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Não são protegidas como obras intelectuais os métodos, projetos, esquemas, planos
ou regras para realizar atos mentais, jogos, negócios e as que contenham informações
de uso comum, como: calendários, agendas, cadastros ou legendas.
Anônima: quando não se indica o nome do autor por vontade dele ou por ser
desconhecido;
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Autor é sempre a pessoa física. A pessoa jurídica nada cria, de fato. Daí ser o autor
somente a pessoa física do criador ou criadores. A pessoa jurídica pode vir a ser
apenas titular dos direitos autorais patrimoniais.
Presunção de autoria
Titular desses direitos é quem adapta, traduz, arranja ou orquestra “obra caída no
domínio público”. O autor da obra derivada passa a ser titular de direitos autorais
sobre a obra já “adaptada”. Poderá haver tantas obras derivadas quanto forem os
arranjos e adaptações.
Caem no domínio público e, portanto, podem ser utilizadas por qualquer pessoa:
3. As de autor desconhecido.
A obra coletiva, criada por duas ou mais pessoas, mas organizada e desenvolvida por
outra pessoa, física ou jurídica, normalmente decorre da atuação de uma pessoa
jurídica ― escritórios de criação, estúdios etc. ― que põe seus funcionários ou
prestadores de serviços para desenvolver os trabalhos solicitados pelos clientes.
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As pessoas físicas ou jurídicas organizadoras detêm o direito de uso e podem
conceder tal utilização a seus clientes, de forma onerosa ou gratuita. Aos autores,
pessoas físicas, remanescem os direitos morais.
Se a obra for de natureza que comporte registro em mais de um desses órgãos, deverá
ser registrada naquele com que tiver maior afinidade (por exemplo, criação que
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envolva ilustração e texto: tanto pode ser objeto de registro na Escola de Belas Artes
como na Biblioteca Nacional).
O autor poderá repudiar a autoria do projeto alterado sem o seu consentimento, mas,
no caso de obra arquitetônica, o autor não pode impedir que o proprietário do imóvel
altere o projeto e proceda as reformas que bem entender.
No caso de design gráfico, o que tem ocorrido em alguns casos é que, além dos
direitos patrimoniais, o designer acaba autorizando, no próprio instrumento de cessão
de direitos patrimoniais, a alteração de sua obra original por terceiros.
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Duração da proteção aos direitos patrimoniais
Caso não tenha transferido os direitos patrimoniais a terceiros, o autor detém, além
dos direitos morais, os patrimoniais, durante toda a sua vida. A exceção diz respeito
às obras fotográficas e audiovisuais em que o direito patrimonial vigora durante
setenta anos, a partir de 1o de janeiro do ano seguinte à sua primeira divulgação.
Com o falecimento do autor e caso ele não tenha transferido em vida os direitos
autorais patrimoniais, esses direitos são transferidos aos herdeiros, por herança,
também por setenta anos contados de 1o de janeiro do ano subsequente à morte do
autor, obedecida a ordem sucessória do Código Civil.
Quem publicar obra anônima passa a deter os direitos patrimoniais sobre ela pelo
prazo de setenta anos, a contar da primeira publicação.
2. São livres as paródias ou paráfrases que não forem reproduções da obra originária
nem lhe implicarem descrédito;
3. A cessão poderá ser de direito sobre obras futuras, limitada a um prazo de cinco
anos (ou seja, sobre as obras que forem criadas nesse prazo). É comum que as
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empresas que prestem serviços criativos ― como os escritórios e estúdios de design ―
obtenham de seus colaboradores e/ou prestadores de serviços a cessão de direitos
autorais de obras futuras. Essa cessão pode constar no próprio contrato de trabalho ou
em contrato especialmente elaborado para tal fim;
4. A cessão só será válida para o país em que se firmou o contrato, salvo se constar do
contrato sua validade para outros países;
9. A cessão poderá ser averbada ao lado do registro da obra nos órgãos já citados.
Caso a obra não esteja registrada em nome do autor, o documento de cessão poderá
ser registrado em Cartório de Registro de Títulos e Documentos.
1. O adquirente de obra plástica, a não ser mediante prévia estipulação escrita pelo
autor, não poderá reproduzi-la e nem permitir sua utilização para qualquer finalidade
comercial;
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divulgar-lhe a identidade nos mesmos veículos, com iguais tempo/espaço e
abrangência da divulgação ilegal.
Sobre o autor
Paulo Gomes de Oliveira Filho é advogado formado pela USP, com pós-graduação pela
mesma universidade e pela Universidade de Paris, é titular do escritório Paulo Gomes
de Oliveira Filho Advogados Associados, que atua fundamentalmente na área de
direitos intelectuais.
Paulo Gomes de Oliveira Filho em O Valor do Design: guia ADG Brasil de prática
profissional do designer gráfico. São Paulo: Editora SENAC e ADG, 2003. 71 – 77