Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO
1 ESPECIALIDADE E CARACTERÍSTICAS
1. Breve histórico
2. Obras protegidas: aspectos relevantes
1. Conceito
2. Definições
3. Obras protegidas
4. Autoria das obras intelectuais
5. Registro das obras intelectuais
6. Principais aspectos dos direitos morais e patrimoniais do autor
1. Direitos morais do autor
2. Direitos patrimoniais do autor e de sua duração
7. Limitações aos direitos do autor
2 PROGRAMA DE COMPUTADOR: aspectos relevantes
SEMINÁRIO
BIBLIOGRAFIA
Esta aula tem por objetivo abordar os principais aspectos das normas
relacionadas aos direitos autorais.
Assim como a propriedade industrial (direito industrial), o direito autoral é
classificado como propriedade imaterial. Contudo, este último diferencia-se
significativamente daquela, justificando-se, por isso, o estudo separado de
ambos.
Não obstante, vale mencionar que o direito industrial (já por nós
estudado) e o autoral são espécies do gênero direito intelectual - caracterizado
pelo exercício de aptidões de criatividade pelos titulares dos respectivos
direitos.
No capítulo primeiro serão analisados alguns aspectos importantes da
Lei de Direito Autorias (Lei n. 9.610, de 1998). No segundo, abordaremos a
proteção da propriedade intelectual dos programas de computador. No capítulo
terceiro estudaremos as sanções às violações dos direitos autorais, nas esferas
cível e penal.
Ao final, haverá um seminário para ser realizado individualmente, de
acordo com a leitura do texto.
1 ESPECIALIDADE E CARACTERÍSTICAS
1
Informações disponíveis em: <http://www.overmundo.com.br/overblog/inaugurado-o-
marketing-do-medo>.
1.2 Obras protegidas: aspectos relevantes
1.2.1 Conceito
1.2.2 Definições
Sobre esse grupo não abrangido pela garantia da LDA, Elisângela Dias
Menezes (2007, p. 41) defende tratar-se, também, de rol exemplificativo,
servindo apenas para citar "exemplos de situações nas quais a ausência de
originalidade ou da devida exteriorização impedem a proteção autoral".
Pedro Paranaguá e Sérgio Branco (2009, p. 27), tecem importantes
comentários sobre esse artigo 8º da LDA: "As ideias são de uso comum e, por
isso, não podem ser aprisionadas pelo titular dos direitos autorais. Se não fosse
assim, não seria possível haver filmes com temas semelhantes, realizados
próximos uns dos outros, como aliás é comum acontecer. Armageddon, dirigido
por Michael Bay em 1998, tratava da possibilidade de a Terra ser destruída por
um meteoro, mesmo tema de seu contemporâneo Impacto profundo - Deep
impact, de Mimi Leder, dirigido no mesmo ano".
1.2.4 Autoria das obras intelectuais
2
" Art. 49. Os direitos de autor poderão ser total ou parcialmente transferidos a terceiros, por ele
ou por seus sucessores, a título universal ou singular, pessoalmente ou por meio de
representantes com poderes especiais, por meio de licenciamento, concessão, cessão ou por
outros meios admitidos em Direito, obedecidas as seguintes limitações: [...]"
3
"Art. 18. A proteção aos direitos de que trata esta Lei independe de registro."
Art. 17. Para segurança de seus direitos, o autor da obra
intelectual poderá registrá-Ia, conforme sua natureza, na
Biblioteca Nacional, na Escola de Música, na Escola de
Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no
Instituto Nacional do Cinema, ou no Conselho Federal de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
§ 1º Se a obra for de natureza que comporte registro em
mais de um desses órgãos, deverá ser registrada naquele
com que tiver maior afinidade.
§ 2º O Poder Executivo, mediante Decreto, poderá, a
qualquer tempo, reorganizar os serviços de registro,
conferindo a outros Órgãos as atribuições a que se refere
este artigo.
4
"Art. 27. Os direitos morais do autor são inalienáveis e irrenunciáveis."
5
A quantia mencionada refere-se ao comércio de bens culturais apenas, já que o PIB mundial
ultrapassa os US$ 70 trilhões. (Disponível em: <
http://datos.bancomundial.org/indicador/NY.GDP.MKTP.CD/countries/1W?display=graph>)
Os direitos patrimoniais do autor consistem na sua faculdade
É assegurado ao autor da obra o direito exclusivo de utilizar, fruir e
dispor da obra literária, artística ou científica (art. 28 da LDA).
Além disso, o artigo 29 da LDA traz uma lista de atos cuja execução
depende da autorização prévia e expressa do autor (se ele o quiser), in verbis:
Há, no artigo 46 da LDA, um rol de atos que não constituem ofensa aos
direitos do autor. Tratam-se de limitações aos direitos autorais, pelas quais
admite-se o uso de obras de terceiros, em estritas hipóteses previstas na Lei,
sem que isso caracterize violação aos direitos do autor.
Equivale dizer que são hipóteses em que o autor é obrigado a tolerar o
uso de sua obra por terceiros, independentemente de autorização, tendo em
vista interesses e direitos maiores (MENEZES, 2007, p. 95).
Essas hipóteses estão previstas no artigo 46 da LDA, e são taxativas,
vale dizer, não se admite o uso da obra sem o consentimento do autor além dos
casos indicados explicitamente no referido artigo.
6
Modalidade de serviço público, prestado por pessoa física a Administração Pública, regido por
normas de direito público, denominado regime de serviço público estatutário.
7
Contato de trabalho sem vínculo empregatício. Tanto o contratante quanto o contratado
podem ser pessoas físicas ou pessoas jurídicas.
silêncio contratual, os direitos pertencerão ao contratante, empregador ou
órgão público); (ii) a atividade de pesquisa e desenvolvimento de programas de
computador por parte do empregado, contratado ou servidor público deve estar
prevista no contrato de trabalho, ou decorrer da natureza dos encargos
concernentes a esse vínculo de trabalho.
Observe-se que, atendidas essas hipóteses, a compensação do
trabalhador pela criação do software será a remuneração salarial
convencionada, salvo se estipulado contratualmente forma de remuneração
adicional.
Vale mencionar que no § 2º do mesmo artigo 4º, há disposição em favor
do desenvolvedor do software, caso não observadas as disposições previstas
no caput desse artigo 4º, in verbis:
Art. 4º ...
8
O termo reprodução é definido no mesmo art. 5º, inciso VI, como "a cópia de um ou vários
exemplares de uma obra literária, artística ou científica ou de um fonograma, de qualquer forma
tangível, incluindo qualquer armazenamento permanente ou temporário por meios eletrônicos ou
qualquer outro meio de fixação que venha a ser desenvolvido;" (LDA, art. 5º, inciso VI).
cometendo plágio. Inclusive não é necessário que se trate de uma reprodução
fiel, bastando a apropriação das elementos criativos".
Reprografia, segundo o Dicionário Aurélio, consiste no "conjunto dos
processos de reprodução que, em vez de recorrerem aos métodos tradicionais
de imprimir, recorrem às técnicas de fotocópias, eletrocópia, termocópia,
microfilmagem, heliografia, xerografia, etc."
Pela definição acima, infere-se que reprografia não caracteriza-se, por si
só, como ilícito. Contudo, esse método "tem sido largamente empregado para
reproduzir livros inteiros, bem como apostilas e outras obras impressas
protegidas pelo Direito do Autor. Nesses casos, trata-se de uma vertente da
pirataria voltada especificamente para o mercado editorial." (MENEZES, 2007,
p. 134).
A violação aos direitos autorais, acima citadas, podem gerar implicações
jurídicas nos âmbitos do direito civil e do direito penal, conforme as disposições
legais abaixo mencionadas.
O Código Penal, estabelece a violação ao direito autoral como crime
contra a propriedade intelectual, os quais são prescritos em seu artigo 184, in
verbis:
CHAVES, Antonio. Criador de obra intelectual - direito de autor. São Paulo: LTr,
1995.
MANSO, Eduardo Vieira. Direito autoral. São Paulo: José Bushasky, 1980.
MENEZES, Elisângela Dias. Curso de direito autoral. Belo Horizonte: Del Rey,
2007.
"Infrações
Se você, leitor, gosta de música, sabe que a tecnologia está a seu favor.
Nunca na história da humanidade foi possível ter acesso a tão grande
variedade de artistas e de canções, com tanta rapidez e qualidade. Mas o
avanço tecnológico abriu um abismo entre o mundo da teoria e o mundo dos
fatos.
As práticas que vêm sendo adotadas nesse crescente fechamento do
direito autoral tangencia perigosamente diversos direitos. A Federação
Internacional da Indústria Fonográfica (International Federation of the
Phonographic Industry - IFPI) e a Associação Brasileira de Produtores de
Discos (ABPD) anunciaram, em fins de 2006, a intenção de processar
judicialmente os usuários da internet que disponibilizam grande número de
músicas na rede. Naturalmente, o anúncio da decisão causou polêmica.
Sabe-se que a prática de processar usuário da internet foi utilizada sem
sucesso nos Estados Unidos. Em um país em que uma percentagem muito
maior de pessoas tem acesso a internet de qualidade, é evidente que um
número muito maior de pessoas se utilize da internet para ter acesso a músicas
gratuitamente. Dessa forma, processos em massa, que abranjam todos os
usuários que de fato estejam copiando na íntegra músicas protegidas por
direitos autorais, são absolutamente impossíveis. Isso só pode levar a um
9
O texto deste anexo constitui-se de cópia literal da obra de Pedro Paranaguá e Sérgio
Branco, p. 122 a 128 (ver bibliografia).
caminho: o da discricionariedade e da caça a bodes expiatórios. Além disso, é
indispensável haver uma compreensão econômica da propriedade intelectual
como um todo para que o sistema seja estruturado a partir de novos modelos
de negócios condizentes com os novos tempos.
O que o Brasil não precisa é de processos judiciais. Considerando nosso
Judiciário, abarrotado de demandas (sem falar na deficiência de infraestrutura e
na insuficiência de pessoal), e nosso povo carente de acesso a fontes culturais,
o processo judicial é, no mínimo, um erro duplo. O Brasil precisa, na verdade,
da criação de novos modelos de exploração de direitos autorais que
efetivamente remunerem o autor a partir do pagamento de valores acessíveis
aos consumidores. Precisa também de uma lei que esteja em conformidade
com a vida contemporânea e com as novas tecnologias. Isto porque o que
presenciamos hoje não é a atuação de uma sociedade à margem da lei;
vivemos, isso sim, o melancólico drama de uma lei à margem da sociedade.
[...]
O que prevê o art. 184 do Código Penal?
10
LEMOS, Ronaldo. Direito, tecnologia e cultura. Rio de Janeiro: FGV, 2005.
11
Idem, ibidem.
12
Idem.
civis. Nesse sentido, a interpretação de lucro direto ou indireto pode e deve ser
restringida, para compreender lucros apenas como resultado econômico de
atividade empresarial, tal como o conceito é tratado, por exemplo, na legislação
tributária ou na legislação societária. Assim, a interpretação razoável é de que o
lucro corresponde ao resultado da atividade do empresário, que obtendo ganho
que supera o investimento organizacional. Ele é direto quando auferido pelo
próprio empresário e indireto quando beneficia outrem. Em ambos os casos, o
compartilhamento de arquivos em redes peer-to-peer não se inclui.
13
Idem, ibidem.