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PROPRIEDADE INDUSTRIAL

A propriedade industrial é disciplinada pelo Decreto n.º 47/2015, de 31 de Dezembro, e


compreende a protecção de bens, frutos do intelecto humano que são: a invenção, o modelo de
utilidade, o desenho industrial, as marcas, as indicações geográficas e os demais estabelecidos
no Código de Propriedade Industrial.

O Código de Propriedade Industrial traz consigo a definição de Propriedade industrial, sendo


o conjunto de direitos da propriedade intelectual que compreende as patentes de invenção, os
modelos de utilidade e os desenhos industriais, as marcas, as indicações geográficas e as
denominações de origem, os nomes comerciais, os nomes de estabelecimento, as insígnias de
estabelecimento, os logótipos e as recompensas1.

Como segmento da propriedade intelectual, a propriedade industrial tem como finalidade


garantir proteção também à criação do intelecto humano, entretanto, o objeto de proteção não
são as criações de cunho artístico, literário ou científico, mas sim aquelas que de alguma
forma possam ser submetidas ao processo produtivo, que designam um produto ou um
serviço, enfim, de cunho exclusivamente industrial e produtivo 2. A propriedade industrial trata
da proteção jurídica dos bens incorpóreos aplicáveis de forma prática na indústria.
Compreende a proteção das patentes, segredos industriais, know-how, desenhos industriais,
marcas, nomes de domínio, indicações de procedência e geográficas, além da repressão à
concorrência desleal. Tal forma Gama Cerqueira 3 oferece a seguinte definição de propriedade
industrial: “o conjunto dos institutos jurídicos que visam a garantir os direitos de autor sobre
as produções intelectuais do domínio da indústria e assegurar a lealdade da concorrência
comercial e industrial”

Tutela dos direitos da propriedade industrial

De acordo com o código de Propriedade Industrial, estatui duas categorias de tutela, a


primeira é a tutela legal, prevista no art. 28, e Tutela jurisdicional nos termos do art.29, ambos
do Código de Propriedade Industrial.

Tutela legal

1
Cfr. Decreto n.º 47/2015, de 31 de Dezembro
2
PINHEIRO, Patricia Peck. Manual de Propriedade Intelectual. UNESP, São Paulo.2013, p.39
3
GAMA, Cerqueira João. Tratado da propriedade industrial: volume 1. 2ª edição. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1982, p. 55.
Consoante a dicção do artigo 28 CPI: “Aos direitos da ·propriedade industrial atribui-se a
tutela definida por lei para a propriedade em geral e, em especial, pelas disposições do
presente Código e demais legislação e convenções em vigor.”

Tutela jurisdicional

De acordo com o CPI, compete ao Tribunal Comum dirimir todos os conflitos entre privados
resultantes da violação dos direitos da propriedade industrial previstos no Código 4 Em caso de
serem violados os seus direitos, os ofendidos podem recorrer aos meios judicias, denominado
de Tribunais comuns, para que sejam dirimidos os litígios. E não basta alegar factos sem
provar, como resulta do disposto do nº.3 do art.29 do Código de Propriedade Industrial, cabe
ao interessado apresentar a prova em que se funda o seu direito.

E em casos de haver violação grave dos Direitos de Propriedade Industrial previstos no


código, o artigo art.30 do Código de Propriedade Industrial, prevê a faculdade de requerer
Providencias Cautelares, “aquele que tiver fundado receio de lesão grave aos seus direitos ou
interesses legítimos pode requerer ao tribunal as providências cautelares julgadas adequadas
para salvaguardar os direitos da propriedade industrial previstos no presente Código, nos
termos do Código do Processo Civil”.

Portanto, que não se pode exigir do titular da propriedade industrial que cruze os braços
diante do atentado a seu direito de propriedade industrial, e fique a aguardar a sentença de
mérito para, só então, tomar providências contra a situação ilícita e perniciosa contra si
instalada pelo contrafactor. Daí seu inegável direito de tomar medidas cautelares imediatas,
mesmo antes do julgamento da acção principal, como por exemplo a proibição de utilizar o
invento ou a marca, e a apreensão dos produtos já elaborados em contrafacção. Se a força que
se espera da sentença definitiva é a de apreensão do produto da contrafacção para destruí-lo e
eliminá-lo do mercado, a medida cautelar tem de ser tal que assegure, de modo prático, a
exequibilidade futura do julgado de mérito5. Daí o cabimento das medidas de busca e
apreensão, que se mostram idôneas a semelhante desiderato.

Portanto, os tribunais são meios de tutela dos Direitos de propriedade Industrial, quando
envolve aos particulares, ao ofendido pode demandar a outra parte invocando os factos e de
direito com as respectivas provas.

4
Cfr. o nº.1 do art. 29. Decreto n.º 47/2015 de, 31 de Dezembro, Código da Propriedade Industrial
5
JÚNIOR. Humberto Theodoro. Tutela Jurisdicional da Propriedade Industrial. p.101

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