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Aspectos em Patentes e Segredo Industrial
Aspectos em Patentes e Segredo Industrial
Autoria: Lady Tatiana Bermúdez Rodríguez
Como citar este documento: BERMÚDEZ, Lady Tatiana. Aspectos em Patentes e Segredo Industrial.
Valinhos: 2017.
Sumário
Apresentação da Disciplina 04
Unidade 1: Aspectos em Propriedade Intelectual 06
Assista a suas aulas 32
Unidade 2: Aspectos em Propriedade Industrial 39
Assista a suas aulas 59
Unidade 3: Patentes 67
Assista a suas aulas 89
Unidade 4: Sistemas de Classificação de Patentes e Tratado de Cooperação em Matéria de Pa-
96
tentes PCT
Assista a suas aulas 117
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Aspectos em Patentes e Segredo Industrial
Autoria: Lady Tatiana Bermúdez Rodríguez
Como citar este documento: BERMÚDEZ, Lady Tatiana. Aspectos em Patentes e Segredo Industrial.
Valinhos: 2017.
Sumário
Unidade 5: As Patentes como Fonte de Informação Tecnológica 124
Assista a suas aulas 144
Unidade 6: Pesquisa em Bases de Dados de Patentes 151
Assista a suas aulas 175
Unidade 7: Indicadores de Patenteamento no Mundo e no Brasil 182
Assista a suas aulas 211
Unidade 8: Segredos Industriais 218
Assista a suas aulas 239
3
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Apresentação da Disciplina
Muitas vezes, pensamos que os temas rela- A disciplina “Aspectos em Patentes e Segre-
cionados com a propriedade intelectual e as do Industrial” apresenta um panorama geral
patentes são muito complexos e estão lon- da Propriedade Intelectual e da Propriedade
ge de nossa cotidianidade. Mas as patentes Industrial. Além das definições e conceitos-
e outros tipos de proteção à propriedade -chave dos principais elementos relaciona-
intelectual estão presentes em nossas vi- dos à Propriedade Industrial, apresentam-
das mais do que imaginamos. Por exemplo, -se exemplos interessantes que permitem
quando escutamos uma música, ou quando identificar sua importância e esclarecer os
usamos um programa de computador, seus conceitos explicados.
autores protegeram suas criações com di- O objetivo geral desta disciplina é entender
reitos de autor; quando comemos um quei- os principais conceitos associados à pro-
jo canastra, este foi protegido com uma in- priedade intelectual, com foco nas patentes
dicação geográfica; quando bebemos um e nos segredos industriais.
refrigerante, sua fórmula original está pro-
tegida como um segredo industrial; ou sim- Os objetivos específicos são: entender os
plesmente quando usamos nosso telefone diferentes tipos de patentes; como são clas-
inteligente, que pode ter mais de 1.000 pa- sificados; a importância das patentes como
tentes envolvidas para sua criação. fonte de informação tecnológica; as bases
de dados de patentes; a dinâmica de paten-
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teamento no mundo e no Brasil; e finalmen-
te as características do segredo industrial.
Ao finalizar o curso, se espera que o estu-
dante compreenda todos os conceitos, a
utilidade das patentes e que as considere
como uma valiosa fonte de informação tec-
nológica e de mercado.
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Unidade 1
Aspectos em Propriedade Intelectual
Objetivos
6/247
Introdução
Atualmente, a maioria dos objetos de nos- legislação brasileira que define claramente
sa vida cotidiana, as expressões culturais e suas características e o escopo de proteção.
manifestações artísticas têm algum grau de Na quarta parte do módulo, se realiza uma
proteção à propriedade intelectual. O pre- breve descrição dos principais componen-
sente módulo tem como objetivo apresen- tes do direito autoral: direitos de autor, di-
tar os principais aspectos relacionados à reitos conexos e programas de computador.
propriedade intelectual, a qual está relacio- Finalmente, são explicadas as criações que
nada com as criações do espírito humano e são objeto de proteção sui generis: topo-
os direitos de proteção dos interesses dos grafia de circuito integrado, cultivares, co-
criadores sobre suas criações. nhecimentos tradicionais e manifestações
Na primeira parte do módulo, se explica o folclóricas. Os aspectos relacionados à pro-
conceito de propriedade intelectual e suas priedade industrial vão ser definidos cla-
principais dimensões. Posteriormente, se ramente no Tema 2. Espera-se que o estu-
apresenta a classificação da proprieda- dante consiga diferenciar esses conceitos e
de intelectual, a qual está dividida em três logre determinar a importância dos direitos
principais componentes: direito autoral, de proteção à propriedade intelectual.
propriedade industrial e proteção sui gene-
ris. Cada um desses componentes tem uma
7/247 Unidade 1 • Aspectos em Propriedade Intelectual
1. O Que é Propriedade Intelec- dinheiro é revertido para o criador como re-
tual? compensa pelo esforço realizado e o tempo
investido na sua criação.
A Propriedade Intelectual refere-se às cria- A convenção que institui a Organização
ções do espírito humano e aos direitos de Mundial da Propriedade Intelectual - OMPI,
proteção dos interesses dos criadores sobre em 14 de julho de 1967, define a Proprieda-
suas criações. Contempla o respeito à auto- de Intelectual como:
ria e à difusão de ideias de empreendedores,
inventores, cientistas e artistas como meios
para ofertar suas criações e inovações e re-
ceberem por isso.
Dentre essas criações estão todos aqueles
objetos da nossa vida cotidiana: móveis,
eletrodomésticos, telefones, músicas, li-
vros, fotografias etc. Cada vez que adquiri-
mos alguns desses produtos, parte de nosso
O Direito Autoral compreende: i) Direitos de autor, que por sua vez abrange: obras literárias, ar-
tísticas e científicas, descobertas científicas; ii) Direitos conexos, que estão relacionados com as
interpretações dos artistas intérpretes e as execuções dos artistas executantes, os fonogramas e
4. Direito Autoral
Como já foi dito, o direito autoral faz parte das áreas de proteção à propriedade intelectual e está
divido em três componentes: direitos de autor, direitos conexos e programas de computador.
Em relação aos direitos conexos, as normas relativas aos direitos de autor aplicam-se, no que
couber, aos direitos dos artistas intérpretes ou executantes, dos produtores fonográficos e das
empresas de radiodifusão (BRASIL, 1998).
Os direitos de autor e os direitos conexos protegem diferentes pessoas. Por exemplo, no caso
de uma canção, os direitos de autor protegem o compositor da música e o criador da letra; já os
direitos conexos se aplicam aos músicos e ao cantor que interpretam a canção, ao produtor da
21/247 Unidade 1 • Aspectos em Propriedade Intelectual
gravação sonora (também chamada de fonograma), na qual a música é incluída, e às empresas
de radiodifusão que transmitem a música (INPI-SENAI, 2010).
Os Direitos sui generis são escopo de propriedade intelectual, mas não são considerados como
Direito de Autor ou Propriedade Industrial. As criações que têm proteção sui generis são:
• Topografia de Circuito Integrado: são protegidos pela Lei n° 11.484, de 31 de maio de 2007,
a qual define a Topografia de Circuito Integrado como
______. Lei de Proteção de Cultivares nº 9.456, de 25 de abril de 1997. Institui a Lei de Proteção
de Cultivares e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/L9456.htm>. Acesso em: 15 jun. 2017.
______. Lei de Direitos Autorais nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consol-
ida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9610.htm>. Acesso em: 15 jun. 2017.
INPI-SENAI. Inovação e Propriedade Intelectual: Guia para o docente. Brasília: SENAI, 2010.
INSTITUTO DE DERECHOS DE AUTOR. Antecedentes históricos de la propiedad intelectual.
Disponível em: <http://hemeroteca.institutoautor.org/story/.php?id=3156>. Acesso em: 18 jun.
2017.
OMPI-INPI. Curso de Propriedade Intelectual à distancia OMPI-INPI. Módulo 2: Introdução à
Propriedade Intelectual, 2016.
OMPI. Convenio que estabelece a Organização Mundial da Propriedade Intelectual. Estocolmo,
14 de Julho de 1967. Disponível em: <http://www.wipo.int/treaties/es/text.jsp?file_id=283997>.
Acesso em: 18 jun. 2017.
ONTAÑÓN, R. Patentes de software: EE.UU vs. Europa. Clarke, Modet & ºC, 7 jul. 2014. Disponível
em: <http://www.clarkemodet.com/es/actualidad/blog/2014/07/patentes-de-software-eeuu-
vs-europa#.WXGOvmU191A>. Acesso em: 15 jun. 2017.
Aula 1 - Tema: Aspectos em Propriedade Inte- Aula 1 - Tema: Aspectos em Propriedade Inte-
lectual. Bloco I lectual. Bloco II
Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
ca439d13c4e35cdd6aa502632efc4d60>. e5426900f049a59357c707760b70aade>.
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Questão 1
1. Quais são as principais áreas em que se classifica a propriedade intelectual:
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Questão 2
2. Qual dos seguintes componentes não se pode proteger por direitos de
autor:
a) Programas de computador.
b) Patentes.
c) Obras literárias.
d) Interpretações musicais.
e) Obras audiovisuais.
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Questão 3
3. Qual é o prazo de proteção para os direitos de autor:
a) Desde sua criação até 20 anos após o ano subsequente ao falecimento do autor.
b) Desde sua criação até 100 anos após o ano subsequente ao falecimento do autor.
c) Desde sua criação até 50 anos após o ano subsequente ao falecimento do autor.
d) Vitalícios.
e) Desde sua criação até 70 anos após o ano subsequente ao falecimento do autor.
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Questão 4
4. Em qual destes países é possível proteger os programas de computador
por meio de patentes?
a) Canadá.
b) Brasil.
c) França.
d) Alemanha.
e) Argentina.
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Questão 5
5. Qual dos seguintes componentes não são objeto de proteção sui gene-
ris:
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Gabarito
1. Resposta: C. 4. Resposta: A.
Segundo a Legislação Brasileira, a proprie- A legislação de Propriedade Intelectual do
dade industrial se classifica em três princi- Canadá permite proteger o software por
pais áreas: direito autoral, propriedade in- meio de patentes e não necessariamente
dustrial e proteção sui generis. como direito autoral.
2. Resposta: B. 5. Resposta: C.
As patentes são protegidas por meio de As obras fotográficas são protegidas por di-
propriedade industrial e não por direitos de reitos de autor.
autor.
3. Resposta: E.
De acordo com a Lei nº 9.610, de 18 de feve-
reiro de 1998, os direitos de autor são pro-
tegidos desde sua criação até 70 anos após
o ano subsequente ao falecimento do autor.
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Unidade 2
Aspectos em Propriedade Industrial
Objetivos
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Introdução
Esta seção apresenta os principais aspectos de certificação e marca coletiva. Além disso,
relacionados com a Propriedade Industrial, as marcas também se classificam de acordo
entendida como o componente da Proprie- com a sua forma de apresentação: marcas
dade Intelectual que protege as patentes nominativas, marcas figurativas e marcas
de invenção, as patentes de modelo de uti- mistas. Finalmente, se definem as Indica-
lidade, o registro de desenho industrial, re- ções Geográficas e a sua classificação em:
gistro de marcas, indicações geográficas e Indicações de Procedência e Denominações
repressão à concorrência desleal. No Brasil, de Origem. Para obter todos esses registros,
as características desses componentes são se deve fazer o tramite correspondente no
estabelecidas pela Lei de Propriedade In- Instituto Nacional de Propriedade Industrial
dustrial n° 9.279, de 14 de maio de 1996. (INPI). Por considerar que a análise de pa-
Na segunda parte, se apresentam as prin- tentes é o objetivo principal desta discipli-
cipais características do desenho industrial, na, suas principais características se apre-
que se define como a proteção da parte vi- sentam no seguinte tema.
sual e estética dos objetos, mas não de sua
funcionalidade. Posteriormente, se descre-
vem os registros de marcas e a sua classifi-
cação: marca de produto ou serviço; marca
Como foi analisado no Tema 1, a Propriedade Industrial é uma das categorias associadas à Pro-
priedade Intelectual. O artigo 1.3 da Convenção de Paris de 1883 define a propriedade industrial
como:
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Referências
INPI. A beleza exterior: Uma introdução aos Desenhos Industriais para as pequenas e médias
empresas. Rio de Janeiro: INPI, 2013a.
INPI-SEBRAE. Catálogo de Indicações Geográficas Brasileiras. INPI/Sebrae (2016). Disponível
em: <http://www.inpi.gov.br/menu-servicos/indicacao-geografica/publicacoes>. Acesso em: 19
jul. 2017.
INPI-SENAI. Inovação e Propriedade Intelectual: Guia para o docente. Brasília: SENAI, 2010.
Aula 2 - Tema: Aspectos em Propriedade Indus- Aula 2 - Tema: Aspectos em Propriedade Indus-
trial. Bloco I trial. Bloco II
Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/
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d6bf6291ef3a4acfc0da92dd9cb2a50d>. 9d8556d10befd2c8cdedd0f4734c2fb6>.
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Questão 1
1. Em qual destas indústrias não se aplica a proteção por meio de Propriedade
Industrial?
a) Indústrias extrativas.
b) Comércio.
c) Indústria cinematográfica.
d) Indústrias agrícolas.
e) Indústria automobilística.
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Questão 2
2. No Brasil, qual destas características devem ser levadas em consideração
para outorgar um registro de Desenho Industrial?
a) Novidade e originalidade.
b) Melhora funcional.
c) Solução técnica.
d) Nível inventivo.
e) Certificação de origem.
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Questão 3
3. O conceito: “marca usada para atestar a conformidade de um produto
ou serviço com determinadas normas ou especificações técnicas” corres-
ponde a:
a) Marca nominativa.
b) Marca coletiva.
c) Marca figurativa.
d) Marca mista.
e) Marca de certificação.
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Questão 4
4. Qual(is) das seguintes características se aplica(m) exclusivamente nas Deno-
minações de Origem?
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Questão 5
5. Qual das seguintes indicações geográficas é considerada como Denomi-
nação de Origem?
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Gabarito
1. Resposta: C. logia empregada na fabricação de um pro-
duto.
A indústria cinematográfica é protegida pe-
los Direitos de Autor, não pela Propriedade 4. Resposta: A.
Industrial.
Para outorgar uma Denominação de Ori-
2. Resposta: A. gem é necessário que as características do
produto ou serviço estejam exclusivamente
Para outorgar um registro de desenho in- relacionadas ao meio geográfico onde foi
dustrial é necessário que o objeto seja novo produzido, incluindo fatores humanos e na-
e criativo, não precisa ser uma solução téc- turais. As outras opções de resposta se apli-
nica a um problema, só deve se preocupar cam tanto para Indicações de Procedência
com os aspectos estéticos. quanto para Denominações de Origem.
3. Resposta: E. 5. Resposta: D.
A definição corresponde à Marca de Certi- Para outorgar uma Denominação de Ori-
ficação, a qual é utilizada para determinar gem é necessário que as características do
a qualidade, material utilizado ou metodo- produto ou serviço estejam exclusivamente
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Gabarito
relacionadas ao meio geográfico onde foi
produzido, incluindo fatores humanos e na-
turais. As outras opções de resposta se apli-
cam tanto para Indicações de Procedência
quanto para Denominações de Origem.
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Unidade 3
Patentes
Objetivos
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Introdução
As patentes que fazem parte da proprieda- 14 de maio de 1996, que regula direitos e
de industrial constituem uma das princi- obrigações relativos à propriedade indus-
pais formas de proteger as invenções que trial no Brasil. Na terceira parte da seção, se
desenvolvem as pessoas, empresas ou ins- apresentam as principais componentes de
tituições. Representam um insumo-chave um documento de patente, no qual se des-
para a inovação porque são invenções que tacam as reinvindicações, que são o que de-
podem ter sucesso no mercado. Na primei- fine o escopo de proteção. Finalmente, para
ra parte desta seção, se explica o que é uma compreender claramente as partes de um
patente e o que não é patenteável, para isso, documento de patente, se apresenta o caso
foi diferenciado o conceito de invenção e de da patente “Meios e método para a cria-
descoberta. Além disso, se apresentam os ção de uma ilusão anti-gravidade” outor-
principais requisitos para obter uma paten- gada ao cantor Michael Jackson, em 1993.
te: novidade, atividade inventiva, aplicação Esse exemplo indica que as solicitudes de
industrial e suficiência descritiva. Posterior- patentes não só são feitas por empresas de
mente, se apresentam as principais diferen- grande porte ou por universidades, mas que
ças entre uma patente de invenção e uma qualquer pessoa com uma boa invenção
patente de modelo de utilidade. Essa carac- pode apresentar uma patente.
terização está baseada na Lei n° 9.279, de
Link
Para entender melhor em que consiste a patente
de Michael Jackson, veja o seguinte vídeo: Dispo-
nível em: <https://www.youtube.com/wat-
ch?v=pch3hoUtfJ0>. Acesso em: 18 set. 2017.
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Considerações Finais (1/2)
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Considerações Finais (2/2)
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Referências
INPI. Inventando o futuro: Uma introdução às patentes para as pequenas e médias empresas.
Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Rio de Janeiro: INPI, 2013.
INPI-SENAI. Inovação e Propriedade Intelectual: Guia para o docente. Brasília: SENAI, 2010.
JACKSON et al. Method and means for creating anti-gravity illusion. US Pat. 5.255.452, 26 out,
1993. 8p.
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Questão 1
1. Qual dos seguintes elementos pode-se proteger por meio de patentes?
a) Ideias.
b) Programas de computador.
c) Regras de jogo.
d) Invenções que apresentem uma solução técnica.
e) As teorias científicas.
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Questão 2
2. Qual dos seguintes requisitos não são necessários para outorgar uma pa-
tente?
91/247
Questão 3
3. Qual dos seguintes elementos deve ter uma patente de modelo de utilidade
para ser outorgada?
a) Inovação.
b) Melhoria funcional.
c) Novidade absoluta.
d) Sucesso no mercado.
e) Descoberta científica.
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Questão 4
4. Qual dos seguintes elementos não se encontram na primeira página de
um documento de patente?
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Questão 5
5. Assinale a alternativa correta. A definição: “Características técnicas e de
novidade da invenção para as quais se reclama a proteção legal da patente”
corresponde a:
a) Estado da técnica.
b) Suficiência descritiva.
c) Melhoria funcional.
d) Desenho característico.
e) Reinvindicações.
94/247
Gabarito
1. Resposta: D. nal, ou seja, una nova forma, disposição ou
efeito técnico que propiciem mais comodi-
As invenções são patenteáveis se estas dade para o usuário.
cumprem com o requisito de ser uma solu-
ção técnica a um problema. As outras op- 4. Resposta: A.
ções podem ser protegidas por mecanismos
de propriedade intelectual. A descrição da forma de realização preferi-
da se encontra no corpo da patente mas não
2. Resposta: A. na primeira página.
Objetivos
96/247
Introdução
Apresentaremos as características dos dois dois tipos de informações que tem uma pa-
principais sistemas de classificação interna- tente: informação da invenção e informa-
cional de patentes: Sistema de Classificação ção adicional. Finalmente, se apresentam
Internacional de Patentes (CIP) e a Classifi- as principais características do Tratado de
cação Cooperativa de Patentes (CPC). Esses Cooperação em Matéria de Patentes PCT. O
dois sistemas classificam todas as patentes PCT é um tratado internacional administra-
de acordo com seu setor tecnológico e são do pela Organização Mundial da Proprieda-
muito importantes para fazer pesquisas de de Intelectual OMPI, e assinado pelos países
patentes em um tema específico. que fazem parte da Convenção de Paris, que
Todas as patentes devem ter alguma dessas permite fazer uma única solicitude de pa-
classificações, as quais são outorgadas pe- tente de forma simultânea em vários países.
los Escritórios de Patentes onde são deposi- As principais vantagens de fazer uma solici-
tadas. Os dois sistemas têm uma classifica- tude via PCT é reduzir custos e simplificar o
ção similar, que vai de um campo tecnológi- processo de apresentação da solicitude.
co mais geral, que se denomina “seção” até
o campo mais específico e detalhado, que
se denomina “sub-grupo”. Esses sistemas
de classificação permitem identificar os
97/247 Unidade 4 • Sistemas de Classificação de Patentes e Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes PCT
1. Sistema de Classificação In- de Patentes de Invenção, no ano 1954. Pos-
ternacional de Patentes (CIP) teriormente, no acordo de Estrasburgo de
1971, se estabeleceu que esse sistema se-
A Classificação internacional de patentes ria utilizado internacionalmente. A primei-
(CIP), em inglês International Patent Clas- ra edição da CIP teve vigência de 1968 até
sification, é um sistema internacional de 1971. Posteriormente, o sistema tem sido
símbolos e números que permite classificar revisado periodicamente por especialis-
as patentes em diferentes setores tecnoló- tas para melhorar o sistema e incluir novos
gicos. Todas as patentes devem ter o códi- campos tecnológicos. A próxima versão da
go da classificação CIP para identificar com CIP entra em vigor em 1 de janeiro de 2018,
facilidade a informação tecnológica que mas a publicação antecipada já se encon-
contém cada documento de patente. Esses trava disponível para revisão (OMPI, 2017).
símbolos são assinados pelo respectivo Es- O objetivo geral da CIP é:
critório de Patentes, nacional ou regional,
em que é depositada a patente.
O primeiro sistema de classificação inter-
nacional se estabeleceu no primeiro convê-
nio Europeu de Classificação Internacional
98/247 Unidade 4 • Sistemas de Classificação de Patentes e Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes PCT
Para saber mais
A OMPI tem um grupo de trabalho sobre a revisão da Classificação Internacional de patentes, que reúne
cada ano um grupo de especialistas para revisar e atualizar a classificação, de acordo com o avanço das
tecnologias. A primeira reunião do comitê foi em 1968, quando entrou em vigência o CIP. Algumas das
temáticas que se revisam anualmente são: mudanças globais, tecnologias da informação e comunicação,
biotecnologia e ciências da vida, conhecimentos tradicionais e recursos genéticos, entre outros.
99/247 Unidade 4 • Sistemas de Classificação de Patentes e Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes PCT
facilitar o acesso à informação tecno- tras. O nível mais alto da CIP são as seções
lógica e jurídica contida neles; que estão classificadas com as letras A até
• É um meio de difusão seletiva de in- H. As 8 seções são:
formação relacionada com as paten- • Seção A: Necessidades Humanas.
tes para os usuários de informação
• Seção B: Operações de processamen-
tecnológica;
to; Transporte.
• É um meio de busca do estado da téc-
• Seção C: Química; Metalurgia.
nica em setores tecnológicos deter-
minados; • Seção D: Têxteis; Papel.
• É um meio para a preparação de esta- • Seção E: Construções fixas.
tísticas de propriedade industrial que • Seção F: Engenharia Mecânica; Ilumi-
também permite analisar a evolução nação; Aquecimento; Armas; Explo-
do desenvolvimento tecnológico em são.
diferentes setores.
A CIP divide a tecnologia em 8 seções, com
cerca de 70.000 subdivisões, cada uma das
quais tem um símbolo com números e le-
100/247 Unidade 4 • Sistemas de Classificação de Patentes e Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes PCT
• Seção G: Física.
• Seção H: Eletricidade.
Como cada seção abrange muitos campos tecnológicos, estas por sua vez se dividem em subse-
ções, que não têm um símbolo determinado, mas também ajudam a estabelecer uma subclassifi-
cação mais geral. Por exemplo, a Seção B - Operações de processamento; transporte está dividi-
da nas seguintes subseções: i) Separação, mistura; ii) Conformação; iii) Impressão; iv) Transporte;
v) Tecnologias das microestruturas; nanotecnologia.
No seguinte quadro se apresenta a estrutura hierárquica das patentes segundo a CIP e um exem-
plo da classificação utilizada para os calçados para corridas que usamos cotidianamente para
fazer esporte.
Quadro 1 | Nível Hierárquico da Classificação Internacional de Patentes CIP
101/247 Unidade 4 • Sistemas de Classificação de Patentes e Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes PCT
Nível Hierárquico Símbolo Nome
Subclasse: Terceiro nível hierárquico. Está composto pelo A43B Características de calçados; pe-
símbolo da classe seguido de uma letra maiúscula. ças de calçados.
Grupo: Quarto nível hierárquico. Está composto pelo sím- A43B 5/00 Calçados para esporte.
bolo da subclasse seguido de dois números separados por
uma barra.
Subgrupo: São subdivisões dos grupos principais. Está A43B 5/06 Calçados para corridas.
composto pelo símbolo da subclasse seguido do número
(de 1 a 3 dígitos) do grupo principal, da barra e de um nú-
mero de ao menos dois dígitos distintos de 00.
Fonte: adaptado de OMPI (2017, [s.p.])
Como fica evidente no exemplo, o título da Seção, Subseção e Classe são muito gerais e não per-
mitem identificar o âmbito da invenção. Em contraste, os títulos das subclasses, grupos e sub-
grupos definem detalhadamente os campos tecnológicos cobertos na classificação da invenção,
nesse caso, calçados para corridas.
Além disso, a CIP também contém notas explicativas depois do título dos diferentes níveis hie-
rárquicos, que podem definir melhor as expressões utilizadas no título ou em outra parte da clas-
sificação. O sistema de classificação CIP está disponível em internet no site da OMPI e no site
102/247 Unidade 4 • Sistemas de Classificação de Patentes e Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes PCT
dos Escritórios Nacionais ou Regionais de Assim, a CIP permite facilitar a busca de
Patentes. patentes de tal modo que um único e mes-
mo objeto técnico se possa localizar com o
mesmo código da classificação. É impor-
Link tante levar em conta que uma patente pode
O Sistema CIP foi feito originalmente em in- ter vários códigos de classificação. Isso se
glês e francês, mas este também tem sido tra- explica porque os documentos de patentes
duzido para o português. Para olhar a versão têm dois tipos de informação: informação
em português, veja o link do INPI. Disponível da invenção e informação adicional.
em: <http://ipc.inpi.gov.br/ipcpub/?no- A informação da invenção corresponde à
tion=scheme&version=20170101&sym- informação técnica que representa o apor-
bol=A43B0005060000&menulang=pt&lan- te ao estado da técnica e está baseada nas
g=pt&viewmode=f&fipcpc=no&showdele- reinvindicações. Por sua vez, a informação
ted=yes&indexes=no&headings=yes¬- adicional corresponde à informação técnica
es=yes&direction=o2n&initial=A&cwid=no- não trivial, que não representa em si mes-
ne&tree=no&searchmode=smart>. Acesso ma um aporte ao estado da técnica, mas
em: 20 jul. 2017. que pode ser útil para a busca de patentes
(OMPI, 2017).
103/247 Unidade 4 • Sistemas de Classificação de Patentes e Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes PCT
Finalmente, a CIP também tem um Índice Europeu (em inglês, European Classification
de palavras-chave que podem ser consulta- System - ECLA).
das para identificar o Grupo ou a Subclasse No ano 2010, o diretor do Escritório de Pa-
à que pertence determinada invenção. Esse tentes dos Estados Unidos (USPTO) e o Dire-
índice é muito útil quando não conhecemos tor do Escritório de Patentes Europeia (EPO)
a classificação do objeto que estamos pes- acordaram elaborar um sistema conjunto
quisando. de classificação internacional de patentes,
com o alvo de melhorar o sistema de busca.
2. Classificação Cooperativa de Esse sistema se denominou Classificação
Patentes CPC Cooperativa de Patentes (em inglês, Coo-
perative Patent Classification - CPC), que
Até há pouco tempo, além da classificação
incorporou as melhores práticas de classi-
Internacional de Patentes, outros países
ficação de cada Escritório e começou a fun-
tinham seu próprio sistema de classifica-
cionar em 1° de janeiro de 2013.
ção. Os mais importantes eram o Sistema
de Classificação de Patentes dos Estados O CPC permite harmonizar os sistemas de
Unidos (em inglês, U.S Patent Classification classificação anteriores e ter um padrão in-
System - USPC) e o Sistema de Classificação ternacional comum. Seguindo a mesma li-
nha do CIP, também é um sistema flexível e
104/247 Unidade 4 • Sistemas de Classificação de Patentes e Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes PCT
vai se atualizando de acordo com a evolu- símbolo do grupo do CPC, seguido de uma
ção da tecnologia por especialistas da USP- combinação de números.
TO e da EPO. O CPC está dividido em 9 seções. As 8 pri-
meiras são as mesmas que as da classifica-
Link ção CIP. A nona seção está denotada com a
letra Y e corresponde a: tecnologias trans-
Para conhecer mais sobre a classificação Coope- versais emergentes.
rativa de Patentes, veja o site do CPC no seguinte
link: <http://www.cooperativepatentclassifi-
A seção Y inclui invenções com novos de-
senvolvimentos tecnológicos; execução
cation.org>. Acesso em: 20 jul. 2017.
geral das tecnologias transversais que es-
O CPC tem a mesma estrutura hierárqui- tão em outras seções da classificação IPC;
ca do CIP, que vai desde seções até grupos. e assuntos técnicos cobertos pelas antigas
Toda a informação disponível na classifica- classificações dos Estados Unidos e da Eu-
ção CIP está também no CPC. A principal di- ropa. A seção Y está subdivida em três clas-
ferença entre os dois sistemas é que o CPC ses (CPC, 2017):
tem mais subgrupos, o que gera um maior • Y02: Tecnologias ou aplicações para a
detalhe na classificação das invenções. Es- mitigação ou adaptação contra a mu-
tes subgrupos começam com o mesmo dança climática.
105/247 Unidade 4 • Sistemas de Classificação de Patentes e Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes PCT
• Y04: Tecnologias da informação e co-
municação com impacto em outras Para saber mais
áreas de tecnologia. Outros países que tinham seu próprio sistema de
• Y10: Assuntos técnicos cobertos pela classificação atualmente utilizam o sistema CPC.
antiga classificação dos Estados Uni- Esses países são: China, Coreia do Sul, Rússia e
dos. México. A adesão de um grande número de pa-
A inclusão dessa nova seção tem sido mui- íses para o sistema CPC indica a importância de
to importante para classificar tecnologias harmonizar todos os sistemas de classificação de
transversais e que levam em conta os rá- patentes para facilitar os processos de busca e de
pidos avanços da tecnologia e a preocupa- análise de patentes.
ção pela mitigação às mudanças climáticas.
Esse sistema de classificação também tem
3. Tratado de Cooperação em
sido adotado por outros países. Matéria de Patentes (PCT)
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pelos países que fazem parte da Convenção te de um Estado membro do tratado (INPI,
de Paris. 2017). No caso do Brasil, essa solicitude
Mediante a apresentação de um pedido pode ser feita ante o INPI.
único de “patente internacional” sob o PCT,
os candidatos podem procurar simultane-
amente a proteção de uma invenção em
Link
O INPI disponibilizou em seu portal 29 vídeos mul-
mais de 145 Estados contratantes, em vez
timídias sobre os principais aspectos do Tratado
de depositar vários pedidos separados de
patentes nacionais ou regionais. A data de em Matéria de Patentes PCT. Esses vídeos foram
prioridade é a mesma para todos os países produzidos pela OMPI e traduzidos em português
do PCT. pelo INPI. Veja:
108/247 Unidade 4 • Sistemas de Classificação de Patentes e Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes PCT
Figura 5 | Resumo do sistema PCT
109/247 Unidade 4 • Sistemas de Classificação de Patentes e Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes PCT
O processo de solicitude de patente via PCT transferem os relatórios à Secretaria
pode ser resumido da seguinte maneira Geral da OMPI.
(OMPI, 2015): 3. Até o mês 18 depois da data de prio-
1. Se realiza um pedido de depósito no ridade, o conteúdo do pedido inter-
Organismo Nacional ou Regional de nacional é publicado para o público
Patentes ou junto à OMPI. Esse pedi- mundial. A OMPI publica seu pedi-
do é realizado em uma só língua e se do no Patenscope e qualquer pessoa
paga uma única taxa. Essa data de so- pode ter acesso a essa informação.
licitude fica como a data de priorida- 4. O requerente pode solicitar uma pes-
de. Esse processo pode durar até 12 quisa internacional suplementar a ou-
meses depois da data de prioridade. tra autoridade internacional de pes-
2. A partir do mês 12, começa a fase in- quisa, para que encontre outros pedi-
ternacional. Nessa fase, uma autori- dos de patentes que não fossem con-
dade internacional de pesquisa (ISA, templados na pesquisa inicial. Essa
IPEA, SISA) identifica os documentos solicitude é facultativa.
de patentes que podem ter influên- 5. O requerente pode solicitar uma aná-
cia sobre patenteabilidade da inven- lise adicional de patenteabilidade,
ção, preparam uma opinião escrita e que está baseada numa nova versão
110/247 Unidade 4 • Sistemas de Classificação de Patentes e Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes PCT
de sua solicitude original. Essa soli- Embora esse processo possa parecer um
citude também é facultativa. Essa é pouco complexo, tem grandes vantagens,
uma das principais vantagens do PCT, especialmente se o objetivo é proteger sua
porque o solicitante tem a oportuni- invenção em vários países, levando em con-
dade de modificar seu pedido original ta seus possíveis mercados potenciais. A
e de dialogar com o examinador a fim solicitude via PCT é utilizada geralmente
de defender plenamente seu caso. por empresas multinacionais, empresas de
6. Uma vez terminado o processo de so- grande porte e por universidades.
licitude facultativa (se for o caso), e
geralmente 30 meses depois da data
de prioridade inicial, os pedidos de
patentes são enviados às oficinas na-
cionais ou regionais, dos países onde
se quer fazer a proteção. Aqui começa
a fase nacional, considerando que a
concessão de patentes continua sen-
do competência dos escritórios na-
cionais ou regionais de patentes.
111/247 Unidade 4 • Sistemas de Classificação de Patentes e Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes PCT
Para saber mais
O número de pedidos de patentes internacionais
via PCT cresceu 7,3% em 2016, o crescimen-
to mais rápido desde 2011, com um número de
233.000 pedidos via PCT. Mais de 3,23 milhões de
pedidos internacionais têm sido depositados via
PCT desde o ano 1978, quando começou o tra-
tado. Só no ano 2009 não houve crescimento no
número de depósitos, como consequência da cri-
se econômica global (WIPO, 2017).
112/247 Unidade 4 • Sistemas de Classificação de Patentes e Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes PCT
Glossário
Autoridade internacional de pesquisa (ISA): São as autoridades encarregadas da busca inter-
nacional e emitem a opinião escrita se a invenção cumpre com os requisitos de patenteabilidade
(novidade, atividade inventiva, aplicação industrial e suficiência descritiva). No mundo, há 22
autoridades internacionais de pesquisa em países como Estados Unidos, China, Japão, Índia, en-
tre outros. A opinião escrita se envia ao solicitante e ao Escritório de patentes correspondente
(OMPI, 2015).
IPEA: Administração encarregada do exame preliminar internacional.
Patenscope: É o sistema de busca oficial da OMPI. Permite pesquisar em 65 milhões de docu-
mentos de patentes, incluindo as solicitudes via tratado PCT.
SISA: Administração encarregada da busca internacional suplementar.
Solicitude facultativa: É uma solicitação optativa, ou seja, que pode ser feita ou não, não é obri-
gatória.
113/247 Unidade 4 • Sistemas de Classificação de Patentes e Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes PCT
?
Questão
para
reflexão
114/247
Considerações Finais
• Analisamos o Sistema de Classificação Internacional de Patentes CIP que, como
seu nome indica, classifica todas as patentes de acordo com o seu campo tec-
nológico. Todas as patentes devem ter essa classificação, o que permite identi-
ficar as invenções e facilitar as buscas das mesmas.
• Analisamos a Classificação Cooperativa de Patentes (CPC), que nasce como
uma fusão do sistema de classificação de patentes dos Estados Unidos (USPC)
e do Sistema e Classificação Europeu (ECLA). A principal diferença com a CIP é
que a CPC tem mais subgrupos e inclui a seção “Y”, que está associada às tec-
nologias transversais emergentes.
• Identificamos todos os níveis hierárquicos associados às classificações inter-
nacionais de patentes, que vão de um nível mais geral até um mais detalhado.
Os níveis são: Seção, Subseção, Classe, Subclasse, Grupo, Subgrupo.
• Entendemos o Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes PCT e seu pro-
cesso de solicitude. Algumas das vantagens desse tratado é a redução de custos
e a simplificação do processo de solicitude de patentes no nível internacional.
115/247
Referências
CPC. Cooperative Patent Classification. Section Y. Disponível em: <http://www.cooperativepat-
entclassification.org/cpc/scheme/Y/scheme-Y.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2017.
INPI. Como proteger patente no exterior. Disponível em: <http://www.inpi.gov.br/menu-servicos/
patente/pct>. Acesso em: 20 jul. 2017.
OMPI. Perguntas e respostas sobre o Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes PCT.
Proteger suas invenções no estrangeiro, abr. 2015. Disponível em: <http://www.wipo.int/export/
sites/www/pct/pt/basic_facts/faqs_about_the_pct.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2017.
________. Guia de Classificação Internacional de Patentes (IPC). Versão 2017. Dis-
ponível em: <http://ipc.inpi.gov.br/ipcpub/?notion=catchword&version=20170101&symbol-
=A43B0005060000&menulang=pt&lang=pt&viewmode=f&fipcpc=no&showdeleted=yes&in-
dexes=no&headings=yes¬es=yes&direction=o2n&initial=B&cwid=CW259854552&tree=no&-
searchmode=smart>. Acesso em: 20 jul. 2017.
________. El sistema PCT para la presentación mundial de patentes. Presentación del seminar-
io sobre el Tratado de Cooperación en Materia de Patentes, 2017. Disponível em: <http://www.
wipo.int/export/sites/www/pct/es/seminar/basic_1/document.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2017.
WIPO. Patent Cooperation Treaty Yearly Review 2017. The International Patent system. Dis-
ponível em: <http://www.wipo.int/edocs/pubdocs/en/wipo_pub_901_2017.pdf>. Acesso em: 19
jul. 2017.
116/247 Unidade 4 • Sistemas de Classificação de Patentes e Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes PCT
Assista a suas aulas
Aula 4 - Tema: Sistemas de Classificação de Pa- Aula 4 - Tema: Sistemas de Classificação de Pa-
tentes e Tratado de Cooperação em Matéria de tentes e Tratado de Cooperação em Matéria de
Patentes PCT. Bloco I Patentes PCT. Bloco II
Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
1d/93a1be4cc4d073258b006919e9d5b721>. 087cfe13b798a035b41231ef50d41208>.
117/247
Questão 1
1. Assinale a alternativa que indica qual dos seguintes tratados deu origem
ao sistema de Classificação Internacional de Patentes (CIP).
a) Convenção de Paris.
b) Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes.
c) Acordo de Estrasburgo.
d) Acordo de Locarno.
e) USPTO.
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Questão 2
2. Qual das seguintes categorias não corresponde a uma seção do sistema
de Classificação Internacional de Patentes?
a) Agricultura.
b) Física.
c) Eletricidade.
d) Metalurgia.
e) Transporte.
119/247
Questão 3
3. Qual dos seguintes aspectos caracteriza a Classificação Cooperativa de
Patentes?
120/247
Questão 4
4. Assinale a alternativa que indica em que casos é recomendável deposi-
tar uma patente via PCT.
121/247
Questão 5
5. Em que mês, depois de depositar uma patente, esta se torna pública?
Assinale a alternativa correta.
a) Mês 12.
b) Mês 18.
c) Mês 30.
d) Imediatamente.
e) Mês 22.
122/247
Gabarito
1. Resposta: C. 4. Resposta: C.
3. Resposta: E. 5. Resposta: B.
Uma das principais características da CPC é Geralmente, 18 meses depois de depositar
que tem maior número de subseções, o que uma patente, esta é publicada nos respec-
gera maior detalhe na classificação das in- tivos escritórios nacionais ou regionais de
venções. patentes.
123/247
Unidade 5
As Patentes como Fonte de Informação Tecnológica
Objetivos
124/247
Introdução
Neste tema, intitulado “As patentes como tra em patentes e não é publicada em outro
fonte de informação tecnológica”, traze- tipo de documentos, como artigos, livros
mos um panorama geral sobre o uso das ou manuais técnicos. Também se analisa
patentes como indicadores de inovação e a importância das citações das patentes,
a importância da informação tecnológica, entendidas como as referências anteriores
jurídica e de mercado contida nos docu- ou posteriores que permitem definir o Es-
mentos de patentes. Na primeira parte, se tado da Técnica de uma invenção. Se con-
explicam as características únicas que têm sidera que uma patente muito citada tem
os documentos de patentes, como: estrutu- maior impacto e pode indicar processos de
ra padronizada, classificação internacional transferência tecnológica. Posteriormente,
de todos os campos tecnológicos, acesso se analisa a importância jurídica e comer-
livre e on-line e apresentação das utilida- cial das patentes, principalmente em rela-
des técnicas das invenções. Essas carac- ção às vantagens competitivas que têm os
terísticas permitem analisar a dinâmica de titulares das patentes para comercializar
patenteamento de setores, países ou regi- sua invenção, a qual também pode ser ce-
ões e identificar seu potencial para o de- dida ou licenciada. Finalmente, se analisa o
senvolvimento econômico. Além disso, há caso das patentes de Tesla Motors, empresa
informação tecnológica que só se encon- de veículos elétricos, que desde o ano 2014
Assim, o uso da informação contida em documentos de patentes, as quais são públicas e de fácil
acesso, é muito útil nos seguintes aspectos (INPI, 2015; OMPI, 2013):
• Evitam a duplicação de esforços em P&D, tempo e dinheiro em algo que já está feito.
129/247 Unidade 5 • As Patentes como Fonte de Informação Tecnológica
• Ajudam a encontrar soluções alter- • Permitem levantar o estado da técnica
nativas a problemas técnicos, desen- para apoio à P&D.
volver novos produtos (patentes de • Permitem identificar redes de colabo-
invenção) ou fazer melhorias tecnoló- ração entre empresas, instituições ou
gicas (modelos de utilidade). países.
• Permitem monitorar a concorrência e Assim, as patentes oferecem uma visão das
aprender sobre as suas futuras orien- atividades inventivas, por exemplo, onde es-
tações. tão localizadas as atividades inventivas, re-
• Identificam tecnologias em domínio des de colaboração, tecnologias emergen-
público, aquelas que têm perdido vi- tes, entre outras. Também são importantes
gência ou aquelas que não estão pro- para a elaboração de políticas científicas e
tegidas no próprio território. Isso per- tecnológicas e para analisar o papel da pro-
mite evitar possíveis litígios. priedade intelectual no crescimento econô-
mico e na capacidade empresarial dos paí-
• Fundamentam decisões de investi-
ses (OCDE, 2009).
mento, como compra ou licenciamen-
to de determinadas tecnologias. Além disso, muitas agências de fomento ou
alguns Ministérios, como Ciência, Tecnolo-
139/247
Considerações Finais (1/2)
140/247
Considerações Finais (2/2)
141/247
Referências
Aula 5 - Tema: As Patentes como Fonte de In- Aula 5 - Tema: As Patentes como Fonte de In-
formação Tecnológica. Bloco I formação Tecnológica. Bloco II
Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f-
1dee3e56f8cf98b16e2add87a7ac8aa2>. 1d/5af4b78bb5d366d21b3f8c9a66068ce0>.
144/247
Questão 1
1. Qual dos seguintes tópicos não é considerado como uma característica
dos documentos de patentes?
145/247
Questão 2
2. Ao identificar os países onde uma empresa patenteia suas invenções,
estamos identificando:
146/247
Questão 3
3. Assinale a alternativa correta. Quais são as citações que podem ser usa-
das para avaliar o impacto tecnológico das invenções?
a) Citações anteriores.
b) Backward citations.
c) Cocitações.
d) Citações posteriores.
e) Citações de impacto.
147/247
Questão 4
4. Assinale a alternativa correta. Qual é a principal importância legal das
patentes?
148/247
Questão 5
5. Assinale a alternativa correta. Qual das seguintes estratégias de pro-
priedade intelectual é usada pela empresa Tesla Motors?
149/247
Gabarito
1. Resposta: B. 4. Resposta: B.
As patentes têm a vantagem de incluir to- A principal importância legal das patentes
dos os setores da tecnologia. é que são direitos que protegem os titulares
de que terceiros usem suas invenções sem
2. Resposta: A. permissão.
150/247
Unidade 6
Pesquisa em Bases de Dados de Patentes
Objetivos
151/247
Introdução
Como foi analisado no tema anterior, as tentes mais importantes, as quais se podem
patentes são uma fonte importante de in- classificar em três categorias: bases de da-
formação tecnológica e, para ter acesso dos de escritórios nacionais ou regionais
a essa informação, devemos fazer uso das de patentes; bases de patentes gratuitas; e
bases de dados especializadas de paten- bases de dados comerciais. As bases de da-
tes. Assim, o presente tema pretende dar dos dos escritórios nacionais e as bases ad-
um panorama geral sobre as principais ca- ministradas pela OMPI (Patenscope) e pelo
racterísticas das bases de dados de paten- Escritório Europeu de Patentes (Espacenet)
tes, as quais têm se aprimorado devido aos são gratuitas, de fácil acesso e têm manuais
avanços nas tecnologias da informação e e tutoriais para aprender a usar suas prin-
da comunicação. Para usar essas bases, são cipais ferramentas. Por sua vez, as bases de
explicadas diferentes estratégias de bus- dados comerciais têm ferramentas de aná-
ca, como o uso de operadores booleanos lise sofisticadas, que facilitam a análise das
e a construção de equações de busca com patentes e permitem fazer cruzamentos de
palavras-chave e códigos internacionais de diferentes aspectos relacionados com as
patentes. Essas estratégias pretendem me- patentes. Finalmente, se apresenta a base
lhorar nossas buscas para obter resultados de dados de patentes do INPI, a qual contém
mais pertinentes. Além disso, apresenta- informações sobre as patentes depositadas
mos diferentes exemplos das bases de pa- no Brasil.
152/247 Unidade 6 • Pesquisa em Bases de Dados de Patentes
1. O Que são as Bases de Dados • Os acervos de patentes dos principais
de Patentes? escritórios (Estados Unidos, Europa e
Japão) estão disponíveis de maneira
As bases de dados de patentes são serviços gratuita na internet;
de busca de informação cujo alvo é divulgar • Acesso aos documentos completos;
o conhecimento que se encontra nas paten-
tes. Essas bases de dados são importantes • Acesso a resumos em inglês no caso
porque segundo a OMPI, entre 90-95% das das patentes de países cujo idioma é
invenções em escala mundial encontram- pouco comum, por exemplo, Japão;
-se nas patentes e 80% dessas técnicas não • Treinamentos em busca de patentes
estão em artigos científicos. Essas bases de oferecidas pelos Escritórios Nacionais
dados permitem encontrar informação tec- de Propriedade Industrial.
nológica de fronteira e têm ampliado sua Devido ao fato de as patentes terem um ca-
abrangência devido às melhorias nas tec- ráter territorial, há duas tipologias de fontes
nologias da informação e comunicação. acessíveis através de internet:
Alguns dos principais avanços das bases
• Bases de dados de patentes para pa-
de dados de patentes são (SOLLEIRO; CAS-
íses específicos. Por exemplo, a base
TAÑÓN; CASTILLO, 2009):
153/247 Unidade 6 • Pesquisa em Bases de Dados de Patentes
de dados do INPI no Brasil, USPTO dos • Siga as instruções da base de dados
Estados Unidos; de patentes. Muitas dessas bases têm
• Bases de dados que coletam a infor- tutoriais e ajudas;
mação de patentes para um conjun- • Identifique suas palavras-chave antes
to de países. Para fazer pesquisas no de começar a busca. Essas palavras-
âmbito internacional, é recomendá- -chave devem ser em inglês, porque
vel usar esse tipo de bases de dados. a maioria das patentes estão escritas
Exemplo: Espacenet. em inglês. As palavras-chave são bus-
cadas, geralmente, no título da paten-
2. Estratégias de Busca em Bases te, resumo e reinvindicações;
de Dados de Patentes • Se estamos identificando o perfil tec-
nológico de uma empresa, podemos
Antes de começar uma busca em bases de
buscar pelo nome da empresa e suas
dados de patentes, é necessário levar em
diferentes possibilidades de nomes.
consideração os seguintes aspectos:
Por exemplo, Petrobrás também pode
• Seja preciso acerca do tipo de infor- aparecer como Petróleo Brasileiro, Pe-
mação tecnológica que deseja identi- trobrás S.A, Petrobrás Oil, entre ou-
ficar nas patentes;
154/247 Unidade 6 • Pesquisa em Bases de Dados de Patentes
tros, mas é a mesma empresa, por isso • Utilize a Data de prioridade da paten-
é necessário homologar esses nomes; te para identificar o ano de origem da
• Caso necessário, consulte um espe- invenção. Essa data é mais precisa que
cialista que lhe ajude a definir as pala- a data de publicação, porque esta só
vras-chave mais pertinentes para seu aparece 18 meses depois de deposita-
objeto de pesquisa; da a patente.
Operador Nome em
Significado
Booleano português
Restringe a pesquisa, equivalendo à expressão “com todas as palavras”. Os
AND (+) E
resultados esperados devem conter um termo e o outro.
Exclui um dos termos da pesquisa, equivalendo à expressão “sem a(s) pala-
NOT (-)
Não vra(s)”. Em alguns sistemas, poderá encontrar somente o NOT/NÃO ou AND
AND NOT
NOT/E NÃO.
Amplia a pesquisa, equivalendo à expressão “com qualquer uma das pala-
OR Ou
vras”. Os resultados recuperados devem conter um termo ou o outro.
( ) Parênteses Indica a combinação que deve ter prioridade dentro da expressão.
“ ” Aspas As palavras contidas entre aspas especificam uma frase exata.
* Asterisco O asterisco é utilizado para realizar buscas por famílias de palavras.
Busca documentos em que os termos de busca apareçam com proximidade
NEAR/N Próximo
de até N palavras.
Fonte: elaborado pela autora (2017).
Publicações interna-
Desde 1978. Patentes PCT;
OMPI/WIPO cionais;
Acesso a mais de um Marcas comerciais;
<https://patentscope.wipo.int/ Publicações periódi-
milhão de documen-
search/es/search.jsf> Desenhos industriais. cas;
tos via PCT.
Programas de treina-
mento.
Publicações periódi-
cas;
Desde 1979. Estatísticas;
Espacenet/Latipat Acesso a mais de 80 Patentes e solicitudes Programas de treina-
milhões de documen- de patentes de 38 pa- mento;
<www.espacenet.com> íses membros.
tos de patentes de
Latipat tem acesso
todo o mundo.
a patentes em espa-
nhol e português dos
principais países da
Ibero-américa.
Free Patents On Line É um sistema aberto Patentes dos Estados Mineração de dados
de pesquisa que fun- Unidos, Europa e Ja- de patentes;
<www.freepatentsonline.com> ciona desde 2005. pão. Serviços de gestão de
resultados;
Alertas.
Desde 1790, docu-
mentos da USPTO. Permite pesquisas
Documentos com-
Google Patents avançadas a partir do
Desde 1978, docu- pletos dos principais
número da patente,
<www.google.com/patents> mentos da WIPO e da escritórios interna-
inventor e classifica-
Oficina Europeia de cionais.
ção internacional.
Patentes.
Fonte: elaborado pela autora e adaptado de Solleiro, Castañón e Castillo (2009, [s.p.]).
<http://ip.thomson- Base de dados com informação de pa- Facilita a busca rápida e precisa de pa-
reuters.com/product/ tentes de mais de 40 países. Faz parte tentes. Tem ênfase em engenharia quí-
thomson-data-analy- do Grupo Thomson. mica, eletrônica, elétrica e mecânica.
zer>
Fonte: elaborado pela autora (2017).
Finalmente, para o caso do Brasil, o INPI tem uma base de dados de todas as patentes deposi-
tadas no Brasil. Todos os documentos estão digitalizados em formato PDF e maioria deles está
166/247 Unidade 6 • Pesquisa em Bases de Dados de Patentes
completa. Fornece todas as informações bi- A base do INPI tem dois sistemas de bus-
bliográficas das patentes, como: Número do ca de patentes: pesquisa básica e pesquisa
pedido; data de depósito; data de publica- avançada. Tanto na pesquisa básica como
ção; data da concessão; Classificação Inter- na avançada se devem usar palavras-cha-
nacional de Patentes; título; resumo; nome ve em português, o que facilita muito mais
do depositante; nome do inventor e nome nossa pesquisa. Além disso, o INPI disponi-
do procurador. Além disso, apresenta um biliza tutoriais de pesquisa para diferentes
relatório de andamento dos processos, com bases de dados de patentes.
os despachos já publicados. Na pesquisa básica, é possível procurar pelo
número do pedido e também pelas pala-
Link vras-chave em: Título, Resumo, Nome do
Depositante, Nome do Inventor ou CPF/CNPJ
Para ter acesso à base de dados de patentes do do depositante. As palavras-chave podem
INPI, veja o seguinte link: <https://gru.inpi.gov. conter: todas as palavras (o que equivale ao
br/pePI/jsp/patentes/PatenteSearchBasico. operador booleano AND), a expressão exata
jsp>. Acesso em: 20 set. 2017. (o que equivale ao uso das aspas), qualquer
uma das palavras (o que equivale ao opera-
dor booleano OR) e a palavra aproximada.
167/247 Unidade 6 • Pesquisa em Bases de Dados de Patentes
A pesquisa avançada permite procurar em mais campos: número do pedido; país de prioridade;
número do depósito via PCT; data de depósito; data de prioridade; classificação CIP (código e pa-
lavras-chave); palavras-chave no título e no resumo; e nome do depositante, titular ou inventor.
Na pesquisa avançada, é possível usar os operadores booleanos e o asterisco (*) para buscar em
famílias de palavras.
Link
Aqui será inserido as referências complementares. Para conhecer mais sobre esses tutorias, veja o seguin-
te link: <http://www.inpi.gov.br/menu-servicos/informacao/guia-pratico-para-buscas-de-pa-
tentes>. Acesso em: 20 set. 2017.
172/247
Referências
INPI. Tipos de bases de patentes. Estratégia de busca. In: Minicurso do VIII Enapid, 2015.
JPO. Japan Patent Office. Disponível em: <www.jpo.go.jp>. Acesso em: 30 jul. 2017.
Aula 6 - Tema: Pesquisa em Bases de Dados de Aula 6 - Tema: Pesquisa em Bases de Dados de
Patentes. Bloco I Patentes. Bloco II
Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
2cfbf205098c127fe7bc56c6c82a518a>. 5f4af44b27f3bb9a81fc46b2dcd35e95>.
175/247
Questão 1
1. Qual dos seguintes tópicos não correspondem a uma característica das
bases de dados de patentes?
a) Acesso on-line.
b) Não permitem o acesso aos documentos completos.
c) Acesso a resumos em inglês.
d) Têm treinamentos e tutorias.
e) Acesso gratuito as bases dos escritórios regionais e nacionais de patentes.
176/247
Questão 2
2. Assinale a alternativa que indica a data mais recomendada para identi-
ficar a origem da invenção.
a) Data de publicação.
b) Data de concessão.
c) Data de renovação.
d) Data de prioridade.
e) Data de início da fase nacional.
177/247
Questão 3
3. Assinale a alternativa que indica o operador booleano que amplia a pes-
quisa, equivalendo à expressão “com qualquer uma das palavras”.
a) NEAR.
b) OR.
c) AND.
d) Aspas.
e) NOT.
178/247
Questão 4
4. Assinale a alternativa correta. Qual das seguintes base de dados é admi-
nistrada pela Organização Mundial da Propriedade Industrial OMPI?
a) Patenscope.
b) Espacenet.
c) Latipat.
d) USPTO.
e) INPI.
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Questão 5
5. Assinale a alternativa que indica a principal vantagem das bases comer-
ciais de patentes em relação às bases gratuitas.
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Gabarito
1. Resposta: B. 4. Resposta: A.
A maioria de bases de dados de patentes Patenscope é uma ferramenta de pesquisa
disponibiliza o acesso completo aos docu- de patentes administrada pela OMPI, a qual
mentos de patentes. permite o acesso a patentes de muitos paí-
ses via PCT.
2. Resposta: D.
5. Resposta: C.
A data de prioridade é a data de depósito de
uma solicitude de patente em qualquer lu- Uma das principais vantagens das bases de
gar do mundo e se considera como a data de dados comerciais é que contam com dife-
origem da invenção. rentes ferramentas de análise, que permi-
tem identificar facilmente a dinâmica de pa-
3. Resposta: B. tenteamento de determinadas invenções.
Objetivos
182/247
Introdução
Para finalizar os aspectos relacionados às versidades também têm uma participação
patentes, este tema tem como objetivo importante, especialmente as chinesas. Em
analisar a dinâmica de patenteamento no relação ao Brasil, se analisaram os mesmos
mundo e no Brasil. Na primeira parte, va- indicadores de patenteamento, mas basea-
mos apresentar os principais indicadores dos nas estatísticas elaboradas pelo INPI. Se
de patenteamento no mundo, baseados salienta que o Brasil ocupa o primeiro lugar
nas estatísticas da Organização Mundial da no depósito de patentes na América Latina e
Propriedade Intelectual OMPI. As principais a dinâmica de publicação também tem sido
estatísticas que se vão analisar são: dinâmi- crescente no período de 2006-2015. Con-
ca do depósito de patentes, países e regiões tudo, a maioria dos depósitos são de não
líderes, empresas e universidades com mais residentes, especialmente por empresas do
depósitos e principais campos tecnológicos setor eletroeletrônico, e da indústria do pe-
de patenteamento. Essas estatísticas indi- tróleo, química e automobilística. O depósi-
cam que a dinâmica de patenteamento tem to de patentes de residentes é liderado por
sido crescente no período de 2001-2015. três universidades: Universidade Federal
Os países que lideram o depósito de paten- de Minas Gerais, Universidade Estadual de
tes são: China, Estados Unidos e Japão. As Campinas e Universidade de São Paulo.
empresas líderes são, principalmente, asi-
áticas e do setor eletroeletrônico. As uni-
183/247 Unidade 7 • Indicadores de Patenteamento no Mundo e no Brasil
1. Indicadores de Patenteamen- tes, marcas, desenhos industriais e varieda-
to no Mundo des de plantas.
Link
Para conhecer um pouco mais sobre o site do Es-
critório de Patentes da China (SIPO) veja o seguin-
te link: <http://english.sipo.gov.cn>. Acesso
em: 20 set. 2017.
De acordo com esse ranking, os países asiáticos lideram a atividade de patenteamento no mun-
do, especialmente a China, cuja liderança é expressiva. Também têm destaque países da Europa,
especialmente aqueles que depositam suas patentes no Escritório Europeu de Patentes (EPO). O
Brasil é o país melhor posicionado da América Latina, com 30.219 depósitos de patentes, depois
se encontra o México, com 18.071.
No Gráfico 3, é apresentada a porcentagem de depósitos de patentes por região. A região com
mais depósitos de patentes é Ásia, com o 61,9%, especialmente pelas patentes da China, Japão,
Coreia do Sul e Rússia. América do Norte, ou seja, Estados Unidos e Canadá, representam 21,7%
188/247 Unidade 7 • Indicadores de Patenteamento no Mundo e no Brasil
do total. A Europa está na terceira posição, com 12,5%. Finalmente, a participação da América
Latina e Caribe (2,3%), Oceania (1,2%) e África (0,5%). Isso demonstra uma possível concentra-
ção de atividades de patenteamento em países de alta renda.
Gráfico 3 | Número de depósitos de patentes por região, 2015
Em relação às empresas líderes, a seguinte tabela apresenta o Top 10 das empresas com maior
número de famílias de patentes no período que vai de 2010 a 2013 e seu país de origem. Têm
189/247 Unidade 7 • Indicadores de Patenteamento no Mundo e no Brasil
destaque empresas do Japão e de países asiáticos, como Coreia do Sul, Taiwan e China, do setor
eletroeletrônico, e uma empresa da indústria automobilística, Toyota. Dentro desse ranking a
única empresa não asiática que aparece é a empresa de informática estadunidense, IBM.
Tabela 2 | Top 10 das empresas com maior número de depósitos de famílias de patentes 2010-2013
Link
Para conhecer mais sobre os indicadores da Rede de Indicadores de Ciência e Tecnologia Ibero-america-
na e Interamericana (RICYT), acesse: <http://www.ricyt.org/indicadores>. Acesso em: 20 set. 2017.
No Brasil, o INPI elabora diferentes estatísticas e relatórios de Propriedade Industrial, tais como:
boletins mensais, estatísticas preliminares, anuários estatísticos, estudos setoriais, radares tec-
nológicos e alertas tecnológicos. Esses relatórios abordam temas específicos de interesse nacio-
nal, como: nanomateriais, tecnologias relativas a células de combustível, energia solar, energia
eólica, entre outros.
195/247 Unidade 7 • Indicadores de Patenteamento no Mundo e no Brasil
No ano 2016, a Academia de Propriedade no número de depósitos. A maioria destes
Intelectual, Inovação e Desenvolvimento depósitos são feitos por empresas não resi-
(ACAD/INPI) e a Assessoria de Assuntos dentes no Brasil, que têm interesse comer-
Econômicos AECON/INPI elaboraram um cial em proteger suas invenções em nosso
Anuário Estatístico de Indicadores de Pro- país. De fato, a porcentagem de depósitos
priedade Industrial, que compila as princi- de patentes por não residentes aumentou
pais estatísticas relacionadas com Patentes, de 69% no 2006 para 78% no 2015. Isto
Marcas, Desenhos Industriais e Programas evidencia um baixo nível inventivo dos re-
de Computador, para o período 2006-2015. sidentes brasileiros passando de 31% de
Nesta seção, vamos apresentar os indica- patentes depositadas por residentes no ano
dores mais representativos das patentes 2006 para 22% no 2015.
de invenção, dos modelos de utilidade e de
Certificados de Adição.
O gráfico 5 representa o crescimento dos
depósitos de patentes de invenção, mode-
los de utilidade e certificados de adição no
Brasil, para o período 2006-2015. Durante
este período teve um crescimento do 43%
196/247 Unidade 7 • Indicadores de Patenteamento no Mundo e no Brasil
Gráfico 5 | Depósitos de Patentes de Invenção, Modelos de Utilidade e Certificados de Adição, 2006-2015
Em relação ao país de origem dos depósitos no período 2006-2015, tem destaque os Estados
Unidos, com 27% dos pedidos; depois se encontra o Brasil, com o 26% e, em terceiro lugar, a
Alemanha com 9%. No Gráfico 6, se apresentam todos os países com depósitos de patentes no
Brasil.
Os depósitos de patentes de invenção dos residentes e dos não residentes se classificam nos
seguintes campos tecnológicos: Química; Engenharia Elétrica e Eletrônica; Instrumentos; Enge-
nharia Mecânica; e outros setores, como: móveis, jogos, engenharia civil e outros bens de consu-
198/247 Unidade 7 • Indicadores de Patenteamento no Mundo e no Brasil
mo. No seguinte gráfico, se apresentam as porcentagens de participação dos diferentes campos
tecnológicos.
Gráfico 7 | Depósitos de patentes de invenção (PI) por origem do depositante e por campo tecnológico, 2006-2015
As empresas não residentes que depositaram maior número de patentes de invenção (PI) no país
no ano 2015 se apresentam na seguinte tabela. Têm destaque empresas: do setor eletroeletrô-
nico, como Philips, General Electric, Xiaomi Inc. (telefones celulares); da indústria do petróleo,
199/247 Unidade 7 • Indicadores de Patenteamento no Mundo e no Brasil
como Halliburton; da indústria química, como BASF, Dow Global Technologies, Bayer (farmacêu-
tica); e da indústria automobilística, como Toyota e Ford. Essas empresas depositam suas paten-
tes no Brasil porque o consideram um mercado estratégico para comercializar suas invenções.
Tabela 5 | Maiores depositantes de patentes de invenção no Brasil, ano 2015
Participação no
Número de
Ranking Nome do depositante total de resi-
patentes
dentes (%)
1 Universidade Federal de Minas Gerais 70 1,3%
2 Universidade Estadual de Campinas 62 1,2%
3 Universidade de São Paulo 60 1,2%
4 Universidade Federal do Ceará 58 1,1%
5 Universidade Federal do Paraná 53 1%
6 Universidade Federal de Pelotas 45 0,9%
7 Universidade Federal da Paraíba 32 0,6%
8 Universidade Federal de Pernambuco 32 0,6%
9 Universidade Federal da Bahia 31 0,6%
10 Whirlpool S.A 31 0,6%
11 Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho 30 0,6%
12 Universidade Federal do Rio Grande do Sul 26 0,5%
13 Natura Cosméticos S.A. 24 0,5%
14 Associação Paranaense de Cultura (APC) 23 0,4%
15 Petróleo Brasileiro Petrobrás 23 0,4%
Os dados apresentados sobre os depositantes de patentes no Brasil indicam que as maiores ca-
pacidades de invenção estão concentradas nas Universidades e Centros de Pesquisa, que são
financiados pelo governo. Também se evidencia a pouca participação das grandes empresas em
atividades científicas e tecnológicas, o que pode indicar baixos investimentos em P&D.
Uma questão que fica em aberto é analisar quantas dessas patentes se convertem em verda-
deiras inovações e não ficam como documentos sem nenhuma utilidade prática. Nesse sentido,
seria importante fomentar as parcerias estratégicas entre universidades e empresas para fazer
processos de transferência tecnológica dessas invenções, para tornar útil o conhecimento gera-
do nas universidades e centros de pesquisa.
204/247 Unidade 7 • Indicadores de Patenteamento no Mundo e no Brasil
Glossário
Assessoria de Assuntos Econômicos (AECON): A Assessoria de Assuntos Econômicos surgiu em
2013 para levantar dados estatísticos de patentes, marcas, desenhos industriais, programas de
computador, Indicação Geográfica e Contratos de Tecnologia. Seus produtos principais são: o
Anuário Estatístico de Propriedade Industrial (2000-2012) e as Estatísticas Preliminares.
Certificados de Adição: Aperfeiçoamento ou desenvolvimento introduzido no objeto da inven-
ção, mesmo que destituído de atividade inventiva, porém ainda dentro do mesmo conceito in-
ventivo. O certificado será acessório à patente e com mesma data final de vigência desta (INPI,
2017).
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP): É uma agência de fomento
que apoia a pesquisa e financia a investigação, o intercâmbio e a divulgação da ciência e tecno-
logia produzidas no Estado de São Paulo. Está ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômi-
co, Ciência, Tecnologia e Inovação (FAPESP, 2017).
207/247
Considerações Finais (2/2)
208/247
Referências
INPI. Boletim Mensal de Propriedade Industrial: Ranking dos Depositantes Residentes 2016.
Estatísticas Preliminares, v. 1, n.1 (2016). Rio de
Janeiro: INPI, 2017 Disponível em: <http://www.inpi.gov.br/sobre/estatisticas/arquivos/publi-
cacoes/boletim-ranking-2016.pdf>. Acesso em: 1 ago. 2017.
211/247
Questão 1
1. Assinale a alternativa correta. Qual dos seguintes países liderou o depósi-
to de patentes no mundo no ano 2015?
a) China.
b) Japão.
c) Estados Unidos.
d) Escritório de Patentes da Europa.
e) Alemanha.
212/247
Questão 2
2. Assinale a alternativa correta. Qual posição o Brasil ocupou no ranking
de depósitos de patentes na América Latina e Caribe no ano 2015?
a) 20.
b) 15.
c) 1.
d) 10.
e) 5.
213/247
Questão 3
3. Assinale a alternativa correta. Qual é o principal campo tecnológico das
patentes depositadas por residentes no Brasil no período 2006-2015?
a) Química.
b) Engenharia mecânica.
c) Instrumentos.
d) Engenharia Elétrica e Eletrônica.
e) Outros setores.
214/247
Questão 4
4. Assinale a alternativa correta. Qual é o Estado do Brasil com maior nú-
mero de depósitos de patentes no período 2006-2015?
a) Rio de Janeiro.
b) São Paulo.
c) Minas Gerais.
d) Rio Grande do Sul.
e) Santa Catarina.
215/247
Questão 5
5. Assinale a alternativa correta. Qual é a empresa residente com maior
número de patentes depositadas no Brasil no ano 2016?
a) Whirlpool S.A.
b) Natura Cosméticos S.A.
c) Philips.
d) General Electric Company.
e) Petrobrás.
216/247
Gabarito
1. Resposta: A. 4. Resposta: B.
Segundo as estatísticas da OMPI (2017), a Segundo as estatísticas do INPI, o estado de
China é o país com maior número de depó- São Paulo depositou um maior número de
sitos no ano 2015. patentes no período 2006-2015, com uma
participação de 41,7%.
2. Resposta: C.
5. Resposta: A.
Segundo as estatísticas da OMPI (2017), o
Brasil ocupa o primeiro lugar do depósito Segundo as estatísticas do INPI, em 2016 a
de patentes na América Latina e Caribe e o empresa Whirlpool S.A. ocupou o primeiro
posto 10 no mundo. lugar no depósito de patentes por residen-
tes no Brasil.
3. Resposta: B.
Objetivos
218/247
Introdução
Também é importante esclarecer o que não corresponde a um segredo industrial: não se consi-
dera como segredo industrial aquela informação que seja de domínio público, a que resulte evi-
dente para um técnico na matéria, com base em informação previamente disponível ou aquela
que deva ser divulgada por disposição legal ou por ordem judicial. Não se considera que entra no
domínio público, ou que é divulgada por disposição legal, aquela informação que seja propor-
cionada a qualquer autoridade por uma pessoa que a tenha como Segredo Industrial, quando a
proporcione para obter licenças, permissão, autorizações ou registros (RODRIGUEZ, 2014).
O mecanismo de proteção por segredo industrial e segredo comercial é muito usado por empre-
sas para proteger seu “know-how” e seus ativos intangíveis.
O mecanismo de proteção por Segredo Industrial se considera muito mais barato e simples que
a proteção por meio de patente. Friedman et al. (1991) identificaram três cenários em que a
proteção por segredo industrial pode ser melhor que a proteção por meio de patentes: i) quando
a invenção é incremental e não se justificam os custos do depósito de uma patente e os litígios
223/247 Unidade 8 • Segredos Industriais
por uma possível infração; ii) quando a du- invenção) ou 15 anos (patente de mo-
ração esperada da invenção pode ser maior delo de utilidade). Um exemplo clássi-
que o tempo de duração de uma patente; co é o segredo da fórmula do xarope
iii) quando as empresas consideram que as da Coca-Cola, que tem permanecido
invenções não cumprem com todos os cri- em sigilo por mais de cem anos.
térios de patenteabilidade: novidade, ativi- • Não há custos de registro dos segre-
dade inventiva, aplicação industrial e sufici- dos industriais. Contudo, as empresas
ência descritiva. As empresas devem avaliar devem desenvolver mecanismos de
qual é a melhor forma de proteger seus ati- proteção de seus segredos, por exem-
vos intangíveis e suas invenções, se por pa- plo, mediante acordos de confiden-
tentes ou por Segredos Industriais. cialidade com seus empregados.
Algumas das vantagens dos Segredos In- • A proteção dos segredos industriais e
dustriais e comerciais são (OMPI, 2017a): comerciais não obriga as empresas a
• A duração do segredo é indefinida, divulgar a informação ante uma auto-
sempre que o segredo não seja reve- ridade do governo ou ante o Escritório
lado ao público. A duração de uma pa- de Propriedade Industrial.
tente pode ser de 20 anos (patente de
Seja secreta, no sentido que não seja conhecida em geral nem facilmente
acessível a pessoas de círculos nos que normalmente lidam com o tipo de
informação em questão, seja como um todo, seja na configuração e mon-
tagem específicas de seus componentes.
Link
Para conhecer uma breve história sobre estes segredos industriais, veja o seguinte link:
HAMANN, R. 5 Segredos Industriais guardados a sete chaves. Tecmundo, 2012. Disponível em: <https://
www.tecmundo.com.br/curiosidade/18707-5-segredos-industriais-guardados-a-sete-cha-
ves.htm>. Acesso em: 20 set. 2017.
Para conhecer mais sobre o segredo industrial do refrigerante Guaraná Antártica, veja a seguinte matéria:
HACKRADT, L. Os guardiões das fórmulas secretas. Revista Época - Negócios & Carreira, ago. 2011. <http://
revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI259565-15259,00.html>. Acesso em: 20 set. 2017.
Nesta seção, analisaremos outros exemplos de segredos industriais, os quais mostram a impor-
tância desse tipo de proteção de ativos intangíveis para empresas de diferentes setores econô-
micos.
230/247 Unidade 8 • Segredos Industriais
No seguinte quadro, se apresenta uma seleção de segredos industriais elaborada por Crittenden
et al. (2015), que classificaram os segredos industriais em formulação do produto e processos
operacionais. A maioria desses segredos está associada a receitas, fórmulas, sabores, ingredien-
tes e algoritmos.
Quadro 2 | Exemplos de empresas com segredo industrial
234/247
Considerações Finais
• Conhecemos as principais características dos segredos industrias e segre-
dos comerciais, cujo principal objetivo é a proteção de informação e proces-
sos estratégicos para as empresas, frente à concorrência.
• Identificamos os diferentes tipos de informação que podem ser objeto de
proteção: Informação administrativa e financeira; Pesquisa e Desenvolvi-
mento (P&D); Informação Operativa; Informação Comercial; e Informação
Negativa. Além disso, estabelecemos alguns exemplos.
• Analisamos as principais vantagens e desvantagens dos segredos indus-
triais. As principais vantagens do segredo industrial é que sua duração é in-
definida e que seu processo de proteção é menos custoso e mais simples em
comparação com a proteção por meio de patentes.
• Identificamos os principais mecanismos de proteção dos segredos indus-
triais. No âmbito internacional, o Acordo ADPIC estabelece quando uma in-
formação pode ser objeto de proteção. No caso do Brasil, embora não haja
235/247
Considerações Finais (2/2)
• uma legislação específica sobre segredo industrial, a Lei de Propriedade In-
dustrial nº 9.276 de 1996, especificamente no que se relaciona aos crimes
de concorrência desleal, estabelece mecanismos de proteção à informação
confidencial.
• Conhecemos alguns mecanismos de proteção aos segredos industriais no
interior das empresas, como: acordos de confidencialidade, sistemas de se-
gurança física e digital, treinamento de funcionários e fornecedores sobre a
política de proteção da informação confidencial.
• Identificamos alguns exemplos representativos de Segredo Industrial, que
protegem a formulação do produto e o processo operacional, como ingre-
dientes, receitas, fórmulas e algoritmos. Os mais representativos são: Co-
ca-Cola, McDonald’s, KFC (Kentuky Fried Chicken), perfume Chanel Nº 5, o
algoritmo da Google, Amazon e Netflix, entre outros
236/247
Referências
CRITTENDEN, W. et al. Trade Secrets: Managerial guidance for competitive advantage. Business
Horizonts, v. 58, p. 607-613, 2015.
DIAZ, G. La protección jurídica del Know-How y el secreto industrial en el Derecho Español.
2015. 101 f. Dissertação (Mestrado em Propriedade Intelectual e direito de novas tecnologias) -
Universidad Internacional de La Rioja, La Rioja, 2015.
FRIEDMAN, D. D. et al. Some economics of trade secret law. Journal of Economic Perspective, v.
5, p. 61-72, 1991.
HEMPHILL, T.A. The strategic management of trade secrets in Technology-bases firms. Technol-
ogy Analysis & Strategic Management, v. 16, n. 4, p. 479-494, 2004.
INPI-SENAI. Inovação e Propriedade Intelectual: Guia para o docente. Brasília: SENAI, 2010.
POOLEY, J. El Secreto Comercial: el otro derecho de propiedad intelectual. OMPI REVISTA, jun.
2013. Disponível em: <http://www.wipo.int/wipo_magazine/es/2013/03/article_0001.html>.
Acesso em: 29 jul. 2017.
REITZIG, M. Strategic Management of intelectual property. MIT Sloan Mangement Review, v. 45,
p. 35-40, 2004.
RODRIGUEZ CORTES, A. D. Secreto Industrial y Confidencialidad. La licencia hecha producto.
México: Editorial Lawdig, 2014.
RODRÍGUEZ, D. Información confidencial y secreto empresarial. Clarke, Modet & ºC, 29 out. 2012.
Disponível em: <http://www.clarkemodet.com/es/actualidad/blog/2012/10/Informacion-confi-
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WIKIPEDIA. The New York Times Best Seller List. Disponível em: <https://es.wikipedia.org/wiki/
The_New_York_Times_Best_Seller_list>. Acesso em: 29 jul. 2017.
Aula 8 - Tema: Segredos Industriais. Bloco I Aula 8 - Tema: Segredos Industriais. Bloco II
Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
35856f49907c33a0844e808b53124a74>. c617ee7d415d28f3fe3b58019b1e9241>.
239/247
Questão 1
1. Assinale a alternativa correta. Os segredos comerciais estão com relacio-
nados com:
a) Informação técnica.
b) Meios e formas de distribuição e comercialização de produtos e serviços.
c) Produção de bens.
d) Processos industriais.
e) Protótipos.
240/247
Questão 2
2. Assinale a alternativa correta. Qual é a duração da proteção do segredo
industrial?
a) 20 anos.
b) 15 anos.
c) Indefinida, sem restrições.
d) Indefinida, sempre que o segredo não seja revelado ao público.
e) 100 anos.
241/247
Questão 3
3. Assinale a alternativa correta. Qual das seguintes características não
corresponde ao know-how?
242/247
Questão 4
4. Assinale a alternativa correta. No Brasil, a legislação relacionada com a
proteção do segredo industrial está atrelada à:
243/247
Questão 5
5. Qual dos seguintes segredos industriais corresponde à proteção de for-
mulação de produto?
a) Perfume Chanel Nº 5.
b) Netflix.
c) Amazon.
d) Cummins.
e) Lista de best-sellers do New York Times.
244/247
Gabarito
1. Resposta: B. 3. Resposta: A.
Os segredos comerciais estão relacionados O know-how pode ser público ou não, este
com os meios e formas de distribuição e pode ser divulgado e, ainda assim, não deixa
comercialização de produtos e serviços, as de ser considerado como know-how, ou co-
outras opções correspondem a segredos in- nhecimento especializado.
dustriais.
4. Resposta: D.
2. Resposta: D.
No Brasil, não há uma legislação específica
A duração da proteção mediante segredo para o segredo industrial, mas sua proteção
industrial é indefinida, sempre que o segre- está atrelada à proteção ante a concorrên-
do não seja revelado ao público. Por isso, as cia desleal, que está definida na Lei de Pro-
empresas devem estabelecer mecanismos priedade Industrial.
apropriados para que a informação estraté-
gica não seja divulgada.
245/247
Gabarito
5. Resposta: A.
246/247