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ISCED.

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANIDADE

CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO

DISCIPLINA: DIREITO DE PROPRIEDADE INTELECTUAL

TEMA: A TUTELA DOS DIREITOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL EM


MOÇAMBIQUE

DISCENTE: DOCENTE:

BEIRA
MARÇO DE 2024
ÍNDIC

E
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................1

1.1. Problema............................................................................................................................2

1.2. Justificativa........................................................................................................................2

1.3. Objectivos..........................................................................................................................2

1.3.2. Objectivos Específicos..................................................................................................3

2. REVISÃO DA LITERATURA E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..............................3

2.1. Propriedade Industrial: Meios de Tutela...........................................................................3

2.2. Tutela dos Direitos de propriedade intelectual em Moçambique......................................3

2.2.1. Tutela jurisdicional........................................................................................................4

2.2.2. Providências cautelares..................................................................................................4

3. CONCLUSÃO......................................................................................................................5

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................................6
1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como tema “A tutela dos Direitos de propriedade intelectual”. Dentro
da abordagem deste tema falaremos de aspectos como as providências cautelares e a tutela
jurisdicional do Direito de Propriedade intelectual.

O Direito de Propriedade Intelectual é um novo campo do Direito que ganhou autonomia a


partir de 1967 dentro do sistema das Nações Unidas a Organização Mundial da Propriedade
Intelectual (OMPI, ou, na versão inglesa, WIPO), englobando as Uniões de Paris e de Berna,
além de perfazer uma articulação com a recente União para a Protecção das Obtenções
Vegetais, e a administração de uma série de outros tratados. Esta área do Direito compreende
um conjunto de direitos que tutelam as criações do intelecto humano. Tradicionalmente
divide-se em Direito de Autor e a Propriedade Industrial (VICENTE, 2008).

O Direito de Autor teve origem jurisprudencial em França no séc. XIX no entanto existem
relatos mais antigos de cerca de 500 a. C. na antiga colónia grega de Síbaris (situada na
península Italiana) quando foram concedidos aos chefes destas colónias, durante o período de
um ano, “monopólios de exploração”, sobre determinada receita culinária criada por estes. O
Direito de Autor se divide em direitos patrimoniais (susceptíveis de avaliação pecuniária) e
direitos não patrimoniais ou também chamados de morais (GOMES, 2013).

A outra subdivisão do Direito de propriedade intelectual é a propriedade industrial este ramo


teve origem na revolução industrial do séc. XIX, onde foi necessária a salvaguarda dos
direitos dos consumidores e dos industriais na sua actividade.

A convenção de Paris de 1883 é de grande importância por ter sido impulsionador da


propriedade industrial, define esta como o “conjunto de direitos que compreende as patentes
de invenção, os modelos de utilidade, os desenhos ou modelos industriais, as marcas de
fábrica ou de comércio, as marcas de serviço, o nome comercial e as indicações de
proveniência ou denominações de origem, bem como a repressão da concorrência desleal”
(LILLA, 2013).

Escusado será tentar expor a importância da propriedade industrial pois bem sabemos o peso e
influência económica da mesma, dado que esta permite a fruição mercantil cabal ao dificultar
a concorrência desleal e promove a transparência das actividades económicas dos
intervenientes no comércio jurídico na medida em que possibilita a existência de um direito
exclusivo sobre uma determinada marca, invenção, modelo de utilidade, design ou um
logótipo usado para distinguir empresas e produtos no contexto mercantil.

1.1. Problema

O Direito encontra-se em constante mutação, exige-se por isso das parte de quem o pretende
acompanhar, um esforço redobrado de forma a não ficar para trás, sob pena de ficar
ultrapassado pelo tempo e consequentemente certas realidades serem preteridas de protecção.
Alguns ramos do Direito, como Direito das Sucessões e o Direito das Obrigações, tendem a
permanecer relativamente imutados ao longo do tempo, mas existem outros que são o oposto.
Devido à continuada evolução tecnológica que presenciamos, esta irá necessariamente
implicar novas abordagens ao Direito. Em face disso surge a seguinte pergunta:

A quem cabe a tutela dos Direitos de propriedade intelectual em Moçambique?

1.2. Justificativa

A abordagem do Tema “ Tutela dos Direitos de Propriedade intelectual em Moçambique”


revela-se bastante pertinente e justifica-se na medida que o Direito de propriedade Intelectual
figura como um ramo de Direito pouco conhecido e que a sua protecção ainda não foi
assumida como algo imprescindível, ou seja em Moçambique ainda há muita violação dos
direitos de propriedade intelectual apesar do Estado já ter legislado sobre a matéria. A
protecção dos direitos relativos à propriedade intelectual, deve ser de interesse social para
estimular o desenvolvimento artístico e tecnológico do país.

1.3. Objectivos

Para Cantelo (2004), os objectivos ilustram o que se pretende com a pesquisa e, por meio
destes, se estabelece o tipo e a natureza da pesquisa, os métodos a serem empregados, as
obras e os documentos do estudado.

1.3.1. Objectivo geral

 Análise da tutela dos Direitos de propriedade intelectual em Moçambique.

1.3.2. Objectivos Específicos


 Definir Direito de Propriedade intelectual;
 Meios de tutela dos Direitos de Propriedade.
2. REVISÃO DA LITERATURA E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

2.1. Propriedade Industrial: Meios de Tutela

No âmbito há vários meios de tutela da propriedade industrial: tutela civil, tutela penal e tutela
contra-ordenacional.

Da tutela civil. O CPI prevê uma norma específica de responsabilidade civil, por forma a
encontrar um regime mais próximo dos direitos em causa, na medida em que estabelece
parâmetros de cálculo de indemnização que deixam de ser espelhados no dano, simples e
puro, como parâmetro de cálculo e como limite, como conhecemos do instituto da
responsabilidade civil, para se situar entre o dano e o enriquecimento.

Da tutela penal. Apenas o titular do direito de propriedade industrial o poderá explorar e usar
de modo exclusivo, logo quem, sem sua autorização, usar deste bem estará a cometer um
ilícito criminal.

Da tutela contra-ordenacional. O direito de mera ordenação social, enquanto regime


sancionatório de natureza pública, encontra-se intimamente ligado ao Direito Penal,
disseminando-se cada vez mais para as mais variadas temáticas sendo a propriedade industrial
uma delas (IBIDEM).

2.2. Tutela dos Direitos de propriedade intelectual em Moçambique

A propriedade intelectual, entendida em sentido amplo, compreende o direito de autor e os


direitos conexos (propriedade intelectual stricto sensu), bem como os direitos privativos
industriais (propriedade industrial). O direito de autor e os direitos conexos visam tutelar as
criações literárias e artísticas.

Aos direitos da propriedade industrial atribui-se a tutela definida por lei para a propriedade
em geral e, em especial, pelas disposições do Código de Propriedade intelectual de
Moçambique e demais legislação e convenções em vigor em Moçambique (CPIM, 2015).

A matéria sobre Propriedade Industrial (PI) encontra-se regulada em Moçambique desde


1959, trazida pela então metrópole portuguesa, através do Decreto n.º 30 679, de 24 de
Agosto de 1940, e aplicado em Moçambique pela Portaria n.° 17 043, de 20 de Fevereiro de
1959. Após a independência de Moçambique, em 1975, esta matéria caiu em desuso. Em
1999 é revogado o citado código e aprovado um novo CPIM através do Decreto n.º 18/99, de
4 de Maio.

Em 2003 foi criado o Instituto da Propriedade Industrial (“IPI”), uma instituição pública que
actua sob tutela do Ministério da Indústria e Comércio, e que trata especificamente das
matérias relativas à PI. A PI abarca todo o comércio, os serviços e a indústria. O registo dos
DPPI faz-se junto ao IPI, podendo ser solicitado pela pessoa singular interessada ou o seu
mandatário, pela pessoa colectiva interessada ou pelo seu representante legal ou trabalhador
credenciado, ou por um agente oficial da propriedade industrial (LUIS, 2009).

2.2.1. Tutela jurisdicional

Compete ao Tribunal Comum dirimir todos os conflitos entre privados resultantes da violação
dos direitos da propriedade industrial previstos no Código de Propriedade intelectual de
Moçambique, querendo as partes podem aceder aos mecanismos extrajudiciais de resolução
de litígios, nomeadamente a arbitragem, a mediação e a conciliação, nos termos da lei geral
(IDEM).

2.2.2. Providências cautelares

O Artigo 30 Código de Propriedade industrial de Moçambique, aprovado pelo Decreto


47/2015 de 31 de Dezembro, estabelece que quem tiver fundado receio de lesão grave aos
seus direitos ou interesses legítimos pode requerer ao tribunal as providências cautelares
julgadas adequadas para salvaguardar os direitos da propriedade industrial, designadamente,
patente, modelo de utilidade, desenho industrial, marca (de produtos e serviços, colectiva e de
certificação), insígnia de estabelecimento, nome comercial previstos no Código de
Propriedade Industrial e no Código do Processo Civil (CPPI, 2015).
3. CONCLUSÃO

Chegado ao fim deste trabalho, concluiu-se que nos últimos tempos tem-se verificado a nível
mundial, o incremento tecnológico, científico e económico, entre outras mudanças e avanços.
Estes factores implicam a necessidade de protecção de determinadas realidades para que haja
real benefício económico na sua exploração, para que a referida protecção incentive a sua
maior aplicação e incremento e para que a concorrência seja leal.

A Propriedade Industrial é parte do Direito que dá resposta a estas preocupações, assegurando


a protecção dos direitos privativos da propriedade industrial (“DPPI”). Em Moçambique, são
protegidos os DPPI que são indicados no Código da Propriedade Industrial “CPIM”,
designadamente, patente, modelo de utilidade, desenho industrial, marca (de produtos e
serviços, colectiva e de certificação), insígnia de estabelecimento, nome comercial, logótipo,
indicação geográfica, denominação de origem e recompensa.

A tutela da Propriedade industrial em Moçambique pode feito através de acção jurisdicional


ou por providências cautelares. Moçambique aprovou a Lei n° 4/2001 de 27 de Fevereiro,
respeitante aos direitos autor, esta lei para além de regular as questões relativas a protecção
das obras literárias, artísticas e científicas e dos direitos dos respectivos autores, artistas
interpretes ou executantes, produtores de fonogramas e de videogramas e dos originais de
radiofusão, e visa estimular a criação e a produção do trabalho intelectual na área da literatura,
da arte e da ciência.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GIL, António Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. S/ Edição, Atlas editora: São
Paulo, 2004.

VICENTE, Dário, Moura. A Tutela Internacional da Propriedade Intelectual. Almedina, 2008.

LUIS, A Carvalho Fernandes. Lições de Direitos Reais, QJ Sociedade Editora, 6ª edição,


Lisboa, 2009.

LILLA, Paulo Eduardo Campos, Direitos de Propriedade Intelectual e o Controle das Práticas
Restritivas da Concorrência à Luz Acordo TRIPS/OMC, São Paulo, 2013.

GOMES, José Luís Caramelo, Lições de Direito da Concorrência, Almedina,2013.

Legislação

Resolução n° 12/96 de 18 de Junho, 1996, atinente a adesão de Moçambique, Organização


Mundial da Propriedade Intelectual – OMPI.

Lei nº 1/2018, Constituição da República de Moçambique – CRM.

Decreto n° 47/2015 de 31 Dezembro - Aprova o Código de Propriedade Industrial.

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