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O tema cliente

Idiossincrasias do cliente

Clientes têm manias ou crenças que podem ser apresentadas como condicionantes do
projeto.

O cliente acredita que tal cor traz má-sorte. Então evite o uso da cor azarenta. O que
dizer quando diante de uma proposta em que o vermelho é a cor predominante, o
cliente manifesta receio que dê a seu produto “um ar meio comunista”. Uma resposta
que funciona: “não parece que Coca-Cola e Marlboro sejam produtos identificados
como o comunismo”.

Como evitar o clichê

Pensando em transgredir clichês? É bom tomar fôlego. Alguns clientes conseguem ser
flexíveis e aceitam novas propostas, outros são intransigentes em “não mexer em time
que está ganhando”.

O cliente dá total liberdade

O cliente garante a você a mais ampla liberdade de trabalho. Atenção! A liberdade


existe desde que você faça exatamente o que o cliente tem em mente. Ainda mais se
o cliente for de uma área conexa, como um editor de livros e catálogos de arte, por
exemplo. Peça uma descrição o mais detalhada possível do resultado imaginado.
Assim quem sabe você pode propor uma ou outra alteração e inovar.

Trabalhos para ontem

Prazos curtos derivam de falta de planejamento e de desconhecimento da importância


do design.

Se você aceitar nas bases de que “o trabalho é para ontem”, você já começa o
trabalho em dívida com o cliente, quando na verdade, é ele que está em dívida com
você, por tê-lo procurado tarde demais. Prazo curto prejudica não só o designer, mas
também o cliente, o produto e o usuário.

Desinformação

Tenha paciência se você encontrar um responsável pela aprovação ou recusa de um


projeto seu cuja formação cultural não é compatível com a natureza da tarefa. Isso
vai desde chamar de “lembrancinhas de fim de ano” o projeto de ponto de contato
com objetos inteligentes e amigáveis que você projetou ou pedir para que o folheto

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não tenha aquelas doze cores que ele contou ao ver um outro impresso, que “deve ter
sido muito caro.”

Às voltas com a má-fé

Clientes mal-intencionados existem, temos de nos precaver contra eles, mas


felizmente eles estão muito longe de ser a regra no cotidiano profissional. Há graus
crescentes de má-fé.

O primeiro grau é quando o cliente expõe o problema ao designer e este


empolgadamente propõe um conceito para solucionar. Mas o projeto não avança, pois
era uma consulta, uma conversa informal, mesmo que você veja o produto pronto,
desenvolvido quem sabe “pelo sobrinho do cliente”.

O degrau seguinte é quando, depois do acordo feito, o designer entrega um layout e o


cliente afirma não ter aprovado. Depois se descobre que a peça foi realizada
obedecendo ao nosso layout com ou sem nenhuma alteração. Como precaução é bom
que conste no contrato possíveis interrupções e as remunerações correspondentes a
cada etapa.

Antes de passar para as etapas de finalização e produção, na etapa dos layouts, a


remuneração já deve ter sido combinada a partir da data de apresentação e não a de
aprovação.

O último e terrível degrau é quando o designer faz o acordo, faz o trabalho, entrega,
o cliente produz e, na hora de pagar, paga apenas uma parcela, ou simplesmente não
paga.

Para evitar calote só mesmo o bom e velho contrato e chegar ao limite das vias legais.
A dica da ADG é, quando se tratar de enfrentar a má-fé, a melhor defesa é ler o
capítulo do livro O valor do Design sobre os contratos de trabalhos.

Fonte: O Valor do Design. ADG/SENAC. 2003, p. 83-87

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