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INTELECTUAL
Melissa de
Freitas Duarte
Revisão técnica:
ISBN 978-85-9502-323-9
Introdução
A propriedade intelectual é um ramo do Direito cuja finalidade é a pro-
teção dos bens imateriais oriundos da criação humana, sejam eles de
cunho artístico, literário, científico ou tecnológico, protegidos para que
o detentor possua o reconhecimento da sua propriedade, além de poder
fazer jus à exploração econômica da sua criação.
Neste capítulo, você vai ler a respeito da definição de propriedade
intelectual e verificar a sua importância, analisando os tipos de invenções
que podem ser protegidas e a divisão da propriedade intelectual.
bem protegido para que não se perca ou seja utilizado indevidamente por alguém
mal-intencionado ou por alguém que venha a ter a mesma ideia posteriormente.
Para que uma obra possa ser patenteada, precisamos seguir alguns crité-
rios, devendo comprovar, diante das autoridades da propriedade intelectual,
que a tecnologia que se pretende proteger é específica, difere de qualquer
coisa já patenteada antes, não está disponível no mercado ou não tenha sido
divulgada. Essa invenção também não deve ser óbvia, deve ter utilidade
para algum ramo industrial e ter a possibilidade de ser reaplicada de forma
industrial. Diante do exposto, podemos verificar a importância de proteger a
propriedade intelectual, como forma de preservar um patrimônio inovador,
o que pode ser feito de três formas:
O INPI foi criado para ser o órgão brasileiro regulatório e fiscalizador responsável,
submetido ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Esse órgão é responsável pela concessão dos direitos de propriedade industrial e nele
devem ser registradas as inovações, patentes, marcas e desenhos técnicos. Quase
todos os produtos utilizados hoje no nosso dia a dia — como, por exemplo, a torneira
elétrica, a caneta, a geladeira e o computador — já passaram pela concessão do INPI.
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O registro dessa obra deve sair em cerca de 90 dias. São atos relativamente
simples, mas que podem proteger um patrimônio valiosíssimo para quem
o produziu. Mesmo que a proteção se dê por tempo determinado, é muito
importante fazer algo para que a propriedade intelectual seja protegida, pois
essa é a melhor maneira de se garantir uma sustentação legal.
Se a inovação não for devidamente registrada, o autor teria que manter
o seu trabalho em segredo para proteger a sua criação e para que a sua ideia
não seja roubada. Ao proteger e registrar a sua invenção, o criador terá a
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fotografias;
litografias, que é a impressão em papel de um escrito ou um desenho;
escultura;
música;
projetos de engenharia e arquitetônicos;
demais expressões estéticas.
as conferências e os sermões;
as obras coreográficas e pantomimas;
as obras cinematográficas e fotográficas;
as pinturas e esculturas;
as cartas geográficas;
os projetos de engenharia, arquitetura e paisagismo;
as adaptações e traduções;
os programas de computador;
os dicionários e bases de dados.
direito autoral;
propriedade industrial;
proteção sui generis.
Um dos requisitos para uma obra ser protegida pela Lei de Direitos Autorais
é sua originalidade. Ocorre que esse conceito não é uniforme, visto que a
originalidade seria a criatividade, no sentido de criação do intelecto individual,
de acordo com a personalidade do seu criador. Isso ocorre quando se exige, por
exemplo, o caráter de contribuição pessoal; ou no sentido da origem intelectual
de uma obra, que se aplica quando a proteção é dada a uma obra que não seja
cópia ou uma apropriação de elementos preexistentes.
A propriedade industrial compõe o Direito Comercial e a sua proteção
depende da concessão de um título pelo Estado, perante o pagamento de
taxas. O seu prazo de proteção é menor do que o dos direitos autorais e a lei
estabelece sanções para a sua não exploração. Nesse caso, de acordo com a lei,
o registro de propriedade industrial está sujeito ao pagamento de retribuição
quinquenal, a partir do segundo quinquênio da data do depósito. O segundo
quinquênio deve ser pago durante o quinto ano de vigência do registro.
A propriedade industrial tem como foco principal a atividade comercial,
englobando:
A propriedade industrial está regulamentada pela Lei nº. 9.279/1996 e engloba também
direitos e obrigações relacionadas a bens intelectuais, bem como objetos de atividades
industriais de empresas ou indivíduos. Assegura, desse modo, ao titular do direito a
exclusividade de fabricar, comercializar, importar, usar, vender e ceder.
Para os desenhos industriais, há uma variedade de formas possíveis. Assim, quando esses
desenhos possuem somente o requisito de originalidade relativa, ou seja, é considerado
uma novidade de aplicação, não merecem ser protegidos pela Lei de Direitos Autorais,
ficando sob a tutela da Lei de Propriedade Industrial. Se o produto for divulgado, por
qualquer meio, antes de requisitar tal registro, será considerado de domínio público,
tendo a possibilidade de ser explorado livremente por qualquer pessoa.
https://goo.gl/QQUxb5
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BRASIL. Lei nº. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação
sobre direitos autorais e dá outras providências. 1998a. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9610.htm>. Acesso em: 22 jan. 2018.
BRASIL. Lei nº. 9.609, de 19 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre a proteção da propriedade
intelectual de programa de computador, sua comercialização no País, e dá outras
providências. 1998b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L9609.htm>. Acesso em: 22 jan. 2018.
BRASIL. Lei nº. 9.279, de 14 de maio de 1996. Regula direitos e obrigações relativos à
propriedade industrial. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/L9279.htm>. Acesso em: 22 jan. 2018.
Leituras recomendadas
ENDEAVOR BRASIL. Se tem empreendedorismo, tem inovação. E se tem inovação, tem que
ter propriedade intelectual. 2015. Disponível em: <https://endeavor.org.br/propriedade-
-intelectual/>. Acesso em: 23 jan. 2018.
KAYO, E. K. et al. Ativos intangíveis, ciclo de vida e criação de valor. Revista de Adminis-
tração Contemporânea, Curitiba, v. 10, n. 3, p. 73-90, set. 2006. Disponível em: <http://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-65552006000300005&lng=
en&nrm=iso>. Acesso em: 23 jan. 2018.
LUPI, A. L. P. B. Proteção jurídica do software: eficácia e adequação. Porto Alegre: Sín-
tese, 1998.
MANUAL de redação de patentes da organização mundial da propriedade intelectual
(ompi). [200-?]. Disponível em: <http://w3.ufsm.br/nit/images/Guias_e_Manuais/
Manual%20OMPI.pdf>. Acesso em: 23 jan. 2018.
PAESANI, L. M. Manual de propriedade intelectual. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
PIMENTEL, L. O. (Org.). A proteção jurídica da propriedade intelectual de software: noções
básicas e temas relacionados. Florianópolis: IEL, 2008.
SANCHES, H. T. Legislação autoral. São Paulo: LTR, 1999.
SANTOS, M. J. dos. Direito autoral: propriedade intelectual. São Paulo: Saraiva, 2013.
SLACK, N. et al. Gerenciamento de operações e de processos: princípios e práticas de
impacto estratégico. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
SOUZA, T. de J. F. et al. Proposta de melhoria do processo de uma fábrica de polpas
por meio da metodologia de análise e solução de problemas. In: ENCONTRO NA-
CIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 35., 2015, Fortaleza. Anais... Fortaleza, 2015.
Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STP_207_228_27341.pdf>.
Acesso em: 23 jan. 2018.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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