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PROPRIEDADE INDUSTRIAL E A
EXAUSTÃO DE DIREITOS
Newton Silveira 1 - Mestre em Direito Civil (1980) e doutor em
Direito Comercial (1982) pela Faculdade de Direito da Universidade
de São Paulo, onde leciona Direito Comercial na graduação e
Propriedade Intelectual na pós-graduação.
Resumo do artigo
1
A pesquisa de direito europeu foi realizada por Karin Grau-Kuntz.
Revista da EMARF, Especial de Propriedade Intelectual, Rio de Janeiro, p.1-276, mar.2011 107
A obrigação de exploração de propriedade industrial e a exaustão de direitos
Palavras-chave
1. PATENTES
Segundo a doutrina denominada de exaustão ou esgotamento, os
direitos do titular da patente cessam uma vez vendido, licitamente, o
produto patenteado.
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A obrigação de exploração de propriedade industrial e a exaustão de direitos
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Foi o que fez o Senado, ao acrescentar um §4º ao artigo 68, o qual dispõe:
“no caso de importação para exploração de patente (e no caso da
importação prevista no parágrafo anterior), será igualmente admitida
a importação por terceiros de produto fabricado de acordo com
patente de processo ou de produto, desde que tenha sido colocado
no mercado diretamente pelo titular ou com o seu consentimento.”
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2. MARCAS
A propriedade da marca é um monopólio privado concedido pelo
Estado, expressão de sua soberania. Como monopólio (propriedade)
garante-se ao seu titular um direito de uso exclusivo, oponível erga omnes.
Como expressão de soberania este direito só será reconhecido nos limites
do território do Estado que o concedeu (princípio da territorialidade).
Para obter a proteção da marca em outros territórios, o seu titular deverá
requerê-la em cada um deles. Mesmo as convenções internacionais, que
pretendem equiparar o estrangeiro, no que diz respeito ao exercício dos
seus direitos de marca, ao nacional, mantêm a plena vigência das
legislações nacionais e a territorialidade da proteção.
2
Silveira, Newton: Licença de Uso de Marca e Outros Sinais Distintivos, Editora Saraiva, 1984
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A obrigação de exploração de propriedade industrial e a exaustão de direitos
A função econômica
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Silveira, Newton: Licença de Uso de Marca e Outros Sinais Distintivos, Editora Saraiva, 1984
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Newton Silveira
O princípio da territorialidade
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A obrigação de exploração de propriedade industrial e a exaustão de direitos
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Gama Cerqueira, João da, ob.cit.
8
Silveira, Newton, ob.cit.
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A obrigação de exploração de propriedade industrial e a exaustão de direitos
Importações paralelas
Teoria da exaustão
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introduzido no mercado pela sua titular ou por uma empresa a ela jurídica
ou economicamente vinculada. Isto não significa que a titular do direito
de marca não possa valer seus direitos contra, por exemplo, a
comercialização de um produto ilegitimamente marcado ou modificado.
A doutrina alemã defende que os termos “consumação” ou “consumo
dos efeitos do direito de marcas” seria mais adequado.10
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fez com vistas à sua venda no Brasil, o que não se reveste de atividade
violadora ou de contrafação à referida marca (..)”
importação dos produtos “Bolla” efetuada pela ré não fere aquela função.
Os produtos introduzidos pela ré são, materialmente falando, os mesmos
produtos “Bolla” comercializados pela autora. Assim, a representante não
teria um direito maior do que o direito do produtor da marca, ou seja, se
aquele não pode impedir a comercialização do produto que ele mesmo
colocou no mercado, esta última também não poderia.
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A obrigação de exploração de propriedade industrial e a exaustão de direitos
direitos esses de âmbito civil, eis que no Capítulo Dos Crimes Contra as
Patentes (arts. 183 a 186) tipificou os ilícitos penais, os quais são mais
restritos, como deveria ser, do que os ilícitos civis do art. 42.