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PROPRIEDADE INTELECTUAL NO BRASIL: EVOLUÇÃO E IMPACTO DOS NÚCLEOS DE

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

 Dimitrius Pablo Sabino Miranda – mirandadimitrius@gmail.com


Program of Postgraduate in Intellectual Property Science – Federal University of Sergipe
Fabiano Sant’anna Santos – fabianoadvocaciavieira@gmail.com
Program of Postgraduate in Intellectual Property Science – Federal University of Sergipe
Rodrigo Rocha Pereira Lima – rrplima@gmail.com
Program of Postgraduate in Intellectual Property Science – Federal University of Sergipe
Ana Teresa da Silva Néto – ana.teresa@se.sebrae.com.br
Program of Postgraduate in Intellectual Property Science – Federal University of Sergipe
Suzana Leitão Russo – suzana.ufs@hotmail.com
Program of Postgraduate in Intellectual Property Science – Federal University of Sergipe

Resumo - Em um contexto de economia globalizada, a inovação desempenha o papel fundamental de


garantidora do crescimento e de competitividade, tendo a Propriedade Intelectual como meio legal de
proteção. No Brasil, a Lei 10.973/04 foi criada para regular e incentivar as atividades de inovação, bem
como tornar obrigatória a estruturação dos denominados Núcleo de Inovação Tecnológica junto as
Instituições de Ciência e Tecnologia do país. Os NITs se tornaram responsáveis pela gestão da Inovação,
Propriedade Intelectual e processos de Transferência de Tecnologia nas ICTs, diante disso, o presente
trabalho busca realizar um levantamento histórico a cerca dos NITs bem como apresentar os impactos que
tais estruturas geraram nas Instituições de Ciência e Tecnologia no Brasil.
Palavras-chave – Inovação tecnológica, Propriedade Intelectual, Transferência de Tecnologia, Núcleos de
Inovação Tecnológica.

Abstract— In a globalized economy context, an innovation plays the fundamental role of guaranteeing
growth and competitiveness, having an Intellectual Property as a legal means of protection. In Brazil, Law
10,973 / 04 was created to regulate and encourage as innovation activities, as well as making it mandatory
to structure the so-called Nucleus of Technological Innovation together as Science and Technology
Institutions of the Country. NITs have become made responsible for the management Innovation,
Intellectual Property and Technology Transfer processes in ICT, in advance, in the present work, carry out a
historical survey about the NITs as well as to present the impacts that structures have had on the Science
and Technology Institutions in Brazil.
Keywords— Innovation, Intellectual Property, Technological Innovation Centers, Technology Transfer.

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1 INTRODUÇÃO
Em um contexto de globalização, a inovação tecnológica e a propriedade intelectual tornaram-se
meios essenciais para o alcance de vantagens competitivas para países e empresas, uma vez que
influenciam no crescimento econômico e na geração de riqueza (FERREIRA et al, 2001 apud
PIETROBON-COSTA, 2012).
A inovação como uma resposta nova para problemas antigos carrega o papel de garantidora do
crescimento, da competitividade e da rentabilidade diferenciada às empresas, enquanto que a Propriedade
Intelectual funciona, por sua vez, como meio legal de proteção aos frutos provenientes da primeira.
A inovação tecnológica quando protegida através da Propriedade Intelectual, por exemplo, na forma
de patentes, passa a possuir um valor agregado e pode vir a gerar lucros se transferida e tal fenômeno pode
também ser denominado de transferência de tecnologia. Nos países desenvolvidos industrialmente, o
conjunto dos elementos Ciência, Tecnologia e Inovação surgem como uma resposta na busca da superação
dos novos desafios provenientes de um mundo globalizado e competitivo (DOS SANTOS et al, 2009).
Nos países em desenvolvimento, os processos de transferência de tecnologia (TT) têm seu início de
forma tardia, com enfoque na década de 60, observando-se um movimento de obtenção de tecnologia
estrangeira na busca pela aceleração do desenvolvimento econômico (AKUBUE, 2002 apud DIAS;
PORTO, 2013).
No Brasil, a partir da Lei n. 10.973 de 2004, também chamada de Lei da Inovação, a transferência de
tecnologia passou a ganhar maior enfoque na agenda política do país. Entre as diversas determinações
trazidas pela nova lei, uma das mais impactantes foi a regulamentação a cerca dos Núcleos de Inovação
Tecnológica (NIT’s) ligados às Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs) pelo país (DIAS, PORTO,
2013). Ainda quanto ao processo de TT, cabe destacar a importância, na qualidade de ICTs, que as
universidades e os institutos federais possuem, não somente em relação ao ensino, mas à produção de
inovações tecnológicas (CURI et al, 2012 apud DIAS; PORTO, 2013).
No âmbito das Instituições de Ciência e Tecnologia, ao exercer papéis como avaliação de atividades
de pesquisa, acompanhamento de criação de inovações tecnológicas e gestão de parcerias com o setor
privado na busca por possíveis processos de transferência de tecnologia, os NITs tomaram para si grande
parte da responsabilidade pela administração da política de inovação (DE CASTRO, DE SOUZA, 2012).
Diante do exposto, o presente trabalho busca realizar um levantamento histórico da implementação
dos Núcleos de Inovação Tecnológica e a evolução das patentes no Brasil.

2 O SISTEMA DE PROPRIEDADE INTELECTUAL NO BRASIL


O sistema de Propriedade Intelectual no Brasil é regulamentado pelo Instituto de Propriedade
Industrial (INPI), criado em 1970, sendo uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Indústria,
Comércio Exterior e Serviços, responsável pelo aperfeiçoamento, disseminação e gestão do sistema
brasileiro de concessão e garantia de direitos de propriedade intelectual. É importante ressaltar que a
estrutura do deste órgão está tipificado no decreto nº 8.854 de 22 de setembro de 2016 (INPI, 2017).
O sistema internacional da Propriedade Intelectual, de acordo com Organização Mundial de
Propriedade Intelectual (OMPI), identifica as produções humanas, ligam e dão direitos aos resultados em
vários setores de criação, consequentemente sendo decisivo para o progresso da tecnologia e da economia
de um país. Portanto, com esse progresso o desenvolvimento industrial, através da propriedade industrial,
acaba gerando crescimento do índice de competitividade e da capacidade de comercio do mercado
internacional (WIPO, 2016).
Segundo o INPI de Portugal, o direito que permite assegurar o monopólio ou o uso exclusivo sobre

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uma invenção ou melhoria, caracterizado como uma propriedade industrial. Essa reunião de direitos na PI
constitui a Propriedade Intelectual, que é protegida e respaldada por legislação.
Nesse sentido, entende-se que toda a legislação no tocante à proteção da propriedade intelectual visa
proteger as criações dos inventores, oxigenando o mercado tecnológico e de novas invenções, fazendo com
isso mecanismos seguros de proteção por um tempo determinado (WIPO, 2016).
Assim, a propriedade intelectual refere-se ao conhecimento que o criador detém de como produzir a
sua criação, como também de proteger a sua invenção no mercado.
Ademais, para assegurar o direito de exploração de propriedade intelectual, primeiro deve-se proceder
à proteção da mesma. O direito de propriedade intelectual é dividido em três categorias: Direito Autoral,
Propriedade Industrial e Proteção Sui Generis (WIPO, 2016).

3 OS NÚCLEOS DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NO BRASIL


A Lei de Inovação tecnológica nº 10.973 de 2004 é responsável pela regulamentação das inovações
no Brasil (BRASIL, 2004).
É importante ressaltar que a matriz constitucional da inovação tem respaldo na Constituição Federal
(CF). Observa-se que nos artigos 218 e 219 da referida carta magna, fundamenta a Lei de Inovação
Tecnológica, criando mecanismos de proteção e relevância da importância na matéria.
Com o advento da Lei de Inovação Tecnológica, foram criados Núcleos dentro dos Institutos de
Ciência e Tecnologia – ICT’s, incluindo as universidades, sendo uma exigência da Lei. Cabe destacar que
os ICT’s, para Torkomian (2009), é o início das preocupações com o tema de inovação, podendo ao
decorrer de um processo desenvolvimento e amadurecimento institucional atender os dispositivos da
legislação.
Em maio de 2006 foi criado o Fórum dos Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia
(FORTEC, 2017). Esse órgão é composto por profissionais das universidades e institutos de pesquisas que
são responsáveis por gerenciar atividades voltadas à propriedade intelectual. O FORTEC também é
responsável em representar legitimamente em fóruns que discutem a inovação em nosso país (FORTEC,
2017).
O Núcleo de Inovação Tecnológica – NIT tem como objetivo a inovação, ousadia, competência,
criatividade e apropriação do conhecimento (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2008) que são
importantes componentes para o sucesso das organizações, estando no centro do processo de agregação de
valores aos seus resultados e produções.
Quanto a caracterização dos NIT’s, Lotufo (2009) entende que eles podem ser definidos em três perfis
de acordo com suas atividades ou vocação institucional. O legal, o administrativo e o voltado a negócios. O
primeiro perfil entende que sua principal função é a de regulação e formalização e é fortemente
influenciado pelo departamento jurídico da ICT, responsável por dizer se é possível ou não depositar
patente, se é possível ou não formalizar um convênio com empresa, mediante cláusulas definidas. Seus
profissionais são advogados e especialistas em propriedade intelectual.
O segundo perfil vê a atuação do NIT como um processo administrativo de aprovações e
encaminhamentos para concretizar as assinaturas dos convênios e contratos referentes à interação ICT–
Empresa.
Já o terceiro tipo de atuação está voltado ao desenvolvimento de negócios a partir dos resultados da
pesquisa, seus profissionais entendem da dinâmica da inovação, conhecem o mercado, sabem dos desafios
para a formação e o crescimento de empresas baseado em conhecimento, assim como a natureza da
pesquisa.

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É importante ressaltar que o NIT muitas das vezes é considerado insuficiente para as garantias dadas
de proteção à propriedade intelectual gerada pela universidade. Assim, o núcleo acaba produzindo
exigências adicionais, que dificultam a interação com o setor privado no campo da inovação tecnológica
(SENADO FEDERAL, 2017).
Segundo o Senado Federal, com o aumento da competitividade das empresas no Brasil, o Sistema
Brasileiro de Tecnologia (Sibratec) efetuou o desenvolvimento de redes temáticas de centros de inovação,
com a incumbência de garantir a transformação de conhecimentos científicos e tecnológicos nos produtos,
ou seja, trata-se de atividades que possibilitam o comércio de processos e protótipos com viabilidade
comercial. Cada rede é constituída por, no mínimo, três centros de inovação com experiência na interação
com empresas e que possuam política de propriedade intelectual; se for instituição pública, deve ter um NIT
estruturado.
De acordo com Álvaro Prata, que é da secretária nacional de Desenvolvimento Tecnológico e
Inovação do MCTI, o governo federal investe em pesquisa e desenvolvimento, não sendo muito diferente
do que fazem grandes nações desenvolvidas. No Brasil, existe uma grande distância com empresas do setor
privado, sendo assim, de grande importância a interação entre o setor público e o privado, gerado por meio
dos NITs.
Isto revela que existe um distanciamento que deve ser superado entre a ciência e as empresas
brasileiras, no tocante à transferência de tecnologia entre os setores, em programas e áreas de Pesquisa e
Desenvolvimento - P&D (SANTOS, TOLEDO, LOTUFO, 2009). Portanto a pesquisa deve ter a relevância
e a capacidade de organizar as transformações em inovação no atual mercado tecnológico.

4 METODOLOGIA

A presente pesquisa se caracteriza como pesquisa documental posto que baseia-se em materiais que não
receberam ainda um tratamento analítico ou que podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da
pesquisa (GIL, 1999). Buscou-se realizar uma coleta de dados na busca de um levantamento histórico sobre
os Núcleos de Inovação Tecnológica no Brasil e o impacto que o trabalho deles tem na estrutura da Ciência,
Tecnologia e Inovação do país.

A coleta de dados foi realizada junto ao banco de dados das instituições, sobretudo nos relatórios de gestão,
onde encontramos dados referentes à Inovação, Propriedade Intelectual e processos de Transferência de
Tecnologia das instituições. Após a coleta, os dados foram tabulados e analisados, tendo como suporte o
software Microsoft Excel, que foi usado também para a confecção de gráficos que melhor ilustra a realidade
dos NITs.

5 EVOLUÇÃO DAS PATENTES NO BRASIL


Uma das formas de se analisar os impactos das criações dos NIT’s é através do acompanhamento dos
indicadores de patentes. De acordo com Martins (2012), o MCT no período de entre 2001 e 2006 apoiou
com recursos financeiros no valor de R$ 6,4 milhões, oriundos do Fundo Verde Amarelo, setenta e seis
projetos no âmbito do Programa TIB (Tecnologia Industrial Básica), sendo dezesseis de Escritórios de
Transferência de Tecnologia (ETT), trinta e seis de Núcleos de Apoio ao Patenteamento (NAP), e vinte e
quatro NIT/Agências de Inovação, atendendo a quarenta e uma instituições de Ciência e Tecnologia (ICT).
E consequentemente, estas ações favoreceram a criação de ambiente propício para a transferência de
tecnologia e para a proteção da criação nas ICT’s.

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Os vinte e quatro projetos vinculados aos NIT/Agências de Tecnologia apresentaram resultados
satisfatórios, em especial o aumento no interesse dos pesquisadores em proteger suas criações intelectuais,
em função do aumento do atendimento dos NIT’s aos mesmos, além do crescimento da atuação dos NIT’s
quanto ao levantamento das potencialidades tecnológicas das ICT’s, resultando no aumento do número de
depósitos nacionais e internacionais de patentes, cultivares, programas de computador e marcas. Verifica-se
aumento na interação universidade-empresa, indicado pelo aumento de transferência de tecnologia com
recebimento de royalties, e maior interação entre as ICT’s, promovendo a difusão de boas práticas
utilizadas na gestão dos NIT mais estruturados.
Como se pode ver na tabela a seguir, apesar das oscilações e de ter ocorrido em 2012 o melhor
resultado de receitas com Royalties e Serviços de Assistência Técnica, o dado mais recente (2016) revela
um desempenho muito superior ao de 2002.

Receita com Royalties e Serviços de Assistência Técnica (ingressos em US$ milhões) - 2002 a 2016

Fonte: INPI, 2017

Ao se analisar os depósitos de patentes, por tipo, verifica-se a relevância das patentes de invenção,
tendo crescido mais de 74% entre 2000 e 2012, saltando, assim, de 17.444 para 30.435 depósitos, no
período. Houve um crescimento superior a 60% no total de depósitos, durante o mesmo período.

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Depósitos de Patentes por Tipo - 2000 a 2012
Tipo
Ano Total
PI MU CA
2000 17444 3332 78 20854
2001 17907 3558 90 21555
2002 16685 3546 103 20334
2003 16410 3640 126 20176
2004 16707 3602 122 20431
2005 18486 3243 123 21852
2006 19851 3181 120 23152
2007 21656 3044 140 24840
2008 23120 3392 129 26641
2009 22383 3378 124 25885
2010 24986 3005 108 28099
2011 28658 3134 89 31881
2012 30435 3010 124 33569
Fonte: INPI, Assessoria de Assuntos Econômicos, BADEPI v2.0, dados extraídos
em dezembro/2013.
Obs: Os dados relativos a depósitos referem-se a todos os pedidos de patentes
protocolados no INPI no ano de referência e inseridos na base de produção de PI
até a data de extração.

Apesar do crescimento no número de depósitos, a evolução dos depósitos de residentes, não sofreu
uma evolução muito significativa entre 2006 e 2015, representando apenas pouco mais de 22% do total de
depósitos no ano de 2015. Durante o mesmo período o depósito de não residentes cresceu mais de 161%.

Depósitos de Patentes (PI+MU+CA), 2006-2015

Fonte: Elaborado por AECON / INPI

Ao se analisar o tipo de entrada dos depósitos de patentes no INPI, verifica-se um crescimento de


11%, entre 2006 e 2015, nas entradas diretas, enquanto que as entradas via PCT cresceram 65%, no mesmo
período analisado, gerando um crescimento total de 43%.

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Depósitos de Patentes (PI+MU+CA) por tipo de Entrada no INPI, 2006-2015

Fonte: Elaborado por AECON / INPI

O país que mais origina depósitos de patentes no Brasil é os Estados Unidos, crescendo 27% entre
2006 e 2015. Em segundo lugar são os depósitos do próprio país, que cresceram 26%, no mesmo período e
em terceiro lugar vem a Alemanha, com crescimento de 9%.

Depósitos de Patente (PI+MU+CA) por país de origem do depositante, 2006-2015

Fonte: Elaborado por AECON / INPI

Dentro do país o estado de São Paulo origina, com larga vantagem, a grande maioria dos depósitos de
patentes, com 41,7% dos depósitos realizados entre 2006 e 2015. Em seguida vem Rio Grande do Sul e
Minas Gerais, com 9,8% e 9,3%, respectivamente. O primeiro estado do Nordeste a aparecer na lista é a
Bahia, com apenas 2,1%, mostrando a baixa inserção dos estados do Nordeste nos depósitos.

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Depósitos de Patentes (PI+MU+CA) por UF do depositante, 2006-2015

Fonte: Elaborado por AECON / INPI

Entre os 10 maiores depositantes de patentes do país, em 2015, 6 são universidades, o que revela a
importância da existência dos NIT’s nestas instituições, pois aumenta as possibilidades de acesso dos
pesquisadores aos instrumentos necessários ao patenteamento dos resultados de seus projetos de pesquisa.

Depósitos de Patentes do Tipo PI, considerando 1º depositante


Maiores Depositantes Residentes - 2015

Fonte: Elaborado por AECON / INPI

Entre as patentes concedidas, vale destacar o grande resultado obtido na concessão de pedidos de
patentes de invenção pelos residentes no país, que cresceu quase 110% entre 2006 e 2015, enquanto que o
crescimento das concessões para não residentes foi de pouco mais de 31%.

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Patentes de Invençao (PI) concedidas, 2006-2015

Fonte: Elaborado por AECON / INPI

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Brasil avançou bastante no tema Propriedade Intelectual ao longo dos últimos anos, principalmente
com advento da Lei da Inovação e da criação dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT’s), que facilitaram
o acesso a informações e instrumentos importantes para que os pesquisadores tivessem maior possibilidade
patentear os resultados de seus projetos de pesquisa, o que pôde ser comprovado com a evolução favorável
de vários indicadores analisados.
Porem para que o país consiga avançar nesse tema, de forma mais contundente, é imprescindível um
ambiente mais propício, que só é gerado a partir de ações mais robustas voltadas ao fortalecimento das
áreas de C,T&I das ICT’s.
Com esse fortalecimento será possível construir um ambiente mais inovador, possibilitando a criação
ou aprimoramentos significativos de produtos, processos ou serviços, que são essenciais para a
competitividade.
Para que esse ambiente seja mais efetivo é extremamente importante a parceria entre ICT’s, empresas
e governo, cada um contribuindo, dentro de suas missões, para que o resultado seja a inovação dentro de
uma estrutura de arranjos e sistemas locais de inovação.

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