Este suplemento faz parte

integrante da Vida Económica
n.º 2015, de 9 de fevereiro 2024,

SEGURO AUTOMÓVEL
e não pode ser vendido
separadamente

Custo da sinistralidade rodoviária

Ps. II-III

em Portugal representa mais

de três mil milhões de euros anuais

ENTREVISTAS P. II-III
CARLA QUINTEIRO, DA MAPFRE
“A conjuntura económica
do último ano trouxe algumas
dificuldades à comercialização
do seguro automóvel”

JOSÉ COUTINHO, DA ZURICH EM PORTUGAL

“É necessário ajustar condições
tarifárias para assegurar OPINIÃO P. V ASSOCIADO DO MÊS P. VII
o indispensável equilíbrio Pedro Pinhal, MDS Portugal Paulo Oliveira, Solid Intuition
técnico e garantir Sinistralidade automóvel: “Devemos estar atentos e tentarmos
a sustentabilidade do ramo desafios, impactos contrariar, até onde nos for possível,
automóvel” e estratégias a impessoalidade e sermos nós
OPINIÃO P. IV para as organizações a interagir com o cliente”
Nuno Gomes Duarte, Grupo Ageas NOTÍCIA P. VI CONSULTÓRIO P. VIII
Seguro Automóvel: Obstáculos 2024: Um ano de incertezas Dever de comunicar o código LEI
e estratégias de adaptação a vários níveis (Identificador de Entidade Jurídica)

Custo
da sinistralidade
Valor do salário mínimo rodoviária atinge
protegido de penhoras mais de três mil
Cobrança de dívidas milhões anuais
Pág. II
à Segurança Social
tem novas regras TURISMO
Pág. 5
Reservas são feitas
com maior antecedência
Instabilidade
Turistas estão
no Mar Vermelho
a aumentar duração
leva a cancelamento
• Vendas de livros subiram das estadias
de cruzeiros
em Portugal
Pág. 5
5% em 2023 Pág. 20

BANCA para 210 milhões de euros

MERCADOS
Vítor Poças, presidente
da AIMMP, alerta
Indústria de madeira
Págs. 8 e 9
e mobiliário
tem falta de mão
de obra qualificada
Tendência de desaceleração no Porto Pág. 24

BPI aumenta quota

no financiamento
Rendas em Lisboa AUTOMÓVEL

à agricultura
Pág. 3
baixam 2,2% Pág. 25
Mercado automóvel
cresce quase 8%
Pág. 30

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LIVRO DA SEMANA
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INTRODUÇÃO À
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2 SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024

ABERTURA

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS FRANCISCO JAIME

QUESADO
Economista e Gestor
INVESTIMENTO PRODUTIVO NO ALENTEJO jaime.quesado@gmail.com

Estou interessado em investir no Alentejo. Já reabriram as candidaturas aos apoios à inovação? A área do public procurement tem uma importân-
Encontra-se aberto um concurso de um estabelecimento já enquadráveis em mais do que cia cada vez maior na agenda competitiva dos ter-
do “Investimento Empresarial existente, devendo esse aumento um domínio de especialização da ritórios e as boas práticas serão o melhor laboratório
Produtivo para uma Transição corresponder no mínimo a 20% RIS3 Regional; para o seu teste. Muito oportuno e desafiante o pro-
Justa”, aplicável exclusivamente à da capacidade instalada em • Contratação coletiva dinâmica jeto BID4TENDERS que a AEP, em articulação
NUTS III Alentejo Litoral, que apoia relação ao ano pré projeto; – para operações de entidades com a CEG e a CEVAL acaba de apresentar e que
atividades inovadoras e qualificadas 3. A diversificação da produção de que tenham contratação coletiva pretende capacitar e dinamizar as PME do Norte
que contribuam para a progressão na um estabelecimento para produtos dinâmica; de Portugal e Galiza para esta agenda competiti-
cadeia de valor, com foco no reforço e não produzidos anteriormente no 2. «Criação de emprego qualificado»: va. Uma iniciativa que promete, pelo exemplo de
expansão de novas indústrias e novos estabelecimento. 5 p.p. a atribuir quando se
serviços tecnologicamente avançados, Os projetos devem apresentar uma verifique a criação líquida de
cooperação que a euroregião há muito constitui e
dirigidos à transição climática e despesa elegível igual ou superior a emprego altamente qualificado no pela relevância estratégica deste tema no contexto
energética. 250.000J e inferior a 25.000.000J. pós-projeto de 2 ou mais postos do futuro competitivo das empresas no ano em que
Podem candidatar-se as PME que As despesas com construção de de trabalho no caso de micro e passam 30 anos sobre o relatório que Michael Por-
desenvolvam as seguintes atividades edifícios, obras de remodelação e pequenas empresas ou de 5 ou ter fez sobre a economia portuguesa.
económicas: outras construções são elegíveis até mais postos de trabalho no caso
• setor do Agroalimentar - 35% da totalidade das despesas de médias empresas.
atividades incluídas nas divisões elegíveis da operação, no caso dos 3. «Capitalização PME»: 5 p.p.
10 e 11 da CAE (Rev 3); setores das Energias Renováveis e a atribuir a operações cuja ECONOMIA MAIS
• setor das Energias Renováveis – Agroalimentar, e até 60%, no caso do componente privada seja
atividades incluídas nas divisões setor do Turismo. Não são elegíveis financiada maioritariamente por AGENDA DIGITAL - A área digital, na qual o
25, 26, 27, 28, 29, 30 e 32 as despesas relacionadas com capitais próprios, através da nosso país tem feito um trabalho de referência em
da CAE (Rev 3), sempre que empreendimentos turísticos/unidades demonstração da capacidade de
os projetos se enquadrem em de alojamento exploradas em regime financiamento da operação com
termos internacionais, está a ter vários eventos que
atividades do setor das Energias de direito de habitação periódica, de capitais próprios igual ou superior confirmam o sucesso desta aposta. De destacar as
Renováveis ou de suporte ao natureza real ou obrigacional. a 25% das despesas elegíveis; várias iniciativas nestes meses de Fevereiro até Ju-
setor; O apoio corresponde a uma A taxa máxima de apoio é de 60% das nho centradas numa abordagem inteligente dos
• setor do Turismo - atividades subvenção. A taxa base de apoio é de despesas elegíveis. desafios que cada vez mais se colocam ao futuro na
incluídas nas divisões 55, 79, 90, 40% para as médias empresas e 50% Existem 4 fases de concurso, com as nossa economia e sociedade, num contexto de pro-
91, nos grupos 561, 563, 771, para as micro e pequenas empresas. seguintes datas de fim: gressiva competição internacional e cada vez maior
e as atividades que se insiram A esta taxa base podem acrescer as • Fase 1: 12/04/2024; exigência dos mercados;
nas subclasses 77210, 82300, seguintes majorações: • Fase 2: 31/07/2024;
O EXEMPLO DA QUADPADEL - São os bons
93110, 93192, 93210, 93292, 1. «Prioridades de políticas setoriais • Fase 3: 18/10/2024;
93293, 93294, e 96040 da CAE. e ou territoriais»: 5 p.p. pelo • Fase 4: 16/12/2024. exemplos de start ups que ajudam muito a repo-
Este concurso abrange as tipologias: cumprimento de cada uma das sicionar o sentido estratégico da nossa economia.
1. A criação de um novo seguintes prioridades, até ao Na dinâmica e empreendedora cidade de Braga,
estabelecimento; limite de 10 p.p.: WWW.SIBEC.PT conhecida pela sua dinâmica jovem, a QUADPA-
SIBEC@SIBEC.PT DEL, fundada por Vasco Carvalho, é o exemplo
2. O aumento da capacidade • RIS 3 Regional - para operações 228 348 500
de uma aposta ganha numa área desportiva que
tem um sucesso cada vez maior na nossa sociedade
e mobiliza cada vez mais pessoas na sua prática.
Foram os melhores resultados
Nesta edição Imprensa históricos e disputam a Criar valor a partir da inovação - Braga sempre na
EM REVISTA primeira posição mundial à linha da frente.
França (que ainda não publicou
os dados anuais). APOSTA SOCIAL - A área Social ganhou uma
As chegadas a Espanha nova importância com esta pandemia. Para além
subiram 18,7% relativamente da aposta estratégica que a Comissão Europeia tem
Preços dos alimentos em a 2022 e superaram os 83,5 vindo a fazer com novas iniciativas que estão a ser
mínimos de três anos milhões de 2019, antes da lançadas também o nosso país tem estado na linha
pandemia. O gasto subiu
Os preços mundiais dos quase 25%, relativamente da frente com múltiplos projetos no terreno, que
alimentos caíram em janeiro ao ano anterior. O principal têm mobilizado empresas, universidades e outras
para o seu nível mais baixo emissor de turistas foi o entidades para a importância de fazer da cultura de
em quase três anos. O que Reino Unido, seguindo-se a
se ficou a dever ao efeito da valor partilhado e responsabilidade social um novo
França e a Alemanha, que driver de confiança para o futuro;
baixa dos preços dos cereais tradicionalmente ocupava
e da carne, de acordo com a segunda posição. Em
a Organização das Nações importância seguiram-se os
Unidas para a alimentação e a Países Baixos e a Itália.

10 NE
“Não temos um
alinhamento partidário”
16 NE
Monte e Freitas 24
Indústria de
inicia internacionalização madeira e mobiliário
Mercados agricultura (FAO).
O índice dos preços da
alimentação da FAO fixou-se
ECONOMIA MENOS

em Espanha tem falta de mão de numa média de 118 pontos APOIO EMPRESARIAL - As atividades de
obra qualificada em janeiro, contra os 119,1 do Economia norte-americana
em alta apoio empresarial ganharam importância redobra-
mês anterior. Este nível foi o
mais fraco desde fevereiro de Os receios de uma recessão
da com esta crise. Apesar da evolução registada
Atualidade ................... Pág. 03 Negócios e Empresas . Pág. 19 2021. O preço do trigo para nesta área com o trabalho de associações empresa-
abrandaram. O crescimento
BPI aumenta quota no Setor da construção em madeira exportação desceu sob o efeito e os ganhos de emprego riais e outras plataformas desta natureza, o certo é
financiamento à agricultura tem nova empresa de uma forte concorrência estão a superar as melhores que muitas PME continuam a não conseguir ren-
entre os exportadores e a expetativas. Os consumidores tabilizar os seus processos e subir na escala global
Atualidade ................... Pág. 05 Empresas ......................Pág. 20 chegada ao mercado das estão mais satisfeitos. O devido a uma falta de articulação de algumas das
colheitas do hemisfério Sul. presidente Biden espera
Cobrança de dívidas à Segurança Turistas estão a aumentar Os preços do milho também beneficiar desta conjuntura.
áreas de suporte mais relevantes - será importante
Social tem novas regras duração das estadias baixaram fortemente, graças A situação económica dos que os apoios promovidos pelo governo possam
em Portugal às melhores condições para as Estados Unidos é bastante chegar às empresas de forma fluida e efetiva;
Opinião ........................ Pág. 06 culturas. positiva. Os salários estão a
aumentar mais rapidamente REDES DIGITAIS - A utilização por parte das
Divergência Fiscalidade....................Pág. 22
do que a inflação. A economia empresas das redes digitais vai ter agora um novo
Trabalhadores dos impostos cresceu 3,1% do final de desafio com as novas soluções que o 5G vai pro-
Atualidade ....................Pág. 08
querem resolução de “problemas Espanha com recorde 2022 até ao final do ano porcionar. A exemplo do que se passou nos últimos
Mercado livreiro cresce em centrais” passado, indo contra todas 20 anos com toda a agenda de implementação da
histórico de turistas
vendas e leitores internacionais as expetativas, incluindo um Sociedade da Informação no nosso país, o suces-
Mercados ......................Pág. 26 crescimento robusto no final
Negócios e Empresas . Pág. 12 A Espanha recebeu um total do ano passado. A inflação so da implementação das Redes 5G no nosso país,
Reserva Federal revela prudência de 85,1 milhões de turistas está a descer para os seus para além da dimensão técnica associada, terá que
“O país é visto pelos investidores internacionais, no ano passado, níveis normais e os mercados passar por uma verdadeira mobilização estratégi-
internacionais como menos Automóvel ....................Pág. 31 que deixaram no país mais de de ações estão a registar bons ca de todos os actores envolvidos nesta agenda de
estável” Mazda 2 – a renovação esperada 108,6 mil milhões de euros. resultados. mudança;
ECONOMIA DA LUSOFONIA - Muito se tem
falado nos últimos anos na necessidade de reforçar
EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA Rua Gonçalo Cristóvão, 14 RC * 4000-263 Porto: • NIF: 507258487 • DETENTORES DE 5% OU
MAIS DO CAPITAL DA EMPRESA: João Carlos Peixoto de Sousa - 57,14%; Jornal Fiscal, Lda. - 20,00%; João Luís Marinho Peixoto de Sousa - 5,71%;
MEMBRO DA TIRAGEM A PRESENTE EDIÇÃO TEVE a qualidade e escala das relações comerciais e de in-
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Miguel Gil Marinho Peixoto de Sousa - 5,71%; Paulo Alexandre Marinho Peixoto de Sousa - 5,71% • ADMINISTRAÇÃO: João Luís Peixoto de Sousa • BUSINESS PRESS PELA:
UMA DISTRIBUIÇÃO TOTAL
DE 104.440 EXEMPLARES,
vestimento entre os países da lusofonia. Apesar dos
DIRETOR: João Luís Peixoto de Sousa • REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Guilherme Osswald, Rute Barreira e Teresa Silveira;
E-mail agenda@grupovidaeconomica.pt; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Dias • SEDE DA REDAÇÃO: Rua de Gonçalo Cristóvão, 14 RC, 4000-263 Porto. - Tel. EM DIGITAL E PAPEL diferentes Projectos levados a cabo pela CPLP e pela
223 399 400 (chamada para a rede fixa nacional). Fax. 222 058 098 • ESTATUTO EDITORIAL: https://www.vidaeconomica.pt/vida-economica-1/ 4000 Município (Porto)
TAXA PAGA
Diáspora há ainda um longo caminho no sentido
outras-1/ficha-tecnica-vida-economica • PUBLICIDADE PORTO Rua Gonçalo Cristóvão, 14, RC 4000-263 Porto - Tel 223 399 400 (chamada para a rede
fixa nacional) • Fax 222 058 098 • E-mail: comercial@grupovidaeconomica.pt; • ASSINATURAS Tel 223 399 400 (chamada para a rede fixa nacional)• Registo na D G C S nº 109 477
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E-mail assinaturas@grupovidaeconomica.pt; IMPRESSÃO Naveprinter Indústria Gráfica do Norte, SA. - E.N. 14 (km 7,05), Lugar da Pinta, Apartado
1121, 4471-909 Maia. - Telf: 229 411 085 (chamada para a rede fixa nacional) • Fax: 229 485 631 DISTRIBUIÇÃO VASP, SA - Cacém • E-mail geral@
ISSN 0871-4320 • Registo do ICS
nº 109 477
diferentes actores económicos dos países envolvidos,
vasp.pt • Tel 214 337 000 (chamada para a rede fixa nacional) - Fax 214 326 009 com impacto ao nível dos valores conseguidos.
NotíciasFlix

SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024 3

Preços da habitação aceleram

ATUALIDADE
O preço mediano de alojamentos familiares transacionados em Portugal aumentou 10% no
terceiro trimestre do ano passado, face ao mesmo período de 2022, tendo-se fixado em 1641
euros por metro quadrado, de acordo com o INE. O que representou um crescimento de
0,7% face ao segundo trimestre de 2023 e uma aceleração relativamente à variação homóloga
de 9% registada de abril a junho.

FINANCIAMENTO ULTRAPASSA 500 MILHÕES DE EUROS

BPI aumenta quota no financiamento

à agricultura
O BPI lidera a colocação das
principais linhas de apoio à te-
souraria específicas do setor
agrícola: Linha IFAP Curto Pra-
zo e adiantamentos de subsídios
à exploração IFAP/CAP.
Na Linha IFAP Curto Prazo,
o Banco alcançou uma quota de
72% do montante total de cré-
dito enquadrado, entre 1 de ja-
neiro e 30 de setembro de 2023.
Este resultado reforça a lideran-
ça destacada do BPI nesta linha
de financiamento, que regista
consecutivamente, há mais de
uma década, quotas de crédito
superiores a 50% do montante
total de crédito enquadrado.
A Linha IFAP Curto Prazo
permite o financiamento dos
custos com as campanhas agrí-
colas (preparação dos terrenos,
Linha IFAP Curto
Prazo financia
subsídios
sementeiras, regas, colheitas, ali-
mentação dos animais, entre ou-
tros) beneficiando de bonifica-
ção de 20% dos juros, atribuída
pelo IFAP, e de prazos adequa-
dos ao ciclo de cultura/produção
agrícola, silvícola e pecuária.
O BPI lidera igualmente em
número e montante total de
adiantamento de subsídios à ex-
ploração concedidos pelo IFAP
e validados pela Confederação
dos Agricultores de Portugal
(CAP) em 2023, com uma quo-
ta de 63%. O BPI estabeleceu
um protocolo com a Confedera-
ção dos Agricultores de Portugal
(CAP), que permite aos agricul-
tores a antecipação, até 90%, do
recebimento destas ajudas dire-
tas à produção agrícola.
Nos últimos 10 anos, o BPI
financiou mais de 500 milhões
de euros no total de cerca de
10 500 financiamentos, que
beneficiaram perto de dois mil
clientes. Este resultado reflete
o esforço que o BPI tem vin-
do a realizar na simplificação
do processo de contratação das
operações e o seu impacto na
qualidade do serviço prestado
ao Cliente.

Academia de Negócios PRIMEIRA EDIÇÃO INICIA DIA 27 DE FEVEREIRO

de Saúde cresce 50% Porto Business School estreia

A Academia de Negócios de Saú-
de (ANS), que presta apoio a empreende-
dores na área da saúde, cresceu 50% em
2023, atingindo um volume de negócios
de um milhão de euros.
A ANS é um projeto criado e liderado
por Ana Gonçalves, que também é fun-
dadora da Clínica Fisiotorres, do Espaço
Saúde Física Torres Vedras e Silveira, Ow-
ner de um estúdio de treino personaliza-
do Upgym Torres Vedras, sendo também
autora do podcast “Olho prá coisa!”. Ao
todo, estas empresas atingiram, em 2023,
um volume de negócios de 2,7 milhões de
euros, com o objetivo de atingir os três mi-
lhões de euros este ano.
Com um percurso de quase quatro anos,
a ANS disponibiliza cursos como “Atendi-
mento de Sucesso”, focado na melhoria do
atendimento ao público; ou “Clínicas do
programa de “Leader Coach”
Projeto é liderado
pela empreendedora
Ana Gonçalves
Zero”, um guia para abrir uma clínica em
quatro semanas. Em 2023, a ANS formou
mais de 700 pessoas, tendo realizado tam-
bém um congresso de gestão e empreende-
dorismo para profissionais de saúde, com a
participação de mais de 500 pessoas.
Os cursos são direcionados para profis-
sionais de saúde que pretendem abrir a sua
própria clínica ou para empreendedores do
setor que já têm o negócio criado, mas que
precisam de impulsioná-lo.

A Porto Business School (PBS) lança a porcionando a aprendizagem de técnicas

Futuro da saúde é tema primeira edição do seu Open Executive
Programme “Leader Coach”, uma forma-
de coaching e competências para uma
comunicação eficaz. Para a organização,

de debate em Coimbra
No próximo dia 24 de fevereiro, na
Casa Municipal da Cultura de Coim-
bra, às 14 horas, vai realizar-se o evento
“Saúde, que Futuro?”, o primeiro do
“ciclo de conferências Cândido Ferreira
e José Roquette”, em que estão convi-
dados prestigiados profissionais da área
da saúde, uma deputada e uma eurode-
putada, o presidente da Associação Aca-
démica de Coimbra e quatro ex-basto-
nários.
A sessão será aberta pelo edil de Coim-
bra e encerrada pelo atual bastonário da
Ordem dos Médicos. Trata-se de uma
iniciativa do MCD - Movimento de Ci-
dadania Democrática, que conta com o
apoio da PASC - Casa da Cidadania, da
Sociedade Portuguesa de Medicina In-
tegrativa e da novel associação Pensar O
Porto.
ção inovadora centrada no desenvolvimen-
to de líderes capazes de inspirar e formar
novas lideranças. O programa foi concebi-
do para treinar os participantes no uso de
ferramentas essenciais de coaching, com
o objetivo de impulsionar o crescimento
e desenvolvimento das equipas e, conse-
quentemente, otimizar o sucesso das suas
organizações.
O programa da Porto Business School
visa capacitar os participantes com uma
nova abordagem de liderança, focada no
desenvolvimento pessoal e da equipa, pro-
espera-se a formação de “líderes-coaches”,
o crescimento do negócio através do ali-
nhamento entre equipas e líderes com os
objetivos do negócio, a promoção de au-
tonomia nas estruturas, a preparação de
líderes para gerir mudanças e a promoção
de uma cultura de aprendizagem.
O novo programa da Porto Business
School é lecionado em português, decorre
nos dias 27 de fevereiro e 12 de março, no
total de 16 horas, em formato presencial e
é dirigido a gestores, diretores, executivos
e managers.
4 SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024

ATUALIDADE

Dívida pública pode ficar abaixo de 95% do PIB
O ministro das Finanças, Fernando Medina, considera que é possível a dívida pública ficar
abaixo de 95% do PIB este ano. No entanto, o Governo que sair das eleições legislativas de-
verá continuar focado no equilíbrio orçamental. Defende que é um objetivo alcançável com
relativa facilidade. O governante mantém a pressão das “contas certas”, sendo que o rácio da
dívida ficou abaixo da fasquia dos 100% do PIB, no ano passado, pela primeira vez desde
2009.
Vendas no comércio a retalho descem na Zona Euro
As vendas no comércio a retalho desceram 1,8% na Zona Euro e na União Europeia, no ano
passado e face ao exercício anterior. Em dezembro, houve um recuo homólogo de 0,8% na
região da moeda única de 1,1% face a novembro. Na UE, o indicador diminuiu 0,7% na
comparação com dezembro de 2022 e 1% em cadeia. As maiores quebras homólogas regis-
taram-se na Eslovénia (-15,0%), na Estónia (-4,2%) e na Eslováquia (-3,8%) e as principais
subidas na Croácia (8,9%), no Chipre (3,8%) e em Espanha (3,4%).

PROPOSTAS DE CANDIDATURA AO PRÉMIO UNU-EGOV DECORREM ATÉ 23 DE FEVEREIRO

Câmara de Guimarães promove concurso

de desenho e pintura
Decorre até dia 23 de feverei-
ro a apresentação de propostas de
candidatura ao concurso de dese-
nho e pintura “UNU-EGOV Art
Challenge” lançado pela Univer-
sidade das Nações Unidas – Uni-
dade Operacional em Governação
Eletrónica (UNU-EGOV) para
premiar as obras que melhor re-
presentem os valores e a missão da
Unidade, promovido no âmbito das
comemorações do 10.º aniversário
da UNU-EGOV, que se assinala a
23 de maio de 2024, data em que
serão anunciados os resultados do
concurso.
O desafio é lançado a pessoas
com idade igual ou superior a 18
anos, residentes em Portugal, no-
meadamente aos artistas, autodi-
datas, estudantes de Belas Artes e
amantes da pintura e desenho, com
o objetivo de promover a arte e os
artistas, desafiando-os a aplicar as
suas capacidades artísticas.
“Este concurso representa um
sinal de abertura e aproximação
da UNU-EGOV à sociedade, pre-
miando a arte e os artistas. É uma
das muitas iniciativas que iremos
promover até ao dia do nosso ani-
versário, a 23 de maio de 2024, de
âmbito regional, nacional e interna-
cional e tentando chegar a diferentes
públicos, desde o meio académico
ao público geral”, destaca Delfina
Soares, diretora da UNU-EGOV.
As propostas devem ter por base a
missão da UNU-EGOV, enquanto
centro de investigação, consultoria
e formação focado na utilização de
tecnologias digitais para melhorar
e apoiar a governação e as políticas
públicas, tendo em vista o desenvol-
vimento económico e social susten-
tável, a inclusão social e a cidadania
ativa. As propostas devem ainda
respeitar e inspirar-se nos princípios
gerais contidos na Carta da Organi-
zação das Nações Unidas e nos Ob-
jetivos de Desenvolvimento Susten-
tável (ODS) da Agenda 2030.
Serão premiadas as três obras mais mente com outras obras seleciona- Paulo Lopes Silva, vereador da Cul-
bem classificadas pelo júri, com pré- das serão integradas numa exposição tura da Câmara Municipal de Gui-
mios no valor de 1000 euros (1.º pública a realizar no próximo ano. marães e Paulo Freire de Almeida,
prémio), 500 euros (2.º prémio) e O júri é constituído por Delfina professor associado da (EAAD) da
250 euros (3.º prémio), que junta- Soares, diretora da UNU-EGOV, Universidade do Minho.

Formação Online

FINANÇAS PARA NÃO

FINANCEIROS
16 de fevereiro | 9h30/18h00 | 7 horas
PROGRAMA
1 - A informação de apoio à gestão
- Compreender e analisar um balanço; Compreender e analisar uma demonstração de resultados;
Interpretar os principais indicadores de gestão

2 - A análise financeira FORMADOR

- Compreender as causas das necessidades de financiamento; Analisar o equilíbrio financeiro duma
empresa; Conhecer as diferentes estratégias de financiamento Agostinho Costa
Licenciado em Economia
Formador nas áreas de Gestão
3 - A análise económica
Financeira e Controlo de Gestão
- A análise da rentabilidade; A análise das margens do negócio; O ponto crítico da empresa (break
even point)

4 - A análise do risco empresarial

- A análise do risco operacional; A análise do risco financeiro

5 - Os sinais de alerta, sobre a saúde económica e financeira da empresa

- A negociação com a banca; Análise e discussão de casos reais

PREÇO* INFORMAÇÕES/INSCRIÇÕES
Assinante GrupoVE 77€ Vida Económica - Editorial SA.
Não Assinante 98€ 223 399 400/27 (chamada para a rede fixa nacional)
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 SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024 5

ATUALIDADE

Mapfre prevê crescimento de 2,3% para a economia global
A MapfreEconomics prevê um crescimento da economia global de 2,3%, este ano, e de 2,6%
no próximo. A região da moeda única terá um aumento de 0,6% e de 1,6%, respetivamente.
O ano vai fechar abaixo do potencial e da média das últimas décadas, sobretudo devido à
inflação elevada e às restrições das políticas monetárias. Os riscos geopolíticos também se vão
manter ao longo do ano. A Zona Euro continuará em situação de estagnação.
Fundo de Garantia Automóvel paga indemnizações de 10 milhões
O Fundo de Garantia Automóvel (FGA) pagou indemnizações de 10 milhões de euros no ano
passado, mais 3% do que no exercício anterior. Ainda assim, relativamente a anos anteriores
houve uma redução (por exemplo, em 2019 foram 12,5 milhões de euros). Este abrandamen-
to poderá ter a ver, em grande medida, com as campanhas de sensibilização sobre a obrigato-
riedade do seguro automóvel.

VALOR DO SALÁRIO MÍNIMO PASSA A SER PROTEGIDO DE PENHORAS

Cobrança de dívidas à Segurança

Social tem novas regras
A partir deste mês, inferiores ao salário mínimo na-
cional”.
mudam as regras da Já no caso de o devedor pre-
regularização de dívidas tender fazer os pagamentos ou
à Segurança Social tenha património superior ao que
a Segurança Social tenha conheci-
de modo a assegurar mento (com exclusão da casa de
que os devedores morada de família), “essa suspen-
são não é aplicada”, acrescenta o
têm garantidos consultor.
rendimentos Por outro lado, o decreto-lei
equivalentes, pelo determina que as prestações in-
devidamente pagas podem ser
menos, ao salário restituídas à Segurança Social em
mínimo nacional. tranche mensais, no prazo máxi-
mo de 150 meses. “Neste caso, a
Salvaguardar e limitar autorização para pagamento em
a possibilidade de prestações deverá englobar a to-
penhoras e execuções talidade da dívida de prestações
que não tenha sido objeto de
a pessoas de baixo participação para cobrança coer-
rendimento é o objetivo civa”, informa.
do decreto-lei que Com estas alterações, “o valor
do salário mínimo passa a ser pro-
entrou em vigor a 1 de tegido de penhoras ou créditos da
fevereiro. Segurança Social. As dívidas refe-
rentes a prestações por encargos
De acordo com o diploma pu- familiares e prestações que garan-
blicado em Diário da República Prestações indevidamente pagas podem ser restituídas à Segurança Social em tranche mensais, no prazo máximo de tam mínimos de subsistência não
no passado dia 5 de janeiro, o 150 meses. são passíveis de cobrança coerciva
decreto-lei em vigor a partir de durante o período de concessão”,
1 de fevereiro, vem estabelecer tações destinadas a assegurar mí- Capitalizar, explica que: “Em estipulado em 820 euros), a res- destaca José Pedro Pais.
“a elevação dos limites mínimos nimos de subsistência a pessoas concreto, nos casos em que tituição deste valor fica suspen- De referir ainda que, a suspen-
mensais dos rendimentos dis- em situação de carência econó- uma pessoa com dívidas à Segu- sa. Também no caso das pessoas são do dever de pagamento do va-
poníveis dos devedores após o mica e a clarificação do procedi- rança Social tenha rendimentos que estejam a pagar as dívidas em lor em dívida à Segurança Social
cumprimento das obrigações de mento de anulabilidade dos atos mensais inferiores ao valor da tranches, esse processo deve ficar determina também a suspensão
restituição, a impossibilidade de de atribuição das prestações”. retribuição mínima mensal ga- suspenso, se se verificar que o de- do prazo de prescrição desse mes-
compensação de dívida com pres- José Pedro Pais, “partner” da rantida (em 2024 este valor está vedor tem rendimentos mensais mo processo.

Instabilidade no Mar Caixa não aumenta preço das comissões

Vermelho leva a Em 2024, a Caixa Geral de comissionamento das contas de

cancelamento de cruzeiros ocontas,

Depósitos decidiu não aumentar
preçário dos seus serviços (e.g. Medida visa proteger tembro do ano passado, com a
cartões, transferências), à
M. MARGARIDA PEREIRA-MÜLLER celar os itinerários. Neste caso,
agenda@grupovidaeconomica.pt
os três navios serão transferidos
diretamente para a Europa sem
Os contínuos ataques a navios
mercantes no Mar Vermelho quaisquer passageiros a bordo e
obrigaram diversas empresas de evitarão a circulação pelo Mar
cruzeiros a cancelar os cruzei- Vermelho. Em vez disso, nave-
ros cujos itinerários à passagem garão pela Costa Oeste de África
do hemisfério sul para a Europa sem portos de escala nos seus iti-
devido ao risco de navegação no nerários para os respetivos portos
Mar Vermelho. de embarque europeus na época
Por exemplo, a MSC Cruzeiros de Verão de 2024.
cancelou três itinerários de repo- Aos passageiros com reservas
sicionamento de “Grand Voya- nestes cruzeiros de reposiciona-
ges”. A segurança dos passagei- mento foi-lhes oferecida a trans-
ros e da tripulação é a principal ferência gratuita das suas reservas
prioridade das empresas e, uma para um futuro cruzeiro de dura-
vez que não existia um itinerário ção semelhante ou um reembolso
alternativo viável, a companhia parcial ou total sem taxa de can-
teve, lamentavelmente, de can- celamento.
jovens ex-Universitários, em se-
extensão de isenção de comissão
semelhança do que já tinha fei-
to em 2023, com o intuito de
“ajudar as famílias portuguesas
a manter o orçamento familiar
num contexto de elevada infla-
ção”, informa o banco em comu-
nicado.
Tendo em conta a taxa de in-
flação registada nos últimos dois
anos, a Caixa não passou para os
seus clientes o aumento de preços
acumulado de 12,1%.
“A Caixa continua a ser o ban-
co mais competitivo entre os
maiores bancos a operar no mer-
cado português, tanto nos preços
de produtos fundamentais como
a comissão manutenção de conta,
o custo das transferências SEPA,
a comissão de disponibilização
orçamento familiar
de cartão e débito, a comissão de
levantamento de numerário ao
balcão, entre outros”, acrescenta
a mesma fonte.
Mesmo com o valor das comis-
sões congelado, a Caixa continua
a ser o banco com as maiores isen-
ções do mercado. Os pensionistas
com menores rendimentos, com
depósitos até aos 5 mil euros,
continuam isentos de pagamento
de comissão de conta. Também
os pensionistas com rendimento
inferior a 1,5 salários mínimos,
continuam isentos de pagamento
de comissão de manutenção de
conta.
A CGD reviu, igualmente, o
na conta Caixa até aos 30 anos,
quando antes apenas estavam
isentos jovens até aos 25 anos.
“A Caixa, líder destacada com
mais de 42% de quota nos Ser-
viços Mínimos Bancários (SMB),
continuará, em 2024 a isentar
de qualquer comissão, todos os
clientes de baixos rendimentos
(salário, pensão ou prestação so-
cial inferior ao Salário Mínimo).”
“A decisão de não refletir no
preço dos seus serviços a evolu-
ção da inflação, que em Portugal
foi de 4,3%, terá um impacto re-
levante nas receitas de comissões
em 2024, mas ao mesmo tempo
representa, para os clientes da
Caixa, uma poupança no acesso
aos serviços bancários”, conclui.
6 SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024
ATUALIDADE/Opinião
Se quisermos resumir a uma palavra o que foi
o legado de António Costa e os seus governos
essa seria divergência.
Essa divergência não se esgota no
distanciamento que Portugal realizou,
de forma cada vez mais sensível, dos
países membros da União Europeia, em
especial aqueles que mais crescem e mais
se desenvolvem, no Leste Europeu e nos
países bálticos, já para não mencionar a
Irlanda, que mais parece estar noutra galáxia,
totalmente inatingível, quando ainda há 3
décadas se encontrava no mesmo patamar de
Portugal. E não serve de nada avançar com
o argumento que Portugal convergiu com a
média comunitária, quando esta é composta
pelos indicadores de crescimento de países de
grande dimensão e elevado desenvolvimento,
que se podem dar ao luxo de estagnação
temporária, tal como um elefante não
necessita de fugir dos predadores, ao
contrário das gazelas, cuja única arma é a
velocidade para sobreviverem.
Portugal divergiu de si mesmo em muitas
formas e todas negativas.
Nunca nenhum Governo, como os de
António Costa, tiveram tão pouco apreço
pela economia real, pelas empresas, pelo
tecido produtivo e por todos aqueles que
empreendem para gerar riqueza e empregos.
Excluindo o universo, algo esotérico, das
“start ups” tecnológicas, a que os Governos
socialistas se “colaram” para se mostrarem
modernos, nada foi realmente feito para
Oferece-se trabalho a partir de uma qualquer parte do Mundo
Não temos dúvidas que os tempos são
outros, mais acelerados e mais digitais.
E também não duvidamos que os
novos profissionais distinguem-se dos
profissionais, digamos, tradicionais.
Certo é que as tradições já não são o que
eram. São já outras. E, no mundo do
trabalho, os nómadas digitais são uma nova
realidade, bem distinta da escolhida por
quem optou pelo teletrabalho ou por quem
é freelancer desde a pandemia.
Os novos profissionais estão fora do seu
País e longe da empresa que os contrata.
Trabalham em cafés, nas praias, em locais
de coworking, a partir de Portugal, da
Tailândia, do Canadá ou do Sul de África.
Aparentemente, vivem uma perfeita
flexibilidade laboral e um ainda mais
perfeito equilíbrio entre a vida profissional
e pessoal.
O nosso País não é estranho a estas novas
Pessoas que enchem as ruas, os alojamentos
locais e, cada vez mais, os hotéis, os cafés e
os espaços culturais… enquanto trabalham.
E já que aqui estão, povoam o nosso
dia a dia, seja através das nossas ligações
profissionais e, cada vez mais, dos nos
encontros sociais e dos nossos interesses
pessoais.
De facto, Portugal é um destino muito
procurado pelos nómadas digitais.
Oferecemos condições naturais a
quem nos escolhe que incluem um
clima surpreendente, um custo de vida
relativamente baixo, uma gastronomia
PAULO VAZ
Jurista e Gestor
Divergência
estimular o aparecimento de novos negócios,
e ainda menos para escalar os que já
existem, antes pelo contrário, a dimensão
foi considerada um pecado e destinada à
discriminação, na velha linha comunista do
ódio ao “grande capital”, seja lá o que isso
possa significar.
A economia, no sentido de quem produz,
quem inova e quem gera valor, esteve sempre
secundarizada pelo fanatismo ideológico
da distribuição do que existe, ou mesmo
do que não existe, sem que importe de
onde possa vir e quem terá de pagar por
isso. Basta ver como foram distribuídos
os fundos comunitários, em que o PRR
é o maior paradigma, para facilmente se
alcançar que para os Executivos de António
Costa e seus governantes, entre os quais se
conta o atual líder socialista, Pedro Nuno
Santos, pouco ou nada existe para lá do
Estado. As empresas foram esquecidas, os
empresários ostracizados, a iniciativa privada
encurralada ao nível do PREC de 1975 de
má memória. Os acordos de Concertação
Social, neste período, pareceram sempre
impostos politicamente e é difícil elencar
quais as vantagens que trouxeram para a
competitividade das empresas. Tudo isto sem
mencionar a teia burocrática, que cresceu e
se emaranhou a níveis épicos, paralisando
o país, para deleite dos seguidores de
Max Weber e da economia marxista, que
abundantemente podem ser encontrados a
gerir pastas nos elencos de Costa.
MARTA DO CARMO PALMEIRÃO
Mestre
Docente do ISAG - European Business School
excelente, uma amizade simples. Parece tão
fácil viver por aqui, em qualquer cidade
portuguesa. Além destas vantagens, desde
2022 que é possível pedir um visto especial
que permite a cidadãos – nómadas digitais
- de fora da União Europeia ou do Espaço
Económico Europeu permanecerem em
Portugal, até um ano.
Desconheço se é simples e rápido obter o
documento, sei, porém, que já foi adquirido
por uns bons milhares de profissionais que
aqui decidiram trabalhar e viver.
Aliás, a Ponta do Sol, na Madeira, é
um excelente exemplo de um projeto
governamental que envolve a comunidade e
tem acolhido milhares de nómadas digitais.
Acontece que a realidade ultrapassou
rapidamente a régua e o esquadro dos
normativos laborais que aplicamos aos
trabalhadores ou aos teletrabalhadores ou aos
freelancers.
Mas pode esta realidade ser considerada um
boa “tradição”?
Estes (novos) profissionais não estão
fisicamente perto da empresa ou das
empresas a quem prestam os seus serviços,
todos os dias e durante várias horas por
dia. Além disso, trabalham em locais
pouco adequados para instalar internet
e os equipamentos de que precisam, em
condições que não são fiscalizadas por
qualquer entidade competente.
Também nem sempre conhecem as empresas
e as equipas onde se integram, não são
convidados para os eventos e reuniões de
De igual modo, na esfera pública, as coisas
não se passaram de melhor maneira, o que
já não se trata de ideologia, mas de pura
incapacidade ou incompetência na gestão
da “res publica”. Tirando a criação de
emprego na Administração Pública, central e
autárquica, que aumentou exponencialmente
e de forma muito conveniente quando se
trata de ser grata na função de eleitorado,
o Estado, nos governos Costa, nunca
realizaram tão pouco investimento público,
razão pela qual vemos o colapso do Serviço
Nacional de Saúde, que já não tem remédio
por muito dinheiro que se despeje em cima,
uma vez que se trata de simples gestão e
organização e não de orçamento, o mesmo
se diga da Educação, da Justiça ou das
Forças de Segurança, que, em desespero,
já não escondem na rua a sua indignação,
mesmo sendo funcionários públicos num
quadro de governação socialista, que está
permanentemente a confessar o seu êxtase
amoroso pelo Estado. Nunca como agora,
nem mesmo nos tempos mais extremos
da intervenção da “troika”, com o país no
resgate da bancarrota, se viu tal desalinho e
divergência.
Continuando por estes terrenos, durante
oito longos anos, marcados pelo apoio da
“geringonça” e depois pela maioria absoluta,
onde estão os investimentos no aeroporto de
Lisboa, na linha de alta velocidade e tantas
outras apostas estruturantes, da qual depende
a sustentabilidade e o desenvolvimento
final de ano e, não raras vezes, não são
acompanhados por familiares nas suas
viagens. Também não têm residência fixa
e mudam sucessivamente de funções, de
empresa e de País. Exigem-se adaptar-se
sucessivamente, a tudo os que os rodeia –
novos amigos e vizinhos, novas culturas,
novas línguas, novas religiões.
E, tudo isto, resulta num elevado impacto
para a Pessoa, para o seu bem-estar e saúde
mental.
Certo é que não vamos parar este
movimento. Vamos ter de o encarar e
regular. É necessário adequar especialmente
as regras e os normativos, na parte dos
direitos e dos deveres das partes envolvidas,
dos mecanismos de intervenção das
entidades fiscalizadoras e dos tribunais.
É preciso definir onde se tributam os
rendimentos, é preciso perceber que devem
ser garantidos os direitos laborais e a defesa
dos interesses destes profissionais, ainda, é
necessário distinguir a vida pessoal da vida
profissional e evitar desperdiçar horas em
tarefas excessivas. É fácil esquecer a saúde
mental, é ainda mais fácil esquecer o convívio
social e o sentido de pertença.
É preciso antecipar os direitos de quem
pode ser dispensado por uma empresa
que quase não conhece; é também exigível
definir em que medida e se se atribuem
apoios sociais em caso de doença ou
gravidez.
Finalmente, é preciso proteger a pessoalidade
de quem está sempre ligado, a trabalhar em
do país, não só hoje, mas daqui a 10 ou
20 anos? Por alguma razão os jovens mais
qualificados abandonam o país para procurar
oportunidades, que aqui não se conseguem
criar, sendo trocados por imigrantes
indiferenciados, cuja integração será cada
vez mais difícil para futuro, colocando-
nos problemas de todo o tipo, incluindo
segurança.
Os governos de Costa viveram quase
sempre em autismo, numa bolha em que se
satisfaziam de realidade alternativa, dando
espaço a nepotismo e “casos” sucessivos,
alguns que acabaram na polícia e tribunais,
sempre evitando o incómodo das reformas,
preferindo a retórica à ação, adiando o país
e fazerem-no efetivamente divergir, a todos
os níveis, daquilo que deveriam ser as linhas
de crescimento, de desenvolvimento e de
afirmação.
Mais do que agora, daqui a escassos
anos iremos verificar o que nos custará a
divergência que o legado de Costa nos deixou
e de alguns ainda pateticamente se orgulham,
incluindo muitos, para a infelicidade coletiva,
que ainda irão sufragar como se algo positivo
nos fosse deixado: tal como numa herança,
os herdeiros convencidos que o legado é rico,
nem consideram a sua aceitação a “benefício
do inventário”, para, com estrondo e tarde
demais, acabarem para ser chamados a
pagar as dívidas que o legatário deixou. Para
muitos, talvez demasiados, é esta a situação
em que vivem, mas que irão implicar todos.
espaços que podem ser diferentes todos os
dias, quase sempre púbicos, com ligações de
internet pouco seguras.
Os riscos são evidentes.
Assim como são evidentes para as empresas
quando pensamos que são obrigadas
a controlar a execução das tarefas, o
cumprimento de horários, a pagar
compensações remuneratórias em troca de
um trabalho e a garantir a segurança e o
sigilo das informações do seu negócio e a
proteção de dados dos seus Clientes.
É certo que estamos no meio da revolução
nas relações de trabalho, ainda que, na
verdade, já a ultrapasse e alastre às relações
pessoais e sociais, à demografia de cidades
inteiras, à economia de vários setores. E, por
isso, é imperativo que provoque alterações
profundas no enquadramento a aplicar e
exija uma intervenção mais adequada das
entidades a quem compete cuidar de quem
contrata e de quem trabalha e opta por esta
forma de viver.
Entretanto, a quem quer fazer desta uma
forma de estar, apenas a nota de que a
aventura segue sempre aliada ao risco e à
responsabilidade e que a experiência do
Outro é preciosa.
(E estes, entre outros, foram alguns dos
conselhos ouvidos no decurso na 4.ª
edição do Tourism & Hospitality Meeting
do ISAG, em 9 de janeiro de 2024, que
permitiu aos nossos alunos questionar os
convidados sobre os desafios desta nova
tradição).
 SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024 7

ATUALIDADE

Aprovado alargamento do IRS automático Descarbonização do transporte marítimo com dotação de

Foi aprovado em Conselho de Ministros o decreto regulamentar que estabelece a fixação do
universo de contribuintes abrangidos pela declaração automática de rendimentos. Em causa
está o objetivo de alargamento progressivo do universo de sujeitos passivos abrangidos pela
declaração automática de IRS. No entanto, não são referidos quais os perfis de contribuintes
ou tipologias de rendimentos. Para se poder beneficiar do IRS automático é necessário que os
rendimentos tenham apenas sido obtidos em Portugal.
50 milhões
Foi publicado o aviso “Navegação Ecológica”, com a dotação de 50 milhões de euros, para acelerar
a transição energética e apoiar a descarbonização do transporte marítimo de mercadorias e passa-
geiros. Este investimento, incluído na componente Mar do Plano de Recuperação e Resiliência
(PRR), irá permitir que os armadores apresentem candidaturas de modernização de embarcações
para a sua adaptação a “navios não poluentes” ou a “navios com nível nulo de emissões”.

Setor
farmacêutico
vai crescer
O crescimento da produção
farmacêutica global foi limitado
a 0,5% em 2023, uma clara desa-
celeração face aos 17% em 2021 e
aos 6,8% em 2022 em resposta à
pandemia global. De acordo com
Reclamações contra operadoras
de telecomunicações disparam
O Portal da Queixa recebeu
mais de 10 mil reclamações di-
rigidas às operadoras de teleco-
municações, no ano passado, o
que se traduziu num aumento
de 14% face ao exercício ante-
rior.
Mau funcionamento do ser-
viço, reajuste de valores e co-
brança indevida foram os prin-
cipais motivos de insatisfação
por parte dos consumidores.
Com o aumento dos preços é
esperado um ainda maior volu-
me de reclamações.
Este é um dos setores mais
reclamados, tendo sido regista-
das na plataforma 10 320 recla-
mações dirigidas às operadoras
de televisão, net e telefone. O
principal motivo de reclamação
dos consumidores está relacio-
nado com o funcionamento do
serviço, a gerar 32% do total de
queixas, estando na origem de
17% das reclamações os reajus-
tes de valores e as cobranças in-
devidas que absorvem 10% das
queixas. Os problemas com o
atendimento recolhem 8% das
ocorrências. Entre as marcas
com maior volume de reclama-
ções por mil clientes está, em
primeiro lugar, a Nowo (2.7),
seguindo-se a Vodafone (2.2), a
Meo (2) e a NOS (1.9).

Carnaval com cultura

o último relatório divulgado pela
Crédito y Caución, a produção e as
vendas globais do setor aumenta-
rão 4,6% e 5,1%, respetivamente,
em 2024, impulsionadas principal-

é na nossa livraria
mente pela atividade na Ásia-Pací-
fico.
A produção e as vendas globais
do setor farmacêutico aumen-
tarão 4,6% e 5,1%, este ano, o
que compara com os 0,5% do
exercício passado, refere a Cré-
dito y Caución. A aceleração fi-
cará a dever-se sobretudo à ativi- De 8 a 13 de fevereiro
dade na região da Ásia-Pacífico.
O setor tem pontos fortes signi-
ficativos que impulsionam o seu
crescimento. Um dos principais é a
sua resistência estrutural às recessões
económicas. “O consumo farma-
cêutico tende a ser menos afetado
do que outros setores mais cíclicos.
O envelhecimento das populações
nos mercados desenvolvidos e na
China está a impulsionar a pro-
cura por produtos farmacêuticos
especializados, medicamentos para
doenças crónicas e medicamentos
genéricos. A melhoria dos cuidados
de saúde e o aumento dos rendi-
mentos das famílias nos mercados
emergentes estão também a impul-
sionar a procura de medicamentos
genéricos e de venda livre. A IA e a
análise de big data estão a melhorar
Descontos
a eficiência no desenvolvimento
de medicamentos, ensaios clínicos até
e cuidados ao paciente”, adianta a

60%
análise da seguradora de crédito.
Entre os riscos financeiros que o
setor enfrenta está a evolução das
patentes. As quinze patentes mais
relevantes expirarão na próxima dé-
cada. É previsível que os fabricantes
de medicamentos de marca aumen-
tem as suas despesas em I+D em
busca de novas patentes. “Os lucros
do setor podem diminuir se este não
for capaz de reduzir os custos ou in-
troduzir novos produtos para au-
mentar as suas margens brutas.” No
entanto, de acordo com a opinião
da Crédito y Caución, o setor tem Rua Gonçalo Cristóvão 14, R/C, 4000-263 Porto
capitais próprios, solvência e liqui-
dez sólidos e a maioria das empresas
farmacêuticas e de biotecnologia 223399400 encomendas@grupovidaeconomica.pt
pode suportar os elevados custos de
I+D através do acesso contínuo a fi- Iniciativa promocional nos termos do regime jurídico do preço fixo do livro. Novidades com 10% de desconto
nanciamento externo.
8 SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024
ATUALIDADE
AUMENTO DA PROCURA DE LIVROS PELOS MAIS JOVENS IMPULSIONADA PELAS REDES SOCIAIS
Mercado livreiro cresce em vendas e
O setor livreiro atravessa um bom
momento com o aumento do
número de leitores, sobretudo
nas camadas mais jovens da
população (15-30 anos), o
crescimento da venda de livros (+
5% e 210 milhões de euros em
2023) e dos índices de leitura,
o regresso das livrarias, a criação
de comunidades e o impulso das
redes sociais que transformou
o livro numa moda e faz prever
mais crescimento nos próximos
anos. Estas foram as principais
conclusões do primeiro pequeno-
almoço-debate do “Ciclo de
debates 2024: Que país é este?”
dedicado à análise da Indústria
do Livro, organizado pela Vida
Económica e pela VALKIRIAS
Consultores. Ana Rita Bessa,
CEO do Grupo LeYa, Clara
Capitão, “Publisher” da Penguin
Random House Grupo Editorial,
S.A.U.; Íris Bicho, “booktoker”;
Pedro Sobral, presidente da
APEL; Rui Aragão, diretor de
e-Commerce WOOK/ Grupo
Porto Editora; e João Luís Sousa,
diretor do Grupo Editorial Vida
Económica, deram-nos conta do
retrato do presente, do futuro
e dos desafios de um setor em
profunda transformação.
VIRGILIO FERREIRA
virgilioferreira@grupovidaeconomica.pt
Os resultados obtidos pelo setor em 2023
– o ano em que se venderam mais livros em
papel do que nunca, depois do crescimento
exponencial de 17% em 2022 - espelham a
mudança de paradigma criada pelo confina-
mento: o aumento de leitores, afirmou Pedro
Sobral, presidente da APEL.
“Em 2023 registou-se uma constância do
volume de compras ao longo de todo o ano,
sobretudo no segmento infantojuvenil”, o que
indicia “que estamos a ganhar leitores. O au-
mento do consumo de ficção e o regresso às
livrarias contribuíram também para este bom
momento” e vieram acelerar a perda de quota
de mercado da grande distribuição (27% em
2018/2019; 21% em 2023) para o retalho es-
pecializado. Já os livros profissionais, tiveram
um desempenho positivo ainda que mais mo-
derado, por serem menos sensíveis a modas,
segundo explicou João Luís Sousa, diretor
Grupo Editorial Vida Económica, que defen-
deu que: “se fizermos uma comparação com
Espanha, onde o volume de livros vendidos
é cerca de 10 vezes superior ao de Portugal,
quando a população é apenas mais 4,5%, per-
cebemos que o mercado português tem possi-
bilidade de duplicar, mesmo sem aumentar o
número de leitores.”
O livro é hoje um objeto “cool” graças às
redes sociais, sendo cada vez mais procurado
e comprado pelas camadas mais jovens, que
de acordo com Ana Rita Bessa, CEO Grupo
LeYa “trazem novas características ao mercado
Aproximar Portugal dos seus pares na Europa, quer nos índices de leitura, quer na relevância do setor para a economia, foi um objetivo assumido
por todos os intervenientes no encontro.
e são muito motivados pelas redes sociais”, e sejam superadas algumas das atuais fragilida- panharem as tendências e adotarem novos
vivem num ambiente onde “ler e falar de livros des: a fragmentação editorial, a dificuldade modelos. É nas escolas que, tal com explicou
nas redes se tornou superfixe”. de os editores lidarem com a mudança de Ana Rita, se “fomenta o exercício crítico e os
A “booktoker” Íris Bicho revelou que em paradigma, bem como o reduzido número hábitos da leitura”, que Rui Aragão vê como
2023 as suas redes “cresceram tanto como nos de livrarias independentes. A resposta reside, sendo da “responsabilidade de educadores/
últimos dois anos anteriores e o trabalho dos segundo os vários intervenientes, em planos professores e pais. Criar leitores valorizando
‘nfluencers’ passou a ser mais reconhecido”. (como o PNL - Plano Nacional de Leitura), o livro é fundamental para podermos chegar
Segundo Clara Capitão, Penguin Random políticas públicas e medidas/iniciativas (como aos valores do resto da Europa, porque ape-
House, “o setor adapta-se o cheque-livro, IVA zero no sar de estarmos no bom caminho ainda há
agora ‘às novas formas de livro, reforço da rede nacio- muito para fazer.” Os participantes no deba-
vender e comunicar livros’ e nal e revisão dos programas te, consideraram mesmo que as escolas deve-
ao novo poder das comuni- Vendas de livros escolares), em orçamentos rão ser mais cautelosas ao impor currículos,
dades de leitores que, desde subiram 5% em 2023 mais robustos, sustenta- uma perspetiva que os mais jovens validam,
a pandemia, proliferam nas para 210 milhões de dos e de longo prazo, que tal como afirmou Íris Bicho, contando que o
redes sociais e nas livrarias fí- precisam articular-se e ser seu gosto pela leitura se deve sobretudo à mãe,
sicas, transformando os clu- euros trabalhados por todos os mas que foi determinante o papel de uma das
bes de leitura num poderoso intervenientes em conjunto, suas professoras de Português, ao permitir
instrumento de difusão do de forma a permitirem um que os alunos escolhessem qualquer livro para
livro”. Este cenário favorável, na ótica de Rui maior desenvolvimento do setor, a garantirem lerem e fazerem uma apresentação nas suas
Aragão, WOOK/Porto Editora, muito deve o acesso universal ao livro e o aumento dos ín- aulas, incentivando “muito mais os alunos a
à “melhoria dos índices de leitura, só possível dices de leitura. procurarem um livro em que efetivamente ti-
graças ao trabalho realizado ao longo de mui- Neste contexto, a APEL considera essen- vessem interesse e em partilharem-no com os
tos anos pelos vários intervenientes. Não se faz cial “o papel das bibliotecas para que as várias outros colegas”. O fim deste “grilhão canóni-
um leitor rapidamente. É um processo lento gerações se possam reunir à volta dos livros co construído em torno dos livros recomen-
e geracional. Hoje colhemos os investimentos em todo o país, pelo que é preciso aumentar dados”, nas palavras da CEO da LeYa, pode
de anos anteriores e de várias gerações que fo- os orçamentos. O ano passado foi alocado trazer “uma maior liberdade e ser um fator de
ram valorizando o livro”. apenas um milhão de euros para compra de mais promoção da leitura na escola, porque o
livros, o que é muito escasso. É verdade que mais importante é que os jovens tenham um
Comércio eletrónico de livros tem havido um esforço para resolver os pro- livro na mão” e, dessa forma, como disse Pedro
a crescer, mas ainda longe blemas relacionados com a compra de livros, Sobral, “não perderemos leitores. É imperativo
da média europeia e o cheque livro poderá contribuir para solu- construirmos um ecossistema sustentável para
cionar parcialmente esta questão aumentando mantermos os bons resultados que estamos a
A venda de livros online, inicialmente uma a sua acessibilidade, diminuindo assimetrias e alcançar e enraizarmos o livro e a leitura, e isto
fonte de receios, “afinal revelou-se um cami- fomentando os hábitos de leitura”. passa pelas escolas”.
nho com vendas mais sustentadas e eficazes, O equilíbrio que o setor necessita passa tam- Os novos modelos incluem também a pre-
respondendo muito mais facilmente à atual bém por incentivos legais e fiscais, como a lei sença regular dos escritores nas salas de aula
tendência das vendas mais rápidas e orgâni- do preço fixo do livro ou o IVA Zero, que po- através da colaboração entre as escolas e as
cas”, na perspetiva da diretora da Penguin. dem impulsionar o desenvolvimento do setor, editoras de modo a aproximar jovens leito-
“É um canal que tem tido um crescimento como já aconteceu, por exemplo, em Espanha, res e autores, e as sessões com os criadores de
expressivo como consequência dos efeitos da onde esta medida provocou um aumento ex- conteúdo, que numa simples hora conseguem
pandemia e que pode ajudar a combater as ponencial do setor que hoje movimenta “2,8 envolver mais os jovens na leitura do que todas
assimetrias no acesso ao livro, em particular mil milhões de euros. Um valor que compa- as outras atividades realizadas ao longo do ano
nas regiões onde não existam livrarias físicas. rado com Portugal representa um enorme letivo. O envolvimento dos jovens é um aspe-
Apesar disso, Portugal ocupa ainda os últimos gap”, explica Pedro Sobral, defendendo que to crítico na visão de João Luís Sousa, porque
lugares do ranking europeu de e-commerce esta é uma medida “muito importante para o “vão ser eles que vão fazer o mercado do futuro.
de livros”, acrescentou o presidente da APEL. progresso do mercado do livro. Além do mais, Não devemos ter visões imediatistas e de curto
Um indicador negativo que, no entanto, deve sendo este um negócio de margens muito bai- prazo, porque o importante é favorecer a rela-
ser encarado como uma oportunidade, segun- xas, é importante sinalizar o livro como um ção dos jovens com os livros nas várias formas
do Rui Aragão, já que “o facto de estarmos bem essencial.” possíveis”. E neste sentido, Ana Rita referiu
para lá do vigésimo lugar nos rankings euro- que é preciso ir ao encontro daquilo que os lei-
peus indicia um potencial de crescimento nos Escolas são um pilar decisivo tores procuram, trabalhando em parceria com
próximos anos.” para garantir sucesso no futuro os “booktokers” e os “instagramers”, “que vão
capilarizando a promoção da leitura. Todos tra-
Sinalizar o livro No grande movimento de transformação balhamos cada vez mais em proximidade com
como um bem essencial do setor que está a acontecer, as escolas - que os ‘influencers’ de livros, porque sabemos que
no entender do Presidente da APEL têm um são um canal de promoção da leitura comple-
Aproximar Portugal dos seus pares na Eu- papel fundamental na resolução das assime- tamente válido, com muito mais capacidade
ropa quer nos índices de leitura, quer na rele- trias sociais e geográficas e no que será o futuro do que nós próprios para chegarem aos leito-
vância do setor para a economia, requer que - enfrentam agora também o desafio de acom- res”.
 SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024 9

ATUALIDADE

INTERVENIENTES

s e leitores
E-book: de ameaça a aliado tar para garantirmos a transparência na utili- Pedro Sobral, presidente da APEL
na promoção do livro zação desta tecnologia. O desafio é perceber “É verdade que tem havido um esforço para
como podemos tirar o máximo partido desta resolver os problemas relacionados com a
O futuro passa também pelos e-books que nova tecnologia, salvaguardando a produção compra de livros, e o cheque livro poderá
contribuir para solucionar parcialmente esta
para Íris Bicho, amante de livros em papel, artística”. questão aumentando a sua acessibilidade,
são um bom complemento, mais “práticos de O presidente da APEL, que revelou existi- diminuindo assimetrias e fomentando os
transportar nas deslocações” e impulsionadores rem milhares de obras geradas por IA à ven- hábitos de leitura.”
da leitura junto dos mais jovens, até por terem da na Amazon sem compradores, adiantou
preços mais reduzidos que os livros em papel. igualmente que “a questão central tem a ver
Concordando com o valor deste formato, que com o modelo de negócio, que ainda não se
no caso do livro profissional tem sido a chave percebeu qual será. Porém, o setor livreiro
para abrir novas oportunidades de mercado, existe desde Gutenberg e já passou por tudo,
por exemplo nos países lusófonos, o diretor do inclusive por momentos de verdadeiro suicí-
Grupo Editorial Vida Económica alerta “para dio, e sobreviveu. As máquinas não são capazes
não tomarmos medidas precipitadas e pouco de sentir e, por isso, dificilmente poderão criar
avaliadas. Enveredar por uma digitalização as obras de arte que nós criamos. No que diz João Luís Sousa, diretor do Grupo Editorial Vida
Económica
generalizada do livro – como se está agora a respeito à criação literária, no limite a IA po- “Se fizermos uma comparação com Espanha,
querer fazer nas escolas - pode levar a uma derá eventualmente, vir a ser um concorrente onde o volume de livros vendidos é cerca de
quebra da relação afeti- no mercado de massas, 10 vezes superior ao de Portugal, quando a
va e da forma como as mas só. Este setor tem população é apenas mais 4,5%, percebemos
pessoas interagem com um modelo de muitos que o mercado português tem possibilidade de
os livros, refletindo-se - O equilíbrio que o setor séculos e o ser huma- duplicar, mesmo sem aumentar o número de
negativamente nos ín- necessita passa também por no terá sempre neces- leitores.”
dices de leitura”. sidade de ouvir contar
Já Clara Capitão incentivos legais e fiscais, histórias. A IA poderá
considerou que, em como a lei do preço fixo do ser relevante e deve ser
Portugal o livro é caro, encarada como uma
pelo que ao comprá-lo livro ou o IVA Zero oportunidade para tor-
estamos a assumir “um nar os processos mais
compromisso e temos eficazes. O importante
de ter a certeza de que o queremos. O e-book agora é a regulação por causa da transparência. Ana Rita Bessa, CEO do Grupo LeYa
por seu turno permite muito mais a experi- De resto, a UE já está a trabalhar no sentido “O fim deste ‘grilhão canónico’ construído
mentação e até pode impulsionar a compra do de tornar obrigatória a identificação do que é em torno dos livros recomendados pode trazer
livro físico. Poderá ser uma porta de entrada gerado por IA”. uma maior liberdade e ser um fator de mais
promoção da leitura na escola, porque o mais
e um complemento extraordinário, que não Já do lado dos leitores, “ainda não há muita importante é que os jovens tenham um livro na
acabou com os livros em formato papel como noção sobre qual é o impacto da IA”, refere mão.”
inicialmente se temia. É importante conside- Íris Bicho, explicando que até agora “o aspeto
rarmos as potenciais ameaças como oportuni- mais visível para os leitores terá sido o da tra-
dades.” dução, e tem gerado muita polémica,” porque
tal como sublinhou a responsável da Penguin
IA: à procura de um modelo “o elemento humano é fulcral na tradução. O
de negócio que nos preocupa é a proteção da propriedade
intelectual, porque é dela que depende o fu-
À semelhança dos outros setores também turo da criação literária e os editores têm uma
Clara Capitão, “Publisher” da Penguin Random
o livreiro se confronta atualmente com o im- grande responsabilidade neste campo. Con- House
pacto da aplicação da inteligência artificial. Os sideramos que os livros gerados por IA terão ”O setor adapta-se agora ‘às novas formas de
vários intervenientes no debate, que defendem vidas curtas”. O mesmo advoga o diretor do vender e comunicar livros’ e ao novo poder
que sem autores e sem livros não há futuro, Grupo Editorial Vida Económica, para quem, das comunidades de leitores que, desde a
consideraram que estas tecnologias poderão “a IA poderá ser uma oportunidade ou uma pandemia, proliferam nas redes sociais e nas
desempenhar um papel relevante na melho- ameaça. Tudo dependerá da forma como for livrarias físicas, transformando os clubes de
ria da organização e nos processos internos utilizada”. leitura num poderoso instrumento de difusão do
do negócio em si, ajudando o setor a ser mais livro.”
eficiente, gerar experiências interessantes que Otimismo no futuro do livro
contribuam para promover e aumentar o inte-
resse pelo livro e a leitura, sendo, no entanto, Os vários intervenientes neste debate re-
fundamental que se regule esta nova realidade velaram-se confiantes quanto ao futuro pela
porque afeta diretamente a propriedade inte- enorme oportunidade de crescimento do
lectual. Como explicou o diretor de eCom- setor em Portugal, não obstante o atual con-
merce da Wook, este “é o momento em que o texto económico. Aproveitar o potencial da
jogo muda e a IA deverá mudar todas as partes globalização e da internacionalização através Íris Bicho, “booktoker
do nosso negócio. A IA poderá ajudar muito a da língua, usar o poder das redes sociais e das “O que nos preocupa é a proteção da
melhorar o serviço ao cliente e a ‘big data’. Es- comunidades na promoção do livro, da leitura propriedade intelectual, porque é dela que
tamos atentos e a desenvolver alguns projetos e da captação de mais e novos leitores, trans- depende o futuro da criação literária e os
editores têm uma grande responsabilidade
nesta área, mas esperamos sinceramente que os formar os desafios em oportunidades, gerir neste campo. Consideramos que os livros
autores não venham a ser substituídos por um melhor percebendo os contornos dos desafios gerados por IA terão vidas curtas.”
sistema sem alma”. económicos e das novas tecnologias, adotar e
Também a CEO da LeYa, que já tem em promover as práticas de ESG ao longo de todo
curso projetos assentes nesta tecnologia para o setor, promover o debate na sociedade civil
melhorar os seus processos de trabalho inter- e no setor, refletindo a riqueza e a diversidade,
nos, partilha desta opinião, e sob pena de cor- são alguns dos aspetos considerados essenciais
rer o “risco de tudo o que disser nesta matéria para o desenvolvimento daquele que é consi-
poder vir a envelhecer muito mais”, ”conside- derado o mais resiliente dos setores culturais.
rou que “a IA é uma variável muito impor- Um setor onde, como referiu a fechar o debate
Rui Aragão, diretor de e-Commerce WOOK/ Grupo
tante e por isso temos de estar muito atentos. o presidente da APEL: “Cada geração de edi- Porto Editora
A sua aplicação na criação literária, poderá tores e livreiros teve os seus desafios e a enor- “Portugal ocupa ainda os últimos lugares do
eventualmente ser usada como complemento me responsabilidade de deixar um caminho. ranking europeu de e-commerce de livros”,
da produção, por exemplo nas pesquisas, mas Atualmente, em Portugal temos uma geração acrescentou o presidente da APEL. Um
já vejo com dificuldade entregarmos a compe- entusiasta pelo futuro e pelo compromisso de indicador negativo que, no entanto, deve ser
tência de pensar a uma máquina e demitirmo- abraçar esta nova onda de leitores, que é muito encarado como uma oportunidade, indiciando
-nos do papel da criação. A IA poderá ser uma capaz e está equipada para fazer face ao contex- um potencial de crescimento nos próximos
anos.”
oportunidade para reforçarmos ainda mais o to, para pegar no testemunho e levá-lo adian-
papel e a relação com o livro e promovermos te, independentemente dos desafios. Portugal
a leitura, nomeadamente através das experiên- está a passar por um bom momento e estamos
cias imersivas. Mas é fundamental regulamen- otimistas quanto ao futuro do livro”.
10
NEGÓCIOS
E EMPRESAS
MANUEL RAMALHO, PRESIDENTE DO ICPT – INTERNATIONAL CLUB OF PORTUGAL
“Não temos um alinhamento partidário”
“O que nos move é a força
das ideias e o imparável desejo
de contribuirmos para uma
sociedade mais informada e
próspera”. É desta forma que
Manuel Ramalho, presidente do
International Club of Portugal,
define o trabalho do clube.
O desiderato a médio prazo é
receber António Guterres.
VÍTOR NORINHA
vnorinha@grupovidaeconomica.pt
Vida económica - Qual o balanço de
2023 para a atividade do ICTP?
António Ramalho - 2023 foi um ano mar-
cante na nossa atividade. Sentimos que refor-
çamos a intervenção pública do clube e isso,
constitui um grande estímulo para o nosso
trabalho porque sentimos que estamos a pres-
tar um serviço de grande utilidade pública
à sociedade que integramos. Contribuímos
para o debate de ideias sobre as grandes ques-
tões que marcam a vida do país, que mobili-
zam a opinião pública. Mobilizamos à nossa
volta os protagonistas da esfera política, em-
presarial, científica, desportiva, diplomática,
entre outras, procurando respeitar, com plu-
ralidade, as diversas correntes de pensamento
que refletem o sentimento da opinião pública
portuguesa e até estrangeira. Sobretudo dos
estrangeiros que vivem e/ou trabalham em
Portugal.
VE - O ICPT nasceu para unir culturas.
Esse desiderato tem sido conseguido?
AR - Unir culturas não é apenas um slogan.
Entendemos que num mundo globalizado, a
inter-conexão cultural é uma inevitabilidade e
uma riqueza. As fronteiras físicas existem mas
os povos estão cada vez mais dependentes uns
dos outros. E essa dependência passa inevita-
velmente pelo conhecimento, pela partilha de
experiências. São estas coordenadas que orien-
tam a essência da nossa ação.
VE - Sendo um clube sem ligações à
política nem a grupos de intervenção so-
cial e económica, o que motiva a escolha
como oradores de personalidades que tra-
balham na política?
AR - Entendemos a política como os clássi-
cos a definiam: A república. Ou seja, a gestão
da vida pública. Não temos um alinhamen-
to partidário. O que nos move é a força das
ideias e o imparável desejo de contribuirmos
para uma sociedade mais informada e próspe-
ra. Neste sentido, não é possível negligenciar
a esfera política, principalmente em período
eleitoral. Contudo, nunca nos desligaremos
do caminho da isenção, imparcialidade e total
independência do espectro partidário.
VE - Como são feitas as escolhas dos
convidados para os debates?
AR - Acompanhamos a atualidade, nos seus
mais diversos segmentos, e procuramos iden-
SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024
Consultia Business Travel duplica resultados
de antes da pandemia
A Consultia Business Travel, empresa de gestão integrada e aconselhamento de viagens
de negócios, encerrou o ano passado com um volume de negócios de 27,3 milhões de eu-
ros – entre Portugal e Espanha – o que representa um crescimento de 35% em relação a
2022. Com este resultado, a empresa duplicou os seus valores de antes da pandemia, sen-
do que o setor estimava alcançar estes valores apenas este ano.
king de negócios e de parcerias empresa-
riais. Já foi estudado o volume de negó-
cios que foram feitos nos almoços-debate
do ICPT?
AR - As parcerias empresariais não são o
ADN do instituto mas decorrem da atividade
do mesmo e da sua capacidade agregadora.
VE - Ao longo de mais de 15 anos de
experiência, com centenas de eventos rea-
lizados destaca alguns momentos altos?
AR - É difícil identificar momentos parti-
culares que tenham sido distintivos tantos têm
sido os eventos realizados. Na sua multiplici-
dade e diversidade, todos têm sido proveitosos.
No entanto, jamais poderei esquecer o evento
em que, pela primeira vez à escala mundial,
tive a oportunidade de ver sentados à mesma
mesa, diplomatas dos EUA e de Cuba. Isto
Manuel Ramalho, presidente do International Club of Portugal. antes da reabertura da embaixada dos EUA
em Havana. A presença de diplomatas angola-
tificar a todo o momento as personalidades em novembro, é o que gera maiores expetati- nos num almoço-debate em que o orador era
que mais possam interessar aos nossos asso- vas. Estamos atentos e só não realizamos mais Isaías Samakuva, então presidente da UNITA,
ciados e que tenham mensagens importantes eventos com intervenientes estrangeiros por quando as relações entre as partes ainda eram
para comunicar nas áreas em que se movimen- falta de recursos financeiros para esse efeito. muito tensas, também nos fez sentir que está-
tam. Digamos que é vamos a honrar os propósitos da nossa missão.
simultaneamente a VE - O que dis-
conjugação de duas tingue o ICPT de VE - Se pudesse convidar um orador
vertentes: interesse e Poder promover um debate outros clubes com difícil de trazer ao clube neste momento
oportunidade. com os embaixadores características se- quem convidaria?
melhantes, sendo AR - Não posso esconder que continuo
VE - Sendo 2024
da Rússia e Ucrânia em que têm associados com a esperança de um dia receber o nosso
um ano fortemen- simultâneo, ou entre o em comum? compatriota António Guterres. Tenho o nú-
te influenciado por AR - O Interna-
atos eleitorais vai o
embaixador de Israel e o tional Club of Por-
mero pessoal dele e já trocámos impressões
sobre essa possibilidade e sempre me atendeu
clube estar particu- representante da Palestina, tugal é um espaço de muito bem mas ainda não marcámos data.
larmente focado em seria uma das maiores pensamento muito Obviamente que poder promover um deba-
personalidades com amplo. Reúne perso- te com os embaixadores da Rússia e Ucrânia
ligações à atividade alegrias da minha vida nalidades, empresas em simultâneo, ou entre o embaixador de Is-
política? A plurali- e instituições de dife- rael e o representante da Palestina, seria uma
dade dos convida- rentes enquadramen- das maiores alegrias da minha vida enquanto
dos está assegurada? tos profissionais e, também, representantes de presidente do ICPT. Para além desses sonhos,
AR - Segundo os analistas 2024 será um outras geografias. Temos associados de quase tencionamos, nos próximos tempos, realizar
ano de incertezas. Temos eleições em março todas as nacionalidades. Essa é uma das mais- alguns eventos com convidados provenientes
e não sabemos o dia seguinte, sendo que não -valias, diferenciadoras da nossa instituição. do mundo do humor e da música. Portugal
é de excluir um cenário de ingovernabilida- precisa de continuar a tratar dos assuntos sé-
de a seguir às eleições. Acompanhamos com VE - Faz sentido o ICPT abrir atividade rios com grande seriedade mas também de
muito interesse as movimentações partidárias fora de Lisboa ou mesmo internacionali- mais alegria e descontração. O ambiente está
e os principais atores que se movimentam no zar-se em países de expressão portuguesa muito tenso e as tensões, quando excessivas,
espaço público, sejam líderes partidários ou ou em países com forte presença étnica bloqueiam a nossa criatividade e capacidade
analistas políticos. A pluralidade é um dos ei- de luso descendentes? realizadora de que tanto precisamos.
xos que orienta a nossa intervenção cívica e da AR - O ICPT constituiu-se como um
qual nunca abdicaremos. efetivo “think tank” na melhor tradição an- VE - É frequente vermos notícias rela-
glo-saxónica. Os debates que organizamos cionadas com as actividades do clube na
VE - Sendo também este um ano forte- mantêm uma regularidade e diversidade que comunicação social, incluindo televisões.
mente marcado por conflitos bélicos que, fortalecem o instituto, reforçam a sua presen- Aliás, sabemos que até em vários outros
por enquanto, não têm fim à vista, estão ça na arena pública e atraem convidados que países o clube já foi notícia muitas vezes.
previstos convidados para abordarem es- consolidam a visibilidade da instituição. Não Qual é a receita para esse mediatismo?
tes temas? tencionamos abrir delegações noutras regiões AR - Não temos receita nem segredos nessa
AR - Temos uma perspetiva ampla quan- do país ou fora de Portugal, mas temos uma matéria. Aliás, não temos nem nunca tivemos
to aos temas nacionais e internacionais. Nes- “Carta de Princípios” que é intemporal e uni- obsessões por mediatismos. A nossa “obsessão”
te momento, o nosso foco está centrado na versal pelo que estamos abertos à celebração é fazermos um trabalho cívico sério, pluralista,
realidade portuguesa por razões óbvias. No de protocolos de parcerias com outras insti- inclusivo e útil no domínio da multicultura-
entanto, acompanhamos com atenção a con- tuições de todo o mundo. lidade e intervenção cívica. Relativamente a
juntura internacional. Para além das guerras na Todas as iniciativas que contribuam para jornalistas, a única coisa que podemos dizer é
Ucrânia e na faixa de Gaza, o principal dado reforçar a intervenção do ICPT são ponde- que tentamos tratá-los bem e não lhes escon-
de 2024 é as eleições nos EUA com a possibi- ráveis. Porém, a prioridade neste momento é demos nada. Os nossos eventos são tenden-
lidade do regresso ao poder de Donald Trump. consolidarmos o trabalho que vem sendo de- cialmente totalmente abertos à comunicação
2024 representa um grande teste à democracia. senvolvido nos últimos anos. social e temos muito orgulho em desenvolver
Vão realizar-se 70 eleições sendo, naturalmen- um trabalho que nos parece útil para todos e
te, que o confronto Joe Biden/ Donald Trump, VE - O ICPT tem sido palco de networ- que não tem de ser escondido para ninguém.
 SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 20024 11

NEGÓCIOS E EMPRESAS

Sonae negoceia aquisição de empresa francesa de nutrição
A Sonae está em negociações exclusivas para aquisição de uma participação maioritária na
empresa francesa Diorren, avaliada em 152 milhões de euros. O objetivo é adquirir uma par-
ticipação de cerca de 89% na Diorren, empresa detentora da BCF Life Sciences (BCF) que
produz ingredientes para a indústria de nutrição através de um processo de produção inova-
dor apoiado nos princípios da economia circular. A BCF terminou 2023 com um volume de
negócios de cerca de 53,5 milhões de euros e um EBITDA de cerca de 14,1 milhões.
Porto Law Summit debate ambiente e transição energética
Ambiente e transição energética é o tema da próxima
conferência Porto Law Summit, que se realiza a 28 de
fevereiro, no Auditório da ANJE. O evento volta a jun-
tar a elite jurídica nacional, para em conjunto debater
vários temas, entre os quais a prática da avocacia e o
Direito Ambiental.

MARIA DOS ANJOS GUERRA ADVOGADA

marianjosguerra-3012p@adv.oa.pt

PROPRIEDADE HORIZONTAL

Alteração do uso de fração autónoma para habitação

“Há já alguns anos comprei uma
fração autónoma no 1.º andar de um
condomínio que inicialmente, à seme-
lhança dos andares superiores, era des-
tinada a uso habitacional, neste caso
como T1.
Antes de eu comprar a minha sala,
o proprietário do empreendimento, al-
terou a utilização de todas as frações
situadas no 1º andar para escritórios,
muito embora todas tenham casa de
banho completa e uma kitchenette.
Embora eu sempre tenha utilizado
a minha fração como escritório, agora
que me vou aposentar, verifico que,
como há um excedente de escritórios
e carência habitacional, o ideal seria
arrendá-la para habitação, mas já veri-
fiquei que, no título, ela se destina a
“escritório”.
Será que posso arrendar assim ou te-
nho que alterar o uso da minha fração mesmo seja alterado, o que só poderá Pelo exposto e caso o leitor esteja
para habitacional? Como?” suceder através da necessária alteração interessado em alterar a utilização da
da utilização da referida fração sua fração, deverá começar por tratar
Nos termos da lei é especialmente autónoma no TCPH. da referida alteração junto da câmara
vedado aos condóminos dar às Embora, por via de regra, a alteração do municipal de modo a aí demonstrar a
respectivas frações fim de cada fração idoneidade da fração autónoma para
autónomas um autónoma careça o fim pretendido o que, no caso, não
uso diverso do fim de autorização deve ser difícil, na medida em que, de
a que as mesmas A alteração do fim ou do uso da assembleia acordo com o supra referido, a fração em
são destinadas e de a que se destina cada fracção de condóminos, questão terá sido inicialmente destinada a
acordo com o que aprovada por habitação.
o leitor informa para habitação deixou de maioria de dois Depois de alterada a utilização da
o TCPH (Titulo carecer de autorização dos terços do valor fração autónoma em questão no projecto
Constitutivo total do prédio, camarário, o leitor, por acto unilateral,
da Propriedade restantes condóminos de acordo com constante de escritura pública ou de
Horizontal) recente legislação documento particular autenticado, deverá
é expresso no que entrou em introduzir a correspondente alteração no
sentido de aí determinar um uso para vigor no primeiro dia de 2024, a alteração TCPH.
sua fração autónoma, que não é o do fim ou do uso a que se destina cada Posteriormente, tal alteração deverá
habitacional e que, como tal deverá fração para habitação deixou de carecer de ser comunicada ao administrador do
prevalecer até ao momento em que o autorização dos restantes condóminos. condomínio, no prazo de 10 dias.

Formação Online

NOVAS REGRAS DE BRANQUEAMENTO

DE CAPITAIS
– Novo regulamento da ASAE
23 de fevereiro | 9h30/12h30 | 3 horas

PROGRAMA
1 - Introdução: os antecedentes e o propósito do novo regulamento da ASAE
em matéria de BCFT
2 - Em especial, a definição de bens de elevado valor unitário para efeitos da
Lei BCFT e as suas implicações FORMADOR
3 - As alterações mais relevantes trazidas pelo novo regulamento da João Rodrigues Brito
ASAE, nomeadamente nas matérias do manual de prevenção de BCFT, do Advogado e associado
responsável pelo cumprimento normativo e da identificação de clientes por principal na Morais Leitão,
via remota Galvão Teles, Soares da Silva
4 - Os novos procedimentos e o novo modelo de formulário da ASAE para a e Associados
identificação de clientes
5 - As alterações relevantes ao modelo de formação obrigatória em BCFT
6 - Principais novidades da nova versão do guia de orientação para a
prevenção do BCFT da ASAE

PREÇO*
Assinante GrupoVE 65€
Não Assinante 70€
* Acresce IVA à taxa em vigor
INFORMAÇÕES/INSCRIÇÕES
Vida Económica - Editorial SA.
223 399 400/27 (chamada para a rede fixa nacional)
Email formacao@grupovidaeconomica.pt | www.vebs.pt
12
NEGÓCIOS E EMPRESAS
Região Norte lidera execução de fundos europeus
De acordo com a mais recente edição do Boletim NORTE UE, o Norte concentra 41% do
total dos fundos comunitários aprovados para a realização de investimentos da esfera munici-
pal. Até ao final do primeiro semestre do ano anterior, a execução ascende a cerca de 1,4 mil
milhões de euros.
Como preparar os nossos jovens para o futuro?
A resposta começa na mudança dos atuais métodos de ensino
A
o longo dos últimos anos,
muito se tem escrito sobre a
importância de os gestores
estarem atentos às novas tecnologias
e tendências atuais, de forma a
conseguirem acompanhar a constante e
rápida evolução do mercado. Vivemos
tempos acelerados e a tónica tem sido
sempre posta em conseguir-se moldar
e adaptar a cada mudança, sob pena de
se ficar para trás e não vingar. Fala-se
também muito nas competências e skills
que devem ser reconvertidas, de forma a
servir as novas necessidades que o atual
mercado de trabalho procura.
Ora, se isto é falado abertamente e
encarado como algo natural, há que
fazer o mesmo quando olhamos para
o atual modelo de ensino seguido pela
grande maioria das escolas portuguesas,
que segue praticamente o mesmo
padrão há décadas.
No centro temos a figura do professor,
alunos enfileirados, disciplinas com
conteúdos rígidos, uma grande
passividade, menos diálogo e
colaboração do que o ideal e um
formato de sala de aula sempre igual,
independentemente da atividade que se
está a fazer.
No entanto, penso que, mais cedo ou
mais tarde, este é um paradigma que
tem de mudar, pois são as escolas que
D
e acordo com Ray Dalio
“uma organização excelente
tem pessoas excelentes e uma
cultura excelente” e “pessoas excelentes
têm carácter e capacidades excelentes”.
Se resumirmos, recorrendo às palavras
de Ricardo Costa, “as empresas não são
feitas de pessoas… as empresas são as
pessoas!”
O equilíbrio entre vida pessoal e vida
profissional, entre pessoa e empresa,
está, finalmente no centro da discussão
e da acção. Há hoje maior clarividência
sobre o impacto das pessoas no
desempenho das organizações e das
organizações na fruição da vida pelas
pessoas. O bem-estar corporativo
ou empresarial é cada vez mais uma
realidade partilhada e vivida por mais
organizações que já perceberam o
potencial de crescimento e progresso
que esta forma de estar na vida e nos
negócios tem.
A expressão que tem vindo a dar corpo
BRUNO COELHO
Director Comercial-Adjunto e Responsável
pelo Departamento de Robótica
da Beltrão Coelho
formam a nova geração, nova geração
esta que precisa de um sistema de
ensino moderno que a prepare para o
futuro.
Há um enorme abismo entre aquilo que
os alunos encontram na escola e aquilo
com que contactam no dia-a-dia, e este
desfasamento é um obstáculo a uma
aprendizagem eficiente.
A chamada Escola do Futuro passa pela
integração de novas tecnologias em
ambientes de aprendizagem dinâmicos,
que introduzem novos métodos de
ensino, sendo que estes métodos de
ensino têm de ir ao encontro dos alunos
e não o contrário.
As crianças de hoje são diferentes
daquilo que eram há umas décadas
e ignorar isto só pode trazer efeitos
negativos. Os alunos devem ser parte
integrante e estar envolvidos naquilo
que acontece dentro da sala de aula.
As aulas, por sua vez, devem ser mais
colaborativas, adotar novos métodos de
ensino mais estimulantes, promover o
pensamento crítico, a autonomia e deve
haver a preocupação em desenvolver
as competências e capacidades que o
mercado de trabalho procura.
Está comprovado que colocar
tecnologias ao dispor dos alunos
se traduz num maior interesse,
envolvimento e motivação em aprender.
RICARDO FERREIRA DE MASCARENHAS
Diretor Geral da RM Consulting
Bem-Estar Corporativo
a esta preocupação é CORPORATE
WELLBEING e houve já duas edições
de uma conferência extremamente
rica subordinada a esta temática, a
CWC - CORPORATE WELLBEING
CONFERENCE, https://leantoday.
pt/sobre-a-conferencia-corporate-
wellbeing , onde houve o espaço de
discussão aberta e franca, onde se
partilharam os casos de sucesso e
as falhas ou erros e o modo como
contribuíram para o fortalecimento
de culturas organizacionais robustas
e felizes das empresas. Se houve algo
marcante foi perceber que, na essência,
o bem-estar passa por viver o pessoal
e o profissional de forma ligada e
equilibrada. Isto pode ser resumido nas
palavras da Sónia Henriques da Prio
Bio: “Eu não quero desligar do meu
trabalho quando vou de férias, porque
também não quero desligar da minha
família quando trabalho! Isto sim, para
mim é o equilíbrio.” E se recordarmos
Luís Simões recebe medalha Ecovadis
A Luís Simões, operador logístico de referência na Península
Ibérica, foi distinguida pelo quinto ano consecutivo com a
Medalha de Ouro Ecovadis, que reflete o seu desempenho
sustentável na área dos Transportes em 2023.
O próprio formato da sala de aula
pode e deve ser adaptado de forma
rápida, à atividade que se está a fazer,
seja um debate, uma apresentação oral
de um trabalho, etc., predispondo-
se o mobiliário próprio, de forma
a criar a dinâmica pretendida. Há
óculos de realidade virtual e painéis
interativos que podem também ser
usados em contexto de sala de aula. Há
ambientes inovadores de aprendizagem
que podem ser implementados e que
contribuem para o desenvolvimento das
mentes dos mais jovens, melhorando
assim a dinâmica dos estudos e o
desenvolvimento de tarefas.
E não se pense que algumas disciplinas
são como que remetidas para segundo
plano, nada disso. Trata-se de modelos
de ensino focados em todas as matérias,
desde ciências, história, matemática,
geografia, português, artes, mas que pela
forma como são aplicados melhoram a
aprendizagem, capacitando os alunos
para o seu futuro profissional.
Longe de querer esconder os desafios
que estão por trás desta mudança que
considero absolutamente necessária, há
um aspeto que me parece incontornável,
que é a predisposição e vontade, por
parte dos professores, em querer mudar
a sua abordagem ao ensino. De nada
adianta a escola investir em tecnologia
as palavras da Alexandre Mendes
Gonçalves da Paladin® que “Sorrisos
e felicidade não são um estado e não
estão à venda” percebemos que temos
que trabalhar para conquistar o bem-
estar (também) na empresa.
Paulo Lopes Porto consubstanciou
muito bem este ponto “Porque é que
isto é importante nesta questão do
wellbeing?” ao dizer que “no fundo os
desafios que temos hoje em dia com
os clientes externos, são precisamente
os mesmos desafios que temos com
os clientes internos, que são atração e
retenção. Nós com os clientes temos
que atrair clientes novos e temos que
reter os clientes que já temos. Com
as pessoas da nossa organização é a
mesma coisa, nós temos que atrair
talentos, e temos que reter talentos,
usando a palavra ‘talentos’ como as
pessoas que nos interessam manter
na nossa organização. (...) Ou seja,
o fator crítico de sucesso, neste
SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024
e soluções interativas, se depois
temos um corpo docente que não está
minimamente preparado para mexer
nestes equipamentos. É fundamental,
por isso, apostar-se na formação e haver
o devido acompanhamento. Parece-me
evidente que, para que os professores
utilizem as ferramentas de forma fluida
e entendam as suas potencialidades,
seja necessária a formação certa e
dada por especialistas. A UNESCO
aliás, num comunicado lançado em
2023 sobre o uso da IA nas escolas e
universidades, sublinhou precisamente a
importância dos professores possuírem
formação adequada, assim como do
estabelecimento de normas mundiais,
nacionais e regionais para a proteção
dos dados e da privacidade.
Chegámos a uma fase em que a
Educação tem de ser vista à luz da
inovação e não podemos ter receio de
a reinventar, já que o modelo escolar
imposto aos nossos jovens não está
adaptado à atual realidade.
Por tudo isto, defendo dinamismo,
proatividade, autonomia, criatividade,
colaboração e flexibilidade para o
mercado escolar, pois o atual modelo
está a esgotar-se. É, sem dúvida, um
passo que exige muitas adaptações mas,
pelo futuro dos nossos filhos e netos,
não deve ser procrastinado!
momento, é muito mais a relação com
o cliente interno, do que com o cliente
externo…”
Também por isto é relevante termos
consciência que o Bem-estar é um
trabalho em equipa desenvolvido pela
empresa e pelas pessoas/trabalhadores.
Ambos têm que participar. Infelizmente
há uma norma recente, Norma
Portuguesa NP 4590, intitulada
“Sistema de Gestão do Bem-estar
e Felicidade Organizacional”, que
tem uma visão bota e tendenciosa
contribuindo muito pouco para
o crescimento colectivo. É uma
oportunidade perdida.
Melhores empresas significam então
melhores pessoas e vice-versa e por
inerência melhor sociedade e melhor
país. Este caminho tem impacto na
sociedade, que dá um enorme retorno
e permite termos uma sociedade civil
melhor, mais participativa e mais
activa.
 SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024
CONFERÊNCIA COFACE RISCO PAÍS DESTACA TAXAS DE JURO ELEVADAS E DIMINUIÇÃO DO CRESCIMENTO MUNDIAL
Empresas estão a enfrentar
conjuntura adversa
As taxas de juro devem
continuar num nível elevado
apesar da expetativa de corte
das taxas diretoras do BCE
no verão do corrente ano.
A conjuntura adversa que
as empresas enfrentam foi
um dos temas em debate na
conferência anual Coface
Risco País que decorreu há
dias em Paris.
O ano de 2023 foi algo turbulento,
mas acabou por se revelar muito melhor
do que o esperado – afirmou Xavier Du-
rand. Na abertura da conferência anual
Risco País o CEO da Coface considerou
que o ano 2024 deverá ser tão desafian-
te quanto incerto. No plano político é
um ano inédito com mais de 60 eleições
nacionais presidenciais ou legislativas o
que cria alguma indefinição. No plano
económica, o CEO da Coface referiu os
riscos crescentes numa economia mun-
dial ainda em desaceleração ligeira.
Inflação ainda não
está alinhada com as metas do
BCE
Apesar de uma queda em 2023 e de
uma tendência de curto prazo bastante
favorável, a inflação subjacente ainda é
o dobro do objetivo do banco central na
maioria das zonas monetárias desenvol-
vidas. O desafio para 2024 será ver se as
restrições monetárias que estão em curso
há mais de 18 meses são suficientes para
percorrer o “ last mile”, trazer a inflação
de volta para 2% e manter esse patamar.
Para a Coface, e salvo algo inesperado,
o ambiente das taxas de juro a que todos
os agentes - famílias, empresas e gover-
nos - se habituaram nos últimos quinze
anos, pertence agora firmemente ao pas-
sado e as taxas de juro deverão manter-
-se em níveis elevados ao longo do ano,
em todas as economias avançadas.
As expectativas do mercado de até 6
Portugal mantém
avaliação A3
Na avaliação da Coface para 2024
Portugal continua a ter a classificação
A3 que reflete um risco satisfatório para
as empresas. A classificação atribuída
a Portugal é a mesma da maioria dos
países da União Europeia, incluindo
Espanha, França, Alemanha ou Irlanda.
Melhor que Portugal estão a Noruega,
Dinamarca, Holanda, com classificação
A2 que corresponde a baixo risco. A Suiça
melhora a Avaliação para A1 com muito
baixo risco. Por seu turno, a Itália tem
uma classificação A4, inferior à maior
parte dos países da União Europeia.
A nível mundial os Estados Unidos e a
Canadá recebem avaliação A2 e estão
melhor que a média da União Europeia.
Em sentido oposto os países considerados
de risco extremo para as empresas
incluem Venezuela, Cuba, Irão, Líbia e
Iémen com a pior avaliação da Coface.
O edifício histórico da Bolsa de Paris contruído por iniciativa de Napoleão Bonaparte foi o palco
da conferência Coface Risco Páis.
Para Xavier Durand, o crescimento da econo-
mia mundial deverá abrandar para 2,2% em
2024, após 2,6% no ano passado. Será o terceiro
ano consecutivo de redução do crescimento.
cortes nas taxas de juro (de 25 pontos
base cada) ao longo do ano parecem ex-
cessivas para a Coface, quer ma Europa
quer na América do Norte Na Europa,
apesar da fraca dinâmica da atividade, as
pressões inflacionistas de base ainda su-
periores a 2% não deverão permitir que
o BCE - e o Banco de Inglaterra - ini-
ciem a flexibilização monetária antes, na
melhor das hipóteses, do verão de 2024.
Os mercados de trabalho apresentam
taxas de desemprego abaixo do seu nível
estrutural, taxas de oferta de emprego
historicamente elevadas e uma dinâmi-
ca salarial sustentada,e sugerem que
a batalha ainda não está ganha - inde-
pendentemente de quaisquer choques
de oferta que possam ocorrer no atual
ambiente geopolítico.
“Este ambiente económico adverso
manterá as empresas numa situação di-
fícil. Uma aceleração acentuada das in-
solvências é, por conseguinte, um dos
principais riscos negativos para o nosso
cenário central” – considera a Coface.
13
NEGÓCIOS E EMPRESAS
económica deverá continuar a desace-
lerar no primeiro semestre do ano, na
sequência da diminuição dos gastos das
famílias, especialmente porque as reser-
vas de poupanças excedentárias, acumu-
ladas durante a pandemia, está agora
em grande parte esgotada e continuará
a diminuir.
A economia chinesa, que parecia ter
recuperado o dinamismo no segundo
semestre de 2023, terminando o ano
com um crescimento do PIB de 5,2%,
ligeiramente acima do objetivo oficial
de crescimento, está a estagnar desde o
início deste ano. A recuperação do con-
sumo continua frágil e as preocupações
com a correção do mercado imobiliário,
a resolução da dívida das administrações
locais e as pressões deflacionistas conti-
nuam a pesar sobre o investimento pri-
vado e o sentimento dos consumidores.
Na Europa, prevê-se uma (quase) es-
tagnação no primeiro semestre do ano.
A indústria transformadora continua a
ser penalizada pela persistência de cus-
tos elevados e pela fraca procura externa.
Países emergentes
são os motores do crescimento
“Em 2024, os países emergentes se-
rão os principais motores da economia
mundial, contribuindo com 1,7 pon-
tos percentuais para o crescimento de
2,2% do PIB mundial” - disse Bruno de
Moura Fernandes. Para o diretor de Ma-
croeconomia da Coface, as economias
emergentes serão responsáveis por três
quartos do crescimento mundial, o ní-
vel mais elevado desde 2013. O Sudeste
Asiático voltará a ser uma das regiões
mais dinâmicas, com um crescimento de
4,6%, após 4% no ano passado.
Um dos exemplos de crescimento é o
México. O volume de exportações do
México para os Estados Unidos já está
acima do volume de exportações da
China, refletindo o aumento das com-
pras à indústria mexicana.
As economias emergentes serão responsáveis
Em sentido inverso, os países mais
por três quartos do crescimento mundial, o
pobres e mais endividados enfrentarão
nível mais elevado desde 2013” – refere Bruno
maiores dificuldades. Com taxas de juro
Moura Fernandes.
elevadas e um dólar que deverá manter-
-se forte, há todos os motivos para recear
Crescimento e consumo aquém um agravamento dos incumprimentos
do ano anterior soberanos. Alguns países já se encon-
tram em situação de incumprimento
Embora a economia pareça estar no ou quase, como o Sri Lanka, o Gana, a
bom caminho nos EUA, a atividade Etiópia, o Malawi, o Paquistão e o Laos.
Custo do transporte marítimo volta a aumentar
A instabilidade na região do Mar Vermelho constitui uma grande ameaça para o tráfego
marítimo. Esta rota comercial dá acesso ao Canal do Suez, a rota marítima mais rápida que
liga a Europa (nomeadamente Roterdão ou Londres) à Ásia. Cerca de 12% do comércio
mundial e 30% do tráfego mundial de contentores passam por ela.
Dada a ameaça na região, a maioria das companhias de navegação já está a evitar o Canal
do Suez e a optar pelo Cabo da Boa Esperança, que dá a volta ao continente africano e
acrescenta mais de dez dias ao tempo de viagem.
Para os que continuam a utilizá-lo, os custos de segurança e de seguro estão a subir
significativamente.
Para compensar estes custos, os transportadores estão a redirecionar os seus navios para
as rotas comerciais europeias e mediterrânicas, o que reduz o espaço disponível para as
mercadorias que viajam nas rotas transpacíficas e Norte-Sul, resultando também em tarifas
mais elevadas.
Apesar dos aumentos das taxas dos fretes marítimos, que mais do que duplicaram desde
Xangai, e até triplicaram em algumas rotas para a Europa, ainda estão, em média, abaixo
dos seus níveis recorde do início de 2022.
14 SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024

NEGÓCIOS E EMPRESAS

Fundação AEP e Vida Económica apresentam livro Lourenço Mayer dirige fundo da Lince Capital
A Fundação AEP e a Vida Económica apresentam esta sexta-feira o livro “Um caminho para A Lince Capital, sociedade de capital de risco portuguesa,
Portugal - Uma política económica integrada para a produtividade, inovação e crescimento”, acaba de anunciar a contratação de Lourenço Mayer como
debatendo a sua temática com os líderes de opinião convidados para o evento. A obra, da au- Head of Growth Funds, à frente da recém-criada área de Pri-
toria de Carlos Tavares e Sara Monteiro, com prefácio de Miguel Cadilhe, será apresentada vate Equity da empresa, ficando com responsável pelo fun-
por Daniel Bessa na fundação AEP, Avenida da Boavista, 2871, no Porto, pelas 16.30 horas. do Growth Fund I, de 20 milhões para PME portuguesas.

Première Vision Paris teve mais Conforama Iberia

empresas portuguesas
Texteis Internacionais, A. Sam-
paio & Filhos Texteis Sa, Aca-
tel, Albano Morgado SA, An-
bievolution, Anjos e Lourenço,
Bordados Oliveira, Brito Knitting,
Calvi, Carmafil, Casa da Malha,
CFM - Conscious Fabric Makers,
Crispim Abreu, Familitex, Filasa
/ Kroma, Fitecom, Happyproba-
bility, J Caetano, Joaps – Malhas,
Lemar, Lima & Companhia,
LRT, Lunartex, Lurdes Sampaio,
Magma Textil, Matias & Araújo
SA, Modelmalhas, NGS Malhas,
Positive Materials , Sidónios Kni-
twear, Spring, Texser | Têxtil De
Serzedelo, TMG Textiles | GPSA,
TMR, Trimalhas, Troficolor De-
nim Makers e Wonder Raw foram
as empresas da comitiva FROM
PORTUGAL, às quais se juntaram
as também portuguesas Adalberto
tem novo CEO
Textile Solutions, Confetil, Inova- têxtil a nível mundial, a Premiè-
fil, Paulo de Oliveira, Penteadora, re Vision regressou a Paris Nord
Polopiqué, Riopele, Somelos Teci- Villepinte para ditar as macroten-
dos, Tearfil, Vilarinho, Vilartex e dências do setor. Portugal voltou
os fóruns de Tendências de Teci- a fazer-se representar ao mais alto
dos From Portugal e o iTechStyle nível com mais de meia centena
Green Circle na participação da de expositores, divididos pela área
última edição da Première Vision mãe dos tecidos (32), “yarns” (3),
(PV) Paris que se realizou de 6 a 8 “smart creation” (1), “smart tech”
de fevereiro, em Paris, França. (1), “acessories” (3) e “manufactu-
Considerada a feira referência ring”.
PUB

JÁ DISPONÍVEL

A Conforama Iberia nomeou

Para profissionais exigentes para CEO Manuel Estévez para
liderar a nova fase da empresa.
Esta nomeação surge na se-
quência da aquisição da Confora-
A MAIS COMPLETA DO MERCADO. ma Iberia por uma empresa asso-
ciada ao grupo XXXLutz e da sua
IMPRESCINDÍVEL! integração no seu grupo de com-
pras Giga International. Criado
em 1947, o grupo XXXLutz tem-

20%
-se expandido ao longo dos anos.
Atualmente, as empresas que
integram o Giga operam uma
rede de mais de 900 lojas de
Desco nto mobiliário em 17 países, empre-
gando mais de 25.000 pessoas e
Novidades: gerando um volume de negócios
superior a 13 mil milhões de eu-
ros, o que o torna líder mundial
• Nova gama de cores no setor. Após 77 anos de exis-
tência, o Grupo continua a per-
• Agora também em formato tencer à família dos seus funda-
dores.
de bolso O novo CEO, Manuel Estévez,
já tinha estado ligado à empre-
sa entre 2008 e 2020, primeiro
como diretor-geral da Confora-
ma Iberia, até ser nomeado CEO
da Conforama Itália, em 2016.
Escolha o seu formato Licenciado em Economia pela
e cor preferidos. Nome Universidade de Barcelona, de-
senvolveu a sua carreira profis-
Morada
sional em empresas como o Car-
C. Postal - Tel. refour, Alcampo, Grupo Adeo e,
E-mail Nº Contribuinte recentemente, Feu Vert.
Solicito o envio de exemplar(es) da Agenda Fiscal 2024

Versão / Preço / Cor Preto Azul Bordeaux Verde Castanho Rosa Cinza
ONLINE NO ENDEREÇO
matizado matizado
Tradicional = 18 €* RETIFICAÇÃO
http://livraria.vidaeconomica.pt Bolso = 13 €*

R. Gonçalo Cristóvão, 14, r/c • 4000-263 PORTO
encomendas@grupovidaeconomica.pt
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http://livraria.vidaeconomica.pt
Pago por transferência bancária para o IBAN PT50 0033 0000 4531 3889 1130 5 (é necessário enviar “OE 2024: o IRS
comprovativo)
Para o efeito envio cheque/vale nº , s/ o , no e a empresa”
valor de € ,
O artigo de opinião com o título
Solicito envio de referência de multibanco para o email em epígrafe, republicado, por
Solicito o envio à cobrança. (Acrescem 5€ para despesas de cobrança). erro, na nossa edição de 2
de fevereiro, está incorreto.
ASSINATURA
A versão correta e válida foi
* Acresce 3,50€ para despesas de envio em encomendas inferiores a 30€
publicada na edição anterior, de
Autorizo que a Vida Económica Editorial S.A. trate e utilize os meus dados pessoais, constantes deste formulário, para efeito de ações de
26 de janeiro.
marketing e promoção de produtos, serviços, campanhas e eventos da Vida Económica Editorial S.A.. Mais declaro ter sido informado que a Pedimos desculpas aos nossos
qualquer momento poderei requerer o apagamento ou retificação dos meus dados pessoais, bem como opor-me a qualquer outra forma
de tratamento desses dados, de acordo com a Política de Privacidade disponível em: http://www.vidaeconomica.pt/politica-de-privacidade leitores e, em especial, à autora
Mónica Santos Costa.
 SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024
TURISTA OCASIONAL
Hotel Rural Quinta do Marco
- e Tavira aqui ao lado
Esta unidade hoteleira
situa-se no interior
algarvio a cerca de 9
km de Tavira e usufrui
daquilo que o Algarve
tem de melhor: um
clima ameno todo o
ano.
São cerca de 28
quartos todos eles
espaçosos, confortáveis
e modernos, com uma
vista privilegiada sobre
as piscinas exteriores
(com tratamento por
sal) e a serra algarvia.
JORGE FARROMBA
jorgefarromba@gmail.com
Por ser uma unidade hotelei-
ra fora do circuito tradicional
de hotéis junto à praia, quem
a procura privilegia o silêncio, a
tranquilidade e o ter somente 28
a 70 pessoas nesta herdade com
18 hectares. E esse é um raro
privilégio em qualquer altura
do ano, mas principalmente no
verão.
Procurado por quem preten-
de carregar baterias é um espaço
onde a ruralidade e a moderni-
dade se misturam.
Trata-se de uma unidade ho-
teleira de gestão familiar, onde
os donos estão sempre presentes
o que torna o espaço ainda mais
acolhedor.
Permite a acessibilidade a
pessoas com mobilidade redu-
zida, mas também a invisuais
(a sinalética está também em
braille), possui ponto de carre-
gamento para viaturas elétricas
e o publico alvo que a visita é
maioritariamente português du-
rante o verão, sendo que, no in-
verno, se divide com o público
estrangeiro.
Como refere a gerência “o
que se pretende no hotel é ser
mais que uma estadia, mas uma
experiência em comunhão com
a natureza” e isso é conseguido
nos vários espaços propícios
NEGÓCIOS E EMPRESAS
para caminhadas ou, nos per-
cursos pedestres já implemen-
tados ou, na visita aos animais
15
da quinta ou à horta biológica
“que alimenta” o restaurante.
O Hotel Rural Quinta do
Marco possui um restauran-
te onde ao almoço possui um
serviço de snacks e, ao jantar
possui a Chef Sara a fazer a me-
lhor interpretação da comida
tradicional portuguesa algarvia
com muitos dos produtos de
produção própria da sua horta
biológica.
Possui ainda um SPA que
pode ser utilizado sem qualquer
custo e um serviço de massa-
gens, ioga, caminhadas ou pas-
seios e, vários bancos espalha-
dos pela propriedade, com áreas
de sombra, que providenciam
um espaço perfeito para leitura
e contemplação da natureza.
Embora seja um hotel com
uma matriz de gestão familiar e
para famílias, também pode ser
procurado por nómadas digitais
que aqui encontram a necessá-
ria inspiração e tranquilidade
para a sua atividade
https://www.hotelquintado-
marco.com/pt/
16
NEGÓCIOS E EMPRESAS
Parlamento Europeu quer limitar influência da China nos portos
O Parlamento Europeu adotou uma resolução sobre o desenvolvimento de uma nova estraté-
gia marítima, que apela à restrição do investimento estrangeiro em infraestruturas da União
Europeia. Esta restrição inclui portos e aponta, em particular, para a influência crescente da
China num setor que é estratégico para as economias nacionais.
SARA MONTE E FREITAS, PARTNER DA MONTE E FREITAS, EM ENTREVISTA
Monte e Freitas inicia
internacionalização em Espanha
A Monte e Freitas, empresa de
redução de custos e eficiência
empresarial, iniciou o seu
processo de internacionalização.
Passa agora a estar presente em
Espanha, replicando a fórmula
que tem seguido há cinco anos
no mercado nacional. Sara
Monte e Freitas, partner da
empresa, admite que ainda há
alguma resistência à mudança,
mas esta situação está a mudar
e as empresas reconhecem que é
possível reduzir custos e garantir
uma maior eficiência. Esta é
uma atividade não regulada, mas
que conta com o controlo da
Expense Reduction Analysts.
Vida Económica – Como opera a Monte
e Freitas no mercado?
Sara Monte e Freitas - A Monte e Frei-
tas opera em Portugal sob a licença Expense
Reduction Analysts, uma referência mundial
na consultoria em otimização de custos e
eficiência empresarial. Oferecemos serviços
personalizados para apoiar as organizações
a identificar e implementar estratégias de re-
dução de custos em áreas tão diversas como
transportes, logística, packaging, comunica-
ções, energia, imobiliário, segurança, facility
services, gestão de frotas ou quaisquer outras
que, habitualmente, são asseguradas por for-
necedores externos. Esse trabalho é assegu-
rado por profissionais seniores especializados
em cada uma das diversas categorias de custo,
havendo uma abordagem colaborativa entre
as diversas categorias e, com o cliente, uma
parceria para compreender profundamente a
sua operação e assim fornecer soluções efi-
cientes, adaptadas às suas necessidades.
Esta metodologia de operação resulta na
oferta de serviços de qualidade, que assegu-
ram melhorias tangíveis nas operações e na
rentabilidade dos nossos clientes. Para além
disso, a Monte e Freitas, é liderada por qua-
dros com mais de 20 anos de experiência em
consultoria de eficiência logística e transpor-
tes. Na network Expense Reduction Analysts
apoiamos as empresas na otimização de ope-
rações de transporte, armazenagem e dis-
tribuição, identificando oportunidades de
redução de custos e melhoria na cadeia de
abastecimento.
VE – Quais os principais problemas que
se colocam à vossa atividade?
SMF - É sempre desafiante quando inicia-
mos um projeto de redução de custos e ga-
SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024
Bondalti adjudica à Greenvolt novo parque solar em Estarreja
A Bondalti, empresa química industrial, adjudicou ao grupo Greenvolt a instalação de quase
25 mil painéis solares na sua unidade de Estarreja, com uma capacidade de produção de 14
MWp e destinada a autoconsumo. O projeto vai permitir reduzir a dependência relativamen-
te à rede elétrica nacional, passando a produzir parte das necessidades através de energia solar.
Houve necessidade de lançar
novos desafios e objetivos
Newcomer EMEA’, e em 2021 ganhou o
prémio de ’Top EMEA Client Acquire’.
Mercados diferentes
VE – A concorrência é muito agressiva?
SMF - A Monte e Freitas trabalha em dois
vetores essenciais: redução de custos, como
Partners Expense Reduction Analysts, e
consultoria na área de transportes, logística
e supplychain. Na redução de custos temos
ainda um mercado “verde”, onde não temos
uma concorrência direta no perfil de empre-
sas que são o nosso target. Isto quer dizer que
existem outras empresas que oferecem servi-
ços semelhantes, em redução de custos, mas
apenas em algumas categorias. Na Monte e
Freitas/Expense Reduction Analysts traba-
lhamos mais de 40 categorias de custo, sob a
premissa de “no saving no fee”. A concorrên-
cia vem de outro tipo de empresas que não
sendo 100% especializadas em redução de
custos são consultoras de gestão que traba-
“É sempre desafiante quando se inicia um projeto de redução de custos e ganho de eficiência num lham áreas de custo específicas, tipicamente,
novo cliente”, refere Sara Monte e Freitas. apenas numa vertente financeira. Na verten-
te de consultoria logística, já encontramos
nho de eficiência num novo cliente. Depois SMF - De forma muito concreta, a Monte um mercado mais maduro, onde temos vá-
de desenvolvermos centenas de projetos, diz- e Freitas traçou cinco objetivos de curto-mé- rias empresas que oferecem uma variedade
-nos a nossa experiência que os principais de- dio prazo. Desde logo, reforçar o desenvol- de serviços para apoiar as organizações a oti-
safios que se nos colocam, tipicamente, são a vimento e a consolidação da marca Monte e mizar as suas operações. Destacamos a nossa
resistência à mudança (sentimos que vimos Freitas com a Expense Reduction Analistys equipa, parte dela com mais de 20 anos de
desafiar o status quo e colocar em causa o tra- em Portugal e aumentar organicamente a experiência ibérica em empresas como Luís
balho interno realizado até equipa de analistas especia- Simões, CTT, CGD, SIBS, entre outras.
então) e considerarem que lizados. Acabámos de en-
já têm os melhores preços/ trar no mercado espanhol, VE – Qual a vossa estratégia de interna-
práticas do mercado. Nor- Na redução pelo que iremos focar-nos cionalização?
malmente, tal não aconte- nessa operação, replican- SMF - O foco da Monte e Freitas é, neste
ce. O que é natural, dado de custos ainda do a fórmula de sucesso momento, o mercado espanhol. Foi a nossa
que o foco dos quadros há um mercado que temos em Portugal decisão estratégica de internacionalizar a em-
da empresa está na gestão há cinco anos, bem como presa, dado haver muitas configurações de
da operação quotidiana.
“verde” focar no segmento das clientes de gestão ibérica nos dois segmentos
Importante é também o empresas com operações que atuamos, a consultoria logística e a redu-
receio no contacto com os ibéricas e dar dimensão a ção de custos. Em redução de custos existem
seus fornecedores atuais, a este negócio. Temos mais muitas categorias que poderemos trabalhar
falta de visibilidade do projeto a longo prazo de 60 partners em Espanha, pelo que que- em negociações ibéricas, para melhorar a
e o receio de perda de qualidade. A Expense remos alavancar este conhecimento de mais eficiência das categorias e temos o conhe-
Reduction Analysts assegura não apenas os de 15 anos e liderarmos projetos conjuntos. cimento e capacidade para acordos locais
melhores preços como também os melhores Com um track record como o que conse- com o conhecimento profundo que temos
serviços/produtos fornecidos. É assim im- guimos desde a criação da Monte e Freitas, dos dois mercados. Em termos logísticos, há
portante que as empresas que enfrentem es- em 2019, havia que lançar novos desafios e uma grande integração entre Portugal e Es-
ses receios envolvam todas as partes interes- objetivos. Como partner da Expense Reduc- panha, seja de transporte ou logística. Exis-
sadas dentro da organização e comuniquem tion Analysts - Europe, a Monte e Freitas ga- tem fluxos nos dois sentidos, quer de pro-
claramente os objetivos e as razões por detrás nhou em 2023 o ‘Prémio Diamond Level’, dução quer de consumo. Temos um elevado
das iniciativas de redução de custos. que reconhece os maiores partners da rede. conhecimento dos dois mercados e, estamos
Um reconhecimento que não acontece pela convictos, há uma grande oportunidade para
VE – Qual a vossa estratégia de merca- primeira vez. Em 2020 (primeiro ano de a Monte e Freitas e elevados benefícios para
do para os próximos tempos? atividade), foi reconhecida como “The Best os nossos clientes.
 SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024 17

NEGÓCIOS E EMPRESAS

Eupago entra no negócio do retalho
A Eupago, empresa de pagamentos eletrónicos, anunciou a entrada no negócio do retalho dos
pagamentos físicos em Portugal por via da aquisição da Pagaqui, uma fintech com uma rede de
2500 pontos de venda. A intenção é expandir os pontos de venda para o interior do país, num
investimento de 2,5 milhões de euros nos próximos três anos. O objetivo é passar de 2500 para
oito mil pontos de venda em diferentes regiões do país.
Lusíadas Saúde conclui aquisição da Dr. Well´s
A Lusíadas Saúde concluiu o processo de aquisição das clínicas Dr. Well’s, da MC do Grupo
Sonae, passando a gestão global da rede para o seu domínio exclusivo. Esta aquisição integra-
-se no plano estratégico de expansão, o qual permite à Lusíadas Saúde chegar a novos destinos
como, por exemplo, Loures, Cascais, Leiria, Coimbra, Vila Real e Guimarães. O grupo reforça
a sua aposta na medicina dentária.

CLAUDE KANDIYOTI, CEO DA KREST REAL ESTATE INVESTMENTS

“O país é visto pelos investidores

internacionais como menos estável”
A propósito do ses interessante para investir e o
projeto mais recente foi a torre de
lançamento do projeto escritórios K-Tower, com 15 mil
imobiliário K-Tower, m2 de espaços e que se localiza
na Gare do Oriente, Parque das
da promotora belga
Krest Real Estate
Nações, em Lisboa. Neste edi-
fício passaram a estar sedeadas
Investments, o CEO empresas tão relevantes como a
Claude Kandiyoti Critical Teckworks, uma parti-
cipada da Critical Software e da
afirmou que perante BMW e que desenvolve 75% dos
decisões tomadas pelo componentes de software daque-
la marca automóvel, sendo o pri-
Governo, “o país é agora meiro empregador tecnológico
visto pelos investidores em Portugal a contratar 10% dos
internacionais como engenheiros que se formam nas
universidades nacionais. Aquele
menos estável”. edifício alberga ainda a empresa
VÍTOR NORINHA de coworking Spaces, parceiro
vnorinha@grupovidaeconomica.pt da Regus. Este edifício possui a
certificação Breeam Excellent,
Claude Kandiyoti, CEO da um marco em termos de eficiên-
Krest Real Estate Investments, cia no consumo energético e ges-
está na expetativa sobre os pró- tão de desperdícios.
ximos resultados eleitorais nas O gestor da Krest afirmou ain-
legislativas de março e o impacto da que o mercado de escritórios
que terão no futuro do país. Dis- atravessa um momento difícil
se ao Vida Económica que o país porque há menos investidores e
“era apreciado pela estabilidade empresas para ocupar espaços, o
política e fiscal”, mas decisões que não impede que para o pro-
recentes alteram essa perspetiva. motor não exista um bom desem-
Ainda assim Portugal é um paí- penho em termos de rendibilida-
Claude Kandiyoti, CEO da Krest Real Estate Investments
de pois há escassez de produto.
Claude Kandiyoti diz que o
mercado estrela em Portugal é a
hotelaria devido à elevada procu-
ra a nível de ocupação e que se
reflete na expansão das cadeias
hoteleiras. Refere que “o merca-
do da hotelaria com as vendas de
muitos hotéis de luxo e a pers-
petiva de lançamento de novos
empreendimentos ultrapassou o
mercado de escritórios.
A Krest Real Estate Invest-
ments começou a investir em
Portugal em 2009 com a constru-
ção de um pólo logístico em Pa-
ços de Ferreira para uma unidade
têxtil; tendo em 2014 adquirido
O mercado estrela
em Portugal
é a hotelaria devido
à elevada procura
a nível de ocupação
e que se reflete
na expansão
das cadeias hoteleiras
uma carteira de 11 edifícios em
Lisboa ao Estado; para em 2018
construirem o Hotel Moxy Lis-
boa Oriente; e depois a K-Tower.
Entretanto entraram também na
vertente residencial tendo edi-
ficiado o Jardim Miraflores, em
Oeiras, e para este ano esperam
concluir o projeto Horizon, em
Quarteira, Algarve. Tem ainda
em projeto unidades residenciais
em Paço de Arcos, Marvila e Al-
vor e a projeção é que o grupo co-
loque no mercado uma média de
100 apartamentos todos os anos.
Por volta de 2026 tem previsto
o arranque do projeto de 15 mil
m2 de escritórios na Campanhã,
Porto.

REDE PARLAMENTAR DEDICADA À SAÚDE GLOBAL

UNITE tem novo diretor executivo

Francisco Almeida Leite,
antigo secretário de Estado
dos Negócios Estrangeiros
e Cooperação, assumiu
o cargo da organização
internacional criada pelo ex-
deputado Ricardo Baptista
Leite, fundador e Presidente
da UNITE Parliamentarians
Network For Global Health e
também atual CEO da Health
AI, com sede na Suíça.
A UNITE Parliamentarians Network
For Global Health entrou em 2024 com
um novo diretor executivo, no caso Fran-
cisco Almeida Leite, ex-secretário de Es-
tado dos Negócios Estrangeiros e Coope-
ração no primeiro Governo liderado por
Pedro Passos Coelho. A UNITE é uma
rede global de parlamentares e ex-parla-
mentares dedicada aos grandes temas da
Saúde Global, criada em 2017 e presidida
por Ricardo Baptista Leite, médico e ex-
-deputado do PSD (entre 2011 e 2023),
atual CEO da Health AI (Agência Global
para a Inteligência Artificial Responsável
na Saúde), com sede na Suíça.
Esta rede de parlamentares da UNITE
é única no seu género e tem mais de 450
membros e está presente em mais de 110
países, com um board que tem chairs, mui-
tos deles médicos e políticos no ativo, es-
palhados pelos “quatro cantos” do mundo,
designadamente em Portugal, na Alema-
nha, na Índia, na Argentina, no Canadá, no
Gana, no Quénia, em Marrocos, na Geór-
gia e nas Filipinas. A rede internacional,
que se assume como não-governamental e
independente politicamente, assinou em
outubro de 2022 um memorando de en-
tendimento com a Organização Mundial
de Saúde (OMS), onde Tedros Adhanom
Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, e Ri-
cardo Baptista Leite, presidente da UNITE,
assumiram a vontade conjunta de traba-
lhar com parlamentares de todo o mundo
em três áreas estratégicas da Saúde Pública
Mundial: acesso equitativo à saúde; forta-
lecimento dos sistemas de saúde, com um a Open Society Foundations (ligada a de muitos outros parceiros. Em outubro
foco no seu financiamento sustentável; e a George Soros), a AIDS Healthcare Foun- deste ano, a UNITE vai fazer a sua cimeira
arquitetura e segurança da saúde mundial. dations (AHF), a Coalition for Epidemic global em Berlim, nas mesmas datas e em
Para além da cooperação com a OMS, Preparedness Innovations (CEPI), o Glo- colaboração estreita com a World Health
a UNITE tem ainda parcerias ativas com bal Fund, a Harm Reduction Internatio- Summit, outro ator relevante na saúde
organizações como a Fundação Botnar, nal, a Unitaid, a UHC 2030, para além mundial.
18
NEGÓCIOS E EMPRESAS
Quem pode prestar serviços jurídicos protegidos
pelo sigilo profissional?
Quem pode prestar serviços jurídicos
protegidos pelo sigilo profissional?
Antes de tudo o que se diz e do que
se deseja, para quem defende um
mercado concorrencial e transparente
favorável aos consumidores, importa
atender ao disposto na Lei 10/2024,
de 19 de janeiro (Regime Jurídico dos
Actos de Advogados e Solicitadores),
nomeadamente ao seu artigo 4, que
se transcreve:
(…)
“2 - Sem prejuízo do disposto nas leis
de processo, constitui ato próprio
exclusivo dos advogados e dos so-
licitadores o exercício do mandato
forense.
3 - São atos próprios exclusivos dos
advogados:
a) Os que resultem do exercício
do direito dos cidadãos de se fazer
acompanhar por advogado perante
qualquer autoridade;
b) Aqueles em que o arguido deva
ser assistido por defensor, nos ter-
mos da lei processual penal.
Mesmo quem defenda a multidisciplinaridade
integrando serviços de advocacia, terá de conclui que
esta iniciativa do legislador, sem a devida ponderação,
em nada favorece os interesses dos consumidores de
serviços jurídicos, antes pelo contrário.
4 - Os advogados e os solicitadores
têm ainda competência para exer-
cer as seguintes atividades:
a) A elaboração de contratos e a prá-
tica dos atos preparatórios tendentes
à constituição, alteração ou extinção
de negócios jurídicos, designada-
mente os praticados junto de con-
servatórias e cartórios notariais;
b) A negociação tendente à cobran-
ça de créditos;
c) O exercício do mandato no âm-
bito de reclamação ou impugnação
de atos administrativos ou tributá-
rios;
d) A consulta jurídica.
Existem situações em que “sociedades
não profissionais” (sociedades comer-
ciais, como actividade acessória de ac-
tividade compreendida no respetivo
objeto social) podem, por exemplo,
elaborar contratos simples e de valor
reduzido, mas obrigadas ao cumpri-
mento dos seguintes deveres: de im-
parcialidade e sigilo, organizando-se
de forma a identificar potenciais con-
flitos de interesses e actuar de modo a
Casos da Vida Judiciária
ANTÓNIO RAPOSO
evitar o risco da respetiva ocorrência.
Acresce que, as referidas sociedades
comerciais devem respeitar o disposto
no artigo 8 (Elaboração de contratos)
da Lei 10/ 2024, a saber:
“(…)
4 - Os órgãos sociais e todas as pes-
soas que colaborem na atividade
das sociedades referidas (…) ficam
igualmente sujeitos ao dever de si-
gilo quanto a todos os elementos
de que tenham conhecimento em
função das respetivas atividades.
5 - As sociedades referidas (…) apro-
vam um código de conduta, que é
revisto a cada três anos, nos termos
do qual:
a) Se garanta o dever de sigilo e se
prevejam mecanismos de deteção e
prevenção de conflitos de interes-
ses, incluindo o dever de abstenção
de atuação quando estes se verifi-
quem;
b) Se estabeleça o conjunto de
princípios, valores e regras de atua-
ção dos dirigentes e trabalhadores
em matéria de ética profissional,
tendo em consideração as normas
penais sobre corrupção e infrações
conexas e os riscos de exposição da
entidade a estes crimes.
6 - Para efeitos da alínea b) do nú-
mero anterior, são identificadas no
código de conduta, pelo menos, as
sanções disciplinares aplicáveis em
caso de incumprimento dos respe-
tivos princípios, valores e regras, e
as sanções criminais associadas a
atos de corrupção e infrações co-
nexas.
7 - Os órgãos sociais e todas as pessoas
que colaborem na atividade das so-
ciedades referidas (…) aderem ao
código de conduta referido no nº
5, mediante declaração escrita.”
Idêntico regime restritivo é aplicável
a prestação de serviços referentes “à
negociação tendente à cobrança de
créditos”, que está previsto no artigo
9 do citado diploma, assim como é
regulado no artigo 7 “o exercício da
consulta jurídica por outras entida-
des”, que não advogados, solicitado-
res (e respectivas sociedades profissio-
SUBTIL
Sócio RSA
nais) ou sociedades multidisciplinares
de profissionais; estas nos termos da
Lei 53/2015, de 11 de junho.
Em 2024 nos bastidores da “queda do
Governo” foi aprovado, promulgado
e anunciado que, depois de uma luta
de anos, a prática de serviços jurídi-
cos (actos próprios dos advogados e
solicitadores) passaria a ser livre, ale-
gadamente para fomentar a livre con-
corrência e para benefício dos consu-
midores; o que também foi designado
por: livre acesso das sociedades comer-
ciais ao regime da multidisciplinarida-
de na vertente dos serviços jurídicos.
De imediato, quer sociedades de advo-
gados, quer sociedades de outros pro-
fissionais (integradas em Ordens Pro-
fissionais), quer sociedades comerciais
de prestação de serviços (consultoria,
auditoria, etc) se pronunciaram ou
responderam à pergunta: irão alargar
o âmbito da vossa actividade criando
uma sociedade multidisciplinar de ser-
viços jurídicos regulados?
Acontece que o identificado regime
legal, aprovado em 2024 ao cair do
pano, é imperfeito e só poderá aumen-
tar a instabilidade e desprotecção dos
consumidores que pretendem serviços
jurídicos típicos da prática da advoca-
cia, que oferece garantias muito rele-
vantes e diferenciadas, nomeadamente
ao nível do sigilo e deontologia pro-
fissionais; que não existem quando
coexistem, por exemplo, serviços de
auditoria ou inspecção e serviços de
advocacia.
Neste contexto, é relevante conhecer
o quadro legal da responsabilidade
penal das pessoas colectivas e dos
seus dirigentes (em especial o âmbi-
to do artigo 11-A do Código Penal)
e o regime jurídico da prevenção
do branqueamento de capitais, que
pressupõe o indispensável compliance
empresarial de actos e operações ju-
rídicas, que realizado por advogado
permite uma ampla e diferenciada
protecção dos seus clientes. Mesmo
quem defenda a multidisciplinarida-
de integrando serviços de advocacia,
terá de concluir que esta iniciativa do
legislador, sem a devida ponderação,
em nada favorece os interesses dos
consumidores de serviços jurídicos,
antes pelo contrário.
Como é também evidente, a negação
por parte da Ordem dos Advogados
de que o regime jurídico existente ti-
nha de ser revisto e actualizado, sem
contribuir para uma solução com-
preensível, não impediu a aprovação
de um diploma gerador de instabili-
dade no mercado dos serviços jurídi-
cos regulados e, certamente, prejudi-
cial aos interesses dos cidadãos que
deles necessitam.
SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024
JOSÉ MARTINO
Consultor em
Desenvolvimento
Territorial
Loulé investe
no desenvolvimento
sustentável
Tive a oportunidade de assistir à
Conferência “Capital Natural - Desafios do
Desenvolvimento Sustentável”, organizada pela
Câmara Municipal de Loulé.
Registei a intervenção de abertura com o tema
“Loulé na oportunidade da agenda climática”
proferida por Vítor Aleixo, Presidente da
Câmara Municipal de Loulé.
Foi um discurso oportuno, histórico e
memorável vindo de uma personalidade
que está à frente do seu tempo no que diz
respeito ao ambiente, à adaptação às alterações
climáticas, à agenda do desenvolvimento
sustentável.
Tem mapeados e atribuídos valores aos
sistemas e ecossistemas que fornecem serviços à
sociedade.
O capital natural, o seu planeamento
estratégico, a liderança e ação, o programa em
curso de plantações de centenas de milhares
de árvores, mostra a rapidez com que Loulé
está a apostar no investimento em energia
fotovoltaica, com o foco em espaços urbanos
cuidados, ordenados, limpos e bem tratados,
emprego de tecnologia de “smart cities”
Seguiu-se a apresentação: “O estado atual do
nosso planeta. Quais os desafios do futuro?”
proferida por Humberto Delgado Rosa, Diretor
para a Biodiversidade da Direção-Geral do
Ambiente da Comissão Europeia.
Uma autêntica lição sobre o estado da arte da
sustentabilidade. Retive como marcante a nova
imagem que transmitiu da sustentabilidade.
Não tem os 3 pilares verticais paralelos
(ambiental, social, económico) mas 3 camadas
horizontais: na camada base, “ambiente” (os
ecossistemas, os “habitats”, etc.) seguem-se
na 2.ª camada, as pessoas e o seu bem-estar
e por último, na 3.ª camada, o segmento
“económico”.
É importante agir, de forma urgente no
primeiro pilar da base, preservar e melhorar
o capital natural, mitigar as ações negativas,
restaurar e recuperar os ecossistemas.
Isto é importante porque 75% da superfície
terrestre está alterada pelo homem, 66% dos
oceanos têm problemas de poluição e outros,
85% dos sapais, pântanos, charcos, zonas
ribeirinhas foram perdidos (as zonas húmidas),
25% das espécies animais e vegetais estão
ameaçadas em risco de extinção, etc.
Seguiu-se “Agenda de Sustentabilidade:
Floresta, Biodiversidade e Desenvolvimento
Rural do Concelho de Loulé 2020-2025”,
uma exposição de Miguel Freitas, ex-secretário
de Estado das Florestas e Professor da
Universidade do Algarve.
Admirei a forma esquemática, brilhante,
simples, com que o orador explicou conceitos e
ações complexas nas suas inter-relações, alguém
que domina as temáticas por estudo, reflexão e
trabalho prático de terreno.
Trata-se de uma individualidade que congrega
vontades políticas e técnicas para fazer evoluir o
bem público e a economia de missão.
Gostei de conhecer os “hot spots da
biodiversidade” já levantados no concelho de
Loulé, superfícies com ecossistemas de elevado
valor natural, áreas com grande biodiversidade.
Conclui que há muito caminho a percorrer
pela sociedade portuguesa no seu geral e por
nós, para dar valor e defender o capital natural
de Portugal, solos, água, biodiversidade,
ecossistemas de elevado valor natural.
 SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024 19

NEGÓCIOS E EMPRESAS

Setor da construção em madeira

tem nova empresa
Com mais de 20 anos de expe-
riência e uma energia empreen-
dedora, Miguel Bravo Amaral
e Vasco Baptista aliaram o seu
know-how para criar a Odum,
esta nova empresa surge no mer-
cado já com uma gama exclusiva
de casas modulares, em madeira,
com a marca “Terra”.
“Criámos a Odum por acredi-
tar que podemos oferecer as me-
lhores soluções de habitação e da
maneira mais ecológica possível.
Colmatamos uma necessidade de
mercado muito concreta: ser a
resposta para quem procura uma
empresa de construção com uma
forte preocupação ambiental e
com a sustentabilidade, mas que
não descura a qualidade e o con-
forto. Aliado a isso, juntámos os
preços competitivos”, indica Mi-
guel Bravo Amaral.
Com mais de 80 obras no seu
portefólio, a Odum, que realiza
projetos para todo o país, pre-
tende ser uma lufada de ar fres-
co no mercado da construção
em madeira, em Portugal. ‘Ter-
ra’ é o nome das primeiras casas
de marca própria da Odum que
combinam elegância, moder-
nidade, qualidade e conforto a
um preço competitivo. A criação
desta marca representou um in-
vestimento de 150 mil euros para
“Terra” é o nome das primeiras casas de marca própria da Odum.
a empresa e os fundadores garan-
tem que não vão ficar por aqui,
tendo como objetivo continuar
a apostar em soluções de marca
própria. As primeiras casas com
esta marca estão disponíveis em
três tipologias (T1, T2 e T3).
“As casas ‘Terra’, sendo casas
modulares já com tudo pensado,
são casas rápidas de implementar
(entre oito a 12 semanas) e ideais
para quem quer boas soluções
de habitação e não quer esperar
muito tempo para começar a go-
zar a sua vida onde pretender”,
acrescenta
Com elevada perspetiva de
crescimento, a Odum terminou
o ano com uma faturação de 2.5
milhões de euros e prevê uma fa-
turação na ordem dos cinco mi-
lhões de euros em 2024.

EMPRESA ADERE AO
UN GLOBAL COMPACT
Auto-Estradas Formação Online
do Douro
Litoral investe
dois milhões
de euros na
sustentabilidade
AS RECENTES ALTERAÇÕES
A Auto-Estradas do Douro Lito- AO ALOJAMENTO LOCAL
E PROPRIEDADE HORIZONTAL
ral (AEDL), concessionária das au-
toestradas A41/CREP, A32 e A43,
no âmbito da sua política de ESG,
acaba de aderir ao UN Global
Compact, a maior plataforma de
sustentabilidade do mundo, que 27 de fevereiro | 14h00/17h30 | Duração 3h30
propõe às empresas um referencial
para negócios responsáveis, basea-
do em declarações e convenções
das Nações Unidas.
Com a adesão ao UN Global
Compact, a AEDL assume o com- PROGRAMA
promisso de incorporar, na sua
operação, estratégias e processos,
os Dez Princípios da iniciativa que 1 - O alojamento local na dependência do condomínio
se focam nas áreas dos direitos hu- - Especificidades do alojamento local em prédio no regime da propriedade FORMADORA
manos, práticas laborais, proteção horizontal
ambiental e anticorrupção. Com a - AL e licença de utilização MÁRCIA PASSOS
Advogada - Professora do
aplicação deste processo, a AEDL 2 - A titularidade do alojamento local, a intransmissibilidade e as Ensino Superior - Deputada à
irá aumentar o seu contributo para Assembleia da República
o alcance das metas da Agenda exceções
2030 das Nações Unidas. 3 - A oposição do condomínio à continuação da atividade
O investimento em curso atinge
os dois milhões de euros e envolve 4 - Competências das entidades públicas em relação ao AL: ASAE,
a substituição de cerca de três lu- Câmara Municipal, Junta de Freguesia
minárias convencionais por LED ,
a instalação de centrais de painéis 5 - Renovação, suspensão e caducidade dos registos
fotovoltaicos, com uma capacidade
total de cerca de 90 kWp, e a insta- 6 - A CEAL (contribuição extraordinária sobre os apartamentos em
lação de carregadores para veículos alojamento local)
eléctricos no Centro de Operações.
Para Tiago Rodrigues, CEO da
AEDL, “a sustentabilidade é, e
tem de continuar a ser, uma prio-
ridade das empresas a nível global. PREÇO*
Não basta falar, é necessário agir e Assinante GrupoVE 80€
é por esse motivo que, na AEDL,
Não Assinante 95€
estamos empenhados em seguir
* Acresce IVA à taxa em vigor
este caminho. A adesão ao UN
Global Compact reafirma o nosso
compromisso e as iniciativas que INFORMAÇÕES/INSCRIÇÕES
temos já em curso comprovam Vida Económica - Editorial SA.
que queremos, efetivamente, fa- 223 399 400/27 (chamada para a rede fixa nacional)
zer o que está ao nosso alcance Email formacao@grupovidaeconomica.pt
para melhorar a eficiência da nos- www.vebs.pt
sa operação e contribuir para um
futuro mais sustentável.”
20
EMPRESAS
Galp supera um milhão de carregamentos de veículos elétricos
A Galp fechou o ano de 2023 com mais de um milhão de carregamentos na sua rede de mo-
bilidade elétrica, um crescimento de 67% face ao período homólogo, estabelecendo o melhor
resultado de sempre nesta operação na Península Ibérica. A Galp tem cerca de quatro mil pontos
de carregamento instalados em Portugal, dos quais 12% rápidos e 8% ultrarrápidos. A infraes-
trutura de carregadores da empresa tem praticamente duplicado todos os anos desde 2020.
Aeroporto de Chisinau
acolhe conferência
internacional de aviação
M. MARGARIDA PEREIRA-MÜLLER
agenda@grupovidaeconomica.pt
Pela primeira vez, o Aeroporto Interna-
cional de Chisinau vai ser palco da con-
ferência internacional de aviação Aviation-
-Event 2024 RMO, programada para 30
de maio de 2024, em Chisinau, a capital
da Moldava.
Esta conferência tem o objetivo de pro-
mover o diálogo e a colaboração entre os
vários stakeholders ido setor de aviação da
aviação europeia. Espera-se a participação
de mais de 150 líderes mundiais do setor
de aviação civil, especialistas, vindos de
todo o mundo. A presidente da República
da Moldova, Maia Sandu, estará presente
na Aviation-Event2024 RMO.
Para Marcel Riwalsky, presidente do
Conselho de Administração da Aviation-
-Event, “a Aviation-Event está entusiasma-
da em organizar esta conferência em Chisi-
nau, que promete ser um evento marcante,
reunindo líderes e profissionais do setor,
proporcionando uma plataforma para ne-
tworking, compartilhamento de conheci-
mento e promoção da colaboração entre as
partes interessadas do setor”.
O objetivo da conferência é reunir os
líderes do setor de aviação europeu para
uma série de debates, entrevistas e uma va-
liosa rede de contatos, uma oportunidade
única e um desenvolvimento no setor de
aviação, que conectará os principais repre-
sentantes e palestrantes do setor em todo
o mundo.
Os principais tópicos e painéis de dis-
cussão concentrar-se-ão na aviação da
Moldava, um país que se está a preparar
para integrar a União Europeia, na confor-
midade e nos padrões regulatórios, baixo
custo na Europa Central e Oriental, meios
de comunicação e aviação e desafios da
aviação regional.
Esta primeira edição do Aviation-Event
na Moldava irá trazer ao país e ao aeropor-
to da capital uma valiosa cooperação entre
setores que é crucial para garantir a criação
e a manutenção de uma aviação forte e sus-
tentável que possa continuar a prestar um
serviço importante para milhões de passa-
geiros em toda a Europa. Esta conferência
proporcionará uma oportunidade única
para que os participantes se envolvam em
trocas de boas práticas, compartilhem per-
ceções, estabeleçam parcerias e conheçam
a República da Moldava por meio de seu
povo, cuja hospitalidade é famosa em todo
o mundo.
Constantin Vozian, presidente do Con-
selho de Administração do Aeroporto In-
ternacional de Chisinau, referiu que “o Ae-
roporto Internacional de Chisinau sente-se
honrado por ser o anfitrião do Aviation-
-Event 2024 RMO. Pela primeira vez,
um evento de aviação tão importante em
escala europeia será realizado na Moldava.
Acreditamos firmemente que o evento reu-
nirá os melhores especialistas em aviação
no Aeroporto Internacional de Chisinau,
que está convenientemente situado no cru-
zamento entre a Ásia e a Europa, e con-
tribuirá para o seu desenvolvimento como
uma placa giratória”.
O Aviation-Event é uma plataforma
global comprometida com a promoção da
inovação e da sustentabilidade na aviação.
As conferências servem como fóruns vi-
tais para que os líderes do setor enfrentem
desafios e identifiquem oportunidades no
cenário da aviação, que está em constante
evolução.
Crédito y Caución e Iberinform inauguram nova sede em Lisboa
A Atradius Crédito y Caución Portugal e a Iberinform Portugal inauguraram as novas instala-
ções em Lisboa, integrando num espaço conjunto todos os serviços da seguradora de crédito e
caução e da sua filial de informação de empresas para a gestão de riscos comerciais. A mudan-
ça da sucursal da Crédito y Caución Portugal para este novo espaço traduz o investimento da
seguradora no reforço da sua capacidade de serviço no mercado português.
RESERVAS SÃO FEITAS COM MAIOR ANTECEDÊNCIA
Turistas estão a aumentar duração
das estadias em Portugal
Uma nova análise de mais de 115 mi-
lhões de reservas de hotéis feita pela Site-
Minder, o nome por trás da única plata-
forma de software que desbloqueia todo o
potencial de receita de hotéis, revela que o
ano recorde de viagens em Portugal levou
os turistas a reservar com sete dias de ante-
cedência a mais que no ano anterior, com
a viagem média organizada seis semanas e
meia antes do check-in. Os viajantes fica-
ram mais tempo, tendo também havido
uma diminuição dos cancelamentos apesar
do aumento dos preços.
Comportamentos e preferências
dos viajantes mudaram
O mais recente relatório SiteMinder’s
Hotel Booking Trends analisa o maior
conjunto de dados de reservas de hotéis do
mundo. Relativamente a Portugal, este re-
latório permitiu concluir que um recorde
de viagens internacionais garantiu que via-
jantes do Reino Unido, EUA e França re-
servassem aproximadamente uma semana
mais cedo que no ano anterior, enquanto
lutavam para garantir o melhor negócio. O
tempo de antecedência de 46 dias entre a
reserva e o check-in em Portugal represen-
tou um salto de 10 dias em relação à média
global e foi cinco dias mais longo do que
em Espanha.
Ao lado do México, Portugal foi palco
das estadias em hotéis mais longas a ní-
vel global, com quase 30% dos viajantes
a prolongar a sua estadia por três dias ou
mais.
Quando comparado com o resto da Eu-
ropa, a tarifa diária média em Portugal va-
riou menos durante a semana, com uma
pequena diferença de J15 entre uma esta-
dia de sexta e de domingo à noite.
Após alguns anos de comportamento de
reserva atípico, a sazonalidade suavizou-se
ligeiramente em 2023. Apesar disso, Por-
tugal permaneceu o mercado mais sazonal
da Europa, tendo-se verificado uma maior
concentração de “check-ins” nos hotéis
durante o mês de agosto do que em qual-
quer outro país.
Em relação aos preços de alojamento, o
relatório da SiteMinder mostra que houve
um aumento dos preços no início de 2023,
mas esses ganhos diminuíram no segundo
semestre do ano.
SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024
Os cancelamentos para propriedades lo-
cais diminuíram ligeiramente em compa-
ração com os níveis de 2019, colocando-as
ao nível da média global de 20%.
Trent Innes, diretor de crescimento da
SiteMinder, diz que estas descobertas des-
tacam a necessidade dos hoteleiros serem
dinâmicos e adverte contra a expectativa
do retorno de tendências de viagem co-
nhecidas.
“Os dados da SiteMinder mostram que,
enquanto os viajantes recuperaram a sua
confiança e a viagem internacional, junta-
mente com a sazonalidade tradicional, se
consolidaram, os comportamentos e prefe-
rências dos viajantes mudaram. O viajante
de hoje não é o mesmo de anos atrás,” diz
Innes. “Sabemos, através dos nossos dados,
que os viajantes estão a reservar com mais
antecedência do que antes. Também sabe-
mos, pela nossa própria pesquisa, que, em
comparação com o resto da Europa, a tari-
fa diária média em Portugal variou menos
durante a semana, com uma pequena dife-
rença de J15 entre uma estadia de sexta e
de domingo à noite. Portanto, existe uma
clara oportunidade para os hotéis por-
tugueses aplicarem práticas de gestão de
receita mais dinâmicas que lhes permitam
definir os preços dos quartos de acordo
com as exigências constantes da procura.”
As 12 principais fontes
de reserva para hotéis em
Portugal
Em Portugal, as 12 principais fontes de
reserva de hotéis em 2023, baseadas no
total de receita bruta de todos os usuários
da plataforma da SiteMinder, foram:
1. Booking.com
2. Websites dos hotéis (reservas diretas)
3. Expedia Group
4. Hotelbeds
5. Jet2holidays
6. OTS Globe
7. Global distribution systems
8. World 2 Meet
9. Agoda
10. Abreu Online
11. Traveltino
12. Portimar
 SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024 21

EMPRESAS

TECNOLOGIAS

Smartwatch XIAOMI Watch 2 Pro

Confesso que não sou propriamente um
fã de smartwatch’s pois considero que o te-
lemóvel contém toda a informação neces-
sária para as atividades que eu necessito e
valorizo.
Aceito no entanto que, para quem faz
desporto e quer controlar toda a atividade
ou mesmo responder a chamadas a partir
do smartwatch ou, ter mais um meio para
ver as suas mensagens este é o dispositivo
ideal para ter.
Resolvi, pois, testar o smartwatch da
Xiaomi para perceber o quão eu posso es-
tar errado e passar a ser mais um cliente da
marca.
A parametrização do relógio é simples
e intuitiva e permite-me também repli-
car a informação da APP no telemóvel.
Possui um ecrã amoled de 1.43” com co-
res vibrantes e extremamente límpidas; o
formato circular ajuda a encontrar e ler a
informação e está envolto numa caixa em
aço inoxidável, sendo que, a qualidade do
produto o coloca, tanto ao nível da perce-
ção como objetivamente como um relógio
do segmento premium, muito bem cons-
truído, elegante e requintado, mas também
suficientemente robusto para resistir a im-
previsibilidades.
O ecrã grande permite sem esforço ace-
der às mais de 200 aplicações disponíveis,
onde o processador ajuda na fluidez que o
relógio apresenta e, com uma parametriza-
ção das aplicações prática e intuitiva. Com
facilidade navegamos para selecionar qual- …e outros itens, como por exemplo o ní- de utilização muito gens que apresenta. Precisava valorizar
quer desporto (exceto o padel mas possui vel de água do organismo e, me reco- boa. itens como os vários treinos possíveis e
o ténis); saber o ritmo cardíaco, o nível de menda uma dieta! Quase que pensar que tenho de trazer mai
mais um objeto
oxigénio no sangue, níveis de stress, sono, Acredito que todas estas funcio- fiquei ren- comigo mas para a maioria dos utilizadores
etc; tudo de um modo simples e prático nalidades testadas estão disponí- dido à sua este é sem dúvida um smartwatch a ter em
com um grafismo muito bem conseguido. veis na maioria dos smartwatch utiliza- conta seja pelo seu desenho clássico, ele-
Dou por mim a valorizar este tipo de do mercado mas não é somente ção pelas gante, robusto, pelas funcionalidades ou
objeto que se mantém ainda mais perto o modo como as temos mas enormes pela qualidade do processador de topo.
de mim do que o telemóvel e me permite como acedemos às mesmas e, vanta- Preço final 270 euros.
aceder a qualquer informação; até efetuar aqui, o Smartwatch XIAO-
chamadas (sobre este tema a minha expe- MI Watch 2 Pro possui
riência foi a melhor pois a qualidade da qualidades que o destacam
chamada foi muito boa). no mercado, seja nos ma-
Também testei - com desagrado - o meu teriais utilizados, no soft-
perfil que me forneceu vasta informação ware ou no processador
sobre o meu peso, gordura, temperatura, tornando a experiência
22
FISCALIDADE
Trabalhadores dos impostos querem
resolução de “problemas centrais”
O Sindicato dos Trabalhadores dos
Impostos (STI) pediu uma reunião
com caráter de urgência ao secretário
de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno
Félix, no sentido de serem resolvidos
“problemas centrais” dos funcionários
da administração fiscal. Ainda que o
Governo esteja em gestão, deverá tomar
uma posição pública sobre os problemas
que afetam a AT e que os temas sejam
acautelados e colocados nas prioridades
do SEAF da próxima legislatura.
O sindicato informou em comunica-
do que a reunião pedida ao secretário
de Estado tem como principal objetivo
a resolução imediata de três problemas
centrais, entre outros, que estão por re-
solver. Desde logo, a situação dos tra-
Volvido quase um ano de negociações,
no passado dia 12 de dezembro de
2022, os 27 Estados-membro da
União Europeia chegaram a acordo,
para que, a partir de janeiro de 2024,
fosse introduzido um IRC mínimo de
15% sobre os lucros apurados pelas
grandes multinacionais.
Este trata-se, na verdade, de um
acordo histórico no quadro da
aplicação, a nível da União Europeia,
da componente de tributação mínima
da reforma da Organização para
a Cooperação e Desenvolvimento
Económico (OCDE) em matéria de
tributação internacional (o chamado
“Pilar II” do plano de ação BEPS).
Com efeito, a 22 de dezembro de
2021, a Comissão apresentou uma
proposta de diretiva que assegura a
aplicação de uma taxa efetiva mínima
de imposto de 15%, que tinha em
vista implementar, nos diversos
Estados-membro, de forma coerente
e compatível com o direito da União
Europeia, as “Model Rules” da
OCDE e, com isso, do mencionado
Pilar II.
A proposta, que foi votada
favoravelmente, previa, grosso modo,
a aplicação de uma taxa efetiva
mínima de imposto a empresas
nacionais e multinacionais, com
operações internas e além-fronteiras,
cujo volume de negócios anual seja
superior a 750 milhões de euros.
A aplicação da diretiva limitará o
nivelamento por baixo das taxas de
imposto sobre as sociedades, o que
reduzirá o risco de erosão da base
As tabelas salariais
merecem reparos
e terão de ser revistas
balhadores da Autoridade Tributária e
Aduaneira não licenciados e integrados
no período experimental, no âmbito do
artigo 38º do Decreto Lei 132/2019.
Considera o sindicato que não se justi-
fica que tenham um concurso, um pe-
ríodo experimental e não tenham qual-
quer valorização salarial. Por sua vez, o
CAROLINA REIS COELHO
advogada estagiária de Fiscal
da PRA – Raposo, Sá Miranda
& Associados
Adiar o inevitável
tributável e de transferência de lucros
e garantirá que os maiores grupos
multinacionais paguem, a nível
mundial, a taxa mínima de 15%
acordada.
Adicionalmente, deve assinalar-se que,
uma vez que os grupos multinacionais
estão geralmente presentes em
vários Estados-Membros da União
Europeia e que estas regras acabam,
por isso, por ter uma dimensão
transfronteiriça, está prevista a adoção
de taxas complementares de imposto
de forma a acautelar a eventual
existência de assimetrias na taxa
efetiva de IRC adotada, suscetíveis
de distorcer a concorrência leal no
mercado comunitário.
Assim, se a taxa de imposto efetiva
das entidades constituintes de um
grupo de empresas multinacionais,
calculada em conjunto como uma
só, numa jurisdição, for inferior
à taxa mínima 15%, o imposto
complementar é devido em relação a
cada uma das entidades constituintes
dessa jurisdição, a fim de elevar a taxa
de imposto efetiva até à taxa mínima.
Sucede, porém, que o Governo
português tinha até 31 de dezembro
de 2023 para proceder à transposição
da diretiva para o ordenamento
jurídico interno e, portanto, antes
dessa data, teria de ter apresentado a
proposta na Assembleia da República,
o que efetivamente não aconteceu.
Como consequência de não ter
transposto a diretiva europeia, a
Comissão Europeia já desencadeou
um processo no Tribunal de Justiça
Receita fiscal subiu 12,5% no ano passado
O Estado arrecadou cerca de 58,8 mil milhões de euros em impostos, no ano passado, o que se
traduziu num aumento de 12,5% face ao exercício anterior. Este aumento refletiu sobretudo o de-
sempenho do IVA e do IRS, de acordo com a DGO. A receita dos impostos diretos cresceu 16%,
para 27,1 mil milhões de euros, enquanto a dos impostos indiretos aumentou 9,7%, para 31,7 mil
milhões de euros. Destaque para o IVA com um avanço de 10%.
sindicato defende que as tabelas sala-
riais daquele decreto lei merecem repa-
ros e terão de ser revistas, no mínimo
proporcionalmente ao que aconteceu
com as tabelas dos técnicos superiores
da administração pública.
Outra das situações apontadas está
relacionada com a avaliação permanen-
te prevista no Decreto Lei 132/20192,
que o sindicato considera “central numa
autoridade que trabalha num complexo
meio legislativo e em permanente alte-
ração, como é o caso da legislação fis-
cal, e que deve ter um procedimento de
avaliação permanente justo, simples e
objetivo, em funcionamento, conforme
acordado com o Governo e ainda não
implementado pela AT”.
da União Europeia (TJUE) contra
Portugal, nos termos do qual foi
estipulado um prazo máximo de 2
meses para a transposição da diretiva.
Uma vez que, na sequência da
demissão do Primeiro-ministro
António Costa, Portugal passou a
contar com um Governo de Gestão
e que, inclusive, foi decretada a
dissolução do Parlamento, só após as
eleições marcadas para o próximo dia
10 de março e uma vez tomada posse
do novo Governo, é que se reunirão as
condições para aprovar uma proposta
de lei a submeter à Assembleia da
República, para ser alvo de discussão e
votação pelos deputados eleitos.
Não obstante, não pode deixar de se
mencionar que se o novo Governo
conseguir transpor a diretiva ainda
no decurso do presente período
de tributação, seguramente ainda
aplicará, este ano, a taxa mínima
efetiva de IRC pretendida, sobretudo
considerando que este imposto apenas
deverá ser liquidado e entregue ao
Estado, pelas empresas, através das
respetivas declarações Modelo 22 de
IRC, até final de maio de 2025.
Contudo, naturalmente que este
atraso na transposição da diretiva
europeia seria perfeitamente evitável,
em especial num dos países que tem
das taxas de IRC mais elevadas da
Europa, nunca tendo o Governo,
ainda em funções, reconhecido o
atraso pela não colocação em vigor,
deste instrumento de combate
à erosão fiscal, dentro do prazo
proposto.
SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024
AGENDA FISCAL
FEVEREIRO
Até ao dia 10
• IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas
singulares
- Declaração Mensal de Remunerações - Entrega
desta declaração pelas entidades devedoras de ren-
dimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS,
bem como os que se encontrem excluídos de tri-
butação, para comunicação daqueles rendimentos
e respetivas retenções de imposto, das deduções
efetuadas relativamente a contribuições obrigató-
rias para regimes de proteção social e subsistemas
legais de saúde e a quotizações sindicais, relativas
ao mês Janeiro.
- Declaração Modelo 10 - Envio por transmissão ele-
trónica de dados, pelos sujeitos passivos que sejam
devedores de rendimentos que não foram declara-
dos na declaração mensal de remunerações (DMR).
Até ao dia 15
• IRS-IMT-SELO
- Declaração Modelo 11 - Entrega pelos Notários e
outros funcionários ou entidades que desempenhem
funções notariais, bem como as entidades ou profis-
sionais com competência para autenticar documen-
tos particulares que titulem atos ou contratos su-
jeitos a imposto sobre o rendimento ou património.
• IMI - Imposto municipal sobre imóveis
- Declaração de Bens Comuns - Comunicação da
titularidade dos prédios que integram a comunhão
de bens dos sujeitos passivos casados, não refletida
na matriz, para atualização matricial com efeitos a
1 de Janeiro.
- Participação de rendas - Envio pelos sujeitos pas-
sivos que estejam a beneficiar do regime previsto
no artigo 15.º-N do Decreto-Lei n.º 287/2003, de
12 de novembro, para prédios urbanos arrendados
para fins habitacionais ou não habitacionais, com
contratos celebrados antes da entrada em vigor do
regime do Arrendamento Urbano ou do Decreto-Lei
n.º 257/95, de 30 de setembro, respetivamente.
• IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas
singulares
- Composição do agregado Familiar - Consulta e
atualização dos dados relativos à composição do
agregado familiar e outros elementos pessoais rele-
vantes a considerar na declaração de IRS.
- Frequência de estabelecimento de ensino - Envio
por transmissão eletrónica de dados, de comprova-
tivo da frequência em estabelecimento de ensino,
caso seja estudante dependente com rendimentos
no âmbito da categoria A ou B, e pretenda benefi-
ciar da exclusão de tributação prevista no n.º 9 do
art.º 12.º do CIRS.
- Despesas de educação e rendas - Comunicação
das despesas de educação em Território Interior ou
Região Autónoma e dos encargos relativos a rendas
para habitação permanente quando se tenha verifi-
cado a transferência para Território Interior estabe-
lecido em Portaria.
- Contratos de arrendamento - Comunicação da du-
ração ou cessação, por transmissão eletrónica de
dados, dos contratos de arrendamento de longa du-
ração com direito à redução de taxa prevista nos nºs
2, 3, 4 e 5 do art.º 72.º do Código do IRS.
IRC
Taxas Derrama 2023
Através do Ofício-Circulado nº 20264, do dia 5 de
fevereiro, da direção de Serviços do Imposto sobre
o Rendimento das Pessoas Coletivas, a AT divulgou
a lista dos Municípios com a indicação dos códigos
de Distrito/Concelho, das taxas de derrama lança-
das sobre o lucro tributável do IRC do período de
2023, bem como o âmbito das respetivas isenções
necessárias ao preenchimento da Declaração de
Rendimentos Modelo 22.
Recorde-se que, nos termos da Lei que estabelece
o Regime Financeiro das Autarquias Locais e das
Entidades Intermunicipais (Lei nº 73/2013, de 03
de setembro), estas taxas incidem sobre o Lucro
tributável sujeito e não isento de IRC relativo ao
período de 2023.
 SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024 23

FISCALIDADE

Gasóleo agrícola mais barato
Os agricultores que forem abastecer gasóleo agrícola podem contar com uma descida do
preço. Foi publicada a portaria que prevê a redução de 55% do imposto sobre os produtos
petrolíferos, de 4,7 cêntimos para 2,1 cêntimos por litro. Esta medida integra-se no pacote de
apoios aos agricultores de 450 milhões de euros. O Governo adianta que o custo estimado da
medida é de 11 milhões de euros por ano.
Declaração automática de IRS alargada aos certificados
de reforma
O IRS automático é este ano alargado aos contribuintes que têm aplicações nos certificados
de reforma por via do Regime Público de Capitalização. O alargamento consta de um decreto
regulamentar que prevê a “inclusão dos sujeitos passivos que realizem aplicações em contas
individuais geridas em regime público de capitalização”.

FELÍCIA TEIXEIRA CONTAS & IMPOSTOS

Consultora da Ordem dos
Contabilistas Certificados (OCC)
comunicacao@occ.pt
Taxas em serviços de transporte
de passageiros em sede de IVA
Doações entre cônjuge ou unido de facto, Se se considerar que se está perante faturação
relativa ao transporte de pessoas, quer seja
descendentes e ascendentes – Imposto do Selo efetuado diretamente pelo sujeito passivo quer este
O recebimento de uma quantia subcontrate o serviço a terceiros, será tributado à
monetária no âmbito de uma taxa reduzida.
doação efetuada por um cônjuge, Determinado sujeito «2.14 - Transporte de
unido de facto, descendente, passivo iniciou a atividade passageiros, incluindo
ascendente (ou mesmo por herança) com o CAE 49320 - aluguer de veículos com
não configura uma operação Transporte ocasional de condutor. Compreende-se
tributável em sede de IRS por não passageiros em veículos nesta verba o serviço de
ser enquadrável em nenhuma das ligeiros. transporte e o suplemento
A fatura/recibo é emitida de preço exigido pelas
categorias deste imposto. a um parceiro UBER pelo bagagens e reservas
Note-se que as transmissões serviço de transporte de lugar, bem como o
gratuitas tanto incluem as que de passageiros e não transporte de pessoas
decorrem de sucessão (herança) diretamente ao cliente. no âmbito de atividades
como feitas em vida (doação). Pode considerar-se o marítimo-turísticas.»
O Código do Imposto sobre o serviço na verba 2.14 - Esta verba contempla
Transporte de passageiros, unicamente o mero
Rendimento das Pessoas Singulares incluindo aluguer de transporte de passageiros.
estabelece que este imposto não veículos com condutor - Exclui-se, do âmbito de
incide sobre os incrementos lista I do CIVA ou tem de aplicação desta verba,
patrimoniais provenientes de aplicar-se a taxa de 23%? todas as prestações
transmissões gratuitas sujeitas a Esta alteração dada pela LOE realizados isentos deste imposto, de serviços complexas
Imposto do Selo. 2024 será relevante apenas em segundo a verba aplicável da tabela. A questão colocada refere- em que o serviço de
Deste modo, por exemplo, o matéria de obrigação declarativa, Ou seja, se a doação de dinheiro for se ao enquadramento em transporte seja apenas
já que esta é exigida em relação a tratada num notário ou através de sede de IVA, relativamente um dos elementos
recebimento de uma quantia à prestação de serviços de necessários à prossecução
monetária efetuada por um avô transmissões sujeitas a imposto, um advogado, estas entidades vão transporte de passageiros da finalidade dessa
a um neto, não implica qualquer independentemente de estarem, ou submeter o anexo do Imposto do a uma empresa TVDE prestação de serviços,
obrigação declarativa para efeitos de não, isentas. Selo (Modelo 1 – Imposto Selo). parceira da UBER. mas não o elemento que a
IRS. A operação incide no âmbito O artigo 26.º do CIS prevê a A título conclusivo, um donativo Em conformidade com caracteriza.
do Imposto do Selo. participação ao serviço de finanças em dinheiro superior a 5000 (euro), o disposto no artigo 1.º Face à verba mencionada,
competente as transmissões entre cônjuges ou unidos de facto, do Código do IVA, estão se consideramos que
Em termos de incidência objetiva, o sujeitas a imposto sobre estamos perante faturação
Imposto do Selo incide sobre todos gratuitas sujeitas a Imposto do Selo. descendentes e ascendentes (por o valor acrescentado relativa ao transporte
os atos, contratos, documentos, Com a redação da alínea g) do exemplo de pais para filhos e/ou as transmissões de de pessoas, quer seja
títulos, papéis e outros factos n.º 5 do artigo 1.º do CIS, ficam de avós para netos), não existe a bens e as prestações efetuado diretamente pelo
ou situações jurídicas previstas afastados da necessidade de obrigação declarativa4 (Modelo 1 – de serviços efetuadas sujeito passivo quer este
na Tabela Geral, incluindo as participação os donativos entre Imposto Selo). no território nacional, a subcontrate o serviço a
cônjuges ou unidos de facto, Ainda no âmbito das doações/ título oneroso, por um terceiros, será tributado
transmissões gratuitas de bens. sujeito passivo agindo à taxa reduzida. Só seria
Os donativos em dinheiro de valor descentes e ascendentes até ao donativos entre cônjuges ou
como tal; as importações tributado à taxa normal
superior a 500 (euro) são sujeitos montante de 5000 (euro). unidos de facto, descendentes e de bens; e as operações se não fosse discriminado
a Imposto do Selo, nos termos do Ressalva-se que, mesmo que ascendentes, existe a obrigação da intracomunitárias na fatura como serviço de
Código deste imposto.1 estejamos perante donativos em entrega da declaração Modelo 1- efetuadas no território transporte de passageiros
Daqui resulta que se um dinheiro de valor superior a 5000 Imposto Selo, apenas para doações nacional, tal como e fizesse parte de um
beneficiário recebe um bem ou uma (euro), não existe necessidade de de bens e direitos, por exemplo, são definidas e valor genérico de serviços
participação ao serviço de finanças bens imóveis, veículos automóveis, reguladas no Regime prestados.
quantia em dinheiro, a doação fica do IVA nas Transações Face ao exposto e em
sujeita a Imposto do Selo à taxa de competente, tendo em atenção o direitos de propriedade industrial. Intracomunitárias. jeito de conclusão, se
10%2. estabelecido no artigo 28.º do CIS: Naturalmente que se estivermos Por outro lado, determina estivermos perante um
No entanto, as doações em dinheiro “1 - Os beneficiários de transmissões a falar de doações/ donativos o artigo 18.º do sujeito passivo que no
feitas, por exemplo, pelos avós aos gratuitas estão obrigados a prestar em dinheiro, bens e direitos, referido Código que as âmbito da sua atividade
netos estão isentas de Imposto do as declarações e proceder à relação por exemplo, de um tio para transmissões de bens e esteja perante prestação
dos bens e direitos, a qual, em caso um sobrinho, haverá sempre a as prestações de serviços de serviços de transporte
Selo3. serão tributadas à taxa de de passageiros será de
A Lei de Orçamento de Estado de isenção, deve abranger os bens e obrigação declarativa da entrega da
6% caso constem da lista aplicar a taxa reduzida por
para 2024 (LOE 2024), Lei n.º direitos referidos no artigo 10.º do Modelo 1- Imposto Selo. I anexa ao Código, à taxa aplicação da verba 2.14
82/2023, de 29 dezembro aditou a Código do IRS e outros bens sujeitos Uma nota importante, quando de 13% caso constem da da lista I anexa ao CIVA.
alínea g) do n.º 5 do artigo 1.º do a registo, matrícula ou inscrição, não haja intervenção de notário, lista II anexa ao Código, Face ao exposto, caso se
Código de Imposto de Selo (CIS), bem como, exceto no caso de doações conservador ou advogado num ou à taxa de 23% caso não conclua que não estamos
a favor de beneficiários isentos, os processo de doação, a entrega da estejam especificamente perante uma prestação de
que passa a determinar que: nomeadas em nenhuma serviços de transporte de
“Para efeitos da verba 1.2 da tabela valores monetários, ainda que objeto declaração Modelo 1 – Imposto
das referidas listas anexas. passageiros nos termos
geral (aquisição gratuita de bens), de depósito em contas bancárias.” Selo de ser apresentada até ao Não estando em questão anteriormente referidos,
não são sujeitas a imposto do selo os De referir que de acordo com o final do 3.º mês seguinte ao do prestações de serviços mas sim da prestação de
donativos entre cônjuge ou unido de artigo 52.º do CIS, os sujeitos nascimento da obrigação tributária, previstos em qualquer serviços de motorista,
facto, descendentes e ascendentes, até passivos do imposto referidos em qualquer serviço de finanças, verba da lista I ou da não beneficia da verba
no n.º 1 do artigo 2.º (notários, em papel. Não está disponível no lista II, serão tributados 2.14 da lista I anexa ao
ao montante de 5000 (euro).” CIVA, não cabendo em
conservadores, advogados…), ou portal das finanças a possibilidade à taxa normal de imposto
atualmente fixada em nenhuma outra verba das
1 - Alínea d) do n.º 5 do artigo 1.º do os seus representantes legais, são de submeter eletronicamente a 23%. listas anexas ao Código,
Código do Imposto do Selo obrigados a enviar anualmente, Modelo 1- Imposto Selo. No caso em análise, de estará sujeita a tributação
2 - Verba 1.2 da Tabela do Imposto do por transmissão eletrónica de acordo com o exposto à taxa normal (23%), nos
Selo dados, declaração discriminativa 4 - Artigo 28.º do Código do Imposto na questão, poderá termos da alínea a) do n.º
do Imposto do Selo liquidado e equacionar-se a aplicação 1 do artigo 18.º daquele
3 - Alínea e) do artigo 6.º do Código do do Selo diploma.
do valor das operações e dos atos da verba 2.14:
Imposto do Selo
INFORMAÇÃO ELABORADA PELA ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
24
MERCADOS
VÍTOR POÇAS, PRESIDENTE DA AIMMP, ALERTA
Indústria de madeira e mobiliário tem falta
de mão de obra qualificada
As indústrias de madeira e
mobiliário têm aumentado e
diversificado as suas exportações
nos últimos anos. No entanto,
também se colocam desafios
importantes ao setor, como
a escassez de matéria-prima
nacional e de mão de obra
qualificada, bem como elevados
custos de contexto. “Este é um
setor que o país teima em não
acarinhar transversalmente”
– referiu em entrevista à Vida
Económica Vítor Poças,
presidente da Associação
das Indústrias de Madeira
e Mobiliário de Portugal
(AIMMP).
Vida Económica - Qual a atual situação
geral do mercado da madeira e do mobi-
liário?
Vítor Poças - A evolução do mercado da
madeira e mobiliário tem sido muito positi-
va, sobretudo no que diz respeito ao volume
de exportações do setor que, nos últimos 12
anos, apresentou um crescimento verdadeira-
mente notável, passando de 1,5 mil milhões
em 2010 para mais de três mil milhões em
2022. Num panorama mais recente, ainda só
temos dados oficiais até novembro de 2023,
o setor apresenta um crescimento global das
suas exportações de 4,6% em comparação
com o mesmo período do ano anterior, sendo
que esperamos alcançar um record histórico
de 3170 milhões de euros no final do ano.
Neste contexto, destacamos o crescimento
das exportações de mobiliário, colchoaria e
iluminação, que cresceram 11% em 2023 e
uma relevante desaceleração das importações
do setor, na casa dos 5,6%, com destaque
para a redução das importações de madeiras
e suas obras de 11%, levando a uma retoma
na subida do saldo da balança comercial para
mais de 400 milhões de euros no ano passa-
do.
Outro importante indicador de sucesso diz
respeito ao destino das exportações.Na reali-
dade, além do crescimento das exportações,
tem-se verificado um alargamento dos merca-
dos destino com um crescimento significati-
vo de países fora dos mercados tradicionais da
Europa, com um peso de 35% do volume to-
tal das exportações. É importante a diversifi-
cação dos mercados e a AIMMP tem liderado
esforços pioneiros nesse sentido, expandindo
as suas iniciativas de promoção fora da Euro-
pa, quer no Médio Oriente quer nos Estados
Unidos, por serem mercados com um grande
potencial de crescimento para as exportações
nacionais.
SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024
PSI-20 (07.02) 6182,99
Dow Jones 7/fev .........38668,95 DAX 7/fev ....................16921,96
Var Sem ................................1,35% Var Sem ................................ 0,11%
-2,22% Var. Semana
Var 2024................................2,59% Var 2024................................1,02%
6300
6280
6260
Nasdaq 7/fev ...............15728,79 CAC40 x7/fev................. 7611,26
6240
6220
Var Sem ................................3,70% Var Sem ...............................-0,59%
Var 2024................................4,76% Var 2024................................0,90%
Pontos
6200
6180
IBEX 35 7/fev .................9888,20
6160
6140
6120
1/fev 2/fev 3/fev 4/fev 5/fev 6/fev 7/fev
Var Sem ...............................-1,88%
-3,35% Var. 2023 Var 2024...............................-2,12% COLABORAÇÃO: BANCO SANTANDER
AIMMP apoia as
empresas na estratégia de
internacionalização
VP - Sim, a questão da matéria-prima é
crítica e penaliza a competitividade das nos-
sas empresas. Portugal teima em não promo-
ver a exploração profissional da nossa floresta,
fazendo uma gestão quase ruinosa da mesma
e isso, obviamente, obriga à importação de
enormes quantidades de matérias-primas,
com todos os custos de transporte e de lo-
gística implícitos, e isso sem dúvida que afeta
toda a fileira. Este fornecimento que já era
difícil veio a ser agravado com os incêndios
de grande dimensão ocorridos nos últimos
cinco anos e, agora, com o surgimento da
O setor espera atingir um valor recorde de 3170 milhões de euros de exportações no final do ano,
guerra na Ucrânia.
admitiu Vítor Poças.
VE - Apesar da carga fiscal a que es-
VE - Quais os principais problemas que promoção internacional, nomeadamente a tão sujeitas, as empresas estão mais
se colocam às empresas do setor? participação em feiras internacionais como competitivas?
VP - O setor tem desafios, alguns deles iniciativa muito importante. O projeto con- VP - A melhoria da competitividade das
específicos do setor da madeira e mobiliário junto InterWood&Furniture de apoio à in- empresas tem sido possível graças à moder-
e/ou dos seus sub-setores, muito concre- ternacionalização tem sido promovido pela nização tecnológica das empresas, aumen-
tamente no que diz respeito à escassez de AIMMP e surge como uma peça-chave nesse to da dimensão média das mesmas, com
matéria-prima de origem nacional e de mão esforço, permitindo que as empresas expan- ganhos e economias de escala, melhoria
de obra qualificada, bem como dos custos dam as suas fronteiras com um apoio finan- da qualidade da gestão e pelo esforço de
de contexto para um setor industrial que, do ceiro significativo. valorização dos produtos, nomeadamente
nosso ponto de vista, o país teima em não ao nível do design e uso de marcas. A carga
acarinhar transversalmente, como a carga fis- Concorrência desafiante fiscal é muito pesada em Portugal e inibe
cal desproporcional sobre os rendimentos de a iniciativa empresarial, as empresas dão
quem trabalha, problemas de licenciamento VE - Até que ponto a concorrência de um contributo fundamental ao desenvol-
industrial, burocracias, ineficiência de funcio- países terceiros está a penalizar as em- vimento socio-económico do país e, nessa
namento do Estado em razão de celeridade de presas nacionais? medida, a melhoria da sua competitivida-
processos, desmotivação das pessoas, escassez VP - A concorrência é sempre desafiante, de através da redução da carga fiscal seria
de meios e ausência de proximidade para re- mas é também uma forma de desenvolver e muito importante.
solução de problemas concretos das pessoas e estimular os mercados a um desenvolvimento VE - Os fundos comunitários estão a
das empresas que poderiam maior. Os empresários por- ser aproveitados?
catapultar o crescimento tugueses têm sabido respon- VP - Ao nível de projetos financia-
económico. Portugal não der a este estímulo através dos, a AIMMP tem neste momento
da inovação de produto, do dois projetos principais em curso. O
VE - As empresas es-
promove a design para a sustentabilida- InterWood&Furniture vocacionado para
tão a fazer um esforço no exploração de, pela criação de marcas o apoio às iniciativas de promoção inter-
sentido da internacionali- profissional da e assegurando a qualidade nacional dos produtos e das empresas do
zação? de sempre da nossa indús- setor e o novo projeto DecarbWood, cujo
VP - Sim, sem dúvida. floresta tria. Portugal tem vindo a objetivo é o de criar um Roteiro para a
Portugal é um mercado de fazer um trajeto de enorme Descarbonização das Indústrias de Madei-
pequena dimensão pelo sucesso no valor da Marca ra, abordando o tema da descarbonização,
que o crescimento das empresas passa pelo Portugal, incluindo a promoção da fileira que é hoje uma questão essencial no fun-
aumento das exportações, numa primeira casa através da marca chapéu “ASSOCIATI- cionamento das empresas e do mundo em
fase, e pela sua internacionalização quando VE DESIGN – THE BEST OF PORTU- geral. A Indústria de Madeira e Mobiliário
adequada, constituindo uma quase obriga- GAL”, a qual tem permitido alcançar grande está bem posicionada na questão das emis-
ção como forma de ganharem volume de protagonismo para os produtos e marcas que sões de carbono, pelas caraterísticas da sua
vendas. Por outro lado, normalmente a ex- visam e incorporam a inovação, a tecnologia, matéria-prima principal – a madeira - mas
portação e a internacionalização permitem o design e a sustentabilidade. O nosso setor são possíveis otimizações que este roteiro
às empresas uma maior rentabilidade asso- é um caso de sucesso com várias marcas a vem propor. A sustentabilidade é hoje uma
ciada a uma maior valorização do produto, concorrerem a nível mundial com os grandes questão importante para as empresas e,
pelo que esta estratégia é seguida e constitui players internacionais. como tal, a AIMMP assumiu a liderança
uma aposta das empresas nacionais e do se- e mobilização do setor das madeiras e mo-
tor. A AIMMP tem um papel determinan- VE - Tem havido problemas no forneci- biliário num tema da maior relevância na
te no apoio às empresas na sua estratégia de mento das matérias-primas? atualidade.
 SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024 25

MERCADOS

EURODÓLAR (07.02) 1,0770 Euro/Libra 7/fev ........0,8529 EURIBOR 3M (07.02) 3,8950 Euribor 6M 7/fev .......3,8950 PETRÓLEO BRENT (07.02) 78,98 Ouro 7/fev ...............2039,32
Var Sem ........................-0,04% -0,26% Var. Semana Var Abs Sem ..................1,67% -3,41% Var. Semana Var Sem .........................0,00%
-0,44% Var. Semana Var 2024........................ -1,14%
6300
Var 2024.........................1,63% 3.94 Var 2024.........................0,98% 79.5

3.92
6280 79
6260 3.9

Euro/Iene 7/fev .... 159,4000 Euribor 1Y 7/fev ........3,6560 Prata 7/fev ...................22,35
78.5
6240 3.88
6220 3.86 78
6200
6180
Var Sem ........................-0,29% 3.84

3.82
Var Abs Sem ..................2,35% 77.5 Var Sem ........................-2,61%
6160
6140
Var 2024........................-2,31% 3.8
Var 2024.........................4,07% 77 Var 2024........................-6,04%
3.78
6120 76.5
1/fev 2/fev 3/fev 4/fev 5/fev 6/fev 7/fev
1/fev 2/fev 3/fev 4/fev 5/fev 6/fev 7/fev 1/fev 2/fev 3/fev 4/fev 5/fev 6/fev 7/fev

-2,44% Var. 2023 -0,36% Var. 2021 2,44% Var. 2021 COLABORAÇÃO: BANCO SANTANDER

ÍNDICE DE RENDAS RESIDENCIAIS APURADO PELA CONFIDENCIAL IMOBILIÁRIO

Rendas em Lisboa baixam 2,2%

As rendas dos contratos de arrendamento vada a partir de meados de 2022 terá sido,
residencial celebrados em Lisboa no 4º tri- sobretudo, um reflexo da reação dos pro-
mestre de 2023 apresentaram uma redução prietários aos limites de atualização então
de 2,2% face ao trimestre anterior, mostram impostos aos contratos vigentes, bem como
os resultados do Índice de Rendas Residen- à crescente incerteza no arrendamento, que
ciais apurado pela Confidencial Imobiliário. se agravou com as medidas anunciadas no
Este é o segundo trimestre consecutivo âmbito do Mais Habitação. Daí resultou
em que as rendas dos novos contratos des- uma subida de quase 30% num ano, esca-
cem na capital, consolidando a entrada em lada após a qual começou a haver a perce-
terreno negativo registada no 3º trimestre ção de que o mercado teria atingido o nível
de 2023, quando se observou uma variação máximo de rendas, com um refreamento
em cadeia de -0,5%. nos valores praticados nos novos contratos,
A segunda metade do ano passado veio, como é visível nos dois últimos trimestres
assim, travar o ciclo de fortes aumentos das do ano passado”, comenta Ricardo Guima-
rendas sentidos desde meados de 2022, com rães, diretor da Confidencial Imobiliário.
variações em cadeia que se posicionaram
entre 5,0% e 10,0% e das quais resultou um Tendência de desaceleração As rendas médias contratadas no cômputo de 2023 atingiram os 19,0J/m2 em Lisboa e 15,1J/
crescimento homólogo de 29,6% no 2º tri- no Porto m2 no Porto.
mestre de 2023. Em virtude do comporta-
mento destes dois mais recentes trimestres, No Porto, a tendência é igualmente de trimestre. Também neste mercado há uma Sem prejuízo deste abrandamento, as
a taxa de variação homóloga registou uma desaceleração, embora mantendo as varia- evidente travagem das subidas vertigino- rendas médias contratadas no cômputo de
significativa desaceleração, fixando-se em ções trimestrais em terreno positivo. No sas registadas a partir de meados de 2022, 2023 continuam a evidenciar o incremento
8,7% no 4º trimestre, ou seja, comprimin- 4º trimestre de 2023, as rendas dos novos comparando-se a taxa de variação homó- acumulado do último ano e meio, atingin-
do em quase 21 pontos percentuais face ao contratos neste mercado apresentaram um loga inédita de 30,2% no 4º trimestre de do os 19,0J/m2 em Lisboa e 15,1J/m2 no
pico do 2º trimestre. aumento trimestral de 0,9%, comparando 2022, com a de 11,7% alcançada no final Porto, conforme os dados do SIR-Arrenda-
“A subida vertiginosa das rendas obser- com o incremento de 3,2% registado no 3º de 2023. mento.

VÍTOR NORINHA
Jornalista
vnorinha@grupovidaeconomica.pt
Hermenêutica

A influência dos debates partidários

A primeira questão que se coloca perante termos elogiado os “spin doctors” que o pode fazer sentido para alargar a base de
os debates televisivos entre os líderes
parlamentares é perceber se estes irão
influenciar a decisão quanto ao voto.
Pela nossa análise irão influenciar muito,
até porque há surpresas na prestação dos
acompanham. O PS governou sozinho ou
coligado 20 anos dos últimos 28 anos e isso
deita por terra o discurso e argumentação
que apresenta. Não traz novidades e parece
demasiado agarrado às boxes como que a
apoio mas que também tem os seus perigos
caso os potenciais alvos não reconheçam
benefícios a esta transfiguração. Mas,
Ventura não conseguiu fazer uma boa lista
de deputados, teve problemas como foi
Montenegro, caso
“
candidatos. antecipar que o poder lhe irá cair nas mãos o caso de Maló de Abreu ou a escolha de vença, constituirá
Já tínhamos previsto que Luís Montenegro, e que não terá de dar luta. Por seu lado, Henrique de Freitas, ex-deputado do PSD,
líder da AD, fosse uma grande surpresa. a líder do Bloco, Mariana Mortágua, tem cuja escolha não foi pacífica, e começa a um Governo com
Está moldado para este tipo de debates, tem muito treino televisivo mas não consegue ser demasiado visível que um dirigente que
experiência parlamentar, sabe muito bem contrariar o desgaste óbvio das propostas ganha o partido com mais de 99% dos maioria relativa com
gerir os tempos e as polémicas, sabe quando do partido, afastando-se da capacidade de votos não tenha tendências internas, nem
intervir e quando recuar e é, claramente, mobilização que teve Catarina Martins ou segundas linhas e que deixe transformar o apoios parlamentares
quem arranca melhor nestes debates Francisco Louçã. E tem um tique crítico projeto numa missão de uma pessoa só (e
televisivos. Contra Mariana Mortágua, líder que é o facto de disfarçar insegurança que talvez nunca tenha deixado de o ser) e negociados à
do Bloco, foi arrebatador e começou por com agressividade. O líder do PCP/ que possivelmente poderá chegar aos 20%
revelar a pose de primeiro-ministro como CDU é o desastre claro nas performances do eleitorado. Isto significa que de repente direita e à esquerda
político sério e competente, beneficiando televisivas, aparece sem treino e pode vir a o partido pode ter um grupo parlamentar
ainda da tendência de vitória, ainda que
curta, nos Açores.
Também Rui Rocha começa a sobressair.
O líder da IL revelou estar muito bem
preparado, um político fora do normal
e que claramente esteve por cima contra
prejudicar seriamente a votação na CDU e,
à semelhança do PAN que parece esquecer-
se que deu estrategicamente o apoio ao
Governo de António Costa. A líder, Inês
Sousa Real, revelou não dominar algumas
matérias, nomeadamente na vertente fiscal.
de 30 deputados e pode eleger dois ou três
deputados no exterior mas tem o líder cada
vez mais exposto, sem líder parlamentar
com experiência e sem cabeças de lista
conhecidos. Enfim, o Chega tem um
problema crítico.
”
partidária e está a imiscuir-se na campanha
Pedro Nuno Santos e contra André Ventura. André Ventura está igual a si mesmo, Voltando ao líder com melhor arranque. legislativa de forma decisiva, construindo
Revelou prestações muito sólidas, discretas procura debates fortes, entrou bem com Montenegro está com a chamada “dinâmica cenários e enviando recados do que quer e
e eficientes e que um certo público urbano o líder da IL, mas não venceu, tem muito da vitória” por causa dos Açores, apesar do que não quer no pós 10 de março. Pela
e letrado e conhecedor das matérias, muito treino televisivo, é um político nato e dos problemas na Madeira. Montenegro, frente temos um cenário de instabilidade
aprecia e isso pode ser decisivo na captação acreditamos que irá em crescendo para caso vença, constituirá um Governo com com um Governo que possivelmente durará
de votos no eleitorado do PSD e do próprio outros debates, sobretudo quando se opuser maioria relativa com apoios parlamentares até novembro, altura de aprovar o OE
Chega. a Montenegro e a Pedro Nuno Santos. O negociados à direita e à esquerda, mas de 2025, e isto é algo que os investidores
Pedro Nuno Santos, o líder do PS, foi a seu discurso está a mudar de um Chega não será fácil eleger um presidente para o internacionais vão analisar e que irá afetar
grande desilusão até ao momento, está mais radical para um Chega colado ao parlamento, e aprovar um programa e um a reputação do país, depois dessa mesma
mal preparado, claramente fora do seu centro, mostra-se estadista a defender Orçamento. Por último, Marcelo Rebelo reputação estar constantemente a ser
registo e agarrado a uma ideia de país que grandes interesses nacionais públicos, como de Sousa, o PR, está igual a si mesmo, colocada em causa pelos inúmeros casos de
não resultou. E isto acontece depois de é o caso da TAP. Esta é uma estratégia que não tem conseguido ficar de fora na luta corrupção a envolver políticos.
26 SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024

MERCADOS

Banca pode entrar numa vaga de despedimentos
O setor bancário europeu vem de um período de grandes resultados. Com a subida das taxas
de juro bpor parte do BCE, a banca registou no primeiro semestre os maiores lucros desde
2007. Agora, há que gerir o sucesso conseguido e entrar na normalidade, à medida que as
taxas vão descendo. Começam a surgir os alertas do que vai suceder já nos próximos meses:
vários despedimentos para manter os ganhos, cortando nos gastos. Em particular a banca de
investimento se defronta com fortes reduções de emprego para melhorar a sua rentabilidade.
Deutsche Bank elimina 3500 postos de trabalho
O gigante Deutshe Bank está a prever a possibilidade de cortar cerca de 3500 postos de traba-
lho nos próximos anos, sobretudo em áreas não orientadas para o cliente. Já em 2019 o banco
alemão anunciou a redução de 20% da sua força de trabalho. A intenção é reduzir custos,
aumentar a rentabilidade e dar um maior retorno do dinheiro aos acionistas. No ano passado,
o Deutsche Bank registou uma quebra de 16,2% no lucro, para 4,2 milhões de euros, ainda
que se tenha registado um acréscimo nas receitas.

Reserva Federal revela

prudência
A Reserva Federal dos Esta-
dos Unidos poderá mostrar-se
prudente quanto à decisão do
momento para baixar as taxas de
juro. Isto num momento em que
a solidez da economia permite
aos bancos centrais disporem de
tempo para terem a certeza que
a inflação vai continuar a descer.
Considera a Fed que o mais
prudente é dar algum tempo para
ver se os dados confirmam que a
inflação desce para os 2% de for-
ma durável. É uma questão que
merece a maior prudência por
parte do banco central, depois da
quarta reunião consecutiva sem
que as taxas fossem alteradas. As
tensões menos fortres do merca-
do do trabalho podem incitar a
Fed a agir mais rapidamente, no
entanto, a instituição assume que
não quer tomar quaisquer riscos.
Seja como for, admite que a eco-
nomia está numa boa situação.
De salientar ainda que os salários
têm aumentado mais do que o es-
perado, mais uma razão que leva
a Fed a esperar antes de descer as
taxas de juro.

TIAGO SANTOS
CEO da Enlitia

Acelerar o sucesso: o impulso sustentável da energia renovável

A
história da humanidade é repleta
de transições energéticas, à medida
que as novas fontes de energia
se desenvolveram, as antigas foram
gradualmente substituídas, muitas vezes
na procura de maior eficiência e eficácia.
No entanto, a crise climática atual exige
uma transição energética mais rápida
e urgente, onde a eficiência e a eficácia
continuam a ser importantes, mas a
sustentabilidade é a prioridade.
Portugal e a União Europeia (UE) estão a
apostar na transição energética para fontes
renováveis. Este movimento desempenha
um papel fundamental na resposta aos
desafios globais das alterações climáticas.
Recentemente, o nosso país conseguiu
alcançar um recorde ao produzir energia
renovável em excesso durante mais de
seis dias consecutivos, segundo dados
do Governo. Este feito demonstra que é
viável adotar fontes de energia limpas e
eficazes e destaca a necessidade de ação
imediata e investimento contínuo por
parte das empresas.
Neste contexto, a Lei Europeia em
matéria de clima estabeleceu que os países
da UE têm de reduzir as emissões de gases
com efeito de estufa em, pelo menos, 55
% até 2030, com o objetivo de atingir a
neutralidade climática da UE até 2050.
A energia renovável é o cerne desta meta
ousada.
A dependência contínua de combustíveis
fósseis é um risco para a economia, seja
devido às flutuações nos preços ou a
interrupções no abastecimento, causadas
por conflitos ou desastres naturais, mas
é também um risco para o clima. As
alterações climáticas são o maior desafio
global, e as medidas atuais estão longe
de serem suficientes para atingir as metas
estabelecidas.
Os produtos de energias renováveis
desempenham um papel crucial nesta
transformação, pois têm a infraestrutura
e a hipótese de se tornarem mais ativas
na promoção da literacia energética e na
criação de parcerias com as comunidades.
Este envolvimento ativo contribui para
acelerar a transição energética e para
promover as várias fontes de energia
renovável.
Do ponto de vista dos investidores, a
adesão às energias renováveis oferece
retorno sobre o investimento. Além de
reduzir os custos de energia a longo prazo,
as empresas que investem em fontes
de energia limpa atraem investidores
que valorizam a sustentabilidade e a
responsabilidade social corporativa. À
medida que a consciência das questões
climáticas cresce, os investidores
estão cada vez mais interessados em
oportunidades alinhadas com valores
éticos, o que pode traduzir-se em maior
valor de mercado e acesso a capital.
Além disso, investir em tecnologia e
em energia renovável é uma excelente
forma de aumentar a competitividade
das empresas, reduzir custos operacionais
e demonstrar o compromisso para com
a sustentabilidade. Empresas como a
Enlitia, com a sua inovação tecnológica,
estão a impulsionar a transição energética,
através de algoritmos de inteligência
artificial, este tipo de soluções permite
prever e administrar a energia de forma
mais eficaz, o que reduz a incerteza, os
riscos relacionados às flutuações nos
preços e ainda ajuda a tomar decisões
mais ponderadas e refletidas.
A transição energética para as energias
renováveis revela-se fundamental para
enfrentar os desafios das alterações
climáticas. As metas ambiciosas da UE
apontam para um futuro mais sustentável
e resiliente, mas o setor da energia
renovável também desempenha um papel
vital, ao promover o investimento em
fontes limpas, impulsionar a eficiência
energética e colaborar com a sociedade
para tornar essa transição uma realidade.
Neste cruzamento entre lucro e propósito,
o caminho para o sucesso empresarial
está dependente da transição energética,
para alcançarmos um futuro mais verde e
promissor.
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 SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024 27

MERCADOS

Grande banca espanhola ganhou 26 mil milhões
A grande banca espanhola, que integra o Bankinter, o Banco Santander, o BBVA, o Caixabank
e o Banco Sabadell, ganhou cerca de 28 mil milhões de euros, no ano passado. O que traduziu
um aumento de 26,8% relativamente ao exercício anterior, quando estas entidades registaram
um lucro acumulado de 20,5 mil milhões. Estes ganhos dos maiores bancos espanhóis tiveram
lugar num contexto generalizado de elevadas taxas de juro por parte do Banco Central Europeu,
com o subsequente benefício para as entidades bancárias.
Tecnológicas ganham peso nas bolsas mundiais
As grandes tecnológicas norte-americanas continuam a sua forte ascensão no topo das bolsas
mundiais. A capitalização das Gafam – Google (Alphabet), Apple, Facebook (Meta), Amazon.
Microsoft e Nvidia – subiu mais de um trilião de dólares desde o seu ponto baixo do início de
janeiro para atingir um novo pico de mais de 12 triliões. Há apenas cinco anos, no início de
2019, a capitalização destas seis empresas era de pouco mais de três triliões de dólares. A subida
tem sido imparável e envolve quantias exorbitantes.

Consumo de carvão continua

a bater recordes
Os países estão a desenvolver
esforços para garantirem o uso
de energias mais limpas. No
entanto, o consumo do carvão
continua a bater recordes. A
produção, em 2022, atingiu va-
lores históricos, ao mesmo tem-
po que a procura tem mantido
uma tendência de alta. O que se
fica a dever sobretudo ao contí-
nuo crescimento das economias
asiáticas, com destaque para a
China.
A Agência Internacional de
Energia (AIE) admite que, em
2023 e 2024, o consumo de
carvão vai superar os máximos
de 2022. Ainda que se veri-
fiquem pequenas quebras no
consumo das habitações, tal será
claramente compensado pelo
aumento do uso industrial de
carvão. Isto apesar da Europa e
dos Estados Unidos estarem a
consumir menos, em resultado
do impulso das energias reno-
váveis. Também o consumo de
petróleo manterá níveis elevados
nestas duas regiões. Espera-se
que a China, a Índia e os países
do sudeste asiático representem
três em cada quatro toneladas
de carvão consumidas em todo
o mundo. No ano passado, a
Índia e a China, em conjunto,
representaram cerca de 70% do
consumo mundial, enquanto a
Europa e os Estados Unidos se
ficaram pelos 10%.
Entretanto, no ano passado,
verificou-se uma produção re-
corde, sobretudo nas regiões
orientais. O que fez com que os
preços descessem de forma mui-
to acentuada. O carvão barato
foi um claro incentivo para que
a indústria da região adquiris-
se a matéria-prima em grandes
quantidades. A China, o maior
produtor, obteve resultados re-
cordes. Mesmo assim, tal não
afetou a suas importações, que
também bateram recordes. Mas
outros países têm aproveitado
esta época dourada do carvão e
também aumentaram as suas ex-
portações, como foi o caso dos
Estados Unidos.
A AIE espera que esta tendên-
cia mude a partir do ano 2026,
quando estes países asiáticos
começarem a depender menos
do carvão. Com efeito, a China
está a fazer importantes inves- fornecimento da sua população res sigam esta trajetória, como
timentos em fontes de energia e da sua indústria. É possível são os casos da Índia ou da In-
alternativas, garantindo assim o que outros grandes consumido- donésia.

Procura mundial de chips Abanca regista lucro

vai crescer 13%
A procura em inteligência artificial e a
necessidades constantes da indústria au-
tomóvel vão contribuir para aumentar as
vendas de chips eletrónicos este ano, de
acordo com a Semiconductor Industry
Association (SIA). Prevê, este ano, um
aumento de 13,1% das vendas mundiais
de chips, que deverão atingir um valor de
cerca de 554 mil milhões de euros, depois
de uma quebra de 8% em 2023.
No ano passado, a fraca procura de
computadores portáteis e de smartpho-
nes penalizou os produtores de chips,
como foram os casos da Intel e da Qual-
comm. As vendas de chips chamados
“lógicos”aumentaram 1,1%, para 178,5
de 711 milhões de euros
O mercado da inteligência
artificial é muito forte
mil milhões de dólares, enquanto os chips
de memória caíram 29%, para 92,3 mil
milhões de dólares. No entanto, o interes-
se dos gigantes da tecnologia em fornecer
produtos e serviços que disponibilizam a
inteligência artificial leva a um aumento
da procura de chips avançados produzidos
pela Nvidia. Este é um mercado muito
forte e com aspetos muito positivos.

BPI com resultado consolidado

de 524 milhões
O BPI obteve um resultado consolidado
de 524 milhões de euros no ano passado,
o que se traduziu num aumento de 42%
relativamente ao exercício anterior. A ati-
vidade em Portugal contribuiu com 444
milhões (mais 86%). O banco registou um
crescimento homólogo de 3% no crédito,
enquanto os recursos de clientes baixaram
3%.
Os proveitos da atividade comercial cres-
ceram 43% o que, a par com um aumento
de 11% dos custos e um custo do risco de
0,16%, se traduziu numa melhoria da ren-
tabilidade dos capitais próprios tangíveis
recorrentes em Portugal para 16% (+7.9%
nos últimos 12 meses). Em comunicado, o
banco adianta que foram obtidos ganhos
de eficiência significativos. A instituição é
líder na produção de crédito à habitação e
“continua a ganhar quota de mercado no
financiamento às empresas”. O risco de
crédito manteve-se em mínimos históricos
e registou um volume de negócios de 1,9
mil milhões de euros.
O Abanca obteve um lucro de 711,3 mi-
lhões de euros, no ano passado, com uma
rentabilidade de 16%. “A entidade superou
os seus objetivos estratégicos em rentabi-
lidade recorrente, nível de capitalização,
volume de negócios e qualidade de risco”,
refere a entidade financeira espanhola em
comunicado.
O bom desempenho ficou a dever-se ao
dinamismo do negócio de retalho e ao sóli-
do perfil financeiro. O ABANCA reforçou
também o apoio financeiro à economia
num todo em 2023, desempenhando um
papel relevante no crescimento económico.
O crédito às famílias e empresas aumentou
14% em Espanha e 15,3% em Portugal,
somando quase 9700 milhões de finan-
ciamentos concedidos. No ano passado,
o banco realizou quatro emissões no valor
total de 1750 milhões de euros. Com eles,
o banco reforçou a sua solvência e cumpre
o requisito MREL fixado para este ano. Em
2023, o banco adquiriu o EuroBic, o oi-
tavo banco em Portugal, tornando-se um
player relevante no mercado português e
uma entidade ibérica. O ABANCA posi-
ciona-se como o sétimo banco em Espanha
e Portugal. Ainda em 2023, foi concluída
a operação de compra do TARGOBANK,
cuja integração tecnológica terminará em
junho. Entretanto, os recursos de clientes
aumentaram mais de 6,2 mil milhões de
euros, com crescimento diversificado, para
mais de 67 mil milhões de euros. No final
do ano, a carteira de crédito estimada era
de quase 45,2 mil milhões de euros.
28 SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024

MERCADOS

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O PSI desvalorizou O Dax valorizou ligeiramente
consecutivamente na na última semana, tendo
última semana, tendo quebrado a resistência
renovado mínimos dos 17 000 pontos,
de 31 de outubro onde renovou máximos
de 2023 em torno históricos em torno dos
dos 6 171 pontos. 17 049 pontos. No entanto,
É de mencionar que na sessão seguinte, o
o próximo suporte índice alemão recuou
do índice português e voltou a transacionar
encontra-se no nível abaixo da resistência
dos 6 000 pontos. supramencionada.

FILIPE GARCIA RUI COSTA ruicosta@imf.pt

Economista da IMF – Informação
Eur/Usd renovou mínimos
MERCADO MONETÁRIO
INTERBANCÁRIO de Mercados Financeiros
filipegarcia@imf.pt

Euribors sobem com ajuste de expectativas de novembro

Foi uma semana de subidas nas taxas
Euribor, sobretudo nas maturidades
mais longas. Decompondo a curva
de rendimentos, observou-se uma
nova deslocação para cima da curva,
mediante o reajuste das expetativas
demasiado otimistas para os cortes
das taxas de juro este ano, fator
que também justifica a evolução
ascendente das Euribor.
Os mercados monetários estão a prever
atualmente cortes de entre 120 a
125 pb este ano, já bem abaixo dos
160 pb que eram descontados no
final de janeiro. É agora atribuída uma
probabilidade de aproximadamente
15% de o primeiro corte de taxas
acontecer em março, ao passo que para
abril essa probabilidade sobe para 65%.
Na última semana, os membros do
Banco Central Europeu adotaram
uma atitude mais aberta quanto ao
momento em que ocorrerão os cortes
nas taxas, mas salientando sempre
que se considera muito cedo que isso
aconteça na reunião de março. Para
Joachim Nagel, é demasiado discutir
um corte as taxas de juro no curto
prazo, uma vez que o cenário para os
preços ainda não está suficientemente
claro, mas considera expectável que o
BCE consiga atingir uma “aterragem
suave” da economia. Pablo Hernandez
de Coz afirmou que o BCE está
confiante de que a inflação está a
regressar ao seu objetivo de 2% e
que a próxima medida será um corte
das taxas de juro, sem dizer quando.
Constatinos Herodotou acredita que
as taxas de juro irão descer este ano,
mas que a flexibilização da política
monetária não deve ser apressada
nem desnecessariamente adiada. Para
Mário Centeno, desde que a inflação
se mantenha na sua atual trajetória
nos próximos meses, a próxima
medida do BCE deverá ser um corte
das taxas de juro. Centeno disse não
saber o momento do corte, mas sim
a direção da política, uma vez que
aquando do momento do primeiro
corte, irá iniciar-se um ciclo de
normalização.
Não obstante estes comentários,
os dados económicos robustos
provenientes dos EUA contribuíram
para a recente reavaliação das
perspetivas para as taxas de juro do
EUR/USD
BCE, que levou os mercados a reduzir
ainda mais as apostas num corte em
março, mas também a semear dúvidas
quanto a um corte em abril. A
robustez da economia norte-americana
continua a contrariar alguma da
fraqueza observada na Zona Euro e
faz aumentar as dúvidas se o BCE
será o primeiro grande banco central
mundial a dar início à normalização
da política monetária, com um corte
em abril, quando se espera que a Fed
apenas inicie o processo em maio.
Nas taxas fixas, os rendimentos
das obrigações alemãs a 10 anos
registaram a maior subida em dois
dias em quase um ano entre sexta
e segunda-feira (+18 pb), com os
investidores a reajustarem as suas
expectativas em relação à política
monetária, como já referido. Dados
económicos robustos e a posição
mais cautelosa do Presidente da
Reserva Federal dos EUA diminuíram
as esperanças de cortes antecipados
das taxas de juro nos EUA e, por
conseguinte, na Europa.
ANÁLISE PRODUZIDA A 07 DE FEVEREIRO
DE 2024

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)

06.fevereiro.2024 30.janeiro.2024 09.janeiro.2024

1M 3,893% 3,854% 0,039 3,867% 0,026

3M 3,932% 3,897% 0,035 3,928% 0,004 Eur/Usd tendo quebrado, por diferentes e
No início da última semana breves momentos, tanto o supor-
6M 3,922% 3,836% 0,086 3,891% 0,031
o Eur/Usd valorizou, tendo-se te como a resistência menciona-
1Y 3,667% 3,553% 0,114 3,601% 0,066 aproximado da resistência dos da.
FUTUROS EURIBOR
$1.0900. No entanto, nas sessões
TAXAS EURIBOR E REFI BCE seguintes, o par perdeu terreno, Eur/Gbp
Data 3 Meses Implícita
fevereiro 24 3,845% quebrando em baixa o suporte O Eur/Gbp teve uma sema-
abril 24 3,610% dos $1.0800 e renovando míni- na volátil, tendo, inicialmente,
setembro 24 3,020%
junho 25 2,305% mos de novembro de 2023 em apresentado uma valorização
dezembro 25 2,205% torno dos $1.0718. ao ponto de quebrar em alta a
junho 26 2,240% resistência das £0.8550, onde
CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Eur/Jpy renovou máximos de mais de 2
Euro Refinancing Rate 4,50% Na semana passada, o Eur/Jpy semanas. No entanto, posterior-
BCE Euro Marginal Lending Facility 4,75%
Euro Deposit Facility 4,00%
lateralizou entre o curto espaço mente, o par desvalorizou, tendo
*desde 25 de janeiro 2024 presente no suporte dos 158,7 ie- voltado a transacionar abaixo do
EUA FED Funds 5,50% nes e a resistência dos 160 ienes, nível mencionado.
R.Unido Prime Rate 5,25%
Brasil Taxa Selic 11,75%
Japão Repo BoJ -0,10% Var. Semanal Var. a 30 dias Var. desde
07/fevereiro/2024
EURO FRA’S (%) (%) 1 jan (%)
Forward Rate Agreements
Tipo* Bid Ask
EUR/USD 1,0776 -0,56% -1,55% 0,87%
1X4 3,864 3,884
3X6 3,604 3,654
EUR/JPY 159,71 -0,30% 0,43% 14,39%
YIELD 10 ANOS PORTUGAL 1X7 3,787 3,807
3X9 3,521 3,541
6X12 3,112 3,132 EUR/GBP 0,8531 -0,15% -0,83% -3,75%
12X24 2,550 2,570
*1x4 – Período termina a 4 meses, com início a 1M EUR/CHF 0,9393 0,48% 0,61% -4,86%
EURO IRS
InterestSwapsvs Euribor 6M EUR/NOK 11,3760 0,22% 0,75% 8,20%
Prazo Bid Ask
2Y 3,041 3,045 EUR/SEK 11,2725 0,04% 0,67% 0,95%
3Y 2,812 2,816
5Y 2,665 2,669 EUR/DKK 7,4586 0,05% 0,01% 0,29%
8Y 2,650 2,670
10Y 2,658 2,678 EUR/PLN 4,3453 0,28% 0,10% -7,18%

Obrigações 5Y 10Y EUR/AUD 1,6504 0,22% 1,04% 5,13%

2,55 3,02
2,87 3,23 EUR/NZD 1,7622 -0,47% 0,31% 4,36%
2,54 2,81
2,22 2,30 EUR/CAD 1,4501 -0,39% -1,01% -0,03%
3,30 3,88
3,97 3,98 EUR/ZAR 20,3686 0,22% -0,22% 12,09%
4,03 4,10
0,33 0,72 EUR/BRL 5,3440 -0,57% -0,13% -6,32%
Fontes: Reuters e IMF
 SEXTA-FEIRA,
SEXTA-FEIRA, 16 DEFEVEREIRO
9 DE SETEMBRO2024
2022 25
29

MERCADOS

Ferrari bate recordes Indústria química teve um ano difícil

Greenvolt lucra mais 17%
A Ferrari bateu todos os recordes no ano passado. Pela primeira vez, a marca superou a fasquia
Repsol vende parte do negócio de “upstream”
A guerra na Ucrânia, uma fraca procura, custos energéticos elevados, aumento das taxas de
deGreenvolt
A mil milhões de euros
obteve de lucroslíquido
um resultado (mais de
concretamente
1,2 milhões de1257 milhões
euros, de euros),
no primeiro o queorefletiu
semestre, que re- juro e da inflação
A Repsol representaram
vendeu 25% uma
da sua área situação muito
de “upstream” complicada
(exploração para o setor
e produção químico no ano
de hidrocarbonetos)
um aumento
fletiu de 34%derelativamente
um crescimento ao exercício
17%, face a igual anterior.
período do O EBITDA
ano passado. O EBITDAaumentou
sofreu 29%, para
um avanço passado.
ao fundoNa Europa, depoisEIG,
norte-americano de uma
numquebra
negóciodadeprodução
cerca de de
20 6,3% em 2022,
mil milhões o ano Apassado
de euros. petro-
perto de 2,3de
significativo mil248%,
milhões
paradecerca
euros.
de A faturação
36,8 milhõescresceu 17%,
de euros. Já aspara maisapresentaram
receitas de 5,9 mil milhões de
um acrés- ficou
lífera marcado
espanholapor uma nova
anunciou descidaacordo,
o referido de 7,6%. As capacidades
sendo forma
que este inclui utilizadas
a entrada em apenas
em bolsa desta
euros.deNeste
cimo 170%,ano espera atingir
fixando-se em 113 uma faturação
milhões de 6,4
de euros, milamilhões.
refere empresa em comunicado à CMVM. 74%.
divisão, provavelmente nos Estados Unidos, a partir de 2026.

PAULO ROSA
TÍTULOS EURONEXT LISBOA PAINEL BANCO SANTANDER Economista Sénior
do Banco Carregosa
Última
Última Variação
Variação Máximo
Máximo Mínimo
Mínimo EPS
EPS EPS Est
EPS Est PER Est
PER Est PER Est
PER Est Div. Yield
Div. Yield Div. Yield
Div. Yield
Título Data Act
Act Hora Act
Act
Título
Cotação
Cotação Semanal
Semanal 52
52 Sem
Sem 52 Sem
52 Sem Est Act
Est Act Fut
Fut Act
Act Fut
Fut Ind
Ind Est
Est
Data Hora
“Friday Indicator”
Investidores e “Last
focados emTwo 2023 Hours
ALTRI
ALTRI SGPS
SGPS SA
IBERSOL
SA 5,370
4,488 1,42%
-0,71% 6,675
4,900 3,582
3,750 0,872
0,132 0,584
0,280 6,158
34,000 9,195
16,029 4,47%
5,57% 6,29%
5,57% 14/09/2022
07/02/2024 16:35:08
16:35:01
Indicator”
Os ciclos económicos e os mercados desaceleram a contratação de trabalhadores
IBERSOL SGPS
SGPS SA
SA 6,000
6,680 0,00%
0,00% 6,600
7,360 4,590
6,120 0,390
0,347 0,467
0,450 15,385
19,251 12,848
14,844 2,25%
10,48% 2,12%
10,93% 14/09/2022
07/02/2024 10:45:14
16:35:22
financeiros
A análise não andam
técnica é uma deimportante
mãos dadas. e apenas
padrão alguns meses
semelhante ao domais tarde trimestre
primeiro encetam
BANCO
BANCO COMERCIAL
COMERCIAL
0,143 -0,28% 0,203 0,120 0,018 0,031 7,961 4,623 0,63%- 0,00% 14/09/2022 16:35:11
Há uma velha
ferramenta paraperceção,
perceber emais ou menos
antecipar os uma
de política
2020, de despedimentos
a mesma volatilidade que se acelera
a até
0,259 -4,04% 0,334 0,169 0,056 0,051 4,629 5,082 6,56% 07/02/2024 16:35:07
PORTUGUES-R
PORTUGUES-R consensual, entre
movimentos os investidores
de curto prazo. O “Friday mais atividade
quase económica
ao mínimo do S&P realmente
500 emseoutubro
agudizar,
F.
experientesrevela
Indicator” de que “os mercadosdas
o desempenho antecipam culminando
de nessa altura
2022 e de seguida abrandanumgradualmente,
agravamento
F. RAMADA
RAMADA INVESTIMENTOS
INVESTIMENTOS
SGPS
6,920
6,620 -1,70%
-1,19% 7,600
7,780 5,780
6,120 0,550- 0,420- 12,582- 16,476- 8,67%
12,39% 5,49%- 14/09/2022
07/02/2024 13:53:06
13:53:48 a economia (da
sextas-feiras em última
6 meses”, ou da
sessão pelo menos
semana) do mercado
passando de trabalho,desubida
as sextas-feiras negativas da taxa
SGPS SA
SA
tentam, alicerçados
ponderado no máximo
pela volatilidade, de
corroborando ademaioritariamente
desemprego, e numa eventual
positivas, período recessão,
CORTICEIRA
CORTICEIRA AMORIM
AMORIM SA
SA 9,840
9,360 -0,20%
-0,95% 12,601
10,517 9,180
8,794 0,636
0,613 0,706
0,662 15,472
15,269 13,938
14,139 2,03%
2,14% 2,95%
3,00% 14/09/2022
07/02/2024 16:35:29
16:35:29 indicadores
um sentimento avançados da economia.
mais otimista ou mais indiciada atualmente
testemunhado pelo círculopelos“B”
rendimentos
do gráfico.
CTT-CORREIOS
CTT-CORREIOS DE
DE
Atualmenteuma
pessimista, os investidores
postura maisfocam-se
FOMO cada ou Amais elevados
quarta fase é das
de umaobrigações do tesouro
nova tendência
3,265 1,08% 5,160 2,965 0,230 0,283 14,196 11,537 3,68% 3,68% 14/09/2022 16:35:12 vez mais nas perspetivas para a inflação na americano
PORTUGAL
PORTUGAL
3,715 0,95% 3,810 3,230 0,300 0,458 12,383 8,111 3,36% 3,42% 07/02/2024 16:35:28 um crescente receio do mercado. No longo altista, muitoa 2semelhante
anos relativamente
à segundaaos fase.das
Por
primavera
prazo, de 2023, mais
os fundamentais sãoprecisamente
mais relevantes na obrigações
último, umaa quinta
10 anos. faseAmarcada
variaçãopor mensal
uma
EDP-ENERGIAS
EDP-ENERGIAS DE
DE
4,956
3,905 0,75%
-5,72% 5,210
5,226 3,652
3,515 0,212
0,297 0,275
0,307 23,377
13,148 18,022
12,720 3,83%
4,87% 3,83%
5,25% 14/09/2022
07/02/2024 16:35:16
16:35:20 edesinflação
a estratégiaeBuy numa & possível
hold umareversãodas maisda alta da inflação é importante
impressionante subida dospara determinar
mercados. Desde
PORTUGAL
PORTUGAL SA dos juros, facto corroborado pela evolução
SA apreciadas. oa mínimo
tendência nodos preçosdiano27consumidor
passado de outubro de
EDP
EDP RENOVAVEIS
RENOVAVEIS SA
SA 24,770
14,295 0,69%
-5,02% 26,870
21,470 16,600
13,550 0,741
0,556 0,726
0,598 33,428
25,710 34,118
23,905 0,36%
1,85% 0,41%
1,43% 14/09/2022
07/02/2024 16:35:01
16:35:10
mais
Parafavorável
uma melhor dos mercados
compreensão acionistas nos
e avaliação e quaisquer
2023, o S&Ppotenciais espirais20%.
500 já valorizou de preços
Nesse
últimos
da 3 meses.
relevância do indicador técnico das como a dos
período, salários/inflação,
registou 11 subidas nomas, últimoainda
GALP
GALP ENERGIA
ENERGIA SGPS
SGPS SA
SA 10,625
14,130 0,85%
-3,32% 13,060
15,150 8,060
9,602 1,394
1,174 1,388
1,261 7,622
12,036 7,655
11,205 4,80%
3,75% 4,88%
3,82% 14/09/2022
07/02/2024 16:35:22
16:35:28 No passado
sextas-feiras dia 17
(Friday de junhodividiremos
Indicator), o S&P 500o assim,
dia existem(sextas-feiras),
da semana outros indicadores que
manteve-se
JERONIMO
JERONIMO MARTINS
MARTINS 22,880
22,040 2,79%
4,55% 23,300
27,100 16,950
19,110 0,952
1,239 1,038
1,342 24,034
17,789 22,042
16,423 3,43%
2,50% 2,37%
2,94% 14/09/2022
07/02/2024 16:35:21
16:35:02 registou o valor
desempenho mais baixo
do S&P 500 nos doúltimos
ano nosquatro3636 são mais “leading”,
inalterado duas e caiuouapenasseja, que
umaestão a
vez, ainda
MOTA
pontos
anos emecinco
nessapartes.
altura A o mercado
primeira faseesperava
foi montante
que da cadeia
ligeiramente, de valor
0,28%, e mostram
na última sessão
MOTA ENGIL
ENGIL SGPS
SGPS SA
SA 1,224
5,270 1,83%
-1,13% 1,436
5,360 1,108
1,422 0,107
0,250 0,160
0,300 11,439
21,080 7,650
17,567 4,23%
1,90% 3,10%
2,09% 14/09/2022
07/02/2024 16:35:27
16:39:32
que as taxas
marcada por deumjuro
beardamarket,
Reserva umFederal
dos mais dos com
de alguma
bolsa antecedência
de 2023, no dia 29adetendência
dezembro,
NAVIGATOR
NAVIGATOR CO
CO SA/THE
SA/THE 3,684
3,768 -0,43%
-1,36% 4,240
3,914 2,804
3,012 0,495
0,363 0,345
0,320 7,442
10,380 10,678
11,775 7,63%
14,93% 6,65%
7,43% 14/09/2022
07/02/2024 16:35:17
16:35:13 EUA (Fed)
breves no finalnodocomeço
da História, ano, após a última
da primavera futura dos corroborado
conforme preços, tais como pelo as cotações
círculo
NOS
NOS SGPS
SGPS 3,596
3,146 1,41%
-4,09% 4,120
4,296 3,204
3,132 0,271
0,276 0,261
0,285 13,269
11,399 13,778
11,039 7,73%
8,84% 7,84%
9,38% 14/09/2022
07/02/2024 16:35:21
16:35:02
reunião
de 2020,da Fed no
ditado pelodiainício
14 de dadezembro,
pandemia de dos combustíveis
“C” no gráfico. Ofósseis, Fridaydos metais e
Indicator
se fixassem
covid-19 em 3,75%,
a nível de acordo
global, tendo com os
as sextas-feiras dos produtos
mostra-se umagrícolas.
indicadorMuitos destes
competente,
PHAROL
PHAROL SGPS
SGPS SA
SA 0,078
0,049 3,60%
-5,79% 0,098
0,062 0,072
0,034 -- -- -- -- -- -- 14/09/2022
07/02/2024 16:35:15
16:35:25 futuros negociados no CME. Em meados
nesse período evidenciado considerável e indicadores
sendo relevanteantecedentes
no S&P mostram500, um índice
REDES
REDES ENERGETICAS
ENERGETICAS de agosto,volatilidade,
crescente e apesar dequaseas perspetivas para os
todas negativas atualmente
acionista sinais
líder, de deflação,
capaz de ditar tais como
a tendência
2,570
2,180 -1,53%
-4,18% 3,060
2,755 2,445
2,180 0,163
0,205 0,174
0,184 15,767
10,634 14,770
11,848 5,99%
7,06% 6,54%
6,88% 14/09/2022
07/02/2024 16:35:07
16:35:07
NACIONAIS
NACIONAIS juros da
desde Fed sedoterem
o início ano de mantido
2020 até ancoradas
meados o ouro
dos mais e oimportantes
cobre. O metal amarelo
índices tem
acionistas
emmarço
de 3,75%(corroborando
para o final deeste 2022, o S&Puma
indicador 500 desvalorizado
das economiasdesde os máximos
avançadas e também no das
início
SEMAPA-SOCIEDADE
SEMAPA-SOCIEDADE DE
DE
14,000
14,060 -0,99%
-1,68% 16,300
14,500 10,660
12,400 3,025
2,650 2,140
2,235 4,628
5,306 6,542
6,291 3,66%
6,76% 5,21%
5,55% 14/09/2022
07/02/2024 16:35:21
16:35:27 havia recuperado
antecipação quase 20%em
dos investidores, dosjaneiro
mínimos. e de março, emergentes.
economias penalizado não só pela subida
INVESTIM
INVESTIM No entanto,
fevereiro, o discurso
de uma queda “agressivo”
do mercadode que se dosQuanto
juros eao valorização
“Last Twodo dólar,
Hours mas
Indicator”,
SONAE 0,965
0,890 -1,43%
-0,73% 1,180
1,063 0,869
0,881 0,117
0,122 0,099
0,098 8,248
7,295 9,747
9,082 5,30%
6,03% 5,18%
6,18% 14/09/2022
07/02/2024 16:35:06 Powell
viria em Jacksonem
a materializar Hole em 26
março). de agosto
Entretanto, também pela
podemos crescente perceção
compreendê-lo dividindodeuma uma
NOVABASE SGPS SA 4,630 1,76% 5,100 4,186 0,240 0,290 19,292 15,966
elevou novamente
quando as perspetivas
o mercado recuperou dos juros
do mínimo, descida
sessão deda inflação
bolsa em Wall nosStreet
próximosem trêsmeses,
partes.
5,300 0,00% 5,500 4,100 0,290 0,240 18,276 22,083 7,92%- 9,29%- 14/09/2022
06/02/2024 16:29:45
06/02/2024
adavolatilidade
Fed, agoradiminuiu
para os 4% no final doeano,
gradualmente as Asobretudo
fase da manhã em 2023.(9h30A àscotação
12h00do emcobre
Nova
GREENVOLT-ENERGIAS
9,300 4,38% 10,920 5,037 0,266 0,472 34,962 19,703 14/09/2022 16:35:05
culminandopassaram
sextas-feiras numa desvalorização
a ser positivas,do S&P
podendo tem caído
Iorque, ainda14h30
ou seja, mais,àscerca
17h00 de 25%
em Lisboa),
8,090 0,12% 8,345 4,872 0,085 0,500 95,176 16,180 - - 07/02/2024 16:35:12
RENOVAVEI 500observado
ser nas semanas este seguintes
período noatécírculoaos 3900“A” adesde
hora de meados
almoço demarcada
abril, penalizada
por menos pelas
pontos.
do Apesar
gráfico. das subidas
Seguiu-se, então, dos
umarendimentos
segunda perspetivas mais
movimento (12h00 fracas para aem
às 14h00 procura
Nova deste
do tesouro
fase de forteerecuperação,
das perspetivas mais elevadas
de quase 110 % metal industrial
Iorque, ou seja, 17h00dianteàsda19h00desaceleração
em Lisboa)
TÍTULOS MERCADOS EUROPEUS PAINEL BANCO SANTANDER paraS&P
do as taxas
500,da Fed,ososmínimos
desde mercados noacionistas
fim edaa terceira
economia chinesa
e última e de
fase, umaimportante,
a mais potencial
têmmarço
de continuado
de 2020a atémostrar
ao finalumado relativa
ano de arecessão
da tardenos EUAàse 16h00
(14h00 na Europa,
em Nova provocada
Iorque,
Última Variação Máximo Mínimo EPS Est EPS PER Est PER Div. Yield Div. Yield resiliência
2021, quasee registaram
dois anos demesmo cincoNeste
valorização. sessões pelaseja,
ou postura
19h00cada vez mais
às 21h00 emagressiva
Lisboa). Ados
Título Data Act Hora Act
Cotação Semanal 52 Sem 52 Sem Act Est Fut Act Est Fut Ind Est consecutivas
período, de ganhospositivas
as sextas-feiras até ao passado
foram odia bancosfase
última centrais
tendepara travaro sentimento
a refletir a inflação. do
12 de setembro,
dobro das negativas cujae avalorização
volatilidadeascendeu
abrandou, O rácio entre
mercado, o cobre eseoosouro
confirmando é um
investidores
BANCO SANTANDER SA 2,586
3,6760 8,43%
-1,59% 3,482
3,970 2,324
2,942 0,510
0,700 0,529
0,742 5,070
5,251 4,888
4,954 3,87%
3,82% 5,49%
5,52% 14/09/2022
07/02/2024 16:38:00
16:35:25 a 6% e um índice
confirmando perto dos
um mercado de4150 pontos.
tendência dos principais
querem indicadores
levar posições para opara prever a
dia seguinte,
INDUSTRIA DE DISENO SubidasAoessas
altista. travadas
contrário dospelos
bear números
markets muitas evolução
caso da atividade
haja FOMO económica
por exemplo, ou eoptar
cai por
22,780
38,500 6,25%
-3,05% 32,410
40,120 18,545
27,113 1,236
1,714 1,321
1,854 18,430
22,462 17,245
20,766 2,77%
2,07% 4,96%
3,75% 14/09/2022
07/02/2024 16:38:00
16:35:25
TEXTIL desfavoráveis
vezes da inflação
caracterizados nos EUA
por quedas em
amplificadas 15% desde
vender caso oo mercado
início deesteja
junho. Os preços
pouco otimista.
agosto,
pelas divulgados
margin embull
calls, nos 13 de setembro,
markets a subida Oda“Last
madeiraTwocaíram
Hours mais de 60%,
Indicator” mede minério
o
REPSOL SA 12,850
13,535 -0,62%
-1,49% 16,230
15,870 9,603
12,455 3,818
3,579 2,984
2,822 3,366
3,782 4,306
4,796 4,90%
5,54% 5,04%
5,42% 14/09/2022
07/02/2024 16:38:00
16:35:25
éimpulsionando os juros por
feita de forma gradual, da Fed
isso para
há um o final de ferro 60%,
desempenho dasmemória Ramhoras
últimas duas (DRAM) de bolsa
TELEFONICA SA 3,929
3,590 -2,02%
-4,77% 5,064
4,147 3,614
3,417 0,320
0,282 0,347
0,343 12,278
12,730 11,323
10,466 7,64%
8,36% 7,64%
8,36% 14/09/2022
07/02/2024 16:38:00
16:35:25
do ano para
número aindaosrelevante
4,5% e odeS&P 500 de novo
sextas-feiras 46%
do S&P e petróleo 20%. Algodão
500 relativamente e cereais
às restantes horas,
para os 3930
negativas, pontos. determinado por
provavelmente aliviaram
ou seja, emacentuadamente
relação às primeiras dos4máximos.
horas e
SIEMENS AG-REG 102,720
168,160 -1,67%
0,89% 157,960
171,060 93,670
119,480 6,218
10,564 8,555
11,691 16,581
15,918 12,051
14,384 3,89%
2,81% 4,05%
2,94% 14/09/2022
07/02/2024 16:37:39
16:38:27 uma Parece
tomada ser de
convicção
mais-valiasdosao investidores
longo desse Contudo,
meia, tendoe em apesar
contadetambém
existirema cotação
sinais de
CARREFOUR SA 16,655
15,235 3,19%
-3,70% 21,370
19,190 14,515
15,235 1,529
1,697 1,803
2,006 10,893
8,978 9,237
7,595 3,12%
3,68% 3,43%
3,88% 14/09/2022
07/02/2024 16:35:23
16:35:13
de que adepostura
período subida.cada
Numa vezterceira
mais “agressiva”
fase, há um deflacionistas,
fecho as expectativas para a inflação
do dia anterior.
da Fed seja justificada pela excessivo foco permanecem elevadas e desancoradas. E
BAYER AG-REG 53,730
28,700 5,23%
-0,69% 67,990
65,660 43,905
27,700 7,832
6,040 8,121
5,735 6,874
4,752 6,630
5,004 3,72%
8,36% 4,08%
7,41% 14/09/2022
07/02/2024 16:35:22
16:37:24 do banco central dos EUA em indicadores as taxas de juro caminham para “território
DEUTSCHE BANK AG-
desfasados, denominados de “lagging”, restritivo”, ou seja, valores acima da taxa de
9,020
11,602 10,07%
-3,59% 14,636
12,918 7,525
7,945 1,614
2,145 1,791
2,526 5,591
5,409 5,039
4,593 2,22%
3,88% 3,33%
5,81% 14/09/2022
07/02/2024 16:35:07
16:36:04 como emprego e inflação. Os números do juro natural de equilíbrio entre aforradores
REGISTERED
emprego mostram um mercado de trabalho e tomadores de crédito, os 2 a 3% nos EUA
RWE AG 41,460
32,720 0,95%
-4,69% 43,970
43,030 29,670
31,550 3,637
5,737 2,633
2,929 11,416
5,703 15,769
11,171 2,17%
3,06% 2,17%
3,06% 14/09/2022
07/02/2024 16:35:46
16:35:23 resiliente nos EUA, corroborado pelo atual e 1,5 a 2% na Europa, cuja dimensão de
pleno emprego, mas a confiança empresarial superação ditará a gravidade da recessão.
VOLKSWAGEN AG 198,200
131,350 3,39% 301,400
-0,19% 184,500 162,400
105,950 35,679
30,393 35,350
29,518 5,563
4,322 5,615
4,450 3,78%
6,60% 5,19%
6,77% 14/09/2022
07/02/2024 16:35:33
16:36:08
americana medida pelo PMI tem descido Nas perspetivas para os próximos 6 meses,
ING GROEP NV-CVA 9,610
11,924 11,50%
-9,60% 13,625
13,834 7,693
9,590 1,071
1,853 1,351
2,064 8,973
6,435 7,113
5,777 6,04%
9,28% 8,10%
8,21% 14/09/2022
07/02/2024 16:38:21
16:38:01 consecutivamente desde maio, indiciando os investidores optaram por relegar para
uma crescente preocupação dos empresários segundo plano as repercussões de uma
Este relatório foi elaborado pela tesouraria do Banco Santander em Portugal, telf. 21 381 65 80, email: cashequi- quanto à evolução económica. Também recessão nas receitas e nos lucros das
ties@santander.pt, com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exac- a queda do sentimento do consumidor empresas e consequentemente nas suas
tidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de deverá penalizar as vendas das empresas. cotações em bolsa, focando-se mais num
compra ouAF_santander_Imprensa
venda em qualquer dos títulos
eBroken 257mencionados.
x60 mm.pdf 1 28/08/2019 12:10
Todavia, os empresários inicialmente potencial alívio da inflação em 2023.

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 30 SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024

Mercedes-Benz anuncia AMG CLE 53 4Matic+ Coupé

AUTOMÓVEL
A Mercedes-Benz anunciou o arranque da comercialização no mercado nacional do novo
AMG CLE 53 4Matic+ Coupé. O preço inicial é de cerca de 116 mil euros para este coupé
de duas portas, com uma potência de 500 cv. A caixa é automática de nove velocidades,
sendo que existe um opcional ainda mais desportivo. Para já, o modelo está disponível para
encomenda.

Mercado automóvel cresce quase 8%

O mercado automóvel nacional
registou um crescimento de
7,9%, em janeiro, face ao mês
homólogo do ano anterior,
tendo sido matriculados 18
826 veículos automóveis. Face
a janeiro de 2019, observou-se
uma queda de 2,4%, de acordo
com dados da ACAP.
No mês de Janeiro de 2024 foram ma-
triculados 15 737 automóveis ligeiros de
passageiros novos, ou seja, mais 7,5% que
no mesmo mês do ano anterior. Em com-
paração com janeiro de 2019, o mercado
registou um ligeiro decréscimo de 0,3%.
De salientar que no período em análise,
quase 53% dos veículos ligeiros de passa-
AF_HP_REVISTA_FEVEREIRO_2024_VIDA_ECONOMICA_257x194.pdf 1 03/01/2024 15:36:25
geiros matriculados novos eram movidos
Matrículas de veículos automóveis a outros tipos de energia, nomeadamente
eléctricos e híbridos. Em particular, veri-
fica-se que 15,8% dos veículos ligeiros de
passageiros novos eram eléctricos. Quan-
to ao mercado de ligeiros de mercadorias
registou, no primeiro mês de 2024, uma
evolução positiva de 8,1% face ao mês
homólogo do ano passado, situando-se
em 2363 unidades matriculadas. Quando
Janeiro 2024 comparado com o mesmo mês de 2019,
Unidades % Variação 24/23 verifica-se uma queda de 19,4%. No que
se refere ao mercado de veículos pesados,
Ligeiros de passageiros 15 737 7,5 o qual engloba os tipos de passageiros e de
Ligeiros de mercadorias 2 363 8,1 mercadorias, em janeiro passado verificou-
Total de ligeiros 18 100 7,6 -se um aumento de 15,2% em relação ao
mês homólogo do ano anterior, tendo sido
Veículos pesados 726 15.2 comercializados 726 veículos desta catego-
Total mercado automóvel 18 826 7,9 ria. Em comparação com o mesmo mês de
Fonte: ACAP 2019, o mercado registou um aumento de
26,3%, adianta a associação automóvel.

MY

K
 SEXTA-FEIRA, 9 DE FEVEREIRO 2024 31

AUTOMÓVEL

Mini Aceman chega no final do ano BYD Seal U chega em breve

O novo Mini Aceman, um crossover elétrico da marca, tem chegada marcada para o final do
ano. A transmissão é totalmente elétrica e combina as características do Cooper e do Cou-
ntryman. Em dimensão situa-se no meio daqueles dois modelos., tem quatro portas e uma
grande porta traseira. A capacidade é para cinco passageiros. Aparece em duas versões, uma de
184 e outras de 218 cv, com variações de autonomia entre os 300 km e 400 km. O Aceman
tem sido sujeito a duras provas.
A BYD continua o seu avanço no mercado europeu, desta vez com o lançamento do SUV
elétrico Seal U, pertencente à série Ocean. Trata-se de um modelo cinco lugares, espaçoso e
“carregado” de tecnologia avançada. Vem equipado com a bateria BYD Blade, sem cobalto e
permite uma autonomia até 500 km em ciclo combinado. Tem duas configurações de pro-
pulsão – Comfort e Design – ambas com um motor elétrico de 160 kW. Os preços ainda não
foram revelados pela marca. A sua chegada é esperada nos próximos meses.

ENSAIO

MAZDA 2 - a renovação esperada

O modelo de acesso da
Mazda foi finalmente
renovado já com a linha
estilística idêntica à dos
restantes membros da marca.
JORGE FARROMBA
jorgefarromba@gmail.com
Enquanto tal não ocorreu a Mazda so-
correu-se de uma parceria com a Toyota,
nomeadamente com o Yaris, para manter
no ativo o produto Mazda 2.
Hoje a situação alterou-se e encontra-
mos um modelo desenhado pelo gabinete
da marca. Muito similar com o 3 e o CX-
30 sob vários ângulos, o 2 apresenta uma
dianteira esguia, com uma grelha proemi-
nente e adornada a negro com um layout
similar a favos de mel. Esta interpretação
transmite uma imagem fluida, robusta e
quiçá algo desportiva.
Trata-se de um típico dois volumes que
termina numa traseira muito similar ao
CX-30 e onde a característica dominante
é a assinatura luminosa horizontal. Nes-
ta versão mais equipada o tejadilho surge
num material muito similar a carbono de
muito bom efeito visual.
O Mazda apresenta quatro níveis de
equipamento Centre-line, Homura, Ex-
clusive-line e Homura Aka (a do ensaio)
que, sendo a mais equipada se distingue
pela grelha e espelhos negros, JLL de 16”,
um interior decalcado dos restantes irmãos
da marca com um painel de instrumentos
digital, écran central tradicional com to-
dos os botões a serem operados na consola
central, saídas de ar circulares no tablier,
bancos num misto de pele e camurça, bem
como, algumas zonas do tablier forradas
com este último material, sempre pespon-
tados a vermelho.
O espaço interior é ajustado faço ao seg-
mento tanto na dianteira como na traseira
(o acesso é fácil).
Em termos de motorizações a marca
aposta unicamente no 1.5 a gasolina com
três níveis de potência 75,90 e 115 cavalos
e com preços a partir dos J21.000.
Em termos dinâmicos o pisar do Maz-

da 2 é solido (a qualidade dos materiais é multiplicação de quinta e sexta velocidade

boa para o segmento) e apresenta um bom apostam claramente nos consumos onde se
comportamento, sendo mais focado para permite médias de 4,7 a 5,l.
um ambiente urbano mas onde não se
intimida com grandes viagens pois os ban-
cos e a suspensão ajudam também a tornar
a mesma agradável .
Nesta versão de 90 cavalos e com cai-
xa de seis velocidades as viagens fazem-se
com relativa desenvoltura sendo que a des-

Marcas chinesas duplicam vendas na Europa

O desembarque em massa dos auto-
móveis chineses na Europa mais não
está que a começar. O ano passado foi
de grandes movimentações nos prin-
cipais mercados europeus (Alemanha,
França, Itália, Espanha e Reino Unido),
de acordo com uma análise do jornal
espanhol El Economista. Nestes cinco
mercados venderam-se 272 764 unida-
des de modelos chineses, quase o dobro
do exercício anterior.
A Itália contava com seis construtores
chineses, as mesmas do ano anterior. Na
Alemanha, a sua presença passou de sete
marcas para 10 e a França passou a ter
mais uma, totalizando oito.
O Reino Unido passou das três que
tinha em 2022 para cinco no ano pas-
sado. No entanto, a Espanha é a prin-
cipal porta de entrada para este tipo de
empresas. Em 20022, tinha 11 marcas
chinesas, mas no ano passado elevaram-
-se a 16. Os aumentos homólogos mais
relevantes nas vendas também tiveram
lugar em Espanha, tendo-se matriculado
37 134 modelos chineses, o triplo de um
ano antes. Seguiram-se a França e a Itá-
lia. O Reino Unido ficou fora do pódio
e na Alemanha as vendas praticamente
duplicaram.
Entre as muitas marcas chinesas que
chegaram à Europa, há uma que se des-
taca, muito à frente das restantes, a MG,
detida pelo grupo SAIC. Com efeito, o
seu adianto é notório, com 71,5% das
vendas com origem no gigante asiático
a corresponderem à MG. Relativamente
a 2022, a sua quota subiu oito pontos
percentuais.
O seu principal nicho de mercado é
a França, o Reino Unido e a Espanha.
A corrida pela mobilidade elétrica tem a
chinesa BYD e a norte-americana Tesla
como principais atores. As duas marcas
têm estado envolvidas numa guerra de
preços, no sentido de garantirem quo-
ta de mercado. O grupo de Elon Musk
queria elevar as suas vendas em 50%,
o que não conseguiu. É possível que a
guerra dos preços se mantenha ainda
durante algum tempo, dependendo bas-
tante dos mercados.
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Nº 2015 / 9 de fevereiro 2024 Semanal 2,60 J Portugal Continental
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Bancos europeus com forte aumento nos lucros NOTA DE FECHO

Os bancos europeus ti-
veram um “tremendo au-
mento” dos lucros no ano
passado, em resultado da
subida das taxas de juro. A
agência de notação finan-
ceira DBRS espera uma
quebra em 2024, relativa-
mente ao pico do exercício
anterior. A agência man-
tém a perspectiva estável
para a maioria das enti-
Empresas devem colaborar mais entre si
O ex-ministro da Eco-
nomia, Augusto Mateus,
defende uma política
económica impulsiona-
dora de uma colaboração
eficaz entre os sectores
público e privado e entre
as empresas. Esta uma das
principais conclusões do
estudo “O comércio e ser-
viços na competitividade
e internacionalização da
economia portuguesa”
desenvolvido por Augusto
Taxa de desemprego aumentou para 6,5%
no ano passado
A taxa de desemprego
cresceu para 6,5%, no ano
passado, ficando abaixo das
estimativas do Governo
que apontavam para uma
taxa de 6,7%. A média
anual da população desem-
pregada foi de 346,6 mil
pessoas, o que traduziu um
aumento de 8,6% relativa-
mente ao ano anterior, de
dades financeiras globais,
mesmo com as incertezas
geopolíticas e a evolução
da economia. A realidade
é que o actual contexto de
elevadas taxas de juro bene-
ficia os bancos. Os bancos
europeus tiveram resulta-
dos “excepcionalmente for-
tes” no ano passado e hou-
ve “um tremendo aumento
da rentabilidade” por via da
Mateus com o apoio da
Confederação do Comér-
cio e Serviços.
Para o ex-docente uni-
versitário, Portugal tem
um problema de baixos
níveis de produtividade e
de competitividade, a par
de um fraco investimento
público. Neste contexto,
recomenda “a valorização
económica e a gestão inte-
grada e sustentável de filei-
ras de produção e cadeias
acordo com dados do INE.
A taxa de desemprego de
jovens (de 16 a 23 anos)
fixou-se em 20,3%, o que
correspondeu a uma subi-
da homóloga de 1,2%. Já
a proporção de desempre-
gados de longa duração foi
de 37,7%, menos 7,4% do
que em 2022. A subutili-
zação do trabalho cifrou-
subida da margem finan-
ceira e um custo do crédito
baixo. Apesar de ter havi-
do menos crédito, tal foi
compensado por margens
de juro líquidas elevadas.
As taxas de juro têm sido
passadas com atraso para
a remuneração dos depó-
sitos. Também não houve
um aumento considerável
do crédito problemático.
valor, combinando bens e
serviços baseados em recur-
sos endógenos e ativos es-
pecíficos, localizados e não
transferíveis”. Considera
essencial a construção de
plataformas colaborativas
geradoras de sinergias. Por
sua vez, os fatores competi-
tivos são pouco desenvolvi-
dos. Do lado do Governo,
tem de haver uma política
económica construtiva e
ambiciosa.
-se em 11,%, num ligeiro
aumento de uma décima.
A população empregada
subiu 2%, para cerca de
4978,5 mil pessoas. Tratou-
-se do valor mais alto des-
de 2011, ainda segundo o
gabinete estatístico. A taxa
de emprego situou-se em
57%, mais 0,9% do que no
exercício precedente.
JORGE A. VASCONCELLOS E SÁ
Senior Research Fellow at Peter F. Drucker and
Masatoshi-Ito Graduate School of Management
Professor at ISG Business School
E-mail: associates@vasconcellosesa.com
Website: www.vasconcellosesa.com
LinkedIn: http://www.linkedin.com/in/vasconcellosesa
http://www.linkedin.com/company/vasconcellos-e-sa-associates/
Boas Notícias: um livro entediante
sobre um homem enfadonho (Biden)
O recente livro O Último Político sobre
os dois primeiros anos de Presidência de
Biden é um soporífero indispensável em
todas as mesinhas de cabeceira.
Em parte porque antes de chegar onde
quer, o autor (Franklin Foer) faz questão
de provar que de facto entrevistou per-
to de 300 pessoas para escrever o livro.
Vai daí sucessivos parágrafos colecionam
pormenores irrelevantes (horas, estado
do tempo, disposição) antes de chegar ao
cerne da questão.
Mas sobretudo porque… pura e sim-
plesmente… não há cerne da questão.
A agenda de Biden é tratar dos problemas
à medida que eles vão surgindo, muito ao
estilo de Obama (com quem aliás Biden
terá trocado mimos: Obama não sabe di-
zer com ênfase fuck you; em resposta ao
comentário de Obama: nunca subestimar
a capacidade de Biden de piorar as coisas).
E aqui o contraste não podia ser maior
com todos os livros sobre a presidência
de Trump: medo; aviso; Trump e a máfia
russa; fogo e fúria; cercado; etc.
Onde Trump é um temperamental (já
no sector privado nenhum colaborador
o contactava sem primeiro perguntar à
secretária qual a côr do dia – verde, ama-
relo ou encarnado?), fazendo dos seus
contactos e diálogos uma montanha rus-
sa de emoções, Biden é o auto-controlo
em pessoa, embora tenha naturalmente,
as suas aversões (Putin?: um assassino; A.
Ghani, o ex-presidente afegão?: give me a
break, ele tira-me do sério).
Acresce que Trump tinha uma agen-
da: guerra comercial, confrontar a Chi-
na, hostilizar os parceiros da NATO até
contribuírem o devido para o orçamento,
combater o mito do aquecimento global,
fazer os empregos industriais regressar
aos EUA.
Biden? Tratar do Covid. Quando
ocorre uma vaga nomear um Juiz para
o Supremo Tribunal. A Rússia invadiu a
Ucrânia? Lá teremos de responder (sem
arriscar a terceira guerra mundial). A
China faz exercícios militares junto a Tai-
wan? Enviaremos uma mensagem diplo-
mática forte.
Donde diferenças de 1) temperamen-
to e 2) de agenda. Mas para além disso
também de 3) organização. Enquanto
a presidência de Trump foi um rodopio
de despedimentos (de membros do ga-
binete, chefes de staff e conselheiros), a
de Biden caracteriza-se pela placidade e
constância.
Os problemas vêm. As pessoas ficam.
As rotinas continuam. Os procedimentos
mantêm-se. Hoje como ontem. Amanhã
como hoje. Tudo o mais tranquilo pos-
sível.
O que é aliás um excelente sinal. Pe-
ter Drucker dizia que o grande sintoma
se uma fábrica ou sede era bem ou mal
gerida, era a tranquilidade nos corredo-
res. Correrias eram sinal de desorganiza-
ção. E aqui, neste teste, a Casa Branca de
Biden passa com distinção. Tem organi-
zação.
O que já de si é muito. Porque como
disse H. Maucher, presidente e conhe-
cido como o senhor Nestlé durante duas
décadas: “a organização não é tudo, mas
sem ela não temos nada”.
Junte-se ao equilíbrio emocional, expe-
riência, firmeza quanto baste (guerra da
Ucrânia), o carácter (um homem decen-
te) e temos as quatro pedras basilares de
uma presidência, que… será previsivel-
mente varrida do mapa.
?...
Pelo ódio que invade a América (face à
imigração), o medo que coabita nas casas
(devido à criminalidade) e o ressentimen-
to social (do empobrecimento relativo e
absoluto dos sem licenciatura).
Varrida do mapa com grande probabi-
lidade. Mas recordada por muitos com
saudade, seguramente.

Bruxelas cria condições na transição

de energias limpas
A Comissão congratu-
la-se com o acordo polí-
tico provisório alcançado
entre o Parlamento Euro-
peu e o Conselho sobre o
Regulamento Indústria
de Impacto Zero.
Este acordo ajudará
a UE a adotar tecnolo-
gias limpas e a realizar
progressos significati-
vos no sentido de criar
uma forte capacidade de
produção interna dessas
tecnologias. A avaliação
de impacto zero reforça-
rá a competitividade e a
resiliência da indústria
europeia e apoiará a cria-
ção de empregos verdes.
Enquanto parte central
do Plano Industrial do
Pacto Ecológico, “o ato
legislativo assegurará que
a UE está bem equipada
para a transição para as
energias limpas, estabele-
cendo um parâmetro de
referência para a capaci-
dade de fabrico de tecno-
logias de impacto zero da
UE, a fim de atingir, pelo
menos, 40 % da procu-
ra esperada até 2030”,
refere a Comissão. O
ato legislativo acordado
criará as condições re-
gulamentares favoráveis
necessárias para atrair e
apoiar o investimento
em tecnologias e projetos
conexos que darão um
contributo significativo
para a descarbonização.
“As disposições acorda-
das ajudarão, em espe-
cial, a construir mais ins-
talações de produção de
tecnologias de impacto
zero, de forma mais rá-
pida.”
 Este suplemento faz parte
integrante da Vida Económica
n.º 2015, de 9 de fevereiro 2024,
e não pode ser vendido
separadamente

SEGURO AUTOMÓVEL Ps. II-III

Custo da sinistralidade rodoviária

em Portugal representa mais
de três mil milhões de euros anuais

ENTREVISTAS P. II-III
CARLA QUINTEIRO, DA MAPFRE
“A conjuntura económica
do último ano trouxe algumas
dificuldades à comercialização
do seguro automóvel”

JOSÉ COUTINHO, DA ZURICH EM PORTUGAL

“É necessário ajustar condições
tarifárias para assegurar OPINIÃO P. V ASSOCIADO DO MÊS P. VII
o indispensável equilíbrio Pedro Pinhal, MDS Portugal Paulo Oliveira, Solid Intuition
técnico e garantir Sinistralidade automóvel: “Devemos estar atentos e tentarmos
a sustentabilidade do ramo desafios, impactos contrariar, até onde nos for possível,
automóvel” e estratégias a impessoalidade e sermos nós
OPINIÃO P. IV para as organizações a interagir com o cliente”
Nuno Gomes Duarte, Grupo Ageas NOTÍCIA P. VI CONSULTÓRIO P. VIII
Seguro Automóvel: Obstáculos 2024: Um ano de incertezas Dever de comunicar o código LEI
e estratégias de adaptação a vários níveis (Identificador de Entidade Jurídica)
 II sexta-feira, 9 de fevereiro 2024

Tema de Capa
SEGURO AUTOMÓVEL

Custo da sinistralidade rodoviária

em Portugal representa mais
de três mil milhões de euros anuais

panorama da sinistralidade ro-
doviária em Portugal continua a
atingir níveis preocupantes, repre-
sentando um elevado custo económico e
social para o país, famílias e organizações.
Pedro Pinhal, diretor Técnico e de Sinis-
tros - MDS Portugal, no artigo de opinião
publicado nesta edição de Seguros, des-
taca que os investigadores do Centro de
Estudos de Gestão do Instituto Superior
de Economia e Gestão da Universidade
de Lisboa concluíram recentemente que o
custo da sinistralidade rodoviária em Por-
Na opinião de Carla Quinteiro,
tugal, com todo o tipo de vítimas, repre- o aumento da inflação impactou
sentava mais de três mil milhões anuais. no poder de compra dos
Aliás, de acordo com as últimas estatísticas consumidores, mas também
divulgadas pelas autoridades policiais (PSP
e GNR), em 2023, Portugal registou mais levou ao aumento dos preços
de 143.000 sinistros rodoviários, o que se dos bens e serviços, incluindo
traduz num aumento de 31% em relação a os custos de reparação
2019 (pré-pandemia). dos automóveis, tanto no
aumento dos preços das peças
De acordo com as utilizadas como no aumento do
valor da mão de obra.
últimas estatísticas
divulgadas pelas
autoridades policiais
(PSP e GNR), em 2023,
Portugal registou mais
de 143.000 sinistros
rodoviários, o que se
traduz num aumento de
31% em relação a 2019
(pré-pandemia).

Também Carla Quinteiro, diretora

Técnica e de Operações da Mapfre destaca
o facto de a conjuntura económica do úl-
timo ano ter acarretado algumas dificulda-
des à comercialização do seguro automó-
vel. “O aumento da inflação impactou no
poder de compra dos consumidores, mas
também levou ao aumento dos preços dos
bens e serviços, incluindo os custos de re-
paração dos automóveis, tanto no aumen-
to dos preços das peças utilizadas como no
aumento do valor da mão de obra. Um ce-
nário tem um impacto direto na atualiza- Na opinião de José Coutinho,
ção do preço do seguro automóvel”, refere. atendendo aos impactos
A opinião é partilhada por José Cou-
tinho, chief Underwriting Officer da Zu-
provocados quer pela
rich em Portugal. “O ramo automóvel foi inflação nos custos de
fortemente penalizado pelo impacto da sinistros, quer pelo aumento
inflação durante os anos de 2022 e 2023, do número de ocorrências,
o que originou um aumento significativo
dos custos com sinistros. A reparação dos é necessário ajustar as
automóveis tornou-se mais cara, seja pelo condições tarifárias para
preço das peças, seja pelo custo da mão de assegurar o indispensável
obra, e o tempo de imobilização dos veícu- equilíbrio técnico e garantir
los aumentou devido a constrangimentos
nas diversas cadeias de distribuição”, des- a sustentabilidade do ramo
taca. automóvel.
 sexta-feira, 9 de fevereiro 2024 III

Entrevista
CARLA QUINTEIRO, DIRETORA TÉCNICA E DE OPERAÇÕES DA MAPFRE

“A conjuntura económica do último ano trouxe

algumas dificuldades à comercialização
do seguro automóvel”
De que forma é que a atual conjuntura
económica nacional e internacional pena-
liza o seguro automóvel?
A conjuntura económica do último
ano trouxe algumas dificuldades à comer-
cialização do seguro automóvel. O aumen-
to da inflação impactou no poder de com-
pra dos consumidores, mas também levou
ao aumento dos preços dos bens e serviços,
incluindo os custos de reparação dos auto-
móveis, tanto no aumento dos preços das
peças utilizadas como no aumento do va-
lor da mão de obra. Este cenário tem um
impacto direto na atualização do preço do
seguro automóvel.
Tendo em conta esta situação, qual é
estratégia seguida pela Mapfre para co-
mercializar um seguro automóvel com
prémios competitivos?
Na Mapfre trabalhamos diariamen-
te para aumentar a eficiência dos pro-
cessos e reduzir custos, garantindo que
os nossos clientes recebam um serviço
de qualidade com um custo ajustado.
Uma das estratégias que temos vindo a
adotar neste contexto é a negociação de
preços e vantagens com os nossos par-
ceiros como, por exemplo, as oficinas de
reparação. Mas fazemos isto sem afetar o
padrão de qualidade exigido pelos servi-
ços técnicos da Mapfre. Estas parcerias
trazem vantagens para todos e são um
importante aliado para reduzir ao máxi-
mo o impacto do cenário económico nos
preços dos seguros.
O que está a Mapfre a fazer para me-
lhorar o serviço ao cliente no seguro au-
tomóvel?
Temos uma preocupação constante
em oferecer aos nossos clientes um serviço
melhor e de qualidade. Para isso, procu-
ramos estabelecer acordos com os nossos
parceiros, oficinas, reparadoras especiali-
zadas em vidros, reboques, aluguer de veí-
culos de substituição, prestadores clínicos,
etc. O objetivo desta estratégia é oferecer
um elevado padrão de qualidade ao me-
lhor preço possível.
Temos investido muito em melhorar
o serviço ao cliente ao longo da sua ex-
periência com a Mapfre através do lança-
mento de aplicações digitais. Por exemplo,
melhoramos o nosso serviço de assistência
através de uma app onde o cliente pode
solicitar e acompanhar em tempo real a
chegada do reboque ou do serviço solici-
tado. Temos também um canal direto em
que o cliente pode contactar diretamente
o gestor do seu sinistro, enviar e receber
mensagens e documentos, e saber a qual-
quer momento o ponto de situação do seu
processo. Estamos a ultimar o lançamento
de uma participação de sinistros online,
em que potenciamos muito a experiência
do utilizador uma vez que, de forma rá-
pida, simples e cómoda, poderá participar
o sinistro. Também através da área cliente
os nossos clientes podem aceder a todas as
informações e documentação do seu segu-
ro automóvel (Carta Verde, documentação
contratual, faturas/recibos, etc.), sendo
possível inclusive, participar sinistros, efe-
tuar pagamentos e atualizar dados ou pedir
alterações aos seus seguros.
Temos uma preocupação
constante em oferecer aos
nossos clientes um serviço
melhor e de qualidade.
Para isso, procuramos
estabelecer acordos com
os nossos parceiros,
oficinas, reparadoras
especializadas em vidros,
reboques, aluguer de
veículos de substituição e
prestadores clínicos.

Entrevista

JOSÉ COUTINHO, CHIEF UNDERWRITING OFFICER DA ZURICH EM PORTUGAL

“É necessário ajustar condições tarifárias

para assegurar o indispensável equilíbrio técnico
e garantir a sustentabilidade do ramo automóvel”
De que forma é que a atual conjun-
tura económica nacional e internacional
penaliza o seguro automóvel?
O ramo automóvel foi fortemen-
te penalizado pelo impacto da inflação
durante os anos de 2022 e 2023, o que
originou um aumento significativo dos
custos com sinistros. A reparação dos au-
tomóveis tornou-se mais cara, seja pelo
preço das peças, seja pelo custo da mão
de obra, e o tempo de imobilização dos
veículos aumentou devido a constrangi-
mentos nas diversas cadeias de distribui-
ção.
Adicionalmente, verificou-se um au-
mento de frequência da sinistralidade,
que convergiu para os níveis de pré-pan-
demia, o que agravou a situação por si só
já desafiante.
Tendo em conta esta situação, qual é
estratégia seguida pela Zurich para co-
mercializar um seguro automóvel com
prémios competitivos?
Atendendo aos impactos provocados
quer pela inflação nos custos de sinistros,
quer pelo aumento do número de ocor-
rências, é necessário ajustar condições
tarifárias para assegurar o indispensável
equilíbrio técnico e garantir a sustentabi-
lidade do ramo automóvel. Nas renova-
ções dos contratos, os ajustamentos que
temos realizado têm seguido uma estraté-
gia de maior segmentação da nossa cartei-
ra, tendo em conta as diferentes tendên-
cias relacionadas com os fatores de riscos
usados nas nossas tarifas, quer do ponto
de vista geográfico, quer das característi-
cas do veículo ou do condutor.
Adicionalmente, incluímos no nosso
produto pacotes de coberturas com preços
mais reduzidos na componente dos danos
próprios, dando destaque, por exemplo, à
cobertura dos riscos catastróficos da natu-
reza–que ajuda a fazer face aos eventos cli- no sentido de tornar o nosso serviço mais
máticos cada vez mais frequentes e que não conveniente e flexível aquando da dispo-
se encontram garantidos com a cobertura nibilização de viaturas de substituição.
obrigatória de responsabilidade civil.
O que está a Zurich a fazer para me- Nas renovações
lhorar o serviço ao cliente no seguro au-
tomóvel? dos contratos, os
Para além da criação de mais agili- ajustamentos que temos
dade na subscrição do seguro automóvel
através de módulos mais competitivos e realizado têm seguido
alinhados com as necessidades dos nossos uma estratégia de maior
clientes, e de agilizarmos o fracionamento
dos prémios sem qualquer encargo adicio-
segmentação da nossa
nal, temos investido na componente di- carteira, tendo em conta
gital através do Zurich4You, a nossa app
para clientes. O Zurich4Youpermiteuma
as diferentes tendências
maior simplicidade na hora de consultar relacionadas com os
apólices, aceder ou descarregar a carta fatores de riscos usados
verde, participar um sinistro ou chamar
a assistência. Relativamente à assistência nas nossas tarifas
em viagem, temos também trabalhado
 IV sexta-feira, 9 de fevereiro 2024
Opinião
Seguro Automóvel: Obstáculos e estratégias de adaptação
NUNO GOMES DUARTE
Responsável Oferta e Gestão
do Produto Grupo Ageas
O
seguro automóvel é considerado
um pilar fundamental da
segurança financeira dos
condutores. Contudo, nos
últimos anos, temos vindo a
testemunhar uma série de transformações
significativas que estão a impactar não só
os/as clientes, como também as próprias
seguradoras.
A situação económica que o país
atravessa é umas das razões mais óbvias
que está a influenciar as escolhas dos
consumidores. Muitos já estão a procurar
formas de reduzir despesas mensais e
uma das áreas onde esta tendência é mais
visível é nos seguros automóveis.
Alguns optam por prescindir do uso
dos seus veículos, enquanto outros
procuram alternativas mais acessíveis,
muitas vezes reduzindo a amplitude
das coberturas e expondo-se a riscos
desnecessários – a título de exemplo,
numa ocorrência de tempestades fortes,
Opinião
A artimanha dos benefícios ilícitos
LÚCIO PEREIRA DA SILVA
Diretor geral da DefendeRisk
A
fraude nos seguros automóveis
acontece quando uma pessoa
fornece informações falsas ou
incorretas com o único objetivo
de obter benefícios financeiros
indevidos através da indemnização do
seguro. Existem várias formas de fraude
no seguro automóvel, podemos identificar,
por exemplo, a intervenção e envolvimento
de diferentes protagonistas, incluindo
segurados, agentes, oficinas mecânicas e até
mesmo profissionais de saúde.
As situações mais comuns de fraude
incluem o fornecimento de informações
falsas no momento da contratação sobre
o histórico de sinistralidade, local de
residência ou outros detalhes para obter
prémio mais reduzido.
A encenação de acidentes com o único
objetivo de reclamar prejuízos indevidos,
que pode ser uma colisão entre viaturas,
incêndio, fazer desaparecer como por
magia a viatura, também aumentar os
danos é frequente nos acidentes genuínos
para a obtenção de um valor mais elevado
de indemnização. O roubo de viaturas é
também participado em número muito
elevado, quando na realidade a viatura foi
ocultada ou vendida para peças.
Quando existe a participação das
em dezembro 2022, constatamos que
menos de 20% dos/as nossos/as clientes
possuíam cobertura para fenómenos
naturais.
Além disso, também a idade média dos
veículos é cada vez maior, o que aumenta
a probabilidade do risco de acidentes
e avarias, interferindo no custo para as
seguradoras e, consequentemente, para
os/as clientes.
Alguns optam por
prescindir do uso dos seus
veículos, enquanto outros
procuram alternativas
mais acessíveis, muitas
vezes reduzindo a
amplitude das coberturas
e expondo-se a riscos
desnecessários.
Para responder a estes desafios, no
grupo Ageas Portugal já estamos a
aplicar diversas estratégias. Em primeiro
lugar, reconhecemos a importância de
oficinas de mecânicas, o esquema de
fraude utilizado é a inflação dos custos de
reparação ou a reclamação de danos não
existentes ou pré-existentes.
Assim, para combater a fraude, as
seguradoras utilizam várias estratégias e
práticas que estão implementadas para
a detetar e prevenir. A utilização de
análise avançada de dados para identificar
padrões irregulares e comportamentos
suspeitos, a Implementação de algoritmos
com dados do histórico para análise
de grandes conjuntos de dados e assim
identificar anomalias e situações anómalas
é um procedimento já normal na
atividade seguradora.
A partilha de informações sobre fraudes
entre seguradoras para identificar padrões
recorrentes e indivíduos suspeitos é
também prática corrente.
A verificação rigorosa das informações
fornecidas pelos segurados na contratação
e renovação do seguro, incluindo histórico
de sinistralidade e outros dados relevantes
é usual acontecer.
A realização de inspeções e averiguações
no local em casos de sinistros
significativos para avaliar a extensão real
dos danos e verificar a legitimidade da
reclamação também é prática comum.
Avaliação cuidadosa das oficinas
mecânicas que realizam as reparações,
incluindo auditorias aleatórias e análise
de padrões de reparação são matérias de
extrema importância.
A Formação regular de toda a estrutura,
comercial ou técnica é o melhor
investimento que uma seguradora pode
investimento em tecnologias inovadoras
para otimizar processos e reduzir custos,
ao mesmo tempo em que agilizamos
a experiência do cliente. Processos
simplificados significam uma experiência
mais ágil para todos os envolvidos, desde
colaboradores/as internos/as até parceiros
e clientes.
Adicionalmente à avaliação elaborada
cuidadosamente aos riscos em carteira,
o que permite o ajustamento dos preços
de acordo com a conjuntura atual,
estamos também atentos aos aumentos de
riscos, associados aos ciclos económicos.
Implementámos modelos avançados
de deteção de fraude, em parceria com
especialistas de renome, para proteger os/
as nossos/as clientes não fraudulentos e
garantir a competitividade da empresa.
Contudo, os desafios económicos não
devem ser subestimados e o grupo Ageas
Portugal tem concentrado esforços a
vários níveis, nomeadamente, através
de novos produtos e serviços. É o caso
do Triénio Seguro, uma cobertura
desenhada para clientes que tenham
veículos novos ou seminovos, que garante
a indemnização no caso de perda total,
especialmente impactante para clientes
com crédito automóvel.
Em simultâneo, e para dar resposta à
realizar, desde os agentes de seguros,
averiguadores, avaliadores e outros
funcionários para que todos possam
reconhecer sinais de possível fraude e
identificar atividades suspeitas.
A verificação rigorosa das
informações fornecidas
pelos segurados na
contratação e renovação
do seguro, incluindo
histórico de sinistralidade
e outros dados relevantes
é usual acontecer.
A peritagem sendo externa, deverá ter
um cuidado acrescido, no controle dos
procedimentos e protocolos, além de que a
formação deveria ser obrigatória já que não
é uma exigência do sistema existente. Esta
falta de formação é um problema grave em
qualquer organização, muito mais quando
se trata do combate à fraude.
A realização de investigações detalhadas
em casos de sinistros suspeitos, incluindo
cooperação com autoridades policiais,
se necessário é o procedimento que
muitas vezes não acontece, o que deveria
ser mais frequente para a obtenção de
resultados mais positivos. O custo deste
procedimento a exemplo de tudo o que
implica o combate à fraude é muitas vezes
aposta crescente por veículos elétricos, o
grupo elaborou igualmente uma revisão
à sua a solução Assistência em Viagem.
Além de acautelar as garantias, mais
valorizadas pelos/as clientes, ainda incluí a
proteção específica para veículos elétricos,
com carregamento automático no local
ou reboque para o posto de carregamento
mais próximo, em caso de falta de bateria,
furto ou atos de vandalismo nos cabos de
carregamento.
A nossa última grande aposta foi ao
nível da Seguro Directo, com o produto
“Seguro ao Km”. Isto é, o/a cliente só
paga os quilómetros que conduz, assim, se
a sua apólice considerar mais quilómetros
e estes não tiverem sido atingidos, a
seguradora reembolsa parte, até 30%
do valor do prémio. É um incentivo
à redução de condução com veículos
próprios, olhando ao ambiente e às
pessoas que privilegiam outros meios de
transporte e têm seguros nos valores de
quem conduz muito.
A par destas soluções, dispomos ainda de
uma app gratuita para promoção de uma
condução responsável, com recomendações
cruciais para a segurança de todas as
pessoas. Em suma, a nossa prioridade é,
acima de tudo, dar respostas às diferentes
necessidades de cada um/a.
colocado como resistência no combate à
fraude.
Também a educação dos segurados
sobre os riscos e consequências da
fraude deve ser matéria de análise e
assunto a tratar na comunicação das
seguradoras, incentivando a honestidade
e transparência na prevenção a corrupção
nos seguros.
Estabelecer programas de recompensa
para incentivar a denúncia de fraudes e
atividades suspeitas por parte dos próprios
segurados e profissionais da área poderia
ser um projeto a implementar até porque
hoje todas as seguradoras são obrigadas a
ter uma plataforma de denúncias ao abrigo
da legislação do MENAC, seria somente
aperfeiçoar em matéria de legalidade o
assunto até porque há seguradoras que
já têm esse assunto tratado ou em estado
avançado de implementação.
Ao adotar uma abordagem abrangente
e integrada, as seguradoras podem
aumentar a eficácia na deteção e
prevenção da fraude nos seguros
automóveis, garantindo um ambiente
mais justo e confiável para todos os
segurados.
As fraudes nos seguros automóveis não
prejudicam somente as seguradoras, mas
também os segurados honestos pois as
seguradoras aumentam os prémios para
compensar as perdas causadas pela fraude.
A fraude em seguros é ilegal e
contribui para um ambiente em que a
desonestidade é incentivada, no entanto
a tentativa de fraude é crime punido pela
lei.

Opinião
Sinistralidade automóvel:
desafios, impactos
e estratégias
para as organizações
PEDRO PINHAL
Diretor Técnico e de Sinistros -
MDS Portugal
O
panorama da sinistralidade
rodoviária em Portugal continua a
atingir níveis preocupantes.
De acordo com as últimas
estatísticas divulgadas pelas
autoridades policiais (PSP e GNR), em
2023, Portugal registou mais de 143.000
sinistros rodoviários, o que se traduz num
aumento de 31% em relação a 2019 (pré-
pandemia).
Ao nível da gravidade, os números
são também alarmantes. De acordo com
o último relatório de sinistralidade e
fiscalização rodoviária divulgado pela
ANSR, entre janeiro e outubro de 2023
ocorreram em Portugal 30.738 acidentes,
que provocaram 421 vítimas mortais,
2.254 feridos graves e 36.013 feridos
ligeiros. Em comparação com 2019,
embora tenha existido uma diminuição de
acidentes, de vítimas mortais e de feridos
ligeiros, o número de feridos graves
aumentou 4,8%.
Esta realidade gera um elevado
custo económico e social para o país,
famílias e organizações. Recentemente
investigadores do Centro de Estudos
de Gestão do Instituto Superior de
Economia e Gestão da Universidade
de Lisboa concluíram que o custo da
sinistralidade rodoviária em Portugal, com
todo o tipo de vítimas, representava mais
de 3 mil milhões anuais.
É sobre o risco de sinistros estradais
que as organizações enfrentam que nos
debruçamos, mais precisamente, sobre
a importância dos seus responsáveis
desenvolverem, de forma proativa e
consistente, programas de gestão de
risco que visem reduzir, ao máximo,
o número e a gravidade dos sinistros
automóveis.
Não fazer nada terá um custo que
poderá ser insuportável. Pode ter fortes
repercussões nas empresas que dependem
de frotas para as suas operações diárias,
não só pelos custos diretos, resultantes
das reparações, veículos de substituição,
dos aumentos dos prémios de seguros
pelo efeito histórico de sinistralidade,
penalidades contratuais, etc, mas
também, pelos indiretos os quais,
embora difíceis de quantificar, são os
mais expressivos, designadamente,
os emergentes de constrangimentos
operacionais, de perdas de
produtividade, dos dias de baixa
determinados por danos corporais dos
colaboradores - absentismo - e, acima
de tudo, os que afetam a vida, saúde e
integridade física dos colaboradores.
Perante esta tendência instalada em
Portugal de agravamento da sinistralidade,
é crucial que as organizações adotem
estratégias abrangentes para mitigar os
riscos associados a esta problemática.
Colocando a temática da segurança
rodoviária na agenda dos decisores das
organizações, exigindo a tomada de
decisões que protejam, em primeiro lugar,
os seus colaboradores, as suas operações e
o balanço.
Perante esta tendência
instalada em Portugal
de agravamento da
sinistralidade, é crucial
que as organizações
adotem estratégias
abrangentes para mitigar
os riscos associados a
esta problemática.
Esta estratégia deverá passar,
nomeadamente, pela compreensão técnica
do histórico de sinistralidade e perfil
de risco específico da organização; pelo
desenho e implementação de políticas de
segurança rodoviária; pela promoção de
campanhas de sensibilização e formação
de condução defensiva; no treino regular
de condutores; da monitorização da
condição dos veículos; no investimento
em tecnologias de segurança, como
sejam, telemática, sistemas avançados de
assistência ao condutor (como travagem
automática de emergência e alertas de
saída de faixa).
A implementação de uma cultura
de segurança rodoviária dentro da
organização é crucial. O dever de cuidar
da segurança e saúde dos trabalhadores
e de garantir um ambiente mais seguro,
é uma responsabilidade corporativa e
social das organizações. E o sucesso da
mesma está dependente do compromisso
de todos, desde dos líderes até aos
colaboradores.
Devemos estar sempre cientes que
os acidentes, na sua grande maioria,
não acontecem, mas sim são causados
e, como tal, podem ser evitados. Um
consultor de risco e seguros, pelo
conhecimento profundo dos riscos,
pela experiência e expertise é um
importante aliado das organizações no
desenvolvimento de estratégias para
melhorar a sinistralidade rodoviária,
oferecendo análises especializadas,
identificando áreas de vulnerabilidade,
propondo medidas preventivas
adequadas, desenhadas à medida e em
linha com as melhores práticas nacionais
e internacionais.
Notícia
O crescimento global
continua a diminuir,
mas não está em rutura
P
elo terceiro ano consecutivo, o cresci-
mento da economia mundial deverá
abrandar para 2,2% em 2024, após
2,6% no ano passado, de acordo com o
Barómetro de Risco País e Risco Sector da
Coface – 4º Trimestre 2023 – 2024.
Embora a economia pareça estar no
bom caminho nos EUA, a atividade eco-
nómica deverá continuar a desacelerar no
primeiro semestre do ano, na sequência da
diminuição dos gastos das famílias, espe-
cialmente porque as reservas de poupanças
excedentárias, acumuladas durante a pan-
demia, está agora em grande parte esgota-
da e continuará a diminuir.
A economia chinesa, que parecia ter
recuperado o fôlego no segundo semes-
tre de 2023, terminando o ano com um
crescimento do PIB de 5,2%, ligeiramente
acima do objetivo oficial de crescimento,
está a estagnar desde o início deste ano.
A recuperação do consumo continua frá-
gil e as preocupações com a correção do
mercado imobiliário, a resolução da dívi-
da das administrações locais e as pressões
deflacionistas continuam a pesar sobre o
investimento privado e o sentimento dos
consumidores.
Na Europa, prevê-se uma (quase) es-
tagnação no primeiro semestre do ano. A
indústria transformadora continua a ser
penalizada pela persistência de custos ele-
vados e pela fraca procura externa.
A escalada das tensões no Mar
Vermelho faz disparar o custo
do transporte marítimo
A instabilidade na região do Mar Ver-
melho constitui uma grande ameaça para
o tráfego marítimo. Esta rota comercial dá
acesso ao Canal do Suez, a rota marítima
mais rápida que liga a Europa (nomeada-
mente Roterdão ou Londres) à Ásia. Cerca
de 12% do comércio mundial e 30% do
tráfego mundial de contentores passam
por ela.
Dada a ameaça na região, a maioria das
companhias de navegação já está a evitar o
Canal do Suez e a optar pelo Cabo da Boa
Esperança, que dá a volta ao continente
africano e acrescenta mais de dez dias ao
tempo de viagem.
Para os que continuam a utilizá-lo, os
custos de segurança e de seguro estão a su-
bir significativamente.
Para compensar estes custos, os trans-
portadores estão a redirecionar os seus
navios para as rotas comerciais europeias
e mediterrânicas, o que reduz o espaço dis-
ponível para as mercadorias que viajam nas
rotas transpacíficas e Norte-Sul, resultando
também em tarifas mais elevadas.
Apesar dos aumentos das taxas dos
fretes marítimos, que mais do que dupli-
caram desde Xangai, e até triplicaram em
algumas rotas para a Europa, ainda estão,
em média, abaixo dos seus níveis recorde
do início de 2022. Por enquanto, acredita-
mos que o impacto inflacionista será con-
sexta-feira, 9 de fevereiro 2024 V
tido - na ordem de 0,1 pontos de inflação
a nível global (0,2 pontos na Europa) e não
parece suscetível de fazer descarrilar o nos-
so cenário central.
Inflação e taxas de juro
Apesar de uma queda em 2023 e de
uma tendência de curto prazo bastante
tranquilizadora, a inflação subjacente ain-
da é o dobro do objetivo do banco cen-
tral na maioria das zonas monetárias de-
senvolvidas. O desafio para 2024 será ver
se as restrições monetárias que estão em
curso há mais de 18 meses são suficientes
para percorrer “o quilómetro final” e tra-
zer a inflação de volta para 2%. E mantê-la
dentro desse objetivo.
Os mercados de trabalho ainda aper-
tados, com taxas de desemprego abaixo
do seu nível estrutural, taxas de oferta de
emprego historicamente elevadas e uma
dinâmica salarial sustentada, sugerem que
a batalha ainda não está ganha - indepen-
dentemente de quaisquer choques de ofer-
ta que possam ocorrer no atual ambiente
geopolítico.
De qualquer modo, e salvo algo ines-
perado, o ambiente das taxas de juro a que
todos os agentes - famílias, empresas e go-
vernos - se habituaram nos últimos quinze
anos, pertence agora firmemente ao passa-
do e as taxas de juro deverão manter-se em
níveis elevados ao longo do ano, em todas
as economias avançadas.
As expectativas do mercado de até 6
cortes nas taxas de juro (de 25 pontos base
cada) ao longo do ano parecem-nos exces-
sivas, em ambos os lados do Atlântico. Na
Europa, apesar da fraca dinâmica da ati-
vidade, as pressões inflacionistas de base
ainda superiores a 2% não deverão permi-
tir que o BCE - e o Banco de Inglaterra -
iniciem a flexibilização monetária antes, na
melhor das hipóteses, do verão de 2024.
Este ambiente económico adverso
manterá as empresas numa situação difícil.
Uma aceleração acentuada das insolvências
é, por conseguinte, um dos principais ris-
cos negativos para o nosso cenário central.
As economias emergentes impulsio-
nam o crescimento global, mas continuam
a ser muito heterogéneas.
Em 2024, os países emergentes serão os
principais motores da economia mundial,
contribuindo com 1,7 pontos percentuais
para o crescimento de 2,2% do PIB mun-
dial. As economias emergentes serão, por
conseguinte, responsáveis por três quartos
do crescimento mundial, o nível mais ele-
vado desde 2013. O Sudeste Asiático vol-
tará a ser uma das regiões mais dinâmicas,
com um crescimento de 4,6%, após 4%
no ano passado.
Os países mais pobres e mais endivi-
dados enfrentarão maiores dificuldades.
Alguns países já se encontram em situação
de incumprimento ou quase, como o Sri
Lanka, o Gana, a Etiópia, o Malawi, o Pa-
quistão e o Laos.
 VI sexta-feira, 9 de fevereiro 2024

Notícia

2024: Um ano de incertezas a vários níveis

ano de 2024 envolve incertezas
que ameaçam, não só o desem-
penho da atividade económica,
desafiando as projeções macroeconómicas
oficiais, como também projetos políticos
de importância crítica para o setor, revela
a APS – Associação Portuguesa de Segura-
doras, no artigo publicado na Newsletter
Seguros & Cidadania.
Por um lado, incertezas que decorrem
das tensões geopolíticas internacionais,
que nesta fase produzem dois grandes con-
flitos militares de impactos potencialmen-
te nefastos para a economia mundial, para
além das suas dramáticas consequências
humanas e sociais.
Por outro, incertezas que decorrem do
próprio contexto político nacional, com
eleições marcadas para março de 2024.
Por último, incertezas que decorrem do
desempenho macroeconómico internacio-
nal, em especial das economias europeias,
algumas das quais em risco real de entrar
em recessão, arrastando potencialmente
economias periféricas como a portuguesa.
Daí que as projeções macroeconómi-
cas da proposta do Orçamento do Estado
para 2024 estejam já em causa, incluindo
quanto ao ritmo de desaceleração do PIB,
que pode vir a ser bem mais acentuado do
que o previsto (taxas de crescimento real
de 2,2% em 2023 e de 1,5% em 2024),
e até quanto ao processo de desinflação,
que pode neste caso vir a ser mais lento
do que o previsto (4,6% em 2023 e 2,9%
em 2024).
Estas circunstâncias vão, provavel-
mente, impactar o segmento Não Vida
– que tem uma correlação positiva com
o desempenho geral da economia e tem
uma relação sensível com o comporta-
mento da inflação, até por força do seu
ciclo de produção invertido – bem como
o segmento Vida, porque mantêm muito
condicionadas as perspetivas de evolução
do rendimento disponível das famílias
e, logo, da sua capacidade de poupança,
ainda que um ambiente de taxas de juro
mais elevadas tenda a reposicionar, favo-
ravelmente, os seus típicos produtos de
capitalização.
Em suma, 2024 será um ano pleno de
desafios para o setor segurador.
A atividade seguradora em 2023
A avaliação do desempenho económi-
co da atividade seguradora em 2023 é um
exercício necessariamente condicionado,
uma vez que a entrada em vigor do novo
Plano de Contas para as Empresas de Se-
guros (PCES) reformulou conceitos com
impacto significativo nalguns dos prin-
cipais agregados e indicadores de perfor-
mance, destaca o mesmo artigo.
Ainda assim, um traço fundamental
que não escapa já despercebido é o subs-
tancial aumento dos montantes pagos pe-
las seguradoras, seja ao abrigo de contratos
do ramo Vida (12,7%), seja ao abrigo de
contratos dos ramos Não Vida (12,4%).
No segmento Não Vida a inflação ex-
plica, naturalmente, uma parte, não sur-
preendendo que se repercuta diretamente
no agravamento do custo médio dos sinis-
tros. Mas a taxa de inflação média acumu-
lada regrediu, apesar de tudo, para 4,3%,
deixando por explicar cerca de 2/3 da ex-
pansão destes montantes pagos.
Outra parte resultará então de um au-
mento da frequência decorrente de uma
maior exposição ao risco, por exemplo
com a acrescida circulação automóvel, ou
de um maior recurso às coberturas de segu-
ro, por exemplo com a acrescida utilização
dos serviços de saúde privados.
E outra parte não menosprezável resul-
tará de fatores mais aleatórios de sinistrali-
dade, em especial fenómenos extremos da
natureza, como as inundações e tempesta-
des que fustigaram algumas zonas do país
no final de 2022 (cujas indemnizações aca-
baram pagas já no início de 2023), a que se
somarão ainda os efeitos das tempestades
sequenciais ocorridas no outono.
Já no segmento Vida a inflação tem um
efeito direto limitado, mas acabou por im-
pactar os seus montantes pagos por via do
aumento que provocou nas taxas de juro.
E foi também um impacto negativo,
uma vez que esse aumento impôs uma
enorme pressão orçamental sobre as famí-
lias endividadas, obrigando muitas delas a
recorrer a poupanças acumuladas, nomea-
damente em produtos de seguros, para fa-
zer face aos seus compromissos com em-
préstimos contraídos.
Em cima deste contexto, o Estado, no
âmbito de políticas não convencionais de
apoio às famílias, veio ainda estimular o
consumo dessas poupanças, incluindo das
que se destinariam ao período de reforma,
criando um regime extraordinário para res-
gates de PPRs que os pôs facilmente a sal-
vo das penalizações fiscais previstas na lei e
que, de facto, terá sido utilizado em abun-
dância por estes aforradores (explicando
boa parte do aumento superior a 40% dos
montantes pagos em PPRs e a erosão de
quase 2 mil milhões de euros no valor das
poupanças acumuladas nestes produtos
em relação ao final de 2022).
Estas circunstâncias
vão, provavelmente,
impactar o segmento
Não Vida – que tem uma
correlação positiva com
o desempenho geral da
economia e tem uma
relação sensível com
o comportamento da
inflação, até por força do
seu ciclo de produção
invertido
E se no segmento Não Vida a evolução
do volume de prémios (10,6%) ainda se
aproximou da dos montantes pagos, já no
segmento Vida os prémios e contribuições
para produtos de poupança regrediram
consideravelmente (-14,5%).
Na realidade, todos os grandes ramos
do segmento Não Vida tiveram cresci-
mentos do volume de prémios superiores
à inflação, incluindo os de Acidentes de
Trabalho (11,0%), Doença (16,7%), In-
cêndio e Outros Danos (10,6%) e Auto-
móvel (8,4%). Sucede, porém, que só no
primeiro destes ramos esse crescimento
superou o dos montantes pagos, sugerindo
um agravamento geral do rácio de sinistra-
lidade Não Vida em 2023.
Em Vida verifica-se uma significati-
va retração dos prémios e contribuições a
conviver com o referido agravamento dos
montantes pagos com sinistros, resgates
e reembolsos, gerando um fluxo técnico
substancialmente negativo. Esta contração
da aplicação de poupanças em produtos de
seguros afetou também os PPR (-11,5%),
embora se tenha estendido, e com maior
incidência ainda, a outros produtos de ca-
pitalização (-20,4%).
A repercussão de toda esta combinação
de fatores sobre o desempenho económico
do setor só é aferível, nesta altura, para o
primeiro semestre do ano e, sendo então
baseado nas normas IFRS 17 e IFRS 9,
com fortes limitações na comparabilidade
com exercícios anteriores.
Na demonstração de resultados deste
período o saldo líquido global equivaleu
a 314 milhões de euros, mantendo-se um
contributo superior do ramo Vida (272
milhões de euros), um contributo também
positivo do conjunto dos ramos Não Vida
(181 milhões de euros) e um contributo
negativo da conta não técnica incluindo
impostos (-140 milhões de euros).
No segmento Não Vida, o maior con-
tributo veio do ramo Acidentes e Doen-
ça, em especial do sub-ramo Acidentes de
Trabalho, embora todos os outros grandes
ramos tenham apresentado igualmente um
resultado técnico positivo. Ainda assim, o
saldo foi bastante contido em Doença e
Automóvel, em especial se comparado
com o volume de prémios (e réditos) que
geram.
Por fim, o saldo da conta não técnica
foi penalizado, como habitualmente, pelos
impostos correntes (74 milhões de euros) e
impostos diferidos (40 milhões de euros),
ainda que fosse já negativo antes da sua
aplicação.

Calendário
FEVEREIRO 2024 CONSULTE ONLINE EM WWW.APROSE.PT

Eventos da atividade seguradora

LOCAL CONTACTOS E INFORMAÇÕES

DATA EVENTO/CURSO CIDADE ENDEREÇO ORGANIZAÇÃO TELEFONE E-MAIL WEB PAGE

20/02/24 Gestão de sinistros patrimoniais – Ramo multirriscos Online elearning.aprose.pt/ APROSE 222003000 academia@aprose.pt www.aprose.pt

20/02/24 Marketing Digital na Comercialização de seguros Online elearning.aprose.pt/ APROSE 222003000 academia@aprose.pt www.aprose.pt

10.º Congresso Nacional dos Agentes e Corretores de Fundação

23/02/24 Lisboa APROSE 222003000 aprose@aprose.pt www.aprose.pt
Seguros Champalimaud

27/02/24 Regularização de sinistros – Ramo automóvel Online elearning.aprose.pt/ APROSE 222003000 academia@aprose.pt www.aprose.pt

27/02/24 Excel Online elearning.aprose.pt/ APROSE 222003000 academia@aprose.pt www.aprose.pt

28/02/24 Gestão do tempo e do stress laboral Online elearning.aprose.pt/ APROSE 222003000 academia@aprose.pt www.aprose.pt

29/02/24 Argumentação na Comercialização de seguros Online elearning.aprose.pt/ APROSE 222003000 academia@aprose.pt www.aprose.pt

Associado do Mês
POR PAULO OLIVEIRA, SÓCIO-GERENTE SOLID INTUITION, UNIPESSOAL, LDA.
“Devemos estar atentos e tentarmos contrariar,
até onde nos for possível, a impessoalidade
e sermos nós a interagir com o cliente”
Paulo Oliveira, em entrevista,
destaca que devemos aproveitar
o que esta nova era da
digitalização nos oferece para
fazer a diferença, fazer das
dificuldades oportunidades.
Não conseguimos deter o
desenvolvimento digital, mas
podemos e devemos tirar
partido deste.
Vida Económica (VE) - Quando e como se
iniciou a atividade da Solid Intuition, Uni-
pessoal, Lda.?
A Solid Intuition é uma empresa jovem
que surgiu em 2017 como um projeto a
nível individual, pois sou sócio-gerente
de uma outra empresa de distribuição de
seguros há já 35 anos em Vila Nova de Fa-
malicão.
A Solid Intuition está direcionada es-
sencialmente para o mercado empresa-
rial efetuando, junto com o cliente, uma
análise pormenorizada de todas as neces-
sidades, desde os seguros obrigatórios aos
Employee Benefits, passando também por
identificar os riscos, proceder à sua avalia-
ção, e apresentando posteriormente um
estudo global 360º, para abranger todas
as necessidades da empresa, inclusive na
formação junto dos seus colaboradores da
literacia dos seguros.
VE - Por que princípios e valores nor-
teiam a prestação de serviços junto dos
clientes?
Pautamo-nos pelos cinco principais
princípios para podermos atingir a exce-
lência: Priorização, Planejamento, Foco,
Organização e utilização da Economia
de Tempo, tendo como principais valores
a Integridade, Responsabilidade Social,
Respeito, Trabalho em Equipe, Inovação
e Foco no Cliente, colocando ao dispor
todos os meios de comunicação físicos e
digitais.
VE - Como veem o desenvolvimento des-
ta atividade nos próximos anos?
Vai passar indiscutivelmente pela tão
falada “digitalização”, sendo que o relacio-
namento pessoal e presencial, principal-
mente no mercado empresarial, ainda será
um fator de diferenciação.
Queremos criar um cluster entre vários
parceiros de negócios ligando várias outras
atividades, principalmente as relacionadas
com SHST (Segurança, Higiene e Saúde
no Trabalho) para identificação e mini-
mização dos riscos, propondo alterações e
ajudando a implementar medidas de pro-
teção individual e coletiva, por consequên-
cia a diminuição da taxa de sinistralidade,
aumentando o nível de produtividade ge-
rando uma relação win-win entre empre-
sas, pessoas e seguradoras.
Queremos criar um
cluster entre vários
parceiros de negócios
ligando várias outras
atividades, principalmente
as relacionadas com
SHST (Segurança, Higiene
e Saúde no Trabalho)
para identificação e
minimização dos riscos,
propondo alterações e
ajudando a implementar
medidas de proteção
individual e coletiva.
VE - A multicanalidade dos vossos ser-
viços constitui uma linha estratégica do
plano de ação? Porquê?
A multicanalidade é hoje, uma das
principais estratégias que as empresas de
distribuição de seguros devem explorar,
na era da digitalização e da IA-Inteligên-
cia Artificial, as comunicações são já hoje
efetuadas por diversos canais, desde o tão
útil WhatsApp, ao já super utilizado e-mail,
passando pelas redes sociais e até aos cha-
tbots, estes últimos tão na moda, não des-
curando claro, os meios de comunicação
tradicionais.
VE - Há quem entenda que os seguros
são cada vez mais impessoais. Que leitura
fazem desta nota?
Bem, na realidade a digitalização to-
tal de alguns seguros leva a que o cliente
através de um site de uma companhia, ou
mesmo diretamente do micro-site de um
mediador, consiga efetuar desde, a simu-
lação à contratação do seguro, e fazê-lo
na sua totalidade de forma autónoma sem
que tenhamos quaisquer interferências
em todo o processo, hoje a maior parte
das companhias já tem assinaturas digi-
tais sendo que algumas nem necessitam
de quaisquer assinaturas, e aí sim, pode-
ríamos dizer que os seguros estão cada vez
mais impessoais.
VE - A constatar-se essa impessoalida-
de, a mesma prejudica a mediação de se-
guros? De que forma?
Poderemos dizer que a relação pessoal
criada entre o mediador e o cliente fica
quebrada nesta nova era da digitalização,
podendo dessa forma prejudicar a media-
ção de seguros que até agora era feita de
relações pessoais vividas no dia-a-dia, com
comunicações físicas, em espaços físicos.
Ao afastar os clientes da nossa entidade e
relacionamento, podemos dessa forma e
num futuro próximo passarmos a ser mais
“0 e 1 (zeros e uns)”, ou seja, passarmos a
ser também nós digitais.
No entanto podemos e devemos estar
atentos, tentarmos contrariar, até onde
nos for possível, essa impessoalidade, te-
mos que ter ferramentas de gestão que
sexta-feira, 9 de fevereiro 2024 VII
nos ajudem a verificar, quando é que um
cliente subscreveu um novo produto, e
sermos nós a interagir com o cliente. Esta
interação poderá ser também ela digital
ou mesmo pessoal, temos então que nos
diferenciar no pós-venda, entrarmos em
contacto com o cliente, saber se este ficou
satisfeito com o seguro que subscreveu,
tentarmos saber se o seguro realmente
corresponde às expectativas do cliente e
informá-lo que estamos sempre disponí-
veis e contactáveis através dos múltiplos
canais de comunicação. Isto é, tentarmos
aproveitar o que esta nova era da digita-
lização nos oferece para fazer a diferença,
fazer das dificuldades oportunidades, não
conseguimos deter o desenvolvimento di-
gital, mas podemos e devemos tirar par-
tido deste.
Na realidade a
digitalização total de
alguns seguros leva a
que o cliente através
de um site de uma
companhia, ou mesmo
diretamente do micro-
site de um mediador,
consiga efetuar a
simulação à contratação
do seguro
VE - E a multicanalidade das segurado-
ras? Compreendem-na? Porquê?
Conforme nós, mediadores de seguros,
utilizamos a multicanalidade para a nossa
atividade é inevitável que as seguradoras
também a usem, pelo que, sim, compreen-
do que estas a utilizem.
Hoje uma grande parte das segurado-
ras têm aplicações próprias, onde o cliente
pode, por diversos canais comunicar com
as seguradoras, desde uma simples parti-
cipação de um sinistro à consulta de um
documento, mas que as utilizem a nosso
favor, informando sempre o cliente que
pode e deve em caso de qualquer dúvida
contactar o seu mediador.
Assim, estaremos todos em harmo-
nia, seguradoras, mediadoras e clientes,
não podemos nem devemos olhar para o
chão, temos de olhar em frente, aceitar-
mos que tudo está em mutação, tenho 60
anos, sou profissional há mais de 35, pelo
que, como sabem, sou do tempo em que
preenchíamos propostas enviando-as por
correio, e passávamos certificados provi-
sórios de seguro automóvel por 60 dias, a
evolução é um facto e devemos encará-la
como uma oportunidade e não como um
entrave.
 VIII sexta-feira, 9 de fevereiro 2024

Consultório Jurídico

Dever de comunicar o código LEI (Identificador de Entidade Jurídica)

Fui notificado muito recentemente pela
ASF para o dever de dar cumprimento ao
código LEI. Agradecia o favor dos vossos
comentários, uma vez que desconheço
em absoluto do que se trata.
CORVACEIRA GOMES
Departamento jurídico
Diretor Executivo APROSE
o assunto “Utilização do identificador de
entidade jurídica”, a qual obriga à contra-
tação de um LEI, para além das (res)segu-
radoras e sociedades gestoras de fundos de
pensões, por parte de:
Por um lado, os mediadores de (res)se-
guros registados em Portugal que exerçam
atividades transfronteiras no território de
outros Estados membros da União Euro-
peia, nos termos da secção II do capítulo
VI do regime jurídico da distribuição de
seguros e de resseguros (RJDS), aprovado
pela Lei n.º 7/2019, de 16 de janeiro e;
Por outro lado, pelos mediadores de
à data de elaboração desta informação, po-
derão ser consultadas na lista que a seguir
se reproduz (as quais apresentam preços
por emissão ou renovação dos LEI por um
ano, três anos ou cinco anos), ver qaudro.
Mais e esclarece que, tendo a Norma
Regulamentar n.º 11/2023-R sido publica-
da no Diário da República de 16/01/2024,
a qual entrou em vigor no dia seguinte à
publicação, i.e., 17/01/2024, o prazo para
comunicar, em termos de regime transitó-
rio, à ASF, através do Portal ASF, o código
LEI, por parte dos mediadores de seguros
que exercem atividades transfronteiras no
Ultrapassado o regime transitório, os
mediadores de (res)seguros que venham
a exercer atividades transfronteiras após
17/01/2024 devem pedir a emissão do LEI
no prazo de 30 dias a contar da comunica-
ção do início de atividade nos termos dos
artigos 91.º e 97.º do RJDS, contanto que
quer a emissão, quer a caducidade do LEI
deve ser comunicada à ASF no prazo de
cinco dias úteis após a data da sua respetiva
emissão ou caducidade.
Os mediadores de seguros que sejam
pessoas singulares e que igualmente exer-
çam a atividade transfronteiras devem


seguros registados em outros Estados território de outros Estados membros da ainda, juntamente com a comunicação do
e facto, sendo obrigatória a con- membros da União Europeia que exerçam União Europeia – e apenas estes –, termi- LEI, tomar conhecimento da informação
tratação do código LEI [Identifica- atividades transfronteiras em Portugal, nou e termina em: constante do formulário relativo ao trata-
dor de Entidade Jurídica, na sigla
inglesa (Legal Entity Identifier)] apenas
pelos mediadores de (res)seguros que noti- LOU LEI Webpage Agente
ficaram a autoridade de supervisão quanto Bloomberg Finance LP (Bloomberg) 5493001KJTIIGC8Y1R12 https://lei.bloomberg.com/ Sem agentes de registo
à intenção de exercer a atividade transfron- EQS Group AG (EQS) 529900F6BNUR3RJ2WH29 https://www.lei-manager.com/ https://lei-portugal.pt/
teiriça – mesmo que a não exerçam de fac-
GS1 AISBL (GS1) 52990034RLKT0WSOAM90 https://www.lei.direct/ https://gs1pt.org/
to –, mais se esclarece que o LEI consiste
num código alfanumérico de 20 carateres London Stock Exchange LEI Limited
213800WAVVOPS85N2205 https://www.lseg.com/LEI Sem agentes de registo
baseado na norma ISO 17442 desenvol- (London Stock Exchange)
vida pela Organização Internacional de The Irish Stock Exchange Plc (Euronext https://direct.euronext.com/#/
Normalização (ISO), que permite identi- 635400DZBUIMTBCXGA12 Sem agentes de registo
Dublin) lEIServices
ficar de forma clara e única entidades que
Ubisecure Oy (Ubisecure RapidLEI) 529900T8BM49AURSDO55 https://www.rapidlei.com https://www.codigolei.pt
participam em transações financeiras e os
dados de referência associados, conforme WM Datenservice (WM Datenservice) 5299000J2N45DDNE4Y28 https://www.wm-leiportal.org/ https://www.leicode.org/
exemplo infra:

No seguimento de orientações e re-
comendações emitidas por instituições e
autoridades internacionais e europeias,
designadamente a Autoridade Europeia
dos Seguros e Pensões Complementares
de Reforma (EIOPA), a Autoridade de Su-
pervisão de Seguros e Fundos de Pensões
(ASF) divulgou a Norma Regulamentar
n.º 11/2023-R, de 12 de dezembro, sob
nos termos da secção I do capítulo VI do
RJDS.
E cuja adoção pode ser obtida junto
de uma «Unidade Operacional Local» –
LOU, na sigla inglesa (Local Operating
Unit) –, que são entidades aprovadas pelo
Comité de Supervisão Regulamentar, ou
acreditada pela Fundação Global de Iden-
tificação de Entidades Jurídicas (GLEIS)
sob a supervisão daquele Comité, para
proceder à emissão, renovação e portabi-
lidade do LEI, e que funcionam como in-
terface principal para as entidades jurídicas
que pretendam obter um LEI.
As LOU, devidamente credenciadas
pela GLEIS para a jurisdição portuguesa,
31/01/2024: Para os mediadores de
(res)seguros que já dispunham do LEI, os
quais deveriam ter submetendo um “Pedi-
do de Alteração de Dados”, no Portal ASF,
no âmbito do qual deviam ter preenchido
o campo “Código LEI” (este campo en-
contra-se nos dados gerais do mediador);
Se os mediadores de (res)seguros ain-
da não dispuserem do LEI, devem pedir,
junto de uma LOU, a emissão do LEI até
28/02/2024 e submeter, até 5 dias úteis
após o LEI ter sido emitido, um “Pedido
de Alteração de Dados”, no Portal ASF, no
âmbito do qual devem preencher o campo
“Código LEI” (este campo encontra-se nos
dados gerais do mediador).
mento de dados pessoais anexo à Norma
Regulamentar n.º 11/2023-R.
No cumprimento dos deveres legais e re-
gulamentares de prestação de informação à
ASF previstos na Norma Regulamentar n.º
13/2020-R, de 30 de dezembro, relativa-
mente aos mediadores que exercem atividade
transfronteiras, passa a ser utilizado o LEI na
identificação da entidade, por um lado, e por
outro, adita-se um campo referente ao LEI
nos anexos VI a IX [reportes relativos às re-
clamações, documentos de prestação de con-
tas dos corretores de (res)seguros, PDEADS
e utilização de outros mediadores] da referida
norma Regulamentar, os quais são disponibi-
lizados no Portal ASF.

Notícia

Agentes e corretores reunidos no maior evento do setor segurador do país

rganizado pela APROSE, Associa-
ção Nacional de Agentes e Corre-
tores de Seguros, o mais importan-
te evento nacional dos profissionais da área
dos seguros irá debater as preocupações
atuais do setor, mas também perspetivar o
futuro de uma atividade que é de extrema
importância para o setor económico e, aci-
ma de tudo, para os cidadãos.
O Congresso Nacional dos Agentes e
Corretores de Seguros vai já na 10ª edição,
decorre no dia 23 de fevereiro, na Funda-
ção Champalimaud, em Lisboa, e, como
vem sendo hábito, irá permitir juntar cen-
tenas de profissionais de todo o país. Entre
os convidados, está já confirmada a presen-
ça de António José Seguro, antigo Minis-
tro Adjunto de António Guterres, antigo
eurodeputado e secretário-geral do Partido
Socialista entre 2011 e 2014.
O congresso será também palco da
entrega dos prémios APROSE 2024, que
visam distinguir as melhores seguradoras e
prestadores da atividade, e este ano vão es-
tar a votação quatro novas categorias: Au-
tomóvel; Multirriscos; Saúde e Inovação.
As votações decorrem até dia 15 de
fevereiro, no site da APROSE, na área de
associado. Todos os votos serão validados
pelos serviços da APROSE, de acordo com
a sua base de dados, podendo cada associa-
do votar uma única vez.
Na edição 2023 do Congresso, os ven-
cedores foram: Melhor Seguradora para
Agentes (votadas somente por Agentes
Individuais e Coletivos): Tranquilidade;
Melhor Seguradora para Corretores (vota-
das somente em votação para Corretores):
Fidelidade; Melhor Seguradora Não Vida
(votação por Agentes e Corretores): Fide-
lidade; Melhor Seguradora Vida (votação David Pereira, presidente da APRO-
por Agentes e Corretores): Real Vida Se- SE, refere que “sendo este um evento de
guros. particular importância para a atividade
seguradora, espero a participação de todos
no Congresso e conto com a presença de
O 10º Congresso Nacional todos, para que possamos, em conjunto,
analisar o momento presente e perspetivar
dos Agentes e Corretores o futuro. Para além do debate de ideias,
de Seguros vai também que irá ocorrer ao longo dos trabalhos,
vamos encerrar o Congresso da melhor
ser palco da entrega dos forma, premiando aqueles que mais de
prémios APROSE, este distinguiram no último ano e gostaria de
ano com quatro novas sublinhar que, depois do sucesso que foi
a edição anterior dos prémios, este ano
categorias. Realiza-se iremos ter mais quatro categorias a vota-
no 23 de fevereiro, na ção”. Para David Pereira este é “mais um
sinal claro da relevância do Congresso da
Fundação Champalimaud, APROSE e do reconhecimento do traba-
Lisboa lho que é desenvolvido pelas seguradoras e
pelos profissionais deste setor”.