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PROTEÇÃO JURÍDICA
CONTRATOS E ROYALTIES*
E
m muitos países tem se visto um alto investimento em pesquisa e desenvolvi-
mento, e com o direito protegido pela propriedade intelectual os impactos
tem sido positivos para o país e para a sociedade.
No Brasil, a Constituição Brasileira dá espaço para a adoção de políticas pú-
blicas que fomentam a proteção intelectual, de forma a garantir proteção jurídica ao
desenvolvimento econômico e tecnológico.
Definida pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), propriedade
intelectual refere-se às criações do espírito humano e aos direitos de proteção dos interesses
dos criadores sobre suas criações (JUNGMAN, 2010). 299
A importância da Propriedade Intelectual se deve ao fato de que o desenvolvi-
mento tecnológico de um país está relacionado com o conhecimento científico e com
o grau de proteção da propriedade intelectual relacionada.
A Propriedade Intelectual é um direito concedido pelo Estado, mesmo sendo
um ativo intangível, já que não significa a proteção dos objetos e suas cópias, e sim na
informação ou no conhecimento refletido nesses objetos e cópias (não se traduz nos
objetos e em suas cópias, mas na informação ou no conhecimento refletido nesses ob-
jetos e cópias, sendo, portanto, um ativo intangível) (INPI, 2012).
A proteção garantida pela Propriedade Industrial estimula a Pesquisa e De-
senvolvimetno (P&D) garante a exclusividade do bem protegido além de criar va-
lor sobre esse conhecimento e ser atualmente o melhor indicador para inovação
tecnológica.
Mas o Brasil ainda possui um grande desafio pela frente, no que se refere à Pro-
priedade Intelectual uma vez que registra poucas patentes, realiza poucos contratos
para licensiamento e produção dessas patentes e realiza ainda menos transferência de
tecnologia.
A economia é um importante ponto para alavancar o desenvolvimento ainda que
alguns autores compreendam que o desenvolvimento não se resume a crescimento
econômico.
Dos instrumentos utilizados pelas nações desenvolvidas, a propriedade intelec-
tual (PI) é a que busca maiores benefícios econômicos através da geração de desen-
volvimento tecnológico e cientifico ao país. A Organização de Cooperação e Desen-
volvimento Econômico (OCDE) calcula que mais da metade da riqueza destes países
advén de seu capital intelectual e não de seu capital físico e que oito de cada dez postos
de trabalho gerados destinam-se a “trabalhadores do conhecimento” (FERNANDEZ,
2005, p 2).
Boff (2007) propõe que:
A propriedade intelectual surge, nesta seara, como instituição necessária para conceder a pro- estudos, Goiânia, v. 40, n. 3, p. 299-309, jun./ago. 2013.
a inexistência de proteção jurídica, por sua vez, permite o uso indevido dos direi-
tos da propriedade intelectual por terceiros, e, muitas vezes, além de não gerar
benefícios econômicos ao país, pode acarretar prejuízos.
revisões: Bruxelas (1900), Washington (1911), Haia (1925), Londres (1934), Lisboa
(1958) e Estocolmo (1967). Conta atualmente com 173 (cento e setenta e três) países
signatários.
A Rodada Uruguaia aconteceu para a elaboração Acordo Geral de Tarifas e Tro-
ca (GATT) que se tornou a base para o estabelecimento da Organização Mundial do
Comércio e onde surgiu o TRIPS que é considerado o mais importante instrumento
multilateral para a globalização das leis de propriedade intelectual.
O Acordo TRIPS
A Constituição Federal de 1988 em seu art 5º, XXIX prevê a Proteção Intelec-
tual visando o interesse social, o desenvolvimento social, tecnológico e econômico:
Direito Autoral
Propriedade Industrial
CONTRATOS E ROYALTIES
Royalties
Os royalties podem ser denominados valores pagos pelo uso de uma marca ou
produtos.
Atualmente, fala-se muito de royalties do petróleo que é uma compensação fi-
nanceira paga pelas produtoras de petróleo e gás natural ao governo pela exploração
desses recursos em território nacional.
O Estado recebe esses recursos, em seus três níveis, sendo que são repassados
aos estados e municípios de acordo com os critérios definidos em legislação específica.
(ANPROGÁS, 2010)
O valor do Royalty depende de seus contratos de exclusividade, do grau de de-
senvolvimento tecnológico (laboratório, planta, protótipo, indústria), da qualidade da
tecnologia que está sendo negociada, da efetividade da proteção de tecnologia, da di-
nâmica do mercado e da rentabilidade esperada.
CONCLUSÃO
Abstract: in this article we sought to address intellectual property and their respec-
tive legal protection as tools for economic development of the country, its forms and
divisions. First, we analyzed the legal protection, constitutional fundamentals, Federal
Laws, contracts and agreements to ensure their rights. After, we discussed the forms
of intellectual property and how it is divided. Then, it was discussed the issues and
contractual clause and also the royalties, in order to ensure their protection. Thus, it
was found that in Brazil the legal protection exists, albeit incipient and little used, the
requirement of a deepening in their study and employment, about the benefits they can
generate for the country.
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ARISTIDES MOYSÉS
Professor do Mestrado em Desenvolvimento e Planejamento Territorial da PUC Goiás. E-mail:
arymoyses@uol.com.br