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BAIRRO
10
ANOS
DEPOIS
2020
10
Bairro: Dez Anos Depois | 3
BAIRRO Resumo
O Favela Bairro (FB) foi pioneiro na
integração de bairros informais à malha
urbana, e continua sendo uma referên-
Códigos JEL cia para muitos países em desenvolvi-
O17; O18; R2 mento. Em sua segunda fase, realizada
entre 2000 e 2008, no Rio de Janeiro,
Brasil, o FB melhorou, significativamente,
o acesso de 88 favelas ao abasteci-
mento de água, sistemas de águas
pluviais e esgotos, pavimentação de
Copyright © 2020 ruas, iluminação pública nas calçadas e
Banco Interamericano de instalações comunitárias, como creches,
Desenvolvimento. Esta obra está escolas, áreas recreativas e esportivas.
ANOS
licenciada sob uma licença Creative Este documento revisita os bairros me-
Commons IGO 3.0 Atribuição- lhorados por meio do FB II com o obje-
NãoComercial-SemDerivações tivo de identificar os desafios a longo
(CC BY-NC-ND 3.0 IGO) prazo que estes enfrentam. A pesquisa
DEPOIS
(http://creativecommons.org/licenses/ aqui apresentada foi feita em duas
by-nc-nd/3.0/igo/legalcode) e pode ser partes, realizadas em paralelo: (1) um
Palavras-chave: reproduzida com atribuição ao BID e estudo qualitativo baseado em grupos
urbanização, habitação, para qualquer finalidade não comercial. focais para capturar a percepção dos
informalidade, melhoramentos Nenhum trabalho derivado é permitido. beneficiários diretos sobre as melho-
de bairros informais, Rio de Janeiro, Qualquer controvérsia relativa à utilização rias; (2) uma avaliação padronizada do
Favela Bairro, grupos focais de obras do BID que não possa ser estado de manutenção da infraestrutura
Catalogação na fonte fornecida resolvida amigavelmente será submetida nas 88 favelas melhoradas pelo FB II.
pela Biblioteca Felipe Herrera à arbitragem em conformidade com as Ambas as partes da pesquisa mostraram
do Banco Interamericano regras da UNCITRAL. O uso do nome do que as melhorias alcançadas com o FB
de Desenvolvimento ISBN 978-1-59782-363-0 BID para qualquer outra finalidade que II tiveram diferentes resultados no que
Libertun de Duren, Nora. 90000 não a atribuição, bem como a utilização tange à longevidade. Os grupos focais
Bairro: dez anos depois / Nora Libertun do logotipo do BID serão objetos de identificaram melhorias no padrão de
de Duren, Rene Osorio. um contrato por escrito de licença vida dos moradores imediatamente
p. cm. — (Monografía do BID ; 678) separado entre o BID e o usuário e após as melhorias, mas apontaram
Inclui referências bibliográficas. não está autorizado como parte desta problemas recorrentes com esgotos,
9 781597 823630
978-1-59782-362-3 (Brochura) licença CC-IGO. eletricidade, iluminação pública e ruas.
978-1-59782-363-0 (Digital) Note-se que o link fornecido acima inclui A avaliação padronizada encontrou
1. Urban renewal-Brazil. 2. Slums-Brazil. termos e condições adicionais da licença. problemas com o sistema de pavi-
3. Urbanization-Brazil. 4. Community As opiniões expressas nesta pub- mentação de ruas e de drenagem em
development, Urban-Brazil. I. Osorio, licação são de responsabilidade uma de cada três favelas melhoradas, e
Rene. II. Banco Interamericano de dos autores e não refletem nec- pouca iluminação e esgoto nas ruas em
Desenvolvimento. Divisão de Habitação essariamente a posição do Banco duas de cada três favelas. Esta pesquisa
e Desenvolvimento Urbano. III. Título. Interamericano de Desenvolvimento, oferece lições importantes para melhoria
IV. Série. de sua Diretoria Executiva, ou dos da sustentabilidade a longo prazo dos
IDB-MG-678 países que eles representam. programas de modernização urbana.
Índice
P.22 Estudo Empírico do
Estado da
Infraestrutura do FB II
P.22 Metodologia
P.26 Avaliação da
Infraestrutura
P.30 Resultados
P.67 Apêndices
P.37 Resultados das
Entrevistas dos
Grupos Focais P.68 A. Entrevistas dos
P.6 Sobre os autores Grupos Focais
Autores:
Nora Libertun de Duren
Rene Osorio
Revisão Editorial:
Sheila M. Mahoney
Tradução:
Sobre os autores
Eglaisa Cunha
Desenho Gráfico:
Mon Zamora
Sumário
Sumário Executivo | 9
O sucesso e a oportunidade
O programa dessa estratégia tornaram-se
evidentes nas suas reper-
Favela Bairro cussões. O FB incorporou uma
mudança de paradigma nas
(FB) foi políticas e discursos sobre
as favelas. Em 1996, apenas O FB II foi particularmente
um ano após o início da importante para o desen-
um avanço execução da FB, a Declaração volvimento da comunidade,
da Conferência das Nações Os primeiros estudos do porque incluiu elementos bem
significativo Unidas sobre Assentamentos FB mostraram que ele efe- concebidos para a urbani-
Humanos clamou pela “me- tivamente melhorava a vida z a ç ã o i n t e g ra d a , i n c l u i n -
nas políticas l h o r i a d o s a ss e n t a m e n to s das pessoas que viviam em d o p ro te ç ã o d e e n co st a s ,
informais e favelas urbanas bairros informais. A literatura reflorestamento, campos
públicas. como uma medida conveniente
e solução pragmática para o
qualitativa descreveu o FB
como uma mudança de para-
esportivos, praças abertas,
centros sociais, creches,
déficit habitacional urbano” digma que teve sua origem cen tros d e i n f o r m á t i c a , e
(ONU, 1996). A nova aborda- no final da década de 1950 i l u m i n a ç ã o pública, acom-
3. http://www0.rio.rj.gov.br/habitacao/favela_bairro.htm
4. Para maiores informações sobre este prêmio, veja https://urbandesignprize.gsd.harvard.edu/.
Revisitando o FB II
Revisitando o FB II | 13
África Subsaariana
60
55,2
A presença de bairros informais Dada a magnitude e a com-
Hoje, dez é uma característica definidora plexidade desses programas,
das cidades da América Latina eles são intervenções caras. Por
anos após a e Caribe - ALC. Se a atual taxa exemplo, no Brasil, um programa
de crescimento da população típico de transferência condi-
conclusão do urbana continuar, 2 milhões
dos 3 milhões de famílias que
cional de renda custa cerca de
US$ 400 por família por ano,
se deslocam para as cidades enquanto um programa típico
FB, há muito a da ALC todos os anos sofrerão de melhoramento de bairro
algum déficit habitacional, já está estimado em torno de US Sul da Ásia
ser aprendido que a maioria delas irá morar em $ 4.000 por família (Magalhães,
40
um bairro informal (BID, 2012). 2013). 6 Apesar da relevância Oriente Médio e
revisitando-o dos programas de melhorias
dos bairros, tanto em termos 30,6 Norte da África
novamente. Desde a década de 1980, as
políticas dos governos da ALC
de financiamento quanto de
impacto nas cidades da ALC, Ásia Oriental
em relação aos bairros informais
passaram do reassentamento
pouco se sabe sobre sua sus-
tentabilidade a longo prazo. 28,4 e Pacífico
para o fornecimento de melho- Embora seja evidente q u e ,
0
quase todos os países da ALC.5
5. Muitos desses projetos receberam apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento, incluindo projetos na Argentina, Brasil, Bolívia,
Nicarágua, Trinidad e Tobago, Paraguai e Uruguai. Figura 1. Fonte: Elaboração dos autores com
base no banco de dados dos Objetivos
6. Os governos nacionais da ALC têm alocado consistentemente uma quantia substancial de financiamento para programas habitacionais,
Porcentagem da população
do Milênio das Nações Unidas (2016).
em um nível que tem variado historicamente entre 1 e 2% de seus respectivos produtos internos brutos, segundo a Comissão Econômica Os dados do Oriente Médio e Norte da
para a América Latina e o Caribe. Disponível em: http://interwp.cepal.org/sisgen/ConsultaIntegrada.asp?idIndicador=3127&idioma=e África são de 2005.
(acessado em 20 de setembro de 2017).
vivendo em bairros informais
Revisitando o FB II | 14
28 84 de agências multilaterais. 7
O projeto ficou conhecido
como Favela Bairro, doravante
e escadarias reforçadas.
Também incluiu reflorestamen-
to, creches, praças, áreas para Dos US $ 300 milhões
27 F B . E st a é t a l vez u m a d a s esportes recreativos e centros investidos no FB II, US $
intervenções urbanas mais de participação comunitária. 250 milhões foram desti-
e m b l e m á t i c a s d o m u n d o. nados a custos diretos do
83 Seu objetivo era melhorar as
condições de vida da popu- O FB II, que começou em 2000
programa. A melhoria da
infraestrutura custou US
26
$ 211 milhões (ou 70% de
83
lação da favela, fornecendo e terminou em 2008, custou
infraestrutura urbana e US $ 300 milhões (metade todo o orçamento do FB
serviços sociais e regulari - fornecida localmente e metade II). O financiamento para
z a n d o a p o s s e d a t e r ra . O pelo Banco Interamericano de ajudar crianças e adoles-
FB começou em 1994 e está Desenvolvimento) 9. Essa fase centes foi de US $ 25,5
agora em sua terceira fase. cobriu 64 favelas e 24 subdi- milhões. O financiamento
82 As três fases do programa
FB visaram comunidades de
visões irregulares. Além das
melhorias na infraestrutura,
para treinamento profis-
sional e geração de renda
foi de US $ 9 milhões.
24
5 0 0 a 2 . 5 0 0 fa m í l i a s . At é como as realizadas no FB I,
82 agora, a taxa de conclusão
do programa tem sido alta:
o FB II incluiu atividades de
apoio ao desenvolvimento
Outro componente foi o
fortalecimento institucio-
nal, com um orçamento
62 favelas e 8 subdivisões infantil, educação de adultos,
irregulares (bairros informais serviços sociais, desenvolvimento de US $ 4,5 milhões para
que não foram reconhecidos comunitário e regularização monitoramento e avalia-
oficialmente pelo Instituto de propriedades. O objetivo ção. Os custos indiretos
22 Pereira Passos como favelas) era aumentar os salários dos i n c l u í ra m j u ro s , t a xa s
de crédito, inspeção, su-
na primeira fase (FB I), e 64 membros das famílias para
22 81 favelas e 24 subdivisões na
segunda fase (FB II) (Jaitman,
tirá-los da pobreza. Os jovens,
especialmente, foram treinados
pervisão, administração
e apoio à gestão, que, so-
mados, representaram o
2013). Combinadas, as duas para trabalhar nos centros de
2000 2005 2010 2015 2020 primeiras fases do FB repre- saúde, educação, esportes, restante (US $ 50 milhões)
do orçamento.
sentaram um orçamento de meio ambiente, cultura e turismo
US$ 600 milhões em termos das suas comunidades. Alguns
Figura 2. Fonte: Elaboração dos autores.
7. Entre 1995 e 2018, o Banco Interamericano de Desenvolvimento concedeu empréstimos no total de US $ 450 milhões durante os três
Brasil: Taxa de Urbanização e estágios do programa FB. O município do Rio de Janeiro forneceu um montante igual, para um orçamento total de US $ 900 milhões em
termos nominais.
8. Veja em http://prefeitura.rio/web/guest/exibeconteudo?id=7203186. Acesso em setembro de 2018.
Tendência de Crescimento em Bairros Informais 9. O programa FB foi cofinanciado pelo município do Rio de Janeiro e pelo BID, que realizou uma avaliação de impacto do programa em
2005. Essa avaliação forneceu uma referência para selecionar as favelas para este estudo.
Revisitando o FB II | 16
C onsiderando a importân-
c i a d o s p ro g ra m a s d e
urbanização de bairros para
a melhoria da qualidade de
vida da comunidade, a lite-
ratura empírica sobre seus
efeitos é bastante escassa.
As dificuldades na avaliação
A h i p ó te s e é q u e o va l o r
a u m e n t a c o m o re s u l t a d o
da regularização da posse.
tem um efeito significativo
sobre o investimento resi-
dencial, devido à diminui-
relacionado à gentrificação, mas
somente quando o governo
desocupou a terra de todas
10
residindo em
%
de intervenções complexas, A ideia é que os proprietá- ção da ameaça de despejo as unidades habitacionais favelas no
territoriais e não aleatórias rios que possuem um título (Field, 2005) e não devido construídas informalmente e
desafiam o desenvolvimento de
tais programas e limitam a gene-
legal investem mais em suas
unidades habitacionais,
ao aumento do acesso aos
mercados de crédito (Field
permitiu novas construções,
como aconteceu em algumas
Rio de Janeiro de programas de iluminação
ralização dos seus resultados. pois os temores de despejo e Torero, 2003). Outro estu- áreas de Johannesburgo, na pública, o que, por sua vez, os
Ou seja, mesmo que existam diminuem e eles têm acesso do quase-experimental na África do Sul (Winkler, 2009). em 1961 torna mais dispostos a pagar por
vários estudos robustos com a mercados de crédito (de Argentina explorou o impacto serviços públicos (Lora, Powell,
validade interna, deve-se ter Soto, 2001). Por exemplo, em da emissão de títulos sobre van Praag e Sanguinetti, 2010).
cuidado antes de presumir que Nairóbi, a regularização de os valores das propriedades. No entanto, uma hipótese alterna- Também pode ter havido outras
resultados semelhantes seriam títulos de propriedade te m Descobriu-se que o prêmio de tiva para mudanças demográficas externalidades positivas, como
obtidos sob outras condições p e r m i t i d o a exe c u ç ã o de titulação, que é a diferença nos bairros melhorados sugere rapidamente após a conclusão o aumento da percepção de
(Jaitman, 2015). obras públicas no bairro, o no valor pago por uma casa que esses programas incentivam das obras, frequentemente segurança nas áreas vizinhas,
que ajudou a aumentar o de características semelhantes as famílias pobres de outras gerando demanda por serviços o que acaba aumentando os
valor da área (Gulyani e entre propriedades tituladas e partes da cidade a se mudarem que excedem a capacidade preços dos imóveis. Essa questão
Talukdar, 2008). Além disso, sem título, era de 18,5%, fazen- para esses bairros, aumentando planejada. A densificação é o foi estudada empiricamente
Um dos um estudo quase experimental do-se um controle estatístico assim sua densidade, mas não resultado de pessoas migrando nos programas que melhora-
no Peru explorou a variação dos investimentos em habita- seu nível médio de renda. Essa para bairros informais assim ram a habitação para famílias
aspectos mais n o st at u s d e p ro p r i e d a d e ção (Galiani e Schargrodsky, hipótese é consistente com que se sabe que o bairro será extremamente pobres em El
induzida por um programa 2010). Um estudo empírico em nossos resultados. Na ALC, essa incluído em um programa de Salvador, México e Uruguai.
estudados dos nacional de emissão de títulos Nairóbi, Quênia, e em Dacar, visão emerge do fato de que as melhoramento (Abramo, 2009). Os resultados mostraram que
de propriedade, no qual 1,2 Senegal, constatou que, após populações em bairros informais Isso aconteceu em Lima, Peru, as casas melhores tiveram um
programas de milhão de títulos de proprie- a conclusão dos programas de têm crescido consistentemente entre 1996 e 2000 (Calderon, efeito positivo nas condições
dade foram distribuídos a melhoramento, os preços dos em taxas mais altas do que as 2004) e em Buenos Aires, gerais de moradia e bem-estar
melhoramento posseiros urbanos em terras aluguéis nos bairros informais populações em bairros formais. Argentina, entre 2000 e 2010, geral (Galiani, Gertler, Cooper,
públicas entre 1996 e 2003. aumentaram, o que levou os Por exemplo, em 1961, no Rio onde as áreas construídas Martinez, Ross e Undurraga,
de bairros é o Uma análise de diferenças- inquilinos a condições de vida de Janeiro, a população urba- informalmente aumentaram 12% 2017). Além disso, há evidên-
- e m - d i fe re n ç a s co m p a ro u significativamente piores em na total era de 3 milhões de após o governo anunciar uma cias de que a pavimentação de
seu impacto a mudança no investimento relação aos proprietários. Os pessoas, com 10% residindo mudança em suas políticas para uma rua aumenta o valor das
em habitação em famílias que aluguéis mais altos geralmente em favelas. O censo de 2010 com bairros informais (Galiani propriedades próximas. Por
sobre o valor participaram do programa com levam à gentrificação, já que os mostrou que a população urbana e Schargrodsky, 2010). exemplo, na Cidade do México,
aquelas que não o fizeram. inquilinos podem ser forçados era de mais de 6 milhões de a pavimentação de estradas
das unidades Os resultados indicaram que a mudar-se para áreas habita- pessoas, com 22% residindo em locais levou a um aumento de
o fortalecimento dos di- cionais mais acessíveis (Basset, favelas. Além disso, há alguma Há evidências de que a satisfação 16% no valor de propriedades
habitacionais. reitos de propriedade nos Gulyani e Talukdar, 2012). Em evidência de que os bairros dos moradores com seus bairros próximas (Gonzalez-Navarro e
bairros informais urbanos outros casos, o melhoramento foi melhorados densificaram-se aumenta após a implementação Quintana-Domeneq, 2016).
Revisão de Estudos Empíricos sobre Programas de Melhoria de Bairros | 20 Fonte: Santa Marta, 2017. iStock. Accesso 03/12/2020. iStock.com
A literatura sobre
o FB é bastante
vasta, mas com
apenas uma
pequena parcela
de pesquisa
empírica.
10. As variáveis dos dados coletados nas famílias (FF) foram: unidade habitacional (UH)
recebe correspondência; UH tem conexão com água, saneamento, coleta de lixo; UH está
em uma rua pavimentada; UH está em uma rua com iluminação pública; UH está perto de
áreas públicas verdes; FF possui terra com título; FF investe em melhorias de UH; avaliação
do valor da propriedade (autoavaliação); sentimentos de segurança na favela; tempo de
deslocamento para o transporte público; renda e emprego da FF; idade e sexo do chefe da
FF; número de crianças menores de cinco anos e número de crianças na escola. O número
total de observações em favelas tratadas e do grupo de controle foi de 25.049 famílias.
Estudo Empírico do Estado da Infraestrutura do FB II | 22
da Infraestrutura do FB II
grupo tratado, exceto que as modelo logit seguido de uma trou dados sobre as favelas
favelas não se beneficiaram avaliação especializada das do país, incluindo as cerca de
do programa FB II. favelas, usando os critérios e 600 favelas do Rio na épo-
mapas da Secretaria Municipal ca. As variáveis explicativas
de Habitação. O modelo logit foram as médias, no nível
O grupo de tratamento foi estabeleceu como variável da favela, de acesso à água,
construído a partir do ban- dependente o tratamento FB esgotamento sanitário, coleta
co de dados das 88 favelas II: 1 se a favela foi tratada entre de lixo, crianças menores de
Metodologia
e s u b d i v i s õ e s i r re g u l a re s 2000 e 2008 e 0 se não. Os 4 anos, adolescentes menores
(bairros informais que não controles foram selecionados de 15 anos, analfabetismo do
haviam sido declarados para tornar o grupo o mais chefe da família (FF), idade do
como favelas consolidadas semelhante possível ao grupo de chefe da FF, sexo do chefe da
pelo município do Rio de tratamento. As favelas de controle FF, renda da FF e número de
Janeiro) que se beneficiaram eram o mais próximas possível FF por favela. Calculamos a
Para estudar a duração do impacto do FB II. das favelas tratadas com base probabilidade de tratamento
no Índice de Desenvolvimento e classificamos as favelas que
do FB II na infraestrutura, ao Humano, construído usando não se beneficiaram da inter-
88
o Censo de 2000, e a equipe venção do FB, ou de qualquer
longo do tempo, comparamos o também escolheu as favelas que
se assemelhavam fisicamente
outro programa, de acordo
com sua probabilidade de
em geografia e localização às tratamento, do maior para o
estado atual das favelas que se favelas tratadas e tinham entre menor, e garantimos que não
500 e 2.500 famílias. houvesse outros programas
beneficiaram do programa FB II que gerassem confusão nos
resultados.11 De acordo com
com as que não se beneficiaram. o Instituto Pereira Passos,
favelas em e m a g o sto d e 2 0 1 7, h av i a
Uma década se passou desde pelo menos 300 favelas que
não haviam visto nenhuma
grupo de
10
intervenção de algum projeto
que o trabalho ligado ao FB II foi semelhante ao FB. Assim,
tratamento chegamos a dois grupos:
concluído, assim os efeitos sobre
as variáveis de interesse podem 1 Grupo de tratamento:
ser adequadamente capturados. 64 favelas e 24 subdi-
visões irregulares
favelas em beneficiadas pelo FB II
Figura 1.1
Favela Bairro II (2000–2008)
Locais
BANGU
CAMPO GRANDE
BAÍA DE GUANABARA
COPACABANA
SEPETIBA
IPANEMA
BARRA DA TIJUCA
GUARITIBA
OCEANO ATLÂNTICO
BARRA DE GUARATIBA
0 5 10 15 20 km
Avaliação da Infraestrutura
Inspeção formal
A inspeção formal consistiu em
um exame técnico do estado
Número de favelas:
da infraestrutura. Para isso,
contamos com uma equipe
d e e s p e c i a l i s t a s t é c n i co s 88 Tratadasa
para verificar e classificar
visualmente o estado de
10 Controleb
U samos uma estratégia em
duas frentes para avaliar o
manutenção, de acordo com
uma metodologia estabelecida,
As entrevistas com mora-
dores (diferentes dos grupos
estado da infraestrutura cons-
truída pelo FB II:
conhecida como Mapeamento
Participativo Rápido (MPR)12.
focais) foram realizadas com
pessoas conhecedoras do 98 Total
O M P R é u m a fe r ra m e n t a tipo e qualidade dos serviços
desenvolvida pelo Instituto o f e re c i d o s e m d i f e re n t e s
1 uma inspeção formal Pereira Passos do Brasil para locais dentro do mesmo
por uma equipe bem avaliar a infraestrutura urba- território. Essas pessoas geral- Número de favelas, considerando as favelas em complexos como favelas separadas:
treinada de engen- na construída.13 O MPR gera mente eram residentes mais
heiros e arquitetos, e dados primários que permitem
aos pesquisadores gerar
velhos e líderes comunitários,
principalmente presidentes 143 Tratadasa
diagnósticos sistematizados de associações de moradores
2 grupos focais com e relatórios periódicos sobre e gestores públicos locais.
17 Controleb
beneficiários da a capilaridade, cobertura e E l e s f o ra m e n t rev i s t a d o s
intervenção. Essa qualidade da infraestrutura. usando um questionário
estratégia nos permitiu
capturar o estado
s e m i e s t r u t u ra d o q u e n o s
permitiu quantificar o estado
160 Total
real da infraestrutura Em termos gerais, a aborda- ou condição de preservação
e seu impacto nos gem MPR à coleta de dados da infraestrutura.
usuários. Além disso, combina a observação direta
essa abordagem das condições da infraestru-
dupla pretendia dar t u ra co m e n t rev i st a s co m O questionário incluiu catego-
credibilidade, ou moradores que possuem rias fechadas para respostas. Grupos focais
levantar questões, conhecimento específico da Cada pergunta incluía uma
sobre a validade dos área. Engenheiros civis reali- explicação textual com um Número de favelas, considerando as favelas
Número de favelas:
resultados de cada zam a observação direta e exemplo usando ilustrações, em complexos como favelas separadas:
abordagem. classificam a infraestrutura fotos ou desenhos de situações
de acordo com sua condição para cada opção de resposta.
(quantidade de deterioração) O questionário foi organizado 3 Tratadas 3 Tratadas
e capacidade de atender à em dez tipos de infraestrutura
Em suma, coletamos infor- demanda. Como a topografia ou serviços públicos, como
mações de todas as favelas e as condições socioeconômi- mostra a Tabela 1.2. Esse pro- 6 Controle 6 Controle
que se beneficiaram do FB II cas afetam a durabilidade da cesso resultou em variáveis
entre 2000 e 2008 (88) e 10
favelas não tratadas (grupo de
infraestrutura, comparamos
as favelas melhoradas pelo
padronizadas, o que, por sua
vez, possibilitou a geração de 9 Total 9 Total
controle), e realizamos grupos FB II com outras semelhantes, indicadores. A lista de pergun-
focais em 9 favelas (3 tratadas em termos dessas variáveis, tas com ilustrações e fotos é
e 6 do grupo de controle). antes da intervenção. fornecida no Apêndice B.
Fonte: Elaboração dos autores.
Sinalização de trânsito
3,8 e serviços postais
3,5
3 3
2 2
1 1
0 0
0 2 4 6 8 0 2 4 6 8
Iluminação Abastecimento Infraestrutura Transporte
Eletricidade
pública de água para mobilidade público
4
3
3
2
2
1
0 0
0 2 4 6 8 0 2 4 6 8
Resultados | 35
Resultados das Entrevistas
dos Grupos Focais
A infraestrutura
para a
O s resultados da segunda
abordagem foram con-
sistentes com a primeira. A
Os moradores avaliaram a
evolução da localidade ao lon-
go dos anos, comparando o
principal conclusão dos gru- presente com o passado. Em
A iluminação mobilidade pos focais é que, embora no geral, os idosos que haviam
início o FB II tenha melhora- chegado às suas comunidades
pública estava e transporte do suas vidas, ao longo do quando havia pouca ou ne-
tempo a infraestrutura e os nhuma infraestrutura reconhe-
15. No estudo de Atuesta e Soares (2016), o coeficiente estimado foi estatisticamente significativo, com um valor-p = 0,0001, n = 18,008.
Iluminação Resultados | 38
pública
Coleta de lixo
A iluminação pública também
recebeu avaliações precárias em
quase todas as favelas (tratadas
e de controle). Mais uma vez, Os resultados da coleta de lixo
os moradores alegaram que também foram mistos. Houve
os prestadores de serviços percepções positivas e nega-
não apareciam quando eram tivas nas favelas tratadas e de
chamados para substituições controle. Na Barreira do Jucá,
de lâmpadas ou reparos. Os na Vila União, na Nossa Senhora
moradores costumavam dizer Transporte da Apresentação, no ITD e no
que acabavam fazendo eles público16 Parque São Sebastião, a coleta
mesmos a manutenção para foi considerada adequada, uma
evitar que seus bairros ficassem vez que acontecia diariamente ou Educação,
escuros. Como solução, alguns Outra queixa foi o transporte com regularidade. Os membros
moradores colocavam luzes do
lado de fora de suas próprias
público infrequente e escas-
so. Estava pior nas favelas do
dos grupos focais, no entanto,
indicaram que lixeiras precisavam
saúde e serviços
portas para fornecer luz na
frente de suas casas.
grupo de controle, como ITD,
Ficap, Jardim América, Barreira
ser fornecidas nas ruas, embora
entendessem que manter seus
de recreação A Tabela 1.4 compara os dife-
do Jucá e Moreira Pinto, mas próprios pátios limpos era de rentes indicadores apre-
também era um grande pro- sua própria responsabilidade. sentados neste relatório e a
blema em algumas das fave- Em outras favelas, a coleta de avaliação de impacto original
Serviços
postais
las tratadas, como o Morro da
Providência.
lixo não era adequada devido à
irregularidade da coleta ou porque
o lixo só era coletado nas partes
O s residentes foram muito
críticos em relação aos
serviços de educação, saúde
realizada por Atuesta e Soares
(2016). Embora os indicadores
aqui apresentados não sejam
mais acessíveis das favelas. e recreação em todas as fave- diretamente comparáveis, são
las (tratadas e de controle). úteis para entender melhor
Os residentes reclamaram que, Abastecimento Quanto à educação, eles re- a direção do efeito da inter-
devido aos recursos finan- de água clamaram da falta de escolas venção FB II em relação às
ceiros limitados das agências de educação infantil ou de favelas não tratadas, em dois
dos correios, o correio não era vagas nas escolas. Quanto à pontos diferentes no tempo,
distribuído individualmente Os resultados para o abaste- Eletricidade saúde, os moradores relataram 2005 e 2018. A tabela mos-
no imóvel de cada residente. cimento de água foram mistos que a nova política de serviço Essas avaliações qualitativas, tra que a avaliação feita por
Embora o endereço de cada nos grupos de controle e tra- público exigia que todos pas- feitas pelos próprios mora- especialistas durante as visi-
casa tivesse sido esclarecido tado. O abastecimento de água sassem por clínicas familiares dores, apontaram para uma tas de campo e informações
pelo FB II, a situação regrediu foi considerado adequado em Tanto nas favelas tratadas (Unidade de Atenção Primária conclusão. Apesar da melhora dos grupos focais são consis-
para uma em que a corres- algumas das favelas de controle quanto nas de controle, os à Saúde), em vez dos anti- inicial em sua qualidade de vida, tentes para todos, exceto um
pondência de todos era entre- (Barreira do Jucá, Ficap e Jardim moradores reclamaram que o gos centros de saúde, mas o nas favelas onde nossa equipe indicador, transporte. A des-
gue em um dia específico, em América), bem como em algu- grande crescimento da po- atendimento ali era muito pre- conduziu as entrevistas de gru- coberta mais dramática foi
um único local e, portanto, mas favelas tratadas (Morro da pulação significava que mais cário e os postos muitas vezes po focal, a situação atual espe- que, enquanto Atuesta e
todos os residentes tinham que Providência e Bairro Proletário eletrodomésticos estavam sen- foram fechados devido à falta lhava a de favelas que nunca Soares (2016) encontraram
dirigir-se a um lugar e em um do Dique). No restante das do usados, principalmente no de médicos e remédios. Assim, foram melhoradas. Além disso, uma melhora importante e
determinado momento para a favelas de controle e tratadas, verão, o que causava quedas essa percepção de um mau qualquer manutenção em algu- estatisticamente significativa
entrega da correspondência. os moradores se queixaram de energia. Uma queixa típica atendimento foi agravada pela mas favelas era percebida pelos na maioria dos tipos de
Isso contrasta com os resul- de serviços inconstantes, que foi a resposta atrasada da con- transformação desses centros moradores como resultado de infraestrutura em 2005, em
tados do estudo de Atuesta e atribuíram ao tamanho inade- cessionária quando ocorriam de saúde em clínicas famili- suas próprias medidas proati- relação a um grupo de controle
Soares (2016) que encontra- quado das tubulações devido ao apagões. Muitas vezes, os mora- ares. Quanto à recreação, os vas para limpar e manter suas (não tratado) comparável, em
ram um impacto positivo e crescimento da população nos dores se reuniam para resol- moradores reclamaram que comunidades. Assim, serviços 2018 tanto as visitas de cam-
estatisticamente significativo últimos anos. O pior serviço ver problemas da comunidade, não havia suficientes áreas deficientes e manutenção inad- po por especialistas quanto os
do FB II, no resultado “entre- de abastecimento de água foi como fiação e manutenção de recreativas, brinquedos para equada foram prevalentes nos grupos focais mostraram que
ga de correspondências em o do Parque São Sebastião. medidores de energia. crianças ou equipamentos grupos tratado e de controle.17 a infraestrutura sofreu deterio-
imóveis”, em 2005. para exercícios físicos. rização e foi negligenciada.
16. Embora o transporte público não fizesse parte da intervenção do FB, melhorias na infraestrutura facilitam a circulação de veículos. 17. Durante as visitas de campo, os inspetores profissionais avaliaram e classificaram a maior parte da infraestrutura realizada pelo FBII,
exceto os serviços comunitários.
Tabela 1.4. Resultados | 40
Tipo de indicador Coeficiente de Regressão Estatisticamente Sifnificativo 0 (não operacional) a 6 (excelente) Opiniões
Quarto pior indicador. Massa da distribuição O correio não é distribuído nos imóveis. As
Serviços Melhor distribução de correspondência nos imóveis pessoas têm de convergir em um momento e local
à esquerda com distribuição à direita.
postais específicos para receber suas correspondências.
i n f ra e s t r u t u ra e m f ave l a s dano às ruas pavimentadas em tempo chuvoso18 (Baldachin, Favela Morro dos Prazeres no Rio de
infraestrutura, dos morros, o crescimento Willway, Reeves et al., 2008). Janeiro, 2018. Fonte: Overview Pesquisa.
populacional e altos níveis
nas favelas, que de violência local seriam
os responsáveis pelo baixo
foi melhorada desempenho da infraestru-
tura. Para testar evidências
pelo FB II estava empíricas que apoiem essa
hipótese, correlacionamos
em condições indicadores de infraestrutura
com níveis locais de indica-
semelhantes dores topográficos, tamanho
da população e indicadores
ou piores do de violência local.
que em favelas
comparáveis
que nunca foram
melhoradas. O
que aconteceu
durante todos
esses anos? Quais
fatores estão por
trás da regressão
do grupo tratado
para a média do
grupo controle?
Análise dos resultados | 43
Tabela 1.5.
Teste de médias por Tipo
de Infraestrutura ou de serviço,
entre as Favelas Tratadas
Morros Plana Valor-P:
Ho: Morros = Planas
Índice Geral
de Infraestrutura
3,36 3,86 0,012**
As favelas planas (tais como na
imagem) são aquelas que não As favelas planas
têm declive significativo e têm
áreas predominantemente pla- tinham melhores Sistema de esgoto 2,90 2,97 0,944
nas. Por outro lado, as favelas
dos morros têm declives acen- indicadores de Infraestrutura
tuados e constantes. A Tabela
1.5 resume o teste estatístico infraestrutura do para mobilidade 3,59 4,63 0,000**
de média entre favelas dos
morros e planas. Os resulta-
dos corroboram a hipótese
que as favelas
de que a topografia é um fator dos morros. Iluminação pública 3,16 3,26 0,759
relevante. As favelas planas
tinham melhores indicadores
de infraestrutura do que as Sinalização de trânsito
favelas dos morros. Isso se apli- e serviços postais 3,55 4,38 0,001***
ca especialmente à infraestru-
tura associada à mobi-
lidade e ao transporte. O que é
de se esperar, já que o asfalto Transporte público 4,86 5,23 0,006***
nas favelas dos morros é mais
facilmente danificado quando
a chuva debilita a película Abastecimento
aglutinante aplicada nas ruas.
de água
3,73 4,35 0,008***
Realizamos um teste conjunto
de média para seis áreas da
cidade, por tipo de indicador,
e rejeitamos a hipótese nula de Coleta de lixo 2,87 4,06 0,000***
que a infraestrutura era igual
em toda a cidade, nas 88 fave-
las melhoradas (os resultados
são fornecidos no Apêndice Eletricidade 4,04 4,26 0,434
D). Assim, foram encontradas
evidências empíricas de que
as colinas podem sofrer mais Aparência externa
danos, porque sua topogra-
das casas 4,31 4,75 0,017**
fia facilita a erosão da água na
calçada quando chove. Favela Plana da Maré no Rio de Janeiro, 2018. Fonte: Overview Pesquisa.
Sistema de drenagem
de águas pluviais 4,23 4,19 0,661
Fonte: Elaboração dos autores. Nota: Pontuação: 0 = não operacional; 6 = em excelente condição. Níveis de significância estatística: ***
valor-p = 0,01, ** valor-p = 0,05, * valor-p = 0,10. Embora nos refiramos a 88 favelas melhoradas no FB II, algumas dessas 88 estão em
complexos ou grupos interligados como uma rede, o que significa que algumas favelas são um complexo de várias favelas. Contando
cada favela individualmente, há um total de 160 favelas relatadas nesta tabela.
Análise dos resultados | 45
ILHA DO GOVERNADOR
BAÍA DE GUANABARA
Famílias 2010 = 1269 (médio)
Criminalidade = Sem a presença de UPP
Topografia = Plano
OESTE
BOTAFOGO
FAVELA: AREAL
Índice geral = 5.84 (alto) SUL COPACABANA
Topografia = Plano
OCEANO ATLÂNTICO
Fonte: Elaboração dos autores usando o Índice Geral de
Infraestrutura. Nota: Pontuação: 0 = não operacional; 6 = em
excelente condição. Vermelho = dano crítico (0 a 2); amarelo =
dano moderado (3 a 4); verde = condição boa a excelente (5 a 6). 0 5 10 15 20 km
O crime foi representado pela presença de uma UPP = Unidade
de Polícia Pacificadora.
Análise dos resultados | 48
Tabela 1.6.
Teste de Média Kruskal-Wallis pelo Tamanho das
Favelas segundo a População entre Favelas Tratadas
Pequenhas Medias Grandes Valor-P
Figura 1.5.
Taxa de homicídios na cidade do Rio de Janeiro
Análise por Nível de Criminalidade
(Homicídios por 100.000 habitantes)
V iolência endêmica e de
a l t o n í ve l p r e j u d i c a a
O s d a d o s s o b re t a x a s d e
homicídio são considerados os
As UPPs são uma extensão
das delegacias de polícia
60 58 58
57
manutenção adequada e, dados de criminalidade mais e estão localizadas onde a 54 54 54
portanto, desencadeia a confiáveis, já que outros tipos polícia espera níveis mais 53
51
deterioração da infraestrutura de crime, como furto e assaltos, altos do que a média de
ao longo do tempo, porque
as equipes responsáveis pelo
geralmente são subnotificados.
No entanto, esta taxa carece
criminalidade e violência
(Felbab-Brown, 2011). As UPPs
50
46 46
abastecimento de água, ele- de informação geográfica são formadas por policiais
tricidade, iluminação pública e na escala que precisávamos, treinados principalmente em
transporte público não podem p o rq u e o ú n i co i n d i c a d o r policiamento não violento e
entrar com segurança nessas
áreas. De acordo com o que
espacial eram os registros
coletados pelas delegacias de
direitos humanos. Em 2008,
o Estado do Rio de Janeiro,
40
a equipe de engenheiros e polícia. Portanto, usamos as em coordenação com os 35
arquitetos testemunhou em localizações das UPPs do Rio governos municipal e federal, 33
p r i m e i ra m ã o, a v i o l ê n c i a como proxy para a distribuição implementou as UPPs para
afeta as ruas pavimentadas,
a iluminação pública, a coleta
espacial do crime. combater e desmantelar o
crime organizado nas favelas. 30 28 29
20. Outras obras de literatura empírica que tratam do efeito da polícia sobre a criminalidade local concluíram que a presença da polícia diminui
a criminalidade. Veja Di Tella e Schargrodsky (2004) e Levitt (1997).2. Esses resultados estão em conformidade com a avaliação de impacto do Buraco feito de forma intencional por uma gangue na Favela Morro da Quitanda no Rio de Janeiro, 2018. Fonte: Overview Pesquisa.
FBII realizada em 2005 por Atuesta e Soares (2016).
21. Veja os seguintes artigos para mais informações: Governo do RJ estuda acabar com 18 UPPs: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/
noticia/seguranca-do-rj-estuda-acabar-com-18-upps.ghtml. Corte no orçamento do estado do Rio afetará UPPs? Especialistas respondem:
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/01/27/corte-no-orcamento-do-estado-do-rio-afetara-upps-especialistas-re-
spondem.htm. Como ficam as UPPs após corte de verbas e perda de autonomia: https://www.nexojornal.com.br/entrevista/2017/12/15/
Como-ficam-as-UPPs-ap%C3%B3s-corte-de-verbas-e-perda-de-autonomia
Número de
91 53 Ho: 1 = 2
Conclusões
observações (favelas)
Índice Geral
de Infraestrutura
3,63 3,37 0,148
A topografia
Houve uma das favelas Notoriamente,
forte correlação também foi um crime e violência
entre o tamanho fator crítico se correlacionam
da população associado à com a
e o estado da deterioração da infraestrutura
infraestrutura. infraestrutura. deteriorada.
A s melhorias do FB II
ocorreram entre 2000 e
2008. Em 2005, uma rigorosa
O estudo avaliou o estado
da infraestrutura em todas
as 88 favelas (144 contando
O fato de ambas as avaliações
quantitativas e qualitativas
indicarem que muitos dos
Houve uma forte correlação
entre o tamanho da população
e o estado da infraestrutura.
A topografia das favelas também
foi um fator crítico associado
à deterioração da infraestru-
Notoriamente, crime e violên-
cia se correlacionam com a
infraestrutura deteriorada. O
avaliação empírica constatou cada favela em um complexo ganhos originais do FB II Nas favelas mais populosas, a tura. Nas favelas dos morros, mecanismo é direto no caso
que as obras realizadas melho- de favelas separadamente) foram perdidos revela a infraestrutura construída dete- tipicamente encontradas ao de vandalismo e indireto, dado
raram de forma significativa beneficiadas pelo FB II, mais necessidade imperativa de riorou-se ainda mais e o lixo e norte do Rio, os indicadores que o aumento da violência
a vida dos moradores 23 . Este 1 0 fave l a s a d i c i o n a i s q u e foco na sustentabilidade o esgoto se acumularam com mostraram que a infraestrutura impede a manutenção adequada
estudo revisitou as favelas s e r v i ra m co m o u m g r u p o desses investimentos. Por que mais frequência. Isso precisa não lidou bem com as chuvas e da infraestrutura. As gangues
b e n e f i c i a d a s p a ra ava l i a r d e co n t ro l e ( 1 7 co n t a n d o a infraestrutura melhorada ser levado em consideração que o pavimento se degradou geralmente quebram a ilumi-
a sustentabilidade a longo a q u e l a s e m u m co m p l exo p e l o F B I I s e d e te r i o ro u ? nos projetos dos programas mais rápido do que nas favelas nação pública para se esconder
prazo das melhorias do FB II. separadamente). As inspeções Especialistas da área levan- de melhoria urbana, pois as planas. As favelas dos morros da polícia e fazem buracos nas
mostraram que quase duas taram a hipótese de que isso melhorias tendem a atrair mais também tinham altos níveis de ruas ou montam barricadas para
e m c a d a t r ê s fave l a s m e - se devia principalmente à moradores para os bairros. criminalidade e grandes po- impedir a entrada de carros da
O estudo está baseado em lhoradas tinham pouca ilu- manutenção inadequada, pulações. Devido à confluência polícia e gangues rivais. Tudo isso
duas estratégias pontuais: minação pública e canais de uma consequência da super- de fatores, as favelas do norte dificulta a entrada das equipes
(i) grupos focais e (ii) ava- esgoto que transbordavam população, topografia, crime do Rio apresentaram os piores de manutenção municipais nas
liações de especialistas. Para ou revertiam o fluxo, e que e vandalismo. Portanto, os indicadores dos grupos de trata- favelas para manter a infraestru-
os grupos focais, foi utilizado uma em cada três tinha resultados empíricos foram mento e controle. Em contraste, tura em ótimas condições.
um questionário semi-estru- ruas com pavimento em revisados tendo em conta as favelas planas localizadas a
turado com moradores de mau estado e sistemas de esses fatores. oeste da cidade apresentaram
nove favelas (três tratadas, drenagem congestionados. os melhores indicadores.
t r ê s d e co n t ro l e p e r to d e
favelas tratadas e três de
controle longe das favelas
tratadas) sobre o estado atual
da infraestrutura em cada
favela. A percepção foi a de
que o FB II trouxe melhorias
significativas no curto prazo,
mas que com o tempo essas
melhorias desapareceram.
Os programas de melhoramento
instalar no bairro Manutenção e reparo são grandes
demais para serem ignorados
a resistência
de bairro devem vir de mãos
dadas com a pacificação e não
e, portanto, (McGrattan and Schmitz, 1999).
A manutenção adequada requer
a intempéries
como um meio para alcan-
çá-la. Ficou claro a partir da
a demanda um mecanismo institucional para
lidar com os reparos assim que Os programas
pesquisa que as favelas com e eventos for necessário. Claramente, os
alta criminalidade apresentaram por serviços reparos e a manutenção não de urbanização
indicadores piores do que as climáticos. foram feitos, possivelmente
menos violentas. A maioria das aumentará mais para prejudicar a mobilidade em precisam
intervenções no planejamento favelas violentas. Assim, projetos
urbano não se articularam com do que em futuros devem incorporar um
promover a
as iniciativas de segurança dos Além disso, a concepção da item de despesas recorrentes
cidadãos porque as agências outras áreas. infraestrutura deve considerar que considere limpeza, repa-
plena integração
correspondentes pertencem a resistência a intempéries e ro e manutenção regulares,
a diferentes ministérios. Isso eventos climáticos, que geral- especialmente nas favelas dos
não quer dizer que não haja mente têm um impacto maior morros. Historicamente, nas do mercado
oportunidades de sinergias Em relação a quais ferramentas onde os bairros informais favelas, os mais pobres dos
entre comunidades limpas e são essenciais para a realização estão localizados, porque estes pobres instalavam-se em morros imobiliário local
bem preservadas e taxas de bem-sucedida dos projetos, frequentemente instalam-se íngremes, onde construíam em
criminalidade, como prevê a uma boa concepção e uma em terras menos desejáveis condições precárias, tornando com o do resto
famosa teoria da janela quebra- boa construção devem ser (Garschagen e Romero-Lankao, o reforço do terreno circun-
da. Há certamente um círculo sempre enfatizadas. A con- 2013). A infraestrutura precisa dante mais desafiador. Assim, da cidade.
vicioso em que a falta de pre- cepção de espaços públicos e ser projetada com padrões educar a população local sobre
sença aparente do estado ou infraestrutura precisa levar em ambientais mais altos do que como preservar e proteger a
de uma comunidade local que conta a provável possibilidade no passado, considerando as infraestrutura e empoderá-los Por último, e visando a sus-
se preocupe, pode favorecer de que, uma vez que as obras mudanças climáticas (Nguyen a fazer isso é uma ferramenta tentabilidade a longo prazo,
um comportamento antissocial, sejam concluídas, mais pessoas et al.,2011). É imperativo que os valiosa. A aparência externa os programas de urbanização
onde as paisagens urbanas gostariam de se instalar no materiais utilizados e os projetos das casas era excelente, o que precisam promover a plena
parecem quebradas (Wilson e bairro e, portanto, a demanda sejam resilientes às intempéries significa que os moradores são integração do mercado imo-
Kelling, 1982). Portanto, melhorar por serviços aumentará mais do clima, aos morros íngremes, zelosos em manter suas casas biliário local com o do resto
a segurança do cidadão deve do que em outras áreas. Além ao uso pesado em favelas popu- bem conservadas. Mas isso não da cidade, onde os direitos são
ser parte da solução e não disso, os projetos precisam losas e ao desgaste natural que se estendeu além das paredes reconhecidos e os residentes
um problema completamente levar em conta a topografia e ocorre. Nas favelas melhoradas das casas de frente para a rua. têm mobilidade física. Mais
diferente. Mas o nível de crimi- as condições do terreno em visitadas, toda a infraestrutura Portanto, a limpeza básica feita do que tudo, os programas
nalidade que as favelas do Rio que esses bairros se desdo- degradou-se assim que ficou pelos moradores poderia pro- de melhoramento de bairros
de Janeiro enfrentam tem dife- bram. É frequente que estes exposta a condições normais. teger as comunidades. Limpar precisam ser concebidos como
rentes gatilhos e complexidade terrenos sejam mais difíceis Assim que o dano aparecer, o o lixo das ruas poderia impedir pontos de partida para ajudar
e não será dissuadido apenas e mais caros de urbanizar do reparo e a manutenção devem o congestionamento dos canais aqueles que deles se benefici-
pelas evidências de uma rua que as áreas da cidade que se ser feitos imediatamente para de esgoto e do sistema de am a melhorarem ainda mais e
bem cuidada. desenvolveram anteriormente. ajudar a evitar mais danos. drenagem de água. decidirem o seu próprio futuro.
Referências
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média no Favela Bairro II
P.86
E sta seção contém mais detalhes sobre como e quando a equipe enviada pela Overview Pesquisa
entrevistou os grupos focais.
Listas de Temas abordados pelo moderador durante as entrevistas nos grupos focais:
Nossa Senhora da
Apresentação
Tratamento 12/02/2017 10 6 Abastecimento de água
Controle junto
Ficap a favela tratada
12/11/2017 9 10 Ruas pavimentadas
E sta seção tem como objetivo descrever como o recrutamento para a participação em grupos
focais foi realizado. Descreve também as estratégias adotadas para otimizar o trabalho e as difi-
culdades encontradas.
Os grupos focais foram realizados nos dias 2, 11, 16, 18 e 20 de dezembro de 2017. Havia três
grupos de favelas com três favelas em cada grupo:
2 Grupo de controle próximo (favelas próximas a projetos do FB II, mas não melhoradas):
Moreira Pinto, Ficap e ITD.
3 Grupo de controle distante (favelas mais distantes dos projetos do FB II): Barreira
do Jucá, Vila União e Parque São Sebastião.
Um grupo focal foi realizado em cada comunidade e dez moradores foram convidados. Inicialmente,
agentes de busca da Overview Pesquisa visitaram as associações de moradores para identificar
possíveis locais para as reuniões. Em geral, os presidentes das associações colaboravam com a
equipe e alguns grupos reuniram-se no escritório da associação de moradores.
Após definir a localização e a data dos grupos focais, os recrutadores começavam a busca pelos
O moderador também perguntou especificamente quem era responsável pelas reparações dos participantes. Os participantes eram recrutados através de uma visita domiciliar por um agente
seguintes serviços públicos e infraestrutura: da Overview Pesquisa. O grupo-alvo eram pessoas que viviam na comunidade há pelo menos 20
anos e tinham pelo menos 35 anos de idade. Pessoas que estavam associadas a associações políti-
cas, organizações não-governamentais ou igrejas não foram convidadas a participar, para evitar a
1 Sistema de esgotos introdução de vieses políticos ou religiosos nas opiniões. Algumas associações de moradores for-
neceram os nomes de residentes mais velhos que trabalhavam na comunidade como participantes
sugeridos. Os moradores foram convidados a participar de uma reunião de uma hora para falar
2 Sistema de água sobre suas percepções de sua comunidade.
Algumas famílias indicaram outras pessoas conhecidas por participar de reuniões na comunidade,
3 Luzes de rua o que facilitou a identificação de voluntários para os grupos focais. Durante o recrutamento, trafi-
cantes das comunidades de Barreira do Jucá e Bairro Proletário do Dique se aproximaram da equi-
pe, questionaram sua presença e retiraram seus equipamentos. A equipe explicou o motivo da
4 Telefones públicos pesquisa. Felizmente, ninguém foi ferido e nossa equipe saiu, mas com um aviso. Por esse motivo,
evitamos gravar as entrevistas em vídeo depois disso.
5 Buracos nas ruas Cada pessoa convidada para a discussão recebeu uma carta contendo um convite indicando o
propósito do trabalho, como a reunião ocorreria, o local e a data. Informações de contato e outros
dados foram registrados, incluindo o nome do participante, número de telefone, endereço, idade e
6 Equipamentos esportivos quanto tempo residia na comunidade.
No dia anterior a cada grupo focal, os líderes do grupo ligaram para cada convidado para confirmar
7 Brinquedos ou equipamentos na praça e área de recreação a participação. Não foi possível entrar em contato com alguns convidados porque seus telefones
estavam fora de área ou desconectados.
8 Corrimãos e escadarias
Os grupos duraram entre 50 e 90 minutos e tiveram pelo menos oito convidados (um máximo de 10).
Todos os temas foram discutidos conforme determinado pela metodologia.
B. O Mapeamento Participativo Rápido Apêndice B | 71
A equipe de campo foi composta por 40 arquitetos e engenheiros. Antes da coleta de dados, a
equipe foi treinada usando imagens e simulações para discutir todos os aspectos observáveis da
infraestrutura que eles iriam avaliar. Eles também foram treinados para identificar os limites dos seto-
O indicador produzido para cada tipo de infraestrutura variou de 0 a 6, com o estado de conser-
vação variando conforme apresentado na Tabela B.1.
res censitários das favelas e como percorrer o perímetro. Além disso, aprenderam a coletar as coor-
denadas geográficas das estruturas identificadas. Cada observador realizou as seguintes atividades:
2 Mapeou as estruturas identificadas em cada setor censitário de cada favela. ROSA De 1,51 a 2,50
Após o treinamento, a equipe começou a coletar dados, concentrando-se no preenchimento do AMARELO De 3,51 a 4,50
formulário MRP - um para cada favela. Eles também coletaram as coordenadas das principais estru-
turas identificadas, como ruas pavimentadas, escadarias, creches, unidades de saúde, escolas e
assim por diante, e mapearam manualmente as estruturas relativas ao setor censitário das favelas
que faziam parte do estudo. Eles identificaram a posição de cada estrutura e a ligaram ao arquivo VERDE CLARO De 4,51 a 5,50
de coordenadas geográficas. O trabalho de coleta de dados foi planejado para quatro semanas.
Local de descarga de esgoto da maioria dos domicílios Cobertura de infraestrutura de iluminação pública
nos domicílios
Local de descarga de esgoto da minoria considerável
dos domicílios Estado de conservação de postes de iluminação pública
Tabela B.2.
Variáveis MPR Fonte: Metodologia do MPR do Instituto Pereira Passos.
Apêndice B | 75
Tempo médio de caminhada até o terminal de transporte público mais próximo Cobertura do serviço de coleta de porta em porta
Alternativas de linhas no ponto mais próximo Tempo de caminhada até a lixeira mais próxima
Tempo de espera no ponto mais próximo Tempo de caminhada até o ponto de descarte irregular com remoção periódica
Tempo médio de caminhada até o plano inclinado / elevador utilizado no trajeto para o ponto de Presença de lixo acumulado em lixeiras / recipientes transbordados
Transporte público transporte público mais próximo Coleta de lixo
Cobertura de lixo acumulado com remoção periódica (sem lixeira / recipiente)
Qualidade do serviço do elevador /ladeira utilizado no trajeto para o ponto de transporte público
Cobertura de lixo acumulado sem remoção periódica (sem lixeira / recipiente)
mais próximo
Presença de lixo acumulado em lixões
Tempo médio de caminhada até o transporte local alternativo em van utilizado no trajeto até o
ponto de transporte público mais próximo Existência e tamanho de lixo disperso
Frequência do intervalo entre as Kombis ou vans usadas no trajeto para o ponto de transporte
público mais próximo
Tempo médio de caminhada até o moto-táxi utilizado no trajeto até o ponto de transporte
público mais próximo Cobertura do fornecimento regular de energia elétrica em domicílios
Tempo médio de caminhada até o ponto de transporte público mais utilizado Frequência de interrupções no fornecimento de energia elétrica
Tempo médio de caminhada até o plano inclinado / elevador utilizado no trajeto até o ponto de
transporte público mais utilizado Aparência ruim das paredes externas na maioria das residências
Qualidade do serviço do plano inclinado / elevador utilizado no trajeto para o ponto de transporte Aparência ruim das paredes externas de algumas residências
público mais utilizado
Aparência ruim das paredes externas em uma pequena minoria de residências
Tempo médio de caminhada até ao transporte local alternativo utilizado no trajeto até o ponto de
transporte público mais utilizado Aparência externa Residências superlotadas
Frequência do intervalo entre as Kombis ou vans utilizadas no trajeto para o ponto de transporte das casas
público mais utilizado
Tempo médio de caminhada até o moto-taxi utilizado no trajeto até o ponto de transporte
público mais utilizado Existência de infraestrutura oficial de drenagem
Forma de abastecimento de água para uma minoria considerável de domicílios Sistema de drenagem Estado de conservação da infraestrutura oficial de drenagem
de água Recorrência de interrupções no abastecimento de água durante todo o ano, exceto no verão
Tabela B.2.
Variáveis MPR Fonte: Metodologia do MPR do Instituto Pereira Passos.
Apêndice B | 77
Os mapas feitos manualmente ArqGis, mas podem ser lidos por A seguir estão algumas das
foram apresentados em arquivos software livre, como o QGis e o fo to s u s a d a s p a ra t re i n a r
nos formatos GIZ e KMZ, onde Terra View. A equipe do Banco o grupo de especialistas
foi possível identificar os setores, também recebeu os arquivos enviados ao campo. Foram
favelas e estruturas mapeadas. originais em Excel, onde cada usadas para ajudá-los a
Os shape files foram entregues à indicador por infraestrutura entender como classificar
equipe do Banco Interamericano estava classificado de acordo as ruas pavimentadas.
de Desenvolvimento, juntamente com as variáveis apresentadas
com os códigos dos setores na Tabela B.2.
censitários e as estruturas
mapeadas. Originalmente, esses
arquivos foram produzidas em
Apêndice B | 79
A maioria das ruas transitáveis da favela se parece Danos na pavimentação são recorrentes.
com as fotos, mesmo que haja danos residuais. A frequência do dano é importante para a definição.
Fonte: Metodologia MPR do Instituto Pereira Passos. Fonte: Metodologia MPR do Instituto Pereira Passos.
Apêndice B | 80
C. Topografia por Bairro no Rio
Região N % N % N
Total 93 50 143
Tabela C.1.
Fonte: Elaboração dos autores com dados coletados em 143 favelas.
Apêndice C | 82
Morro
Plana
ILHA DO GOVERNADOR
NORTE
CENTRO
GRANDE TIJUCA
OESTE
SUL COPACABANA
OCEANO ATLÂNTICO
0 5 10 15 20 km
Fonte: Elaboração dos autores.
Nota: O mapa inclui apenas as favelas que foram melhoradas durante o FB II.
Tabela D.1.
D. Igualdade conjunta da média no Favela Bairro II Apêndice D | 84
Sistema de esgoto 2,36 3,13 3,05 1,55 Sistema de esgoto 2,26 3,99 4,31 0,001***
Infraestrutura Infraestrutura
para mobilidade 4,01 4,10 4,04 3,54 para mobilidade 3,52 4,75 4,22 0,003***
Iluminação pública 2,58 4,11 3,52 2,33 Iluminação pública 2,71 3,46 3,40 0,002***
Sinalização de trânsito Sinalização de trânsito
e serviços postais 3,85 3,72 3,58 3,25 e serviços postais 3,37 5,05 4,63 0,001***
Transporte público 5,26 5,40 4,83 3,69 Transporte público 4,85 5,19 5,10 0,152
Abastecimento Abastecimento
de água
4,87 4,13 3,05 2,29 de água
3,61 5,22 4,40 0,000***
Coleta de lixo 3,46 3,47 2,63 3,31 Coleta de lixo 2,72 4,67 3,88 0,003***
Eletricidade 4,34 4,71 3,97 3,05 Eletricidade 3,65 4,60 4,71 0,018**
Aparência externa Aparência externa
das casas 5,38 4,16 4,24 4,54 das casas 3,97 5,23 5,29 0,000***
Sistema de drenagem Sistema de drenagem
de águas pluviais 3,98 4,39 4,83 2,53 de águas pluviais 3,45 5,42 5,12 0,000***
Fonte: elaboração dos autores com dados coletados em 88 favelas. Nota: Pontuação: 0 = não operacional; 6 = em excelente condição. Fonte: elaboração dos autores com dados coletados em 88 favelas. Nota: Pontuação: 0 = não operacional; 6 = em excelente condição.
Testes Kruskal-Wallis da igualdade conjunta das médias. Um valor-p> 0,10 indica que a hipótese nula de igualdade não é rejeitada. Testes Kruskal-Wallis da igualdade conjunta das médias. Um valor-p> 0,10 indica que a hipótese nula de igualdade não é rejeitada.
Apêndice D | 86
Mensagens-chave
Número
de favelas
130 14
Índice Geral
de Infraestrutura
3,52 3,61 0,745
Aparência externa
das casas 4,49 4,33 0,572
Sistema de drenagem
de águas pluviais 4,27 3,93 0,284
Fonte: Elaboração dos autores. Nota: Níveis de significância estatística: *** valor-p = 0.01, ** valor-p = 0.05, * valor-p = 0.10. Resultados
dos Indicadores Mann-Whitney conforme a localização em relação ao Corredor Olímpico.
Apêndice E | 89
ESTRUTURA OLÍMPICA
ESTRUTURA OLÍMPICA
ESTRUTURA OLÍMPICA
ESTRUTURA OLÍMPICA
Ginasio do Maracanazinho
Centro Olímpico de BMX
ESTRUTURA OLÍMPICA
Marina da Gloria
ESTRUTURA OLÍMPICA
BAIRRO
10
ANOS
DEPOIS
2020