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2022/2024

SÍNODO
PAROQUIAL
Documento da Assembleia
Plano de Pastoral

ORAÇÃO SINODAL
Espírito Santo, Deus amor!
Queremos ouvir o apelo que fazeis
para a Igreja permanecer
em processo sinodal.
Desejamos caminhar juntos
em vosso nome.
Nosso Defensor, vinde, cai conosco,
tomai posse do nosso coração,
mostrai-nos os caminhos
que devemos seguir,
conservando-nos em comunhão,
incentivando-nos à participação
e à saída missionária.
Ai de nós pecadores
se cairmos na confusão.
Não o permitais.
Iluminai a nossa ignorância,
libertai-nos da parcialidade.
Em vós a unidade,
convosco a verdade e a justiça.
Abrigados no Coração de Maria,
marchamos juntos até a vida sem ocaso.
Com Jesus ao Pai, nós vos adoramos,
agora e sempre. Amém.
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APRESENTAÇÃO
Caríssimos irmãos e irmãs, éis da Basílica Imacu-
lado Coração de Maria, com espírito de gratidão a
Deus e à comunidade, apresentamos as conclu-
sões da Assembleia Paroquial realizada nos dias
15, 16 e 17 de julho de 2022, no Sítio Assunção em
Teresópolis, RJ.
A convocação do Sínodo da Igreja Universal
2019/2023: “Por uma Igreja sinodal: comunhão,
participação e missão”, acolhida como inspiração
do Espírito Santo, colocou nossa Paróquia em pro-
cesso sinodal. Constituímos uma comissão para
agilizar o processo.
Os membros desta comissão se aprofundaram no
tema do Sínodo, assimilaram o questionário de
consulta, estabeleceram uma pedagogia para apli-
cação do questionário e obtenção das respostas
na comunidade e, por m, sistematizaram as res-
postas e se preocuparam em dar continuidade ao
processo com a preparação da Assembleia Paro-
quial.
Criaram uma Assembleia toda participativa e cola-
borativa, desde a sua convocação, metodologia,

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pauta, até a exposição e futura implementação de


suas conclusões pela paróquia.
O Documento da Assembleia volta às suas mãos
para ser assimilado, apreciado, colocado em práti-
ca e avaliado.
Por amor a esta parcela da Igreja dedicada ao Ima-
culado Coração de Maria, exortamos a todos que
recebam com estima este documento e o tornem
inspirador de seu engajamento e de sua sua práti-
ca pastoral.
Não poderíamos deixar de agradecer os esforços e
sacrifícios da Comissão do Sínodo: Cátia Regina,
Margareth Maria L. Gonçalves, Pedro, Raul, José
Luiz e Rita de Cássia Louzada, Débora F. dos San-
tos, Diácono Celso Couto, Padre Carlos Antônio
Pereira CMF e Padre Júlio César M. Miranda CMF.
Tudo deverá estar aos cuidados maternos do Ima-
culado Coração. Em especial serviço a Ela, a Mãe
de Jesus e nossa, con amos nossos sonhos por
uma paróquia que seja edi cada pelos valores da
amizade, da fraternidade, da corresponsabilidade e
da missão.
Rio de Janeiro, 15 de Setembro de 2022.

Padre Júlio César Melo Miranda, CMF


Pároco
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SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO ………………………………………………………… 03
2. ILUMINAÇÕES ………………………………………………………….… 07
2.1. A Palavra de Deus ………………………………….…. 07
2.2. O Magistério …………………………………………….. 08
3. A SINODALIDADE ……………………………………………………….. 11
3.1. As Palavras Chave …………………………………….. 11
3.2. As Atitudes ………………………………………………… 13
3.3. As Armadilhas …………………………………………… 17
4. A METODOLOGIA ……………………………………………………….. 23
4.1. A Investigação Apreciativa ………………….….. 23
5. OBJETIVOS: O PLANO DE PASTORAL ……………………….. 29
5.1. Sonhos ……………………………………………………… 30
5.1. Dimensão da Comunhão ………………………….. 32
5.2. Dimensão da Participação ……………………… 37
5.3. Dimensão da Missão ………………………………… 43
6. ORAÇÕES ………………………………………………………………. 49
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2. ILUMINAÇÕES
2.1. A PALAVRA DE DEUS

C
onsiderai com que amor nos amou o Pai, para
que sejamos chamados lhos de Deus… Carís-
simos, desde agora somos lhos de Deus,
embora ainda não tenha se manifestado o que
haveremos de ser, pois seremos semelhantes a
Deus… Portanto, amemo-nos uns aos outros. Não
façamos como Caim, que era do maligno e matou
seu irmão… Se alguém disser: “Amo a Deus”, mas
odeia seu irmão, é mentiroso, porque aquele que
não ama a seu irmão a quem vê, é incapaz de amar
a Deus a quem não vê.” (IJo 3,1-2.12 e IJo 4,20)

“Não façais como eles… gostam dos primeiros lu-


gares… Mas vós, não vos façais chamar rabi, por-
que um só é vosso Mestre, Cristo, e vós sois todos
irmãos. E a ninguém chameis de pai, porque um só
é vosso Pai, aquele que está nos céus, e vós sois
todos irmãos… O maior dentre vós será vosso ser-
vo. Aquele que se exaltar será humilhado, e aquele
que se humilhar será exaltado.” (Mt 23,2b.8-12)

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2.2. O MAGISTÉRIO
Vamos acolher como iluminações do Magistério da
Igreja para o processo Sinodal em nossa Paróquia,
alguns textos da Fratelli Tutti do Papa Francisco:
“… A agressividade aumenta. Contudo, ainda é
possível optar pelo cultivo da amabilidade; há pes-
soas que o conseguem, tornando-se estrelas no
meio da escuridão.
São Paulo designa um fruto do Espírito Santo com
a palavra grega chrestotes (Gal 5, 22), que expres-
sa um estado de ânimo não áspero, nem rude ou
duro, mas benigno, suave, que sustenta e conforta.
A pessoa que possui esta qualidade ajuda os ou-
tros, para que a sua existência seja mais suportá-
vel, sobretudo quando sobrecarregados com o
peso dos seus problemas, urgências e angústias.
É um modo de tratar os outros, que se manifesta
de diferentes formas: amabilidade no trato, cuidado
para não magoar com as palavras ou os gestos,
tentativa de aliviar o peso dos outros. Supõe «dizer
palavras de incentivo, que reconfortam, consolam,
fortalecem, estimulam», em vez de «palavras que
humilham, angustiam, irritam, desprezam».

A amabilidade é uma libertação da crueldade que


às vezes penetra nas relações humanas, da ansie-
dade que não nos deixa pensar nos outros, da ur-
gência distraída que ignora que os outros também
têm direito de ser felizes.”
(Fratelli Tutti 222.223)
“Ninguém será capaz de possuir toda a verdade
nem satisfazer a totalidade dos seus desejos, por-
que uma tal pretensão levaria a querer destruir o
outro, negando-lhe os seus direitos. A busca duma
falsa tolerância deve dar lugar ao realismo dialo-
gante por parte de quem pensa que deve ser el
aos seus princípios, mas reconhecendo que o ou-
tro também tem o direito de procurar ser el aos
dele. Tal é o autêntico reconhecimento do outro,
que só o amor torna possível e que signi ca colo-
car-se no lugar do outro para descobrir o que há
de autêntico ou pelo menos de compreensível no
meio das suas motivações e interesses.”
(Fratelli Tutti 218.221)

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3. A SINODALIDADE
3.1. AS PALAVRAS-CHAVE

A
s palavras-chave para o processo sinodal são
as três dimensões do tema do Sínodo: comu-
nhão, participação e missão. Elas estão pro-
fundamente inter-relacionadas e são os pila-
res vitais de uma Igreja sinodal. Não há hierarquia
entre elas. Ao contrário, cada uma enriquece e ori-
enta as outras duas em uma relação dinâmica que
deve ser articulada tendo em conta as três em con-
junto.

Comunhão
A comunhão que partilhamos encontra as suas raí-
zes mais profundas no amor e na unidade da Trin-
dade. É Cristo que nos reconcilia com o Pai e nos
une uns aos outros no Espírito Santo.

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Participação
Todos os éis estão capacitados e são chamados a
colocar ao serviço uns dos outros os dons que
cada um recebeu do Espírito Santo. Na Igreja sino-
dal toda a comunidade é convocada para rezar, es-
cutar, analisar, dialogar, discernir e aconselhar na
hora de tomar as decisões pastorais mais de acor-
do com a vontade de Deus, se bene ciando da rica
diversidade dos seus membros.

Missão
A Igreja existe para evangelizar, e por isso não po-
demos estar centrados em nós mesmos. Nossa
missão é testemunhar o amor de Deus nos ambien-
tes de vida de toda a família humana, numa dimen-
são profundamente missionária, especialmente
com aqueles que vivem nas periferias espirituais,
sociais, econômicas, políticas, geográ cas e exis-
tenciais do nosso mundo.

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3.2. AS ATITUDES
A prática do Processo Sinodal pede atitudes que
permitam uma escuta e um diálogo genuínos. Al-
gumas delas seriam:

Escutar
À humildade de escutar deve corresponder a cora-
gem de falar, uma vez que todos têm o direito de
ser ouvido, tal como todos têm o direito de falar.
Não se trata de entrar em debate para convencer
os outros, mas, antes, de acolher o que os outros
dizem como um modo através do qual o Espírito
Santo pode falar para o bem de todos (1Cor 12,7).

Diálogar
Somos convidados a falar com coragem e honesti-
dade autênticas a m de integrar a liberdade, a
verdade e a caridade. Todos podem crescer em
compreensão através do diálogo e estar dispostos
a mudar as nossas opiniões com base no que ou-
vimos dos outros, abandonando atitudes de confor-
to, que nos levam a tomar decisões com base ape-
nas na forma como se fazia no passado ou de res-

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postas prontas e julgamentos pré-formulados. O


discernimento baseia-se na convicção de que Deus
age no mundo e de que nós somos chamados a
escutar o que o Espírito nos sugere.

Escuta Mútua
A Igreja é o Corpo de Cristo, em que cada membro
tem um papel único a desempenhar, segundo seus
diferentes carismas. Dependemos uns dos outros e
todos nós temos a mesma dignidade no seio do
Povo de Deus. Em Cristo o verdadeiro poder é o
serviço, e a sinodalidade exige que os pastores es-
cutem atentamente o rebanho con ado aos seus
cuidados, assim como requer que os leigos expri-
mam os seus pontos de vista com liberdade e ho-
nestidade. Todos se escutam uns aos outros por
amor, num espírito de comunhão e da nossa mis-
são comum, e desta forma, o poder do Espírito
Santo manifesta-se de múltiplas maneiras em todo
o Povo de Deus e através dele. Assim venceremos
o agelo do clericalismo.

Caminhar Juntos
Devemos caminhar juntos, aprendendo uns com os
outros, e estando uns ao serviço dos outros. A au-
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tossu ciência nos leva a construir muros, que por


vezes ameaçam separar-nos em função de fatores
como idade, sexo, riqueza, capacidade, educação,
etc.

Sem Ideologias
Devemos evitar o risco de dar mais importância às
ideias do que à realidade da vida de fé que as pes-
soas vivem em concreto.

Fidelidade
Precisamos fazer o que é certo não com a nalida-
de chamar a atenção ou fazer manchetes, mas com
o objetivo de ser el a Deus e servir o seu Povo.
Somos chamados a ser faróis de esperança, não
profetas da desgraça.

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3.3. AS ARMADILHAS
Precisamos estar conscientes para evitar que as
armadilhas di cultem o nosso progresso durante
este tempo de sinodalidade. Algumas delas seriam:

A tentação de querermos ser o guia de nós mesmos


em vez de nos deixarmos guiar por Deus
A sinodalidade é um processo espiritual conduzido
pelo Espírito Santo. Nossos humildes esforços de
organização e coordenação estão ao serviço de
Deus que nos guia pelo caminho. Somos barro nas
mãos do divino oleiro (Is 64,8).

A tentação de nos concentrarmos em nós próprios e


nas nossas preocupações imediatas
O Processo Sinodal é uma oportunidade para nos
abrirmos, para olharmos à nossa volta, para vermos
as coisas a partir de outros pontos de vista e para
sairmos em perspectiva missionária em direção às
periferias. Devemos nos questionar: Qual o projeto
de Deus para a Igreja aqui e agora? Como pode-

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mos implementar o sonho de Deus para a Igreja a


nível local?

A tentação de ver apenas “problemas”


Os desa os são muitos, mas se nos xarmos ape-
nas nos problemas podemos nos sentir desencora-
jados. Em vez de nos concentrarmos apenas no
que não está bom, vamos apreciar os lugares onde
o Espírito Santo já está agindo e ver como pode-
mos deixar que Deus trabalhe mais plenamente.

A tentação de nos concentrarmos apenas nas


estruturas
O Processo Sinodal exigirá naturalmente uma re-
novação das estruturas a vários níveis da Igreja.
Mas a experiência da sinodalidade deve se con-
centrar antes na experiência de caminhar juntos,
para discernir que caminho seguir inspirados pelo
Espírito Santo. A conversão e a renovação das es-
truturas só serão possíveis através da conversão e
renovação permanentes de todos os membros do
Corpo de Cristo.

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A tentação de um olhar que não ultrapassa os limites


visíveis da Igreja
Leigas e leigos atuam como fermento no mundo
em que vivemos e trabalhamos, e por isso, o Pro-
cesso Sinodal é um tempo de diálogo com pessoas
do mundo da economia e da ciência, da política e
da cultura, das artes e do desporto, dos meios de
comunicação e das iniciativas sociais. Será um
tempo para re etir sobre a ecologia e a paz, sobre
várias questões da vida e sobre as migrações, as-
sim como é uma oportunidade para aprofundar o
caminho ecumênico com as outras con ssões cris-
tãs, bem como o nosso diálogo com outras tradi-
ções de fé. Precisamos ter horizontes bem alarga-
dos para cumprirmos a nossa missão no mundo.

A tentação de perder de vista os objetivos do Processo


Sinodal
Nenhum Processo Sinodal vai resolver todas as
nossas preocupações e problemas. A sinodalidade
é uma atitude e uma abordagem que permitem um
progresso corresponsável e aberto a acolher juntos
os frutos de Deus ao longo do tempo.

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A tentação do con ito e da divisão


O Espírito Santo leva-nos mais profundamente à
comunhão com Deus e uns com os outros. As se-
mentes da divisão não dão frutos. É inútil tentar im-
por as nossas ideias a todo o Corpo através da
pressão ou desacreditar quem sente as coisas de
maneira diferente de nós.

A tentação de tratar o Sínodo como uma espécie de


parlamento
Sinodalidade não é uma “batalha política” em que,
para governar, um lado tem de derrotar o outro.
Antagonizar os outros ou promover con itos divisi-
onistas que ameaçam a unidade e comunhão da
Igreja, é contrário ao espírito de sinodalidade.

A tentação de escutar apenas aqueles que já estão en-


volvidos nas atividades da Igreja
Esta pode ser a abordagem mais fácil de gerir, mas
acaba por ignorar uma proporção signi cativa do
Povo de Deus, inclusive com o risco de deixar de
ouvir o Espírito, que sopra onde quer.

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4. A METODOLOGIA
A INVESTIGAÇÃO APRECIATIVA

O
Processo sinodal da Igreja chegou à nossa Pa-
róquia com a proposta da realização de uma
Assembleia Paroquial que fosse bem partici-
pativa para que a sinodalidade pudesse ter
efeitos enriquecedores em toda a vida pastoral da
comunidade. Na busca de um método para alcan-
çar estes objetivos, optamos pelo caminho da In-
vestigação Apreciativa, método aplicado com su-
cesso no mundo corporativo e em alguns organis-
mos eclesiásticos.
A Investigação Apreciativa (IA) é uma das mais ino-
vadoras e bem-sucedidas abordagens de mudança
organizacional usadas nas últimas décadas no
mundo inteiro, inclusive, no Brasil. Este tipo de me-
todologia desenvolveu-se, a princípio, nas empre-
sas e depois, devido ao seu grande sucesso, ex-
pandiu-se para outras áreas como entidades, insti-
tuições, órgãos públicos e associações religiosas.
A IA foi desenvolvida nos anos 1980 pelo norte-
americano David Cooperrider,
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professor do Departamento de Empreendedorismo
Social da Escola de Administração da Case Wes-
tern Reserve University, nos Estados Unidos. A re-
ferida metodologia propõe uma mudança de para-
digma em termos organizacionais, pois em vez de
se focar em “qual é o problema a ser resolvido” no
setor de trabalho, foca-se em “qual é o núcleo posi-
tivo já existente que pode ser potencializado”. Pro-
cura-se investigar por meio de perguntas positivas
o que há de apreciável; deste modo, muda-se a
percepção do setor. Assim, as pessoas recordam
suas experiências bem-sucedidas, permitem-se so-
nhar com um ambiente melhor, traçam um projeto
e, en m, buscam chegar ao nível idealizado. Para
isso, deve-se selecionar de três a cinco tópicos
a rmativos para investigação e seguir as etapas
dos 4-Ds:

1) Discovery (Descoberta)
Nesta fase, a atividade do organismo é inquirida
sobre as experiências bem sucedidas e qual seu
núcleo positivo que precisa ser descoberto. Quais
são as vivências de êxito, em que as pessoas tive-
ram conquistas, quais são seus principais valores e
suas melhores qualidades. Então, tudo é voltado
para essa perspectiva de passado, de onde precisa
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ser extraído o melhor. Nada de derrotas, fracassos,


falências. Não se fala de insucessos e perdas, pois
tudo é em torno do positivo em função do aprecia-
tivo da temática.

2) Dream (Sonho)
Na etapa do Sonho, a comunidade busca visualizar
o melhor futuro, o futuro ideal, o futuro sonhado, o
futuro desejado, o futuro positivo, acreditando que
visualizar esse futuro positivo pode extrair o melhor
da organização, dos participantes e do sistema que
está sendo avaliado.

3) Design (Planejamento)
Depois de identi car o futuro sonhado na fase an-
terior, agora é hora de planejar como alcançá-lo, de
propor objetivos e meios. Por isso, nessa fase da
Investigação Apreciativa, serão pensadas ações
planejadas de mudanças que possibilitem que a
comunidade chegue ao futuro ideal.

4) Destiny (Concretização)
Nesta fase da investigação apreciativa o organismo
já coloca um pé nesse futuro tão sonhado. Come-
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çam a ser colocadas quais serão as primeiras


ações para começar a concretizar esse futuro ideal.
Ou seja, é hora de colocar a mão na massa e ver a
mudança acontecer!
Nossa Paróquia, que está começando a caminhar
na trilha da sinodalidade, espera, efetivamente, que
a aplicação dos postulados da Investigação Apre-
ciativa incentive a comunidade a descobrir, sonhar,
planejar e oferecer o melhor que puder para cons-
truir uma igreja em saída sobre os fundamentos da
comunhão e da participação, a serviço da missão
da Trindade Santa com o Imaculado Coração de
sua Mãe.

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5. OBJETIVOS
O Que Queremos
Alcançar
O PLANO DE PASTORAL

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SONHOS

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uscar, em todos os setores da vida paroquial, o
espírito trinitário, de liação divina e fraterni-
dade, expresso no estilo Sinodal, como esfor-
ço coletivo e procura contínua de aprender-
mos a “caminhar juntos” como irmãos e irmãs que
somos, sem estar uns sobre os outros, mas na po-
sição entre iguais para juntos fazermos a experiên-
cia de fé, frente aos desa os internos e externos
que se apresentam em nosso dia a dia, como um
jeito de ser Igreja, pelo qual, cada pessoa é impor-
tante, tem voz, é ouvida, capacitada e envolvida na
realização da missão do Pai, iluminada pela Palavra
do Filho, frutuosa pela ação do Espírito.

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DIMENSÃO DA COMUNHÃO
A comunh o que partilhamos encontra as suas ra -
zes mais profundas no amor e na unidade da Trin-
dade. Cristo que nos reconcilia com o Pai e nos
une uns aos outros no Esp rito Santo. Juntos, so-
mos inspirados pela escuta da Palavra de Deus,
atrav s da Tradi o viva da Igreja, e com base no
sensus dei que partilhamos. Todos temos um pa-
pel a desempenhar no discernimento e na viv ncia
do chamamento que Deus faz ao seu povo.
(Vademecum Sínodo 1.4)

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Objetivo Especí co para a Comunhão
Fomentar na comunidade paroquial o convívio fra-
terno sem preconceitos, sem discriminação, de
mente e de coração abertos, por meio do trabalho
em conjunto, caminhando lado a lado, respeitando
a limitação do outro, acolhendo suas virtudes, per-
doando e integrando seus defeitos, testemunhan-
do a amizade social e a fraternidade cristã para
atrair todos aqueles que Deus convida a fazer par-
te da mesma família dos seus lhos e lhas.

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Linhas de Ação para a Comunhão


1. Estimular a convivência, a proximidade e a co-
munhão dos éis, por meio de atividades pasto-
rais e atitudes que promovam nossa identidade
comum de lhos e lhas de Deus, chamados a
vivermos como irmãos e irmãs, em comunhão,
como companheiros e companheiras de cami-
nhada.

2. Ouvir de coração aberto as moções do Espírito


para discernir a vontade de Deus para nossa
comunidade paroquial, através da escuta da Pa-
lavra de Deus, da interpretação da realidade dos
tempos que vivemos, dos ensinamentos do Ma-
gistério atual da Igreja universal e local, do aco-
lhimento atento do outro, do que ele tem a dizer
para somar, e da luz que ilumina a procura aber-
ta dos consensos.

3. Opinar e se comprometer com relação às ativi-


dades paroquiais, intervindo com amor, sabedo-
ria, e com senso de adequação e responsabili-
dade pessoal.

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Atividades para a Comunhão


1. Organizar momentos frequentes de adoração
Eucarística prolongada na capela do Santíssimo,
com escala e participação dos MESCs, das pas-
torais e de toda a comunidade e no decorrer da
experiência, incentivar a criação do Grupo de
Adoradores.

2. Acolher as pessoas novas que estão vindo às


missas, conhecê-las e favorecer a participação
em alguns serviços litúrgicos, e sua formação
através de cursos para liturgia, leitura, música,
coroinhas, acolhimento, etc.

3. Buscar meios de favorecer a participação e al-


ternância dos diversos grupos de músicos, que
estejam preparados, na animação litúrgica da
celebração da Eucaristia e também dos demais
sacramentos.

4. Oferecer cursos de formação no campo, da Pa-


lavra de Deus e do Magistério da Igreja e cursos
enfocando temas atuais baseados nos docu-
mentos recentes da Igreja, em formato de Roda
de Conversa, podendo ser nas férias.

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5. Realizar um Curso de Libras breve para as pas-


torais a m de facilitar a comunicação com a
Pastoral do Surdo.

6. Promover momentos de espiritualidade e retiros


entre as pastorais.

7. Criar um canal de comunicação aberto, indicati-


vo e inclusivo com a nalidade de ouvir elogios,
esclarecer dúvidas, fazer sugestões e incentivar
a participação na comunidade.

8. Promover confraternização e reunir as pessoas,


pastorais, paroquianos e outros, ao modo de
uma convivência celebrativa, fraterna e festiva,
sem arrecadação nanceira e com as iguarias
partilhadas.

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DIMENSÃO DA PARTICIPAÇÃO
“A participação fundamenta-se no fato de todos os
éis estarem capacitados e serem chamados a co-
locar ao serviço uns dos outros os dons que cada
um recebeu do Espírito Santo. […] Na Igreja sinodal,
toda a comunidade, na livre e rica diversidade dos
seus membros, é convocada para rezar, escutar,
analisar, dialogar, discernir e aconselhar na hora de
tomar as decisões pastorais mais de acordo com a
vontade de Deus”. É preciso esforçar-se genuina-
mente por assegurar a inclusão das pessoas mar-
ginalizadas ou que se sentem excluídas."
(Vademécum do Sínodo 2023, item 1.4)

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Objetivo Especí co para a Participação

E
struturar equipes orgânicas para atuar em con-
junto nas atividades pastorais da paróquia, li-
gadas ao Pároco e Vigários, com a nalidade
de discutir ideias e, de forma imparcial, criativa,
autônoma e e ciente, possam se tornar agentes
das decisões pastorais e administrativas, de acordo
com os apelos que o Espírito faz à Igreja, procu-
rando despertar o interesse dos outros, convidan-
do e acolhendo mais pessoas para se engajarem
na ação evangelizadora da Comunidade.

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Linhas de Ação para a Participação


1. Servir em corresponsabilidade, trabalhando pe-
los mesmos objetivos eclesiais prioritários, pro-
movendo reuniões que envolvam todos os
membros de cada pastoral para discutir ideias e
traçar planos com período determinado, incluín-
do a previsão de cronogramas, de recursos e
buscar formas de inserir novos membros, princi-
palmente aqueles que ainda não estão inseridos
em outras pastorais.

2. Criar espaços de coordenação paroquial, como


conselhos de Pastoral e Econômico representa-
tivos da comunidade, e subsidiar, alternar e par-
tilhar funções de responsabilidade pastoral.

3. Renovar as estruturas pastorais em participação


corresponsável, discernindo propostas de ativi-
dades a partir de uma leitura da realidade e das
condições de vida dos destinatários de cada
Pastoral com a principal nalidade de buscar e
atrair a todos para a vida cristã e incentivar a sua
perseverança, proporcionando oportunidades
para o seu engajamento na nossa comunidade
de fé.

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Atividades para a Participação


1. Criar um Conselho Paroquial de Pastoral (CPP)
organizado e representativo, incluindo a eleição
de membros representantes de todos os segui-
mentos da Igreja (crianças, jovens, idosos, famí-
lia, de ciência, pobres etc) e das pastorais,
usando método sinodal para elaboração das
pautas.

2. Promover reuniões, por setores pastorais ou em


conjunto, entre as lideranças e coordenações,
para escuta e partilha de seus anseios, angústi-
as e opiniões, convocadas pelo CPP.

3. Renovar as estruturas pastorais paroquiais, a


partir da recriação de cada Pastoral, acolhendo,
atraindo e convidando novos membros, revendo
o modo de coordenar para uma forma descen-
tralizada, corresponsável e participativa, poden-
do ser colegiada; criando mecanismos de su-
cessão, preparando e formando novas lideran-
ças, delegando funções e responsabilidades aos
seus membros, reunindo-se periodicamente e
usando com bom senso as ferramentas tecnoló-
gicas de comunicação para facilitar a interativi-
dade pastoral com os membros.
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4. Promover oportunidades de apresentação atra-


ente e criativa das atividades realizadas em cada
pastoral, como um “Feirão” de exposição das
pastorais.

5. Proporcionar uma integração interpastoral, no


estilo “Pastoral Convida”, com uma Pastoral con-
vidando a outra para uma experiência de troca,
por exemplo: Noivos sendo convidados pela Ca-
tequese para falar sobre o Sacramento do Ma-
trimônio, Batismo encaminhar candidatos para a
Catequese de Adultos, etc.

6. Organizar oportunidades de informações e es-


clarecimentos sobre os serviços existentes no
bairro, nas áreas de saúde, lazer, cultura, assis-
tência social e serviços públicos.

7. Realizar retiros abertos à comunidade para for-


mar, animar e fomentar novas lideranças.

8. Realizar uma Assembleia Paroquial em estilo si-


nodal ao nal do período do Plano de Pastoral e
uma Assembleia anual para revisão do Plano e
calendarização das atividades pastorais.

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DIMENSÃO DA MISSÃO
“A Igreja não pretende disputar poderes terrenos,
mas oferecer-se como «uma família entre as famíli-
as – a Igreja é isto –, disponível (…) para testemu-
nhar ao mundo de hoje a fé, a esperança e o amor
ao Senhor mas também àqueles que Ele ama com
predileção. Uma casa com as portas abertas... A
Igreja é uma casa com as portas abertas, porque é
mãe». E como Maria, a Mãe de Jesus, «queremos
ser uma Igreja que serve, que sai de casa, que sai
dos seus templos, que sai das suas sacristias, para
acompanhar a vida, sustentar a esperança, ser sinal
de unidade (…) para lançar pontes, abater muros,
semear reconciliação”. (Fratelli Tutti 276)

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Objetivo para a Missão

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ultivar uma consciência missionária, não pro-
selitista, entre todos os éis, especialmente
entre os membros das pastorais, à luz da pala-
vra de Deus e da Conferência de Aparecida,
na qual todo batizado é protagonista da missão
como discípulo-missionário de Jesus Cristo, reali-
zando nosso serviço pastoral em chave missioná-
ria, como testemunhas do Seu amor, procurando
entender o mundo dos outros que nos cercam, seja
na paróquia, seja nos ambientes da família, da
educação, da saúde, da cultura, da política, das re-
ligiões e dos desa os da acessibilidade social; e
priorizar projetos e momentos fortes especí cos de
missão, assumidos em conjunto por todos.

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Linhas de Ação para a Missão
1. Descobrir quais as demandas missionárias e
pastorais dos moradores do Meier e propor mo-
dos e planos de aproximação, diálogo, testemu-
nho evangélico e adesão deles à vida cristã e à
nossa comunidade de fé.

2. Dar-nos a conhecer e estabelecer a empatia,


boas relações e nos preparar para possíveis ser-
viços em parceria com os colégios, hospitais,
comércio, igrejas e religiões do bairro.

3. Acolher a realidade dos mais necessitados, ofe-


recendo nossos esforços espirituais e materiais,
em caridade e testemunho evangélicos, para
minorar seus sofrimentos e favorecer seu acesso
às condições dignas da vida social.

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Atividades para a Missão


1. Organizar, com criatividade e pertinência, uma
ampla missão popular, envolvendo toda a Paró-
quia, que possa atingir os ambientes onde as
pessoas vivem e frequentam, promovendo os
valores cristãos e a promoção da dignidade da
vida.

2. Organizar uma Pastoral de apoio aos projetos


sociais já existentes na Igreja e que incentive a
criação de novos movimentos.

3. Apoiar e acolher as iniciativas e demandas na


área das de ciências, especialmente o mundo
da pessoa surda, incluindo oportunidades que
ajudem a preparar a comunidade paroquial para
o melhor acolhimento, adaptação, comunicação
e acessibilidade da pessoa com de ciência.

4. Incluir nos projetos de reformas da igreja, obras


que melhorem a acessibilidade, como rampas e
banheiros para cadeirantes.

5. Formar uma “Frente Jovem”, com o incentivo de


toda a paróquia, promovendo atividades que
atraiam e mantenham o jovem na igreja, como a
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promoção do lazer esportivo em lugar adequa-


do, atividades de reforço intelectual, momentos
musicais, atividades culturais, eventos de espiri-
tualidade como movimentos juvenis, fomentan-
do novas vocações.

6. Promover momentos musicais com nossos mú-


sicos, podendo ter alcance mais amplo e inclu-
sivo.

7. Propor ações nas escolas da região, sejam cató-


licas ou públicas, para estreitar cada vez mais o
relacionamento entre a BICM com o Instituto
Francisca Paula, o Educandário Madre Güell, o
Colégio Imaculado Coração de Maria e procurar
semear a fé católica nas demais instituições de
ensino.

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6. ORAÇÕES
PARA INÍCIO DE REUNIÃO
Abertura para o diálogo
Aqui estamos, Senhor, reunidos em vosso nome e dese-
josos de dilatar vosso Reino. Que o Espírito Santo nos
inspire o que convém tratar e para onde caminhar, para
que, fortalecidos com vossa graça, possamos realizar
vossos desígnios. Divino Espírito Santo, inspirador de
todo discernimento, iluminai nossa mente, dirigi nossos
afetos. Ensinai-nos a escutar nossos irmãos, a propor e
não impor. Livrai-nos da cegueira de quem sempre
acredita ter razão, do perigo de favoritismos e de toda
acepção de pessoas. Unidos a Vós, nunca nos separe-
mos da verdade. - Amém.

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Para iniciar uma reunião


Senhor, Primeiro Princípio, Amparo Supremo e Fim
Último de nossas vidas, que vossa sobrenatural gra-
ça nos inspire e acompanhe sempre, e particular-
mente no decorrer dos trabalhos que vamos iniciar,
para que por Vós comecem, convosco continuem e
a Vós se dirijam todas as nossas ações. Por Jesus
Cristo nosso Senhor. - Amém

Reunidos em Vosso Nome


Em vosso nome nos reunimos, Senhor, e queremos
estar em vossa presença. Concedei-nos espírito de
bondade e capacidade de diálogo, iluminai nossa
mente com a vossa verdade e fortalecei nosso sen-
timento de fraternidade, para que sempre, como
pessoas e como comunidade, consideremos e reali-
zemos a vossa vontade. Por Jesus Cristo nosso Se-
nhor. - Amém.

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PARA O FINAL DE REUNIÃO


Ação de graças pela reunião
Pai de bondade, nós vos damos graças por este
momento, no qual partilhamos nossas aspirações e
desilusões, nossos projetos e dificuldades. Fazei que
correspondamos sempre à nobre vocação que de
Vós recebemos e à nossa intransferível missão de
batizados na Igreja, a exemplo de Santo Antônio Ma-
ria Claret e com a ajuda do Imaculado Coração de
Maria. Por Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

Um só coração e uma só alma


Damo-Vos graças, Senhor, por este encontro entre
irmãos e irmãs de fé. Por vossa bondade e vossa
presença entre nós, fazei que com espírito fraterno
tenhamos um só coração e uma só alma, para ser-
mos neste mundo uma paróquia evangelizada e
evangelizadora. Por Jesus Cristo, nosso Senhor.
Amém.

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